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75 UNIDADE 3 EstrEssE E DoENçA Objetivos • Compreender o que é estresse e analisar o seu efeito no nosso organismo. • Interpretar os modelos de estresse e doença. • Descrever as estratégias de enfrentamento diante do estresse. • Analisar o estresse relacionado com o trabalho e a síndrome de burnout. Conteúdos • Estresse e doença: mecanismos fisiológicos e enfrentamento. • Adoecimento no trabalho. Orientações para o estudo da unidade Antes de iniciar o estudo desta unidade, leia as orientações a seguir: 1) O estudo do estresse e do enfrentamento é um exemplo perfeito sobre a compreensão da saúde segundo o modelo biopsicossocial. Esse modelo foi estudado na 76 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA nossa primeira unidade. Relembre o seu conteúdo e pense sobre isso durante o seu estudo. 2) Lembre-se sempre de tirar suas dúvidas com seus tutores, pois eles estão preparados para auxiliá-los no processo de aprendizagem. 3) Aprimore seu estudo com pesquisas e leitura das referências bibliográficas da unidade e Conteúdos Digitais Integradores. 77© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 1. INTRODUÇÃO Nesta unidade, estudaremos o efeito do estresse sobre a nossa saúde. Vamos discutir sobre formas como o estresse se manifesta em nosso corpo e como interage com nosso organismo, facilitando o aparecimento de doenças. De fato, o estresse é hoje um sério problema de saúde. Ele está relacionado às seis principais causas de morte – doença cardíaca, câncer, complicações pulmonares, acidentes, cirrose do fígado e suicídio. Isso mostra o impacto do estresse em nossa sociedade e a necessidade de ampliar a compreensão sobre ele. Estudaremos, também, as estratégias mais utilizadas para o enfrentamento do estresse e como este pode estar associado ao nosso trabalho. 2. CONTeúDO BásICO De RefeRêNCIa O Conteúdo Básico de Referência apresenta de forma sucinta os temas abordados nesta unidade. Para sua compreensão integral, é necessário o aprofundamento pelo estudo dos Conteúdos Digitais Integradores. 2.1. estresse Vamos compreender o que é o estresse. Esse termo, que se popularizou muito nos últimos tempos, tem sido muito usado para descrever inúmeras condições do nosso organismo, tais como cansaço, preocupação ou mesmo nervosismo. No entanto, o estresse vai além dessas situações. Trata-se de um mecanismo fisiológico do organismo, com componentes psicológicos, físicos, 78 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA mentais e hormonais, que ocorre quando surge a necessidade de uma adaptação a um evento ou situação de importância (MIYAZAKI et al., 2011). Assim, o estresse [...] caracteriza uma reação fisiológica do organismo sem o qual nós, nem os outros animais, teríamos sobrevivido. Se nosso antepassado das cavernas não reagisse imediatamente, ao se deparar com uma fera faminta, não teria deixado descendentes Nós existimos porque nossos ancestrais se estressavam, isto é, liberavam uma série de mediadores químicos (o mais popular é a adrenalina), que provocavam reações fisiológicas para que, diante do perigo, enfrentassem a fera ou fugissem (FAMILIA. COM.BR, 2015). Em outras palavras, o estresse é o responsável pelas nossas reações de luta e fuga (MELLO, 1995). A palavra “estresse” é, algumas vezes, usada para descrever uma situação ou um estímulo ameaçador e, em outras, para descrever a resposta a uma situação. Por exemplo, quando uma pessoa está sofrendo pressão no trabalho, dizemos que ela está sob estresse (estímulo), mas se esta mesma pessoa apresenta dificuldades para se concentrar ou fadiga, dizemos que ela se encontra estressada (resposta). A Psicologia da Saúde distingue as propriedades de estímulo do estresse de suas propriedades de resposta. Os estressores são estímulos ou eventos que desencadeiam adaptações de enfrentamento. A tensão refere-se às respostas físicas e emocionais que acompanham a percepção que a pessoa tem dos estressores. O estresse é assim definido de forma mais completa como um processo pelo qual alguém percebe e responde a eventos que são julgados como desafiadores ou ameaçadores (STRAUB, 2005). 79© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA Modelo Transacional do estresse Richard Lazarus e colaboradores (1993) propuseram o modelo transacional (ou relacional) do estresse, que descreve o estresse como um processo. A ideia fundamental desse modelo é de que não podemos compreender completamente o estresse examinando eventos ambientais (estímulos) e pessoas (respostas) como entidades separadas; em vez disso, devemos considerá-los em conjunto, como uma transação, na qual cada indivíduo deve ajustar-se de forma contínua aos desafios encontrados (STRAUB, 2005). Segundo o modelo transacional, o processo do estresse é desencadeado sempre que os estressores excedem os recursos pessoais e sociais que o indivíduo é capaz de mobilizar para enfrentar o estresse. Por exemplo, uma pessoa que perde seu emprego, mas conta com apoio familiar ou com outra fonte de renda, vivenciará o estresse de forma muito diferente do que uma pessoa que fica desempregada sendo o único provedor de sua família. Quando os recursos disponíveis para enfrentar ou se adaptar às situações estressantes não estão disponíveis, o estresse é vivenciado de forma mais intensa. Por um lado, se os recursos de enfrentamento são suficientemente fortes, não há estresse, mesmo que para outra pessoa a situação pareça insuportável. Por outro lado, se os recursos de enfrentamento são fracos e ineficazes, o estresse ocorre, mesmo que para outra pessoa a demanda da situação possa ser cumprida com facilidade. Uma gestação pode ser uma ótima notícia ou uma situação complicada, por exemplo. Do mesmo modo, algumas pessoas vivenciam tratamentos invasivos, como a realização de uma cirurgia, de forma tranquila e positiva, enquanto outras pessoas sofrem bastante e até mesmo 80 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – ESTRESSE E DOENÇA deprimem por causa do procedimento. O nível de estresse dependerá dos recursos de enfrentamento. É muito comum observar isso no ambiente hospitalar, no qual algumas pessoas recebem diagnósticos graves, como um tumor avançado ou uma doença neurodegenerativa, e ainda assim reagem de forma positiva e esperançosa. Por outro lado, alguns pacientes que recebem diagnósticos menos graves e com chances de resolução, muitas vezes reagem de forma desesperada e com muita ansiedade. Não é apenas o evento que determina o estresse, mas também os recursos de enfrentamento que a pessoa dispõe. Quando as demandas de um evento ou situação criam estresse, a resposta não é estática, ao contrário, envolve interações e ajustes contínuos, chamados de transações, entre o ambiente e as tentativas de enfrentar o estresse. Cada indivíduo é agente ativo que pode alterar o impacto de um estressor em potencial por meio da utilização dos recursos disponíveis (STRAUB, 2005). 81© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA Os autores desse modelo acreditam que as transações entre o indivíduo e seu ambiente são motivadas pela avaliação cognitiva que o mesmo faz de um possível problema. Esta avaliação inclui analisar inicialmente se a situação ameaça o bem-estar do indivíduo, em seguida, se existem recursos pessoais suficientes disponíveis para lidarcom a demanda e, por último, se a estratégia da pessoa para lidar com a situação ou evento está funcionando. Quando uma pessoa enfrenta um evento potencialmente estressante, realiza uma avaliação primária para determinar o significado do evento: será que essa situação me causará problemas? O resultado dessa avaliação é a interpretação do evento de três maneiras: • irrelevante; • benigno positivo; • desafiador ou ameaçador. Uma vez que um evento tiver sido avaliado como desafio ou ameaça, a avaliação secundária responde à questão: o que posso fazer para lidar com essa situação? Nesse sentido, a pessoa avalia suas capacidades de enfrentamento para determinar se elas serão adequadas para enfrentar o desafio. Se os recursos são considerados adequados, pouco ou nenhum estresse ocorre. Quando uma ameaça ou desafio é grande e os recursos de enfrentamento são baixos, é provável que haja estresse. Com a reavaliação cognitiva, a pessoa atualiza constantemente sua percepção de sucesso ou falha ante um desafio ou uma ameaça (STRAUB, 2005). Para melhor compreensão, observe o exemplo na Figura 1: 82 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – ESTRESSE E DOENÇA fonte: Acervo do autor. Figura 1 Modelo transacional do estresse. A avaliação cognitiva nem sempre resulta em menos estresse; às vezes, ela aumenta o estresse. Um evento que originalmente era avaliado como benigno ou irrelevante pode rapidamente assumir um caráter ameaçador se a resposta de enfrentamento fracassa ou se o indivíduo começa a ver o evento de maneira diferente (STRAUB, 2005). 83© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA O modelo transacional de Lazarus e colaboradores (1993) tem três implicações importantes: em primeiro lugar, as situações ou eventos não são inerentemente estressantes ou não-estressantes, qualquer situação ou evento pode ser avaliado (e experimentado) como estressante por uma pessoa, mas não por outra. Em segundo, as avaliações cognitivas são extremamente suscetíveis a alterações em humor, saúde e estado motivacional. Pode-se interpretar o mesmo evento ou situação de maneiras muito diferentes em ocasiões separadas. Em terceiro lugar, algumas evidências sugerem que a resposta de estresse do corpo é aproximadamente a mesma, mesmo que a situação seja realmente experimentada ou apenas imaginada. Isso significa que até avaliações lembradas ou imaginadas de uma situação podem produzir resposta de estresse (STRAUB, 2005). É de extrema importância compreender esse caráter relacional do estresse. Como profissional de saúde você encontrará pacientes em situações de enfermidades já instaladas, em exames diagnósticos, em preparação para procedimentos invasivos e, muitas vezes, pacientes em estados terminais. Você logo perceberá que a forma como cada um reage a essas situações será muito diferente de caso para caso. Isso ocorre porque os recursos de enfrentamento disponíveis naquele momento podem ou não ser suficientes para amenizar o estresse. Cabe à equipe de saúde compreender as diferenças individuais presentes no processo de enfrentamento e facilitar a expressão e a comunicação dos sentimentos vivenciados. Os efeitos do estresse A reação geral do corpo ao estresse é regulada pelo sistema nervoso central (MELLO, 1995). São muitos os efeitos do estresse 84 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA sobre o nosso organismo, entre eles, os mais comumente relatados são: 1) Queda na produtividade – o sujeito percebe maior dificuldade para efetuar tarefas que antes realizava com facilidade. 2) Confusão mental – o raciocínio pode ficar mais lento e com maior dificuldade de concentração. 3) Apatia – a pessoa pode ficar indiferente a coisas ou atividades em que antes sentia prazer, sente-se sem motivação e desanimado. 4) Sensação de Desgaste – o cansaço é maior do que normalmente e há a sensação de falta de energia; 5) Prejuízo na memória – há maior dificuldade para se lembrar de fatos atuais e antigos; 6) Irritabilidade – o sujeito fica nervoso mais facilmente e perde a paciência com coisas do cotidiano. As pessoas tendem a desenvolver uma forma de "visão de túnel", na qual limitam seu foco e se tornam menos conscientes do ponto de vista social quando estão estressadas – tendência que pode ser especialmente problemática para o desempenho de grupos ou equipes, principalmente em equipes de saúde, pois a "visão de túnel" pode deixar a pessoa indiferente às necessidades do outro, inclusive do paciente. Por exemplo, um profissional de saúde que se encontra muito cansado e estressado, pode ficar indiferente às queixas de dor de um paciente, agindo sem empatia. À medida que aumentam as demandas (estresse) externo, os comportamentos de grupo, como ajudar os outros, podem ser negligenciados, pois a atenção dos membros individuais do grupo é dirigida para questões envolvidas no cumprimento de suas próprias tarefas imediatas (STRAUB, 2005). 85© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA No entanto, nem todo o estresse é ruim e causa impacto negativo sobre o bem-estar. Alguns tipos ou quantidades de estresse podem, na verdade, melhorar o desempenho em algumas tarefas. Por exemplo, o estresse de uma avaliação, pode incentivar o aluno a estudar com mais atenção a matéria da aula. O aspecto mais importante de um estressor é seu impacto sobre o corpo. Para cumprir com demandas estressantes, sejam elas boas ou más, o corpo fica excitado e gasta energia. Essa excitação e o gasto de energia constituem o estresse (MELLO, 1995). 2.2. modelos de estresse e doença Como já vimos, o estresse está presente na vida de todas as pessoas e desempenha um importante papel na preparação do organismo para reagir a situações de desafio ou ameaça. No entanto, quando o estresse sobrecarrega os recursos de enfrentamento, pode prejudicar a saúde. Nenhum outro tema em Psicologia da Saúde tem gerado tantas pesquisas quanto a maneira como o estresse pode, às vezes, promover doenças. Conexões entre o estresse e doenças foram estabelecidas para muitos transtornos, incluindo câncer, doenças cardíacas e hipertensão. Será apresentado, agora, alguns modelos que buscam explicar como o estresse afeta a nossa saúde. O modelo da diátese ao estresse Segundo Straub (2005, p. 90): O modelo da diátese ao estresse propõe que dois fatores que interagem continuamente determinam a suscetibilidade de um indivíduo ao estresse e à doença: fatores de predisposição, que estabelecem a vulnerabilidade à doença, e fatores de precipitação do ambiente. 