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Branda de Oliveira de Lima – MED LVI 1. DIVISÃO ANATÔMICA As porções supra e infradiafragmática compõem o canal alimentar do TGI(Trato GastroIntestinal); As Glândulas anexas do TGI são categorizadas a parte e possuem ação exócrina(o lúmen do canal alimentar é o meio externo): Fígado, Pâncreas, Vesícula Biliar e as glândulas salivares (parótidas, submandibulares e sublinguais); 2. BOCA – CAVIDADE ORAL É formada pela cavidade oral (bucal) propriamente dita e pelo vestíbulo bucal. Ocorre o início da digestão física e química dos alimentos, umidificação e aquecimento do bolo alimentar. 2.1. VESTÍBULO DA BOCA O vestíbulo da boca é um espaço em forma de fenda entre os lábios e os dentes. Limitado anteriormente pela mucosa dos lábios e anterolateralmente pela mucosa das bochechas; limitado posteriormente pelos arcos alvéolo-dentários(gengivas e dentes). Há uma comunicação entre o vestíbulo da boca e a cavidade oral propriamente dita na região posterior aos dentes molares(faz uma curva na mucosa da bochecha). Há uma prega da mucosa superior e inferior que são chamadas de FRÊNULOS (ou freios) do lábio superior e do lábio inferior. Essas pregas estão no nível do plano mediano. A função do vestíbulo da boca é promover a lubrificação da cavidade oral por meio das glândulas labiais (localizadas na mucosa dos lábios e nçao secreta saliva) e da glândula parótida. Esta última tem seu ducto drenando para o óstio do ducto parotídeo na mucosa da bochecha na altura do 2º dente molar superior (duppla, de cada lado). TGI Porção infradiafragmática Esôfago (abdominal) Estômago Intestino delgado e intestino grosso Porção supradiafragmática Vestpibulo e Cavidade Oral Faringe (orofaringe e laringofaringe) Esôfago (cervical e torácico) Branda de Oliveira de Lima – MED LVI A bochecha está presa ao músculo bucinador (fibras musculares transversais). Pode ser visível uma linha alba (linha hiperqueratinizada) na altura da oclusão dos dentes. As camadas de tecidos que formam a bochecha são, de externo para interno: pele, tela subcutânea, coxin adiposo (encapsulado e destacado da tela subcutânea; o ducto parotídeo perfura ele), fáscia muscular, músculo bucinador, fáscia muscular, mucosa da boca. Esse coxin adiposo da bochecha é importante para proteger os ramos no nervo Facial e o Ducto Parotídeo, podendo ser retirado por Bochechectomia. A nutrição da bochecha é feita pela artéria bucal (ramo da A. Maxilar) e a inervação ocorre pelo ramo Maxilar do N. Trigêmio (V3). 2.2. CAVIDADE ORAL PROPRIAMENTE DITA A cavidade oral é toda a cavidade limitada anterolateralmente pelos arcos alvéolo-dentários e pelas gengivas; superiormente pelo palato duro (agora chamado apenas de palato duro, mas é o duro e parte pequena do mole); posteriormente pelo ístimo das Fauces; inferiormente pela língua e pelos músculo diafragma oral (principalmente). 3.2.1 ASSOALHO DA BOCA Está abaixo da língua e acima do diafragma oral da boca (músculos milo-hióideos). Na parte inferior da língua há uma prega da mucosa – o FRÊNULO da língua – que se fixa ao assoalho. Há ductos das glândulas Submandibulares que se abrem nas carúnculas (duas protuberâncias, uma em cada lado do frênulo) e pequenos óstios na prega sublingual que se abrem os ductos das glândulas sublinguais (estão abaixo da mucosa pregueada). O assoalho da boca é formado por muitos músculos, intrínsecos e extrínsecos da língua. O principal que forma o assoalho é m. Milo-hióideo (diafragma oral) e o m. genio- hióideo. O músculo Milo-hióideo forma o assoalho muscular da cavidade oral. Tem formato triangular que se fixa na linha milo-hióidea da mandíbula (face interna da mandíbula) e na parte anterior do osso hióide. Pode conter um hiato por onde o ducto da glândula sublingual passa. Inervação: N. Alveolar inferior. Ação: eleva o assoalho da boca na primeira fase da deglutição e também pode elevar o hióide ou abaixar a mandíbula. O músculo Genio-hióide se estende da espinha geniana da mandíbula(ou espinha mentual) até o osso hióide, podendo se unir ao músculo Genioglosso. É responsável pela elevação do osso hióide e pode abaixar a mandíbula. Branda de Oliveira de Lima – MED LVI 3.2.2 PALATO O palato forma o teto da cavidade oral (“céu da boca”) e é formado pelo palato duro e pelo palato mole. O palato como um todo tem formato côncavo e não retilíneo. O Palato Duro tem como constituição óssea o processo palatino do osso Maxila e a lâmina horizontal do osso Palatino. Possui mucosa espessa muito aderida ao periósteo, muitas vezes denominada periomucosa. Ela possui queratinização em seu epitélio e na porção anterior do palato duro possui pregas, as pregas palatinas. Essas pregas próximas ao forame incisivo ajudam a rodar o alimento no interior da cavidade oral, juntamente com a língua. O não fechamento correto do palato duro pode ocasionar malformações congênitas, como a fenda palatina e/ou fenda lábio-palatina. A irrigação do palato duro é feita pela A. Palatina maior (ramo da A. Maxilar) e a inervação é feita pelo nervo de mesmo nome, N. Palatino maior, e também pelo ramo nasopalatino do N. Maxilar. O Palato Mole é um conjunto de músculos fixos no palato duro, curvado para baixo, com a cavidade nasal na parte superior e orofaringe na parte inferior. O limite entre o palato duro e o palato mole é bem visível, pois esse último tem coloração mais vermelho escuro com tonalidade amarelada. Apesar de ter muitos músculos, possui muitas glândulas mucosas entre eles e na superficie da mucosa. Possui um processo muscular mediano de formato cônico, a ÚVULA, que fica pendida para baixo a fim de impedir que o palato mole reverta para cima e tampe as coanas. O início do palato mole é onde o músculo Tensor do Véu Palatino mais atua. A partir do palato mole surge o Arco Palatoglosso(prega anterior que vai do palato mole à lingua em forma de meia lua) e o Arco Palatofaríngeo(prega posterior que vai do palato mole até a parede lateral da orofaringe. Prega é mucosa + músculos, ou seja, dentro desses arcos estão os músculos palatoglossos e palatofaríngeos. Irrigação do Palato Mole: A. Facial Drenagem Venosa: Veias do palato mole que drenam para o plexo venoso pterigóideo. Inervação: Sensibilidade geral pelos ramos dos N. Maxilar e Glossofaríngeo. Possui botões gustativos que são inervados por nervos que estão relacionados com o Gânglio pterigopalatino. Branda de Oliveira de Lima – MED LVI 3.2.3 LÍNGUA A língua é um órgão totalmente muscular que tem seus 2/3 anteriores na cavidade oral e o 1/3 restante na orofaringe. Se fixa em diversos ossos – hióide, mandíbula, processos estilóides – , no palato mole e na parede da faringe devido aos seus numerosos músculos intrínsecos e extrínsecos. É dividida em 3 partes: ápice, dorso, face inferior e raíz. A raíz da língua está fixada à mandíbula e aos osso hióide. O dorso possui um sulco em forma de V (sulco terminal) que divide a língua em parte oral (pré-sucal; 2/3) e faríngea (pós-sucal; 1/3). No vértice desse V está o forame cego, resquício do ducto tireoglosso. >> DORSO Possui queratinização em seu epitélio (caráter áspero), papilas filiformes (queratinizadas) bem no ápice da língua, papilas fungiformes mais distribuídas no meio da língua, papilas folhadas nas laterais após o sulco terminal, papilas circunvaladas antes do sulco terminal e, por fim, a tonsila lingual próxima à raíz da língua e à epiglote logo abaixo. Pode haver um sulco mediano longitudinal mais proeminente em alguns indivíduos. As papilas folhadassão retas em diagonal bem a frente dos arcos palatoglosso e estão na lateral da língua. As papilas circunvaladas são grandes, enfileiradas e possuem uma depressão no centro que contém receptores gustativos em seu interior. As papilas fungiformes estão próximas a esse sulco mediano e são pequenas. Todas essas três papilas possuem função gustativa. As papilas filiformes não possuem função gustativa, apenas criam aderência da língua ao alimento, ajudando na mastigação. A parte pós-sucal (1/3) está após os arcos palatoglossos, já que o sulco terminal coincide com os arcos palatoglossos. Possui um prega glossoepiglótica mediana com duas depressões ao lado dessa prega, chamadas valéculas epiglóticas. Essa parte não possui quaisquer papilas, apenas as tonsilas linguais. >> FACE INFERIOR (VENTRE) A face inferior da língua possui túnica mucosa lisa, com tonalidade roxa (devido às veias, transparência) e contínua com a mucosa das gengivas inferiores e do assoalho da boca. Possui um frênulo medial e carúnculas ao lado onde drenam os ductos submandibulares. Há também pregas sublinguais próximas a esse frênulo e às carúnculas onde há a drenagem dos ductos sublinguais das glândulas sublinguais. Como essa parte é muito vascularizada, a coloração fica arroxeada devido à Veia Lingual. Essa veia é muito ÍSTIMO DAS FAUCES Região entre os arcos palatoglossos, por onde o alimento é impulsionado na deglutição. Fauces significa garganta que, por sua vez, significa estrangulamento (estrangulamento do alimento). Branda de Oliveira de Lima – MED LVI utilizada para a absorção de medicamentos sublinguais e torna-se bem visível (varicosa) em pacientes com hipertensão arterial. Relação do ventre da língua, de medial para lateral, partindo do componente mais medial, o frênulo