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Giovanna de Freitas Ferreira – Medicina UFR – T5 HISTOLOGIA DO TECIDO MUSCULAR ESQUELÉTICO — Formado por fibras alongadas, cilíndricas, com muitos filamentos de miofibrilas — Elas são multinucleadas porque essas fibras resultam da fusão de celulas precursoras que são os mioblastos e além disso, seus núcleos estão na periferia das fibras — As fibras tem estriações verticais TECIDO CONJUNTIVO AO REDOR DO MÚSCULO — Os músculos, como deltoide, estão organizados em um conjunto de feixes ➔ Todos os feixes juntos estão recobertos por EPIMÍSIO ➔ Cada conjunto de fibras esta envolto por PERIMÍSIO que são septos de tecido conjuntivo advindos do epimisio ➔ Cada fibra muscular individualmente esta envolta por ENDOMÍSIO que é a lamina basal da fibra + fibras reticulares Tem pouca variedade de células conjuntivas, estando mais presente os fibroblastos IMPORTÂNCIA DO TECIDO CONJUNTIVO — O tecido conjuntivo em volta ajuda as fibras a se manterem juntas durante a contração muscular, pois: ➔ Elas poderiam se separar devido a contração ➔ MANTEM TENSÃO ➔ Nem sempre uma fibra se estende de uma extremidade do musculo até a outra — A transmitir movimento para estruturas anexas aos músculos como os tendões e ossos — Permite a entrada de vasos sanguíneos para a irrigação de todo o musculo — Na extremidade do musculo tem uma mistura do tendão tecido do tendão com o tecido muscular para fazer a transição ESTRIAÇÕES — A disposição da actina e miosina nas fibras faz com que haja estriações transversais observadas no microscópio que são claras e escuras — As fibras musculares tem estriações transversais que se originam de bandas claras e escuras do sarcômero — Faixa escura – BANDA A – anisotrópica – contem miosina + actina — Faixa clara – BANDA I – isotrópica – contem actina — No centro de cada banda I tem linha transversal escura que é a LINHA Z — Cada sarcômero esta entre duas linhas Z e contem uma banda A separando duas semibandas I — BANDA A – tem uma zona clara no centro que é a ZONA H – que é só de miosina ORGANELAS — As fibras tem pouco RER e ribossomos, mas há muito REliso que é chamado de reticulo sarcoplasmático ➔ Ele terá a função de armazenar ions Ca para serem usados na contração — Há muitas mitocôndrias para fornecer ATP para a contração — Para armazenar energia, há vesículas com glicogênio e lipídios MIOFIBRILAS — São feixes cilíndricos que estão presentes em cada fibra e são feitas de um arranjo de sarcômeros — Nele há filamentos finos de actina e grossos de miosina que ficam dispostos de forma longitudinal e paralela em cada miofibrila — Há as principais que são a actina e a miosina — Há proteínas auxiliares que se ligam na actina e miosina e fazem elas manterem sua disposição paralela, que são: ➔ Filamentos intermediários de desmina que unem miofibrilas — O conj de miofibrilas (actina e miosina) são presos na MP da fibra por proteínas, como distrofina ACTINA — Tem a forma de um polímero alongado chamado de actina F, que é formado por subunidades de actina G que estão em dupla hélice — Cada subunidade de actina G tem uma região que interage com a miosina e é essa interação que faz a actina deslizar sobre a miosina TROPOMIOSINA — Molécula fina e alongada que tem duas cadeias em forma de dupla hélice — Ela fica enrolada entre duas actinas F – entre 2 polimeros TROPONINA – COMPOE A CABEÇA DA MIOSINA — Complexo proteico que tem 3 subunidades: ➔ TnT: que se liga a tropomiosina ➔ TnC: se liga ao Ca++ ➔ TnI: que cobre o sitio ativo da actina e bloqueia