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1
WOUND REPAIR 1
Chapter
2015
Guia de Bolso do 
Profissional Clínico para 
o Tratamento de Feridas 
Avançadas
2
3
Colaboradores
Este Guia de Bolso do Profissional Clínico para o 
Tratamento de Feridas Avançadas foi preparado com a 
colaboração de:
Susie Seaman, NP, MSN, CWOCN, Enfermeira Licenciada/
Enfermeira Especialista Certificada em Feridas, Ostomia 
e Continência, Clínica de Feridas Sharp Rees-Stealy, San 
Diego, CA
Karen Kennedy, RN, FNP, APRN-BC, Presidente da KL 
Kennedy LLC
Keith Harding, MB ChB, MRCGP, FRCS, FRCP, Professor, 
Diretor do Instituto de Tradução, Inovação, Metodologia 
e Engajamento (TIME), Chefe da Unidade de Pesquisa de 
Cicatrização de Feridas, Universidade de Cardiff
Dr. Marco Romanelli, PhD, Dermatologista Consultor do 
Departamento de Dermatologia, Universidade de Pisa, Itália
Gregory Schultz, PhD, Professor de Obstetrícia/
Ginecologia, Universidade da Flórida, FL
Gerit Mulder, DPM, PhD, MS FRCST, MAPWCA, Professor 
de Cirurgia e Ortopedia, Universidade de San Diego, CA.
As informações contidas neste guia são apenas para 
fins educacionais e são o resultado do conhecimento 
individual e coletivo dos autores, derivado da pesquisa e 
da experiência clínica e expertise dos mesmos.
4
Introdução
A Sociedade de Cicatrização de Feridas nos Estados 
Unidos define uma ferida crônica como uma ferida que 
“não progride através de uma sequência normal, ordenada 
e oportuna de reparação, ou feridas que passam pelo 
processo de reparação sem restabelecer os resultados 
anatômicos e funcionais”. Embora existam variações 
desta definição em diferentes partes do mundo, é 
geralmente aceito que quando uma ferida não apresenta 
qualquer progresso visível ou significativo em relação ao 
fechamento, em duas semanas após a lesão ou após 
o início do tratamento adequado, com bom controle 
dos fatores intrínsecos e extrínsecos que afetam a 
cicatrização, a ferida é crônica. A mesma consideração 
pode ser aplicada à seleção de um tratamento adequado. 
Se a ferida não responde à modalidade de tratamento 
selecionada dentro de um período de duas semanas, o 
paciente e a ferida devem ser examinados novamente a 
fim de determinar se qualquer fator que afeta a cicatrização 
foi omitido, a etiologia da ferida deve ser reconsiderada 
e o tratamento deve ser alterado. A pressão e as úlceras 
venosas e diabéticas são as etiologias mais comuns das 
feridas crônicas, apesar das feridas arteriais, vasculíticas 
e outros tipos de feridas não serem incomuns. As feridas 
podem representar um problema dispendioso e complexo 
para os pacientes e médicos enquanto impõem um ônus 
financeiro significativo sobre a sociedade.
O Guia de Bolso
A proposta do Guia de Bolso é fornecer uma referência 
rápida para o tratamento de feridas crônicas e 
problemáticas para todos os profissionais clínicos, 
5
incluindo, entre outros, médicos, enfermeiros, podólogos, 
especialistas em reabilitação e todos aqueles envolvidos 
no tratamento de feridas que não cicatrizam. O Guia de 
Bolso é destinado à avaliação e tratamento iniciais da 
ferida, com a intenção de otimizar tratamentos seguros, 
dispendiosos e sustentáveis. O leitor é remetido a textos 
mais detalhados e complexos para informações mais 
aprofundadas. O material contido neste livreto é atual 
e projetado para atualização a cada dois anos. O Guia 
de Bolso foi integrado para ser útil na orientação de 
profissionais clínicos internacionalmente reconhecidos, de 
forma a fornecer uma colaboração multidisciplinar concisa 
através de informações que esperamos auxiliar com uma 
cicatrização da ferida mais rápida e desejada. Por fim, esta 
publicação não é destinada a representar uma fonte final 
ou definitiva de informações. Todos os autores esperam 
que você aprecie esta referência e forneça feedback para 
publicações futuras. 
