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REDAÇÃO JURÍDICA Dhienes Ferreira aula 3 Texto injuntivo O texto injuntivo ou instrucional está pautado na EXPLICAÇÃO E NO MÉTODO PARA A CONCRETIZAÇÃO DE UMA AÇÃO. Ele indica o procedimento para realizar algo, por exemplo, uma receita de bolo, bula de remédio, manual de instruções, editais e propagandas. Excerto de texto injuntivo: “Derreta uma colher de sopa de manteiga numa panela em fogo médio. Acrescente uma lata de leite condensado. De seguida, junte quatro colheres de sopa de chocolate em pó. Mexa suavemente, sem parar, até desgrudar do fundo da panela. Despeje a mistura em um recipiente previamente untado e deixe esfriar. Depois, com a ajuda de uma colher de sobremesa, faça pequenas bolas com as mãos e passe-as no chocolate granulado.” (receita de brigadeiro de chocolate) Texto prescritivo • Instrui o leitor acerca de um procedimento; • Exige que o leitor proceda de uma determinada forma; • Não permite a liberdade de atuação ao leitor; • Apresenta caráter coercitivo; • Utiliza linguagem objetiva e simples; • Utiliza predominantemente verbos no infinitivo, imperativo ou presente do indicativo com indeterminação do sujeito. Exemplos: cláusulas contratuais, leis, códigos, constituição, edital de concursos públicos, regras de trânsito,… • Excerto de texto prescritivo: “O pedido de isenção deverá ser solicitado, das 12 horas do dia 22 de abril de 2015 até as 16 horas do dia 4 de maio de 2015. Esta solicitação deverá ser caracterizada no Requerimento de Inscrição, em campo próprio, devendo o candidato informar o seu Número de Identificação Social – NIS, atribuído pelo Cadastro Único – CadÚnico.” (Edital N.° 101/ 2015 - Universidade Federal Fluminense) Descrição Caso concreto 1 - continuação Questão 2: objetivas. 1. No contexto da temática Tipologia textual e Narrativa Jurídica, identifique a opção que apresenta a correspondência adequada/correta entre característica e tipologia textual: (A) Narração: um texto narrativo possui os elementos indispensáveis da narrativa (O quê? Quando? Como? Onde? Quem? Por quê?). (B) Argumentação: pode aparecer na narrativa jurídica simples. (C) Narração: um texto narrativo jamais poderá apresentar uma outra tipologia textual. (D) Descrição: um texto descritivo sempre aparece com a tipologia textual argumentação. (E) Argumentação: um texto argumentativo não poderá apresentar modalizadores. 2. Analise o fragmento extraído de uma Petição Inicial e indique a que tipo textual pertence: DOS PEDIDOS: Ante o exposto, requer a Vossa Excelência: a) A procedência da ação para condenar a ré a efetuar o pagamento ao autor na importância de R$10.000,00 (dez mil reais), acrescidos de juros e correção monetária; b) A condenação da requerida ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios na forma da lei; c) A citação do representante legal da pessoa jurídica que figura no polo passivo para, querendo, no prazo legal, contestar a ação. (A) Narrativo. (B) Injuntivo. (C) Dissertativo-argumentativo. (D) Descritivo. (E) Dissertativo-expositivo. Fato jurídico Fato jurídico são os fatos fundamentais dos quais decorre o direito de que pensa ter o autor. Fatos importantes fatos secundários que compõem o fato jurídico ou que auxiliam na comprovação da sua existência, propiciando maior clareza à situação fática. Caso concreto 2 Caso concreto 1 O caso ocorreu em Teresópolis, Região Serrana do Rio de Janeiro, no ano de 2005. Uma mulher de 36 anos, desempregada, estava casada com um mecânico, também desempregado. Os dois moravam em um barraco de 10 metros quadrados, junto com seus três filhos. O mais velho tinha seis anos de idade; o filho do meio, quatro; o caçula, um ano e meio. É importante mencionar que essa mulher, Marcela, estava gestando o quarto filho. No mês de fevereiro daquele ano, em decorrência das fortes chuvas, um deslizamento de terra arrastou, ladeira abaixo, o lar em que vivia essa família. A mãe conseguiu salvar os dois filhos mais velhos, entretanto