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FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR DIREITO PROCESSUAL CIVIL PROCEDIMENTO COMUM DO PROCESSO DE CONHECIMENTO Processo e instrumento usado para tornar efetivo am direito material. 0 direito material gera direitos e obriga^oes, mas nao se efetiva sozinho por isso ha uma rela^ao de instrumentalidade (complementaridade) o direto material e o direito processual. E metodo pelo qual se opera a jurisdi^ao, com isso, e meio para acionar o Poder Judiciario, com vistas a composifao de litigios. Neste artigo, vamos tratar sobre o Procedimento Comum de acordo com a atual legislate processual com base no livro do professor Alexandre Freitas Camara. Faremos uma transcribe do livro (Processo Civil Brasileiro - Alexandre Freitas Camara. - 3. ed. - 2017], bem como outras doutrinas sobre a materia. Procedimento Comum e o processo de conhecimento, e o rito ordinario do CPC/73. CONSIDERACOES INICIAIS Chama-se processo de conhecimento ao processo de sentenpa, isto e, ao processo que tern por objeto imediato a prolagao de uma sentenfa de merito atraves da qual se declara a existencia ou inexistencia do direito material afirmado pelo demandante. A expressao processo de conhecimento - e bom que se registre - e empregada muitas vezes para designar o que e apenas a fase de conhecimento de um processo sincretico (assim entendido aquele processo que se desenvolve atraves de duas diferentes fases, a primeira cognitiva e a segunda executiva, conhecida esta ultima no jargao processual brasileiro como "cumprimento de senten^a"). Assim, muito do que se diz a respeito do processo de conhecimento se aplica tambem ao caso em que nao ha propriamente um processo cognitive, mas apenas a fase cognitiva de um processo sincretico. www.fsaintclair.com.br face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto i FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR Evidentemente, e preciso primeiro resolver a questao atinente a representafao processual da parte para, so depois, se verificar se a divida cobrada ja e exigivel ou nao. Neste exemplo, a representafao processual e, entao, a questao previa; enquanto a exigibilidade da divida seria a questao principal. Como ja se pode ver, as questoes previas podem ser de dois tipos: preliminar e prejudicial. Questao preliminar e aquela cuja solufao permite saber se a questao principal podera ou nao ser examinada, sem exercer qualquer influencia sobre o teor da resolu^ao da questao posterior. E exatamente o que se tem no exemplo anteriormente apresentado, em que a decisao do juiz acerca da representa^ao processual do demandante pode acarretar a extin^ao do processo sem resolufao do merito ou afirmar que o merito esta apto a ser resolvido, sem exercer influencia sobre o modo como se dara o julgamento do merito. For sua vez, questao prejudicial e a questao previa cuja solufao influi na resolufao da questao principal (aqui chamada de questao prejudicada). E o que se da, por exemplo, quando, em um processo que tem por objeto a condenagao do reu ao cumprimento de um contrato, surge discussao sobre a validade do proprio contrato. Neste caso, qualquer que seja a resolugao sobre a validade do negocio juridico, o juiz tera de examinar o pedido de condenagao. Invalido que seja o contrato, porem, nao havera condenafao (e, portanto, a solu^ao da questao previa tera sido capaz de influir na solu^ao da questao principal). Pode acontecer de haver uma questao prejudicial a uma questao processual. Pense-se, por exemplo, em um processo em que se tenha arguido a incompetencia relativa do juizo por existir convengao elegendo outro foro. Ouvido, porem, o autor alega a nulidade absoluta daquela conven^ao. Neste caso, a validade da conven^ao e prejudicial a questao da competencia (e, pois, a questao prejudicada e processual, nao dizendo respeito ao merito da causa). De outro lado, questoes principals sao aquelas que so podem ser examinadas apos as questoes previas estarem resolvidas (e, no caso das preliminares, podem ate mesmo ter seu exame vedado pelo modo como a questao previa tenha sido solucionada). Na maioria das vezes, dizem respeito ao proprio objeto do processo. Entenda-se por objeto do processo aquilo que na linguagem do CPC e chamado de merito do processo. www.fsaintclairxom.br face: 3 FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR Exemplo de processo de cognifao limitada e o das "a^oes possessorias", em que nao se pode examinar qualquer alega^ao de existencia de propriedade. Outro exemplo e o dos processes em que se discute obriga^ao representada por titulo de credito que tenha circulado, nos quais nao se admite discussao acerca da relafao jundica de direito material que deu origem ao titulo. 0 piano vertical e o da profundidade da cognipdo. Como regra geral, no processo de conhecimento, busca-se produzir decisao baseada em cognipao exauriente. Pode a cogni^ao, porem, ser menos profunda, sumdria. E ha, ainda, casos excepcionalissimos em que se admite a prola^ao de decisao baseada em cogni^do superficial. A cogni^ao exauriente e aquela que permite ao juiz proferir Lima decisao baseada em juizo de certeza. Exige a mais profunda analise de alegagoes e provas, capazes de chegar ao ponto de permitir que sejam exauridas todas as possibilidades, levando o juiz a encontrar a decisao correta para a questao que Ihe tenha sido submetida. Esta decisao, baseada na mais profunda cognigao possfvel, e capaz de se tornar - desde que observadas algumas exigencias legais, de que mais tarde se tratara - imutavel e indiscutivel (por for^a de um fenomeno conhecido como coisa juigada). A produ^ao de uma decisao baseada em cogni^ao exauriente, como facilmente se percebe, pode demorar bastante. A realizapao de uma ampla e exaustiva instrufao probatoria, cercada de amplo debate acerca de todos os aspectos da questao a ser decidida, pode exigir largo tempo. Por conta disso, ha casos em que se admite a produgao de decisoes tomadas com base em uma cogni^ao menos profunda da causa. E a chamada cognipdo sumdria, a qual permite a prola^ao de decisoes baseadas em juizo de probabilidade, como se da nas tutelas provisorias (arts. 294 a 311 do CPC). Nas decisoes baseadas em cogni^ao sumaria, entao, nao havera a afirma^ao judicial da existencia (ou inexistencia) do direito material. Em tais decisoes simplesmente se afirmara que o direito provaveimente existe. Nao e por outra razao, alias, que o art. 300 estabelece que a tutela de urgencia sera concedida "quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito". Casos ha, porem, em que se permite a prola^ao de decisao baseada em cognigdo superficial. Esta e a menos profunda de todas as modalidades de cognifao, e permite a prola^ao de decisoes fundadas em juizo de verossimilhanpa. www.fsaintclair.com.br face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto 5 FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR 0 PROCEDIMENTO COMUM E COMPOSTO P0R4 EASES: EASE POSTULATORIA EASE EASE DECISORIA EASE SANEATORIA INSTRUTORIA Obs. Os demais, procedimentos especiais, sao regulados apenas naquilo que tenham de diferente do comum e, por isso, ha expressa disposifao legal no sentido de que o procedimento comum e subsidiariamente aplicavel aos especiais (art. 318, paragrafo unico]. Assim, estudar o procedimento comum e o mesmo que estudar o modo como ordinariamente se desenvolve o processo de conhecimento, o que realfa sua importancia. Pois o estudo do procedimento comum do vigente CPC exige a adequada compreensao de sua estrutura (sob pena de se ter uma visao equivocada dos atos que o compoem). E que o procedimento comum tern uma estrutura bifdsica (Obs. Alexandre Freitas Camara divide em duas fases, ao contrario da maioria dos doutrinadores que dividem em 04 fases como