da língua: Frênulo lingual; Artéria Lingual (ramo da A. Carótida Externa que irriga toda a face); Veia Lingual; Nervo Lingual (ramo do N Trigêmio). Toda a parte motora da língua é inervada pelo nervo Lingual, enquanto toda a sensibilidade geral DA CABEÇA é inervada pelos ramos do nervo Trigêmio. DRENAGEM VENOSA – ABSORÇÃO DE MEDICAMENTOS VIA SUBLINGUAL >> MÚSCULOS DA LÍNGUA A língua possui músculos extrínsecos e músculos intrínsecos. Nutridos principalmente pela A. Lingual que se origina da artéria Carótida Externa. Essa mesma artéria irriga também a maior parte do assoalho da cavidade oral. A A. Lingual se anastomosa muito, por isso que quando corta qualquer parte da língua a parte que restou sobrevive. ➢ MÚSCULOS EXTRÍNSECOS DA LÍNGUA Proporciona a movimentação da língua como um todo (para frente, tocar no palato, mostrar a língua) e não a forma dela em si. 1. M. Genioglosso Tem formato triangular e está próximo à linha média do corpo. Está fixado na espinha geniana da mandíbula (espinha mentual), acima do músculo Geniohióideo. A inserção desse músculo da língua na espinha geniana impede a língua de ir para a orofaringe (engasgar com a própria língua). Irrigação: A. Sublingual, ramos da A. Lingual e ramos da A. Facial. Inervação: N. Hipoglosso Ação: Traciona a língua para frente, trazendo o ápice para a rima da boca. 2. M. Hioglosso Formato de um quadrado, se fixa no osso hióide. Irrigação: A. Lingual e A. Facial Inervação: N. Hipoglosso Ação: Abaixa a língua. 3. M. Estiloglosso Veias Sublinguais Veias Jugulares Internas Veias Braquiocefálicas Veia Cava Superior Átrio Direito do Coração Branda de Oliveira de Lima – MED LVI O menor dos músculos que se fixam ao processo estiloide do osso temporal e parte dele chega a se fundir com o músculo intrínseco da língua, o longitudinal inferior. Irrigação: A. Lingual Inervação: N. Hipoglosso Ação: Traciona a língua para cima (tocar no palato) e para trás. 4. M. Palatoglosso Forma o Arco Palatoglosso que une o palato Mole à Língua. ➢ MÚSCULOS INTRÍNSECOS DA LÍNGUA Todos são irrigados pela A. Lingual e inervados pelo N. Hipoglosso. Alteram a forma da língua em si, proporcionando grandes variedades de movimentos para a rotação do alimento na boca e para a fala (forma em U, enrolar a língua). 1. M. Longitudinal Superior Fina camada de fibras musculares longitudinais ao eixo maior da língua e que estão logo abaixo da mucosa do dorso da língua. 2. M. Longitudinal Inferior Fina camada de fibras musculares longitudinais contínuas com o M. Longitudinal Superior, porém está localizado abaixo da mucosa da face ventral da língua. Funde-se com o M. Estiloglosso na porção anterior. 3. M. Transverso Branda de Oliveira de Lima – MED LVI Estão localizados no centro (meio) da língua. 4. M. Vertical Estende-se da face dorsal até a ventral, descontínuo. REVISÃO INERVAÇÃO DA BOCA Dividida em duas sensibildades aferentes(sensoriais): a sensibilidade geral é em relação à dor,temperatura, tato, propriocepção; a sensibilidade especial diz respeito à gustação. Obs: Traumas na região da orelha média pode gerar perda da sensibilidade especial da língua, ou seja, da capacidade de gustação, por lesionar o N. Corda do TÍMPANO. Na eficiência motora, o N. Hipoglosso inerva todos os músculos intrínsecos da língua e apenas os músculos genioglosso e hioglosso da musculatura extrínseca. O restante, M. Estiloglosso e palatoglosso, são inervados pelos nervos do plexo faríngeo ( ramos do nervo Vago e ramos do nervo Glossofaríngeo). A sensibilidade geral e especial do terço posterior da língua e da cavidade bucal é bastante reduzida, mas tem o nervo glossofaríngeo inervando as papilas circunvaladas. Nessa mesma região possui predominância das fibras motoras do nervo Vago na Epiglote e no Arco Palatoglosso. 3.3.4 DENTES Possuímos três formas de dentes: os incisivos, os caninos e os molares. A região da maxila e da mandíbula, bem como o palato duro pode ser dividida em 4 quadrantes: superior direito, superior esquerdo, inferior direito e inferior esquerdo. Portanto, podemos referir os dentes de acordo com o quadrante que está localizado. Na vida Adulta temos 32 dentes. Dentre esses dentes, há 8 incisivos, 4 caninos, 8 pré-molares e 12 molares (incluindo 4 dentes do siso). 3.3 GLÂNDULAS SALIVARES São glândulas exócrinas compostas e tubuloacinosas com ductos drenando para a cavidade oral. Secretam saliva, enzimas digestivas e agentes antimicrobianos. 3.3.1 GLÂNDULA PARÓTIDA 2 /3 d a lín gu a e ca vi d ad e o ra l Sensibilidade Geral N. Lingual (Trigêmio V3) Sensibilidade Especial N. Corda do Tímpano (N. Facial) Eficiência Motora N. Hipoglosso Plexo Faríngeo 1 /3 P o st er io r - Lí n gu a e b o ca Sensibilidade (Geral e Especial) N. Glossofaríngeo Motora Plexo Faríngeo Branda de Oliveira de Lima – MED LVI É a maior glândula salivar e tem natureza de secreção quase totalmente serosa. Seu ducto atravessa o coxin adiposo das bochechas, passam pelo músculo Bucinador e desembocam no vestíbulo da boca, na altura do 2º dente molar superior. Está anterior à orelha externa e abaixo dela (posterior) encontra-se o Nervo Facial(VII) e o músculo Masseter. Obs: Tumor na Glândula Parótida pode comprimir esse nervo e causar paralisia facial. 3.3.2 GLÂNDULAS SUBMANDIBULARES Tem o tamanho de uma noz, possui uma parte superficial e uma profunda e está abaixo da margem inferior da mandíbula. Está relacionada com os músculos extrínsecos da língua, músculos do assoalho da cavidade rale músculos do pescoço, com a veia Facial, com a artéria facial e com o ramo cervical do nervo Facial. Também está próxima ao nervo hipglosso e ao nervo lingual. O ducto das glândulas Submandibulares atravessam o músculo milo-hióideo e abre-se na carúncula sublingual laterais ao frênulo da língua. Essa glândula é a responsável pela maior parte da saliva secretada diariamente. 3.3.3 GLÂNDULA SUBLINGUAL É a menor glândula salivar, tem formato achatado e está sob o músculo milo-hióideo, sendo coberta pela mucosa da prega sublingual ao lado das carúnculas sublinguais. A drenagem ocorre por meio de inúmeros canalículos que se abrem nessa região da prega sublingual. ANATOMIA DE SUPERFÍCIE DA BOCA Os lábios são cobertos externamente por pele (tecido epitelial), no meio o músculo orbicular da boca (tecido muscular) e na parte interna, mucosa que delimita o vestíbulo da boca. Há poucas estruturas importantes: lábio superior, lábio inferior, comissura labial(junção dos dois lábios, um de cada lado) e a rima da boca (abertura central). Branda de Oliveira de Lima – MED LVI O tecido epitelial que recobre os lábios é muito delgado (fino, transparente e delicado) e devido à alta vascularização dessa região, é possível vermos os vasos sanguíneos por transparência. Por isso que é importante a inspeção do aspecto dos lábios, pois quando estão roxos pode ser sinal de hipotermia (baixo débito cardíaco) ou insuficiência respiratória (sangue pouco oxigenado), por exemplo. A nutrição dos lábios ocorre pela A. Labial superior e inferior (ramo da A. Facial). A inervação ocorre pelo N. Infraorbital (lábio superior) e ramo mandibular do N. Trigêmio (lábio inferior). As artérias labiais que vieram da artéria facial que são as responsáveis pelo círculo anastomósico arterio- venoso que recobre os lábios e é possível ver por transparência. RELAÇÃO ADULTO – CRIANÇA Na criança lactente, o palato mole não está com a curvatura completa, o teto da cavidade oral encontra-se horizontalizado, a Laringe está numa posição mais superior no pescoço e aa epiglote pode tocar no Palato mole e fechar a orofaringe posteriormente, colocando a laringe em contato direto com as coanas. Pode ocorrer fechamento das coanas porque a úvula no lactente não está bem desenvolvida; Pode ocorrer Otite Média pela amamentação horizontalizada, pois o óstio faríngeo da tuba auditiva tem uma posição mais inferior, podendo haver entrada de leite; 4. FARINGE A Faringe é um tubo musculomembranoso com mais ou menos 13cm de comprimento e vai da base do crânio até a margem inferior da cartilagem cricóidea da laringe(C6). Existe um tônus muscular constante, muito mais forte no esfincter esofágico superior, na junção da faringe com o esôfago. O limite superior da faringe é o osso esfenoide e o osso occipital; o limite inferior é o esôfago(contínuos); o limite posterior são os músculos da faringe e o limite anterior é o ístimo dass Fauces(arcos palatoglossos). Está posterior à cavidade nasal, à cavidade bucal e à Laringe e tem 3 partes: nasofaringe(SISTEMA RESPIRATÓRIO), orofaringe e laringofaringe. Possui 3 músculos constritores circulares e 3 levantadores longitudinais. Irrigação: Ramos da A. Carótida Externa, como a A. Faríngea Ascendente. Pode ter contribuição da A. Facial, A. Maxilar e da A. Lingual, mas são menos importantes. Branda de Oliveira de Lima – MED LVI Drenagem: Veias Faríngeas (Plexo Venoso Faríngeo) que drena para a V. Jugular Interna. Inervação: Plexo Faríngeo (NERVOSO). 