Aviso Legal
Este Guia de Bolso do Profissional Clínico para o Tratamento 
de Feridas Avançadas é fornecido apenas para fins 
informativos e educacionais. A Smith & Nephew não 
fornece orientação médica e este Guia de Bolso não é 
destinado a servir como orientação médica. As informações 
contidas aqui são o produto dos autores listados na 
página 3 e estão baseadas em seu estudo profissional 
e sua experiência e expertise clínica dos mesmos. 
Fundamentalmente, é responsabilidade dos médicos, 
profissionais clínicos e outros profissionais de saúde 
determinar e utilizar os tratamentos, produtos e técnicas 
adequadas, de acordo com suas próprias formações
médicas e avaliações clínicas, para cada um de seus 
pacientes.
6
Capítulo 1 Reparação da Ferida 9
Capítulo 2 Avaliação e Documentação 15
Capítulo 3 Infecção 33
Capítulo 4 Nutrição 43
Capítulo 5 Úlceras por Pressão 49
Capítulo 6 Úlcera Terminal de Kennedy 67
Capítulo 7 Fisiopatologia 75
Capítulo 8 Úlceras Venosas 81
Capítulo 9 Úlceras Diabéticas 113
Capítulo 10 Feridas Malignas e Vegetantes 129
Capítulo 11 Modalidades de Tratamento 
 Auxiliar e Avançado 135
Capítulo 12 Terapia de Ferida por 
 Pressão Negativa 145
Capítulo 13 Diversas Feridas 153
Capítulo 14 Deiscência da Ferida 161
Capítulo 15 Produtos de Tratamento para 
 a Ferida 169
Capítulo 16 Referências 179
Contenido
8
9
Capítulo
1Reparação da Ferida
Minutos
Células
Dias
Inflamação
Semanas
Proliferação
Ano +
Remodelagem
Granulócitos; linfócitos; 
macrófagos
Fibroblastos; células 
endoteliais; queratinócitos
Fibroblastos; células 
endoteliais; queratinócitos
Hemostase Plaquetas
Feridas Crônicas vs. Agudas
As feridas iniciam-se através do dano tecidual, que pode 
resultar em lesão abaixo da superfície da pele (como 
a lesão de tecidos profundos), uma ruptura na pele ou 
uma combinação de ambos. A cicatrização normal ou 
ininterrupta da ferida inicia-se no momento em que o 
tecido é lesionado, resultando em fases definidas e 
previsíveis, conforme ilustrado no diagrama a seguir.
Cicatrização Normal da Ferida 
10
Capítulo 1 | REPARAÇÃO DA FERIDA
Diferentes células, citocinas, mediadores químicos, 
fatores de crescimento e moléculas de sinalização são 
ativados durante cada uma das fases da reparação de 
feridas. Espera-se que o processo 
 de reparação normal ocorra em indivíduos hígidos, quer 
em casos de lesão tecidual aguda ou trauma. O tempo 
até a obtenção do fechamento da ferida pode variar 
dependendo da idade da pessoa e status nutricional 
e clínico geral. Durante as duas primeiras semanas 
do processo de reparação, uma ferida aguda pode 
recuperar-se até a metade da força original da pele e 
até 80% da resistência à tração até o terceiro mês. Após 
o fechamento da ferida, a remodelagem da ferida pode 
continuar por um ano ou mais. No entanto, a resistência 
à tração máxima de 80% salienta a necessidade de 
proteger as áreas contra ruptura posterior, especialmente 
durante os primeiros 3 meses após o fechamento. A 
manutenção da integridade da pele é importante, pois 
a pele protege contra o ambiente externo, retém fluido e 
eletrólitos, regula a temperatura, e apresenta inúmeras 
outras funções. Os requisitos para a cicatrização normal 
da ferida incluem:
•	 Células	hígidas;
•	 Receptores	nas	células	para	comunicação	com	
outras	células;
•	 Atividade	enzimática	normal	(atividade	das	
metaloproteinases	de	matriz	-	MMP);
•	 Liberação	de	fatores	de	sinalização.
