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Procedimento comum do processo de conhecimento

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FRANCISCO SAINT CLAIR NETO
PROFESSOR
DIREITO PROCESSUAL CIVIL
PROCEDIMENTO COMUM DO PROCESSO DE CONHECIMENTO
Processo e instrumento usado para tornar 
efetivo am direito material. 0 direito 
material gera direitos e obriga^oes, mas nao 
se efetiva sozinho por isso ha uma rela^ao 
de instrumentalidade (complementaridade) 
o direto material e o direito processual. E 
metodo pelo qual se opera a jurisdi^ao, com 
isso, e meio para acionar o Poder Judiciario, 
com vistas a composifao de litigios.
Neste artigo, vamos tratar sobre o Procedimento Comum de acordo com a atual 
legislate processual com base no livro do professor Alexandre Freitas Camara. Faremos uma 
transcribe do livro (Processo Civil Brasileiro - Alexandre Freitas Camara. - 3. ed. - 2017], 
bem como outras doutrinas sobre a materia. Procedimento Comum e o processo de 
conhecimento, e o rito ordinario do CPC/73.
CONSIDERACOES INICIAIS
Chama-se processo de conhecimento ao processo de sentenpa, isto e, ao processo que 
tern por objeto imediato a prolagao de uma sentenfa de merito atraves da qual se declara a 
existencia ou inexistencia do direito material afirmado pelo demandante. A expressao 
processo de conhecimento - e bom que se registre - e empregada muitas vezes para designar o 
que e apenas a fase de conhecimento de um processo sincretico (assim entendido aquele 
processo que se desenvolve atraves de duas diferentes fases, a primeira cognitiva e a segunda 
executiva, conhecida esta ultima no jargao processual brasileiro como "cumprimento de 
senten^a"). Assim, muito do que se diz a respeito do processo de conhecimento se aplica 
tambem ao caso em que nao ha propriamente um processo cognitive, mas apenas a fase 
cognitiva de um processo sincretico.
www.fsaintclair.com.br
face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto
i
FRANCISCO SAINT CLAIR NETO
PROFESSOR
Evidentemente, e preciso primeiro resolver a questao atinente a representafao 
processual da parte para, so depois, se verificar se a divida cobrada ja e exigivel ou nao. Neste 
exemplo, a representafao processual e, entao, a questao previa; enquanto a exigibilidade da 
divida seria a questao principal. Como ja se pode ver, as questoes previas podem ser de dois 
tipos: preliminar e prejudicial.
Questao preliminar e aquela cuja solufao permite saber se a questao principal 
podera ou nao ser examinada, sem exercer qualquer influencia sobre o teor da resolu^ao da 
questao posterior. E exatamente o que se tem no exemplo anteriormente apresentado, em que 
a decisao do juiz acerca da representa^ao processual do demandante pode acarretar a 
extin^ao do processo sem resolufao do merito ou afirmar que o merito esta apto a ser 
resolvido, sem exercer influencia sobre o modo como se dara o julgamento do merito.
For sua vez, questao prejudicial e a questao previa cuja solufao influi na resolufao da 
questao principal (aqui chamada de questao prejudicada). E o que se da, por exemplo, quando, 
em um processo que tem por objeto a condenagao do reu ao cumprimento de um contrato, 
surge discussao sobre a validade do proprio contrato. Neste caso, qualquer que seja a 
resolugao sobre a validade do negocio juridico, o juiz tera de examinar o pedido de 
condenagao. Invalido que seja o contrato, porem, nao havera condenafao (e, portanto, a 
solu^ao da questao previa tera sido capaz de influir na solu^ao da questao principal). Pode 
acontecer de haver uma questao prejudicial a uma questao processual. Pense-se, por exemplo, 
em um processo em que se tenha arguido a incompetencia relativa do juizo por existir 
convengao elegendo outro foro. Ouvido, porem, o autor alega a nulidade absoluta daquela 
conven^ao. Neste caso, a validade da conven^ao e prejudicial a questao da competencia (e, 
pois, a questao prejudicada e processual, nao dizendo respeito ao merito da causa).
De outro lado, questoes principals sao aquelas que so podem ser examinadas apos as 
questoes previas estarem resolvidas (e, no caso das preliminares, podem ate mesmo ter seu 
exame vedado pelo modo como a questao previa tenha sido solucionada). Na maioria das 
vezes, dizem respeito ao proprio objeto do processo. Entenda-se por objeto do processo 
aquilo que na linguagem do CPC e chamado de merito do processo.
www.fsaintclairxom.br 
face:
3
FRANCISCO SAINT CLAIR NETO
PROFESSOR
Exemplo de processo de cognifao limitada e o das "a^oes possessorias", em que nao se 
pode examinar qualquer alega^ao de existencia de propriedade. Outro exemplo e o dos 
processes em que se discute obriga^ao representada por titulo de credito que tenha circulado, 
nos quais nao se admite discussao acerca da relafao jundica de direito material que deu 
origem ao titulo. 0 piano vertical e o da profundidade da cognipdo. Como regra geral, no 
processo de conhecimento, busca-se produzir decisao baseada em cognipao exauriente. Pode a 
cogni^ao, porem, ser menos profunda, sumdria. E ha, ainda, casos excepcionalissimos em que 
se admite a prola^ao de decisao baseada em cogni^do superficial.
A cogni^ao exauriente e aquela que permite ao juiz proferir Lima decisao baseada em 
juizo de certeza. Exige a mais profunda analise de alegagoes e provas, capazes de chegar ao 
ponto de permitir que sejam exauridas todas as possibilidades, levando o juiz a encontrar a 
decisao correta para a questao que Ihe tenha sido submetida. Esta decisao, baseada na mais 
profunda cognigao possfvel, e capaz de se tornar - desde que observadas algumas exigencias 
legais, de que mais tarde se tratara - imutavel e indiscutivel (por for^a de um fenomeno 
conhecido como coisa juigada). A produ^ao de uma decisao baseada em cogni^ao exauriente, 
como facilmente se percebe, pode demorar bastante. A realizapao de uma ampla e exaustiva 
instrufao probatoria, cercada de amplo debate acerca de todos os aspectos da questao a ser 
decidida, pode exigir largo tempo. Por conta disso, ha casos em que se admite a produgao de 
decisoes tomadas com base em uma cogni^ao menos profunda da causa. E a chamada 
cognipdo sumdria, a qual permite a prola^ao de decisoes baseadas em juizo 
de probabilidade, como se da nas tutelas provisorias (arts. 294 a 311 do CPC).
Nas decisoes baseadas em cogni^ao sumaria, entao, nao havera a afirma^ao judicial da 
existencia (ou inexistencia) do direito material. Em tais decisoes simplesmente se afirmara 
que o direito provaveimente existe. Nao e por outra razao, alias, que o art. 300 estabelece que a 
tutela de urgencia sera concedida "quando houver elementos que evidenciem a probabilidade 
do direito". Casos ha, porem, em que se permite a prola^ao de decisao baseada em cognigdo 
superficial. Esta e a menos profunda de todas as modalidades de cognifao, e permite a 
prola^ao de decisoes fundadas em juizo de verossimilhanpa.
www.fsaintclair.com.br
face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto
5
FRANCISCO SAINT CLAIR NETO
PROFESSOR
0 PROCEDIMENTO COMUM E COMPOSTO P0R4 EASES:
EASE
POSTULATORIA
EASE EASE
DECISORIA
EASE
SANEATORIA INSTRUTORIA
Obs. Os demais, procedimentos especiais, sao regulados apenas naquilo que tenham de 
diferente do comum e, por isso, ha expressa disposifao legal no sentido de que o 
procedimento comum e subsidiariamente aplicavel aos especiais (art. 318, paragrafo unico].
Assim, estudar o procedimento comum e o mesmo que estudar o modo como 
ordinariamente se desenvolve o processo de conhecimento, o que realfa sua importancia. Pois 
o estudo do procedimento comum do vigente CPC exige a adequada compreensao de sua 
estrutura (sob pena de se ter uma visao equivocada dos atos que o compoem). E que o 
procedimento comum tern uma estrutura bifdsica (Obs. Alexandre Freitas Camara divide em 
duas fases, ao contrario da maioria dos doutrinadores que dividem em 04 fases como 
demonstrado acima, porem, divergencia apenas teorica, na pratica nao muda nada!). Em 
outras palavras,esta o procedimento comum dividido em duas fases distintas, com finalidades 
bastante diferentes.