4.1 OROFARINGE O limite superior da orofaringe é o Palato Mole; O limite anterior é o ístimo das Fauces e a raíz da língua; O limite lateral são as tonsilas palatinas(nas fossas tonsilares ou seios) e o arco palatofaríngeo; O limite posterior é aberto e o inferior é a epiglote. As vias respiratórias faríngeas são mantidas desobstruídas no paciente que está acordado por meio da ação dilatadora combinada do genioglosso, tensor do véu palatino, genio-hióideo e estilo-hióideo, que agem em reação à pressão negativa gerada na luz da faringe durante a inspiração. O tônus nos músculos é reduzido durante o sono, e também é afetado pelo álcool e outros sedativos, hipotireoidismo e uma variedade de distúrbios neurológicos. Se o tônus muscular do dilatador for insuficiente, as paredes da faringe podem tornar-se próximas. A obstrução faríngea intermitente pode causar ronco e a obstrução completa pode causar apneia, hipóxia e hipercarbia, que levam ao despertar e a distúrbios do sono. 4.2 LARINGOFARINGE Está posterior à Laringe e vai da margem superior da epiglote até a margem inferior da cartilagem cricóidea, onde é contínua com o esôfago. Durante a deglutição, a Laringofaringe é elevada pela ação dos músculos levantadores hióideos. Branda de Oliveira de Lima – MED LVI ➢ MÚSCULOS DO PALATO MOLE E DA FARINGE Os músculos intrínsecos da Faringe são os músculos constritores da Faringe, enquanto os extrínsecos é representado principalmente pelo músculo Estilofaríngeo. O restante são músculos do Palato Mole. 1. M. Levantador do Véu Palatino Está fixo à parte petrosa do osso Temporal e ao terço médio do palato mole. Eleva o palato mole e traciona ele para trás na deglutição. O Palato Mole é elevado para que toque na parede posterior da Faringe e assim separe Orofaringe da Nasofaringe momentaneamente. 2. M. Tensor do Véu Palatino Está lateral ao M. Levantador do Véu Palatino. Estira o Palato Mole e o deprime, achatando seu arco. Também pode tensionar o palato mole para um lado. A ação principal é abrir a tuba auditiva durante a deglutição e o bocejo para equalizar a pressão do ar entre a orelha média e a nasofaringe. 3. M. Palatoglosso Forma o Arco Palatoglosso. Eleva a raíz da língua, aproximando os arcos palatoglossos e fechando o ístimo das Fauces, o que contribui para a deglutição. 4. M. Palatofaríngeo Forma o Arco Palatofaríngeo. Tracionam a Faringe, deixando ela mais curta para facilitar a deglutição. Também aproxima os arcos palatofaríngeos. 5. M. Da Úvula Ajuda o M. Levantador do Véu Palatino a fechar e separar a oro da nasofaringe durante a deglutição. O fato de estar pendido para baixo impede que o palato mole reverta, tampando as coanas. 6. M. Estilofaríngeo Fixa-se no processo estilóide e é responsável pela elevação da faringe e da laringe. É o músculo mais posterior, parte do processo estilóide. Branda de Oliveira de Lima – MED LVI 7. M. Constritores superiores, médios e inferiores Os M. Constritores Inferiores da Faringe possuem fibras musculares dispostas em círculos, formando um esfincter. Esse esfincter é o primeiro esfincter esofágico e está situado na altura da C6 (transição faringe-esôfago). São responsáveis por contrair as partes respectivas da Faringe durante a deglutição. Há um músculo chamado Cricofaríngeo que compõe o primeiro esfincter esofágico que é muito relacionado na prática clínica: pressiona-se a cartilagem cricóidea para que esse músculo contraia e feche o esôfago, impedindo o refluxo gastroesofágico durante a intubação do paciente. Irrigação: Ramos da artéria Carótida Externa (A. Faríngea ascendente, Aa. Tireóideas...). Drenagem: V. Faríngea, Vv. Tireóideas (todas drenando para a V. Jugular Interna). Inervação: Plexo Faríngeo. ➢ RELAÇÕES DA FARINGE Inferior a ela está a Glândula Tireóide e laterais à Faringe está a bainha catorídea comum: A. Carótida Comum + V. Jugular Interna + N. Vago. 4.3 PLEXO FARÍNGEO Todo suprimento nervoso da faringe é suprida pelo Plexo Faríngeo. Esse plexo consiste emfibras aferentes(sensoriais) e eferentes(motoras) de ramos faríngeos do Nervo Vago(X) e do Nervo Glossofaríngeo(IX). Pode haver contribuição do glânglio simpático cervical. Está sob o músculo Constritor médio e se estende por todos os músculs da Faringe e de sua mucosa. 4.4 ANATOMIA DA DEGLUTIÇÃO Branda de Oliveira de Lima – MED LVI Envolve muitos músculos em um curto período de tempo. É um comoportamento motor programado. Inicia-se com a estimulação dos nervos sensoriais da orofaringe pelo alimento ou líquido. Há 4 fases: a fase preparatória oral; a fase do trânsito/transferência oral; a fase faríngea; a fase esofágica. O início da deglutição envolve tanto as estruturas da cavidade oral quanto da faringe propriamente dita, não há uma divisão nítida entre as fases. Forma-se um bolo coeso (fase oral preparatória). O bolo é levado à orofaringe (fase de trânsito/transferência oral), transportado inferiormente pela parte faríngea das vias respiratórias e através do esfíncter esofágico superior (fase faríngea) e, em seguida, transportado inferiormente pelo esôfago até o estômago (fase esofágica). Fase preparatória + fase de trânsito = Voluntárias (córtex cerebral) Fase faríngea + fase esofágica = Involuntárias (tronco encefálico) I. FASE PREPARATÓRIA ORAL MASTIGAÇÃO: Mandíbula é movimentada pelos músculos elevadores e depressores do maxilar; Lábios fechados pela contração músculo orbicular da boca; Alimento triturado e umidificado pela saliva; Bochechas tensionadas para manter o alimento na cavidade oral pelo músculo bucinador e para impedir que morda as bochechas (lesão no Nervo Facial que chega ao M Bucinador pode gerar mordidas dolorosas e repetidas nas bochechas enquanto mastiga). Palato mole deprimido, a língua e as pregas mucosas do Palato duro rodam o alimento e ao final dessa fase, ele deve se encontrar no terço posterior da língua(Orofaringe). II. FASE DE TRÂNSITO/TRANSFERÊNCIA O músculo Genioglosso eleva a parte anterior da língua; os músculos Palatoglosso e Palatofaríngeo contrem e abaixam o Palato Mole e elevam a parte posterior da língua; M. Orbicular da boca e o Bucinador continuam contraídos; Os músculos intrínsecos da língua e os extrínsecos deixam o alimento bem na linha média da língua; A mandíbula e o assoalho da cavidade oral são elevados pelos músculos que tem ‘hióideo’ no nome; A língua elevada e achatada empurra o bolo alimentar para o Ístimo das Fauces(Músculos Palatoglosso contraídos para impulsionar o alimento para a orofaringe e não deixar voltar; Bolo alimentar mandado para a abertura da faringe entre os arcos Palatofaríngeos (inicialmente dilatada, mas depois se contraem para diminuir). III. FASE FARÍNGEA Fase onde o bolo alimentar entra na Orofaringe e vai até o primeiro esfincter esofágico. É a mais complicada da deglutição porque tem que impedir a passagem de ar (fechando a comunicação entre a oro e a nasofaringe) para o alimento passar sem problemas. O músculo constritor faríngeo superior e o músculo palatofaríngeo contraem e isolam a nasofaringe da orofaringe, por elevação do palato mole que encosta na face posterior da Faringe; (o vedamento errado dessas duas cavidades faz com que alimento saia pelo nariz). Quando o alimento “desce” para a Laringofaringe, há o fechamento da Laringe pela pressão da raíz da língua e pelos músculos ariepiglóticos que fazem a epiglote fechar o ádito da Laringe; Branda de Oliveira de Lima – MED LVI A Laringe é tensionada para frente pelos músculos suprahióideos e os músculos longitudinais da Faringe para que ela sai do caminho do bolo alimentar e tracione a cartilagem cricóidea para frente para que o músculo do esfincter esofágico relaxe e abra o esôfago; Os músculos constritores da Faringe ajudam a impulsionar o bolo alimentar para a Laringofaringe e para a porção inicial do Esôfago; A força motriz da língua(força de propulsão) é uma pressão negativa que faz com que o bolo alimentar desça para a laringofaringe e para o esofago de modo muito mais efetivo que pela ação dos músculos constritores da Faringe; Há também a bomba de sucção da laringofaringe que gera pressão negativa (devido ao tracionamento da Laringe para frente, cria uma pressão negativa no esôfago); Os constritores da Faringe criam uma pressão positiva após o bolo alimentar, impulsionando-o ainda mais; IV. FASE ESOFÁGICA O esfincter esofágico posterior à cartilagem cricóidea é relaxado e o bolo alimentar pode entrar no esôfago. As ondas peristálticas propulsionam o movimento do bolo alimentar até o esfincter esofágico inferior, desembocando na região da Cárdia do estômago. 