demonstrado acima, porem, divergencia apenas teorica, na pratica nao muda nada!). Em outras palavras,esta o procedimento comum dividido em duas fases distintas, com finalidades bastante diferentes. A primeira fase (que pode ser chamada de fase introdutoria] vai do ajuizamento da peti<pao inicial a prola^ao da decisao de saneamento e organiza^ao do processo e tern por fim delimitar as questoes (de fato e de direito) que serao objeto de instru^ao e julgamento no processo. Encerrada esta, inicia-se a fase principal (que se inicia no momento em que a decisao de saneamento e organiza^ao do processo adquire estabilidade e vai ate a prolafao da senten^a), destinada a instrufao e julgamento das questoes delimitadas na fase introdutoria. www.fsaintclair.com.br face: /Prof.FranciscoSaintClairNefo 7 FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR Mesmo assim, nesses casos seria preciso que o jui'zo prolatasse decisao incluindo as questoes novas no rol daquelas que serao apreciadas na sentenfa, a fim de assegurar que as partes se manifestem sobre elas. Com a bipartite do procedimento comum em fase introdutoria e fase principal, consegue-se, pois, assegurar o desenvolvimento de um procedimento destinado a permitir um debate qualitativamente melhor, o que leva, inevitavelmente, a prolagao de sentenfas qualitativamente melhores. Dai a importancia de se respeitar essa biparti 930. DA PETI^AO INICIAL Inicia-se o procedimento comum (como, alias, qualquer outro procedimento) com o ajuizamento de uma peti^ao inicial. Esta pode ser defmida como 0 instrumento atraves do qual se propoe a demanda e se instaura o processo. Trata-se de elemento extremamente importante nao so por servir para dar inicio ao processo, mas tambem - e principalmente - por ser a peti^ao inicial a responsavel por trazer ao processo os elementos que identificam a demanda que sera apreciada. Exatamente em fun^ao disso, a petifao inicial e documento que precisa preencher uma serie de requisites formais, sem os quais nao se pode ter 0 valido e regular desenvolvimento do processo. Deve a petigao inicial indicar, antes de tudo, o juizo a que e dirigida (art. 319,1). Significa isto que incumbe ao demandante indicar o orgao jurisdicional que considera competente para 0 processo. A ele, entao, o processo sera encaminhado (e, havendo mais de um da mesma especie na comarca, se^ao ou subse^ao judiciaria, far-se-a entre eles a distribui^ao). Em seguida, a petigao inicial deve indicar as partes, com suas qualifica^oes (art. 319, II). Exige a lei processual que da peti^ao inicial conste a indicate dos nomes completes (prenomes e sobrenomes), estado civil (e, se for o caso, a existencia de uniao estavel), a profissao, o numero de inscribe no Cadastro de Pessoas Ffsicas (CPF) ou no Cadastre Nacional de Pessoas Juridicas (CNPJ), o endere^o eletronico, o domicilio e a residencia de ambas as partes. Evidentemente, nem sempre 0 autor dispora de todos estes elementos. Podera ele, entao, requerer ao juiz da causa a realiza^ao das diligencias necessarias para sua obten^ao (art. 319, § 1Q). www.fsaintcIair.com.br face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto 9 FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR Estes nao integram a causa de pedir, mas ainda assim precisam ser descritos na petifao inicial. E que incumbe ao demandante indicar, na sua petigao inicial, o raciodnio jundico desenvolvido para afirmar que, dos fatos narrados, chegou a conclusao por ele apresentada. Tais fundamentos jundicos nao vinculam o juiz (ao contrario da causa de pedir, a que o juiz fica vinculado e so com base nela podera proferir sentenpa de merito), que pode trazer outros fundamentos jundicos para a causa [iura novit curia, maxima que indica que o juiz conhece o Direito e, por isso, nao fica vinculado aos fundamentos jundicos deduzidos pelas partes], os quais deverao, porem, ser submetidos ao contraditorio substancial e efetivo para que possam ser invocados na fundamenta^ao da decisao (art. 10). Deve, em seguida, a petiyao inicial conter a formulagao do pedido, com suas especificafoes (art. 319, IV). Chama-se pedido a manifesta^ao processual da pretensao, isto e, o ato pelo qual o demandante declara, perante o juizo, o resultado que pretende obter com o processo. Incumbe ao autor, na petipao inicial, deduzir tanto o pedido imediato (isto e, o provimento jurisdicional postulado) como o mediato (ou seja, o bem da vida que atraves do processo pretende obter). A petiyao inicial deve, tambem, indicar o valor da causa (art. 319, V), o qual deve corresponder ao beneficio economico que o demandante pretende obter com sua demanda (arts. 291 e 292, § 3o). Sera indicado o valor da causa, ainda que esta nao tenha conteudo economico imediatamente afenvel (art. 291, in fine). Exige a lei processual (art. 319, VI) que o autor indique na petifao inicial "as provas com que [pretende] demonstrar a verdade dos fatos alegados". Esta e, porem, em muitos casos, uma exigencia de dificil (para nao dizer impossivel) cumprimento. E que so constituem objeto de prova as alega^oes feitas pela parte a respeito de fatos e que sejam, simultaneamente, relevantes e controvertidas. Ora, parece evidente que, no momento da elaborapao da petipao inicial, nenhuma alegagao e, ainda, controvertida. Consequencia disso e que ao elaborar a petifao inicial, nao sabe o autor, ainda, o que tera de provar. Impossivel, entao, dizer quais sao as provas que pretende produzir se sequer sabe o que tera de provar. Nao e por outra razao que, na pratica, e muito frequente encontrar-se peti^ao inicial que se limite a afirmar que o autor pretende produzir "todos os meios de prova admissiveis" (ou algo parecido). www.fsaintclair.com.br face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto ii FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR CPC - Art. 322. 0 pedido deve ser certo. § lfl Compreendem-se no principal os juros legais, a corre^ao monetaria e as verbas de sucumbencia, inclusive os honorarios advocaticios. (pedidos implicitos) § 2fl A interpreta^ao do pedido considerara o conjunto da postulapao e observara o principio da boa-fe. Assim, por exemplo, aquele que pretende cobrar uma divida deve nao so afirmar na petipao inicial que pretende receber dinheiro (pedido certo], mas tambem precisa indicar a quantidade que espera receber (pedido determinado]. Consideram-se, porem, incluidos no objeto do processo independentemente de pedido os juros legais, a corre^ao monetaria e as verbas de sucumbencia, inclusive honorarios advocaticios (art. 322, § l9]. E o que se costuma, no jargao forense, chamar de "pedidos implicitos". A rigor, porem, nao se trata de pedido implicitamente formulado, mas de pontos que integram o objeto do processo independentemente de pedido, por for^a de lei, nao podendo o juiz deixar de se pronunciar sobre eles. Tambem se consideram incluidas no objeto do processo, independentemente de pedido expresso, as presta^oes sucessivas que resultem da obriga^ao cujo cumprimento se postula (art. 323). Pense-se, por exemplo, numa demanda de condena^ao ao pagamento de presta^oes alimenticias ou de um beneficio previdenciario. Nestes casos, ainda que nao se formule expressamente pedido expresso neste sentido, as presta^oes sucessivas incluem-se no objeto do processo e serao incluidas na condena^ao enquanto durar a obrigagao, sendo porem licito ao devedor, no curso do processo, paga-las ou as consignar em juizo (art. 323, parte final). A interpretagao do pedido exige uma considerapao especial. E que muitas vezes se ve, na pratica forense, considerar-se que o pedido deveria ser interpretado apenas a partir de uma frase que, formulada ao final da peti^ao inicial, e indicada pelo demandante como sendo seu pedido. www.fsaintclair.com.br