A primeira fase (que pode ser chamada de fase introdutoria] vai do ajuizamento da 
peti<pao inicial a prola^ao da decisao de saneamento e organiza^ao do processo e tern por fim 
delimitar as questoes (de fato e de direito) que serao objeto de instru^ao e julgamento no 
processo. Encerrada esta, inicia-se a fase principal (que se inicia no momento em que a 
decisao de saneamento e organiza^ao do processo adquire estabilidade e vai ate a prolafao da 
senten^a), destinada a instrufao e julgamento das questoes delimitadas na fase introdutoria.
www.fsaintclair.com.br
face: /Prof.FranciscoSaintClairNefo
7
FRANCISCO SAINT CLAIR NETO
PROFESSOR
Mesmo assim, nesses casos seria preciso que o jui'zo prolatasse decisao incluindo as 
questoes novas no rol daquelas que serao apreciadas na sentenfa, a fim de assegurar que as 
partes se manifestem sobre elas. Com a bipartite do procedimento comum em fase 
introdutoria e fase principal, consegue-se, pois, assegurar o desenvolvimento de um 
procedimento destinado a permitir um debate qualitativamente melhor, o que leva, 
inevitavelmente, a prolagao de sentenfas qualitativamente melhores. Dai a importancia de se 
respeitar essa biparti 930.
DA PETI^AO INICIAL
Inicia-se o procedimento comum (como, alias, qualquer outro procedimento) com o 
ajuizamento de uma peti^ao inicial. Esta pode ser defmida como 0 instrumento atraves do 
qual se propoe a demanda e se instaura o processo. Trata-se de elemento extremamente 
importante nao so por servir para dar inicio ao processo, mas tambem - e principalmente - 
por ser a peti^ao inicial a responsavel por trazer ao processo os elementos que identificam a 
demanda que sera apreciada. Exatamente em fun^ao disso, a petifao inicial e documento que 
precisa preencher uma serie de requisites formais, sem os quais nao se pode ter 0 valido e 
regular desenvolvimento do processo. Deve a petigao inicial indicar, antes de tudo, o juizo a 
que e dirigida (art. 319,1).
Significa isto que incumbe ao demandante indicar o orgao jurisdicional que considera 
competente para 0 processo. A ele, entao, o processo sera encaminhado (e, havendo mais de 
um da mesma especie na comarca, se^ao ou subse^ao judiciaria, far-se-a entre eles a 
distribui^ao). Em seguida, a petigao inicial deve indicar as partes, com suas qualifica^oes (art. 
319, II). Exige a lei processual que da peti^ao inicial conste a indicate dos nomes completes 
(prenomes e sobrenomes), estado civil (e, se for o caso, a existencia de uniao estavel), a 
profissao, o numero de inscribe no Cadastro de Pessoas Ffsicas (CPF) ou no Cadastre 
Nacional de Pessoas Juridicas (CNPJ), o endere^o eletronico, o domicilio e a residencia de 
ambas as partes. Evidentemente, nem sempre 0 autor dispora de todos estes elementos. 
Podera ele, entao, requerer ao juiz da causa a realiza^ao das diligencias necessarias para sua 
obten^ao (art. 319, § 1Q).
www.fsaintcIair.com.br
face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto
9
FRANCISCO SAINT CLAIR NETO
PROFESSOR
Estes nao integram a causa de pedir, mas ainda assim precisam ser descritos na petifao 
inicial. E que incumbe ao demandante indicar, na sua petigao inicial, o raciodnio jundico 
desenvolvido para afirmar que, dos fatos narrados, chegou a conclusao por ele apresentada. 
Tais fundamentos jundicos nao vinculam o juiz (ao contrario da causa de pedir, a que o juiz 
fica vinculado e so com base nela podera proferir sentenpa de merito), que pode trazer outros 
fundamentos jundicos para a causa [iura novit curia, maxima que indica que o juiz conhece o 
Direito e, por isso, nao fica vinculado aos fundamentos jundicos deduzidos pelas partes], os 
quais deverao, porem, ser submetidos ao contraditorio substancial e efetivo para que possam 
ser invocados na fundamenta^ao da decisao (art. 10). Deve, em seguida, a petiyao inicial 
conter a formulagao do pedido, com suas especificafoes (art. 319, IV). Chama-se pedido a 
manifesta^ao processual da pretensao, isto e, o ato pelo qual o demandante declara, perante o 
juizo, o resultado que pretende obter com o processo. Incumbe ao autor, na petipao inicial, 
deduzir tanto o pedido imediato (isto e, o provimento jurisdicional postulado) como o mediato 
(ou seja, o bem da vida que atraves do processo pretende obter).
A petiyao inicial deve, tambem, indicar o valor da causa (art. 319, V), o qual deve 
corresponder ao beneficio economico que o demandante pretende obter com sua demanda 
(arts. 291 e 292, § 3o). Sera indicado o valor da causa, ainda que esta nao tenha conteudo 
economico imediatamente afenvel (art. 291, in fine). Exige a lei processual (art. 319, VI) que o 
autor indique na petifao inicial "as provas com que [pretende] demonstrar a verdade dos 
fatos alegados". Esta e, porem, em muitos casos, uma exigencia de dificil (para nao dizer 
impossivel) cumprimento. E que so constituem objeto de prova as alega^oes feitas pela parte 
a respeito de fatos e que sejam, simultaneamente, relevantes e controvertidas. Ora, parece 
evidente que, no momento da elaborapao da petipao inicial, nenhuma alegagao e, ainda, 
controvertida. Consequencia disso e que ao elaborar a petifao inicial, nao sabe o autor, ainda, 
o que tera de provar. Impossivel, entao, dizer quais sao as provas que pretende produzir se 
sequer sabe o que tera de provar.
Nao e por outra razao que, na pratica, e muito frequente encontrar-se peti^ao inicial 
que se limite a afirmar que o autor pretende produzir "todos os meios de prova admissiveis" 
(ou algo parecido).
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face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto
ii
FRANCISCO SAINT CLAIR NETO
PROFESSOR
CPC - Art. 322. 0 pedido deve ser certo.
§ lfl Compreendem-se no principal os juros 
legais, a corre^ao monetaria e as verbas de 
sucumbencia, inclusive os honorarios 
advocaticios. (pedidos implicitos)
§ 2fl A interpreta^ao do pedido considerara o 
conjunto da postulapao e observara o 
principio da boa-fe.
Assim, por exemplo, aquele que pretende cobrar uma divida deve nao so afirmar na 
petipao inicial que pretende receber dinheiro (pedido certo], mas tambem precisa indicar a 
quantidade que espera receber (pedido determinado]. Consideram-se, porem, incluidos no 
objeto do processo independentemente de pedido os juros legais, a corre^ao monetaria e as 
verbas de sucumbencia, inclusive honorarios advocaticios (art. 322, § l9]. E o que se costuma, 
no jargao forense, chamar de "pedidos implicitos". A rigor, porem, nao se trata de pedido 
implicitamente formulado, mas de pontos que integram o objeto do processo 
independentemente de pedido, por for^a de lei, nao podendo o juiz deixar de se pronunciar 
sobre eles. Tambem se consideram incluidas no objeto do processo, independentemente de 
pedido expresso, as presta^oes sucessivas que resultem da obriga^ao cujo cumprimento se 
postula (art. 323). Pense-se, por exemplo, numa demanda de condena^ao ao pagamento de 
presta^oes alimenticias ou de um beneficio previdenciario. Nestes casos, ainda que nao se 
formule expressamente pedido expresso neste sentido, as presta^oes sucessivas incluem-se 
no objeto do processo e serao incluidas na condena^ao enquanto durar a obrigagao, sendo 
porem licito ao devedor, no curso do processo, paga-las ou as consignar em juizo (art. 323, 
parte final).
A interpretagao do pedido exige uma considerapao especial. E que muitas vezes se ve, 
na pratica forense, considerar-se que o pedido deveria ser interpretado apenas a partir de 
uma frase que, formulada ao final da peti^ao inicial, e indicada pelo demandante como sendo 
seu pedido.
