Buscar

Resumo Economia Internacional (prova 2)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 23 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Economia Internacional
Aula 6 – Instrumentos de Proteção Comercial e a Economia Política de Proteção
Mecanismos Padrões de Proteção Comercial As barreiras sobre as importações não acabam no final do período mercantilista; na verdade, a proteção comercial continua a ser praticada no mercado internacional, afetando os preços dos produtos. Nas relações comerciais contemporâneas, o livre comercio é mais uma exceção do que uma regra, isso tanto nos países menos desenvolvidos como nas economias industrializadas. Normalmente, o governo intervém na economia visando favorecer o produto nacional frente os concorrentes estrangeiros, ou seja, seu objetivo é, na maioria das vezes, fortalecer a dinâmica econômica interna. Esse processo é denominado proteção e, embora predominantemente visa reduzir importações, pode incluir também mecanismos de promoção às exportações (o que deixaria o país com a Balança Comercial com um saldo positivo).
Segundo a teoria do padrão das vantagens comparativas, formulada por David Ricardo, os países devem produzir e, consequentemente, se especializar naqueles produtos os quais tem maiores vantagens comparativas no comércio. Entretanto, quando analisamos a questão, é possível perceber que nem sempre essa troca é igual, ou seja, em liberdade de comércio, nem sempre um país que importa um produto o qual tem desvantagem comparativa ganha com tal comércio; sua Balança Comercial, por exemplo, pode ficar deficitária pela mercadoria exportada valer menos e ter uma deterioração em relação ao produto importado, podendo resultar em um aumento das dívidas públicas externas.
Por conta de tal problema, existem diversos instrumentos de intervenção do Estado sobre o comércio exterior na denominada Política Comercial.
Tarifas Impostos sobre as importações cobrados quando a mercadoria entra no país. Os Estados são autorizados a adotarem tais medidas, mas têm alguns limites, por exemplo: economias em desenvolvimento podem utilizar algumas medidas protecionistas, o que é proibido é aumentar muito essas tarifas ou seus percentuais, por isso acaba se transformando em uma barreira proibitiva. Há um risco de conflito político-econômico em casos como esse e uma tendência ao surgimento de mercados paralelos dos produtos.
Existem três tipos de tarifas: “Ad Valoren”, Específica ou Mista.
Ad Valoren É a cobrança mais usual na atualidade, devido a sua maior facilidade de administração, e significa que o imposto é calculado como uma porcentagem do preço do produto, normalmente isso sendo vinculado ao contrato da compra. Um exemplo seria a Tarifa Externa Comum (TEC) de 20% acordada entre os membros do Mercosul para importações procedentes de países que não sejam integrantes desse bloco econômico. 
Específica É a cobrança de um valor específico, ou seja, fixo pela carga do produto/determinado valor por unidade importada. Um exemplo é a tarifa de US$ 454,00 cobrada por tonelada de suco de laranja brasileiro importada pelos Estados Unidos, independente do preço do produto.
Mista Cobrança de determinado montante por unidade importada do produto, ou seja, como uma Tarifa Específica, além de um percentual sobre seu preço, isto é, como uma Tarifa Ad Valoren. Pode-se cobrar, por exemplo, US$ 50,00 por unidade de produto importada e 20% sobre o preço do produto.
A Tarifa é uma das formas mais antigas de tributação e, no passado, era utilizada como importante fonte de receita de governos. Isso se dá por conta da maior facilidade de arrecadação, pois basta controlar o ingresso de mercadorias nas fronteiras; enquanto isso, um outro mecanismo de tributação, como da renda ou do consumo, por exemplo, exige um aparato burocrático maior e mais bem estruturado. Ainda hoje, tais medidas representam uma receita para o Estado (principalmente dos menos desenvolvidos) e tem consequências para toda a sociedade.
Consumidor Nesse caso, o consumidor tem uma perda da capacidade de consumo, pois os produtos que entrariam no país mais baratos acabariam por ter seu preço alterado por conta dessa tarifa. Isso tem uma relação com a noção de bem-estar da população que, para a visão mais economicista, tem ligação com o consumo (e não com a qualidade de vida dela, por exemplo). 
Produtor/Ofertante O produtor tem um ganho na renda, pois o produto estrangeiro fica mais caro e isso gera uma chance de concorrência no mercado interno. Porém, pode acontecer dos produtores locais repassarem tais tarifas para seus produtos com o objetivo de lucrar ainda mais.
Estado As tarifas são uma forma de arrecadar dinheiro para o Estado, como tratado anteriormente; portanto, elas trazem receitas para o governo.
O Brasil, neste caso, equipara-se às econômicas mais desenvolvidas do mundo, com a participação dos tributos (em 1992) sendo em torno de 1.51% da receita do governo.
Protecionismo Aqueles que defendem o protecionismo afirmam que se caso o produto internacional chegar muito barato/competitivo no mercado interno, o produto nacional não conseguirá competir e isso poderá gerar um problema na economia, como o fechamento de empresas e o desemprego, por exemplo. Portanto, as tarifas são defendidas para impedir que o produto estrangeiro chegue ao país muito competitivo e prejudique a economia nacional. 