sua ligação com a miosina MIOSINA — É uma molécula grande — Em uma extremidade tem a cabeça – saliência – que se conecta com o ATP para o hidrolisar e liberar energia para a contração — A cabeça tb se conecta com actina — A miosina pode ser quebrada em 2 moleculas que é a MEROMIOSINA LEVE (BASTÃO) e MEROMIOSINA PESADA (CABEÇA) ➔ Essas duas moléculas de miosina são dispostas no sarcômero de maneira que as partes de bastao se sobrepõe e as partes da cabeça ficam nas extremdidades ➔ Essa sobreposição dos bastões de miosina representa a BANDA H do sarcômero ➔ A Linha M no centro da banda H representa as ligações laterais entre os filamentos grossos ao lado — Na linha M tem a enzima CREATINOQUINASE que catalisa a transferência de grupos fosfato para o ADP para formar ATP e fornecer mais energia para a contração RETÍCULO SARCOPLASMÁTICO — A contração precisa de ions Ca++ para acontecer — Quando sua concentração diminui no sarcoplasma (citoplasma) o músculo relaxo — Por isso o RETÍCULO SARCOPLASMATICO: ➔ Tem função de armazenar o Ca++ ➔ E ele é uma rede de cisternas que envolve as miofibrilas ➔ Quando o potencial de açaõ passa pela membrana do reticulo sarcoplasmatico, ele é despolarizado e os Giovanna de Freitas Ferreira – Medicina UFR – T5 canais de Ca se abrem o Ca passa passivamente para o citoplasma e atuam na troponina, possibilitando a formação de pontes entre a actina e miosina ➔ Quando o potencial de ação passa, a membrana do RS repolariza e o Ca volta ativamente para dentro do RS e os canais fecham ➔ Com isso o musculo relaxa SISTEMA DE TÚBULOS T — Os túbulos T são invaginações da MP da fibra (sarcolema) que atravessam transversalmente a fibra e por isso consegue chegar até seu interior — Na extremidade de cada reticulo sarcoplasmático tem expansões e no meio de cada expansão tem a passagem de um túbulo T ➔ 2 expansões RS + 1 ST = TRÍADE — Essa tríade é importante para fazer com que o musculo contraia todo ao mesmo tempo, pois ➔ Na MP das fibras musculares tem uma junção mioneural que se chama placa motora que é onde o nervo faz sinapse com a fibra muscular ➔ Quando o impulso nervoso chega a MP, os túbulos T levam esse impulso através do musculo até as tríades, fazendo com que o potencial de ação chegue ao RS e despolarize sua membrana — Por isso os túbulos T são importantes, porque com eles o potencial de ação consegue chegar de maneira rápida até o interior do musculo — TÚBULO T É UMA ESTRUTURA DE SINCRONIZAÇÃO — Sem ele, as fibras da periferia se contrairiam antes das fibras da parte medial INVERVAÇÃO — No perimísio, há ramificação de nervos motores que inervam os músculos — Quando chega próximo a fibra muscular, o nervo perde sua bainha de mielina e se posiciona dentro de uma depressão na MP da fibra — Essa depressão chama PLACA MOTORA ou JUNÇÃO MIONEURAL — Na placa, o axônio do nervo é recoberto por camadas das celulas de schwann — A ponta do axônio tem muitas mitocôndrias e vesículas sinápticas com a acetilcolina e com mitocôndrias — Na junção mioneural a MP forma dobras e o citoplasma abaixo dessas dobras acumula muitas mitocôndrias, ribossomos, núcleos e grânulos de glicogenio — quando nervo motor recebe um impulso nervoso, o terminal do axônio libera acetilcolina que se liga a seus receptores que ficam nas dobras da MP — A ligação faz com que o a fibra fique mais permeável ao sódio e despolarize — O excesso de Ach é degradado pela colinesterase para evitar que haja uma superestimulação da fibra — A despolarização se propaga pela MP até o ST e ao RS QUANTIDADE DE FIBRAS