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Universidade Estadual de Maringá Centro de Tecnologia Departamento de Tecnologia Engenharia Civil Introdução Á Engenharia Civil Amanda C. Mazaro Eduardo Q. Wagner Emily K. Machado Gregori Ehlers Higor L. Camilo REVITALIZAÇÃO DO RIO PORORÓ Mecanismos de tratamento das águas fluviais e esgoto no perímetro urbano e rural Umuarama – PR 2019 1 Amanda C. Mazaro Eduardo Q. Wagner Emily K. Machado Gregori Ehlers Higor L. Camilo REVITALIZAÇÃO DO RIO PORORÓ Mecanismos de tratamento das águas fluviais e esgoto no perímetro urbano e rural Trabalho apresentado como requisito desenvolvimento de projeto pelo Curso de Engenharia Civil da Universidade Estadual de Maringá Orientador: Prof. Me. João Henrique Freitas Umuarama – PR 2019 2 REVITALIZAÇÃO DO RIO PORORÓ Mecanismos de tratamento das águas fluviais e esgoto no perímetro urbano e rural Resumo Com base no sério risco que os rios do mundo vem passando, o melhor a ser feito é tomar uma atitude para que essa situação seja revertida. Nesse caso em questão trata-se da revitalização do Rio Pororó. Foi submetido a uma visita técnica para chegar nas cabíveis medidas a serem tomadas pelos responsáveis e são elas: construção da rede de esgoto, recuperar a arborização na beira de sua margem já que a mesma está quase inexistente, conscientização da população implantando a feira de reciclagem, ao qual foi criada com nada na necessidade de ajudar os moradores residentes nas margens do Rio Pororó é uma ecobarreira. Palavras-chave: Revitalização. Projeto. Rio Pororó. 3 1 INTRODUÇÃO No Brasil, hoje, mais de 86% da população vivem nas cidades. O problema é grave, pois a concentração se deu de forma desorganizada e muito rápida. O Brasil não preparou as cidades para receber essa demanda. O resultado foi catastrófico e tem gerado uma série de problemas concentrados, principalmente, nas periferias das grandes cidades. O estado de depredação dos rios urbanos é o retrato de tal situação, com suas águas poluídas e fontes de muitas doenças. Entre as causas desse abandono, podem ser citados o crescimento sem sustentabilidade, aliado à exploração imobiliária além dos limites da sustentabilidade do ambiente onde as cidades são erigidas. A poluição dos rios não é novidade na história da humanidade. Ao longo da linha do tempo do crescimento das atividades humanas são registradas diversas passagens relacionadas com a preocupação Revista Eletrônica de Gestão e Tecnologias Ambientais (GESTA) Gesta, v.1, n.1 – Garcias e Afonso, p.131-144, 2013 – ISSN: 2317-563X 132 da qualidade das águas dos rios. A cidade de Roma, em 300 a.C., já enfrentava problemas no abastecimento de água devido à poluição dos rios. Em 1388, o parlamento inglês votou a primeira lei nacional antipoluição do mundo: “não se deve lançar imundice nenhuma nos rios e ruas devendo os detritos serem lançados fora da cidade”. Servindo como meio de circulação e fonte de recursos, os rios promoveram a sobrevivência das civilizações e estreitaram a relação do homem com a água. Os rios aparecem com frequência na formação e no desenvolvimento das cidades desempenhando um papel fundamental na estruturação das paisagens urbanas atuais (PORATH, 2003). Historicamente, o homem usufruiu dos seus recursos para posteriormente escondê-los na cidade, que cresceu sem dar-se conta da importância do potencial ecológico e ambiental de seus rios. O crescimento urbano significou a destruição das características naturais que deleitam a alma humana (MUMFORD, 1998). A história das cidades e a falta de consciência dos cidadãos fazem com que vários dos rios urbanos pareçam lixeiras. A ausência de tratamento de esgoto e o descarte de poluentes industriais são os grandes responsáveis por essa situação. Abandonadas, as águas foram se tornando alvo de despejo de poluição e de ocupações irregulares e, onde a sua presença impossibilitava o desenvolvimento urbano, foram tampadas e esquecidas. Como resultado, os rios das cidades raramente são vistos conectados e vinculados a espaços verdes públicos, mas sim a fragmentação e a sobreposição dos sistemas de infraestrutura. 