face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto 13 FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR Como dito anteriormente, o pedido deveser certo e determinado. Cuidado! Admite-se, porem, e em carater excepcional, a formula^ao de pedido generico (assim entendido aquele pedido que nao contem a determinafao do quantum pretendido pelo demandante), nos casos expressamente previstos no art. 324, § 1Q. 0 primeiro caso em que se admite o pedido generico e o das "a^oes universais", quando o autor nao pode individuar os bens demandados (art. 324, § 1Q, I}. E o que se tern naquelas hipoteses em que o demandante postula uma universalidade de bens (como se da, por exemplo, na "agao de peti^ao de heranfa", demanda atraves da qual o autor postula o recebimento de um quinhao hereditario a que considera fazer jus, quando nao tenha sido parte no processo de inventario e partilha). Neste caso, basta ao autor, na peti^ao inicial, afirmar que pretende receber seu quinhao, indicando a fra^ao do monte que Ihe corresponde (por exemplo, pedindo o reconhecimento de que tern direito a um quarto do total da heran^a), sem precisar a extensao desse quinhao. Outro caso em que se admite o pedido generico e aquele em que nao e possivel "determinar, desde logo, as consequencias do ato ou do fato" que serve de fundamento para a causa (art. 324, § 1Q, II). E o que se da, por exemplo, em um processo que tenha por objeto a condenafao do reu a reparar danos resultantes de um acidente, entre os quais esta o custeio de um tratamento medico para eliminar as sequelas resultantes do evento. E perfeitamente possivel considerar que, no momento do ajuizamento da petifao inicial, o autor ainda nao tern condi^oes de estabelecer o custo total do tratamento a que tera de submeter-se (e nao faria qualquer sentido exigir que primeiro o autor completasse o tratamento para so depois poder ir a juizo). Pois em casos assim admite-se a formulafao de um pedido generico (atraves da formula "condena^ao do reu a arcar com todo o custo que o tratamento venha a ter” ou similar). Na pratica forense, e muito comum tentar-se enquadrar nesta hipotese a demanda de compensa^ao por danos morais, nela se formulando pedido generico. Trata-se, alias, de pratica que sempre contou com a aceitafao dos tribunais. Isto, porem, e absolutamente inadmissivel. Em primeiro lugar, a formula^ao de pedido generico nas demandas de compensa^ao por danos morais gera uma inadmissivel limitagao ao principio do contraditorio. E que, deduzido pedido generico neste caso, impede-se o exercicio, pelo reu, de seu direito ao contraditorio como garantia de influencia na forma^ao da decisao acerca do valor da condenagao. www.fsaintclair.com.br face: /Prof.FranciscoSaintCiairNeto 15 FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR Sempre que o autor formular mais de um pedido, ter-se-a o fenomeno conhecido como cumulapao de pedidos. A cumulaqao de pedidos pode ser simples, sucessiva, eventual ou alternativa. Chama-se simples a cumulaqao quando os pedidos cumulados sao independentes entre si, e a procedencia ou improcedencia de um nao depende do resultado do julgamento do outro (sendo, pois, perfeitamente possfvel que sejam ambos procedentes, ambos improcedentes, ou ainda que um deles seja procedente e o outro improcedente). E o que se tern, por exemplo, no caso de o autor formular, com base em um mesmo evento, reparaqao por danos materials e morais. A cumulaqao e sucessiva quando o segundo pedido so pode ser examinado se o primeiro for procedente. E o que se da no caso de o autor, alegando ter o reu deixado de pagar as prestafoes relativas a um contrato de promessa de compra e venda de um imovel, postula a rescisao do contrato e a reintegra^ao na posse do bem. 0 segundo pedido (reintegra^ao na posse) so podera ser apreciado se o primeiro (rescisao do contrato) tiver sido julgado procedente. A cumulaqao e eventual quando o segundo pedido so pode ser examinado se o primeiro nao for acolhido (art. 326). CPC - Art. 326. E licito formular mais de um pedido em ordem subsidiaria, a fim de que o juiz conhe^a do posterior, quando nao acolher o anterior. Paragrafo unico. E licito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles. Em casos assim, ha um pedido principal, que o autor pretende ver preferencialmente acolhido e, caso venha ele a ser rejeitado, ha um pedido subsidiario a ser tambem examinado (FPPC, enunciado 287). Enunciado 287 - FPPC. (art. 326) 0 pedido subsidiario somente pode ser apreciado se o juiz nao puder examinar ou expressamente rejeitar o principal. (Grupo: Petifao inicial, resposta do reu e saneamento) www.fsaintclair.com.br face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto 17 FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR Nao se admite, por exemplo, que em uma demanda fundada na aquisigao de bem com vi'cio redibitorio, o autor cumule os pedidos de desfazimento do negocio jundico e de abatimento do pre^o, dada sua absoluta incompatibilidade. 0 segundo requisite da cumula^ao e que o mesmo juizo seja competente para conhecer de todos (art. 327, § 1Q, II). Nao se pode, por exemplo, cumular um pedido de divorcio (competencia do juizo de farmlia) com o de reintegra^ao na posse de um imovel (competencia do juizo civel), salvo se na comarca o mesmo juizo tenha ambas as competencias. Importante observar que pode haver conexao entre os pedidos, e nesta hipotese sera possivel cumula-los modificando os criterios relatives (mas nao os absolutes) de determinate da competencia. Caso nao haja entre os pedidos qualquer conexao (pela causa de pedir), porem, a cumulate sera possivel (art. 327, caput) mas isto nao permitira a modificat0 de competencia, so sendo possivel a cumulagao se o mesmo juizo for, a principio, competente para conhecer de todos eles. Por fim, exige-se para a admissibilidade da cumulate que para todos os pedidos seja adequado o mesmo tipo de procedimento (art. 327, § 1Q, III). Pode-se cumular pedidos para os quais haja previsao de procedimentos distintos, porem, se para todos puder ser usado o procedimento comum, caso em que sera possivel o emprego das tecnicas diferenciadas previstas para o procedimento especial que nao sejam com o procedimento comum incompativeis (art. 327, § 29). Assim, por exemplo, sera possivel postular-se a consignato em pagamento do pre^o de um bem e, no mesmo processo, a condenato do reu a entregar o referido bem, usando-se o procedimento comum sem prejuizo de se admitir a realizato do deposito judicial do valor ofertado e, ate mesmo, a complementato do deposito insuficiente, tecnicas diferenciadas estabelecidas para o procedimento especial da consignat0 em pagamento. So nao sera possivel, entao, esta cumulat0 quando as tecnicas diferenciadas forem realmente incompativeis com o procedimento comum, e seu uso desnaturaria o procedimento especial por completo (como se daria, por exemplo, em algum caso em que se quisesse cumular uma demanda de inventario e partilha com outra de investigate de paternidade, a qual segue o procedimento comum, pois isto desnaturaria completamente o procedimento especial do inventario e partilha). 1 www.fsaintdair.com.brface: /Prof.FranciscoSamtClairNeto 19 FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR Trata-se de dispositive ensejador de urn retrocesso. Explique-se: este sistema ja foi adotado no direito processual civil brasileiro, ate 1994. No final desse ano foi editada uma lei que reformou o CPC de 1973, estabelecendo que no caso de haver apela^ao contra senten^a de indeferimento da petifao inicial o reu nao seria mais citado para oferecer contrarrazoes, so ocorrendo a citafao se o recurso viesse a ser provide. Tratava-se de um sistema muito mais logico. Nao ha qualquer razao para, indeferida a peti^ao inicial, trazer-se ao processo o reu, atraves de uma cita^ao, para que ele tenha oportunidade de dizer que a senten^a apelada esta correta e que ele realmente nao deveria ter sido citado. 