NERVOSAS E MUSCULARES — O musculo não tem capacidade de controlar o quanto ele vai se contrair, porque ou contrai com toda a intensidade ou não contrai nada — Por isso, essa função de mediar a força de contração é feita pelas fibras motoras — O nervo pode inervar uma fibra muscular ou até 160 ou mais e a força de contração é mediada pela quantidade de fibras musculares que vão ser estimuladas ➔ Ou seja, se uma fibra nervosasó inerva 1 fibra muscular, a força de contração será pequena ➔ Se 1 fibra nervosa estimulara varias as fibras que compõe o musculo, a intensidade de contração aumenta — Desse modo, o numero de nervos estimulando + numero de fibras inervadas determina a intensidade de contração — O numero de fibras inervadas tambem depende da função que o musculo tem — Por exemplo, os músculos dos olhos fazem movimentos precisos e delicados e por isso cada fibra muscular é inervada por uma única fibra nervosa — Já em músculos maiores como os da perna, uma única fibra nervosa inversa diversas fibras musculares porque o movimento já não precisa ser tao delicado e preciso FUSOS MUSCULARES — Outra estrutura que os músculos tem são os FUSOS MUSCULARES que são RECEPTORES SENSITIVOS que ficam bem no meio da fibra muscular e percebem o ESTIRAMENTO EXCESSIVO DA FIBRA MUSCULAR — Se a fibra começar a estirar demais, o fuso enviará informações para o SNC para que haja uma pequena contração no musculo para evitar um superestiramento das suas fibras — Isso ajuda a proteger o musculo contra ruptura — Os fusos musculares estão envoltos por uma capsula de tecido conjuntivo que delimita um espaço que contem fluido e fibras musculares modificadas (FIBRAS INTRAFUSIONAIS) — Diversas fibras nervosas sensoriais penetram no fuso para para detectar as modificações ocorridas CORPÚSCULOS TENDÍNEOS DE GOLGI — Fica nos TENDÕES perto da sua junção com os músculos — Eles SÃO FIBRAS NERVOSAS SENSORIAIS que advem dos tendões até os músculos — Servem para IDENTIFICAR AS FORÇAS EXCESSIVAS que o musculo faz — Uma vez que ele percebe esse aumento de força. Vai enviar informações para o SNC e ajudam a coordenar as forças nessa região SISTEMA DE PRODUÇÃO DE ENERGIA — Como as fibras musculares precisam de muita energia para a contração, elas tem que ter depósitos de subtancias energéticas dentro delas — O ATP e FOSFOCREATINA são os mais fáceis de se retirar energia e elas vem da quebra de ácidos graxos no interior da fibra ➔ Os ácidos graxos sofrem Beta-oxidação por enzimas da matriz mitocondrial ➔ O acetato produzido é oxidado pelo ciclo do acido cítrico e produz energia que é armazenada em ATP ➔ Quando o musculo se contrai muito e não há oxigênio suficiente, pode haver metabolismo anaeróbio da glicose com produção de acido láctico ➔ O excesso de acido lático causa câimbras — Há tambem glicogênio no reticulo sarcoplasmatico — Dependendo da constituição de cada fibra muscular, ela pode ser classificada em: ➔ FIBRA LENTA OU TIPO 1 Vermelho escuro Giovanna de Freitas Ferreira – Medicina UFR – T5 Tem citoplasma rico em mioglobina Fazem contração continuada A sua energia vem principalmente de ácidos graxos metabolizados nas mitocôndrias ➔ FIBRA RÁPIDA OU TIPO 2 São vermelho claras Tem citoplasma com pouca mioglobina Se contraem rapidamente e de maneira descontinua Podem ser subdivididas em tipo 2A, 2B, 2C de acordo com características particulares Tipo 2B é mais rápida e usa mais glicose como fonte de energia — MIOGLOBINA: é uma proteína semelhante a hemoglobina, que carrega oxigênio para os músculos e dá cor vermelho aos