4 2 DESENVOLVIMENTO 2.1 Visita Técnica Após a realização da visita técnica com o intuito de observar o local, foi possível constatar que o bairro que interage com a margem do rio Pororó não possui rede de esgoto, entretanto, detém de um sistema de águas pluviais que, em épocas de seca nas quais o nível do rio encontra-se abaixo do normal, desaguam no mesmo. Além disso, o rio Pororó não é dotado de mata ciliar, tanto na área urbana, bem como na zona rural. Ademais, o agravante se dá no momento em que os moradores utilizam está água para consumo, haja vista que não há tratamento nas galerias de águas pluviais. Não apenas, a população possui um histórico de poluir o rio, tornando a situação cada vez mais danos. Figura 1: Rio Pororó Perímetro Urbano Fonte: https://www.hojeemdia.com.br/horizontes/rios-de-esgoto, (acesso em 27/09/2019). 5 Figura 2: Rio Pororó Perímetro Rural Fonte: https://www.docol.com.br/planetaagua/h2o/55-dos-rios-dos-estados-unidos-encontram-se- em-mas-condicoes/, (acesso em 27/09/2019). 2.2 Planejamento do Projeto Primeiramente, deverá haver a conscientização das crianças e adolescentes por meio de palestras educativas nas escolas, bem como, por intermédio de uma feira em prol da revitalização do rio, a qual será apresentada em um evento para toda sociedade. Neste evento será exposto o projeto de revitalização do rio Pororó que consiste na construção de uma Estação de Tratamento de Água e Esgoto que abrangerá o perímetro rural e urbano, limpeza e tratamento das águas do rio, reflorestamento da mata ciliar na área urbana e rural e a implantação de um ecossistema flutuante que manterá ele limpo. 6 2.2.1 Fluxograma Figura 3: Fluxograma: etapas da execução do projeto Fonte: Autoria própria 2.3 Execução 2.3.1 Feira de Reciclagem A feira baseia-se em um sistema de trocas, na qual o morador leva o lixo reciclável (embalagens, garrafas pet, eletrodomésticos ou móveis) e, recebe uma cédula autenticada feita pela prefeitura da cidade X. Está cédula poderá ser usada para ganhar um desconto no valor do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano), como forma de ajudar a população carente e manter o rio limpo. 7 Figura 4: Feira de Reciclagem Fonte: https://www.acif.org.br/tag/feira-da-reciclagem/, (acesso em 27/09/2019). 2.3.2 Estação de Tratamento de Água e Esgoto Haja vista que a zona citadina é dotada de galerias de águas pluviais, será necessária a instalação de uma tubulação de rede de esgotos apenas na zona agrícola, consequentemente, a construção da Estação de Tratamento de Água e Esgoto abrangendo ambas as localidades, a fim de que as águas que cheguem ao rio estejam limpas. Figura 5: Estação de Tratamento de Água Fonte: http://www.corsan.com.br/galeria-de-imagens-3, (acesso em 27/09/2019) 8 Figura 6: Estação de Tratamento de Esgoto Fonte: http://www.saaejacarei.sp.gov.br/index.php/socioambiental/estacao-de-tratamento-de-esgoto-central-sera-duplicada-com-investimento-de-r-25-milhoes, (acesso em 27/09/2019). 2.3.3 Ecobarreira Com o propósito de evitar o deslocamento de resíduos sólidos pelo leito, será implantada uma ecobarreira, composta por galões, cabos de aço e uma rede. Estas ecobarreiras serão empregadas ao longo do rio e o lixo acumulado será retirado do rio com apoio de barcos e terão a destinação correta. Figura 7: Ecobarreira Fonte: https://www.docol.com.br/planetaagua/h2o/55-dos-rios-dos-estados-unidos-encontram-se- em-mas-condicoes/, (acesso em 27/09/2019). 