Um leito limpo e viável da ferida com atividade celular 
11
Capítulo 1 | REPARAÇÃO DA FERIDA
normal é necessário para que a ferida prossiga ao 
fechamento na sequência ou maneira esperada. A 
limpeza daferida, debridamento, seleção do curativo 
adequado, nutrição e controle de doenças clínicas são 
todos necessários para a cicatrização saudável. 
As feridas crônicas são aquelas que não conseguem 
seguir a sequência esperada de reparação de uma 
maneira ordenada e oportuna para restabelecer a 
integridade da pele normal. Feridas crônicas também 
podem não conseguir fechar em decorrência de fatores 
intrínsecos e extrínsecos. 
É importante eliminar os fatores que contribuem para 
a cronicidade da ferida, tratar as condições clínicas 
do paciente e controlar a nutrição a fim de otimizar a 
reparação da ferida. A seguir estão quatro categorias 
principais de feridas e fatores que afetam o fechamento:
•	 Úlceras	diabéticas:	controle	o	diabetes,	remova	a	
pressão e o trauma de repetição do local da ferida 
(pé com redução de pressão), cubra e proteja a 
ferida;
•	 Úlceras	venosas:	trate	o	retorno	venoso	através	de	
compressão	adequada,	selecione	o	curativo	ideal;
•	 Pressão:	remova	a	fonte	de	pressão,	trate	o	status	
clínico	geral;
•	 Ferida	arterial:	forneça	suprimento	sanguíneo	
adequado, geralmente através de procedimentos de 
revascularização.
Em todos os casos, o leito da ferida precisa estar o mais 
12
Capítulo 1 | REPARAÇÃO DA FERIDA
livre possível de detritos, uma vez que o tecido inviável 
pode impedir a atividade celular e fisiológica normal, é 
uma fonte de proliferação bacteriana, e pode contribuir 
para a inflamação em andamento (consulte a seção de 
informações abaixo). 
O quadro a seguir ilustra a diferença entre feridas em 
cicatrização e crônicas, e salienta a importância da 
conversão de uma ferida crônica para aguda por um 
profissional clínico.
Reparação da Ferida
Feridas em 
Cicatrização 
Feridas Crônicas
	•	Mitose	celular •	iAtividade mitogênica
•	i Citocinas pró-
inflamatórias
•	h Citocinas pró-
inflamatórias, por exemplo, 
IL-6, NFa (autoestímulo e 
inflamação)
•	i MMPs •	h MMPs
•	h Fatores de 
crescimento
•	ih Fatores de crescimento
•	Células	capazes	de	
resposta rápida
•	Tecido	necrótico	(esfacelo)
•	Tecido	não	funcional	
(células senescentes)
Schultz GS y Mast BA (1998) 
Assim que o leito da ferida estiver preparado para a 
cicatrização, ele deve ser protegido por uma seleção 
13
Capítulo 1 | REPARAÇÃO DA FERIDA
adequada de curativos (consulte o capítulo sobre seleção 
de curativos).
Inflamação
A inflamação pode ser o resultado de uma resposta 
vascular ou celular. A determinação da causa da 
inflamação é importante para a escolha da abordagem 
correta para o tratamento da ferida. O processo de 
inflamação é uma resposta protetora fundamental e pode 
ser uma reação complexa a agentes lesivos. A inflamação 
também está estreitamente ligada ao processo de 
reparação. Ela pode ser prolongada pela presença de 
altos níveis de bactérias, trauma de repetição e lesão ou 
materiais estranhos na ferida. Ela também pode ser uma 
resposta autoimune como na vasculite. A inflamação 
prolongada pode levar à destruição do tecido contínuo. 