86 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA Alguns indivíduos são mais vulneráveis a doença porque reagem mais a determinados fatores ambientais. Acredita-se que essa predisposição reativa (diátese) tenha origem genética, mas alguns teóricos sugeriram que o comportamento adquirido ou traços de personalidade (como ser agressivo ou propenso a ficar zangado) também podem tornar as pessoas mais suscetíveis a doenças relacionadas com o estresse. Considere um exemplo que talvez seja familiar. Todos os estudantes experimentam diferentes graus de ansiedade em testes. A maioria de nós, contudo, aprende a enfrentar o estresse de fazer exames estudando e mantendo as coisas em perspectiva. Em alguns exemplos, todavia, a ansiedade do teste pode sair de controle, fazendo com que um estudante reaja a exames com grande aumentona frequência cardíaca e na pressão sanguínea. Após anos de exames estressantes, essa reatividade cardiovascular anormal e intensa (diátese) pode deixar o estudante mais vulnerável a transtornos cardiovasculares do que o estudante com melhores recursos de enfrentamento. Modelo da Psiconeuroimunologia Por muito tempo, acreditou-se que a mente e o corpo eram sistemas independentes, que não tinham influência um sobre o outro. No entanto, após algumas pesquisas sobre o condicionamento do sistema imunológico, um novo modelo de estresse e doença, conhecido como psiconeuroimunologia, passou a ser estudado. O nome desse campo fala muito sobre seu foco: psico para processos psicológicos, neuro para o sistema neuroendócrino (os sistemas nervoso e hormonal) e imunologia para o sistema imunológico (STRAUB, 2005). Foram encontradas evidências de interações coordenadas entre o cérebro, o sistema neuroendócrino e o sistema imunológico, 87© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA e a maior parte dessas pesquisas se concentraram nas relações entre o estresse, a atividade do sistema imunológico e a doença. Mudanças adversas no funcionamento imunológico (imunossupressão) foram demonstradas após um divórcio, a perda de um ente querido, a perda do emprego e práticas de exercícios estressantes, durante períodos de exames e em situações de estresse ocupacional (STRAUB, 2005). Também é destacada a importância dos relacionamentos sociais para o funcionamento saudável do sistema imunológico. A solidão, por exemplo, parece afetar de forma adversa o funcionamento imunológico, assim como o estresse causado por um relacionamento. A imunossupressão foi relacionada com conflitos interpessoais entre casais, mulheres recentemente separadas dos maridos e homens cujas esposas morreram há pouco. Estudos mais recentes demonstraram que a associação entre o enfraquecimento da imunidade e a perda de um ente querido ocorre principalmente entre aquelas pessoas que ficam deprimidas em resposta a essa perda (STRAUB, 2005). É importante lembrar que, embora o estresse seja inevitável, ele também oferece vantagens. Alguns tipos de estresse nos excitam e motivam e frequentemente expõem nossas melhores qualidades e estimulam o crescimento pessoal. No entanto, estresse demais pode sobrecarregar nossa capacidade de enfrentamento e nos deixar vulneráveis a problemas de saúde relacionados a ele. 2.3. enfrentamento De acordo com STRAUB (2005, p. 246): O enfrentamento refere-se às formas cognitivas, comportamentais e emocionais como as pessoas administram situações estressantes. Deste modo, o enfrentamento envolve 88 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA qualquer tentativa de preservar a saúde mental e física, mesmo que tenha valor limitado. O enfrentamento é um processo dinâmico e não uma reação única, ou seja, é uma série de respostas que envolvem a interação do indivíduo com seu ambiente. estratégias de enfrentamento As maneiras como as pessoas lidam com situações estressantes são chamadas de estratégias de enfrentamento. Estas visam moderar ou minimizar os efeitos de estressores sobre o bem-estar físico e emocional. Todavia, nem todas as estratégias de enfrentamento são igualmente eficazes. Algumas proporcionam alívio temporário a curto prazo, mas tendem a ser mal adaptativas a longo prazo. Por exemplo: embora as defesas psicológicas, como escolher não pensar sobre um problema, permitam que as pessoas se distanciem da situação estressante ao negar sua existência, elas não eliminam a fonte de estresse. De maneira semelhante, o álcool ou outras drogas escondem o estresse, mas não resolvem o problema que o gerou (STRAUB, 2005). Em alguns casos, o estressor não pode ser eliminado e a repetição do fato não pode ser impedida. Nesses casos, as estratégias podem simplesmente ajudar a pessoa a tolerar ou a aceitar a situação, como, por exemplo, no caso de doenças crônicas ou perda de um ente querido. Para classificar as estratégias de enfrentamento, apresentamos a abordagem desenvolvida por Richard Lazarus (1984). As estratégias de enfrentamento são classificadas como focalizadas na emoção ou no problema. 89© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA enfrentamento focalizado na emoção No enfrentamento focalizado na emoção, são usadas estratégias comportamentais e cognitivas para administrar as reações emocionais ao estresse. As estratégias comportamentais incluem buscar pessoas que ofereçam apoio social, usar álcool ou outras drogas psicoativas ou manter-se ocupado para desviar a atenção do problema. As cognitivas envolvem mudar a maneira como o estressor é avaliado ou negar informações desagradáveis. As pessoas tendem a utilizar a forma de enfrentamento focalizado na emoção quando acreditam que pouco ou nada possa ser feito para alterar a situação estressante ou quando acreditam que seus recursos ou capacidades de enfrentamento são insuficientes para atender às demandas da situação estressante (STRAUB, 2005). Existem três tipos de enfrentamento focalizado na emoção: 1) fuga-evitação, na qual o indivíduo se distância física ou psicologicamente do estressor. 2) Distanciamento, que envolve afastar-se psicologica- mente do estressor. 3) Reavaliação positiva, que solicita a reinterpretação da situação para modificar algo negativo em positivo. enfrentamento focalizado no problema No enfrentamento focalizado no problema, [...] as pessoas lidam diretamente com a situação estressante, seja reduzindo as demandas ou aumentando a capacidade de lidar com o estressor. Elas tendem a contar com estratégias de enfrentamento focalizado no problema quando acreditam que seus recursos e situações são inconstantes (STRAUB, 2005, 153). 90 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA Existem dois tipos de enfrentamento focalizado no problema: o enfrentamento pró-ativo e o enfrentamento combativo. São eles: 1) enfrentamento pró-ativo, também chamado enfrentamento preventivo, “as pessoas buscam prever ou detectar estressores potenciais e agir antecipadamente para preveni-los ou minimizar seu impacto” (STRAUB, 2005, p. 154). Usando suas capacidades de resolução de problemas, desenvolvendo uma rede mais forte de apoio social, melhorando seus recursos financeiros ou fortalecendo sua autoestima. 2) enfrentamento combativo, o indivíduo reage ou tenta escapar de um estressor que não pode ser evitado. Como o estressor é inevitável, pode ser necessária a ajuda externa para enfrentar a situação (STRAUB, 2005). Uma importante distinção entre o enfrentamento pró- ativo e o combativo está na quantidade de tempo e esforço que as duas técnicas exigem. As habilidades de enfrentamento pró-ativo frequentemente envolvem um esforço a longo prazo, pois a pessoa pode ter que modificar atitudes, estilos cognitivos e comportamentos antigos. Contudo, muitas habilidades de enfrentamento combativo, como as técnicas de relaxamento e o biofeedback podem ser aprendidas rapidamente (STRAUB, 2005). Para determinar se o indivíduo utiliza estratégias de enfrentamento focalizado na emoção ou no problema, é importante observar a natureza do evento ou a circunstância estressante. Qualquer situação em que seja possível a ação 91© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA construtiva favorece estratégiasde enfrentamento focalizado no problema. Ao contrário disso, alguns problemas de saúde, a perda de entes queridos e outras situações que simplesmente devem ser aceitas têm mais probabilidade de desencadear o enfrentamento focalizado na emoção (STRAUB, 2005). fatores que afetam a capacidade de enfrentar o estresse Alguns fatores psicossociais podem afetar o quanto as pessoas conseguem enfrentar estressores potenciais. Entre eles, destacam-se a resiliência, o controle pessoal e o desamparo aprendido. Resiliência Resiliência é um termo "emprestado" da física, que significa a capacidade do indivíduo voltar ao seu estado normal, saudável, mesmo após fortes estressores. É a capacidade de desenvolver estratégias de enfrentamento apesar de condições adversas, de se recuperar quando coisas ruins ocorrem e de prosperar frente ao estresse. Por exemplo, pacientes que enfrentam de forma positiva uma doença terminal, ou que superam uma perda importante, podem ser consideradas resilientes. Controle pessoal: é a crença de que tomamos nossas próprias decisões e determinamos o que fazemos ou o que os outros fazem conosco. As pessoas que possuem forte sensação de controle têm mais probabilidade de utilizar formas adaptativas e