Benefícios das Tarifas O objetivo básico da Tarifa é proteger o produtor doméstico da concorrência internacional. Uma das suas consequências é o aumento do preço do produto no mercado do país importador. Os custos e benefícios das elevação de preços podem ser avaliados a partir dos conceitos de excedente do consumidor e do produtor. Ou seja, para países com participação expressiva no comércio, o principal objetivo das tarifas é oferecer vantagem ao produtor doméstico frente à concorrência estrangeira. 
Oposição Neoclássica Afirmam que essa política protecionista não é boa, ou seja, que seu efeito é proporcionalmente mais negativo para o consumidor do que os ganhos acumulados pelo Estado e pelo produtor. Na verdade, tais pensadores pensam que o protecionismo que seria prejudicial para um todo na economia.
Efeitos das Políticas Tarifárias na Economia 
Países Pequenos Análise de um país pequeno que depende da exportação de uma mercadoria M para atender ao excesso de demanda doméstica. A introdução da tarifa alfandegária eleva o preço no mercado doméstico de produtos estrangeiros, o que faz com que (por conta da renda da população) a quantidade demandada caia. O resultado, portanto, é a queda nas importações e do consumo do produto protegido e, consequentemente, um aumento da produção nacional daquele bem ou de outro que possa substitui-lo (pois o produto nacional fica mais competitivo, por estar mais barato que o estrangeiro). Entretanto, como a maioria dos países pequenos importam produtos manufaturados e não o produzem internamente em uma grande quantidade, normalmente tais tarifas têm um efeito mais negativo, já que fica mais caro para o consumidor adquirir tais itens, e as perdas dos consumidores não são compensadas integralmente pelos ganhos dos produtores e pela receita do governo. Ou seja, nesse caso, qualquer restrição de comércio implica perdas para a comunidade.
Se há perdas, porque os países pequenos utilizam das políticas protecionistas? Pois a perdas são difusas e os benefícios são concentrados. O maior perdedor é o consumidos, pois ele paga o preço mais elevado pelo item; entretanto, como existem milhões de consumidores, cada um acaba pagando uma pequena parte dos custos das medidas protecionistas e tem pouca motivação para se contrapor a elas. Os maiores ganhadores, nesse caso, seriam os produtores e os trabalhadores do setor protegido, pois são em menor número, mas podem ter uma coesão suficiente para formar lobbies e pressionar as autoridades para implementação de medidas protecionistas.
Ou seja, se o importador for de um país pequeno, o saldo líquido para o conjunto da sociedade é negativo, porque o excesso de despesas do consumidor supera a soma das receitas adicionais do governo e do produtor. 
Países GrandesComo países grandes tem poder de mercado no âmbito internacional, normalmente as tarifas têm efeitos positivos, pois tal mudança tarifaria não afeta apenas internamente, mas também o preço internacionalmente praticado, dado o tamanho de sua economia e a sua importância no mercado internacional como grande demandante.
Isto é, se for um país grande, pode ter mais ganhos do que perdas, porque consegue repassar parte dos custos da produção para o país exportador. O mecanismo de transferência desse custo é o declínio do preço no mercado mundial, resultante da menor demanda internacional. Outra parte dos custos é absorvida pelos consumidores domésticos.
Efeito das Tarifas Sobre a Produção Se, sob a liberdade de comércio, a produção interna de um bem é insuficiente para atender à demanda, a diferença é coberta por importações. Levando em consideração o pleno uso de recursos, com a Tarifa, o país especializa menos no produto que tem vantagem comparativa, ou seja, sacrifica parte dos ganhos do comércio para produzir o bem que ficou mais caro de importar. 
Efeito das Tarifas Sobre a Distribuição de Renda Num país onde os produtos importados são intensivos em capital e os exportáveis são intensivas em trabalho, a Tarifa sobre importações transfere a renda favor dos capitalistas e em detrimento dos trabalhadores. Em outras palavras, beneficiam fator de produção escasso enquanto reduz a renda real do fator abundante. 
Efeito das Tarifas Sobre a Receita do Governo Em economias menos desenvolvidas e com pouca mão de obra treinada na cobrança de impostos, a tributação sobre o comércio externo pode ser utilizada como importante fonte de receita. Isso se deve à facilidade de administração das tarifas alfandegárias: a cobrança exige apenas o controle de portos de embarque de mercadorias. No entanto, mesmo em países desenvolvidos, essa fonte de receita não é desprezada. 
Efeito das Tarifas Sobre a Concorrência Se a proteção é oferecida a um bem num mercado concorrencial, mesmo que as exportações venham a ser excluídas, ainda haverá alguma concorrência entre muitos produtores domésticos. No entanto, se o mercado é caracterizado por oligopólio ou monopólio, a exclusão dos concorrentes estrangeiros resulta em pouca disputa no mercado e consequente desestímulo para a redução dos preços e melhoria da qualidade dos produtos. Em outras palavras a proteção sempre reduz a eficiência da produção e gera perdas para os consumidores sendo particularmente grave quando se cria reserva de mercado para algumas empresas. 
Efeito das Tarifas Sobre a Renda A argumentação clássica acerca da liberdade de comércio parte do pressuposto do pleno emprego dos recursos. Isso nem sempre corresponde à realidade e, se a economia passa por um período de recessão, a Tarifa pode ser utilizada para estimular a renda e o emprego. Esse é um dos principais argumentos protecionistas, porque o desemprego é um problema de curto prazo e exige medidas de efeito imediato. Já os defensores do livre comércio argumentam que as políticas macroeconômicas (fiscal, monetária e cambial) constituem alternativas mais eficientes para enfrentar o desemprego, porque não geram distorções microeconômicas. Além disso, se o combate a recessão se dá via barreiras comerciais, exporta-se a recessão para outros países ocasionando tensões internacionais. 
