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PSICOSES INFANTIS

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FACULDADE DE DESENVOLVIMENTO DO NORTE
Credenciamento e Autorização de Funcionamento pelo Ministério da Educação
Portarias Ministeriais Nº 1.411, de 09 de novembro de 2017 e Nº 1.172, de 13 de novembro de 2017
PROJETO INTEGRADOR
PSICOSES INFANTIS
SÃO FRANCISCO- MG
28/10/2019
Psicose Infantil
Na tentativa de conceituar a psicose infantil, em 1960, um grupo de psiquiatras britânicos buscou oferecer critérios para o diagnóstico da psicose em crianças tais como: o relacionamento prejudicado com as pessoas, confusão de identidade pessoal e inconsciência do eu, preocupação anormal com alguns objetos, resistência a mudanças no ambiente, diminuição ou aumento de sensibilidade aos estímulos sensoriais, reação de ansiedade excessiva ou ajuda em resposta à menor mudança, perturbação da linguagem e da fala, perturbações da motilidade (hiper ou hipoatividade), desempenho assimétrico nos testes de inteligência com área de funcionamento normal a superior intercalada com áreas de atraso no desenvolvimento intelectual. Em 1970, Ajuriaguerra na 1ª edição do manual de psiquiatria infantil definiu a psicose infantil como um transtorno de personalidade dependente de um transtorno da organização de eu e da relação da criança com o meio ambiente.
Tradicionalmente os psiquiatras definem o termo psicose como um distúrbio no sentido da realidade. Em contrapartida, numa visão psicodinâmica a psicose seria uma desorganização da personalidade podendo então ser compreendida como uma confusão entre o mundo imaginário e perceptivo na ausência do Ego (Freud), estrutura limitante entre esses dois mundos. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o Distúrbio Autista é cerca de três vezes mais comum em meninos que em meninas. Em relação a população em geral, é de cinco em cada dez mil pessoas. Para Grunspun (1999), as estimativas epidemiológicas da prevalência da esquizofrenia com início na infância não são precisas e são calculadas na população infantil em torno de 0,04%. A incidência é, em crianças, acima de sete a oito anos de idade e é igual para os dois sexos.
Em psicose infantil, a classificação encontra dificuldades devido às divergências de pensamento sobre seu conceito entre os estudiosos. Para superar esses obstáculos, recorre-se a classificações multiaxiais (CID - 10 e DSM - III), um sistema baseado num enfoque biopsicosocial e sua etiologia relacionada é puramente descritiva.
Há algum tempo, as classificações gerais das doenças mentais não mencionavam as psicoses infantis. A primeira vez que a classificação internacional considerou os distúrbios psicopatológicos próprios da criança foi em 1979 (CID 9), propondo os seguintes títulos: Autismo infantil (síndrome de Kanner); Psicose desintegrativa (síndrome de Heller); Psicoses infantis atípicas; essa classificação parece já ultrapassada. 
Os autores da DSM – III (1980) classificam as psicoses da criança sob a denominação “Distúrbios difusos do desenvolvimento”, preferem não utilizar o termo “psicose”, fundamentados nas diferenças semiológicas importantes entre as psicoses do adulto e da criança. Dividem o título em três itens: Autismo infantil; distúrbios difusos do desenvolvimento com início na infância; Distúrbios atípicos do desenvolvimento.
A psicose adulta e a psicose infantil são diferentes uma da outra. Nos adultos, costuma apresentar-se em diversas forma clínicas, como esquizofrenia, alterações mentais, ou como era chamada no passado: psicose maníaco-depressiva (sem confundir com transtorno bipolar). A psicose infantil costuma apresentar-se como autismo. Há autores que os consideram sinônimos, outros não, porque o autismo ocorre habitualmente desde o nascimento, e a psicose pode desenvolver-se mais tarde. Além disso, na psicose infantil não ocorrem delírios e alucinações, já que isto exige um nível de desenvolvimento que as crianças não possuem.
Como a psicose se apresenta na infância?
A psicose que se apresenta na infância de forma precoce (antes dos seis anos), costuma aparecer da seguinte forma: Autismo, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo da infância e transtornos globais do desenvolvimento (TGD).
A psicose que se apresenta na infância mais tardia (dos 6 aos 12 anos), costuma se apresentar como: psicose tardia aos 5 a 6 anos, psicose dos 10 a 11 anos, psicose com transtornos delirantes.
Quais os sintomas da psicose na primeira infância?
Durante o primeiro ano de vida, os pais descrevem seus filhos como bebês “fáceis”, que não choram, não distorcem, não mostram interesse pela figura adulta e que se mostram felizes quando estão sozinhos. Ausência de sorriso e ausência de ansiedade diante de estranhos (apresentando-se como autismo).
