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CONTAS DO ATIVO 
1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 4 
2. DEFINIÇÃO DE ATIVO .......................................................................................... 4 
3. RECONHECIMENTO ............................................................................................. 5 
4. MENSURAÇÃO ..................................................................................................... 6 
5. CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS ........................................................................... 7 
5.1. Circulante ..................................................................................................... 8 
5.2. Não circulante .............................................................................................. 9 
6. RESUMO DA AULA ............................................................................................. 10 
7. REFERÊNCIAS .................................................................................................... 11 
 
 
 
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AULA 3 
 
 
CONTAS DO ATIVO 
 
 
 
 Conceituar Ativo; 
Descrever os processos de mensuração e reconhecimento de 
ativos; 
 Apresentar as contas de Ativo. 
 
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1. INTRODUÇÃO 
A Contabilidade tem muitos termos próprios, que em nossa linguagem comum têm 
outros significados. “Ativo” é um exemplo desses termos. Em nossa linguagem do dia-a-dia 
utilizamos a palavra ativo para falar de algo que está em atividade. Em Contabilidade é 
possível fazer uma aproximação desse sentido, pois Ativo são os bens e direitos que fazem a 
entidade funcionar: o dinheiro com que ela opera, as máquinas que possui para produção, os 
boletos pendentes que ela tem para receber de clientes, dentre outras coisas. 
Nesta aula você verá o conceito de ativo, sua definição formal. Como os ativos são 
reconhecidos. Como eles são apresentados no Balanço Patrimonial. Quais as principais 
contas de ativo. 
 
 
2. DEFINIÇÃO DE ATIVO 
Em livros antigos e em simplificações da estrutura da contabilidade (como foi feito na 
aula na aula anterior) você encontra a definição: “Ativo é o conjunto de bens e direitos”. A 
definição não está incorreta, e foi a definição oficial por algum tempo. Mas, com a 
convergência das normas brasileiras às normas internacionais de contabilidade, as mudanças 
sociais que refletiram em mudanças no patrimônio (e, consequentemente nas necessidades 
informacionais dos usuários), essa definição foi ampliada. 
Ativo são recursos, ou seja, itens com potencial de serviços ou capazes de gerar 
benefícios econômicos, sobre os quais a entidade tem controle no presente, e esse controle 
resulta de um evento passado (compra, doação, desenvolvimento) CFC,2016, p. 27). 
FIQUE ATENTO 
 
Benefícios econômicos são entradas de dinheiro (caixa) ou reduções de 
desembolso, podendo ser originadas ao usar o ativo para produzir ou vender 
serviços ou ao trocar o ativo por outros recursos (alienação) (CFC, 2016), ao 
usá-lo para liquidar um passivo ou para distribuir aos proprietários da 
entidade (CPC, 2011). 
 
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Controle quer dizer que a entidade é capaz de utilizar o recurso (ou restringir 
o uso por terceiros) para gerar benefícios econômicos a serem utilizados nas 
suas atividades empreendedoras (CFC, 2016). Indicadores do controle são a 
propriedade legal, maneiras de assegurar o uso dos recursos, o direito ao 
potencial de serviços ou de geração de benefícios (CFC, 2016). 
O potencial de geração de benefícios econômicos ou serviços pode ser direto ou 
indireto, por meio dos direitos de uso (CFC, 2016). 
“O benefício econômico futuro incorporado a um ativo é o seu potencial em 
contribuir, direta ou indiretamente, para o fluxo de caixa ou equivalentes de 
caixa para a entidade. Tal potencial pode ser produtivo, quando o recurso for 
parte integrante das atividades operacionais da entidade. Pode também ter a 
forma de conversibilidade em caixa ou equivalentes de caixa ou pode ainda 
ser capaz de reduzir as saídas de caixa, como no caso de processo industrial 
alternativo que reduza os custos de produção.” (CPC, 2011, p. 23) 
Os ativos são geralmente (mas nem sempre) associados a gastos. Podem ou não ter 
forma física. Também podem, ou não, estar associados à propriedade legal (CPC, 2011). 
 