0reu tera sido citado para dizer que nao deveria ter sido citado... Pelo sistema inaugurado com a reforma legislativa operada em 1994, o reu so seria citado se o recurso fosse provide (e, por conseguinte, se tivesse a petifao inicial como apta para permitir o desenvolvimento regular do processo), sendo certo que, por for^a do principio do contraditorio, nada impediria que o reu, uma vez citado, tornasse a suscitar a existencia do vicio da peti^ao. Este era um procedimento cuja constitucionalidade ja havia, inclusive, sido reconhecida pelo STF (AI 427533 AgR/Rs, j. em 02.08.2004, rel. p/ acordao Min. Cezar Peluso). 0 sistema estabelecido pelo art. 331, § lg evita o "retrabalho", ja que traz desde logo o reu para o processo e impede que, apos todo o trabalho desenvolvido pelo tribunal ao examinar o recurso, a mesma questao seja novamente suscitada pelo reu, para quern a materia ali discutida nao estaria superada. De outro lado, porem, ter-se-a trazido o reu para o processo desnecessariamente em todos aqueles casos nos quais, indeferida a peti^ao inicial, tal decisao venha a ser considerada correta pelo tribunal julgador do recurso. Goste-se da ideia ou nao, porem, determina a lei que, nao havendo retrata^ao, seja o reu citado para oferecer contrarrazoes ao recurso, sendo este em seguida encaminhado ao tribunal. Vindo este a reformar a senten^a, o prazo para oferecimento de contestagao correra da intima^ao do retorno dos autos (art. 331, § 2Q). Nao tendo sido interposta a apela^ao, e transitando em julgado a senten^a de indeferimento da peti^ao inicial, devera o reu ser comunicado do transito em julgado da senten^a proferida em processo para o qual ele nao foi citado (art. 331, § 3Q). www.fsaintclair.com.br face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto 21 i FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR Imagine-se, por exemplo, que um pai que paga alimentos aos seus filhos, calculada em termos de percentual sobre seus ganhos, postula em jufzo a declara^ao de que a presta^ao alimenticia nao deve ser calculada sobre o decimo terceiro salario e a gratifica^ao de ferias. Ocorre que tal pretensao contraria entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justifa no julgamento de casos repetitivos (REsp 1106654/RJ, j. em 25.11.2009, rel. Min. Paulo Furtado], o que deve levar a improcedencia liminar do pedido. Outro caso de improcedencia liminar e aquele em que o pedido contraria entendimento firmado em incidente de resolu^ao de demandas repetitivas ou de assun^ao de competencia (art. 332, III). 0 IRDR e mecanismo analogo ao do julgamento dos recursos excepcionais repetitivos, mas de utilizafao exclusiva dos tribunais de segunda instancia (Tribunals de Justi^a e Tribunais Regionais), compondo com aquela tecnica empregada no STF e no STJ o microssistema dos julgamentos de casos repetitivos (art. 928), que permite o gerenciamento, pelo judiciario, da litigancia de massa. Assim, a decisao proferida em sede de IRDR tern - como se vera mais adiante - eficacia vinculante na area de atua^ao do tribunal que o tenha julgado (Estado ou Regiao, conforme o caso), do mesmo modo que a decisao proferida no julgamento de recursos excepcionais repetitivos tern eficacia vinculante em todo o territorio nacional. De outro lado, o incidente de assun^ao de competencia permite a formagao de precedentes com eficacia vinculante fora das demandas massificadas, repetitivas, conforme se podera estudar no momento oportuno, em item proprio deste trabalho. Assim, tendo sido formulado pedido contrario a entendimento firmado em IRDR ou em incidente de assunfao de competencia, e nao havendo necessidade de dilafao probatoria para a verifica^ao desta incompatibilidade, devera o juiz proferir sentenfa desde logo, julgando o pedido liminarmente improcedente. Tambem sera julgado improcedente o pedido de forma liminar quando contrariar entendimento consolidado em enunciado de sumula de Tribunal de Justi^a sobre direito local (art. 332, IV). E que incumbe aos tribunais estaduais (e ao do Distrito Federal) dar a palavra final acerca da interpreta^ao do Direito Estadual e Municipal. A hipotese e, pois, analoga a do inciso I deste mesmo art. 332 (incidindo este ultimo quando se tratar de Direito constitucional ou federal). www.fsaintclair.com.br face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto 23 FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR Aten^ao! Retratando-se o juiz, devera o processo seguir normalmente, com a citafao do reu (art. 332, § 4Q, primeira parte). De outro lado, caso o juiz nao se retrate, o reu sera citado para oferecer contrarrazoes no prazo de quinze dias, seguindo o processo para o tribunal competente para conhecer da apela^ao (art. 332, § 4Q, parte final). AUDIENCIA DE CONCILIACAO QIJ DE MEDIA^AO Estabelece o art. 334 que, estando corretamente elaborada a petigao inicial, e nao tendo sido caso de improcedencia liminar do pedido, devera o juiz designar audiencia de conciliafao ou de media^ao (o que tambem se le no art. 27 da Lei n- 13.140/2015). Lei ns 13.140, de 26 de junho de 2015 Art. 27. Se a peti^ao inicial preencher os requisites essenciais e nao for o caso de improcedencia liminar do pedido, o juiz designara audiencia de mediagao. Art. 334. CPC E precise, porem, recordar que esta audiencia nao sera designada se o autor tiver declarado, expressamente, na peti^ao inicial que opta por sua nao realiza^ao (art. 319, VII e art. 334, 5Q; art. 2Q, § 22, da Lei nQ 13.140/2015). Aqui e precise fazer uma observa^ao: o inciso I do § 4Q do art. 334 estabelece que a audiencia nao sera realizada se ambas as partes manifestarem, expressamente, desinteresse na composi^ao consensual. Uma interpreta^ao literal do texto normative poderia, entao, levar a se considerar que so nao se realizaria a sessao de media^ao ou conciliafao se nem o demandante, nem o demandado, quisessem participar desse procedimento de busca de solu^ao consensual, nao sendo suficiente a manifestafao de vontade de uma das partes apenas para evitar a realizafao daquela reumao. Assim nao e, porem. Apesar do emprego, no texto legal, do vocabulo "ambas", deve-se ou concilia^ao nao se realizara seinterpretar a lei no sentido de que a sessao de media^ao qualquer das partes manifestar, expressamente, desinteresse na composi^ao consensual. Basta que uma das partes manifeste sua inten^ao de nao participar da audiencia de concilia^ao ou de mediafao para que esta nao possa ser realizada, todavia, algumas bancas de concursos publicos e provas da OAB cobram a letra fria de lei, fique atento em provas! 25www.fsaintclair.com.br face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR Trata-se de san^ao resultante do descumprimento do dever de agir no processo com boa-fe (art. 5Q). Considere-se, aqui, que a audiencia so e marcada em fun^ao da manifesta^ao de vontade de ambas as partes (que poderiam ter dito expressamente nao ter interesse em sua realiza^ao), o que gera - nos demais atores do processo - a legitima confian^a de que ha predisposi^ao para a busca de uma solu^ao consensual do conflito. A ausencia injustificada de alguma das partes quebra essa confian^a, o que precisa ser sancionado. A nao ser assim, correr-se-ia o risco de alguma das partes, interessada em protelar o andamento do processo, deixar ser designada a audiencia (e e sabido que, com as pautas cheias, pode haver um espa^o de tempo muito grande entre a designayao da audiencia e sua realizafao, muitas vezes bastante maior do que os trinta dias de antecedencia minima a que se refere a lei) apenas para ganhar tempo, sem sofrer com isso qualquer consequencia. Assim nao e - e nao poderia ser -, porem. A ausencia injustificada da parte a audiencia que so foi designada por ter ela manifestado vontade de participar de um procedimento consensual de resolu^ao do litigio implica a imposifaode san^ao pecuniaria. Obtida a autocomposiyao, sera ela reduzida a termo e homologada por senten^a, pondo-se deste modo termo ao processo (art. 334, § 11; art. 28 da Lei no 13.140/2015). RFSPOSTA DO REU Citado o reu, pode ele reagir a demanda proposta pelo autor. Pois esta reagao e chamada de resposta do reu. 0 CPC se vale dessa terminologia, falando em "resposta" ou "resposta do reu" em alguns dispositivos, de que sao exemplos os arts. 113, § 2Q, 248, 335, § 2Q, 578 e 970. Duas sao as respostas do reu: contestayao e reconven^ao. RESPOSTAS DO REU RECONVENfAO Art. 343. CONTESTA£AO Art. 335. 