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* Arquiteta Urbanista. E-mail: tathyarasilva@gmail.com UNIVERSIDADE CEUMA – UniCEUMA Pós-Graduação em Design de Interiores BREVE EVOLUÇÃO DO MOBILIÁRIO RESIDENCIAL BRASILEIRO NOS SÉCULOS XX E XXI Tathyara Melo Silva* RESUMO O objetivo deste artigo é a elaboração de uma pesquisa acerca da evolução do mobiliário residencial do Brasil entre os séculos XX e XXI. A pesquisa consiste em estudar os estilos do design existentes em cada fase, com suas características principais, seus traços, cores, texturas, o que os difere de outros e como esse estilo se encaixa na situação social e econômica em que o país se encontra na era de que se trata. Também é possível constatar alguns dos principais nomes de cada estilo estudado, como o designer trabalha, a importância que o artista pesquisado possui para o movimento artístico, a forma como se encaixa no estilo em questão e sua influência nacional e internacional. E perceber como esse conhecimento ajuda no processo de desenvolvimento de projetos de design de interiores. Palavras-chaves: Mobiliário residencial; Brasil; Século XX; Século XXI ABSTRACT The objective of this article is the elaboration of a research about the evolution of brazilian residential furniture between the 20th and 21st century. The research consists of studying the existing design styles in each phase, with their main points, traces, colors, textures, which differs from others and how this style fits in the social and economic situation that the country is in. We can also see some of the leading names of each style, as this designer works, the importance that this artist has for the artistic movement, how they fit in that style and their influence, national and international levels. And realize how this knowledge helps in the process of interior design projects. Keywords: Residential furniture; Brazil; 20th Century; 21th Century 1 INTRODUÇÃO O ser humano gosta de ter um espaço seu, confortável, que lhe representa e atende suas necessidades, e a casa, a residência como um todo, é nosso principal local, o nosso ninho, para onde gostamos de voltar, para relaxar, descansar, principalmente no mundo de hoje onde o foco está sendo o trabalho e a vontade de se desligar do mundo externo está cada vez maior. Existem muitas formas de decorar e organizar uma residência, dependendo do estilo de vida e gostos dos moradores. É interessante observar como os gostos e necessidades das pessoas mudam com o tempo, muitas vezes isso depende do momento social e econômico em que se vive. Compreender os estilos de design é de suma importância para desta forma adequar do melhor jeito aos moradores. Considerando a necessidade desse conhecimento foi realizada uma pesquisa sobre os estilos de design mais importantes dos séculos XX e XXI no Brasil. Como esses estilos refletem o momento do país e de seus habitantes. Compreendendo as formas de design se torna mais fácil identificar o estilo adequado para cada situação. O trabalho do profissional de design de interiores vai além de deixar um ambiente bonito. O designer pensa nas cores, formas, tamanhos, todos os elementos que compõem o espaço, fazendo dele o melhor que pode ser. Tudo isso considerando a ergonomia e a harmonia dos objetos com o ambiente e as pessoas que usam e/ou frequentam o local. Conhecer os diferentes estilos, texturas e materiais torna o profissional melhor preparado para planejar os ambientes corporativos ou residenciais. Além de fornecer embasamento nas escolhas de design feitas para o espaço. 2 OBJETIVOS 2.1. GERAL A proposta do artigo visa a pesquisa da evolução do mobiliário brasileiro entre os séculos XX e XXI. Com esta pesquisa procura-se compreender as diferenças entre os móveis com relação às formas, cores e materiais. Além de entender como as diferenças se encaixam no momento artístico que o país se encontra. 2.2. ESPECÍFICOS • Diferenciar os móveis dos séculos XX e XXI; • Comparar materiais utilizados no mobiliário em épocas diferentes; • Relacionar as formas dos móveis com o movimento artístico e cultural que se encontra. 