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DIRETRIZES CURRICULARES

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DIRETRIZES CURRICULARES E 
O CURRÍCULO NO BRASIL
PARECER CNE 11/2010
RES. CNE 4/2010
RES. CNE 7/2010
http://www.unipvirtual.com.br/material/2011/licenciatura/escola_curric_cultura/unid_2.pdf
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CURRÍCULO
Goodson (1997, p. 17) “o currículo escolar é um artefato social, concebido para realizar determinados objetivos humanos específicos”, “longe de ser um produto tecnicamente racional, que resume imparcialmente o conhecimento tal como ele existe num dado momento histórico, o currículo escolar pode ser visto como veículo e portador de prioridades sociais” (p. 79).
O currículo e o papel político da escola: “CONHECIMENTO É PODER e a circulação do conhecimento é parte da distribuição social de poder” (APPLE).
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CURRÍCULO, cf SACRISTAN (1998)
“ ’PROJETO SELETIVO DE CULTURA’, social, política e culturalmente determinado, que preenche a atividade escolar e se realiza na sala de aula conforme a escola se encontra configurada”; PROJETO [“GUIA” ‘ para a prática pedagógica do professor] por meio do qual a escola forma um tipo de indivíduo. 
Registro das recomendações oficiais, dos conteúdos de natureza conceitual, procedimental e atitudinal; e da análise e contribuição prática e teórica no âmbito escolar.
Por isso não pode se limitar a uma série de intenções ou orientações, mas deve levar em conta as condições reais nas quais o projeto irá se concretizar (COLL, 1994).
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Esquema curricular 
ou processo de construção do currículo:
Concepção e elaboração do currículo: 
currículo prescrito - LDB, Diretrizes Curriculares Nacionais: documentos de leis que fixam os conteúdos a serem desenvolvidos em cada nível de ensino;
currículo apresentado aos professores – livro didático; PCN, Referencial Curricular etc. guias/orientações para a construção dos projetos escolares. 
Concretização do currículo no espaço da escola: 
currículo moldado pelos professores – “plano de ensino” elaborado pelo professor 
currículo em ação – desenvolvimento em aula.
currículo realizado - conhecimentos construídos pelos alunos, profs e escola.
currículo avaliado – levantamento das necessidades.
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CURRÍCULO NO BRASIL
TRADIÇÃO CURRICULAR NO BRASIL: “A função primária do sistema de ensino é a de impor a legitimidade de uma determinada cultura, o que implica declarar o resto das culturas como ilegítimas, inferiores, artificiais, indignas”(Juliano, 1993).
Origem do campo curricular no Brasil: anos 1920 e 30; influência do pragmatismo/tecnicismo norte americano e europeu (Escola Nova). 
Primeiros vestígios: Reformas dos Pioneiros como Anísio Teixeira, Fernando de Azevedo.
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RELAÇÕES ENTRE ETNIA, EDUCAÇÃO E CURRÍCULO NO BRASIL
1) Predomínio da VISÃO EUROCÊNTRICA: europeia e cristã. TRADIÇÃO COLONIALISTA.
 
