Logo Passei Direto
Buscar
Material
páginas com resultados encontrados.
páginas com resultados encontrados.

Prévia do material em texto

MICOLOGIA
 FUNGOS DE IMPORTÂNCIA MÉDICA, ALIMENTAR E AMBIENTAL
Introdução a Micologia
Micologia (ou micetologia) é a ciência que estuda os fungos.
Os micologistas (micólogos ou micetologistas) são responsáveis por estudar a morfologia, fisiologia, reprodução, taxonomia, o comportamento e as relações ecológicas dos fungos.
Os fungos representam um grupo ubíquo e diversificado de organismos, cujo propósito principal é degradar a matéria orgânica.
Relações Ecológicas
Saprófitos
Simbiontes
Comensais
Parasitas
Predadores
Características Gerais dos Fungos
Seres eucariontes;
Seres uni ou pluricelulares (uni ou multinucleados);
Reprodução sexuada e/ou assexuada (alguns são dimórficos);
Heterotróficos (trofismo para carbono);
Metabolismo energético aeróbio (alguns são facultativamente anaeróbicos);
Glicogênio como reserva energética (reserva glicídica);
Parede celular composta por quitina, glucanas, manose e outras proteínas;
Membrana celular de bicamada lipídica (Ergosterol - componente esteroide);
Não realizam fotossíntese (ausência de clorofila – aclorofilados);
Captação de nutrientes por absorção (digestão por exoenzimas);
Não fagotróficos (parece celular rígida).
300 espécies nocivas ao homem
72 mil espécies conhecidas
Mais de 1,5 milhões de espécies no planeta
Citologia
Introdução a Micologia
A forma mais simples de classificação, baseada na morfologia, divide os fungos em: fungos leveduriformes (leveduras) e fungos filamentosos (bolores).
Os fungos leveduriformes são definidos morfologicamente como uma célula única, que se reproduz por brotamento ou por fissão, onde a célula progenitora (“célula-mãe”) destaca uma porção de si mesma para produzir uma progênie (“célula-filha”).
Os fungos filamentosos são organismos multicelulares, formados por estruturas tubulares chamadas hifas, que podem ser asseptadas (cenocíticas), quando não apresentam septos (paredes transversais) ou septadas, quando divididas por septos. As hifas septadas podem apresentar ou não pigmentação, sendo chamadas de demáceas (com pigmento) ou hialinas (sem pigmento).
Alguns fungos podem, ainda, existir tanto sob a forma de levedura como sob a forma de filamento, sendo denominados fungos dimórficos.
Leveduras (blastosporos)
Hifas Asseptadas (Cenocítica)
Hifas Septadas Hialinas
Hifas Septadas Demáceas
O conjunto de hifas forma um aglomerado de filamentos denominado micélio.
O micélio que se desenvolve na superfície e no interior de um determinado substrato é chamado micélio vegetativo, e o que cresce se projetando acima da superfície chama-se micélio aéreo (ou reprodutivo).
As hifas aéreas podem produzir estruturas reprodutivas especializadas, conhecidas genericamente como esporos.
Reprodução
Introdução a Micologia
Os fungos se reproduzem através da formação de esporos, que podem ser:
Sexuados
Envolvendo meiose, precedida por fusão de dois tipos compatíveis de acasalamento;
Assexuados
Envolvendo apenas o processo mitótico (divisão celular).
Reprodução Assexuada
As aparências enganam...
Syncephalastrum sp.
As aparências enganam...
Alternaria alternata
Reprodução Sexuada
Zigomicetos
Basidiomicetos
Ascomicetos
Micologia Clínica:
Os fungos como causadores de doenças
Fungos de Interesse Clínico
Os fungos emergiram nas duas últimas décadas como causas principais de doenças humanas;
O aumento das infecções fúngicas pode ser atribuído ao aumento da sobrevida de pacientes imunocomprometidos, aumento das hospitalizações e dos procedimentos invasivos.
Indivíduos que estão imunocomprometidos ou hospitalizados são os mais acometidos por infecções fúngicas, pela ação dos chamados fungos oportunistas;
Toda via, um grupo importante de fungos se comporta como patógenos primários, capazes de causar doença em indivíduos saudáveis;
Na prática clinica, as infecções fúngicas são denominadas micoses, classificadas de acordo com o parasitismo e com o tecido acometido, podendo ser superficiais, cutâneas, subcutâneas ou sistêmicas.
Superficiais;
Cutâneas;
Subcutâneas
(de implantação);
Sistêmicas
(profundas)
primárias ou oportunistas.