3 JUSTIFICATIVA Estudar os estilos dos mobiliários brasileiro ajuda a criar ambientes mais harmônicos. O profissional entende as necessidades do cliente, e com o conhecimento dos estilos e materiais consegue encontrar a melhor solução para o ambiente, seja ele residencial ou corporativo. Com a pesquisa será possível perceber a evolução que o mobiliário do Brasil sofreu, e trabalhar com a melhor integração entre as pessoas e o ambiente. 4 METODOLOGIA A pesquisa seguiu as etapas de levantamento de dados e a análise dos dados. Para o embasamento teórico, foram realizadas pesquisas bibliográficas direcionadas ao mobiliário brasileiro, através da leitura de livros, dissertações, monografias, artigos e materiais pesquisados na internet. Após o levantamento, foram analisados todos os dados obtidos para a elaboração do referencial teórico. 5 DESENVOLVIMENTO Os mobiliários surgem a partir do momento que o homem deixa de ser nômade e passa a ter uma residência fixa, e eles vão se modificando conforme as suas necessidades. Chega um momento em que o mobiliário deixa de servir apenas para suprir uma utilidade e passa a ter um apelo estético, afinal os móveis residenciais conseguem transmitir a personalidade dos usuários. No Brasil, a história moveleira sempre teve influência europeia. No início eram móveis característicos portugueses, trazidos de Portugal ou confeccionados no Brasil por artesãos lusos ou nacionais, sendo que estes últimos adicionavam algumas características que poderíamos classificar como rústicas. Após um tempo tivemos influência inglesa e francesa, mas essas trazidas de Portugal também. Sempre existiu influência externa nos estilos usados no Brasil, mas com o tempo percebe-se a adição de características próprias do Brasil nos móveis aqui fabricados. Os móveis brasileiros possuíam mais leveza física e visual, e usavam de materiais mais nacionais, como a palhinha. 5.1. Modernismo A partir do Século XX é notável o desejo de reestruturação do país politicamente e a modernização cultural do país. O Brasil passava por uma crise econômica com o aumento da inflação, além de sentir reflexos da Primeira Guerra Mundial, ocorrida no início do século XX. Desta forma há uma tentativa de romper com o tradicionalismo tanto nas áreas da política quanto nas áreas das artes. E esse momento é marcado pela Semana de Arte Moderna de 1922. Esse espírito modernista faz os artistas testarem diversas frentes culturais: arte, literatura, arquitetura e no design. A arquitetura afetou totalmente o design pois havia uma preocupação de harmonizar o exterior com o ambiente interno. No início do Modernismo ainda é visível traços de estilos estrangeiros nos móveis brasileiros, pois a maior parte dos artistas dessa época eram designers imigrantes do pós-guerra. Apenas na década de 1940 que é possível observar o móvel moderno brasileiro com a sua leveza, mesmo que ainda sofresse com referências externas. Alguns dos principais nomes do design nessa época são Joaquim Tenreiro, Lina Bo Bardi, Sérgio Rodrigues e Oscar Niemeyer. Estes designers marcaram o Modernismo, e seus trabalhos servem de inspiração até os dias de hoje. Foram artistas que inovaram nos seus traços e conseguiram imprimir características nacionais num estilo estrangeiro, com linhas leves, muito cuidado nos acabamentos e utilização de materiais tipicamente brasileiros. 5.1.1. Joaquim Tenreiro(1906-1992) Foi um dos pioneiros do modernismo no Brasil e, como muitos de sua época, era português que fixou residência no país em 1928. Filho de pai marceneiro, desde cedo teve contato com as ferramentas do ofício na oficina do pai. Foi carpinteiro, designer de móveis, projetista, escultor e pintor. Seus trabalhos possuem curvas bem características do modernismo e o acabamento muitas vezes eram feitos à mão. Figura 1 – Poltrona Leve, Joaquim Tenreiro Fonte: http://www.legadoarte.com.br/html/pt/arquivo.h tml Figura 2 – Cadeira de Três Pés, Joaquim Tenreiro Fonte: http://www.essenciamoveis.com.br/blog/movei s-com-design-bem-brasileiro/ 5.1.2. Lina Bo Bardi (1914-1992) Era italiana, se casou em 1946 e no mesmo ano se mudou com o marido para o Brasil, fugindo da Itália pós-guerra e se naturalizou brasileira em 1951. Durante sua carreira, não sofreu altos e baixos e não possui