2) Século XIX – redução do cultural ao biológico
 
A ciência como instrumento de legitimação da superioridade europeia; apelo ao critério racial para a explicação das diferenças sociais entre os povos.
O darwinismo social : hierarquização das “raças superiores” e “raças inferiores”. 
O racismo e a xenofobia tornaram-se critérios para as relações sociais e, em decorrência, grupos minoritários, física e culturalmente diferentes, foram reduzidos a categorias de minorias étnicas ou raciais. 
Defesa da eugenia - teoria que defendia a seleção humana baseada nas leis genéticas.
 3) REFLEXOS SOBRE O PROCESSO ESCOLAR – eximiu da escola a tarefa de trabalhar com a diferenciação cultural.
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QUAIS AS IMPLICAÇÕES DESSAS VISÕES DE MULTICULTURALISMO CRÍTICO PARA O CURRÍCULO NO BRASIL?
A educação tem a responsabilidade de perpetuar a cultura (FORQUIN); contudo, a educação reelabora os conteúdos culturais -cultura hegemônica, legitimada pela escola. 
Papel histórico da escola: homogeneização e assimilação cultural.
O currículo não se limita a ensinar a tolerância e o respeito, mas a analisar os processos de produção das diferenças ante relações sociais de assimetria. Diversidade cultural não é obstáculo para a unidade dos movimentos sociais.
A “cultura das minorias” não é avessa à cultura nacional , que não deve ser confundida com a cultura hegemônica defendida pelos liberais.
Qual é o conceito de multiculturalismo utilizado na elaboração das propostas curriculares?
A problemática entre “cultura culta” e “culturas dominadas” e o desafio para a escola: incorporação da “cultura culta” pelas camadas populares, sem perder o vinculo com sua cultura de origem.
Interação cultural na escola como mecanismo de crítica e de autocrítica das diversas manifestações culturais; desvelar preconceitos e discriminações.
Função dialética: globalização/homogeneização e afirmação das diferenças culturais. Escola/educação/currículo são espaços não apenas de dominação, mas também de luta e contestação a favor das culturas dos grupos excluídos (classes, etnias, gênero). 
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Diretrizes Curriculares Nacionais
da Educação Básica
“Referências legais” que servem de orientações para a construção dos projetos pedagógicos das escolas; 
 “Diretrizes normatizadoras” do currículo escolar: princípios e concepções que definem os conteúdos mínimos que devem ser ensinados aos alunos na escola.
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica;
Diretrizes Curriculares Nacionais para a EI;
Diretrizes Curriculares Nacionais para o EF;
Diretrizes Curriculares Nacionais sobre a Educação das Relações Étnico-Raciais;
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Especial;
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação de Jovens e Adultos.
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CURRÍCULO cf RESOLUÇÃO CNE/CEB Nº 4/2010 (DCNEB)
Art. 13. O currículo [...]configura-se como o conjunto de valores e práticas que proporcionam a produção, a socialização de significados no espaço social e contribuem intensamente para a construção de identidades socioculturais dos educandos.
§ 2º Na organização da proposta curricular, deve-se assegurar o “entendimento de currículo” como “experiências escolares” que se desdobram em torno do “conhecimento”, permeadas pelas relações sociais, articulando vivências e saberes dos estudantes com os conhecimentos historicamente acumulados e contribuindo para construir as identidades dos educandos (grifos nossos).
CONHECIMENTO ACADÊMICO transformado, segmentado pelas Propostas Curriculares, pelos autores dos livros didáticos... 
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Educação Escolar Quilombola (RES.CNE 4/2010)
Art. 41. A Educação Escolar Quilombola é desenvolvida em unidades educacionais inscritas em suas terras e cultura, requerendo pedagogia própria em respeito à especificidade étnico-cultural de cada comunidade e formação específica de seu quadro docente, observados os princípios constitucionais, a base nacional comum e os princípios que orientam a Educação Básica brasileira.
Parágrafo único. Na estruturação e no funcionamento das escolas quilombolas, bem com nas demais, deve ser reconhecida e valorizada a diversidade cultural.
PERSPECTIVA MULTICULTURAL DE CURRÍCULO
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RES.CNE 7/2010 - DCNEF
Art. 16 Os componentes curriculares e as áreas de conhecimento devem articular em seus conteúdos, a partir das possibilidades abertas pelos seus referenciais, a abordagem de temas abrangentes e contemporâneos que afetam a vida humana em escala global, regional e local, bem como na esfera individual. Temas como saúde, sexualidade e gênero, vida familiar e social, assim como os direitos das crianças e adolescentes, de acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90), preservação do meio ambiente, nos termos da política nacional de educação ambiental (Lei nº 9.795/99), educação para o consumo, educação fiscal, trabalho, ciência e tecnologia, e diversidade cultural devem permear o desenvolvimento dos conteúdos da base nacional comum e da parte diversificada do currículo.
ABORDAGEM INTERDISCIPLINAR E TEMAS TRANSVERSAIS
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TRANSVERSALIDADE
A transversalidade é entendida como umaforma de organizar o trabalho didático‑pedagógico, em que “temas” e “eixos temáticos” são integrados às disciplinas e às áreas ditas convencionais, de forma a estarem presentes em todas elas. 
§ 5º A transversalidade difere da interdisciplinaridade e ambas complementam‑se, rejeitando a concepção de conhecimento que toma a realidade como algo estável, pronto e acabado. 
§ 6º A transversalidade refere‑se à dimensão didático‑pedagógica, e a interdisciplinaridade, à abordagem epistemológica dos objetos de conhecimento (BRASIL, 2010). 
forma de organizar o trabalho pedagógico numa abordagem interdisciplinar em que as áreas do conhecimento se interrelacionam
Ética
Saúde
Meio Ambiente
Orientação Sexual
Trabalho e Consumo
Pluralidade Cultural
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Configuração do Currículo do EF e EM
Base nacional comum: a Língua Portuguesa; a Matemática; o conhecimento do mundo físico, natural, da realidade social e política, especialmente do Brasil, incluindo‑se o estudo da História e das Culturas Afro‑Brasileira e Indígena, d) a Arte, em suas diferentes formas de expressão, incluindo‑se a música; a Educação Física; o Ensino Religioso (BRASIL, 2010). 
Parte diversificada: estudo das características regionais e locais, da cultura, da economia e da comunidade escolar, perpassando todos os tempos e espaços curriculares.
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RES.CNE 7/2010 – DCNEF 
ORGANIZAÇÃO DO CURRÍCULO POR CICLOS
Art. 30. Os três anos iniciais do Ensino Fundamental devem assegurar:
I – a alfabetização e o letramento;
II – o desenvolvimento das diversas formas de expressão, incluindo o aprendizado da Língua Portuguesa, a Literatura, a Música e demais artes, a Educação Física, assim como o aprendizado da Matemática, da Ciência, da História e da Geografia;
III – a continuidade da aprendizagem, tendo em conta a complexidade do processo de alfabetização e os prejuízos que a repetência pode causar no Ensino Fundamental como um todo ...
§ 1º Mesmo quando o sistema de ensino ou a escola, no uso de sua autonomia, fizerem opção pelo regime seriado, será necessário considerar os três anos iniciais do Ensino Fundamental como um bloco pedagógico ou um ciclo sequencial não passível de interrupção.
§ 2º Considerando as características de desenvolvimento dos alunos, cabe aos professores adotar formas de trabalho que proporcionem maior mobilidade das crianças nas salas de aula e as levem a explorar mais intensamente as diversas linguagens artísticas, a começar pela literatura ...
CICLOS
FLEXIBILIDADE
CONTINUIDADE
DIVERSIDADE
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DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO DAS RELAÇÕES ÉTNICO-RACIAIS E PARA O ENSINO DA HISTÓRIA E CULTURA AFRO-BRASILEIRA E AFRICANA E INDÍGENA 
 