 
3. RECONHECIMENTO 
Como visto na aula anterior, um ativo deve ser incorporado à Contabilidade da entidade 
se os benefícios econômicos futuros dele provenientes são prováveis de fluir para a entidade 
e se o custo ou valor a ele associado puder ser mensurado com confiabilidade (CPC, 2011). 
 “Um ativo não deve ser reconhecido no balanço patrimonial quando os 
gastos incorridos não proporcionarem a expectativa provável de geração de 
benefícios econômicos para a entidade além do período contábil corrente. Ao 
invés disso, tal transação deve ser reconhecida como despesa na 
demonstração do resultado. Esse tratamento não implica dizer que a 
intenção da administração ao incorrer nos gastos não tenha sido a de gerar 
benefícios econômicos futuros para a entidade ou que a administração tenha 
sido mal conduzida. A única implicação é que o grau de certeza quanto à 
geração de benefícios econômicos para a entidade, além do período contábil 
corrente, é insuficiente para garantir o reconhecimento do ativo” (CPC, 2011, 
p. 30). 
 
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4. MENSURAÇÃO 
As mudanças recentes nas normas contábeis também envolveram as determinações 
sobre a mensuração. Anteriormente, o princípio do custo como base de valor e a máxima 
“custo ou mercado, dos dois o menor” figuravam como orientações gerais sobre a 
mensuração de elementos contábeis. Atualmente, não é identificada uma base de 
mensuração única no nível da estrutura conceitual que atenda melhor aos objetivos da 
mensuração para todos os eventos, elementos e condições (CFC, 2016). 
Aplicando as bases alternativas de mensuração que você viu na aula anterior às 
características dos ativos, tem-se as seguintes possibilidades: 
· Custo histórico: valor desembolsado (dinheiro) para comprar ou criar um ativo na 
época da compra ou criação. Após o reconhecimento inicial esse valor de entrada 
do ativo pode ser alocado como despesa de depreciação ou amortização, 
conforme os benefícios econômicos do ativo vão sendo consumidos ao longo de 
sua vida útil. Caso haja evidência de redução do valor recuperável do ativo, uma 
nova mensuração deve ser feita, reduzindo o valor do ativo ao valor recuperável 
(CFC,2016). 
· Valor de mercado – mensuração a valor corrente que representa o valor “pelo qual 
um ativo pode ser trocado entre partes cientes e dispostas, em operações em 
mercado aberto (sem barreiras que restrinjam as operações de mercado), ativo 
(ocorrem operações em que se pode avaliar o valor do ativo) e organizado (opera 
de forma confiável, com segurança, precisão e eficiência)” (CFC, 2016). 
· Custo de reposição ou substituição – mensuração a valor corrente, é menor valor 
de substituição do potencial de serviços do ativo. 
· Valor em uso – mensuração a valor corrente, representa “o valor presente, para a 
entidade, do potencial de serviços ou da capacidade de gerar benefícios 
econômicos remanescentes do ativo, caso este continue a ser utilizado, e do valor 
líquido que a entidade receberá pela sua alienação ao final de sua vida útil” (CFC, 
2016). 
Os ativos são registrados no patrimônio pelo preço pago por eles mais todos os gastos 
necessários para colocá-los em funcionamento. Parte do pressuposto (premissa) que o preço 
 
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acordado entre as partes (quem vendeu e quem comprou) é a melhor representação dos 
benefícios futuros que este ativopode gerar (uma boa aproximação de seu valor econômico, 
então). Não impede, entretanto, que alguns ativos tenham seu valor reavaliado no futuro, em 
condições previstas em normas contábeis (IUDÍCIBUS, 2009). 
EXEMPLIFICANDO 
 
A Empresa Vegeta, distribuidora de produtos hortifrúti, comprou uma caixa 
de tomates por R$ 70,00/caixa mais R$30,00 de frete. O custo desta 
mercadoria no estoque da Vegeta é de R$ 100,00. A empresa Nutritio adquiriu 
uma máquina para processamento de adubo vegetal por R$ 1.050,00, mais 
frete de R$ 250,00 e taxa de instalação de R$ 500,00. O registro dessa 
máquina na Contabilidade da Nutritio será de R$ 1.800 
 
5. CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS 
Para facilitar a leitura e interpretação do relatório contábil, as contas com as mesmas 
características, mesma natureza, são agrupadas. Assim, disponibilidades, por exemplo, reúne 
dinheiro em caixa, contas em banco e valores equivalentes. Máquinas, veículos e 
equipamentos são semelhantes por têm vida útil extensa e são utilizados nas atividades e não 
para comercialização, por isso, são agrupados (MARION, 2004). 
Além disso, os elementos aparecem no relatório na ordem de sua liquidez, ou seja, a 
facilidade com que podem ser convertidos em dinheiro. Isso é feito considerando os 
conceitos de curto e longo prazo. Em Contabilidade, curto prazo diz respeito ao período de um 
ano. Longo prazo considera 
EXEMPLIFICANDO 
 
Na data de 31 de Dezembro de 20X0 as contas a receber de clientes que 
vencerão até o dia 31 de Dezembro de 20X1 são consideradas recebíveis no 
curto prazo. As contas a receber de clientes após 31 de Dezembro de 20X1 
(ou seja, em prazo maior do que 365 dias), são consideradas de longo prazo. 
 
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5.1. Circulante 
Um item é classificado como Ativo Circulante se (CPC, 2009): 
a. É esperado que o ativo seja realizado ou se pretende vende-lo ou consumi-lo 
durante o ciclo de operações normal da entidade; ou 
b. A intenção é de manter o ativo para negociação; ou 
c. É esperado que o ativo seja realizado no curto prazo (período de até doze meses 
após a data de apresentação do relatório contábil); ou 
d. O ativo for caixa ou equivalente de caixa. 
São itens do Ativo Circulante: 
· Disponibilidades – disponibilidades e outros valores que podem ser 
transformados em dinheiro em curto prazo, livre de riscos. São mantidos para 
cumprir compromissos de curto prazo e não para investir. Compreende os fundos 
fixos de caixa, caixa flutuante, contas bancárias de livre movimentação e 
aplicações de liquidez imediata. Mas, atenção, contas bancárias com saldo 
negativo não são ativos, são uma dívida com o banco, portanto, Passivos 
(FIPECAFI, 2010). 
· Contas a receber – também chamadas de duplicatas a receber, são geralmente 
decorrentes de vendas a prazo para clientes. Um ponto importante é o 
reconhecimento de estimativas de perdas no recebimento de créditos por causa 
de devedores duvidosos. Elas dão ao usuário uma informação do real valor que se 
espera desse ativo (FIPECAFI, 2010). 
· Estoques – ativos mantidos para venda, em produção para venda ou utilizados na 
produção para venda nas operações normais da empresa. De acordo com a 
natureza das atividades da empresa (se comercial, industrial ou de serviços), pode 
ser subdividido em: produtos acabados, mercadorias para revenda, produtos em 
elaboração, importações em andamento, entre outros. 
Outras contas de Ativo Circulante são os Ativos Especiais – softwares, dados e outros 
ativos que podem ser vendidos mais de uma vez – e as despesas antecipadas – pagamentos 
efetuados pela entidade referente a benefícios que serão utilizados nos próximos doze meses 
(FIPECAFI, 2010). 
 
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5.2. Não circulante 
Os demais itens que não se encaixam nos critérios de classificação de Ativos 
Circulantes são considerados Ativos Não Circulantes, que reúne subclassificações: Realizável 
a Longo Prazo, Investimentos, Imobilizado e Intangível. 
· Realizável a longo prazo – em geral, reúne contas de natureza semelhante às do 
Ativo Circulante, mas de realização após o término do exercício seguinte (doze 
meses). Reúne, portanto, despesas antecipadas cujos benefícios serão 
consumidos no longo prazo, investimentos temporários a longo prazo, créditos e 
valores a longo prazo. 
· Investimentos de caráter permanente – são aqueles que a entidade deseja manter 
para produzir benefícios da sua manutenção e não de sua negociação em 
mercado. Reúnem participações permanentes no capital social de outras 
entidades e outros direitos não circulantes e não relacionados à operação da 
empresa (FIPECAFI, 2010). 
· Imobilizado – bens físicos (corpóreos) utilizados nas atividades da empresa para 
produzir ou fornecer produtos e serviços, incluindo os que decorrem de operações 
que transferem à empresa os benefícios, riscos e controle relacionados a esses 
bens, que se espera utilizar por mais de um ano. São considerados imobilizados 
os veículos, máquinas, móveis, terrenos, obras civis, imóveis (FIPECAFI, 2010). 
FIQUE ATENTO 
 