focalizadas nos problemas para lidar com o estresse e de controle psicológico sobre comportamentos relacionados com a saúde. Desamparo aprendido: quando se enfrenta estresse de forma incontrolável e repetidamente, o indivíduo aprende que, independentemente do que ele faça, não pode controlar 92 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA o que lhe causou estresse. As pessoas que não conseguem repetidamente alcançar um objetivo muitas vezes acabam desistindo de tentar. É importante notar ainda que elas também não costumam responder em outros ambientes nos quais o sucesso seja mais provável. Quando alguém passa a acreditar que os resultados de seu comportamento não dependem do comportamento em si, ocorrem significativas consequências motivacionais, emocionais e comportamentais. As pessoas que se sentem incapazes não têm comportamentos saudáveis ou abandonam esses comportamentos antes que eles consigam exercer um efeito positivo sobre sua saúde (STRAUB, 2005). Um paciente que tentou diversas vezes perder peso, mas não obteve suscesso, pode acabar desistindo de tentar emagrecer, pela crença de que é incapaz. 2.4. estresse relacionado com o trabalho Nos últimos anos, uma grande quantidade de pesquisas examinou as causas e as consequências do estresse relacionado com o trabalho. De fato, todas as pessoas já experimentaram algum tipo de estresse relacionado ao trabalho em algum momento de sua vida. No entanto, esse tipo de estresse poderia ser evitado, e existem inúmeras intervenções para isso. Para a maioria das pessoas, o estresse no trabalho é breve e não representa ameaça séria para a saúde. Entretanto, ele pode se tornar crônico, se as dificuldades enfrentadas persistirem ao longo dos anos. Uma fonte de estresse ocupacional é a sobrecarga de trabalho. As pessoas que trabalham muito e em várias tarefas ao mesmo tempo sentem-se mais estressadas. Estas também 93© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA apresentam piores hábitos, experimentam mais acidentes e sofrem de mais problemas de saúde do que os outros trabalhadores (STRAUB, 2005). É importante observar, contudo, que o número total de horas que uma pessoa trabalha não pode ser o único indicador de estresse. A sobrecarga de trabalho apresenta um componente subjetivo além do componente objetivo. Uma pessoa pode sentir-se muito cansada e estressada com seu horário e outra é capaz de lidar facilmente com isso. Como já dissemos, o estresse vivenciado depende dos recursos de enfrentamento disponíveis. O estresse no trabalho às vezes ocorre quando as pessoas tentam equilibrar vários trabalhos diferentes ao mesmo tempo e experimentam a sobrecarga de papéis. Os problemas associados a lidar com múltiplos papéis simultâneos são particularmente importantes para as mulheres. A sobrecarga de papéis, associada ao fato de lidar com uma carga pesada de responsabilidades no trabalho e no lar, reduz o aproveitamento de todas as tarefas e piora o humor (STRAUB, 2005). Algumas pesquisas demonstraram que o trabalho pode ser avaliado como desafiador e estimulante tanto para homens quanto para mulheres. No entanto, devido a carga maior de responsabilidade da mulher, com as atividades relacionadas ao lar e à família, elas experimentam níveis mais elevados de estresse. No entanto, as mulheres que mantém um emprego são geralmente mais saudáveis do que as desempregadas, uma vez que o trabalho é uma importante fonte de autoestima e de satisfação com a vida. O mais importante não é o número de papéis que uma mulher ocupa, mas a qualidade da sua experiência nesses papéis. Ter controle sobre o próprio trabalho e receber ajuda dos outros 94 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA membros da família ajudam a reduzir a probabilidade de que as demandas de papéis múltiplos sejam estressantes. De fato, a diferença de gênero em estresse no trabalho já tem diminuído consideravelmente, uma vez que os valores culturais estão se modificando. No entanto, ainda há um longo caminho a percorrer, pois a mulher, muitas vezes, ainda é vista como a única responsável pelos cuidados da casa e dos filhos. síndrome de burnout A síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, foi definida como o estado de exaustão física e psicológica relacionada com o trabalho. Sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônicos provocado por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes. O sintoma típico da síndrome de burnout é a sensação de esgotamento físico e emocional que se reflete em atitudes negativas, como ausências no trabalho, agressividade, isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, falhas