uma grande quantidade de obras, mas deixou um legado artístico para a sociedade e ajudou a firmar o modernismo no Brasil. Os móveis desenhados por Lina Bo Bardi foram feitos à mão e foram pensados para serem peças únicas ou, no máximo, de fabricação limitada. “A arquitetura é criada, 'inventada de novo', por cada homem que anda nela, que percorre o espaço, subindo as escadas, ou descansando sobre um guarda-corpo, levantando a cabeça para olhar, abrir, fechar uma porta, sentar-se ou levantar-se e ter um contato íntimo e ao mesmo tempo criar 'formas' no espaço; o ritual primitivo do qual surgiu a dança, primeira expressão do que viria a ser a arte dramática. Este contato íntimo, ardente, que era outrora percebido pelo homem, é hoje esquecido. A rotina e os lugares comuns fizeram o homem esquecer a beleza de seu 'mover-se no espaço', de seu movimento consciente, dos mínimos gestos, da menor atitude... “ - Lina Bo Bardi (Bardi, Lina Bo. Arquitetura como movimento. Nota sobre a síntese das artes. São Paulo: texto manuscrito no publicado, Arquivo ILBPMB, 1958) Figura 3 – Poltrona Bowl, Lina Bo Bardi Fonte: Pinterest Figura 4 – Poltrona Tridente, Lina Bo Bardi Fonte: Pinterest 5.1.3. Sérgio Rodrigues (1927-1994) Brasileiro, nascido no Rio de Janeiro. É um dos maiores e mais importantes nomes do design de móveis do Brasil. Expressava em seus desenhos a identidade nacional, tendo a madeira como matéria-prima principal, sendo combinado com o couro e a palhinha, e também tecidos de fibras naturais. Além de enfatizar a ergonomia nos seus traços. Figura 5 – Poltrona Mole, Sérgio Rodrigues Fonte: casavogue.globo.com Figura 6 – Poltrona Oscar, Sérgio Rodrigues Fonte: http://sergiorodrigues.com.br/site/?moveis=osc ar 5.1.4. Oscar Niemeyer (1907-2012) Um dos maiores arquitetos nacionais, nascido no Rio de Janeiro, com obras no Brasil e no mundo. Seus trabalhos mais conhecidos são na área da Arquitetura e Urbanismo, mas na década de 70 criou e produziu peças de mobiliário em parceria com sua filha Anna Maria. Seus mobiliários vieram com a intenção de usar a madeira prensada para criar peças diferentes do móvel tradicional, e também trazer as linhas curvas bem conhecidas em suas obras arquitetônicas para o design. Figura 7 – Cadeira de Balanço, Oscar Niemeyer Fonte: http://www.niemeyer.org.br/mobiliario/cadeira- de-balan%C3%A7o Figura 8 – Cadeira Alta, Oscar Niemeyer Fonte: http://www.niemeyer.org.br/mobiliario/poltrona- alta 5.2. Pós-Modernismo No final do século XX há um avanço tecnológico e uma expansão da globalização, fazendo a sociedade absorver diversos conceitos e tendências, criando assim um novo movimento artístico, o Pós-Modernismo. Esse novo movimento passou a ter menos preocupação na clareza e legibilidade em seus traços. Houve uma combinação de cores, formas e padrões antes não imaginados criando elementos divertidos, criativos que interagiam bem com seus usuários. Serviu, também, como crítica ao movimento anterior. No Brasil, esse novo movimento não teve muito espaço, sendo mais abrangente na área da literatura, porém podemos dizer que tudo que veio após o modernismo é o pós-modernismo no Brasil. Há poucos artistas que podem ser incluídos no pós- modernismo, mas um nome de grande destaque é Romero Britto. Apesar de ser conhecido como artista plástico, possui peças de mobiliário também. Figura 9 – Mesa Lateral Baixa Butterfly New Day, Romero Britto Fonte:https://www.personalartdesign.com.br/mesa-lateral-baixa-butterfly-new-day-romero- britto.php 5.3. Contemporâneo O estilo Contemporâneo na verdade possui um sentido muito amplo, e nem sempre é considerado um estilo propriamente dito. O termo “contemporâneo” surgiu no final do século XX, e é usado para se referir às tendências do momento, e possui uma liberdade de escolha e mistura de estilos diferentes. Neste estilo as linhas retas e clores claras são o foco principal, mas isso não significa que não possa misturar um pouco com outros estilos de design. É muito comum combinar móveis antigos com os novos. Uma das bases do estilo contemporâneo é o Modernismo, já citado, porém com espaços mais integrados e pessoais. Com esse estilo é possível “brincar” com texturas e