o caçula, ainda aprendendo a andar, não conseguiu sair a tempo. Morreu soterrado. Por tudo o que aconteceu, Marcela entrou em trabalho de parto. Chegou ao hospital público mais próximo e foi submetida a uma cesariana. Assim que ouviu o choro do bebê, prematuro, pediu para segurá-lo um pouco no colo. A enfermeira o permitiu. Marcela beijou a criança e jogou-a para trás. O menino caiu no chão, sofreu traumatismo craniano e morreu. Perguntada por que tomara aquela atitude, disse que não gostaria que seu filho passasse por tudo o que os demais estavam passando: fome e miséria. Um exame realizado no Instituto Médico Legal apontou que Marcela se encontrava em estado puerperal no momento em que matou o próprio filho. Caso concreto 2 Este segundo caso ocorreu em São Paulo. A secretária Adriana Alves engravidou do namorado e, sem saber explicar por qual motivo, não contou o fato para ele; também não contou para mais ninguém. Seus pais, com quem morava, não sabiam de sua gravidez. Não compartilhou esse segredo com amigas ou colegas de trabalho. Definitivamente, ninguém conhecia a gestação de Adriana. Com o passar dos meses, Adriana não recebeu qualquer tipo de acompanhamento ou cuidado pré-natal especial; escondia a barriga com cintas e usava roupas largas. No mês de dezembro de 2006, quando participava de uma festa de final de ano, no escritório em que trabalha, sentiu-se mal e foi para casa. Sua intenção era realizar o parto sozinha e jogar a criança em um rio próximo à sua casa. Ocorre, porém, que o parto não transcorreu tranquilamente. Adriana teve complicações e teve de puxar à força a criança. Depois, matou-a afogada na bacia de água quente que separou para realizar o parto. Para se livrar da justiça, jogou a criança, já morta, no rio, enrolada em um saco preto. Muito debilitada, foi a um hospital buscar ajuda para si, mas não soube explicar o que aconteceu. Após breve investigação da Polícia, Adriana confessou tudo o que fizera. Exames comprovaram que ela não estava sob o estado puerperal. Questão 1 a) Indique os elementos da narrativa dos casos lidos. b) Ao perceber que as circunstâncias como a conduta é praticada influenciam substancialmente o crime imputado ao agente, o profissional do direito deve estar atento para selecionar todas as informações que não podem deixar de constar de sua exposição dos fatos. Identifique nos dois casos concretos quais informações não podem deixar de ser narradas e as indique em tópicos. c) Quais crimes praticaram Marcela e Adriana? Defenda seus pontos de vista em um parágrafo. b) As duas mataram o próprio filho logo após o parto, mas uma estava sob o domínio do estado puerperal e a outra não. Ademais, uma tinha passado por trauma relevante momentos antes da conduta, enquanto a outra não soube justificar o porquê de seu ato. c) pode-se dizer que a conduta observada no caso concreto 1 foi o infanticídio (art. 123 do CP); a do caso concreto 2, homicídio privilegiado, doloso, qualificado, a depender da interpretação e da fundamentação. 1. As narrativas jurídicas contêm características distintas das demais narrativas. Além disso, podem ser simples ou valoradas. Independentemente de serem simples ou valoradas, toda narrativa jurídica apresenta esta característica: (A) Ser escrita em terceira pessoa. (B) Apresentar a descrição dos espaços. (C) Ser parcial. (D) Conter modalizadores. (E) Ser imparcial. 2. Leia o trecho, analise os elementos constitutivos da narrativa e marque a alternativa correta: Trata-se de negligência ao dever de cuidar de Maria de Lurdes Silva, 27anos, a que expôs sua filha Carla Silva de dois anos. O fato ocorreu em Botafogo, Rio de Janeiro. (A) Não é possível extrair do parágrafo o elemento "onde". (B) É possível extrair do parágrafo o elemento "quando". (C) O parágrafo informa o porquê do conflito. (D) É desconhecido o agente da ação. (E) O fato gerador do conflito não se encontra identificado nesse parágrafo, somente sua valoração.
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