Micoses Superficiais e Cutâneas
Dermatofitoses
Estão entre as causas mais comuns de infecção fúngica no homem;
Sendo uma micose cutânea, a infecção está confinada a epiderme, derme e anexos;
São causadas por um grupo de fungos que, geralmente, vive à custa da queratina da pele, pelos e unhas;
Agrupam os gêneros Trichophyton, Microsporum e Epidermophyton;
“Tinea” ou “tinha” são termos usados como sinônimos de dermatofitose;
TINEA CAPITIS
TINEA CORPORIS
TINEA CRURIS + TINEA MANUM
TINEA MANUM
TINEA PEDIS
TINEA UNGUIUM
Infecção da unidade ungueal por dermatófitos;
Obs.: O termo onicomicose significa a infecção da unidade ungueal por dermatófitos ou não-dermatófitos.
Micoses Superficiais e Cutâneas
Micoses Subcutâneas (ou de implantação)
Esporotricose
Infecção subaguda ou crônica, causada por fungos do gênero Sporothrix;
Sporothrix spp. são termodimórficos, apresentando a forma filamentosa (fase saprófita) na natureza ou in vitro a 25 °C, e leveduras (fase parasita) no hospedeiro mamífero ou in vitro a 35-37 °C;
Doença cosmopolita, predominante em regiões tropicais e subtropicais;
Considerada a micose subcutânea mais frequente na América Latina;
Também conhecida como “doença da roseira”, “doença do jardineiro” e “doença da arranhadura do gato”, dado que a infecção geralmente resulta da inoculação do agente na pele ou membrana mucosa, por trauma com material vegetal contaminado ou pela arranhadura de animais;
Forma filamentosa
(fase saprófita)
25°C
Forma leveduriforme
(fase parasítica)
37°C
Qualquer ferimento com objeto perfuro-cortante contaminado por Sporothrix spp. pode causar Esporotricose!
Aí eu arranho o humano, nossa...
“A CULPA É DO GATO”
Cutânea fixa
Linfocutânea
Disseminada
(indivíduo HIV/AIDS)
Esporotricose felina
Micoses Subcutâneas (ou de implantação)
Histoplasmose
A histoplasmose é a micose endêmica mais comum na América do Norte (principalmente Estados Unidos e México), e de importância nas Américas Central e do Sul;
Segundo o CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças), estimam-se cerca de 500.000 infecções ao ano;
A infecção ocorre pela inalação de microconídios (propágulos infectantes) de Histoplasma capsulatum em sua forma filamentosa, encontrada no ambiente, particularmente no solo que contém grandes quantidades de excrementos de pássaros ou morcegos;
Micoses Sistêmicas (profundas)
Número de casos publicados de histoplasmose associada à AIDS
Formas clínicas da Histoplasmose
 
Histoplasmose Pulmonar Aguda/Crônica
Histoplasmose Disseminada
A disseminação hematogênica para fora dos pulmões ocorre durante a infecção aguda, mas raramente são clinicamente reconhecidas;
A maldição da Múmia!
Em 1922, a tumba do faraó Tutancâmon foi encontrada pelo explorador britânico Howard Carter, na região do Vale dos Reis, Egito.
A expedição foi financiada pelo empresário Lorde Carnavon, um aficionado por egiptologia.
Dias após a abertura da câmara, o empresário desenvolveu feridas no rosto e pneumonia, e faleceu por complicações que acabou levando-o à morte em poucos dias.
Depois do ocorrido, Arthur Mace – integrante da equipe de Carter – morreu repentinamente no mesmo hotel em que Carnavon passou seus últimos dias.
Joel Woolf, dono das primeiras fotos da expedição, e Richard Bethell, secretário de Carter, também faleceram em condições inexplicáveis.
Ao longo de seis anos após a descoberta, cerca de trinta e cinco pessoas ligadas à expedição morreram em condições misteriosas.
Diversas teorias foram criadas para explicar o ocorrido: substâncias tóxicas colocadas propositalmentena câmara, radioatividade por metais como o urânio, bactérias extremamente fatais preservadas junto ao sarcófago, etc.
LOL
Micoses Oportunistas
Candidíase
As espécies do gênero Candida são patógenos oportunistas;
Leveduras do gênero Candida são residentes (microbiota) em membranas, mucosas, pele, trato gastrointestinal e canal vaginal e, normalmente, não causam nenhum dano, exceto quando as condições ambientais são particularmente favoráveis;
A patogênese da candidíase envolve a invasão do tecido do hospedeiro por formas filamentosas das leveduras, especialmente C. albicans;
As manifestações clínicas da candidíase apresentam grande diversidade de quadros, podendo ser divididas em três grupos: mucosa, cutânea e sistêmica (disseminada).
Micoses Oportunistas
Manifestações clínicas
Candidíase Disseminada
Micologia de Alimentos:
Os fungos como contaminantes alimentares
Fungos Fitopatogênicos
Um grande grupo de fungos é fitopatogênico, ou seja, são causadores de doenças em vegetais, desde suas raízes até os seus frutos;
A maioria dos fungos fitopatogênicos passa parte de seu ciclo de vida nas plantas que lhe servem de hospedeiro, e outra parte vive no solo ou em restos vegetais depositados sobre este substrato;
A sobrevivência e a atividade depende das condições predominantes de temperatura e umidade, ou da presença de água em seu meio ambiente;
A maioria dos fungos necessita de agentes como o vento, água, insetos, aves, outros animais e o homem para poder disseminar de uma planta a outra e inclusive a diferentes partes de uma mesma planta.