27www.fsaintclair.com.br face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR For fim, quando a audiencia ja nao tiver sido designada (por versar a causa sobre direito que nao admite autocompos^ao ou por ter o autor, na peti^ao inicial, optado pela sua nao realizagao), o prazo correra na forma do disposto no art. 231, conforme a modalidade de cita^ao que tenha sido efetivada (art. 335, III). Havendo varios reus, a regra e que o prazo seja comum a todos. No caso de terem os reus, porem, protocolado petifao requerendo o cancelamento da audiencia de concilia^ao ou media^ao, o prazo para cada um deles correra, independentemente, a partir da data do respective protocolo (art. 335, § l2). No caso de nao ter sido designada a audiencia de conciliagao ou media^ao por versar a causa sobre direito que nao admite autocomposifao, e vindo o autor a desistir da ayao em relagao a algum dos reus, o prazo para que os demais apresentem resposta correra da data em que sejam eles intimados da decisao que homologar a desistencia (art. 335, § 22). Como dito, incumbe ao reu, na contesta9ao, alegar toda a defesa que tenha em seu favor. Incide, aqui, uma regra conhecida (impropriamente) como "principio” da eventualidade. Por for^a da regra da eventualidade, incumbe ao sujeito do processo (no caso em exame, ao reu) apresentar, de uma so vez, todas as alega^oes que tenha em seu favor, ainda que contraditorias entre si, sob pena de preclusao (ou seja, perda da possibilidade de a alegar posteriormente). Assim e que ao reu cabe, na contesta^ao, alegar todas as defesas que tenham relacionadas a regularidade do processo (suscitando, por exemplo, a falta de alguma "condiyao da a^ao" ou de um pressuposto processual) e, tambem, a defesa de merito (que sera direta quando o reu negar o fato constitutive do direito do autor; e indireta, quando o reu admitir o fato constitutive e Ihe opuser outro, impeditivo, modificativo ou extintivo do direito do demandante). Pense-se, por exemplo, em uma demanda de cobranga de divida resultante de um emprestimo. E possivel que o reu, nesse caso, apresente contesta^ao alegando, em primeiro lugar, alguma defesa processual (como a ausencia de interesse de agir, por exemplo); em seguida uma defesa direta de merito (sustentando a inexistencia do contrato); e, por fim, defesa de merito indireta (como, por exemplo, a prescriyao ou a compensate). Vale notar que a alega^ao de defesas contraditorias entre si nao viola o principio da boa-fe objetiva, nao sendo, portanto, uma ofensa a vedato de comportamento contraditorio [nemo venire contra factum proprium), ja que a regra da eventualidade afasta qualquer possibilidade de se reconhecer a existencia, por parte dos demais sujeitos do processo. uma 29www.fsaintciair.com.br face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR Estabelece o art. 340, § 3Q, que o mero fato de haver, na contestafao, alega^ao de incompetencia, devera ser suspensa a realizafao da audiencia de conciliafao ou de media^ao que tenha sido designada. Esta, porem, e uma regra que causa alguma estranheza. E que no caso de ter sido designada a audiencia de conciliagao ou de mediagao, o prazo para oferecimento de contestagao so comega a correr depots da aludida audiencia. Assim, nao se ve como seria possfvel suspender-se uma audiencia que ja se teria realizado. A unica forma possfvel de dar algum sentido util a essa regra e considerar que poderia o reu protocolar sua contestagao desde logo, com a alegagao de incompetencia do julzo, antes mesmo de ser realizada a audiencia de conciliagao ou de mediagao, caso em que tal audiencia ficaria suspensa. Neste caso, definido qual e o jufzo realmente competente, a este incumbira - se for o caso - designar nova data para a realizagao daquela audiencia (art. 340, § 4Q). Outra materia processual que pode ser suscitada na contestagao e a incorregao do valor da causa (art. 337, III]. E, pois, na contestagao que o reu pode oferecer sua impugnagao ao valor da causa, nos termos do disposto no art. 293. Pode, ainda, o reu alegar inepcia da petigao inicial (art. 337, IV), afirmando ter ocorrido qualquer das situagoes descritas no art. 330, § lo. A contestagao pode, ainda, trazer a alegagao de existencia de perempgao (art. 337, V), litispendencia (art. 337, VI) ou coisa julgada (art. 337, VII), todas elas causas de extingao do processo sem resolugao do merito, nos termos do art. 485, V, e que mais adiante serao examinadas. 0 reu pode, tambem, alegar em sua contestagao a existencia de conexdo entre o processo em que oferece sua resposta e alguma outra causa (art. 337, VIII), a fim de buscar a reuniao dos processes no julzo prevento. Tambem se pode alegar, como defesa processual, a existencia de incapacidade de parte, defeito de representagao ou falta de autorizagao para o ajuizamento da demanda (art. 337, IX), todos estes vicios capazes de - se nao corrigidos - acarretar a extingao do processo sem resolugao do merito. E tambem na contestagao que o reu podera alegar a existencia de uma convengao de arbitragem celebrada entre as partes (art. 337, X). Esta, alias, e materia de defesa que so pode ser alegada na contestagao, sob pena de preclusao, dai resultando a aceitagao da jurisdigao estatal, com renuncia ao jufzo arbitral (art. 337, § 6Q). www.fsaintclair.com.br face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto 31 FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR Tambem se permite ao reu alegar, na contesta^ao, a falta de caufao ou de outra presta^ao que a lei exige como preliminar (art. 337, XI), como seria, por exemplo, a falta de pagamento das despesas processuais e de honorarios advocatfcios referentes a processo anterior, extinto sem resolu^ao do merito, quando a demanda e novamente ajuizada (art. 486, caput e § 29). Por fim, e a contesta^ao a sede adequada para o reu impugnar a concessao do beneffcio de gratuidade de justi^a deferido ao autor (art. 337, XIII). Alem dessas defesas - todas processuais, como dito - incumbe ao reu, por for^a da regra da eventualidade, apresentar, tambem na contesta^ao, sua defesa de merito. E quanto a esta, incide sobre o reu o onus da impugna^ao especificada dos fatos, o que significa dizer que ao reu incumbe manifestar-se de forma precisa sobre todas as alegatpoes de fato contidas na peti^ao inicial, presumindo-se verdadeiras as que nao tenham sido expressamente impugnadas (art. 341). So nao havera tal presunyao de veracidade quando se tratar de fatos que nao admitem confissao (art. 341, I, e art. 392); se a peti^ao inicial nao estiver acompanhada de documento que a lei repute integrante da substancia do ato - por exemplo, quando se tiver afirmado na peti^ao inicial a existencia de um testamento e nao tiver sido juntada copia do instrumento de declara^ao de ultima vontade ou se tais alegafoes estiverem em contradifao com a defesa, considerada em seu conjunto (art. 341, II e III). Cuidado em provas! Nao se aplica, porem, o onus da impugna^ao especificada dos fatos aos defensores publicos, advogados dativos e ao curador especial (art. 341, paragrafo unico), estando estes autorizados a apresentar contesta^ao por negagaogeral. A contesta^ao e o momento adequado, entao,para que o reu apresente toda a sua materia de defesa. Art. 341. Paragrafo unico. 