Efeito das Tarifas Sobre o Balanço de Pagamentos É fato que, pelo menos a curto prazo, a imposição de uma Tarifa melhora o Balanço Comercial, contribuindo para reduzir o déficit externo. No entanto, apresenta alguns inconvenientes: distorce a alocação de recursos, pode ser neutralizada por medidas retaliatórias e gera expectativas futuras de desvalorizações cambiais. Portanto, pode-se argumentar que, se a finalidade da imposição de tarifas é reduzir o déficit no Balanço de Pagamentos, a própria desvalorização cambial seria a melhor alternativa, até porque as consequências positivas não se restringiriam às importações. 
Tarifas à Exportação O subsídio, quando empregado como instrumento de política comercial, consiste em pagamento, diretos ou indiretos, feitos pelo governo, para encorajar as exportações ou desencorajar importações. Em ambos os casos, equivale a um imposto negativo e representa, portanto, uma redução de custo para o produtor. Em geral, tais medidas se dão por meio de pagamentos em dinheiro, redução de impostos ou financiamentos a taxas de juros inferiores às de mercado. Há casos que o governo compra do fornecedor a um determinado preço e revende por menos aos consumidores. O subsídio gera diferentes efeitos para a sociedade:
Consumidor Para o conjunto da sociedade, o efeito da proteção corresponde a uma perda líquida de bem-estar, porque, em vez de pagar subsídio para os produtores nacionais, a nação poderia importar a um preço menor. No entanto, tal forma de proteção é menos prejudicial que tarifas ou quotas, porque não há distorção no preço para os consumidores (inicialmente, já que o preço local tende a aumentar, já que é uma política de incentivo à exportação, pode diminuir a oferta daquele produto internamente e, se a demanda não se alterar, o preço também tende a subir). Por essa razão, os economistas argumentam que essa seria a segunda melhor alternativa política (a primeira seria o livre-comércio).
Produtor/Ofertante Nacional São beneficiados, pois recebem uma receita a mais, ou seja, uma quantidade que é absorvida como excedente e é apropriada pelos produtores que não teriam condições de competir sob liberdade de comércio, mas que, com o subsídio, tornam-se competitivos porque recebem mais por unidade produzida.
Estado É um despesa para o governo, ou ele deixa de arrecadar certo imposto, por exemplo. 
Em suma, os benefícios são apropriados pelos produtores na forma de aumento da receita. Os custos recaem sobre os consumidores, que pagam mais pelo produto (que poderia ser importado por menos) e sobre o governo, que banca o subsídio. 
O subsídio utilizado para encorajar exportações, embora proibido (em algumas formas) pela OMC, é prática bastante comum na atualidade, em particular no comércio de produtos agrícolas dos países desenvolvidos, como os da União Europeia. E, embora cause perdas para o país, o subsídio à exportação continua sendo largamente empregado. Isso se deve em parte ao efeito sobre a receita das exportações. Se a demanda pelos produtos exportados for elástica, a porcentagem de aumento das vendas excede a de redução do preço, resultando em aumento da receita das exportações.
Pode-se observar que a maior parte das implicações do subsídio à exportação é simétrica à da tarifa, inclusive quanto aos efeitos macroeconômicos sobre o emprego e o Balanço de Pagamentos, pois ambos contribuem para expandir o nível de atividade econômica e para reduzir o déficit externo. Entretanto, há duas diferenças importantes: enquanto a tarifa gera receita para o governo, o subsídio gera gastos. Essa distinção é importante para escolher um instrumento de intervenção, particularmente pensando tanto em âmbito econômico como político. 
Para o País Importador A política de subsídios à exportação favorece o consumidor, que paga um preço menor pelo produto, mas há alterações na distribuição de renda: enquanto favorece o consumidor do país importador, prejudica os trabalhadores e os produtores locais do setor que compete com o produto importado subsidiado. Por essa razão é considerado uma prática desleal pela OMC, que pode autorizar a nação afetada a impor medidas compensatórias.
Efeitos Mundiais Quando o país que subsidia a exportação tem grande participação no mercado mundial, as distorções podem ser ainda mais graves, porque acabam prejudicando também outros exportadores. Se o país tem foça de mercado para influenciar no preço internacional (sendo um grande demandante), tais medidas podem mudar toda a dinâmica econômica; e desde o inicio dos anos 80, essa prática vem alterando e provocando o declínio dos preços internacionais (ex: EUA e União Europeia).
Opinião dos Neoclássicos Os efeitospositivos das Tarifas às Exportações (ou seja, relacionados aos produtores) não compensam as perdas dos consumidores e do Estado. Portanto, tais políticas não deveriam existir, porque são perdas para a economia nacional.
Outras Formas de Proteção Outros tipos de medidas que não são tarifárias. Entre elas, temos:
Quotas à Importação Limitações quantitativas impostas sobre o volume ou o valor das importações, ou seja, se estabelece uma cota para as importações. O que ocorre é que o produto local aumenta de preço (a insuficiência de oferta gera aumento de preços), o consumidor tende a se prejudicar e o governo tende a ter mais receita. Tal processo normalmente é feito via licitação (melhor produto e melhor preço; feita para empresas ou indivíduos, esses sim os verdadeiros beneficiários, pois conseguem comprar por um preço mais barato no exterior e revender a um preço mais caro, dada a oferta interna baixa) e isso pode gerar situações fraudulentas. É um equívoco pensar que esse sistema é preferível às tarifas: as cotas têm mais controle efetivo das importações, porém não geram receitas para o governo.