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face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto
13
FRANCISCO SAINT CLAIR NETO
PROFESSOR
Como dito anteriormente, o pedido deveser certo e determinado. Cuidado! Admite-se, 
porem, e em carater excepcional, a formula^ao de pedido generico (assim entendido aquele 
pedido que nao contem a determinafao do quantum pretendido pelo demandante), nos casos 
expressamente previstos no art. 324, § 1Q. 0 primeiro caso em que se admite o pedido 
generico e o das "a^oes universais", quando o autor nao pode individuar os bens demandados 
(art. 324, § 1Q, I}. E o que se tern naquelas hipoteses em que o demandante postula uma 
universalidade de bens (como se da, por exemplo, na "agao de peti^ao de heranfa", demanda 
atraves da qual o autor postula o recebimento de um quinhao hereditario a que considera 
fazer jus, quando nao tenha sido parte no processo de inventario e partilha). Neste caso, basta 
ao autor, na peti^ao inicial, afirmar que pretende receber seu quinhao, indicando a fra^ao do 
monte que Ihe corresponde (por exemplo, pedindo o reconhecimento de que tern direito a um 
quarto do total da heran^a), sem precisar a extensao desse quinhao. Outro caso em que se 
admite o pedido generico e aquele em que nao e possivel "determinar, desde logo, as 
consequencias do ato ou do fato" que serve de fundamento para a causa (art. 324, § 1Q, II). E o 
que se da, por exemplo, em um processo que tenha por objeto a condenafao do reu a reparar 
danos resultantes de um acidente, entre os quais esta o custeio de um tratamento medico para 
eliminar as sequelas resultantes do evento.
E perfeitamente possivel considerar que, no momento do ajuizamento da petifao 
inicial, o autor ainda nao tern condi^oes de estabelecer o custo total do tratamento a que tera 
de submeter-se (e nao faria qualquer sentido exigir que primeiro o autor completasse o 
tratamento para so depois poder ir a juizo). Pois em casos assim admite-se a formulafao de 
um pedido generico (atraves da formula "condena^ao do reu a arcar com todo o custo que o 
tratamento venha a ter” ou similar). Na pratica forense, e muito comum tentar-se enquadrar 
nesta hipotese a demanda de compensa^ao por danos morais, nela se formulando pedido 
generico. Trata-se, alias, de pratica que sempre contou com a aceitafao dos tribunais. Isto, 
porem, e absolutamente inadmissivel. Em primeiro lugar, a formula^ao de pedido generico 
nas demandas de compensa^ao por danos morais gera uma inadmissivel limitagao ao 
principio do contraditorio. E que, deduzido pedido generico neste caso, impede-se o exercicio, 
pelo reu, de seu direito ao contraditorio como garantia de influencia na forma^ao da decisao 
acerca do valor da condenagao.
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face: /Prof.FranciscoSaintCiairNeto
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FRANCISCO SAINT CLAIR NETO
PROFESSOR
Sempre que o autor formular mais de um pedido, ter-se-a o fenomeno conhecido como 
cumulapao de pedidos. A cumulaqao de pedidos pode ser simples, sucessiva, eventual ou 
alternativa. Chama-se simples a cumulaqao quando os pedidos cumulados sao independentes 
entre si, e a procedencia ou improcedencia de um nao depende do resultado do julgamento do 
outro (sendo, pois, perfeitamente possfvel que sejam ambos procedentes, ambos 
improcedentes, ou ainda que um deles seja procedente e o outro improcedente). E o que se 
tern, por exemplo, no caso de o autor formular, com base em um mesmo evento, reparaqao por 
danos materials e morais. A cumulaqao e sucessiva quando o segundo pedido so pode ser 
examinado se o primeiro for procedente. E o que se da no caso de o autor, alegando ter o reu 
deixado de pagar as prestafoes relativas a um contrato de promessa de compra e venda de um 
imovel, postula a rescisao do contrato e a reintegra^ao na posse do bem. 0 segundo pedido 
(reintegra^ao na posse) so podera ser apreciado se o primeiro (rescisao do contrato) tiver 
sido julgado procedente. A cumulaqao e eventual quando o segundo pedido so pode ser 
examinado se o primeiro nao for acolhido (art. 326).
CPC - Art. 326. E licito formular mais de um pedido em 
ordem subsidiaria, a fim de que o juiz conhe^a do 
posterior, quando nao acolher o anterior.
Paragrafo unico. E licito formular mais de um pedido, 
alternativamente, para que o juiz acolha um deles.
Em casos assim, ha um pedido principal, que o autor pretende ver preferencialmente 
acolhido e, caso venha ele a ser rejeitado, ha um pedido subsidiario a ser tambem examinado 
(FPPC, enunciado 287).
Enunciado 287 - FPPC. (art. 326) 0 pedido subsidiario 
somente pode ser apreciado se o juiz nao puder examinar 
ou expressamente rejeitar o principal. (Grupo: Petifao 
inicial, resposta do reu e saneamento)
www.fsaintclair.com.br
face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto
17
FRANCISCO SAINT CLAIR NETO
PROFESSOR
Nao se admite, por exemplo, que em uma demanda fundada na aquisigao de bem com 
vi'cio redibitorio, o autor cumule os pedidos de desfazimento do negocio jundico e de 
abatimento do pre^o, dada sua absoluta incompatibilidade. 0 segundo requisite da cumula^ao 
e que o mesmo juizo seja competente para conhecer de todos (art. 327, § 1Q, II). Nao se pode, 
por exemplo, cumular um pedido de divorcio (competencia do juizo de farmlia) com o de 
reintegra^ao na posse de um imovel (competencia do juizo civel), salvo se na comarca o 
mesmo juizo tenha ambas as competencias. Importante observar que pode haver conexao 
entre os pedidos, e nesta hipotese sera possivel cumula-los modificando os criterios relatives 
(mas nao os absolutes) de determinate da competencia. Caso nao haja entre os pedidos 
qualquer conexao (pela causa de pedir), porem, a cumulate sera possivel (art. 327, caput) 
mas isto nao permitira a modificat0 de competencia, so sendo possivel a cumulagao se o 
mesmo juizo for, a principio, competente para conhecer de todos eles. Por fim, exige-se para a 
admissibilidade da cumulate que para todos os pedidos seja adequado o mesmo tipo de 
procedimento (art. 327, § 1Q, III).
Pode-se cumular pedidos para os quais haja previsao de procedimentos distintos, 
porem, se para todos puder ser usado o procedimento comum, caso em que sera possivel o 
emprego das tecnicas diferenciadas previstas para o procedimento especial que nao sejam 
com o procedimento comum incompativeis (art. 327, § 29). Assim, por exemplo, sera possivel 
postular-se a consignato em pagamento do pre^o de um bem e, no mesmo processo, a 
condenato do reu a entregar o referido bem, usando-se o procedimento comum sem prejuizo 
de se admitir a realizato do deposito judicial do valor ofertado e, ate mesmo, a 
complementato do deposito insuficiente, tecnicas diferenciadas estabelecidas para o 
procedimento especial da consignat0 em pagamento.
So nao sera possivel, entao, esta cumulat0 quando as tecnicas diferenciadas forem 
realmente incompativeis com o procedimento comum, e seu uso desnaturaria o procedimento 
especial por completo (como se daria, por exemplo, em algum caso em que se quisesse 
cumular uma demanda de inventario e partilha com outra de investigate de paternidade, a 
qual segue o procedimento comum, pois isto desnaturaria completamente o procedimento 
especial do inventario e partilha).
1 www.fsaintdair.com.brface: /Prof.FranciscoSamtClairNeto 19
FRANCISCO SAINT CLAIR NETO
PROFESSOR
Trata-se de dispositive ensejador de urn retrocesso. Explique-se: este sistema ja foi 
adotado no direito processual civil brasileiro, ate 1994. No final desse ano foi editada uma lei 
que reformou o CPC de 1973, estabelecendo que no caso de haver apela^ao contra senten^a de 
indeferimento da petifao inicial o reu nao seria mais citado para oferecer contrarrazoes, so 
ocorrendo a citafao se o recurso viesse a ser provide. Tratava-se de um sistema muito mais 
logico. Nao ha qualquer razao para, indeferida a peti^ao inicial, trazer-se ao processo o reu, 
atraves de uma cita^ao, para que ele tenha oportunidade de dizer que a senten^a apelada esta 
correta e que ele realmente nao deveria ter sido citado. 0reu tera sido citado para dizer que 
nao deveria ter sido citado... Pelo sistema inaugurado com a reforma legislativa operada em 
1994, o reu so seria citado se o recurso fosse provide (e, por conseguinte, se tivesse a petifao 
inicial como apta para permitir o desenvolvimento regular do processo), sendo certo que, por 
for^a do principio do contraditorio, nada impediria que o reu, uma vez citado, tornasse a 
suscitar a existencia do vicio da peti^ao. Este era um procedimento cuja constitucionalidade ja 
havia, inclusive, sido reconhecida pelo STF (AI 427533 AgR/Rs, j. em 02.08.2004, rel. p/ 
acordao Min. Cezar Peluso).