Esses bens, apesar de serem utilizados por mais de um ano, têm vida útil 
definida. Assim, seguindo o princípio da continuidade, o consumo desses 
ativos (custo) deve ser alocado de forma sistemática durante os anos de uso. 
O mecanismo que faz essa apropriação da vida útil econômica de acordo 
com os benefícios gerados em cada exercício é a Depreciação (ou 
Amortização, dependendo do bem que está sendo consumido), cujo efeito 
acumulado apresentado aparece no Balanço Patrimonial reduzindo o saldo 
do item a que está relacionada. (FIPECAFI, 2010). 
· Intangível – são bens não monetários identificáveis ou direitos associados a bens 
incorpóreos (sem substância física) utilizados nas atividades da empresa para 
 
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produzir ou fornecer produtos e serviços. Reúne Marcas e Patentes, Direitos de 
exploração de recursos naturais, e gastos com desenvolvimento de produtos caso 
a empresa comprove que: a conclusão do ativo é tecnicamente viável; há intenção 
e capacidade de concluí-lo para usá-lo ou vende-lo; há probabilidade de fluírem 
benefícios econômicos futuros; seja possível mensurar com segurança o valor do 
ativo. 
 
 
6. RESUMO DA AULA 
Nesta aula você conheceu o Ativo, o conjunto de bens e direitos que a entidade 
controla e que tem expectativa de geração de benefícios futuros e que é onde a entidade 
aplica seus recursos. Você aprendeu que há diferentes bases de mensuração que podem ser 
utilizadas, e viu que as contas de ativo se dividem em Ativo Circulante e Ativo Não-Circulante 
e são organizadas no Balanço Patrimonial por ordem de liquidez: as que aparecem primeiro 
são as que podem ser convertidas em dinheiro mais rapidamente. 
 
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7. REFERÊNCIAS 
FIPECAFI. Manual de contabilidade societária: aplicável a todas as sociedades. 1ª ed. São 
Paulo: Atlas, 2010. 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC PME - Contabilidade para Pequenas e 
Médias Empresas com Glossário de Termos. Brasília: 2009. Disponível em: 
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/392_CPC_PMEeGlossario_R1_rev%2011_alt.pdf. 
Acesso em 13/07/2018. 
COMITÊ DE PRONUNCIAMENTOS CONTÁBEIS. CPC 00 (R1) – Pronunciamento conceitual 
básico: estrutura conceitual para elaboração e divulgação de relatório contábil-financeiro. 
Brasília: 2011. Disponível em: 
http://static.cpc.aatb.com.br/Documentos/455_CPC00%20Pronunciamento.pdf. Acesso em 
13/07/2018. 
CONSELHO FEDERAL DE CONTABILIDADE. Aprova a NBC TSP Estrutura Conceitual e 
Divulgação de Informação Contábil. Norma Brasileira de Contabilidade, NBC TSP Estrutura 
Conceitual, de 23 de setembro de 2016. Brasília: 2016. Disponível em: 
http://www1.cfc.org.br/sisweb/SRE/docs/NBCTSPEC.pdf.Acesso em 13/07/2018. 
MARION, José Carlos. Contabilidade Básica. 7ª ed. São Paulo: Atlas, 2004. 
RIBEIRO, Osni Moura. Contabilidade Geral Fácil. 7ª Ed. São Paulo: Saraiva, 2010. 
 
 
 
 
 
12 
 
 
	1. INTRODUÇÃO
	2. DEFINIÇÃO DE ATIVO
	3. RECONHECIMENTO
	4. MENSURAÇÃO
	5. CLASSIFICAÇÃO DAS CONTAS
	5.1. Circulante
	5.2. Não circulante
	6. RESUMO DA AULA
	7. REFERÊNCIAS

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