músculos) CARACTERÍSTICAS GERAIS SOBRE OS MÚSCULOS --M. ESQUELÉTICO-- — Orgaos de locomoção, mas que oferece: ➔ Suporte estático (fíbula tem papel de inserção de músculos e não de suporte das estruturas corporais, por isso os músculos inseridos nela dao suporte estático e a mantem no lugar) ➔ oferece calor ao corpo devido a contração ➔ dao forma ao corpo — O musculo possui porções carnosas – vermelhas – e porções brancas – tendões que não são contrateis — O musculo pode estar inserido em fáscias, ligamentos, ossos, cartilagens, pele (musc face), mucosas (intrínsecos da língua) — TENDÕES: compostos por feixes de colágeno que fazem a inserção dos músculos nos ossos ➔ Eles formam aponeuroses que são laminas planas de tendão que fixam o musc ao esqueleto, fascia ou aponeurose de outro musculo — NOMECLATURA: se da de acordo com sua função (musculo extensor do halux) ou com o osso que esta inserido ➔ (esternocleidomastóideo) – esterno, clavícula e temporal ➔ De acordo com seu tamanho (LONGO OU CURTO) – TIBIAIS ANTERIORES E POSTERIORES ➔ De acordo com sua posição (MEDIAL, LATERAL, ANTERIOR) – VASTO LATERAL, VASTO INTERMÉDIO ➔ De acordo com o formato PLANOS: fibras paralelas com uma aponeurose – m. obliquo esterno PENIFORMES: fibras se organizam em forma de pena – m. Gastrocnêmico – TIBIAL POSTERIOR FUSIFORMES: fibras em formato de fuso – m. Bíceps braquial QUADRADOS: tem quatro lados iguais – M. QUADRADO FEMORAL CIRCULARES OU ESFINCTERIANOS: circundam esfincters, como o M. orbicular da boca MUSCULOS COM MULTIPLAS INSERÇÕES OU VENTRES: como o digástrico, bíceps MÚSCULOS INTERSECTADOS: variam entre parte carnosa e parte branca – M. RETO ABDOMINAL CONTRAÇÃO — Na contração, o musculo sempre puxa, nunca empurra — Uma das suas inserções permanece fixa enquanto a outra é puxada em direção a ele FIXAÇÕES — As fixações do musculo são onde ele se origina e onde ele se fixa — ORIGEM: extremidade proximal do musculo – geralmente fixa mas pode ser móvel — INSERÇÃO: extremidade distal do musculo – móvel geralmente ➔ Durante o exercício, a origem pode ser a móvel e a inserção a fixa, depende da posição que a pessoa esta ➔ Quando se flexiona os braços no solo, a mao que pode ser a inserção esta fixa e a parte proximal do musculo é que se movimenta ➔ DIGÁSTRICO VARIA MUITO porque tem 2 inserções CONTRAÇÃO REFLEXA — Por mais que os músculos esqueléticos sejam de controle voluntario, eles podem agir de forma involuntária as vezes dependendo do estimulo — ARCO REFLEXOS — Ex: diafragma que pode ser controlado, contudo as pressões parciais de O2 e CO2 já controlam o ritmo da FR — EXEMPLO DO ÂNUS: Esfincter externo do anus que faz resposta reflexa fisiológica, que é um reflexo sobre uma pressão excessiva sobre todo o reto que provoca uma resposta do SNC para o relaxamento do esfíncter externo CONTRAÇÃO TÔNICA — Os músculos não ficam totalmente relaxados, eles sempre mantem um certo nivel de tônus muscular — O tônus não provoca uma movimento ou resistência do musculo, mas ajuda a: ➔ Manter firmeza e estabilidade das articulações ➔ Manutenção da postura ➔ Mantem o musculo pronto para responder a estímulos de contração — Se a pessoa estiver inconsciente ou anestesia geral, ou tiver lesionado nervosos do musculo, ela perde a capacidade de manter o tônus muscular CONTRAÇÃO FÁSICA — Tem 2 tipos de contração: ➔ CONTRAÇÕES ISOTÔNICAS: que o musc muda de comprimento. Tem 2 tipos CONTRAÇÃO CONCÊNTRICA: em o musculo diminui de comprimento por causa da contração das fibras CONTRAÇÃO EXCÊNTRICA: em que o musculo aumenta de