0 sistema estabelecido pelo art. 331, § lg evita o "retrabalho", ja que traz desde logo o 
reu para o processo e impede que, apos todo o trabalho desenvolvido pelo tribunal ao 
examinar o recurso, a mesma questao seja novamente suscitada pelo reu, para quern a 
materia ali discutida nao estaria superada. De outro lado, porem, ter-se-a trazido o reu para o 
processo desnecessariamente em todos aqueles casos nos quais, indeferida a peti^ao inicial, 
tal decisao venha a ser considerada correta pelo tribunal julgador do recurso. Goste-se da 
ideia ou nao, porem, determina a lei que, nao havendo retrata^ao, seja o reu citado para 
oferecer contrarrazoes ao recurso, sendo este em seguida encaminhado ao tribunal. Vindo 
este a reformar a senten^a, o prazo para oferecimento de contestagao correra da intima^ao do 
retorno dos autos (art. 331, § 2Q).
Nao tendo sido interposta a apela^ao, e transitando em julgado a senten^a de 
indeferimento da peti^ao inicial, devera o reu ser comunicado do transito em julgado da 
senten^a proferida em processo para o qual ele nao foi citado (art. 331, § 3Q).
www.fsaintclair.com.br
face: /Prof.FranciscoSaintClairNeto
21
i
FRANCISCO SAINT CLAIR NETO
PROFESSOR
Imagine-se, por exemplo, que um pai que paga alimentos aos seus filhos, calculada em 
termos de percentual sobre seus ganhos, postula em jufzo a declara^ao de que a presta^ao 
alimenticia nao deve ser calculada sobre o decimo terceiro salario e a gratifica^ao de ferias. 
Ocorre que tal pretensao contraria entendimento firmado pelo Superior Tribunal de Justifa no 
julgamento de casos repetitivos (REsp 1106654/RJ, j. em 25.11.2009, rel. Min. Paulo Furtado], 
o que deve levar a improcedencia liminar do pedido.
Outro caso de improcedencia liminar e aquele em que o pedido contraria 
entendimento firmado em incidente de resolu^ao de demandas repetitivas ou de assun^ao de 
competencia (art. 332, III). 0 IRDR e mecanismo analogo ao do julgamento dos recursos 
excepcionais repetitivos, mas de utilizafao exclusiva dos tribunais de segunda instancia 
(Tribunals de Justi^a e Tribunais Regionais), compondo com aquela tecnica empregada no STF 
e no STJ o microssistema dos julgamentos de casos repetitivos (art. 928), que permite o 
gerenciamento, pelo judiciario, da litigancia de massa. Assim, a decisao proferida em sede de 
IRDR tern - como se vera mais adiante - eficacia vinculante na area de atua^ao do tribunal que 
o tenha julgado (Estado ou Regiao, conforme o caso), do mesmo modo que a decisao proferida 
no julgamento de recursos excepcionais repetitivos tern eficacia vinculante em todo o 
territorio nacional. De outro lado, o incidente de assun^ao de competencia permite a formagao 
de precedentes com eficacia vinculante fora das demandas massificadas, repetitivas, conforme 
se podera estudar no momento oportuno, em item proprio deste trabalho.
Assim, tendo sido formulado pedido contrario a entendimento firmado em IRDR ou em 
incidente de assunfao de competencia, e nao havendo necessidade de dilafao probatoria para 
a verifica^ao desta incompatibilidade, devera o juiz proferir sentenfa desde logo, julgando o 
pedido liminarmente improcedente. Tambem sera julgado improcedente o pedido de forma 
liminar quando contrariar entendimento consolidado em enunciado de sumula de Tribunal de 
Justi^a sobre direito local (art. 332, IV). E que incumbe aos tribunais estaduais (e ao do 
Distrito Federal) dar a palavra final acerca da interpreta^ao do Direito Estadual e Municipal. A 
hipotese e, pois, analoga a do inciso I deste mesmo art. 332 (incidindo este ultimo quando se 
tratar de Direito constitucional ou federal).
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Aten^ao! Retratando-se o juiz, devera o processo seguir normalmente, com a citafao 
do reu (art. 332, § 4Q, primeira parte). De outro lado, caso o juiz nao se retrate, o reu sera 
citado para oferecer contrarrazoes no prazo de quinze dias, seguindo o processo para o 
tribunal competente para conhecer da apela^ao (art. 332, § 4Q, parte final).
AUDIENCIA DE CONCILIACAO QIJ DE MEDIA^AO
Estabelece o art. 334 que, estando corretamente elaborada a petigao inicial, e nao 
tendo sido caso de improcedencia liminar do pedido, devera o juiz designar audiencia de 
conciliafao ou de media^ao (o que tambem se le no art. 27 da Lei n- 13.140/2015).
Lei ns 13.140, de 26 de junho de 2015
Art. 27. Se a peti^ao inicial preencher os requisites essenciais e 
nao for o caso de improcedencia liminar do pedido, o juiz 
designara audiencia de mediagao.
Art. 334.
CPC
E precise, porem, recordar que esta audiencia nao sera designada se o autor tiver 
declarado, expressamente, na peti^ao inicial que opta por sua nao realiza^ao (art. 319, VII e 
art. 334, 5Q; art. 2Q, § 22, da Lei nQ 13.140/2015). Aqui e precise fazer uma observa^ao: o 
inciso I do § 4Q do art. 334 estabelece que a audiencia nao sera realizada se ambas as partes 
manifestarem, expressamente, desinteresse na composi^ao consensual. Uma interpreta^ao 
literal do texto normative poderia, entao, levar a se considerar que so nao se realizaria a 
sessao de media^ao ou conciliafao se nem o demandante, nem o demandado, quisessem 
participar desse procedimento de busca de solu^ao consensual, nao sendo suficiente a 
manifestafao de vontade de uma das partes apenas para evitar a realizafao daquela reumao.
Assim nao e, porem. Apesar do emprego, no texto legal, do vocabulo "ambas", deve-se
ou concilia^ao nao se realizara seinterpretar a lei no sentido de que a sessao de media^ao 
qualquer das partes manifestar, expressamente, desinteresse na composi^ao consensual. Basta 
que uma das partes manifeste sua inten^ao de nao participar da audiencia de concilia^ao ou
de mediafao para que esta nao possa ser realizada, todavia, algumas bancas de concursos 
publicos e provas da OAB cobram a letra fria de lei, fique atento em provas!
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Trata-se de san^ao resultante do descumprimento do dever de agir no processo com 
boa-fe (art. 5Q). Considere-se, aqui, que a audiencia so e marcada em fun^ao da manifesta^ao 
de vontade de ambas as partes (que poderiam ter dito expressamente nao ter interesse em 
sua realiza^ao), o que gera - nos demais atores do processo - a legitima confian^a de que ha 
predisposi^ao para a busca de uma solu^ao consensual do conflito. A ausencia injustificada de 
alguma das partes quebra essa confian^a, o que precisa ser sancionado. A nao ser assim, 
correr-se-ia o risco de alguma das partes, interessada em protelar o andamento do processo, 
deixar ser designada a audiencia (e e sabido que, com as pautas cheias, pode haver um espa^o 
de tempo muito grande entre a designayao da audiencia e sua realizafao, muitas vezes 
bastante maior do que os trinta dias de antecedencia minima a que se refere a lei) apenas para 
ganhar tempo, sem sofrer com isso qualquer consequencia. Assim nao e - e nao poderia ser -, 
porem. A ausencia injustificada da parte a audiencia que so foi designada por ter ela 
manifestado vontade de participar de um procedimento consensual de resolu^ao do litigio 
implica a imposifaode san^ao pecuniaria. Obtida a autocomposiyao, sera ela reduzida a termo 
e homologada por senten^a, pondo-se deste modo termo ao processo (art. 334, § 11; art. 28 da 
Lei no 13.140/2015).