5. ESÔFAGO O Esôfago é um tubo muscular com mais ou menos 25cm de comprimento, conectando a faringe ao estômago. Inicia na margem inferior da cartilagem cricóidea(C6), desce anterior à coluna vertebral, passa pelo Hiato Esofágico no diafragma (T10) e termina no óstio cárdico do estômago (T11). Ele dá umas ondulações para a esquerda e para a direita, conforme é empurrado pela Aorta descendente. Possui 4 pontos de estreitamento mais significativo do seu lúmen: - Posteriormente à cartilagem Cricóidea, músculo constritor faríngeo inferior e o cricofaríngeo (1º esfincter esofágico); [nível C6] - Na lateral pelo arco Aórtico no nível do ângulo do esterno; [T4-T5] - Na parede anterior pelo Bronquio Principal Esquerdo logo após a bifurcação da Traquéia; - No Hiato Esofágico (2º esfincter esofágico). Esses esfincters esofágicos são fisiológicos e não anatômicos, isto é, não possuem músculos circulares igual o ânus ou o piloro, por exemplo. São constrições de outras estruturas nele e não da própria musculatura do esôfago. Um aneurisma da Aorta na altura do seu arco desencadeia como primeiro sintoma a disfagia, ou seja, a dificuldade de deglutição; isso ocorre por uma compressão exagerada do esôfago devido à maior pressão da parede da Aorta. Pode ser dividido em 3 segmentos: I. ESÔFAGO CERVICAL (C6 a T1) II. ESÔFAGO TORÁCICO (T1 a T12) III. ESÔFAGO ABDOMINAL (T12 a L1) VÔMITO Estímulo do tato em regiões específicas da Orofaringe, como a Úvula e os arcos Palatoglosso e palatofaríngeo. Branda de Oliveira de Lima – MED LVI O Esôfago Cervical é posterior à traquéia e está fixo a ela por tecido conjuntivo. Os Nervos Laringeos recorrentes passam ao dele, a coluna vertebral está posterior, as A. Carótidas Comuns estão laterais ao esôfago, bem como a parte posterior da glândula Tireóide. Depois fica mais próximo da bainha carótida esquerda(se desvia para a esquerda porque a traquéia foi pra direita). O Esôfago Torácico está deslocado mais para a esquerda, passa por trás do arco da Aorta, se desloca para a direita depois do arco porque a Aorta Descendente se desloca para a esquerda. Depois cruza anteriormente a Aorta Descendente e entra no Hiato Esofágico. O Hiato Esofágico é um orifício mal feito no diafragma com projeções da fáscia endotorácica e da pleura parietal na parte do esôfago superior a ele e com projeções da fáscia endotorácica e do peritônio parietal na parte inferior(entremeados por um coxin adiposo). Essas projeções formam os ligamentos frenoesofágicos que envolvem o hiato esofágico e impedem que a ação do diafragma durante a respiração interfira no peristaltismo do esôfago. Na parte superior do Tórax, A Veia Ázigos passa anterolateralmente ao Esôfago, bem como a V. Cava Superior. Próximo ao Diafragma, todo o Sistema Ázigos e a Aorta Torácica encontra-se atrás do esôfago. Nesse mesmo nível, a V. Cava Inferior está à direita do esôfago. Abaixo do Pedículo dos pulmões, o N. Vago contorna e atinge o Esôfago, formando um plexo ao seu redor. O Esôfago Abdominal tem cerca de 2 a 5cm de comprimento, com uma dilataçãoabaixo do hiato esofágico e antes do óstio cárdico do estômago. Ele faz uma curva para a esquerda e para trás, terminando no óstio cárdico do estômago (Junção Gastroesofágica, Linha Z na Histologia). Está ligado ao diafragma pelo ligamento frenicoesofágico A parte abdominal do esôfago é suprida pelos ramos esofágicos da A. Gástrica Esquerda. A drenagem ocorre pelas veias de mesmo nome. Branda de Oliveira de Lima – MED LVI 5.1 VASCULARIZAÇÃO DO ESÔFAGO Irrigação: Esôfago Cervical – A. Tireóidea Inferior; Esôfago Torácico – Ramos esofágicos diretos da Aorta Torácica: Aa. Esofágicas(4 ou 5 ramos, formam uma rede anastomósica com as Aa. Tireóideas Inferiores e as Aa. Frênicas e Gástricas Esquerdas); Esôfago Abdominal – Aa. Frênicas inferiores(ramos diretos da Aorta Abdominal) e Aa. Gástricas Esquerdas. Drenagem: As Veias Esofágicas se originam de um plexo venoso periesofágico, este originado do plexo submucoso. Essas Veias Esofágicas drenam para a V. Ázigos, podendo desembocar também na V. Hemiázigos, Intercostais ou Bronquiais. A parte abdominal do Esôfago é drenada principalmente pelas veias Frênicas Inferiores e V. Gástrica esquerda, ambas desembocando na veia Porta. Inervação: Esôfago Cervical – N. Laríngeo Recorrente; Esôfago Torácico e Abdominal – Plexo Esofágico; O Plexo Esofágico é constituído pelo Nervo Vago(X). Branda de Oliveira de Lima – MED LVI 6. ESTÔMAGO O Estômago está situado no abdome superior, indo do quadrante superior esquerdo para baixo, para frente e para a direita. O fundo ocupa um recesso no diafragma, aparecendo como bolhas no lado esquerdo do raio X. É dividido em fundo, corpo, antro pilórico e piloro. Possui curvaturas, sendo a curvatura menor de frente para o fígado e a maior para os intestinos. O fundo é delimitado por uma linha imaginária que vai da incisura cárdica até a curvatura maior, horizontalmente. O corpo vai do fundo até a incisura angular, onde traça- se uma linha imaginária dessa incisura até a curvatura maior, delimitando o corpo e o antro pilórico. O Antro Pilórico é uma dilatação do canal pilórico, que vai afinando até chegar no piloro, um esfincter com óstio muito pequeno. A curvatura menor forma a margem medial do estômago, contém vasos gástricos direito e esquerdo e o omento menor. A curvatura maior do estômago forma a margem lateral e o fundo do estômago. O ápice do fundo gástrico está na altura do 5º EIC esquerdo, mas varia. O ligamento gastroesplênico e o omento maior se fixam nela. O Omento Menor é formado por dois ligamentos: Ligamento hepatoduodenal e Ligamento Hepatogástrico. VARIZES ESOFÁGICAS Aumento do leite venoso das Veias Gástricas e Esofágicas (varicosas), ficando proeminentes no lúmen do esôfago e, muitas vezes, sofrendo hemorragia (vômito e fezes com sangue) pelo atrito com o alimento ou simplesmente pela força ao evacuar. Ocorre pela Hipertensão Portal que gera um fluxo retrógrado, restando muito sangue no leito venoso dessas veias, que se tornam varicosas por possuírem válvulas ausentes/defeituosas. Causas da Hipertensão Portal: Cirrose Hepática, Tumores hepáticos avançados, Esteatose hepática(acúmulo de gordura no fígado), Esquistossomose etc. A Hipertensão Portal afeta a circulação da V. Porta Hepática por comprimi-la, sobrecarregando suas tributárias(Vv. Frênicas Inferiores, V. Gástrica Esquerda). Assim, ocorre aumento do sangue parado nas veias do plexo submucoso abdominal (Cabeça de Medusa), aumento do líquido extracelular(muito líquido na veia faz com que ele difunda para fora dela), aumento do sangue parado nas veias esofágicas (Varizes esofágicas) devido ao mal funcionamento das válvulas venosas, que acaba comprometendo o sistema Ázigos. As varizes gástricas estão, em geral, presentes na face inferior do óstio cárdico. Apresentam-se com menos frequência na prática clínica do que as varizes esofágicas, pois são mais difíceis de diagnosticar devido à sua localização, e, ocasionalmente, existem sem a presença de varizes esofágicas. Esse sistema de sobrecarga pode chegar até a Veia Cava Superior e ao Átrio Direito, denominado de Sistema Porto-Cava de Hipertensão. Branda Destacar Branda Destacar Branda Destacar Branda Destacar Branda de Oliveira de Lima – MED LVI O estômago vazio tem mais comumente o formato de uma letra J, com o fundo podendo conter gás. O grau de enchimento afeta principalmente o formato e a posição do corpo do estômago, porque a parte pilórica permanece contraída durante a digestão. À medida que o estômago enche, ele se expande anteroinferiormente; porém, quando o colo transverso ou o intestino delgado está distendido, o fundo aumenta em direção ao fígado e ao diafragma. Conforme a capacidade do estômago aumenta. Nesta posição, a parte mais baixa é o antro pilórico, o qual se estende abaixo do umbigo. 6.1 ÓSTIO CÁRDICO O óstio Cárdico é a abertura do esôfago abdominal no estômago, delimitando a região inicial do estômago, a Cárdia. Está à altura da 7ª cartilagem costal e possui um Linha Z(Junção Gastroesofágica- região de transição) que separa o esôfago da cárdia( estômago). Não possui esfincter cárdico. 6.2 REFLUXO GASTROESOFÁGICO O refluxo Gastroesofágico é perfeitamente justificado, em condições normais: Há uma diferença de pressão entre o esôfago e o Estômago. O Esôfago torácico está submetido a uma pressão intratorácica negativa enquanto o estômago está submetido a uma pressão intra-abdominal positiva. Os fatores que impedem esse refluxo são: vedação causada pelas pregas da mucosa gástrica na região da Linha Z; o ângulo do óstio cárdico dificultando o refluxo (seria contra a gravidade, sustentado por fibras musculares oblíquas da mucosa gástrica); a atuação do Hiato Esofágico, que com seus coxins adiposos, atua como um esfincter improvisado; pressões do diafragma no Hiato,comprimindo-o, e a própria parede do esôfago que colaba, tornando o lúmen uma zona de alta pressão e impedindo o refluxo. [ESFINCTER ESOFÁGICO INFERIOR] Esse esfincter só relaxa quando o bolo alimentar está passando, voltando a ficar muito contraído. HÉRNIA DE HIATO Um refluxo gástrico gera frouxidão dos ligamentos frenoesofágicos, permitindo que o estômago se desloque para cima, impulsionando o suco gástrico para o esôfago. Branda de Oliveira de Lima – MED LVI Na Inspiração, não ocorre refluxo – apesar da pressão intratorácica diminuir mais ainda e favorecer o refluxo – porque o diafragma se contrai e as fibras musculares dele apertam muito mais o esôfago, aumentando a pressão ali. A disposição das fibras musculares lisas no esôfago e no estômago auxiliam no vedamento desse esfincter esofágico inferior. 6.3 ÓSTIO PILÓRICO É uma abertura do canal pilórico para o Duodeno que possui um esfincter muscular muito espesso, o esfincter pilórico ou piloro. O Piloro é um anel muscular que controla com muit mais precisão a passagem de alimento do estômago para o Duodeno, tanto por mecanismos de estiramente quanto por quimiorreceptores. 6.4 VISTA INTERNA O estômago possui sua mucosa enrugada, sendo denominada “Pregas Gástricas”. As pregas da região do fundo são menores e mais delicadas, enquanto as do corpo são bem proeminentes. Há uma espécie de canal com pregas mais longitudinais e menos proeminentes ao longo da curvatura menor, por onde passam os líquidos, esse é o Canal Gástrico. Assim, os líquidos entram e vão direto para o Antro pilórico, enquanto os sólidos se concentram no corpo do estômago. O Antro eo Canal pilórico quase não tem pregas. 