Controles Cambiais Restrições administrativas sobre transações que envolvam divisas, usando a taxa de câmbio para estabelecer um certo controle de importações. Uma forma de controle cambial é dificultar as importações por meio de licenças para compra de moeda estrangeira, e outra é o emprego de taxas múltiplas de câmbio (quanto maior o interesse em proteger determinado produto, maior a taxa de câmbio fixada para a sua importação). É um meio incomum, pois a maioria dos países adotam o controle de câmbio flexível. 
Proibição de Importações Forma mais direta de controle e pode ser seletiva em função da mercadoria (listas de produtos que não podem ser importados) ou do país de origem (embargos comerciais). 
Acordos Voluntários de Restrição à Exportação (AVRE) Compromissos multilaterais (voluntários) assumidos pelos países para que tal país deixe de exportar para o outro determinado produto. Ligada, principalmente, a uma questão de ser um país pequeno no comercio internacional ou um país de maior influência: um país grande tem maiores meios para “sugerir” tal medida. Esse tipo de acordo pode evitar conflitos diplomáticos ligados ao comércio, por exemplo. 
Exemplo: entrada de automóveis pequenos nos Estados Unidos na década de 1970.
Monopólio Estatal O próprio governo centraliza e impede a atuação de outros agentes no mercado de certo produto, evitando a concorrência no mercado interno. Em alguns casos, delega o direito de monopólio de importação a uma empresa específica, mediante determinado pagamento e sob certas regras.
Lei de Compras de Produtos Nacionais Podem ser específicas para as compras públicas ou abranger todos os possíveis interessados, isto é, tal medida olha para as compras realizadas pelo Estado. O governo baixa normas visando impedir a importação de determinado produto, caso exista produção de similar nacional; ou seja, é uma forma de lei interna que visa um incentivo da produção interna por meio de, por exemplo, imposição de tarifas no produto estrangeiro.
Depósito Prévio à Importação Antes da efetiva importação de determinada mercadoria, seu valor final, ou um percentual dele, é recolhido por órgãos do governo, normalmente o Banco Central, e permanece retido por determinado período de tempo. Esse método, além de dificultar a importação, desincentivando-a, também constitui um empréstimo forçado ao governo. Os motivos apresentados para a utilização desse sistema são os déficits internos e externos.
Barreiras Não-Tarifárias Correspondem a restrições impostas pelo funcionamento normal da burocracia e nem sempre visam reduzir as importações. Não incidem sobre o preço da mercadoria, mas sim em seus aspectos burocráticos, ou seja, normas de produção, condicionamento e transporte, como regulamentos sanitários e de saúde, padrões de segurança, documentação, inspeções e outras práticas que podem dificultar ou mesmo impedir o comércio. São, portanto, vinculadas às questões de qualidade e de controle da mercadoria. O Brasil sofre muito em relação às normas técnicas e fitossanitárias.
Salvaguarda As medidas de Salvaguarda têm como objetivo aumentar, temporariamente, a proteção à indústria doméstica que esteja sofrendo prejuízo ou ameaça de prejuízo decorrente do aumento, em quantidade, das importações, tendo com o intuito que, durante o período de vigência de tais medidas, a indústria doméstica se ajuste, aumentando a sua competitividade. Podem ser aplicadas quando há danos locais aos produtos nacionais, como, por exemplo, quando empresas estão quebrando por conta das importações.
Resumo Esse capítulo enfoca dez instrumentos de política comercial, com vistas à demonstração de seus impactos sobre a economia. Maior ênfase foi dada às tarifas sobre importação, o mais tradicional instrumento de intervenção pública sobre o comércio, e aos subsídios, instrumento também muito utilizado.
As tarifas aumentam o preço do produto no mercado do país importador. Esse aumento de preço implica redução do excedente do consumidor. Parte das perdas dos consumidores é apropriada pelos produtores, que têm seu excedente aumentado, e parte é absorvida pelo governo, na forma de tributação. No entanto, num país pequeno, as perdas dos consumidores não são compensadas integralmente pelos ganhos dos produtores e do governo. Isso significa que a tarifa reduz i bem-estar do conjunto da sociedade.
O aumento do preço doméstico, decorrente da imposição da tarifa, provoca também mudanças nos preços relativos internos. Aumenta a produção do bem protegido, mas, se o país opera com pleno emprego, isso se dá às custas de uma redução da produção do conjunto de bens não atendidos pela política.
Os subsídios, quando empregados como instrumento de política comercial, podem ter por objetivo inibir a importação ou estimular a exportação. O subsídio à proteção doméstica é considerado a melhor alternativa de proteção porque, embora provoque certa ineficiência na produção, não afeta o preço para o consumidor.
O subsídio à exportação, da mesma forma que as tarifas, provoca perdas para o conjunto da sociedade que o adota: os ganhos dos produtores são menores que as perdas dos consumidores. Quando o país que subsidia a exportação tem grande participação no mercado mundial, as perdas extrapolam as fronteiras nacionais. A maior oferta do produto subsidiado reduz sua cotação internacional, resultando em menor nível de bem-estar para os outros concorrentes.