Durante o segundo e o terceiro anos de vida não apresentam contato com o meio, nem mesmo com a mãe, que sente como se seu filho não a reconhecesse. O olhar da criança é “vazio”, como se estivesse ausente. O adulto pode sentir-se vigiado, como se seu filho o olhasse de canto de olho. A criança utiliza os objetos com manipulações repetitivas e estereotipadas. As figuras humanas podem desencadear agressividade e ela as rasga. Pode aparecer o sintoma do cubo que queima (toca um objeto e retira a mão rapidamente). Não apresenta relações com outras crianças, bem como com os adultos, apenas os manipula como se fossem objetos. É indiferente ao jogo. Potencializar a relação entre iguais pode ocasionar crises violentas. Não pede colo (característica do autismo).
Sintomas durante o desenvolvimento
Condutas motoras. Gestualidade pouco habitual para a idade, comportamentos motores específicos como as estereotipias (movimentos repetitivos), instabilidade com muita agitação no movimento (subir a mesas ou cadeiras, por exemplo), gestos desajeitados. Não há ajuste postural.
Transtornos intelectuais. Nem sempre precisa estar acompanhado de atraso mental.
Transtornos da linguagem. Pode apresentar total ausência de linguagem ou mesmo atraso da fala, ainda que habitualmente seja pouco compreensível (autismo). Cantoria, distorção da linguagem, estereotipias verbais, quando há uma linguagem satisfatória, podem apresentar regressões na fala. Linguagem atrasada ou particular. Dá a sensação de estar surdo. Em todas as situações, a linguagem não costuma ser com uma função comunicativa, embora algumas vezes a criança psicótica possa obedecer ordens simples.
Afetividade. Variações rápidas do humor, angústia aguda, ansiedade, crise de riso, intolerância à frustração, crises agressivas. Resistência à mudança.
Condutas mentalizadas. Rituais, raramente delírios normalmente associados ao corpo ou temas ambientais.
Outros transtornos associados
Distúrbios do sono;
Transtornos alimentares;
Transtornos esfincterianos (enurese, por exemplo) e;
Possíveis epilepsias.
Não há como negar, portanto, que a psicose infantil nos coloca diante de dificuldades que não encontramos no tratamento das psicoses no adulto. A dificuldade no tratamento analítico da psicose infantil está no fato de muitas dessas crianças não falarem. Pode-se, por exemplo, deduzir que uma criança esteja alucinando, quando se abaixa para pegar no chão um pedacinho de alguma coisa que não estamos vendo, ou quando seu olhar se dirige apavorado para um canto da sala. Os psicanalistas estão habituados a perseguir significantes verbais e não comportamentos, embora isso não impossibilite o tratamento. Dificulta-o, porém. 
A educação das crianças psicóticas
No entanto, até há bem pouco tempo, a educação das crianças psicóticas era uma tarefa que permanecia em suspenso, aguardando os benefícios de um tratamento analítico, que sabemos ser longo e difícil. Hoje, o panorama está 'mudando: sabe-se que um psicótico pode estar funcionando como deficiente, mas isto não o impede de construir ilhas de inteligência. Propor, de outro lado, uma educação tradicional, que busque apenas a introdução da leitura e da escrita em seu valor puramente instrumental e adaptativo, não resolve o problema. Caso isto fosse suficiente, bastaria
colocar as crianças psicóticas em escolas, e a reversão espontânea de seu quadro estaria garantida.
Por isso, o modelo da pré-escola terapêutica propõe-se a preparar as crianças para a escolarização regular oferecendo educação e tratamento integrados. Isto significa que, nesta proposta, as palavras do código e as produções da cultura estarão sendo apresentadas de modo a permitir que a criança se aproprie singularmente deste material e faça advir daí algo que adquira valor significante.
Transmitir o conhecimento, desta perspectiva, abre uma chance, por exemplo, para a saída das estereotipias, que são emergências de fala decaídas por falta de lastro significante, ou, na expressão de Laznik-Penot (1996), ruínas de antigos castelos. Nesta perspectiva, oferece-se o conhecimento não apenas em sua dimensão instrumental, mas como possibilidade de que este seja utilizado para separá-lo do gozo intrusivo do Outro. E, sobretudo, um instrumento acionado na suposição de que está ali um sujeito.
Nesse tipo de proposta educacional, é inequívoca a presença da Psicanálise. Mais que isto, uma não existiria sem a outra. Aqui, abandona-se a discussão em torno da impropriedade de levar a Psicanálise às escolas, bem como o esforço de traçar fronteiras entre atos que já se sabem ser tão díspares como o pedagógico e o analítico. Não se pretende de modo algum analisar um aluno, e sim entender que, sem educação, não haverá tratamento, e vice-versa. Ambos são esforços que visam atingir, através de práticas diferentes, o mesmo alvo: o sujeito.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
https://casule.com/como-a-psicose-se-apresenta-na-infancia/
https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/artigos/enfermagem/psicose-infantil/13564
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