LEI 10639/03
PARECER N.º CNE 003/2004
 RESOLUÇÃO Nº 1/2004
LEI 11645/08
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“CURRÍCULO PRESCRITO” para EB e ES: inclusão nos conteúdos de disciplinas e atividades curriculares e tratamento temático (EB e ES). Não se trata de inclusão de novas disciplinas.
Objetivo da Educação das Relações Étnico-Raciais: pluralidade étnico-racial e o respeito aos direitos legais e valorização de identidade.
Objetivo do Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana: reconhecimento e valorização da identidade, história e cultura dos afro-brasileiros, e igualmente a valorização das raízes africanas da nação brasileira, ao lado das indígenas, europeias, asiáticas.
Ensino sistemático de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na Educação Básica - Lei 10639/03: Educação Artística, Literatura e História do Brasil; além de pesquisas.
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PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS (PCNs) 
Introdução: justificações e fundamentos. 
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PCNs
REFERENCIAIS: “CURRÍCULO APRESENTADO” AOS PROFESSORES para a renovação e reelaboração da proposta curricular, de acordo com o projeto educacional de cada escola por meio de trabalho de corresponsabilidade. 
PROPOSTA FLEXÍVEL - diversidade sociocultural do País e a autonomia das equipes; não se trata de modelo curricular homogêneo e impositivo. 
RESPEITO ÀS DIVERSIDADES tendo como meta o ideal de uma crescente igualdade de direitos.
Composição: fundamentos e elementos curriculares(Caracterização das Áreas, Objetivos, Organização dos Conteúdos, Critérios de Avaliação e Orientações Didáticas). 
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Organização curricular
Organização: ÁREAS de conhecimento e integração por meio de TEMAS TRANSVERSAIS com a finalidade de PROBLEMATIZAR as questões sociais: ética, saúde, meio ambiente, orientação sexual e pluralidade cultural.
CONTEÚDOS como um MEIO - Possibilitar aos alunos o domínio de instrumentos que os capacitem a relacionar conhecimentos de modo significativo, bem como a utilizar esses conhecimentos na transformação e construção de novas relações sociais.
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REFERENCIAL CURRICULAR NACIONAL PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL - 1998.
Volume 1: Introdução
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CARACTERÍSTICAS
COMPONENTES CURRICULARES:
Os objetivos: intenções educativas e capacidades (e não comportamentos) que as crianças poderão desenvolver por meio do trabalho escolar; auxiliam na seleção de conteúdos e meios didáticos.
Educar - cuidados, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada.
Cuidar – valorizar e ajudar a desenvolver capacidades; demanda a cooperação de profissionais de diferentes áreas.
Brincar - apropriar-se de elementos da realidade imediata, por meio da imaginação e imitação. 
Conjunto de referências e orientações Pedagógicas.
Respeito à pluralidade e diversidade da sociedade. 
Proposta aberta, flexível e não obrigatória que poderá subsidiar a elaboração ou implementação de programas e currículos. 
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DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO ESPECIAL
2001
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CURRÍCULO
Segue as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Básica complementada com atividades que possibilitem acesso ao ensino, à cultura, à cidadania e à vida produtiva.
Em casos excepcionais, oferta de currículo funcional, com caráter pragmático, cf as atividades previstas nos parágrafos 1º., 2º., 3º., 4º. dos Artigos 26 e 32 da Lei 9394/96.
Currículo e Avaliação de caráter funcional.

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