Dentre as outras formas de proteção, discutimos resumidamente as vantagens e os inconvenientes de: quotas de importação, controles cambiais, proibição de importações, monopólio estatal, leis de compras de produtos nacionais, depósito prévio à importação, barreiras não-tarifárias e acordos voluntários de restrição às exportações.
Todos os instrumentos de intervenção no comércio provocam algum tipo de distorção nos mercados. 
Aula 7 – CEPAL
CEPAL Comissão Especial de Estados para a América Latina. É um corpo analítico específico, aplicado as condições históricas próprias da periferia latino-americana, e retrata que o processo de desenvolvimento é diferente nos países desenvolvidos e nos subdesenvolvidos, dada suas condições históricas distintas (como, por exemplo, a passagem do modelo escravocrata direto para o modelo capitalista). Portanto questiona-se: as medidas usadas por países europeus/desenvolvidos são adequadas para países subdesenvolvidos? Devemos utilizar os mesmos modelos? 
Contribuição Princípios unificadores, ou normativos, de ideia da necessidade da contribuição do Estado ao ordenamentos do desenvolvimento econômico nas condições da periferia latino-americana. Em resumo, trata-se do paradigma desenvolvimentista latino-americano, buscando promover o desenvolvimento.
Caracterização A CEPAL são um amplo conjunto de políticas econômicas que os autores sustentam tendo por fundamento determinados princípios unificadores (normativos). A sistematização detal questão é facilitada por duas características do pensamento da instituição: encontra-se o mesmo enfoque metodológico nas fases da CEPAL (o que se altera são os próprios acontecimentos, adaptando ênfases e renovando interpretações dados os novos contextos históricos) e é possível dividir as ideia historicamente, ou seja, em fases do pensamento da CEPAL. 
Oposição a Rostow A CEPAL não é uma análise em etapas, como trata Rostow, argumentando que tal desenvolvimento não necessariamente se concretiza. Para Rostow, existem particularidades no subdesenvolvimento e, por meio de etapas do desenvolvimento, cabia os países esperarem desdobramentos históricos para que o desenvolvimento ocorra.
Quatro Traços Analíticos A CEPAL desenvolveu-se como uma escola de pensamento especializada no exame das tendências econômicas e sociais de médio a longo prazos dos países latino-americanos. Relacionado ao Método Histórico-Estruturalista, que é baseado no argumento da “condição periférica” dos países latino-americanos, às Análises da Inserção Internacional, dos Condicionantes Estruturais Internos e das Necessidades e Possibilidades de Ação Estatal.
Método Histórico-Estruturalista Esse traço foi imprimido nas origens desse pensamento, por Prebisch, em 1949, como o diagnóstico da profunda transição que se observava nas economias subdesenvolvidas latino-americanas, do modelo de crescimento primário-exportador, hacia afuera, ao modelo urbano-industrial, hacia adentro. Ou seja, observava-se a inserção econômica internacional das economias subdesenvolvidas latino-americanas de modelo de crescimento primário-exportador ao modelo urbano-industrial. 
É um método indutivo de análise estruturalista acompanhada pela análise institucional de agentes sociais e outras organizações (relações diacrônicas, históricas e comparativas entre eles). Isto é, trata-se de examinar o modo próprio como se dava essa transição nos países subdesenvolvidos latino-americanos, que repousava sobre uma estrutura econômica e institucional subdesenvolvida, herdada do período exportador.
Condição de Periferia As estruturas subdesenvolvidas da periferia latino-americana condicionam comportamentos específicos, de trajetórias desconhecidas em um primeiro momento. Por essa razão, merecem e exigem estudos e análises nos quais a teoria econômica só pode ser empregada com qualificações, de maneira a incorporar nessas análises as especificidades históricas e regionais. Em resumo, o enfoque histórico-estruturalista abriga um método de produção de conhecimento profundamente atento para o comportamento dos agentes sociais e da trajetória das instituições, que tem maior proximidade a um movimento indutivo do que os enfoques abstrato-dedutivos tradicionais.
Oposição Centro-Periferia Desempenhou um duplo papel analítico. Primeiro, serviu como argumento que a referida estrutura determinava um padrão específico de inserção na economia mundial, como periferia produtora de bens e serviços com demanda internacional pouco dinâmica (exportadora de produtos primários, commodities e matérias-primas em geral), importadora de bens e serviços com demanda doméstica em rápida expansão e absorvedora de padrões de consumo e tecnologias do centro. Em segundo lugar, a ideia de que a estrutura socioeconômica periférica determinava um modo próprio de se industrializar, induzir o progresso técnico e de crescer, e um modo próprio de absorver a força de trabalho e distribuir a renda. Ou seja, a estrutura produtiva industrial era pouco diversificada e tecnologicamente heterogênea (de baixo valor agregado), totalmente o contrário dos países desenvolvidos (com o aparelho produtivo diversificado, com produtividade homogênea e mecanismos de criação e difusão de tecnologia).
Em suma, trata de contrapor a ideia de uma universalidade na análise econômica. É preciso ter, segundo Furtado, uma “adequada compreensão do fenômeno do subdesenvolvimento”.
Análise da Inserção Internacional É preciso observar a inserção econômica internacional das economias subdesenvolvidas latino-americanas dada a dinâmica do comércio mundial e as mudanças em sua situação no sistema globalizado.