cores diferentes, desde que seja feito com equilíbrio, mantendo sempre o conforto dos usuários em primeiro plano. As principais características desse estilo são as cores neutras, podendo haver destaques com cores mais vivas, usando assim o contraste, materiais de qualidade, sem muitos enfeites e ornamentos, iluminação para destacar as cores e texturas, e sempre acompanhar o momento atual do design. O mobiliário pode se destacar pelo seu tamanho e/ou cor. É possível observar também diferentes padrões geométricos e texturas no mesmo ambiente. Do outro lado é interessante destacar que o estilo Contemporâneo é marcado pela diversidade. Enquanto o foco são cores neutras e linhas claras, é visível o uso de materiais atípicos na confecção dos móveis como corda e fibra de cimento, dessa forma criando peças consideradas obras de arte. É bom observar que a criação de mobiliários brasileiros teve uma pausa entre a era do Modernismo e a era Contemporânea. O Pós-Modernismo não conseguiu muito espaço no cenário brasileiro, mas na década de 90 há um novo processo de criação e fabricação de móveis, e objetos de decoração em geral. Surgiram nomes como dos Irmãos Campana, Marcelo Rosenbaum, Zanini de Zanine, Carlos Motta, que conquistaram o mercado nacional e internacional. Estes artistas se destacam pela inovação. Além de usarem materiais já empregados na fabricação de móveis como a madeira e o couro, eles adicionaram matérias-primas como a borracha, alumínio e outros. 5.3.1. Irmãos Campana Fernando e Humberto Campana, arquiteto e advogado por formação respectivamente, criaram em 1989 o Estúdio Campana e hoje são designers brasileiros de grande destaque no Brasil e no mundo, recebendo alguns prêmios, como exemplo o Prêmio Ícone do Design em fevereiro de 2017. Os irmãos costumam reutilizar e reinventar os materiais em seus móveis, como plástico bolha, cordas e bonecos de pelúcia, sempre trazendo referências da cultura brasileira. As peças possuem produção artesanal e muitas vezes são tidas como obras de arte. Figura 10 – Poltrona Banquete, Irmãos Campana Fonte: http://www.arquitrecos.com/2011/08/exposicao -anticorpos-fernando-e.html Figura 11 – Cadeira Vermelha, Irmãos Campana Fonte: http://www.arquitrecos.com/2011/08/exposicao-anticorpos-fernando-e.html 5.3.2. Marcelo Rosenbaum Formado pela Faculdade de Belas Artes de São Paulo, Marcelo Rosenbaum ganhou mais visibilidade nacional após participar do quadro “Lar Doce Lar” do Caldeirão do Huck, porém seu escritório já atua há mais de 20 anos no mercado, conquistando assim muito prêmios nas áreas de arquitetura, decoração e design. Rosenbaum tende a imprimir muito da brasilidade em suas peças, fazendo assim uma pesquisa por todo o país. Os móveis possuem cores e estampas que representam o Brasil. Figura 12 – Mesa Seis, Marcelo Rosenbaum Fonte: https://rosenbaumdesign.wordpress.com/tag/m esa-seis/ Figura 13 – Poltrona Caruaru, Marcelo Rosenbaum Fonte: http://www.azdecor.com.br/2013/10/linha- caruaru-marcelo-rosenbaum/poltrona-caruaru/ 5.3.3. Zanini de Zanine Filho do arquiteto Zanine Caldas, sempre teve contato com a arquitetura, design e arte. Começou produzindo móveis de madeira maciça em 2003 usando materiais de demolição, e em 2005 iniciou o processo de criação industrialmente. Gosta de misturar materiais como a madeira e o aço corten, mas também explora o uso do plástico, criando assim peças para um grupo mais seleto e outras com preços mais acessíveis. Figura 14 – Poltrona Skate, Zanini de Zanine Fonte: http://www.azdecor.com.br/2013/10/irreverenci a-de-zanini-de-zanine/cadeira-zanini/ Figura 15 – Cadeira Zanini, Zanini de Zanine Fonte: http://1001chairs.blogspot.com.br/2015/04/trez -zanini-de-zanine-0033.html 5.3.4. Carlos Motta Surfista, marceneiro e designer, a madeira está presente desde o início da carreira do arquiteto Carlos Motta. Começou criando móveis com a madeira vinda do mar e hoje projeta e executa peças com o menor impacto ambiental possível, usando madeira de redescobrimento. O foco dos projetos é a simplicidade, mas bem pensados na ergonomia e com qualidade construtiva e estética “A arquitetura e o design que desenvolvemos aqui no Atelier seguem juntos o mesmo