RFSPOSTA DO REU
Citado o reu, pode ele reagir a demanda proposta pelo autor. Pois esta reagao e 
chamada de resposta do reu. 0 CPC se vale dessa terminologia, falando em "resposta" ou 
"resposta do reu" em alguns dispositivos, de que sao exemplos os arts. 113, § 2Q, 248, 335, § 
2Q, 578 e 970. Duas sao as respostas do reu: contestayao e reconven^ao.
RESPOSTAS DO REU
RECONVENfAO
Art. 343.
CONTESTA£AO
Art. 335.
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For fim, quando a audiencia ja nao tiver sido designada (por versar a causa sobre 
direito que nao admite autocompos^ao ou por ter o autor, na peti^ao inicial, optado pela sua 
nao realizagao), o prazo correra na forma do disposto no art. 231, conforme a modalidade de 
cita^ao que tenha sido efetivada (art. 335, III). Havendo varios reus, a regra e que o prazo seja 
comum a todos. No caso de terem os reus, porem, protocolado petifao requerendo o 
cancelamento da audiencia de concilia^ao ou media^ao, o prazo para cada um deles correra, 
independentemente, a partir da data do respective protocolo (art. 335, § l2). No caso de nao 
ter sido designada a audiencia de conciliagao ou media^ao por versar a causa sobre direito 
que nao admite autocomposifao, e vindo o autor a desistir da ayao em relagao a algum dos 
reus, o prazo para que os demais apresentem resposta correra da data em que sejam eles 
intimados da decisao que homologar a desistencia (art. 335, § 22). Como dito, incumbe ao reu, 
na contesta9ao, alegar toda a defesa que tenha em seu favor. Incide, aqui, uma regra conhecida 
(impropriamente) como "principio” da eventualidade.
Por for^a da regra da eventualidade, incumbe ao sujeito do processo (no caso em 
exame, ao reu) apresentar, de uma so vez, todas as alega^oes que tenha em seu favor, ainda 
que contraditorias entre si, sob pena de preclusao (ou seja, perda da possibilidade de a alegar 
posteriormente). Assim e que ao reu cabe, na contesta^ao, alegar todas as defesas que tenham 
relacionadas a regularidade do processo (suscitando, por exemplo, a falta de alguma 
"condiyao da a^ao" ou de um pressuposto processual) e, tambem, a defesa de merito (que sera 
direta quando o reu negar o fato constitutive do direito do autor; e indireta, quando o reu 
admitir o fato constitutive e Ihe opuser outro, impeditivo, modificativo ou extintivo do direito 
do demandante). Pense-se, por exemplo, em uma demanda de cobranga de divida resultante 
de um emprestimo. E possivel que o reu, nesse caso, apresente contesta^ao alegando, em 
primeiro lugar, alguma defesa processual (como a ausencia de interesse de agir, por exemplo); 
em seguida uma defesa direta de merito (sustentando a inexistencia do contrato); e, por fim, 
defesa de merito indireta (como, por exemplo, a prescriyao ou a compensate). Vale 
notar que a alega^ao de defesas contraditorias entre si nao viola o principio da boa-fe objetiva, 
nao sendo, portanto, uma ofensa a vedato de comportamento contraditorio [nemo venire 
contra factum proprium), ja que a regra da eventualidade afasta qualquer possibilidade de se 
reconhecer a existencia, por parte dos demais sujeitos do processo.
uma
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Estabelece o art. 340, § 3Q, que o mero fato de haver, na contestafao, alega^ao de 
incompetencia, devera ser suspensa a realizafao da audiencia de conciliafao ou de media^ao 
que tenha sido designada. Esta, porem, e uma regra que causa alguma estranheza. E que no 
caso de ter sido designada a audiencia de conciliagao ou de mediagao, o prazo para 
oferecimento de contestagao so comega a correr depots da aludida audiencia. Assim, nao se ve 
como seria possfvel suspender-se uma audiencia que ja se teria realizado. A unica forma 
possfvel de dar algum sentido util a essa regra e considerar que poderia o reu protocolar sua 
contestagao desde logo, com a alegagao de incompetencia do julzo, antes mesmo de ser 
realizada a audiencia de conciliagao ou de mediagao, caso em que tal audiencia ficaria 
suspensa. Neste caso, definido qual e o jufzo realmente competente, a este incumbira - se for o 
caso - designar nova data para a realizagao daquela audiencia (art. 340, § 4Q).
Outra materia processual que pode ser suscitada na contestagao e a incorregao do 
valor da causa (art. 337, III]. E, pois, na contestagao que o reu pode oferecer sua impugnagao 
ao valor da causa, nos termos do disposto no art. 293. Pode, ainda, o reu alegar inepcia da 
petigao inicial (art. 337, IV), afirmando ter ocorrido qualquer das situagoes descritas no art. 
330, § lo. A contestagao pode, ainda, trazer a alegagao de existencia de perempgao (art. 337, 
V), litispendencia (art. 337, VI) ou coisa julgada (art. 337, VII), todas elas causas de extingao 
do processo sem resolugao do merito, nos termos do art. 485, V, e que mais adiante serao 
examinadas. 0 reu pode, tambem, alegar em sua contestagao a existencia de conexdo entre o 
processo em que oferece sua resposta e alguma outra causa (art. 337, VIII), a fim de buscar a 
reuniao dos processes no julzo prevento. Tambem se pode alegar, como defesa processual, a 
existencia de incapacidade de parte, defeito de representagao ou falta de autorizagao para o 
ajuizamento da demanda (art. 337, IX), todos estes vicios capazes de - se nao corrigidos - 
acarretar a extingao do processo sem resolugao do merito.
E tambem na contestagao que o reu podera alegar a existencia de uma convengao de 
arbitragem celebrada entre as partes (art. 337, X). Esta, alias, e materia de defesa que so pode 
ser alegada na contestagao, sob pena de preclusao, dai resultando a aceitagao da jurisdigao 
estatal, com renuncia ao jufzo arbitral (art. 337, § 6Q).
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Tambem se permite ao reu alegar, na contesta^ao, a falta de caufao ou de outra 
presta^ao que a lei exige como preliminar (art. 337, XI), como seria, por exemplo, a falta de 
pagamento das despesas processuais e de honorarios advocatfcios referentes a processo 
anterior, extinto sem resolu^ao do merito, quando a demanda e novamente ajuizada (art. 486, 
caput e § 29).
Por fim, e a contesta^ao a sede adequada para o reu impugnar a concessao do beneffcio 
de gratuidade de justi^a deferido ao autor (art. 337, XIII). Alem dessas defesas - todas 
processuais, como dito - incumbe ao reu, por for^a da regra da eventualidade, apresentar, 
tambem na contesta^ao, sua defesa de merito. E quanto a esta, incide sobre o reu o onus da 
impugna^ao especificada dos fatos, o que significa dizer que ao reu incumbe manifestar-se de 
forma precisa sobre todas as alegatpoes de fato contidas na peti^ao inicial, presumindo-se 
verdadeiras as que nao tenham sido expressamente impugnadas (art. 341). So nao havera tal 
presunyao de veracidade quando se tratar de fatos que nao admitem confissao (art. 341, I, e 
art. 392); se a peti^ao inicial nao estiver acompanhada de documento que a lei repute 
integrante da substancia do ato - por exemplo, quando se tiver afirmado na peti^ao inicial a 
existencia de um testamento e nao tiver sido juntada copia do instrumento de declara^ao de 
ultima vontade ou se tais alegafoes estiverem em contradifao com a defesa, considerada em 
seu conjunto (art. 341, II e III).
Cuidado em provas! Nao se aplica, porem, o onus da impugna^ao especificada dos 
fatos aos defensores publicos, advogados dativos e ao curador especial (art. 341, paragrafo 
unico), estando estes autorizados a apresentar contesta^ao por negagaogeral. A contesta^ao e 
o momento adequado, entao,para que o reu apresente toda a sua materia de defesa.