0 onus da impugna^ao especificada dos fatos nao se aplica ao defensor publico, ao advogado dativo e ao curador especial. 33www.fsaintclair.com.br face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR E precise ficar claro que, neste caso, nao pode o juiz determinar ao autor que produza provas que "confirmem" a presun^ao (pois tal determina^ao contrariaria expressamente o disposto no art. 374, IV, o qual expressamente estabelece que "[n]ao dependem de prova os fatos [em] cujo favor milita presun^ao legal de existencia ou de veracidade". 0 que se admite nesses casos, apenas, e a produfao, pelo revel que posteriormente intervenha no processo, da contraprova (art. 349). Alem do efeito material, a revelia pode produzir dois efeitos processuais. 0 primeiro deles e o julgamento antecipado do merito (art. 355, II). Este efeito so se produz nos casos em que se tenha tambem produzido o efeito material da revelia. E que nos casos em que da revelia nao resulta a presunipao de veracidade das alegaipoes de fatos formuladas pelo demandante nao e possivel julgar-se desde logo o merito da causa, uma vez que sobre o autor recaira o onus da prova. Naqueles casos, porem, em que da revelia resulte uma presunipao de que as alega^oes feitas pelo autor a respeito de fatos sao verdadeiras, e nao tendo o revel requerido a produ^ao de contraprovas, estara dispensada a instru<pao probatoria, e nada mais havera a fazer a nao ser proferir-se desde logo o julgamento do merito. 0 outro efeito processual da revelia, previsto no art. 346, alcampa apenas aqueles casos em que o revel nao tenha advogado constituido nos autos. Pois neste caso, os prazos processuais para o revel correrao, sempre, da data em que seja divulgada nodcia dos atos decisorios no diario oficial. RECONVENCAO Chama-se reconven^ao a demanda proposta pelo reu, em face do autor, dentro do mesmo processo. A reconven^ao e um mecanismo que permite a amplia^ao do objeto do processo (ja que ao juiz cabera, agora, julgar nao so a demanda principal, mas tambem a demanda reconvencional), ampliando-se deste modo sua eficiencia. A reconvenfao deve ser oferecida na mesma pe^a em que o reu contesta (art. 343), sendo certo que ao reu e permitido, caso seja de sua conveniencia, oferecer apenas a reconven^ao, sem apresentar contesta^ao (art. 343, § 69). Nao se exige, porem, para o oferecimento da reconven^ao que este termo seja empregado expressamente, nem a elaboraipao formal de um capltulo em separado. Basta que pela leitura da pe<pa fique clara a inten^ao do reu de obter tutela jurisdicional quantitativa ou qualitativamente mais ampla do que a que ele receberia com o mero julgamento de improcedencia da demanda do autor (FPPC, enunciado 45). www.fsainfclair.com.br face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto 35 FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR Alguns exemplos permitirao visualizar melhor a hipotese. Pense-se, primeiro, no caso de o autor ter ajuizado, em face do reu, demanda de anulagao de contrato por vi'cio de consentimento. Pode o reu contestar, alegando que nao houve qualquer vi'cio de consentimento, e reconvir para postular a condenafao do autor a cumprir a obrigagao contratual. Outro exemplo se tern no caso em que o autor ajuiza "afao de consigna^ao em pagamento" de alugueis, e o reu reconvem para postular o despejo por falta de pagamento. Um terceiro exemplo se tern no caso em que o autor postula a condena^ao do reu a pagar uma divida em dinheiro, vindo o reu a, na contestafao, alegar que o pedido deve ser julgado improcedente porque o autor, nao obstante seja credor da obrigafao que esta a exigir, e tambem devedor do reu, em quantia superior a que cobra. Neste caso, admite-se a reconven^ao para que o reu cobre eventual saldo que afirme subsistir em seu favor com a compensagao das obrigagoes. Muitos outros exemplos poderiam ser figurados, mas importante e deixar claro que a admissibilidade da reconvengao exige, a rigor, apenas que haja, entre a demanda principal e a reconvengao, ou entre esta e a contestagao, algum dado comum, capaz de justificar a reuniao das causas em um so processo para torna-lo mais eficiente. Embora reunidas no mesmo processo, a demanda principal e a reconvencional sao independentes, motive pelo qual o fato de nao se poder resolver o merito da causa em relagao a uma delas nao e suficiente para impedir a apreciagao do merito da outra (art. 343, § 2Q]. A reconvengao, como dito anteriormente, e definida como uma demanda proposta pelo reu em face do autor. Nada impede, porem, que haja uma ampliagao subjetiva do processo provocada pela reconvengao. E que nada impede que o reureconvinte se litisconsorcial com um terceiro para ajuizar a demanda reconvencional em face do autor-reconvindo (art. 343, § 4Q). E o caso, por exemplo, de o autor ajuizar, em face de um dos codevedores solidarios, demanda para exigir deste a integralidade da prestagao devida, vindo o reu, em litisconsorcio com seu codevedor, a reconvir para postular a invalidagao do contrato. Do mesmo modo, a reconvengao pode ser proposta de modo a acarretar a instauragao de um litisconsorcio (superveniente] entre o autor-reconvindo e um terceiro (art. 343, § 3g). Pense-se, e.g., no caso de um devedor ter demandado em face do credor o reconhecimento de nulidade do contrato, vindo o credor a reconvir em face do devedor e de seu fiador para exigir o cumprimento integral da prestagao resultante daquele proprio contrato. www.fsaintclair.com.br face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto 37 FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR Nos casos em que a revelia, porem, gere a presun^ao de veracidade, o autor fica livre de seu onus probatorio, ja que - por forya do disposto no art. 374, IV - nao dependem de prova os fatos em cujo favor milita presunfao legal de existencia ou de veracidade. Pode, porem, ocorrer de o revel ingressar no processo ainda em tempo de provocar a instaura^ao de uma fase de instrufao probatoria (art. 346, paragrafo unico). Pois neste caso, sobre o reu revel que tardiamente comparece ao processo incidira o onus da contraprova, sendo por isso admissivel que ele produza provas destinadas a afastar a presunyao que beneficia o demandante. Devera, entao, o juiz permitir que o revel que tenha comparecido produza provas que se contraponham as alega^oes do autor (art. 349). REPLICA Chama-se replica a resposta do autor a contesta^ao. Curiosamente, o CPC nao usa o termo replica para se referir a este ato nos artigos destinados a tratar do tema (arts. 350 e 351). 