6.5 VASCULARIZAÇÃO DO ESTÔMAGO Irrigação Arterial: Tronco Celíaco (A. Gástrica Esq. A. Esplênica e A. Hepática comum); Artéria Gástrica esquerda se origina diretamente do Tronco Celíaco. A A. Esplênica origina as Aa. Gástricas curtas e a A. Gastroomental esquerda. A A. Hepática origina a A. Gástrica direita e a A. Gastroduodenal, esta última origina a A. Gastroomental direita. >> ARTÉRIA GÁSTRICA ESQUERDA É o menor ramo do Tronco Celíaco (tronco arterial que sai direto da aorta abdominal). Sobe até a área cárdica do estômago e origina ramos esofágicos. Emite ramos que irrigam toda a área ao redor da curvatura menor do estômago e se anastomosam com os ramos da A. Gástrica Direita mais ou menos na incisura angular. >> ARTÉRIAS GÁSTRICAS CURTAS São vasos arteriais que irrigam o fundo do estômago, originadas ao longo da curvatura maior. Se originam da A. Esplênica e passam pelo ligamento gastroesplênico para irrigar o óstio cárdico e todo o fundo gástrico. Se anastomosam com ramos da A. Gástrica Esquerda. >> ARTÉRIA GASTRO-OMENTAL ESQUERDA É o maior ramo da A. Esplênica, surge no hilo do Baço, passa pelo ligamento gastroesplênico e se anastomosa com a A. Gastro-omental Direita. Branda Destacar Branda Destacar Branda de Oliveira de Lima – MED LVI Emite ramos que irrigam o fundo e todo o corpo do estômago. >> ARTÉRIA GÁSTRICA DIREITA Origina-se geralmente da A. Hepática Comum, emite ramos que irrigam a superfície anterior e posterior do estômago, se anastomosando com a A. Gástrica Esquerda. >> ARTÉRIA GASTRODUODENAL Origina-se da A. Hepática Comum na altura da primeira parte do Duodeno. Dá origem à artéria Gastro-omental direita. >> ARTÉRIA GASTRO-OMENTAL DIREITA Origina-se da A. Gastroduodenal, passa abaixo do Piloro e segue a curvatura maior. Se anastomosa com a A. Gastro- omental Esquerda. Está bem ao lado do Piloro, emite ramos gástricos e omentais. >> ARTÉRIAS PILÓRICAS As artérias pilóricas são ramos das artérias gástrica direita e gastro-omental direita. Perfuram o duodeno após o esfíncter e passam através da túnica muscular para a submucosa, onde se dividem em dois ou três ramos. Os últimos retornam para o canal pilórico abaixo da mucosa e seguem até o final do antro pilórico: eles suprem toda a mucosa do canal pilórico. Ramos das artérias da submucosa da região pilórica podem se anastomosar próximo à sua origem com as artérias da submucosa do duodeno, e seus ramos terminais também se anastomosam com artérias gástricas do antro pré-pilórico. O esfíncter pilórico é suprido pelas artérias gástricas e pilóricas por ramos que saem de seus vasos originais nos níveis da região subserosa e da submucosa para penetrar o esfíncter. #ANASTOMOSES ARTERIAIS DO ESTÔMAGO Branda Destacar Branda Destacar Branda de Oliveira de Lima – MED LVI Existem várias anastomoses arteriais no estômago e nos órgãos adjacentes. Há uma anastomose entre as A. Esofágicas(originadas da Aorta Torácica) e as A. Gástrica Esquerda (que suprem o óstio cárdico). Há também extensa rede anastomósica no óstio pilórico, com varios ramos arteriais que irrigam a parte do Duodeno. As artérias gastro-omentais direita e esquerda e as artérias gástricas esquerda e direita se anastomosam livremente entre si ao longo das curvaturas gástricas maior e menor. Anastomoses também se formam entre as artérias gástricas curtas e gástrica esquerda na região do fundo e entre as artérias gástrica direita e gastro-omental direita na região do antro Essas anastomoses são importantes para que o fluxo de sangue pela mucosa e submucosa do órgão continue independente se algum vaso sofreu obstrução (ALTA RESISTÊNCIA À ISQUEMIA). 6.6 DRENAGEM VENOSA DO ESTÔMAGO Rica rede venosa submucosa correspondentes às artérias e que drenam diretamente para a Veia Porta ou passam pelas Veias Esplênica ou Mesentérica Superior. Mesmo nome das Artérias. >> VEIAS GÁSTRICAS CURTAS Drenam o fundo gástrico e a parte superior da curvatura maior para a veia Esplênica. >> VEIA GASTRO-OMENTAL ESQUERDA Drena o parede anterior e posterior do corpo do estômago e o Omento Maior. Desemboca na Veia Esplênica. >> VEIA GASTRO-OMENTAL DIREITA Drena o Omento Maior, a parte inferior do corpo e o antro do estômago. Desemboca na Veia Mesentérica Superior. Pode receber a V. Pancreaticoduodenal antes de desembocar na V. Mesentérica Superior. >> VEIA GÁSTRICA ESQUERDA Drena a parte superior do corpo e o fundo do estômago. Passa pela curatura menor, vai até o Hiato Esofágico e recebe veias Esofágicas inferiores. Desemboca diretamente na Veia Porta. Branda Sublinhar Branda Sublinhar Branda de Oliveira de Lima – MED LVI >> VEIA GÁSTRICA DIREITA Segue a curvatura menor, recebe a veia Pré-pilórica, drena o piloro. Desemboca diretamente na Veia Porta. >> VEIAS GÁSTRICAS POSTERIORES Múltiplos vasinhos que acompanham a artéria Gástrica Posterior e desembocam na V. Esplênica. 6.7 INERVAÇÃO DO ESTÔMAGO O Estômago é inervado por fibras nervosas SIMPÁTICAS e PARASSIMPÁTICAS. 6.7.1 INERVAÇÃO SIMPÁTICA DO ESTÔMAGO Nervos Esplênicos maior e menor via Plexo Celíaco. Possui inervação adicional vinda do Plexo Hepático para inervar a parte superior do corpo e o fundo do estômago. Os Nervos gástricos simpáticos causam vasoconstrição e inibem a musculatura gástrica. Os nervos simpáticos do Piloro causam contração muscular e, consequentemente, constrição pilórica. 6.7.2 INERVAÇÃO PARASSIMPÁTICA DO ESTÔMAGO Nervo vago anterior e posterior. O Nervo Vagal Anterior possui fiibras nervosas vindas do nervo vago esquerdo(plexo esofágico) e inerva principalmente o óstio cárdico. O nervo está posicionado na musculatura externa da parte abdominal do esôfago e se divide próximo à extremidade esofágica da curvatura menor em ramos gástricos e pilóricos/hepáticos. Os ramos gástricos anteriores superiores se irradiam sobre a parte superior do corpo e do fundo. O nervo Vagal posterior tende a se dispor mais medialmente do que o anterior, e está frequentemente a uma curta distância da parede da parte abdominal do esôfago. Ele produz dois grupos principais de ramos, gástricos e celíacos. Os ramos gástricos se originam e em seguida seguem posterior ao óstio cárdico e da parte superior do corpo do estômago. Branda de Oliveira de Lima – MED LVI Não ocorre um plexo verdadeiro sobre as superfícies gástricas anterior ou posterior, mas plexos estão presentes na submucosa e entre as camadas da túnica muscular externa. Os Nervos parassimpáticos gástricos estimulam a secreção da mucosa gástrica e ativa a musculatura da parede do estômago. Relaxa o músculo do esfincter pilórico para o esvaziamento do estômago. 7. INTESTINO DELGADO O Intestino Delgado é subdividido em 3 partes: Duodeno, Jejuno e Íleo (sendo mais identificado como Duedeno e Jejuno-Íleo). Vai do piloro até o óstio ileal(Valva Ileocecal). Possui partes retroperitoneais(que estão entre o peritônio e a parede abdominal, fora da cavidade abdominal propriamente dita que está livre no líquido peritoneal) e partes peritonizadas(parcialmente livres na cavidade abdominal). Não é totalmente livre na cavidade do abdôme porque está preso á parede abdominal posterior pelo Mesentério. Possui uma proteção adicional de suas alças intestinais pelo Omento Maior, que lembra um avental, lenço que cobre livremente o intestino delgado. 7.1 DUODENO “Duodeno” em Latim é “12 dedos” que é seu comprimento aproximado. É a parte mais curta, com maior calibre e com posição facilmente identificável.A maior parte do Duodeno é retroperitoneal, mas as partes proximais são peritonizadas. Possui forma de “C” e está na altura da L1-L3, abraçando a cabeça do pâncreas. Está totalmente acima do umbigo e é subdivido em: I. PARTE SUPERIOR Forma a continuação inicial do canal pilórico, termina na flexura duodenal superior e é a parte mais móvel do Duodeno(facilmente insuflada, chama Capuz Duodenal) e a mais peritonizada. O Omento Menor e o Lig. HepatoDuodenal estão fixos na sua margem superior e o Omento Maior na margem inferior. Posterior a parte superior do Duodeno está a A. Gastroduodenal, o Ducto Colédoco e a V. Porta. Anterior a essa parte está a Vesícula Biliar. II. PARTE DESCENDENTE Se inicia da flexura duodenal superior e vai até a flexura duodenal inferior, é retroperitoneal. Está posterior á Vesícula Biliar e ao Cólon Transverso (Intestino Grosso). Uma parte do Omento Maior (Lig. Gastrocólico) e do Mesocólon transverso estão fixos na parede anterior da parte descendente do Duodeno. Como essas estruturas que fixam o Cólon à parede abdominal posterior estão presas nessa parte do Duodeno, é muito perigoso lesionar essa parte em cirurgias que precisa ficar movendo o Intestino Grosso. Branda Destacar Branda Destacar Branda Destacar Branda Sublinhar Branda Sublinhar Branda de Oliveira de Lima – MED LVI A parte medial da porção descendente do Duodeno que faz a curvinha está aderida a cabeça do Pâncreas, abraçando- a e recebendo o Ducto Colédoco e o Ducto Pancreático Comum que desembocam na Papila Duodenal Maior. Pode ter variação e esses ductos (Ducto Pancreático Acessório) desembocarem em uma papila duodenal menor logo acima da mais comum. III. PARTE HORIZONTAL Inicia na flexura duodenal inferior, atravessa anteriormente a V. Cava Inferior e se une a parte ascendente bem anterior à Aorta Abdominal. Está posterior ao mesocólon transverso, à origem do mesentério do intestino delgado e aos vasos mesentéricos superiores( A. e V. Mesentéricas Superiores). Está Anterior a V. Cava Inferior, a Aorta Abdominal e ao início da A. Mesentérica Inferior. É retroperitoneal. IV. PARTE ASCENDENTE Está a esquerda da Aorta Abdominal e vai até a flexura duodenojejunal. É anterior a V. Mesentérica Inferior (a flexura duodenojejunal é um reparo anatomico importante para identificar essa veia). Essa flexura é sustentada por um forte ligamento formado por uma prega dupla de peritônio (Lig. Suspensor do Duodeno) para que fique nessa posição e que pode conter um músculo, o Músculo Suspensor do Duodeno. É o local onde o Duodeno faz uma cura para sair da parte retroperitoneal para ser peritonizado e continuar com o Jejuno. 