Análise dos Condicionantes Estruturais Internos É preciso realizar uma análise na estrutura, na base desses Estados, dependendo das características da própria sociedade. Ou seja, estudar o crescimento econômico, o progresso técnico, os níveis de emprego e renda, entre outros dados internos.
Análise das Necessidades e Possibilidades de Ação Estatal Liga-se com a ideia da necessidade da contribuição do Estado ao ordenamentos do desenvolvimento econômico nas condições da periferia latino-americana.
Contexto da América Latina Os Estados da região já estavam inseridos no comércio e na dinâmica internacional, mas como exportadores de produtos primários necessários para o processo produtivo, ou seja, a capacidade de competição dessas economias é defasada: eles importavam manufaturados (com um preço alto) e exportavam matérias-primas (com um preço baixo). . Isso gerava uma Balança Comercial Deficitária e era necessário que esses Estados adquirissem dinheiro, isto é, eles acabavam aumentando a dívida externa, ou tinham que incentivar investimentos no país. Desta forma, havia, para a CEPAL, uma Divisão Internacional do Trabalho, onde a América Latina é o que chamamos de periferia 
Porém, alguns desses produtos, como o Café, por exemplo, eram facilmente substituíveis e quando a Crise de 1929 abalou o mundo, tais países entraram em uma crise interna também.
Política de Substituição das Importações A partir da década de 1930, ocorre uma mudança na pauta econômica desses países. O principal argumento de tal medida foi a constatação de que países menos desenvolvidos, tradicionais exportadores de matérias primas e importadores de produtos industrializados, tendiam a ser permanentemente prejudicados no comércio internacional, porque as relações (ou termos) de troca lhes eram desfavoráveis. Para superar essa questão, era proposto que o Estado promovesse o desenvolvimento de uma indústria interna, capaz de substituir os produtos antes importados.
Entretanto, é essencial destacar que não houve desenvolvimento da produção interna de máquinas, equipamentos e tecnologias, mas sim uma importação desses. Portanto, a América Latina não internalizou o desenvolvimento: além de depender da tecnologia externa, também podemos utilizar o argumento da inserção e da substituição relacionada aos investimentos estrangeiros no país, onde parte da riqueza produzida ia embora por meio de remessas de lucros. 
Mas a questão era: Como repensar a dinâmica interna dessas economias? Era preciso criar um mercado consumidor de produtos doméstico, pois o consumo de produtos importados era elitista (dado seu alto preço). Era necessário elaborar condições internas para o desenvolvimento: uma estrutura produtiva nacional pensada em relação à questão regional e aos recursos internos disponíveis. Ou seja, ter condições internas para esse desenvolvimento e estruturar uma economia voltada para dentro. Tal mudança no processo produtivo-industrial requer também uma transformação na sociedade, com mudanças na educação, com mais universidades e incentivo à pesquisa, por exemplo.
Houve ganho com esse processo? Potencialmente, o Brasil tem uma grande capacidade produtiva, mas a expectativa atual está um pouco conturbada.
Fases do Pensamento da CEPAL Como se observou no método histórico-estruturalista, eminentemente indutivo, há três planos analíticos, a inserção internacional, as tendências e contradições internas do crescimento na periferia e a ação do Estado. Serão analisadas, agora, essas três questões em diferentes períodos de tempo, ou seja, nos planos de evolução do pensamento da CEPAL.
Origem e Anos 50: Industrialização Entre 1945 e 1954, ocorrem um elevado crescimento econômico, de industrialização e urbanização, e de expansão das importações. Além disso, havia ainda a ideia de que as exportações tradicionais recuperariam terreno com a volta à normalidadeno pós-guerra e às teorias liberais. 
Porém, ainda assim se via a necessidade de formular uma teoria de desenvolvimento para países subdesenvolvidos que buscava relacionar crescimento, progresso técnico e comércio internacional frente à vulnerabilidade latino-americana, isto é, que pudessem ser adaptadas às realidades econômicas e sociais que os teóricos tentavam entender e transformar. As principais linhas de argumentação para isso eram:
Deterioração dos Termos de Troca Vinculava-se aos ciclos e à forma como a estrutura produtiva e de emprego subdesenvolvida impedia a periferia de reter os frutos de seu progresso técnico, diferentemente do que acontecia no centro. Na prática, os preços dos produtos industrializados não declinam com o progresso técnico, ou declinam menos que os preços dos produtos primários. Portanto, nas economias mais avançadas, os fatores de produção absorveriam os ganhos de produtividade através de aumento de suas remunerações e, nas economias subdesenvolvidas, havia a necessidade de, a todo instante, atrair mais capitais para consumir a mesma quantidade de itens e evitar dívidas internacionais. Com isso, a propensão marginal a consumir diminui, pois, se a renda não aumenta e os preços dos importados sobrem, o consumo da população diminui. 
Condição Periférica Tais países exportavam bens primários de demanda inelástica e importavam manufaturados de demanda elástica, levando a um desequilíbrio estrutural no Balanço de Pagamentos (necessidade de adquirir dívidas e/ou, cada vez mais, atrair capitais/investimentos). Apesar da política de substituição de importações, a industrialização tardia, a deterioração dos termos de troca, a ineficiência de poupança e divisas, a inflação estrutural e os entraves na industrialização (como a rigidez agrícola, a escassez de energia e transporte, entre outros) dificultavam ainda mais a situação das periferias. Enquanto não fosse concluído o processo de industrialização, a América Latina enfrentaria uma permanente tendência ao desequilíbrio estrutural no Balanço de Pagamentos, renovando constantemente o problema da insuficiência de divisas.