tamanho por causa de uma contração, em que ele faz um relaxamento gradual e controlado enquanto aplica força ➔ CONTRAÇÕES ISOMÉTRICAS: o musc mantem o tamanho → não tem movimento, mas há aumento do tônus → importante para manter a postura vertical — Quando um musculo esta com uma contração concêntrica, o seu antagonista esta em contração excêntrica coordenada FUNÇÃO DOS MÚSCULOS — MÚSCULO AGONISTA OU PRIMARIO: é o principal musculo que produz um movimento especifico. Gastrocnêmico e o solium geram 93% da força de flexão do pé para o movimento de andar Giovanna de Freitas Ferreira – Medicina UFR – T5 — ANTAGONISTA: se opõe a ação do outro, se um faz flexão, o outro faz extensão, ... quando os agonistas contraem para fazer um movimento, os antagonistascontraem excentricamente, relaxando de modo gradual para fazer o movimento ser suave ➔ ANTAGONISTA PRIMARIO: bíceps e tríceps – um com função contraria ➔ ANTAGONISTA SECUNDÁRIO: junção de vários sinergistas que se opõe ao primário ➔ Fibulares anteriores abaixam a calcanha e os fibulares elevam a calcanha ➔ O equilíbrio entre o musculo em contração concêntrica e excêntrica (agonista e antagonista) gera a coordenação do movimento — FIXADORES: estabilizam alguma estrutura corporal através de contrações isométricas — SINERGISTAS: complementa a ação de um agonista, então auxilia ele a realizar um movimento especifico ou pode funcionar estabilizando uma articulação então o agonista contrai ➔ Ele torna o movimento mais favorável, pode ser tanto antagonista ou favorecer o movimento do agonista (dar soco e por agulha na linha) ➔ Fibulares posteriores profundos auxiliam os fibulares posteriores superficiais a fazer a flexão plantar - elevar o pé UNIDADE FUNCIONAL — A unidade estrutural de um musculo são suas fibras — A unidade funcional de um musculo são o seu neurônio motor e as fibras que ele controla — Dependendo da função do musculo, uma fibra nervosa poderá inervar um ou mais fibras musculares... NERVOS E ARTÉRIAS PARA O MUSCULO — A inervação de um musculo é muito constante — Os músculos com ação semelhante são contidos em um compartimento fascial comum, ou seja, todos os flexores estão juntos, todos os adutores estão juntos, ... — Geralmente, se o nervo inerva todos aqueles músculos com função comum — A vascularização pode ser muito variável – usar exemplo do plexo da mão, artérias diferentes podem vascularizar a msm estrutura – usar exemplo da mao SÍNDROME DO TÚNEL DO CARPO — O punho do carpo tambem pode ser chamado de RETINACULO DOS FLEXORES que é uma camada de tecido fibroso que reveste as estruturas do punho — A doença é definida como a compressão ou tração do nervo mediado do punho DELIMITAÇÕES — O TÚNEL DO CARPO é um túnel osteofibroso que é constituído pelos ossos do carpo — Delimitado pelo hamato, piramidal e psiforme na borda ulnar — Delimitado pelo escafoide, trapézio e tendão do flexor radial do carpo na borda radial — Base é formada por ligamentos do radio no carpo CONTEÚDO — Nele passam: ➔ Tendões dos músculos: Flexor profundo e superficial dos dedos Flexor longo do polegar ➔ Nervo mediano entre os 4 tendões do flexor profundo e 4 do superficial dos dedos O nervo mediado advem do plexo braquial, desce pelo braço na região anterior, até chegar no túnel do carpo Depois de passar pelo túnel do carpo, ele faz a distribuição de ramos para os 4 primeiros dedos • Inerva o 1º 2º 3º dedo e metade do 4º dedo • Inerva os músculos de oposição (abdutor curto do polegar, oponente do polegar, flexor curto do polegar) e os dois primeiros músculos