7.1.1 VASCULARIZAÇÃO E DRENAGEM DO DUODENO Irrigação: Aa. Pancreaticoduodenais superiores e inferior (Sistema PancreáticoDuodenal). Rede anastomósica que pode ter contribuição das Aa. Gástricas, supraduodenal, gastroomentais, hepática e gastroduodenal; irriga todo o Duodeno e a cabeça do Pâncreas. Quando há tumores na cabeça do Pâncreas ou no Duodeno etc, a lesão da A. Gastroduodenal gera hemorragia intensa, sendo chamada de “Artéria da Hemorragia”. >> ARTÉRIAS PANCREATICODUODENAIS SUPERIORES Geralmente existem 2, uma anterior e outra posterior. A A. PancreaticoDuodenal Superior Anterior é ramo da A. Gastroduodenal e se anastomosa com a A. PancreáticoDuodenal Inferior anteriormente. A A. PancreaticoDuodenal Superior Posteror também é um ramo da A. Gastroduodenal, mas passa posterior a cabeça do Pâncreas e se anastomosa com a A. PancreaticoDuodenal Inferior posteriormente. Ambas irrigam também a cabeça do Pâncreas. >> ARTÉRIA PANCREATICODUODENAL INFERIOR Branda Destacar Branda Sublinhar Branda Destacar Branda Destacar Branda de Oliveira de Lima – MED LVI Surge da A. Mesentérica Superior e emite 2 ramos, anterior e posterior. Supre o Duodeno e a cabeça do Pâncreas. Drenagem Venosa: Vv. PancreaticoDuodenais Superiores e Inferiores ( Veias Duodenais). A Superior drena direto para a V. Porta e a Inferior drena para a V. Mesentérica Superior. Inervação: Plexo Celíaco 1.1 JEJUNO E ÍLEO Sua parede é mais espessa que a do íleo(é mais grosso) e tem maior suprimento arterial (coloração mais avermelhada in vivo). As alças jejunais ficam localizadas mais a esquerda da linha mediana e mais superior a linha do umbigo. Traçando uma reta oblíqua imaginária entre o gradil costal direito e a espinha ilíaca anterosuperior, delimita-se mais ou menos onde ficam o Jejuno e o Íleo(O jejuno no triangulo superoesquerdo e o íleo no triângulo inferodireito). O Jejuno é mais móvel e totalmente peritonizado. Está fixo a parede abdominal posterior pelo Mesentério. As arcadas arteriais(Arcos anastomósicos arteriais no interior do mesentério) são mais longas do que as do íleo. O íleo possui uma parte final que é chamada de íleo terminal e que desemboca no Ceco por meio do Óstio Ileal(localizado na fossa ilíaca direita). Este óstio possui um esfincter, chamado Valva Ileocecal. Possui muitos agregados linfoides palpáveis. # VASCULARIZAÇÃO JEJUNO-ÍLEO Irrigação: Aa. Jejunoileais (ramos da A. Mesentérica Superior). Formam uma rede anastomósica (arcadas arteriais) em todo o Mesentério, suprindo o Jejuno e o Íleo. >> ARTÉRIA MESENTÉRICA SUPERIOR Branda Destacar Branda Destacar Branda Destacar Branda de Oliveira de Lima – MED LVI Surge diretamente da Aorta Abdominal, bem abaixo do Tronco Celíaco. O ângulo de origem dessa artéria é agudo (corre paralela a Aorta), o que dificulta o fluxo sanguíneo para ela. Abaixo desse ângulo agudo passa a Veia Renal (pode ocorrer um movimento de pinça e dificultar a drenagem venosa do testículo, gerando Varicocele). Passa anterior a parte horizontal do Duodeno, a V. Cava Inferior; e posterior a V. Esplênica e ao corpo do Pâncreas. O diametro da A. Mesentérica Superior vai diminuindo após emitir seus ramos e depois se anastomosa com a A. Ileocólica. RAMOS: A. Ileocólica, A. Cólica Direita, A. Cólica Média e Aa. Jejunoileais. Os ramos JejunoIleais se originam da margem esquerda da A. Mesentérica Superior e formam alças anastomósicas dentro do mesentério. Como o mesentério é mais comprido na parte do Íleo, esses ramos conseguem formar alças (anéis, círculos) mais numerosas até chegar ao íleo, mas menores; assim as alças anastomosicas do Jejuno estão em menor número mas apresentam maior calibre. Drenagem Venosa: Vv Jejunoileais (drenam para a V. Mesentérica Superior). >> VEIA MESENTÉRICA SUPERIOR Drena todo o intestino delgado, o Ceco, o Cólon Ascendente e Transverso. Está situada a direita da A. Mesentérica superior (A cabeça do Pâncreas engloba a V. E a A. Mesentéricas Superiores). As tributárias da V. Mesentérica Superior recebem os mesmos nomes dos ramos arteriais da artéria de mesmo nome. Recebe também as vv. Gastroomental direita e pancreaticoduodenal. Finalmente, desemboca para a V. Esplênica e esta para a V. Porta. 8. INTESTINO GROSSO Se inicia a partir da Papila Ileal (da Valva Ileocecal) até o ânus, como uma moldura do intestino delgado. O início do intestino grosso (Ceco) está deitado bem na fossa ilíaca direita e emite um apêndice chamado Apêndice Vermiforme. O Intestino Grosso pode ser dividido anatomicamente em: Ceco, Cólon Ascendente, Cólon Transverso, Cólon Descendente, Cólon Sigmoide e Reto. O Ceco (etmologia: Cego) é a parte inicial do Intestino Grosso e está na fossa ilíaca direita. Possui o Apêndice Vermiforme e a Valva Ileocecal desembocando nele. Torna-se ascendente (Cólon Ascendente) à direita do intestino Branda Destacar Branda SublinharBranda Riscar Branda de Oliveira de Lima – MED LVI delgado, faz a Flexura Hepática (Flexura direita) e se torna o Cólon Transverso. O Cólon Transverso segue meio curvado para baixo até a Flexura Esplênica (Flexura esquerda). Após a Flexura Esplênica, o Cólon Transverso se torna o Cólon Descendente que desce ao lado esquerdo do intestino delgado. Este torna-se o Cólon Sigmoide (Em forma de S) na fossa ilíaca esquerda. O Cólon sigmoide desce até a pelve e vira o Reto. O calibre do Intestino Grosso varia, sendo maior na parte do Ceco e do Cólon Ascendente e diminuindo na parte do Cólon Sigmoide(aqui fica mais ou menos igual ao intestino delgado). O Intestino Grosso tem menos motilidade(é mais fixo a parede abdominal posterior por meio do Mesocólon) e possui três faixas de músculos longitudinais ao longo do seu comprimento: as Tênias do Cólon. Possui Apêndices Epiplóicos (Epiplóicos é relativo ao Epíploo, ou seja, ao Omento, por isso podem ser chamados de Apêndices Omentais) que são aglomerados de tecido adiposo inútil. Possui também Haustrações (saculações, bolsinhas) que são formadas pela tênia do cólon. Ao nível da junção retossigmóidea, as tênias formam faixas anterior e posterior distintas. Estas faixas se unem para formar uma completa cobertura muscular longitudinal no reto, o qual consequentemente não apresenta saculações (o Cólon Sigmoide tem as Haustrações mais marcadas). O reto também não apresenta apêndices epiplóicos. O Intestino Grosso tem partes retroperitoneais e partes peritonizadas que estão suspensas por mescólon. As partes suspensas por mesocólon são: Ceco, Flexura Hepática, Cólon Transverso, Flexura Esquerda, Cólon Sigmoide. 8.1 VASCULARIZAÇÃO E DRENAGEM DO INTESTINO GROSSO Irrigação: A. ileocólica, A. cólica direita e A. cólica média (ramos da A. Mesentérica Superior); A. cólica esquerda, A. sigmóidea e A. retal superior (ramos da A. Mesentérica Inferior); As artérias ileocólica, cólica direita e cólica média irrigam o Ceco, o Apêndice Vermiforme, o Cólon Ascendente e metade direita do Cólon Transverso. As artérias cólica esquerda, sigmóidea e retal superior irrigam a metade esquerda do Cólon Transverso, o Cólon descendente, o Cólon Segmóide e a parte superior do Reto. [as outras partes do reto são artérias ilíacas]. # RESUMO • Artéria íleo-cólica: parte terminal do íleo e parte do ceco. • Artéria cólica direita: irriga todo o colo ascendente e a flexura hepática (Arco anastomótico entre a íleo-cólica e a cólica direita). • Artéria cólica média: irriga da flexura hepática até o ponto médio do cólon transverso (metade direita). Branda Destacar Branda Destacar Branda Destacar Branda de Oliveira de Lima – MED LVI • Artéria cólica esquerda: irriga a parte esquerda do cólon trasnverso, a flexura esplênica e todo o cólon descendente. • Artérias sigmoideias: irrigam o cólon sigmoide. • Artéria retal superior: irriga o reto. >> ARTÉRIA MESENTÉRICA INFERIOR Surge diretamente da Aorta Abdominal logo abaixo a A. Mesentérica Superior. Possui um calibre menor que esta, mas supre desde a metade esquerda do Cólon Transverso do Intestino grosso até a parte superior do Reto. Desce à esquerda da Aorta Abdominal e emite os seus principais ramos: Aa Cólica Esquerda, Sigmóidea e Retal Superior. As Aa. Sigmóideas são em número de 2 a 5 que saem de um ramo comum e irrigam todo o cólon sigmóide. O arco justacólico da região sigmoide é menos definido. Drenagem: Veias de mesmo nome das artérias que saem das Vv Mesentéricas Superior e Inferior e drenam para a V. Porta. >> VEIA MESENTÉRICA INFERIOR Drena o reto, o cólon sigmoide, o cólon descendente e a parte esquerda do cólon transverso. Possui veias tributárias de mesmo nome das artérias. Está situada a esquerda da A. Mesentérica Inferior e geralmente drena para a Veia Esplênica. 