 
A tabela a seguir resume as diferenças entre a inflamação 
aguda e crônica.
Inflamação Aguda vs. Crônica
AGUDA CRÔNICA
 ALTERAÇÕES 
VASCULARES
Vasodilatação 
h Permeabilidade
Mínima
 INFILTRADOS 
CELULARES
 Principalmente 
neutrofilia
Monócitos
Macrófagos
Linfócitos 
 ALTERAÇÕES 
ESTROMAIS 
 Edema mínimo 
e separação 
das camadas 
teciduais
Proliferação 
celular 
Angiogênese 
Caráter fibroso
Formação de 
cicatrizes
Otimize a Cicatrização da Ferida
•	 Faça	o	debridamento	de	todo	o	tecido	inviável	
(verifique o status vascular antes do debridamento 
- consulte o capítulo 2) e crie um leito limpo e viável 
da	ferida;
•	 Controle	a	inflamação;
•	 Escolha	adequadamente	curativos	para	feridas	e	
modalidades	de	tratamento;
•	 Considere	modalidades	adjuvantes	para	feridas	
recalcitrantes;
•	 Tente	criar	uma	ferida	aguda	a	partir	de	uma	ferida	
crônica.
Capítulo 1 | REPARAÇÃO DA FERIDA
14
15
AVALIAÇÃO E DOCUMENTAÇÃO
Capítulo
2
Avaliação e Documentação
A avaliação do paciente e da ferida, que inclui um 
histórico detalhado e exame físico, resulta em um 
diagnóstico preciso que orienta o plano de tratamento. 
Achados e planos de tratamento podem ser 
documentados de forma concisa que utiliza um método 
sistemático desenhado para garantir que nenhuma 
questão clínica pertinente seja omitida. Este capítulo 
apresentará como avaliar a ferida do paciente em um 
formato de documentação que começa com a queixa 
principal e termina com o plano de tratamento.
Queixa Principal 
Por que o paciente apresentou-se para tratamento, por 
exemplo, “não cicatrização de úlcera nas pernas”.
Histórico da Doença Atual
Este é um relato cronológico do problema apresentado, 
que inclui o aparecimento da ferida, tratamentos 
atuais e anteriores, e sintomas. Quando a ferida foi 
observada pela primeira vez? A ferida se desenvolveu 
repentinamente como resultado de uma lesão traumática, 
ou se desenvolveu ao longo do tempo, por exemplo, 
como uma erupção cutânea, calos ou contusão (púrpura)? 
A ferida é resultado de cirurgia, e se assim for, há a 
possibilidade de infecção da malha ou do dispositivo? 
Pergunte ao paciente como a ferida é limpa, quais 
16
Capítulo 2 | Avaliação e Documentação
curativos estão sendo utilizados, e se dispositivos de 
compressão, sapatos feitos sob medida e dispositivos de 
redução de pressão estão sendo utilizados. E quanto às 
modalidades adjuvantes (TFPN, OHB, bombas arteriais ou 
venosas, fatores de crescimento, tecidos de 
bioengenharia, etc.)? Houve cirurgias relacionadas com 
esta ferida (enxertos de pele, retalhos, revascularização, 
amputação, debridamento, ablação venosa)? Observe 
o sucesso ou insucesso de quaisquer tratamentos e 
a percepção do paciente em relação a isto. Existe dor 
relacionada com a ferida ou tecido circundante? Observe 
a qualidade, gravidade (escala 0-10), duração, tempo e 
quaisquer fatores modificadores (o que a torna melhor ou 
pior).
Histórico Médico Anterior
Preste especial atenção a quaisquer distúrbios que 
possam causar feridas ou levar a não cicatrização de 
qualquer ferida sustentada.