conceito: a procura do óbvio, do simples, do respeitoso e longevo” - Carlos Motta (Motta, 20-?) Figura 16 – Poltrona Alvorada, Carlos Motta Fonte: http://carlosmotta.com.br/design/poltrona- alvorada/ Figura 17 – Cadeira Brisa, Carlos Motta Fonte: http://carlosmotta.com.br/design/cadeira-brisa/ 5.4. Millennials Uma geração nascida entre a década de 80 e os anos 2000, conhecida como geração Y. Só viveram em um mundo com a internet, com informações e resolução dos problemas a um clique de distância, e essa nova forma de entender o mundo se reflete na forma de entender os espaços utilizados, sejam as áreas de trabalho ou sejam as moradias. As áreas de trabalho estão cada vez menos convencionais, com espaços mais abertos, facilitando a colaboração entre os colegas de trabalho. É muito comum as pessoas dessa geração serem autônomas e/ou possuírem mais de um emprego, dessa forma as dimensões das moradias estão diminuindo, e a redução de casas e apartamentos está criando uma necessidade de adaptação dos arquitetos e designers com relação ao mobiliário desses novos espaços residenciais. Os móveis agora possuem grande flexibilidade de uso, sendo necessário um estudo da vida dos moradores, entender suas necessidades, e conseguir suprir todas as necessidades de forma prática, esteticamente agradável e se possível, tecnológico, pois essa é uma geração muito ligada à tecnologia. Figura 18 – Combo Bed, RC2 Móveis Multifuncionais Fonte: http://www.emobile.com.br/site/varejo/moveis- multifuncionais-para-espacos-pequenos/ Figura 19 – Living Cube Fonte: http://www.emobile.com.br/site/varejo/moveis- multifuncionais-para-espacos-pequenos/ 6 CONCLUSÃO Se formos estudar todas as mudanças que o mobiliário residencial já sofreu ao longo dos anos veríamos materiais, cores e ornamentos completamente diferentes, mas com funções parecidas, por serem peças que foram desenvolvidas para suprir necessidades dos seres humanos após fixarem residência. Suas modificações começam a surgir quando o homem começa a individualizar sua residência, deixando- a do seu jeito. Na pesquisa feita é visto que os móveis no Brasil tiveram características próprias, mesmo quando os estilos têm influências internacionais. As peças brasileiras sempre são mais leves e o material mais utilizado é a madeira, uma matéria-prima abundante em nosso país. Além de serem peças mais coloridas, não importa o estilo vigente. Dos estilos pesquisados, o modernismo é possivelmente o design que mais sofre com influências externas, visto que alguns nomes de designers modernos brasileiros eram, na verdade, estrangeiros que fixaram residência no país e até mesmo se naturalizaram brasileiros. O Pós-Modernismo não foi muito forte no país, possivelmente pela influência que os designers modernistas tinham, e têm até hoje, no mercado nacional e internacional. A fase do estilo contemporâneo já veio com uma vontade de liberdade maior com relação ao design e à organização residencial, podendo misturar peças novas com antigas, e pensando também na qualidade dos materiais utilizados e na integração dos ambientes e das pessoas. O último estilo citado, Millennials, surge com as novas necessidades do homem, que está vivendo em um mundo mais informatizado e dinâmico. As relações humanas estão diferentes com a globalização, onde é possível conversar com pessoas em outros locais através da tecnologia. Dessa forma as áreas de estar e receber, antes muito utilizadas nas residências, passam a ser desnecessárias, e diminui também os tamanhos das moradias, e os mobiliários têm que se adequar à essa nova forma de viver. O mobiliário muda de acordo com a necessidade e utilização por parte do homem, algumas peças podem ser consideradas obras de arte, mas todas surgem para suprir uma utilidade e percebemos que essas funções sempre mudam e vão continuar a mudar. Nós somos seres mutantes e adequamos sempre nossos objetos e moradias à nossas necessidades e gostos. REFERÊNCIAS A influência do design nacional. Disponível em: <http://www.azdecor.com.br/tag/joaquim-tenreiro/> Acesso em: 09 mai.2018. A nova pele do design brasileiro: os nomes mais quentes dessa safra. 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