lumbricais É responsável (junto com o nervo ulnar) pela força de preensão da mao (abrir e fechar) porque inerva os músculos flexores dos dedos Inerva quase todos os músculos da região anterior do antebraço (exceto flexor ulnar do carpo e porção medial do flexor profundo dos dedos) Na STC, vai haver dormência na região anterior dos 3 primeiros dedos e metade do 4º dedo e região posterior nas falenges distais dos 3 primeiros dedos e metade do 4º dedo FISIOPATOLOGIA — O nervo pode ser comprimido em dois locais: ➔ Parte proximal do túnel do carpo, por causa de uma flexão excessiva do punho ➔ Próximo do hamato — A compressão cria problemas na circulação da mao, podendo deixa-la com dormência — Lesões na bainha de mielina e axônio do nervo — Lesões no tecido fibroso de suporte do túnel ESTÁGIOS – CLASSIFICAÇÃO DE LUNDBORG — PRECOCE: inicial, tem sintomas durante a noite, como aumento da pressão dentro do túnel a noite, causando: ➔ Diminuição da ação dos músculos na região que auxiliam na drenagem de fluixos e do sangue venoso ➔ Estase venosa, diminuição do aporte de O2 e causar edema ➔ Esses sintomas passam logo quando o paciente movimenta o punho e os dedos, aliviando a compressão e permitindo drenagem do edema — INTERMEDIÁRIO: sintomas noturnos e diurnos, com: ➔ Edema permanente causando aumento da pressão no local ➔ Diminuição da bainha de mielina diminuindo a condução do impulso nervoso ➔ O movimento do punho e dedos ajuda a aliviar os sintomas por diminuir a pressão ➔ Contudo a bainha de mielina leva de semanas a meses para se refazer e por isso os sintomas tendem a voltar sempre — AVANÇADO: há sintomas permanentes, como: ➔ Interrupção da transmissão de impulsos nervosos para uma região por causa da degradação excessiva de axônios — Pode haver paralisia e parestesia, com sensação de formigamento e dor e espessamento da região Giovanna de Freitas Ferreira – Medicina UFR – T5 CAUSAS — Idiopática: frequente nas mulheres de 40-60 anos, pode acometer as duas mãos, pode ser por fatores genéticos ou hereditários, obesidade, ... — STC secundária: causada por: ➔ Condições que modifiquem a parede do carpo, como luxações, fraturas, artrose, artrite, entre outros ➔ Por movimentos repetitivos, pois a pressão no túnel do carpo aumenta com a extensão e flexão do punho e dos dedos CONDUTA 1. Avalia a anamnese, com testes provocativos e faz diagnostico diferencial 2. Determina a etiologia 3. Avalia a gravidade do caso por uso de testes, como teste de weber e da força dos músculos invervados pelo nervo mediano 4. Pode propor exames como eletroneuromiográfico 5. Propõe o tratamento — Não há padrão outro para diagnóstico TESTES — Os testes avaliam a integridade do nervo ➔ MÚSCULO FLEXOR PROFUNDO DE DEDO: pede para o paciente, com a mao estendida dorsalmente na mesa, flexionar a falange distal do 3º dedo ➔ MÚSCULO FLEXOR SUPERFICIAL: segura os 2,4 e 5 dedo e pede para flexionar a falange proximal do 3º dedo ➔ OPONÊNCIA DO POLEGAR: movimento de oponencia do polegar confirma a integridade do nervo mediano ➔ TESDE DE KILOH-NEVIN → PINÇA COM OS DEDOS: avalia a integridade de um ramo do nervo ulnar — TESTES MOTORES ESPECIFICOS PARA STC ➔ TESTE DE DURKAN: desliza-se o dedo na região do carpo por até 30s, aumentando a pressão no local e assim, os sintomas da STC podem se manifestar durante o teste – dor ou parestesia ➔ TESTE DE TINEL: percussão leve sobre o punho e isso causa uma compressão do nervo mediano, que pode causar uma parestesia na mao se positivo ➔ TESTE DE PHALEN: paciente faz flexão completa do