Doenças
•	 Diabetes	mellitus;
•	 Doença	arterial	periférica	(DAP);
•	 Doença	cerebrovascular	ou	cardiovascular	e	fatores	
de	risco	-	aumenta	o	risco	de	DAP;
•	 Insuficiência	venosa	crônica	(IVC);
•	 Distúrbios	de	hipercoagulabilidade/trombofilias	
(síndrome do anticorpo antifosfolipídeo, mutação do 
Fator	V	de	Leiden,	etc.);
•	 Distúrbios	hematológicos	(anemia	falciforme,	
policitemia	vera,	crioglobulinemia);
17
Capítulo 2 | Avaliação e Documentação
•	 Distúrbios	autoimunes;
•	 Distúrbios	vasoespásticos	(doença	de	Raynaud);
•	 Malignidades	e	tratamentos	associados;
•	 Insuficiência	renal;	
•	 Hepatopatia	(hepatite	C	associada	com	
crioglobulinemia);
•	 Distúrbios	GI	(doença	inflamatória	intestinal,	má	
absorção,	náuseas);
•	 Infecções	(hepatite	viral,	HIV,	tuberculose)	-	pode	
levar	à	formação	do	complexo	imune	e	vasculite;
•	 Distúrbios	neurológicos	(neuropatia,	paresia,	
paralisia);
•	 Distúrbios	musculoesqueléticos;
•	 Feridas	anteriores	(e	como	foram	tratadas).
Cirurgias
(sem relação com a ferida atual)
•	 Reconstrutiva	(retalhos,	enxertos);
•	 Revascularização	(ponte,	angioplastia,	implante	de	
stent);
•	 Fleboextração/ligação/ablação;
•	 Amputação;
•	 Ressecção	articular	(pé).
Acidentes/Lesões das Extremidades Inferiores
(Podem levar a danos das veias e/ou função anormal da 
bomba muscular da panturrilha e IVC)
•	 Paralisia;
•	 Marcha	anormal;
18
Capítulo 2 | Avaliação e Documentação
•	 Retenção	de	dispositivo;	
• Osteomielitenão resolvida.
Status Atual de Saúde
•	 Medicações	que	podem	prejudicar	a	cicatrização	da	
ferida	(corticosteroides,	quimioterapia);
•	 Alergias;
•	 Hábitos	(tabagismo,	consumo	de	álcool	e	drogas	
ilícitas);
•	 Dieta	(apetite/ingestão	diária,	necessidades	
especiais).
Histórico Familiar
•	 Idade	e	saúde	geral	de	parentes	vivos;
•	 Idade	no	momento	da	morte	e	causa	da	morte	na	
família imediata.
Histórico Social 
•	 Estado	civil	e/ou	condições	de	habitação;
•	 Disponibilidade	do	cuidador	para	fornecer	o	
tratamento	para	a	ferida,	se	necessário;
•	 Atividades	profissionais	e	de	lazer	-	como	a	ferida	
as afeta?
Revisão dos Sistemas
Um inventário dos sistemas corpóreos para identificar 
19
Capítulo 2 | Avaliação e Documentação
sinais/sintomas que o paciente está apresentando ou 
apresentou no passado que podem ter sido omitidos no 
histórico da doença atual. Os exemplos incluem febre, 
alterações de peso, edema, etc. 
 Isto pode ser concluído pelo paciente em uma lista de 
verificação em um formulário do histórico.
Exame Físico
Este pode ser um exame completo ou um exame 
focado, pertinente à cicatrização da ferida, que inclui 
a avaliação constitucional, cardiovascular, linfática, 
musculoesquelética, neurológica e da pele/ferida.
Constitucional
Sinais vitais, altura, peso e aparência geral (aparência, 
nutrição, afeto, etc.).
Cardiovascular
Concentre-se no fluxo arterial e venoso da extremidade 
inferior.