Condição Interna Fundamento nas características centras das estruturas desses países: uma base econômica especializada em poucas atividades de exportação, com baixo grau de diversificação e com complementariedade intersetorial e integração reduzidas. Além disso a insuficiência de poupança e de disponibilidade de financiamento (divisas), a baixa produtividade de todos os setores, exceto o de exportação, o desemprego e a alta inflação; toda essa “heterogeneidade estrutural”, de especialização em produtos primários e tecnologia precária. 
Na verdade, com diferentes conceitos e maneiras de formular a questão, a CEPAL consegue se inserir em projetos políticos (como o dos “50 Anos em 5” de Juscelino Kubistchek) e, no plano analítico, sendo sintonizada com a necessidade de realizar políticas de industrialização como forma de superar o subdesenvolvimento e a pobreza. Tais cálculos entram no planejamento econômico dos governos, ainda que primários.
Anos 60: Reformas para Desobstruir a Industrialização O crescimento na maioria dos países estava ocorrendo em meio a uma instabilidade macroeconômica, motivada, principalmente, por uma restrição externa, uma aguda pressão inflacionária, o endividamento e a dificuldade em atrair empresas estrangeiras. Tudo isso somava-se as condições de empobrecimento da sociedade e de favelização, dado o processo de urbanização rápido e descontrolado, evidenciando a incapacidade de absorção das forças de trabalho provenientes da zona rural para as atividades modernas. Outra coisa que se verificou na região foi uma crescente polarização política e ideológica, que em alguns países resultou em ditaduras de direita e organizações da esquerda revolucionária.
Como se deu esse processo de inserção internacional? Basicamente, por três eixos principais: Por meio do Capital Estatal, com investimentos em indústria de base e infraestrutura; com o Capital Privado Estrangeiro, com uma indústria de bens de consumo duráveis, como, por exemplo, automóveis e produtos de linha branca; e, por fim, com o Capital Privado Nacional, de uma indústria majoritariamente de bens de consumo não duráveis.
A ideia era de continuar exportando bens primários, entretanto não permanecer apenas nessa pauta no comércio internacional: havia necessidade de uma produção industrial interna voltada para o mercado nacional. Maiores ganhos, relacionados a produtividade, seriam incorporados, o que levariam a maiores salários (ou seja, uma maior renda), o que consequentemente aumentaria o consumo. Isso também teria um impacto na arrecadação estadual, pensando principalmente na questão tributária.
Reformas para Dinamizar a Economia (Prebisch) A industrialização havia seguido um curso que não conseguia incorporar à maioria da população os frutos da modernidade e do progresso técnico. Ou seja, havia a falta de capacidade de absorver a força de trabalho, com uma “insuficiência dinâmica”, sem a disponibilidade de poupança potencial para fins de investimento produtivo.
Teoria da Dependência (Furtado) Interpretação de que a industrialização não havia eliminado a vulnerabilidade externa e a dependência, apenas sua natureza havia sido alterada. Havia uma tendência à estagnação devido a falta de um projeto de distribuição de riquezas, sendo a dependência uma herança do passado, do modelo industrial e da necessidade de equilibrar o Balanço de Pagamentos, adquirindo dívidas. 
Tal ideia pode ser conectada com a Política de Substituição das Importações: eram exportadas máquinas e equipamentos dos países mais desenvolvidos, ou seja, esses não eram produzidos internamente. Outra questão era relacionada aos créditos: o capital estrangeiro ainda era muito importante para os países subdesenvolvidos, ainda mais pensando nas dívidas públicas e nos déficits no Balanço de Pagamentos. E, por fim, ainda havia uma dependência comercial, principalmente conectada com a dinâmica econômica internacional. Portanto, a dependência ainda continuava, mas agora como uma “dependência tecnológica, financeira e comercial”.
Saída para isso? Seria por meio de uma Reforma Agrária e por uma Política de Distribuição de Renda.
Anos 70: Reorientação dos Estilos de Desenvolvimento na Direção da Homogeneização Social e na Direção da Industrialização Pró-Exportadora A América Latina tinha um crescimento acelerado, com uma boa dinâmica das exportações e liquidez internacional. O países centrais já tinham recuperado suas economias no pós-guerra e agora pensavam em como retomar suas medidas protecionistas. Em relação a essa questão, a CEPAL acreditava que eram necessárias as medidas protecionistas e mecanismos de integração regional para a indústria nascente nos países subdesenvolvidos (por exemplo, em relação a regionalização, a maioria do mercado consumidor de manufaturados brasileiros é a América Latina). Era preciso, portanto, viabilizar a sustentação dessa indústria e romper com laços de dependência. Os países optaram por estratégias distintas: Brasil e México deram continuidade à estratégia de industrialização com proteção (protecionismo), uma maior participação do Estado e com uma planejamento bem definido de diversificar as exportações de produtos manufaturados, reforçando a tendência que estava em curso desde o final da década de 60. Já Argentina, Chile e Uruguai optaram por uma ampla abertura comercial e financeira, com grande importação de bens de consumo barateados pela valorização cambial devido ao volumoso endividamento dos países.