punho, encostando os dorsos de ambas as mãos, por até 60 segundos, comprimindo o nervo mediano e causando, se positivo, parestesia na mao O phalen por ser feito invertido ➔ TESTE DE PALEY E MCMURPHY: aplica-se pressão próximo do nervo mediano a 1-2 cm acima da dobra do punho. Positivo se dor ou parestesia EXAME ELETRONEUROMIOGRÁFICO – ENMG — Permite detectar a condução sensitiva e motora do nervo mediano — Analisa a amplitude e duração de resposta motora e sensitiva — É um exame complementar, não essencial, usa-se quando se esta em duvida quanto ao diagostico e antes de decidir pela cirurgia — Geralmente identifica reduções da velocidade de condução dos impulsos na STC EPICONDILITE LATERAL — É uma lesão crônica nos tendões que se inserem no epicôndilo lateral caracterizada pela dor no cotovelo — No cotovelo, no osso do úmero há dois condilos, um medial e um lateral e nesse lateral é que se inserem diversos tendões dos músculos do punho — Esses tendões auxiliam no movimento de supinação do antebraço e extensão do punho — Quando há um excesso de tensão ou tração nessas estruturas, como napratica de esportes que usam raquete por exemplo, pode-se criar microlesoes nos tendões, — Há ruptura de fibras de colágeno — Proliferação de fibroblastos na região — Há uma cicatrização parcial no local da lesão e isso pode ocasionar danos permanentes para o tendão lesionado SINTOMAS — Dor ou sensibilidade sobre o epicôndilo lateral, que pode irradiar para os músculos extensores do antebraço — A dor pode piorar com o movimento do cotovelo e prejudicar a realização de atividades do dia-a-dia, como escrever, segurar um copo, escovar os dentes, ... ESTÁGIOS — INICIAL: há uma inflamação no local, por causa das microlesões, é reversível e não causa danos prolongados — SEGUNDO ESTAGIO: degeneração de parte do tendão por aumento e cicatrização da lesão — TERCEIRO ESTÁGIO: tendinose associada a alteração da forma ou estrutura do tendão (ruptura por exemplo) — QUARTO ESTÁGIO: é o mais grave e há presença de fibrose e calcificação do tendão DIAGNÓSTICO — É feita a anamnese para tentar identificar a causa da dor e em seguida é feito exame físico com vários testes que tentem induzir a dor no local para confirmar o diagnostico TESTES — TESTE DE COZEN: paciente mantem o cotovelo fletido em 90º, o medico posiciona o polegar na região do epicôndilo lateral, o paciente faz uma pronação do antebraço e em seguida uma extensão com desvio medial do punho. O medico estará com a mao sobre o carpo e fara resistência contra a extensão. Se ao estender o paciente referir dor na região de inserção dos tendões e o teste é positivo — TESTE DE MILLS: o cotovelo do paciente deve estar todo extendido e antebraço em pronação, medico com o dedo no epicôndilo lateral e com a outra mao forçará uma hiperflexao do punho e o paciente deverá resistir a isso. O teste é positivo se houver dor no epicôndilo direito BIBLIOGRAFIA HISTOLOGIA BÁSICA – TEXTO E ATLAS – JUNQUEIRA & CARNEIRO – 12º EDIÇÃO – CAP 10 ARTIGO - Síndrome do túnel do carpo – Anatomia, fisiologia, etiologia e diagnóstico – Michel Chammas – Revista brasileira de ortopedia – 2014 ARTIGO – Epicondilite Lateral – Comissao de Reumatologia Ocupacional – Publicado na sociedade brasileira de reumatologia – 2011 ARTIGO: Epicondilite lateral do cotovelo – DE Marcio Cohen – revista brasileira de ortopedia de 2012 MANUAL TÉCNICO – Diagnóstico, tratamento, reabilitação, prevenção e fisiopatologia das LER/DORT – ministério da saúde - 2001
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