8.2 ARCO JUSTACÓLICO As artérias que irrigam todo o intestino grosso se anastomosam formando um grande e único arco anastomósico na parede intestinal (JUSTA- CÓLICO) que proporciona circulação colateral. O benefício desse arco é claro: fornecer suprimento de oxigênio para todo o intestino grosso mesmo se alguma artéria for obstruída. Muitas vezes esse arco apresenta um vaso contínuo que passa colado a parede do intestino grosso e conecta todos os ramos das artérias, essa é a “Artéria Marginal”. Há uma parte do arco justacólico que é muito importante, são as intensas anastomoses entre a A. Cólica Média e a A. Cólica Esquerda (Arcada de Riolan) que possilitam um contato entre as Artérias Mesentéricas inferior e superior. Essa parte do arco é importante porque em casos de obstrução na A. Mesentérica Inferior, a Superior consegue suprir por meio da A. Cólica Média, toda a parte esquerda do intestino grosso (Com exceção da parte superior do reto, apenas). 8.3 PAPILA ILEAL É onde o Íleo desemboca no Ceco. O óstio Ileal tem 2 pregas que o recobrem, geralmente semilunares e que lembram lábios. Tem a função de impedir o refluxo do quimo da parte cecal para o íleo e também de diminuir a passagem de quimo para o ceco quando tem a estimuação simpática (situação de luta, diminui a velocidade da digestão). 8.4 APÊNDICE VERMIFORME É um tubo com o diâmetro de um dedo mínimo (lembra muito linguiça de frango fininha) que se origina do Ceco e normalmente fica posterior a ele Branda de Oliveira de Lima – MED LVI ou ao Cólon Ascendente, ou na pelve. Tem grande mobilidade e possui função imunológica pouco espressiva pois trata-se de uma estrutura vestigial. O Apêndice fica bem no início da Tênia Cecal (ponto de reparo anatomico-cirúrgico). Possui um curto mesoapêndice e um lúmen muito estreito que sse abre para o Ceco por um óstio recoberto por uma prega. O tamanho desse óstio está muito relacionado ao risco de apendicite aguda, pois quanto menor o óstio maior a pressão dentro do apêndice (lúmen obstruído pelo aumento do tecido linfoide decorrente de uma infecção). É suprido por anastomoses arteriais e pela A. Apendicular que é um ramo terminal da A. Ileocólica. 9. FÍGADO O fígado é uma viscera enorme que ocupa muita parte da cavidade abdominal superior, se estendendo além da linha mediana para o lado esquerdo. Possui 5 faces: Face Superior, Face Anterior, Face Direita, Face Posterior e Face Inferior. As faces superior, anterior e direita são contínuas, sem divisão visível e por isso são chamadas de Face Diafragmática. I. FACE DIAFRAGMÁTICA: SUPERIOR, ANTERIOR E DIREITA A face superior é a maior face do fígado e está abaixo da cúpula direita do diafragma, adquirindo a forma arredondada. Possui uma área triangular que não está coberta por peritônio visceral, chamada Área Nua do Fígado (entre as duas lâminas do ligamento Falciforme). Tem uma parte que chega a ficar embaixo da cúpula esquerda do diafragma. A face anterior é peritonizada, exceto na parte do Ligamento Falciforme. Também é coberta pelo Diafragma (porção final). A face direita é peritonizada, está bem protegida pelo Gradil Costal. II. FACE VISCERAL: POSTERIOR E INFERIOR A face posterior não é lisa, tem bastante impressões dos órgãos adjacentes. A maior parte da face posterior é desprovida de peritônio pois está fixa ao diafragma por tecido conjuntivo frouxo (Lig. Coronal) que delimita a Área Nua do Fígado (triangular). Essa Área Nua contém a Veia Cava Inferior que corre adjacente ao fígado pelo Sulco da Veia Cava Inferior(mas não penetra no fígado). A esquerda da V. Cava Inferior está o Lobo Caudado do fígado, que é recoberto parcialmente por peritônio contínuo com ligamentos de fixação. A esquerdadesse Lobo está o Ligamento Venoso, que é o Ducto Venoso obliterado (shunt – levava sangue rico em oxigênio para a V. Porta Inferior). A face posterior do lobo hepático esquerdo encontramos uma impressão causada pela parte abdominal do esôfago e outra pelo fundo gástrico. Branda Destacar Branda Destacar Branda Destacar Branda de Oliveira de Lima – MED LVI A face inferior é delimitada pela margem inferior do fígado e possui uma fissura bem funda e grande que contém o Ligamento Redondo (Veia Umbilical esquerda fetal obliterada, levava sangue rico em oxigênio para o Ducto Venoso). À direita dessa fissura está uma fossa, a Fossa da Vesícula Biliar. Entre essas estruturas está o Lobo Quadrado do Fígado. 9.1 LOBOS HEPÁTICOS O Fígado é dividido em 4 Lobos: Lobo Hepático Direito, Lobo Hepático Esquerdo, Lobo Caudado e Lobo Quadrado. O Lobo Hepático Direito é maior lobo, está separado lobo hepático esquerdo pelo ligamento falcifrme e pelo ligamento venoso. Possui protuberâncias que são os lobos caudado e quadrado, bem como a Vesícula biliar em sua fossa. O Lobo Hepático Esquerdo é o menor lobo, ém ais fino que o Lobo Direito e tem um ápice que atravessa a linha mediana indo para a esquerda. Branda Destacar Branda Destacar Branda de Oliveira de Lima – MED LVI O Lobo Quadrado é uma proeminência que fica entre o Ligamento Redondo e a Vesícula Biliar. Está anterior à V. Porta. O Lobo Caudado é uma proeminência delimitada pela Fissura do Ligamento Venoso e pela V. Cava Inferior. Está posterior a V. Porta e é funcionalmente independente. 9.2 SEGMENTOS HEPÁTICOS É uma divisão que leva em consideração a anatomia e a fisiologia das partes do Fígado por meio da ramificação da Veia Porta e das Veias Hepáticas que saem da V. Cava Inferior. A divisão ocorre por meio da interssecção dos caminhos dessas veias, gerando 8 segmentos (o segmento IV ainda se subdivide em subsegmentos a e b) nomeados no sentido horário. O caminho das Veias Hepáticas (Direita, Média e Esquerda) são mais ou menos equivalentes às Fissuras Portais (Direita, Principal e esquerda). A Fissura Portal Principal é o mesmo caminho da V. Hepática Média, que vai do meio da Vesícula Biliar até o ponto médio da Veia Cava Inferior, dividindo o fígado em metade direita e metade esquerda. A Fissura Portal Esquerda acompanha a V. Hepática Esquerda e divide a metade esquerda do fígado em medial e lateral. Vai do ponto médio da margem inferior esquerda do fígado até a margem esquerda da V. Cava Inferior. A Fissura Portal Direita divide a metade direita do fígado em lateral e medial. Segue o caminho da V. Hepática Direita. Branda Destacar Branda Destacar Branda Destacar Branda de Oliveira de Lima – MED LVI 9.3 LIGAMENTOS E FIXAÇÕES DO FÍGADO Os ligamentos do Fígado o fixam na parede abdominal anterior, ao diafragma e a outras vísceras abdominais. São divididos em Ligamento Falciforme, Ligamento Coronário, Ligamentos Triangulares, Ligamento Venoso e Omento Menor. I. LIGAMENTO FALCIFORME Prende o fígado a parede anterior do abdôme, formado por 2 lâminas de peritônio que se fixam na linha alba. Na parte superior da face diafragmática, é contínuo com o Lig. Coronário, se afilando até a margem inferior. Na margem inferior livre do lig. Falciforme segue o Lig. Redondo até a cicatriz umbilical. No caso da Hipertensão Portal, essa Veia Umbilical Obliterada se abre (na vida fetal ela abria um ramo na V. Porta). II. LIGAMENTO CORONÁRIO Formado pela reflexão do peritônio parietal da face abdominal do diafragma em peritônio visceral. Entre as duas lâminas desse ligamento há a Área Nua. III. LIGAMENTO VENOSO Corresponde a uma veia obliterada que ficava entre o ramo esquerdo da veia porta e a veia hepática esquerda durante a vida fetal. IV. OMENTO MENOR É uma prega peritoneal que vai da curvatura menor do estômago e da parte superior do duodeno até a face inferior do fígado. A sua inserção no fígado é contínua com as lâminas serosas dos outros ligamentos. 9.4 HILO HEPÁTICO O Hilo Hepático possui forma de H, com o lobo quadrado, lobo caudado, V. Cava Inferior, V. Porta, A. Hepática, Vesícula Biliar e Ductos Hepáticos (Biliares). Branda Destacar Branda de Oliveira de Lima – MED LVI 9.5 VASCULARIZAÇÃO E DRENAGEM DO FÍGADO Os vasos que entram no Fígado são a V. Porta, a A. Hepática e as Vv Hepáticas. As V. Hepáticas drenam para a V. Cava Inferior, enquanto as V. Porta e a A. Hepática adentram no Hilo Hepático pelo ligamento Hepatoduodenal. O Ducto colédoco também está contido nesse ligamento (esse ligamento forma o Omento Menor). Irrigação: A. Hepática Própria. A A. Hepática Própria é o ramo principal da A. Hepática Comum. Esta é o maior ramo do Tronco Celíaco e também emite ramos antes da A. Hepática Própria, os ramos dasartérias Gastroduodenal e Gástrica Direita. A A. Hepática Própria está anterior a V. Porta e Medial (à esquerda) do Ducto Colédoco no Lig. Hepatoduodenal. Ao entrar no Hilo Hepático, a A. Hepática Própria se bifurca em A. Hepática Direita e A. Hepática Esquerda. A A. Hepática Direita normalmente emite o ramo para a A. Cística que nutre a Vesícula Biliar. Drenagem: V. Hepática Direita, V. Hepática Intermédia e V. Hepática Esquerda (V. Cava Inferior); V. Porta (Sistema Portal); O Sistema Portal drena o sangue do TGI e de todas as vísceras abdominais e leva para o fígado desintoxicar. A maior parte dos nutrientes chegam ao fígado pela V. Porta e