de memória, ansiedade, depressão, pessimismo, baixa autoestima. Dor de cabeça, enxaqueca, cansaço, sudorese, palpitação, pressão alta, dores musculares, insônia, crises de asma, distúrbios gastrintestinais são manifestações físicas que podem estar associadas à síndrome (VARELLA, 2015). De maneira mais específica, o esgotamento é uma síndrome multidimensional caracterizada por exaustão emocional, despersonalização e redução em realizações pessoais. A exaustão emocional refere-se a sentimentos de ter seus recursos emocionais esgotados, com a correspondente perda de energia e sentimentos de fadiga. A despersonalização refere-se à perda de idealismo no local de trabalho, desencadeando atitudes negativas para com 95© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA aqueles que recebem o serviço ou a atenção do empregado. A redução em realizações pessoais refere-se à perda de sentimentos de competência e realização no trabalho (STRAUB, 2005). Segundo Varella (2015) “a síndrome se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exige envolvimento interpessoal direto e intenso”. Os empregos que envolvem responsabilidade com outras pessoas, em vez de responsabilidade com produtos, parecem causar níveis elevados de esgotamento. Os trabalhadores da área da saúde parecem ser especialmente suscetíveis a esse tipo de estresse no trabalho. Pesquisas mostraram profissionaisde saúde que relatam sintomas relacionados com o estresse suficientemente sérios, a ponto de serem considerados sinais de maior risco de problemas psiquiátricos (STRAUB, 2005). A síndrome de burnout normalmente se desenvolve durante o período de alguns anos, no entanto, alguns sinais de aviso podem aparecer mais cedo. Entre eles, inclui-se: sentimentos de exaustão física e mental; perda de significado no próprio trabalho e na vida em geral; dificuldade em se concentrar; aumento de doenças relacionadas com o estresse, como dores de cabeça, dores nas costas e depressão; e temperamento explosivo (STRAUB, 2005). É importante observar que essa síndrome não é a consequência inevitável de estar empregado em determinadas áreas profissionais. Como nos lembra o modelo biopsicossocial, a suscetibilidade à maioria das condições de saúde – favoráveis ou desfavoráveis – é o produto de fatores sobrepostos em todos os domínios da saúde. Por exemplo, os profissionais da área de saúde que se deparam com pacientes crônicos que mantêm uma visão esperançosa e otimista da vida apresentam menos 96 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA probabilidade de experimentar esgotamento profissional do que os mais pessimistas, ressaltando, assim, a função protetora de certos padrões de comportamentos. 3. CONTeúDOs DIgITaIs INTegRaDORes Os Conteúdos Digitais Integradores são a condição necessária e indispensável para você compreender integralmente os conteúdos apresentados nesta unidade. 3.1. estresse e enfrentamento Como já foi discutido, o estresse tem grande influência na determinação da saúde e tem sido associado a diversos tipos de doenças. O efeito do estresse no nosso organismo depende dos mecanismos de enfrentamento que utilizamos. O conteúdo complementar apresentado a seguir pretende ampliar e aprofundar o estudo sobre o estresse e as estratégias de enfrentamento. É muito importante que você acesse os links apresentados e consulte os materiais indicados. • ALMEIDA-FILHO, N. Modelos de determinação social das doenças crônicas não-transmissíveis. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/csc/v9n4/a09v9n4. pdf>. Acesso em: 4 ago. 2015. • CHAVES, E. C. et al. Coping: significados, interferência no processo saúde-doença e relevância para a enfermagem. Disponível em: <http://www.ee.usp. br/REEUSP/upload/html/546/body/v34n4a08.htm>. Acesso em: 4 ago. 2015. 97© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA • YOUTUBE. Jornal Hoje. Muito estresse deixa organismo vulnerável a doenças graves. Disponível em: <http:// www.youtube.com/watch?v=Mzrakeau0M>. Acesso em: 4 ago. 2015. 3.2. estresse no profissional de saúde A síndrome de burnout é característica do estresse relacionado ao trabalho. Algumas profissões se destacam pela alta incidência de estresse, entre estes, os profissionais de saúde. O material a seguir foi selecionado para que você conheça mais sobre burnout e pesquise sobre os efeitos do estresse em enfermeiros. • ARAÚJO, T. M.; et al. Aspectos psicossociais do trabalho e distúrbios psíquicos entre trabalhadoras de enfermagem. Disponível em: <http://www.scielo.br/ pdf/rsp/v37n4/16776.pdf>. Acesso em: 4 ago. 2015. • SANTOS, A. F. O.; CARDOSO, C. L. Profissionais de Saúde Mental: Estresse, Enfrentamento e Qualidade de Vida. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ptp/v26n3/ a17v26n3.pdf>. Acesso em: 4 ago. 2015. • TVUFPR. Olho clínico: síndrome de burnout. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch ?v=lRlvT3eGpjQ>. Acesso em: 4 ago. 2015. 4. QUesTÕes aUTOaVaLIaTIVas A autoavaliação pode ser uma ferramenta importante para você testar o seu desempenho. Se encontrar dificuldades em responder as questões a seguir, você deverá revisar os conteúdos estudados para sanar as suas dúvidas. 98 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 1) Em relação às Estratégias de Enfrentamento, assinale a alternativa INCORReTa: a) Conjunto de estratégias, cognitivas e comportamentais, utilizadas pe- los indivíduos para lidar com uma ameaça iminente. b) Faz parte das características da personalidade de cada indivíduo, e, portanto, não podem ser aprendidas. c) Processa-se mediante a mobilização de recursos naturais, com fins de administração de situações estressoras, consistindo de interação entre o organismo e o ambiente. d) A resolução de problemas pode ser considerada uma estratégia ade- quada de enfrentamento. 2) Segundo diversos estudos sobre a relação do estresse e o processo saúde- -doença, constata-se que o estresse pode ser sadio ou nocivo. Ele se torna nocivo à saúde quando: a) surge a necessidade de uma adaptação a um evento ou situação. b) alguém percebe e responde a eventos que são julgados como desafiadores. c) os estressores excedem os recursos pessoais e sociais que o indivíduo é capaz de mobilizar para enfrentar o estresse. d) os recursos de enfrentamento são suficientemente fortes. 3) Descreva os principais efeitos do estresse no nosso organismo. 4) Sobre a síndrome de Burnout, assinale a alternativa INCORReTa. a) É definida como o estado de exaustão física e psicológica relacionada com o trabalho. b) O sintoma típico da síndrome de burnout é a sensação de esgotamento físico e emocional que se reflete em atitudes negativas. c) A síndrome se manifesta especialmente em pessoas cuja profissão exi- ge envolvimento interpessoal direto e intenso. d) A síndrome é uma consequência inevitável de estar empregado em determinadas áreas profissionais, como na área de Saúde. 5) Explique a relação entre estresse e estratégias de enfretamento. 99© PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA gabarito Confira, a seguir, as respostas corretas para as questões autoavaliativas propostas: 1) b 2) c 3) Queda de produtividade, confusão mental, apatia, sensação de desgaste, prejuízo na memória e irritabilidade, entre outro. 4) d 5) As estratégias de enfrentamento são os recursos utilizados pela pessoa para lidar com o estresse. Quanto mais recursos de enfrentamento estive- rem presentes, menos efeitos do estresse sobre o organismo. 5. CONsIDeRaÇÕes O estudo dos efeitos do estresse sobre a saúde mostra, de forma clara, a relação entre os aspectos psicológicos e biológicos na determinação dos processos de saúde e doença. O esgotamento emocional que ocorre pelo estresse prejudica o funcionamento do organismo e diminui as defesas naturais do sistema imunológico. Entretanto, as estratégias de enfrentamento podem atuar como fatores de proteção ao estresse, mas apenas quando são utilizadas estratégias adaptativas. Trata-se de um bom exemplo sobre a concepção biopsicossocial de saúde. Vamos agora nos preparar para iniciar o estudo da última unidade, que apresentará a temática da relação entre o profissional de saúde e o paciente. Antes disso, não se esqueça de explorar os Conteúdos Digitais Integradores desta unidade. 100 © PSICOLOGIA APLICADA À SAÚDE UNIDADE 3 – EstrEssE E DoENçA 6. e-ReFeRÊNCIA FAMILIA.COM.BR. Estresse: O que é, o que causa e como controlar. Disponível em: <http://familia.com.br/estresse-o-que-e-o-que-causa-e-como-controlar>. Acesso em: 31 jul. 2015. IPCS. Instituto de psicologia e controle do stress. Disponível em: <http://www.estresse. com.br/profissionais/dra-marilda-emmanuel-novaes-lipp/>. Acesso em: 4 ago. 2015. VARELLA, D. Síndrome de burnout. Disponível em: <http://drauziovarella.com.br/ letras/b/sindrome-de-burnout/>.Acesso em: 3 ago. 2015 7. RefeRêNCIas BIBLIOgRáfICas MELLO FILHO, J. Psicossomática Hoje. Porto Alegre: Artes Médicas, 1995. MIYAZAKI, M. C.; DOMINGOS, N. A. M.; CABALLO, V. E. et al. Psicologia da Saúde. Intervenções em hospitais públicos. In: Bernard Rangé. (Org.). Psicoterapias cognitivo-comportamentais. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2011. STRAUB, R. O. Psicologia da Saúde. Porto Alegre: Artes Médicas, 2005.
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