O que ocorre é uma mudança no final do ciclo expansivo mundial, graças a crise que toma conta do globo em 1973/1974, graças à Crise do Petróleo, o que deu início a uma nova era na história regional latino-americana: instabilidade macroeconômica e a ampliação do setor financeiro frente o produtivo. A saída proposta seria a integração regional ou a expansão das exportações industriais. 
Anos 80: Superação do Problema do EndividamentoExterno, via Ajuste com o Crescimento Nos primeiros anos de 1980, havia uma asfixia financeira na América Latina, com casos de crise cambial e governos tentando renegociar dívidas para retomar o crescimento. O FMI e o Banco Mundial fizeram recomendações de abertura comercial para evitar o isolamento tecnológico e reforçar o ajuste recessivo. Tais medidas, entretanto, tiveram um custo social grave, com choques inflacionários da desvalorização cambial jogando algumas economias em situações de megainflação, provocando a “socialização” da dívida externa.
Anos 90: Transformação Produtiva com Equidade Moderada recuperação econômica, mas com a especialização exportadora ineficaz e uma vulnerabilidade aos movimentos de capitais, ou seja, em relação às dinâmicas financeiras. Ocorrem reformas, incluindo abertura comercial e financeira, privatizações e flexibilização laboral. Procuravam buscar maior competitividade internacional via a incorporação de progresso técnico na indústria.
Superação dessa Condição Periférica de Dependência A CEPAL não era homogênea em relação às soluções para a situação na América Latina. Na verdade, havia opiniões diferentes em relação a essa questão.
Teorias
Associados Tornar a condição periférica um pouco melhor por meio da associação com o capital estrangeiro. Aumentar o desenvolvimento, entretanto a condição de periferia não é completamente superável e não apenas o Estado que deveria ajudar para melhorar essa condição: apoia o suporte do capital estrangeiro para tal. Essa questão, entretanto, abre um problema posterior no Balanço de Pagamentos, ligado ao déficit público.
Marxistas O deslocamento de algumas empresas pra os países periféricos não melhora a situação: na verdade, há a superexploração do trabalho no país e a acumulação de capitais é feita pelos países desenvolvidos, graças às remessas de lucros.
Meios 
Protecionismo Proteção comercial, tarifas e mecanismos cambiais.
Recursos Monetários e Financeiros e Estímulo do Estado O Programa de Substituição das Importações, com a produção de manufaturados internamente; e as indústrias de base estatais.
Aula 8 – Protecionismo X Livre-Comércio
Resgate Histórico: Anos 1930 Com a Crise de 1929, o mundo entra no período que se denomina “Grande Depressão”: a atividade econômica cai e há uma tendência do mercado comercial mais competitivo, em uma “guerra” comercial e com mecanismos tarifários, para tentar garantir a exportação e evitar a entrada de bens importados. Tais medidas foram realizadas principalmente pelos países centrais, porém também afetam drasticamente as economias periféricas (época que a América Latina adota um projeto de industrialização). É o período da política do “empobrecimento do vizinho”: em uma diminuição do volume do comércio internacional como efeito das política comerciais protecionistas que não atingem apenas os países que as aplicam, mas toda a dinâmica comercial. 
Liberalização no Pós-Guerra (1945–1975) A conferência de Bretton Woods, realizada em 1944, concebera uma infraestrutura institucional que incorporava princípios de uma ordem internacional liberal; inclusive, nessa época, não são usados regimes cambiais, pois no Bretton Woods o regime era de câmbio fixo, porque havia controle do fluxo financeiro e o dólar era a única moeda que garantia lastro. A liberalização do comércio no pós-guerra pode ser atribuída a um entrelaçamento de interesses, ideologia e instituições.
Há uma retomada da abertura comercial com a reconstrução e a recuperação das economias destruídas pela guerra. Em geral, dá-se aos Estados Unidos, que emergiram como a potência mundial dominante após a Segunda Guerra Mundial, o crédito pela evolução dessa infraestrutura para a economia mundial, como o país hegemônico que barraria o avanço da URSS na Europa.
GATT O Acordo Geral de Tarifas e Comércio foi o acordo que criou regras que permitiram às partes contrastantes obterem ganhos do comércio segundo os princípios da teoria das vantagens comparativas, ou seja, uma série de acordos de comércio internacional destinados a promover a redução de obstáculos às trocas entre as nações, em particular as tarifas e taxas aduaneiras entre os membros signatários.
Entretanto, esse acordo não eliminou completamente as restrições comerciais: haviam ainda outros mecanismos protecionistas (como barreiras não-tarifárias, salvaguardas, dumpings – venda de produtos com preços inferiores ao custo – entre outros). Ademais, havia conflitos de interesses nessas discussões, pois, em relação às exportações e às importações, todos querem vender, mas relutam em comprar, o que fazia com que possibilidades de tensão pudessem ocorrer. 
Ascensão do Protecionismo (pós 1975) A tendência de queda nas restrições comerciais resultante do declínio das tarifas foi interrompida em meados da década de 70: criam-se novos mecanismos e barreiras protecionistas, principalmente em forma de barreiras não-tarifárias. É também o período que surgem uma maior integração regional por meio de blocos e, no caso dos países periféricos, um processo de reestruturação produtiva e absorvendo capital externo.

Continue navegando