Art. 341. Paragrafo unico. 0 onus da impugna^ao 
especificada dos fatos nao se aplica ao defensor publico, ao 
advogado dativo e ao curador especial.
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E precise ficar claro que, neste caso, nao pode o juiz determinar ao autor que produza 
provas que "confirmem" a presun^ao (pois tal determina^ao contrariaria expressamente o 
disposto no art. 374, IV, o qual expressamente estabelece que "[n]ao dependem de prova os 
fatos [em] cujo favor milita presun^ao legal de existencia ou de veracidade". 0 que se admite 
nesses casos, apenas, e a produfao, pelo revel que posteriormente intervenha no processo, da 
contraprova (art. 349). Alem do efeito material, a revelia pode produzir dois efeitos 
processuais. 0 primeiro deles e o julgamento antecipado do merito (art. 355, II). Este efeito so 
se produz nos casos em que se tenha tambem produzido o efeito material da revelia. E que 
nos casos em que da revelia nao resulta a presunipao de veracidade das alegaipoes de fatos 
formuladas pelo demandante nao e possivel julgar-se desde logo o merito da causa, uma vez 
que sobre o autor recaira o onus da prova. Naqueles casos, porem, em que da revelia resulte 
uma presunipao de que as alega^oes feitas pelo autor a respeito de fatos sao verdadeiras, e nao 
tendo o revel requerido a produ^ao de contraprovas, estara dispensada a instru<pao 
probatoria, e nada mais havera a fazer a nao ser proferir-se desde logo o julgamento do 
merito. 0 outro efeito processual da revelia, previsto no art. 346, alcampa apenas aqueles casos 
em que o revel nao tenha advogado constituido nos autos. Pois neste caso, os prazos 
processuais para o revel correrao, sempre, da data em que seja divulgada nodcia dos atos 
decisorios no diario oficial.
RECONVENCAO
Chama-se reconven^ao a demanda proposta pelo reu, em face do autor, dentro do 
mesmo processo. A reconven^ao e um mecanismo que permite a amplia^ao do objeto do 
processo (ja que ao juiz cabera, agora, julgar nao so a demanda principal, mas tambem a 
demanda reconvencional), ampliando-se deste modo sua eficiencia. A reconvenfao deve ser 
oferecida na mesma pe^a em que o reu contesta (art. 343), sendo certo que ao reu e 
permitido, caso seja de sua conveniencia, oferecer apenas a reconven^ao, sem apresentar 
contesta^ao (art. 343, § 69). Nao se exige, porem, para o oferecimento da reconven^ao que 
este termo seja empregado expressamente, nem a elaboraipao formal de um capltulo em 
separado. Basta que pela leitura da pe<pa fique clara a inten^ao do reu de obter tutela 
jurisdicional quantitativa ou qualitativamente mais ampla do que a que ele receberia com o 
mero julgamento de improcedencia da demanda do autor (FPPC, enunciado 45).
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Alguns exemplos permitirao visualizar melhor a hipotese. Pense-se, primeiro, no caso 
de o autor ter ajuizado, em face do reu, demanda de anulagao de contrato por vi'cio de 
consentimento. Pode o reu contestar, alegando que nao houve qualquer vi'cio de 
consentimento, e reconvir para postular a condenafao do autor a cumprir a obrigagao 
contratual. Outro exemplo se tern no caso em que o autor ajuiza "afao de consigna^ao em 
pagamento" de alugueis, e o reu reconvem para postular o despejo por falta de pagamento. 
Um terceiro exemplo se tern no caso em que o autor postula a condena^ao do reu a pagar uma 
divida em dinheiro, vindo o reu a, na contestafao, alegar que o pedido deve ser julgado 
improcedente porque o autor, nao obstante seja credor da obrigafao que esta a exigir, e 
tambem devedor do reu, em quantia superior a que cobra. Neste caso, admite-se a 
reconven^ao para que o reu cobre eventual saldo que afirme subsistir em seu favor com a 
compensagao das obrigagoes. Muitos outros exemplos poderiam ser figurados, mas 
importante e deixar claro que a admissibilidade da reconvengao exige, a rigor, apenas que 
haja, entre a demanda principal e a reconvengao, ou entre esta e a contestagao, algum dado 
comum, capaz de justificar a reuniao das causas em um so processo para torna-lo mais 
eficiente. Embora reunidas no mesmo processo, a demanda principal e a reconvencional sao 
independentes, motive pelo qual o fato de nao se poder resolver o merito da causa em relagao 
a uma delas nao e suficiente para impedir a apreciagao do merito da outra (art. 343, § 2Q].
A reconvengao, como dito anteriormente, e definida como uma demanda proposta pelo 
reu em face do autor. Nada impede, porem, que haja uma ampliagao subjetiva do processo 
provocada pela reconvengao. E que nada impede que o reureconvinte se litisconsorcial com 
um terceiro para ajuizar a demanda reconvencional em face do autor-reconvindo (art. 343, § 
4Q). E o caso, por exemplo, de o autor ajuizar, em face de um dos codevedores solidarios, 
demanda para exigir deste a integralidade da prestagao devida, vindo o reu, em litisconsorcio 
com seu codevedor, a reconvir para postular a invalidagao do contrato. Do mesmo modo, a 
reconvengao pode ser proposta de modo a acarretar a instauragao de um litisconsorcio 
(superveniente] entre o autor-reconvindo e um terceiro (art. 343, § 3g). Pense-se, e.g., no caso 
de um devedor ter demandado em face do credor o reconhecimento de nulidade do contrato, 
vindo o credor a reconvir em face do devedor e de seu fiador para exigir o cumprimento 
integral da prestagao resultante daquele proprio contrato.
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Nos casos em que a revelia, porem, gere a presun^ao de veracidade, o autor fica livre 
de seu onus probatorio, ja que - por forya do disposto no art. 374, IV - nao dependem de 
prova os fatos em cujo favor milita presunfao legal de existencia ou de veracidade. Pode, 
porem, ocorrer de o revel ingressar no processo ainda em tempo de provocar a instaura^ao de 
uma fase de instrufao probatoria (art. 346, paragrafo unico). Pois neste caso, sobre o reu revel 
que tardiamente comparece ao processo incidira o onus da contraprova, sendo por isso 
admissivel que ele produza provas destinadas a afastar a presunyao que beneficia o 
demandante. Devera, entao, o juiz permitir que o revel que tenha comparecido produza 
provas que se contraponham as alega^oes do autor (art. 349).
REPLICA
Chama-se replica a resposta do autor a contesta^ao. Curiosamente, o CPC nao usa o 
termo replica para se referir a este ato nos artigos destinados a tratar do tema (arts. 350 e 
351). 0 vocabulo, porem, aparece em tres dispositivos do CPC (arts. 100, 430 e 437), sempre 
designando a resposta do autor a contesta^ao. Nao e o mero fato de o reu ter oferecido 
contestafao que gera a necessidade de se abrir oportunidade para que o autor apresente 
replica. Esta sera cabivel apenas quando o reu, ao contestar, tenha suscitado defesa 
processual (art. 351) ou defesa de merito indireta (art. 350). Em ambos os casos, devera o juiz 
dar ao autor a oportunidade de manifestar-se em replica, no prazo de quinze dias, permitindo- 
Ihe a produce de provas. Caso o reu tenha se limitado a apresentar defesa de merito direta, 
nao haverd replica. E que neste ultimo caso a replica nao teria qualquer utilidade, nao sendo 
capaz de permitir um mais ample desenvolvimento do contraditorio. Afinal, o autor ja tera 
tido oportunidade de deduzir o fato constitutive do seu direito na peti^ao inicial e o reu ja tera 
negado sua ocorrencia na contesta^ao.
Ao autor, agora, so poderia caber refor^ar as alega^oes que ja fizera na inicial (o que 
soa absolutamente desnecessario). Na replica o autor deve limitar-se a impugnar as alega^oes 
suscitadas pelo reu em sua contesta^ao. Esta oportunidade que se Ihe garante e essencialpara 
a plena observancia do principle do contraditorio, ja que permitira ao autor manifestar-se, 
exercendo seu direito de participar com influencia, sobre as alega^oes deduzidas pelo reu.