não pelas artérias (nutrientes=glicose, diferente de oxigênio). O Sistema Venoso Hepático drena o sangue desoxigenado e desintoxicado do parênquima hepático para a V. Cava Inferior. LIG. VENOSO LIG. REDONDO V. CAVA INF. VESÍCULA BILIAR V. PORTA A. HEPÁTICA PRÓPRIA DUCTO COLÉDOCO Lobo caudado Lobo quadrado Branda Destacar Branda Destacar Branda de Oliveira de Lima – MED LVI >> VEIA PORTA A Veia Porta é formada pelas Vv. Mesentérica Superior e Esplênica. Está anterior a V. Cava Inferior e posterior ao colo do Pâncreas. Outras veias que desembocam na V. Porta são a V. Gástrica Esquerda e a V. Pancreaticoduodenal Superior Posterior. Ao entrar no Hilo Hepático, divide- se horizontalmente em dois ramos principais, direito e esquerdo. Os ramos direitos e esquerdos da V. Porta se dispõem no parênquima como garras que ascendem juntamente com ramos biliares e arteriais hepáticos. Essa ramificação é muito importante para a ressecação cirúrgica e transplantes. >> VEIAS HEPÁTICAS A V. Hepática Direita é a maior das V. Hepáticas e pode ter dois TRÍADE HEPÁTICA: Elementos do pedículo hepático que adentram no hilo. A. Hepática Própria + V. Porta + Ducto Hepático Comum TRÍADE PORTAL: Elementos intra-hepáticos. A. Hepática (ramos, direita e esquerda) + Ramo da V. Porta + Ducto Biliar Hepático Branda Destacar Branda Destacar Branda de Oliveira de Lima – MED LVI troncos principais que desembocam na V. Cava Inferior. Território de Drenagem: Entre o ângulo direito do fígado e a fossa da vesícula biliar. A V. Hepática Intermédia divide o fígado mais ou menos em metade esquerda e metade direita. Geralmente une-se a um tronco comum a V. Hepática Esquerda que desemboca na V. Cava Inferior. Território de drenagem da V. Hepática intermédia: margem esquerda do ligamento falciforme e a fossa da vesícula biliar. Território de drenagem da V. Hepática Esquerda: margem direitado ligamento falciforme até o ângulo hepático esquerdo. 10. VESÍCULA BILIAR A Vesícula Biliar é um saquinho que armazena bile nos períodos de jejum e está conectada a um sistema de ductos biliares intra-hepáticos e extra-hepáticos. Está situada na fossa da Vesícula Biliar na face visceral do fígado (Lobo direito). 10.1 DUCTOS BILIARES Os ductos hepáticos (ductos biliares intrahepáticos) carregam a bile produzida pelo fígado ao longo do caminho feito pela Tríade Portal. Formam ductos principais direito e esquerdo que se juntam e formam o Ducto Hepático comum no hilo. O Ducto Hepático comum recebe o Ducto Cístico (espiral, cheio de válvulas císticas) vindo da vesícula biliar e forma o Ducto Colédoco. Esse último junta-se ao Ducto Pancreático Principal para formar a Ampola Hepatopancreática, desembocando na Papila Duodenal Maior. Os ductos biliares em geral tem calibre maior que as artérias e maior que o ducto pancreático principal. O Ducto Colédoco é bem grosso e é o componente mais lateral à direita no ligamento Hepatoduodenal dissecado. Ele passa posterior a parte superior do Duodeno e a cabeça do Pâncreas. O a parte final do Ducto Colédoco (possui um músculo circular tipo esfincter) se funde ao ducto Pancreático formando a Ampola Hepatopancreática, que também possui camadas circulares de músculo parecendo um esfincter. A existência desses “esfincters” em ambos os ductos permite o esvaziamento independente da bile ou do suco pancreático. Quando há estímulo de produção de bile e suco pancreático, a pressão sobre o esfíncter faz com que ele se abra, enquanto quando para essa secreção, ela se fecha. Após a digestão, fechado o esfíncter, ocorre refluxo da bile. A vesícula movimenta-se, para vencer a gravidade, permitindo que a bile passe pelo ducto cístico e atinja o ducto colédoco. Após isso, ela volta a sua posição normal, mantendo armazenada a bile. >> ARTÉRIA CÍSTICA É ramo da A. Hepática Direita e é muito fininha, muito mais que o ducto cístico ou outra artéria. Branda Destacar Branda de Oliveira de Lima – MED LVI Irriga toda a vesícula biliar, por isso, caso haja obstrução nessa artéria, ocorre isquemia da vesícula e deve-se retirar cirurgicamente. 11. PÂNCREAS O Pâncreas é uma glândula acessória do TGI que realiza funções endócrinas e exócrinas(mais importante aqui). Ele tem aspecto lobuladinho, como glândulas mesmo (as vezes amarelado, parecendo gordura). Pode ser dividido em cabeça, colo, corpo e cauda. Possui também um lobo acessório, o processo Uncinado que é anatomo e embriologicamente distinto( é a ponta da curva da cabeça do pâncreas). Está localizado dentro da curvatura inicial do Duodeno, abraçando-o. O corpo está um pouco superior a cabeça e a cauda está na frente do hilo do baço. Todo o Pâncreas está posterior ao estômago (retroperitoneal). O Pâncreas possui um tecido exócrino que drena para vários ductos lobulares. Estes drenam para um ducto maior que percorre todo o órgão, desde a cauda até a cabeça do Pâncreas, o Ducto Pancreático. O Ducto Pancreático se junta com o Ducto Colédoco para formar a Ampola Hepatopancreática que desemboca na Papila Duodenal Maior. I. CABEÇA DO PÂNCREAS Está no lado direito do abdôme abraçando o Duodeno. É a parte mais espessa e larga do Pâncreas, estando mergulhada na parede do duodeno e compartilhando a irrigação arterial (arcos anastomósicos entre as artérias Pancreáticoduodenais anteriores, posteriores, superiores e inferiores que nutrem as duas estruturas). II. COLO DO PÂNCREAS É a parte mais anterior do Pâncreas, está anterior a V. Porta e engloba a A. e V. Mesentérica Superior. CÁLCULOS BILIARES O Cálculo Biliar pode cair no ducto cístico e irritar a mucosa colunar, gerando espasmo do músculo da parede do ducto e, consequentemente, causando a cólica biliar. Caso esse cálculo caia no ducto colédoco, pode atingir a ampola hepatopancreática, intupindo-a. Com isso, o suco pancreático não é eliminado para o lúmen do duodeno, ficando retido no ducto pancreático e, consequentemente, danificando o tecido do Pâncreas (muito alcalino, escapa do ducto) e gerando a perigosa Pancreatite. Branda Destacar Branda Destacar Branda Destacar Branda de Oliveira de Lima – MED LVI III. CORPO DO PÂNCREAS É a parte mais longa, estende-se pelo lado esquerdo do abdôme. A margem superior do corpo do Pâncreas está relacionada com o Tronco Celíaco e a A. Esplênica descreve um trajeto tortuoso seguindo sua margem superior. IV. CAUDA DO PÂNCREAS É a parte mais afilada e a mais superior do órgão, está próxima ao hilo esplênico (baço). 11.1 VASCULARIZAÇÃO Irrigação: A. Pancreáticoduodenal Inferior (cabeça do Pâncreas, origina da A. Mesentérica Superior); A. Pancreáticoduodenal Superior (ramo da a. Gastroduodenal e se anastomosa com a A. Pancreáticoduodenal Inferior); Ramos Pancreáticos de A. Pancreáticas; A. Esplênica (corpo e cauda). Drenagem: V. Pancreáticoduodenais superior e inferior (cabeça e colo, drenam para a V. Porta); V. Esplênica (corpo e cauda). Obs: Ressecação do Pâncreas – muito complicada. Há várias anastomoses na cabeça do Pâncreas com o Duodeno que dificulta ao máximo a separação desses componentes. Há estruturas importantes passando junto, como a V. Esplênica, a A. Esplênica e os vasos Mesentéricos Superiores. Devido a isso, câncer de Pâncreas é muitas vezes descontrolado porque pode cair em qualquer um desses vasos e sofrer metástases. Branda Destacar Branda de Oliveira de Lima – MED LVI EXTRA¹: AORTA ABDOMINAL O suprimento arterial para o trato gastrointestinal é derivado dos ramos viscerais da linha média anterior da aorta. Geralmente existem três ramos anteriores: o tronco celíaco e as artérias mesentéricas superior e inferior. O tronco celíaco e seus ramos suprem o trato gastrointestinal desde o terço distal do esôfago até a parte média do duodeno e todos os anexos derivados (fígado, árvore biliar, baço, pâncreas dorsal, omento maior e omento menor). A artéria mesentérica superior supre o trato desde a segunda parte do duodeno até o terço distal do cólon transverso (jejuno, íleo, ceco, apêndice, cólon ascendente e mesentério ileal). A artéria mesentérica inferior supre o trato desde o cólon transverso distal até o segmento superior canal anal. Branda de Oliveira de Lima – MED LVI EXTRA²: REGIÕES DO ABDÔME O abdome pode ser dividido em nove regiões arbitrárias pelos planos subcostal e transtubercular e dois planos medioclaviculares projetados na superfície do corpo. Essas regiões são utilizadas na prática para a localização descritiva da posição de uma massa ou a localização da dor do paciente e também pode ser utilizado na descrição da localização de uma víscera abdominal. As nove regiões assim formadas são: epigástrio; hipocôndrio direito e esquerdo; central ou umbilical; lombar direita e esquerda; hipogástrio ou suprapúbico; fossas ilíacas direita e esquerda. O limite superior da parede abdominal anterior é formado por vários marcos anatômicos claros. Na linha mediana superiormente localiza-se o processo xifoide. A partir deste ponto, as margens costais estendem-se para ambos os lados da sétima cartilagem costal na articulação xifoesternal até a extremidade anterior da décima segunda costela (esta última é difícil de sentir no obeso ou se o paciente tem baixa estatura). A parte mais inferior da margem costal localiza-se na linha axilar média e é formada pela margem inferior da décima
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