A grande fome irlandesa
Requeima da batata
No século passado, a batata constituía a base da alimentação dos habitantes do norte da Europa Ocidental, apresentando uma produção bastante estável.
Em 1845, surgiu uma nova e destrutiva doença, conhecida atualmente como requeima, causada pelo fungo Phytophthora infestans.
Essa doença ocasionou grandes prejuízos econômicos e sociais nos anos subseqüentes, principalmente na Irlanda e Inglaterra, provocando a morte de 2 milhões de pessoas e a emigração de 1 milhão para outros países.
Os fungos também podem diminuir o valor nutricional da maioria dos produto, interferindo na quantidade de carboidratos, proteínas, óleos e gorduras;
Além disso, prejudica seriamente o aspecto externo dos alimentos, seu sabor e aroma.
Micotoxinas
“Conjunto complexo de substâncias tóxicas produzidas por fungos, diferenciando-se das toxinas bacterianas por não terem natureza proteica e atividade imunogênica.”
Aflatoxinas (B1, B2, G1, G2, M1 e M2);
Fumonisinas (B1 e B2);
Ocratoxinas (A, B e C);
Patulina;
Citrinina;
Zearalenona;
Tricotecenos.
Micotoxinas ao longo da história
Egito antigo – Antigo testamento - Evidências de que micotoxinas em grãos e pães teriam causado a chamada “morte dos primogênitos”, uma das dez pragas do Egito;
Europa, Idade Média - "Fogo Sagrado" ou “Fogo de Santo Antônio” (Ergotismo) - Os alcalóides produzidos pelo fungo Claviceps purpúrea causavam uma assustadora doença pela ingesta de trigo contaminado;
Rússia, séc. XIX - Aleucia tóxica alimentar por tricotecenos do Fusarium spp., causando a morte de cerca de 100 mil pessoas;
Efeitos das micotoxinas
Seu consumo representa risco à saúde humana e animal, se houver ingestão de grande quantidades ou ingestão continuada.
Bioquímicos:
Afetam o metabolismo de ácidos nucléicos, lipídeos, carboidratos e proteínas;
Biológicos:
Carcinogenicidade, mutagenicidade, teratogenicidade e hepatotoxicidade.
Fígados de cobaias alimentados com doses crescentes de aflatoxinas
Afetam a saúde humana e ambiental, além de deteriorar alimentos. Em animais são provocados menor conversão de alimento, diminuição do ganho de peso e redução na produção de leite e ovo.
77
Neurotoxinas
Gastro-enterotoxinas
Hepatotoxinas
Hepatites
Ex.: aflatoxinas
Aspergillus flavus
Hemorragias hepáticas
Ex.: rubratoxina
Penicillium rubrum
Hemorragias cerebrais
Ex.: patulina
Aspergillus clavatus
Infecções do tracto digestivo
Ex.: tricotecina
Fusarium sporotrichioides
Perturbações gastro-intestinais
Ex.: austdiol
Aspergillus ustus
Desregulações metabólicas
Ex.: toxinas PR
Penicillium roqueforti
Edemas cutâneos
Ex.: esporidesmina
Pithomyces chartarum
Efeitos Estrogénicos
Ex.: zearalenona
Fusarium roseum var. graminearum
Lesões renais
Ex.: citrinina
Penicillium citrinum
Paralisia/Ataxia
Ex.: citrioviridina
Penicillium citrioviride
Efeitos tremorgénicos
Ex.: penitremina
Penicillium crustosum
Efeitos convulsivos
Ex.: ác. ciclopiazónico
Penicillium cyclopium
Ergotismo
Ex.: derivados de ergoclavina
Aspergillus fumigatus
Efeitos neurotóxicos
Ex.:leucoencefalomina
Fusarium moliniforme
Síndromes associadas a micotoxinas:
Outros
Aflatoxina
Produzida pelo fungo Aspergillus flavus;
A. + fla. + toxina
Classes: B1, B2, G1, G2, M1 e M2;
Altamente estáveis na ausência de luz UV e a temperaturas acima de 100 °C (termoestáveis);
Hepatocarcinogênica;
Dados da incidência de aflatoxinas em diferentes
alimentos ingeridos pela população brasileira (Rodriguez- Amaya & Sabino, 2002).
Amendoim inteiro
Amendoim s/ casca
Amendoim torrado
Amendoim moído
Aflatoxina B1
Aflatoxina M1
12/24 horas após a ingestão surgem os resíduos no leite.
Bovinos
Aves
Aves
Alterações hepáticas
1 ppm
Hemorragias na musculatura
Aflatoxicose aguda
Aves
Suínos

Mais conteúdos dessa disciplina