2.3.4 Mata Ciliar Segundo o Decreto nº 6514, de 2008, devido a largura do Rio Pororó ser de oito metros, a área preservada ao redor do rio deverá ser de trinta metros. A 9 recuperação da mata consistirá na plantação de espécies nativas com incidência em matas ciliares da região; bem como a alternância entre espécies pioneiras de rápido crescimento e espécies de crescimento tardio; espécies atrativas a fauna e por fim, espécies adaptadas às condições do solo. Ecossistema Flutuante Com o objetivo de manter as águas do rio filtradas, outrossim, o rio esteticamente atraente, será inserido no rio diversas ilhas artificiais detentoras de um ecossistema próprio, onde as bactérias presentes nelas farão o trabalho da limpeza do rio. Além disso, espécimes de peixes serão introduzidos no Rio Pororó, visando uma maior diversidade de fauna. Figura 8: Mata ciliar Fonte: https://www.gnrambiental.com.br/noticias/a-importancia-da-preservacao-das-matas-ciliares- para-a-qualidade-da-agua/, (acesso em 27/09/2019). 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES Ao longo do projeto, nota-se que houve uma grande melhora na qualidade de vida no rio devido a sua limpeza e revitalização, a qual percebe-se que o rio está mais limpo e apropriado para os nichos ecológicos presente. Além de uma sociedade mais feliz e consciente sobre os malefícios da poluição que podem causar nos rios e em sua cidade. A estação de tratamento de rede de água e esgoto, feira de reciclagem, ecobarreira, mata ciliar, foi de suma importância, pois ajudou no processo de revitalização do Rio Pororó e na infraestrutura sustentável da cidade, além de um processo de conscientização da sociedade rural e urbana. 10 Figura 9: Antes e Depois – Rio Pororó Fonte: http://kapitbisigparasailogpasig.com/, (acesso em 27/09/2019). 4 CONCLUSÃO Com base no exposto, pode-se concluir que o projeto de revitalização é de suma importância para o ecossistema local, além dos cidadãos da cidade X, pois garante a qualidade de vida urbana e rural com os projetos de execução. A partir disso, conclui-se que o sucesso de qualquer projeto de revitalização dependerá diretamente da integração e coordenação das diversas atividades e entidades envolvidas. A sociedade possui um papel determinante, sendo a dedicação e a paciência dos envolvidos elementos fundamentais, pois se trata de um processo demorado, mas que traz benefícios em longo prazo. Contudo, se faz importante salientar que os rios que são revitalizados não terão de volta as suas características originais com as quais a Natureza os fez, mas são rios que de fato possuirão nova vida, uma vida adaptada à realidade da cidade que o cerca. 11 4 REFERÊNCIAS Biomatrix Water – Floating Ecosystems. Disponível em: <https://www.biomatrixwater.com/floating-ecosystems/> Acesso em: 19 set. 2019. Braga, Fernando Pinto, Avaliação de Desempenho de Uma Estação de Tratamento de Água do Município de Juiz de Fora – MG. 2014. 70f. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2014. GESTA – Revista Eletrônica de Gestão e Tecnologias Ambientais. Disponível em: <https://portalseer.ufba.br/index.php/gesta/article/view/7111/4883>. Acesso em: 20 set. 2019 MORSCH, Maiara Roberta Santos.; MASCARÓ, Juan José.; PANDOLFO, Adalberto. Sustentabilidade urbana: recuperação dos rios como um dos princípios da infraestrutura verde. Ambient. Constr., dez 2017, vol.17, no.4. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S167886212017000400305> . Acesso em: 20 set. 2019. 52f. Monografia – Faculdade Centro Paulista de Ibitinga, Ibitinga, 2008. RICARDO, Valdir Paulo. Projeto de Recuperação de Matas Ciliares. 2008. RIO VERDE GANHA BARREIRA ECOLÓGICA PARA CONTER POLUIÇÃO NO SUL DE MG. G1. Disponível em: https://g1.globo.com/mg/sul-de- minas/noticia/2019/06/05/rio-verde-ganha-barreira-ecologica-para-conter-poluicao- no-sul-de-minas.ghtml. Acesso em: 19 set. 2019.