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So nao sera assim em um caso: naquele em que o juiz verifica ser possfvel resolver-se o 
merito em favor daquele que seria beneficiado pela extin^ao do processo sem resolu^ao do 
merito. Pense-se, por exemplo, no caso de ter o juiz verificado que o processo deveria ser 
extinto sem resolu^ao do merito por for^a do abandono unilateral da causa (art. 485, III), o 
que beneficiaria o reu, mas e possivel afirmar, desde logo, ter-se operado a decadencia do 
direito do demandante (art. 487, II). Pois em casos assim, devera o juiz extinguir o processo 
com resolugao do merito, o que sera muito mais benefico para a parte a quern em tese 
aproveitaria a extin^ao do processo sem resolu^ao do merito. E isto se da por for^a do 
prindpio da primazia da resolugao do merito (art. 488).
Casos havera em que o juiz nao podera extinguir o processo, mas sera possivel sua 
redu^ao (subjetiva ou objetiva). Pense-se, por exemplo, em um processo em que se tenha 
formado um litisconsorcio ativo entre dois autores, vindo o juiz a verificar que um deles nao 
tern legitimidade ativa. Neste caso, devera o juiz - sem extinguir o processo - excluir a parte 
ilegitima. Do mesmo modo, pode acontecer de o autor ter formulado varies pedidos 
cumulados e o juiz verificar que com rela^ao a um desses pedidos falta interesse de agir. 
Devera o juiz, entao, excluir este pedido do processo, o qual seguira para exame dos demais.
Outra hipotese que se pode figurar e a de o autor ter formulado mais de um pedido e o 
juiz verificar que ocorreu a prescrifao quanto a apenas um deles, ou que o reu reconheceu a 
procedencia de um dos pedidos cumulados. Pois nesses casos, devera ser proferida uma 
decisao interlocutoha que reduzira, subjetiva ou objetivamente, o processo, devendo este 
prosseguir para exame daquilo que ainda nao tenha sido apreciado.
Veja-se que neste caso nao ha uma "extin^ao parcial do processo" (ideia absolutamente 
equivocada, absurda mesmo, ja que nada pode ser "parcialmente extinto"). 0 que ha nessas 
hipoteses e a redu^ao subjetiva ou objetiva do processo, por decisao interlocutoria, 
impugnavel por agravo de instrumento (art. 354, paragrafo unico).
Art. 354. Paragrafo unico. A decisao a que se refere 
o caput pode dizer respeito a apenas parcela do processo, 
caso em que sera impugnavel por agravo de instrumento.
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Pois em um caso assim, devera o juiz desde logo - e tendo em vista o fato de que uma 
parcela do pedido tornou-se incontroversa - proferir decisao de julgamento antecipado 
[rectius, imediato] parcial do merito. Enquanto o provimento judicial de julgamento imediato 
total do merito e uma sentenfa (impugnavel por apelagao), a decisao de julgamento imediato 
parcial do merito tern natureza interlocutoria, impugnavel por agravo de instrumento (art. 
356, § 5o e art. 1.015, XIII). A decisao de julgamento parcial do merito tanto pode reconhecer 
a existencia de obrigayao liquida como de obrigafao iliquida (caso em que sera possivel 
realizar-se posteriormente a liquidagao). Caso interposto o agravo de instrumento, sera 
possivel promover desde logo a liquida^ao (se necessaria) ou a execu^ao da obriga^ao 
reconhecida na decisao de julgamento parcial do merito, independentemente de caufao (art. 
356, §§ 1Q e 2-), salvo se atribuido efeito suspensive ao agravo de instrumento (art. 1.019, I), 
caso em que a decisao interlocutoria nao produzira desde logo seus efeitos. Nao havendo 
interposi^ao de recurso admissivel, a decisao de julgamento parcial do merito transitara em 
julgado, admitida a execu^ao definitiva (art. 356, § 3Q). Sendo o caso de iniciar desde logo a 
liquida^ao ou a execu^ao da decisao de julgamento imediato parcial do merito, estas poderao 
processar-se em autos suplementares (art. 356, § 4g), para evitar que atrapalhem o regular 
andamento do processo de conhecimento (que continuara a desenvolver-se para exame da 
parcela do merito ainda nao resolvida).
SANEAMENTO E ORGANIZACAO DO PROCESSO
Nao sendo possivel a imediata prola^ao de senten^a (por nao ser caso nem de extin^ao 
do processo nem de julgamento imediato total do merito) e, portanto, tendo o processo de 
seguir, devera ser proferida uma decisao interlocutoria de saneamento e 
organizacao do processo. Nesta decisao incumbe ao juiz resolver questoes processuais que 
eventualmente ainda estejam pendentes (art. 357, I), declarando saneado o processo - isto e, 
declarando a inexistencia de obstaculos a apreciafao do merito da causa delimitar as 
questoes de fato sobre as quais recaira a atividade probatoria, especificando os meios de 
prova que serao admitidos (art. 357, II); definir a distribui^ao do onus da prova (art. 357, III); 
delimitar as questoes de direito relevantes para a decisao de merito (art. 357, IV); e designar, 
se necessario, audiencia de instru^ao e julgamento (art. 357, V). E precise examinar mais 
detidamente o conteudo desta decisao.
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Ao fixar os pontos de fato controvertidos, o juiz tambem determinara quais os meios 
de prova que serao admitidos no processo (art. 357, II} e, se entre estes houver alguma prova 
oral, designara audiencia de instru^ao e julgamento (art. 357, V). Tendo sido determinada a 
produ^ao de prova testemunhal, o juiz fixara prazo comum para que as partes apresentem seu 
rol de testemunhas, prazo este que nao sera superior a quinze dias (art. 357, § 4Q).
Havendo determina^ao de que se produza prova pericial, devera o juiz, sempre que 
possivel, estabelecer desde logo calendario para sua realiza^ao, ou pelo menos fixando, nos 
termos do disposto no art. 465, prazo para apresenta^ao do laudo (art. 357, § 8-). A 
determina^ao de qual sera o objeto da prova (isto e, quais sao os pontos de fato 
controvertidos} permite determinar-se como se distribuem, no processo, os onus probatorios. 
Como se podera ver adiante, estes normalmente sao distribuidos de forma a incidir o onus da 
prova sobre aquele que tenha feito a alega^ao a ser provada. Excepcionalmente, porem (e isto 
tambem sera objeto de exame adiante}, podera o juiz redistribuir os onus probatorios (art. 
357, III}, em razao da adofao, pelo CPC brasileiro, da teoria da distribui^ao dinamica do onus 
da prova (art. 373, § l9}. Proferida a decisao (que, ressalvado o capitulo referente a 
distribui^ao do onus da prova, nao pode ser impugnada por agravo de instrumento, como se 
ve pelo disposto no art. 1.015, especialmente o inciso XI), as partes terao o prazo de cinco dias 
para pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes na decisao. Nao se trata, aqui, de admitir a 
oposiyao de embargos de declaragao (art. 1.022), mas de permitir a apresenta^ao de uma 
simples petiyao em que as partes poderao requerer ao juiz que esclarega melhor algum ponto 
desta decisao de organiza^ao do processo ou que nela fa^a algum ajuste. Decorrido este prazo 
e nao oferecida nenhuma petifao pelas partes, ou feitos os esclarecimentos e ajustes 
necessarios, a decisao se tornara estavel (art. 357, § l9). Essa estabilidade deve ser 
interpretada no sentido de que, no primeiro grau de jurisdifao, nao sera mais possivel alterar- 
se o objeto da cogni^ao (ressalvada a possibilidade de se ter de levar em conta algum fato ou 
direito superveniente).
Art. 357. § la Realizado o saneamento, as partes tern o direito de 
pedir esclarecimentos ou solicitar ajustes, no prazo comum de 5 
(cinco) dias, findo o qual a decisao se tornaestavel.
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face: /Prof.FranciscoSaintCiairNeto
45
FRANCISCO SAINT CLAIR NETO
PROFESSOR
c) devera julgar liminarmente procedente o 
pedido, independentemente da cita^ao do reu;
Direito Processual Civil
Prof. Francisco Saint Clair Neto
Exercicios: Comunicafao dos Atos Processuais
d) devera determinar a citafao do reu para, apos, 
enfrentar o merito da causa;
e) devera determinar a cita^ao do reu e designar 
audiencia de concilia^ao ou media^ao.l.Ano: 2018 Banca: FGV Orgao: TJ/SC Prova: Ofi 
cial de Justipa e Avaliador
0 juizo arbitral, no curso de um processo, deferiu 
o requerimento de tutela provisoria ao 
demandante. Para que seja efetivada a referida 
medida urgente, foi requerida ao Poder Judiciario 
a coopera^ao judiciaria para o ato.