0 vocabulo, porem, aparece em tres dispositivos do CPC (arts. 100, 430 e 437), sempre designando a resposta do autor a contesta^ao. Nao e o mero fato de o reu ter oferecido contestafao que gera a necessidade de se abrir oportunidade para que o autor apresente replica. Esta sera cabivel apenas quando o reu, ao contestar, tenha suscitado defesa processual (art. 351) ou defesa de merito indireta (art. 350). Em ambos os casos, devera o juiz dar ao autor a oportunidade de manifestar-se em replica, no prazo de quinze dias, permitindo- Ihe a produce de provas. Caso o reu tenha se limitado a apresentar defesa de merito direta, nao haverd replica. E que neste ultimo caso a replica nao teria qualquer utilidade, nao sendo capaz de permitir um mais ample desenvolvimento do contraditorio. Afinal, o autor ja tera tido oportunidade de deduzir o fato constitutive do seu direito na peti^ao inicial e o reu ja tera negado sua ocorrencia na contesta^ao. Ao autor, agora, so poderia caber refor^ar as alega^oes que ja fizera na inicial (o que soa absolutamente desnecessario). Na replica o autor deve limitar-se a impugnar as alega^oes suscitadas pelo reu em sua contesta^ao. Esta oportunidade que se Ihe garante e essencialpara a plena observancia do principle do contraditorio, ja que permitira ao autor manifestar-se, exercendo seu direito de participar com influencia, sobre as alega^oes deduzidas pelo reu. www.fsaintclair.com.br face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto 39 FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR So nao sera assim em um caso: naquele em que o juiz verifica ser possfvel resolver-se o merito em favor daquele que seria beneficiado pela extin^ao do processo sem resolu^ao do merito. Pense-se, por exemplo, no caso de ter o juiz verificado que o processo deveria ser extinto sem resolu^ao do merito por for^a do abandono unilateral da causa (art. 485, III), o que beneficiaria o reu, mas e possivel afirmar, desde logo, ter-se operado a decadencia do direito do demandante (art. 487, II). Pois em casos assim, devera o juiz extinguir o processo com resolugao do merito, o que sera muito mais benefico para a parte a quern em tese aproveitaria a extin^ao do processo sem resolu^ao do merito. E isto se da por for^a do prindpio da primazia da resolugao do merito (art. 488). Casos havera em que o juiz nao podera extinguir o processo, mas sera possivel sua redu^ao (subjetiva ou objetiva). Pense-se, por exemplo, em um processo em que se tenha formado um litisconsorcio ativo entre dois autores, vindo o juiz a verificar que um deles nao tern legitimidade ativa. Neste caso, devera o juiz - sem extinguir o processo - excluir a parte ilegitima. Do mesmo modo, pode acontecer de o autor ter formulado varies pedidos cumulados e o juiz verificar que com rela^ao a um desses pedidos falta interesse de agir. Devera o juiz, entao, excluir este pedido do processo, o qual seguira para exame dos demais. Outra hipotese que se pode figurar e a de o autor ter formulado mais de um pedido e o juiz verificar que ocorreu a prescrifao quanto a apenas um deles, ou que o reu reconheceu a procedencia de um dos pedidos cumulados. Pois nesses casos, devera ser proferida uma decisao interlocutoha que reduzira, subjetiva ou objetivamente, o processo, devendo este prosseguir para exame daquilo que ainda nao tenha sido apreciado. Veja-se que neste caso nao ha uma "extin^ao parcial do processo" (ideia absolutamente equivocada, absurda mesmo, ja que nada pode ser "parcialmente extinto"). 0 que ha nessas hipoteses e a redu^ao subjetiva ou objetiva do processo, por decisao interlocutoria, impugnavel por agravo de instrumento (art. 354, paragrafo unico). Art. 354. Paragrafo unico. A decisao a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do processo, caso em que sera impugnavel por agravo de instrumento. www.fsaintcIair.com.br face: /Prof.FranciscoSamtClairNeto 41 FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR Pois em um caso assim, devera o juiz desde logo - e tendo em vista o fato de que uma parcela do pedido tornou-se incontroversa - proferir decisao de julgamento antecipado [rectius, imediato] parcial do merito. Enquanto o provimento judicial de julgamento imediato total do merito e uma sentenfa (impugnavel por apelagao), a decisao de julgamento imediato parcial do merito tern natureza interlocutoria, impugnavel por agravo de instrumento (art. 356, § 5o e art. 1.015, XIII). A decisao de julgamento parcial do merito tanto pode reconhecer a existencia de obrigayao liquida como de obrigafao iliquida (caso em que sera possivel realizar-se posteriormente a liquidagao). Caso interposto o agravo de instrumento, sera possivel promover desde logo a liquida^ao (se necessaria) ou a execu^ao da obriga^ao reconhecida na decisao de julgamento parcial do merito, independentemente de caufao (art. 356, §§ 1Q e 2-), salvo se atribuido efeito suspensive ao agravo de instrumento (art. 1.019, I), caso em que a decisao interlocutoria nao produzira desde logo seus efeitos. Nao havendo interposi^ao de recurso admissivel, a decisao de julgamento parcial do merito transitara em julgado, admitida a execu^ao definitiva (art. 356, § 3Q). Sendo o caso de iniciar desde logo a liquida^ao ou a execu^ao da decisao de julgamento imediato parcial do merito, estas poderao processar-se em autos suplementares (art. 356, § 4g), para evitar que atrapalhem o regular andamento do processo de conhecimento (que continuara a desenvolver-se para exame da parcela do merito ainda nao resolvida). SANEAMENTO E ORGANIZACAO DO PROCESSO Nao sendo possivel a imediata prola^ao de senten^a (por nao ser caso nem de extin^ao do processo nem de julgamento imediato total do merito) e, portanto, tendo o processo de seguir, devera ser proferida uma decisao interlocutoria de saneamento e organizacao do processo. Nesta decisao incumbe ao juiz resolver questoes processuais que eventualmente ainda estejam pendentes (art. 357, I), declarando saneado o processo - isto e, declarando a inexistencia de obstaculos a apreciafao do merito da causa delimitar as questoes de fato sobre as quais recaira a atividade probatoria, especificando os meios de prova que serao admitidos (art. 357, II); definir a distribui^ao do onus da prova (art. 357, III); delimitar as questoes de direito relevantes para a decisao de merito (art. 357, IV); e designar, se necessario, audiencia de instru^ao e julgamento (art. 357, V). E precise examinar mais detidamente o conteudo desta decisao. www.fsaintclairxom.br face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto 43 FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR Ao fixar os pontos de fato controvertidos, o juiz tambem determinara quais os meios de prova que serao admitidos no processo (art. 357, II} e, se entre estes houver alguma prova oral, designara audiencia de instru^ao e julgamento (art. 357, V). Tendo sido determinada a produ^ao de prova testemunhal, o juiz fixara prazo comum para que as partes apresentem seu rol de testemunhas, prazo este que nao sera superior a quinze dias (art. 357, § 4Q). Havendo determina^ao de que se produza prova pericial, devera o juiz, sempre que possivel, estabelecer desde logo calendario para sua realiza^ao, ou pelo menos fixando, nos termos do disposto no art. 465, prazo para apresenta^ao do laudo (art. 357, § 8-). A determina^ao de qual sera o objeto da prova (isto e, quais sao os pontos de fato controvertidos} permite determinar-se como se distribuem, no processo, os onus probatorios. Como se podera ver adiante, estes normalmente sao distribuidos de forma a incidir o onus da prova sobre aquele que tenha feito a alega^ao a ser provada. Excepcionalmente, porem (e isto tambem sera objeto de exame adiante}, podera o juiz redistribuir os onus probatorios (art. 357, III}, em razao da adofao, pelo CPC brasileiro, da teoria da distribui^ao dinamica do onus da prova (art. 373, § l9}. Proferida a decisao (que, ressalvado o capitulo referente a distribui^ao do onus da prova, nao pode ser impugnada por agravo de instrumento, como se ve pelo disposto no art. 1.015, especialmente o inciso XI), as partes terao o prazo de cinco dias para pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes na decisao. Nao se trata, aqui, de admitir a oposiyao de embargos de declaragao (art. 1.022), mas de permitir a apresenta^ao de uma simples petiyao em que as partes poderao requerer ao juiz que esclarega melhor algum ponto desta decisao de organiza^ao do processo ou que nela fa^a algum ajuste. Decorrido este prazo e nao oferecida nenhuma petifao pelas partes, ou feitos os esclarecimentos e ajustes necessarios, a decisao se tornara estavel (art. 357, § l9). Essa estabilidade deve ser interpretada no sentido de que, no primeiro grau