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RECALQUES 1 – Introdução • Pode-se conceituar recalques, as deformações que ocorrem no solo quando submetidos às cargas. Essa deformação provoca movimentação na fundação que, dependendo da intensidade, podem resultar em sérios danos a superestrutura. • Caso o maciço de solo fosse homogêneo e todas as sapatas, por exemplo, fossem de mesmas dimensões e submetidas as mesmas cargas, os recalques seriam praticamente uniformes, mas a variabilidade do solo gera recalques desiguais. Além disso, o tamanho das bases das sapatas em um edifício podem variar, uma vez que as cargas são diferentes. • Em outras palavras, pode-se dizer que TODA ESTRUTURA SUPORTA UM CERTO RECALQUE ADMISSÍVEL. TODA FUNDAÇÃO RECALCA !! • As variações volumétricas são devidas às variações do volume de vazios dos materiais geotécnicos em termos de compressão do ar ou mesmo expulsão da água; • Quanto ao volume dos sólidos, este é considerado como constante, tendo a compressibilidade dos grãos desprezível quando comparada com a dos vazios. • Em geral, os recalques absolutos elevados de mesma ordem de grandeza podem ser tolerados. Entretanto, quando maiores os recalques absolutos, maiores os diferenciais. O controle dos recalques absolutos pode ser aceito como medida indireta para o controle de recalques diferenciais. 2. Recalques de fundações diretas Os recalques de uma fundação direta podem ser definidos como o deslocamento vertical, para baixo, da base do elemento de fundação em relação ao indeformável, sendo resultante basicamente das deformações que ocorrem no maciço de solo sob a ação da carga atuante. Segundo Cintra et al. (2003), os recalques apresentados pelas fundações superficiais podem ser classificados em: • Recalque total ou absoluto (ρ): deslocamento total e individual do elemento de fundação superficial; • Recalque diferencial ou relativo (δ): diferença entre os recalques totais de dois elementos de fundação circunvizinhos; • Distorção angular ou recalque diferencial específico (δ/l): calculado como a razão entre o recalque diferencial entre dois elementos de fundação e a distância (l) entre eles. Segundo Cintra et al. (2003), a grande variabilidade das características do subsolo, as estimativas das cargas provenientes da estrutura, a variabilidade das dimensões dos elementos de fundação faz com que a ocorrência de recalques diferenciais seja praticamente inevitável. Segundo estes autores, uma medida indireta dos recalques diferenciais pode ser feita a partir da determinação da magnitude dos recalques totais ou absolutos, que são formados por duas parcelas: ρ = ρc + ρi Onde: ρc: recalque por adensamento do solo; ρi: recalques imediatos. Os recalques por adensamento (ρc) são resultantes das deformações volumétricas dos solos, especialmente em argilas saturadas. Este tipo de recalque ocorre pela expulsão da água existentes nos vazios dos solos, que se dá ao longo de períodos de tempo prolongados e são calculados pela Teoria do Adensamento. Os recalques imediatos (ρi) são provenientes das deformações a volume constante, que ocorrem em um tempo muito curto, se comparado com aquele necessário para a ocorrência dos recalques por adensamento, ou seja, quase simultaneamente com a aplicação do carregamento. Os recalques imediatos são normalmente calculados pela Teoria da Elasticidade da Mecânica dos Solos, que considera o solo como um material elástico, hipótese esta bem razoável para níveis de tensão inferiores à tensão admissível dos solos.
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