3.Ano: 2018 Banca: FGV Orgao: TJ/AL Prova: A 
nalista judiciario - Area Judiciaria
Na instru?ao de uma demanda judicial que 
tramita na comarca de Maceio, foi requerida pela 
parte autora a oitiva de uma testemunha que tern 
domicilio em area territorial que pertence a 
comarca de Porto Calvo. Ocorre que expedida a 
carta precatoria para a referida oitiva, percebeu o 
juizo deprecado que a testemunha residia na area 
abrangida pela comarca de Maragogi.
Nesse cenario, devera ser expedido(a):
a) carta rogatoria;
b) carta precatoria;
c) carta de ordem; 
carta arbitral;
e) pedido de auxilio direto.
Nesse cenario, devera o juizo de Porto Calvo:
a) cumprir a carta, pelo principio da
tempestividade dos atos processuais;2.Ano: 2018 Banca: FGV Orgao: TJAL Prova: An 
alista Judiciario - Oficial de Justifa Avaliador
b) devolver a carta ao juizo de Maceio, para que 
la seja encaminhada ao juizo de Maragogi;Fernando, servidor publico estadual, por 
intermedio de seu procurador, propos afao de 
cobran^a em face do Estado de Alagoas, 
pleiteando valores pecuniarios decorrentes de 
gratifica^des nao pagas e que sao estabelecidas 
no estatuto do servidor.
$) remeter a carta ao juizo de Maragogi, em face 
do seu carater itinerante; QXjT
d) suscitar conflito de competencia ao tribunal de 
justi^a para que este decida qual o juizo 
competente;Nao havendo necessidade de fase instrutoria, e 
com base em enunciado de sumula do proprio 
Tribunal de Justi^a alagoano, no sentido 
contrario ao afirmado pelo autor, o julgador:
e) devolver a carta ao juizo de Maceio para que 
este suscite o conflito de competencia.
aj po(lera^4«lga^^ improcedente o
pedido, independentemente da cita^ao do reu;
b) podera julgar extinto o feito, por ausencia de 
interesse processual, sem cita^ao do reu;
El?'www.fsaintclair.com.br Q/FrandscoSaintdairneto ^J/franciscosaintclairneto
FRANCISCO SAINT CLAIR NETO
PROFESSORa 6.Ano: 2018 Banca: VUNESP Orgao: TJSP Prova: 
VUNESP - 2018 - TJ-SP - Juiz Substituto
d)e admitida a 
pronunciamento judicial 
autoridade judiciaria
revisao do merito do 
estrangeiro pela 
brasileira, quando 
expressamente requerida pelo ministerio publico.Relativamente a comunicafao dos atos 
processuais, e correto afirmar:
e)e ato de jurisdi^ao voluntaria e atrai a aplicafao 
do principio da coopera^ao entre as partes.a)se nao for comunicada modifica^ao de 
enderefo da parte, a lei presume valida a 
intima^ao feita naquele constante dos autos, 
exceto quando se tratar de mudan^a temporaria.
S.Ano: 2018 Banca: COSEAC Orgao: Prefeitura 
de Marica - RJ Prova: Procurador do Municipio
Acerca das cita^oes, e INCORRETO afirmar que:
1a)a leTfaculta ao advogado promover a intimayao 
do colega adversario, desde que o fafa pelo 
correio. &KJr.D6cl ?MC
c)a intimafao feita ao ensejo da retirada dos 
autos de cartorio e invalida se a carga for feita 
por quern nao seja advogado investido de 
mandate.
a)exceto para evitar o perecimento do direito, 
nao se fara a citafao de noivos, nos tres primeiros 
dias seguintes ao casamento.
d)e vedado que, na intimayao dirigida ao 
advogado, figure apenas o nome da sociedade a 
que perten^a.
b)o laudo para confirmar que o citando esta 
impossibilitado de receber cita^ao pode ser 
oferecido por medico do citando.
C}a cifa^o de pessoa juridica de direito publico 
podera ser realizada pelos correios. QjCf 34}
d)a citagao do municipio sera realizada perante o 
orgao de advocacia responsavel pela sua 
representagao judicial.
7.Ano: 2018 Banca: 1ADES Orgao: APEX/Brasil 
Prova: Analista - Juridico
e)com exce^ao das microempresas e das 
empresas de pequeno porte, as empresas 
publicas e privadas sao obrigadas a manter 
cadastro nos sistemas de processo em autos 
eletronicos, para efeito de recebimento de 
cita^oes e intima^oes, as quais serao efetuadas 
preferencialmente por esse meio.
Acerca da carta rogatoria, assinale a alternativa 
correta.
^l)o procedimento da carta rogatoria perante o 
superior tribunal de justi^a e de jurisdiyao 
contenciosa e deve assegurar as partes as 
garantias do devido processo legal. %
4
4b)pelo fato de envolver pronunciamento judicial estrangeiro, devera tramitar em segredo de justi^a.
c)quando o pais destinatario recusar o 
cumprimento de carta rogatoria, a cita^ao nao 
podera ser feita por edital.
pr 4" vwvw.fsQintdnir.com. hr Q^/FranciscoSaintdairneto /franciscosaintdairneto
FRANCISCO S9INT CLAIR NETO
PROFESSOR
V. A retirada dos autos do cartorio ou da 
secretaria em carga pelo advogado, por pessoa 
credenciada a pedido do advogado ou da 
sociedade de advogados, pela Advocacia Publica, 
pela Defensoria Publica ou pelo Ministerio 
Publico implicara intima^ao de qualquer decisao 
contida no processo retirado, ainda que pendente 
de publica^ao.
c) sera
pessoa do representante legal ou do procurador 
do reu, do executado ou do interessado. GbU 23 2,
isoal, podendo, no entanto, ser feita na
d) nao se procedera ao ato citatorio de doente, 
em nenhuma hipotese, enquanto for grave 0 seu 
estado.
e) sera feita por edital quando o oficial de justi^a 
suspeitar por fortes evidencias de ocultagao por 
parte do citando.
Esta correto o que consta APENAS de:
a)II( IV E V.
>$IV E V.
13.Ano: 2018 Banca: FCC Orgao: SABESP Prova: FC 
C - 2018 - SABESP - Advogado
c)I, II E III.
d)II E V.
Com amparo no Codigo de Processo Civil de 
2015, e correto afirmar:e)I, III E IV.
a) a cita^ao valida, ainda quando ordenada por 
jui'zo incompetente, scmpre induz litispendencia, 
torna litigiosa a coisa e constitui em mora 0 
devedor.
15-12. Ano: 2018 Banca: FCC Orgao: TRT 
Regiao (SP) Prova: Analista Judiciario - Area 
Judiciaria
b) para a validade do processo e4ftdispensavel a 
citafao do reu no caso de improcedencia liminar 
do pedido.
No tocante a cita^ao,
c) se o reu comparece espontaneamente para 
alegar a inexistencia de cita^ao, esta devera ser 
feita em cartorio, na pessoa de seu advogado.
a) verificando que 0 citando e mentalmente 
incapaz, 0 oficial de justi^a procedera ao ato de 
cita^ao,
minuciosamente a ocorrencia, para que o juiz 
determine laudo medico que comprove a 
incapacidade.
/certificandodescrevendo e /n a cita^ao do militar 
em service ativo na unidade em que estiver 
servindo.
disjieftsabltTdade da cita^ao do reu ou doe) a in
executado para a validade do processo comporta
b) com exce^ao das microempresas, das 
coopera tivas 
responsabilidade limitada, as empresas publicas 
e privadas sao obrigadas a manter cadastro nos 
sistemas de processo em autos eletronicos, para 
efeito de recebimento de citagdes e intimagoes, as 
quais serao efetuadas preferencialmente por esse 
meio.
sociedades dedase
excegoes.
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ttsegueofluxooooooo
{E^''www.fsaintclair.com.br Q/FfandscoSaintdaimeto Qf/franciscosaintclairneto

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