de jurisdifao, nao sera mais possivel alterar- se o objeto da cogni^ao (ressalvada a possibilidade de se ter de levar em conta algum fato ou direito superveniente). Art. 357. § la Realizado o saneamento, as partes tern o direito de pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisao se tornaestavel. www.fsaintclair.com.br face: /Prof.FranciscoSaintCiairNeto 45 FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSOR c) devera julgar liminarmente procedente o pedido, independentemente da cita^ao do reu; Direito Processual Civil Prof. Francisco Saint Clair Neto Exercicios: Comunicafao dos Atos Processuais d) devera determinar a citafao do reu para, apos, enfrentar o merito da causa; e) devera determinar a cita^ao do reu e designar audiencia de concilia^ao ou media^ao.l.Ano: 2018 Banca: FGV Orgao: TJ/SC Prova: Ofi cial de Justipa e Avaliador 0 juizo arbitral, no curso de um processo, deferiu o requerimento de tutela provisoria ao demandante. Para que seja efetivada a referida medida urgente, foi requerida ao Poder Judiciario a coopera^ao judiciaria para o ato. 3.Ano: 2018 Banca: FGV Orgao: TJ/AL Prova: A nalista judiciario - Area Judiciaria Na instru?ao de uma demanda judicial que tramita na comarca de Maceio, foi requerida pela parte autora a oitiva de uma testemunha que tern domicilio em area territorial que pertence a comarca de Porto Calvo. Ocorre que expedida a carta precatoria para a referida oitiva, percebeu o juizo deprecado que a testemunha residia na area abrangida pela comarca de Maragogi. Nesse cenario, devera ser expedido(a): a) carta rogatoria; b) carta precatoria; c) carta de ordem; carta arbitral; e) pedido de auxilio direto. Nesse cenario, devera o juizo de Porto Calvo: a) cumprir a carta, pelo principio da tempestividade dos atos processuais;2.Ano: 2018 Banca: FGV Orgao: TJAL Prova: An alista Judiciario - Oficial de Justifa Avaliador b) devolver a carta ao juizo de Maceio, para que la seja encaminhada ao juizo de Maragogi;Fernando, servidor publico estadual, por intermedio de seu procurador, propos afao de cobran^a em face do Estado de Alagoas, pleiteando valores pecuniarios decorrentes de gratifica^des nao pagas e que sao estabelecidas no estatuto do servidor. $) remeter a carta ao juizo de Maragogi, em face do seu carater itinerante; QXjT d) suscitar conflito de competencia ao tribunal de justi^a para que este decida qual o juizo competente;Nao havendo necessidade de fase instrutoria, e com base em enunciado de sumula do proprio Tribunal de Justi^a alagoano, no sentido contrario ao afirmado pelo autor, o julgador: e) devolver a carta ao juizo de Maceio para que este suscite o conflito de competencia. aj po(lera^4«lga^^ improcedente o pedido, independentemente da cita^ao do reu; b) podera julgar extinto o feito, por ausencia de interesse processual, sem cita^ao do reu; El?'www.fsaintclair.com.br Q/FrandscoSaintdairneto ^J/franciscosaintclairneto FRANCISCO SAINT CLAIR NETO PROFESSORa 6.Ano: 2018 Banca: VUNESP Orgao: TJSP Prova: VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto d)e admitida a pronunciamento judicial autoridade judiciaria revisao do merito do estrangeiro pela brasileira, quando expressamente requerida pelo ministerio publico.Relativamente a comunicafao dos atos processuais, e correto afirmar: e)e ato de jurisdi^ao voluntaria e atrai a aplicafao do principio da coopera^ao entre as partes.a)se nao for comunicada modifica^ao de enderefo da parte, a lei presume valida a intima^ao feita naquele constante dos autos, exceto quando se tratar de mudan^a temporaria. S.Ano: 2018 Banca: COSEAC Orgao: Prefeitura de Marica - RJ Prova: Procurador do Municipio Acerca das cita^oes, e INCORRETO afirmar que: 1a)a leTfaculta ao advogado promover a intimayao do colega adversario, desde que o fafa pelo correio. &KJr.D6cl ?MC c)a intimafao feita ao ensejo da retirada dos autos de cartorio e invalida se a carga for feita por quern nao seja advogado investido de mandate. a)exceto para evitar o perecimento do direito, nao se fara a citafao de noivos, nos tres primeiros dias seguintes ao casamento. d)e vedado que, na intimayao dirigida ao advogado, figure apenas o nome da sociedade a que perten^a. b)o laudo para confirmar que o citando esta impossibilitado de receber cita^ao pode ser oferecido por medico do citando. C}a cifa^o de pessoa juridica de direito publico podera ser realizada pelos correios. QjCf 34} d)a citagao do municipio sera realizada perante o orgao de advocacia responsavel pela sua representagao judicial. 7.Ano: 2018 Banca: 1ADES Orgao: APEX/Brasil Prova: Analista - Juridico e)com exce^ao das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas publicas e privadas sao obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletronicos, para efeito de recebimento de cita^oes e intima^oes, as quais serao efetuadas preferencialmente por esse meio. Acerca da carta rogatoria, assinale a alternativa correta. ^l)o procedimento da carta rogatoria perante o superior tribunal de justi^a e de jurisdiyao contenciosa e deve assegurar as partes as garantias do devido processo legal. % 4 4b)pelo fato de envolver pronunciamento judicial estrangeiro, devera tramitar em segredo de justi^a. c)quando o pais destinatario recusar o cumprimento de carta rogatoria, a cita^ao nao podera ser feita por edital. pr 4" vwvw.fsQintdnir.com. hr Q^/FranciscoSaintdairneto /franciscosaintdairneto FRANCISCO S9INT CLAIR NETO PROFESSOR V. A retirada dos autos do cartorio ou da secretaria em carga pelo advogado, por pessoa credenciada a pedido do advogado ou da sociedade de advogados, pela Advocacia Publica, pela Defensoria Publica ou pelo Ministerio Publico implicara intima^ao de qualquer decisao contida no processo retirado, ainda que pendente de publica^ao. c) sera pessoa do representante legal ou do procurador do reu, do executado ou do interessado. GbU 23 2, isoal, podendo, no entanto, ser feita na d) nao se procedera ao ato citatorio de doente, em nenhuma hipotese, enquanto for grave 0 seu estado. e) sera feita por edital quando o oficial de justi^a suspeitar por fortes evidencias de ocultagao por parte do citando. Esta correto o que consta APENAS de: a)II( IV E V. >$IV E V. 13.Ano: 2018 Banca: FCC Orgao: SABESP Prova: FC C - 2018 - SABESP - Advogado c)I, II E III. d)II E V. Com amparo no Codigo de Processo Civil de 2015, e correto afirmar:e)I, III E IV. a) a cita^ao valida, ainda quando ordenada por jui'zo incompetente, scmpre induz litispendencia, torna litigiosa a coisa e constitui em mora 0 devedor. 15-12. Ano: 2018 Banca: FCC Orgao: TRT Regiao (SP) Prova: Analista Judiciario - Area Judiciaria b) para a validade do processo e4ftdispensavel a citafao do reu no caso de improcedencia liminar do pedido. No tocante a cita^ao, c) se o reu comparece espontaneamente para alegar a inexistencia de cita^ao, esta devera ser feita em cartorio, na pessoa de seu advogado. a) verificando que 0 citando e mentalmente incapaz, 0 oficial de justi^a procedera ao ato de cita^ao, minuciosamente a ocorrencia, para que o juiz determine laudo medico que comprove a incapacidade. /certificandodescrevendo e /n a cita^ao do militar em service ativo na unidade em que estiver servindo. disjieftsabltTdade da cita^ao do reu ou doe) a in executado para a validade do processo comporta b) com exce^ao das microempresas, das coopera tivas responsabilidade limitada, as empresas publicas e privadas sao obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em autos eletronicos, para efeito de recebimento de citagdes e intimagoes, as quais serao efetuadas preferencialmente por esse meio. sociedades dedase excegoes. If dnnp i y Pi/An rtn.'Pt ttsegueofluxooooooo {E^''www.fsaintclair.com.br Q/FfandscoSaintdaimeto Qf/franciscosaintclairneto
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