•	 Circulação	arterial	das	extremidades	inferiores;
- Ausculte a aorta abdominal, as ilíacas e 
as	femorais;	observe	a	presença	de	sopro,	
que indica fluxo sanguíneo turbulento, 
frequentemente	secundário	à	estenose;
- Palpe os pulsos femoral, poplíteo, dorsalis 
pedis, e tibial posterior:
 4+ limiar
20
Capítulo 2 | Avaliação e Documentação
 3+ limiar
 2 + normal
 1+ diminuído
 0 ausente 
- Ausculte os pulsos com Doppler com sonda 
de 8-10 MHz. Pulsos normais são trifásicos (3 
sons), com fluxo a frente durante a sístole (a, 
na figura 1), fluxo reverso durante a 
 diástole (b), fluxo a frente durante a diástole 
tardia (c). Os sons do pulso tornam-se 
bifásicos (2 sons) e, em seguida, monofásicos 
(1 som) conforme o fluxo arterial diminui. Os 
sons arteriais correspondem à frequência 
cardíaca enquanto os sons venosos variam de 
acordo com a respiração, e o som assemelha-
se ao sopro do vento. Apertar o membro distal 
aumenta os sons venosos, enquanto os sons 
arteriais não são afetados por esta manobra.
- Alterações cutâneas - a temperatura pode 
estar mais fria, o tecido pode estar atrófico, e 
pode haver rubor dependente na presença de 
arteriopatia.	Úlceras	arteriais	tendem	a	ocorrer	
Figura 1
21
Capítulo 2 | Avaliação e Documentação
nas extremidades distais e são profundas, de 
espessura total, perfuradas sem o tecido de 
granulação, com tecido pálido e/ou necrótico. 
•	 Circulação	venosa	das	extremidades	inferiores:	
avaliada através do sistema de classificação CEAP;
Sinais clínicos de doença venosa :
Classe 0 Não há sinais visíveis ou palpáveis de doença 
venosa.
Classe 1 Telangiectasias (veias dérmicas vermelhas com 
diâmetro < 1 mm), veias reticulares dilatadas 
(veias dérmicas azuis com diâmetro de 1-3 
mm), presença de alargamento maleolar 
(telangiectasias e veias reticulares inferiores 
dilatadas aos maléolos, comumente no lado 
medial).
Classe 2 Varizes (veias subcutâneas palpáveis com 
diâmetro =< 4 mm).
Classe 3 Edema sem alterações cutâneas.
Classe 4 Alterações cutâneas - hiperpigmentação, 
dermatite, atrofia de Blanche 
(cicatrizes estreladas de cor marfim), 
lipodermatoesclerose (endurecimento de 
gordura e pele).
Classe 5 Alterações cutâneas com úlcera venosa 
cicatrizada.
Classe 6 Alterações cutâneas com úlcera venosa 
ativa.	Úlceras	venosas	são	superficiais	
sem exposição de estrutura profunda, de 
formato irregular, com tecido de granulação 
avermelhado, sem tecido necrótico sem 
22
Capítulo 2 | Avaliação e Documentação
arteriopatia ou trauma coexistente, e possuem 
uma elevada exsudação, especialmente 
quando o edema não está controlado.
Etiologia: congênita ou adquirida (histórico e achados 
ultrassonográficos)
Distribuição anatômica: superficial, veias perfurantes e/
ou profundas (achados ultrassonográficos)
Condição fisiopatológica: refluxo e/ou obstrução (achados 
ultrassonográficos) 
Linfática
Apalpe os nódulos linfáticos na área da ferida (por 
exemplo, nódulos inguinais no caso de úlceras nas 
pernas) e observe o aumento e/ou a sensibilidade.
O linfedema ocorre quando o corpo é incapaz de drenar o 
fluido linfático dos tecidos. É mais comumente observado 
em uma das extremidades, mas pode ser edema 
simétrico das extremidades inferiores quando o sistema 
linfático pélvico está envolvido.
O linfedema ocorre normalmente após remoção cirúrgica, 
danos por radiação, infecção, trauma ou malformações 
congênitas dos nódulos linfáticos ou vasos linfáticos. 
Também pode ocorrer devido ao bloqueio do sistema 
linfático (tal como ocorre com a infecção parasitária 
filariose ou tumor/malignidade). Além disso, o linfedema 
pode ocorrer como resultado de insuficiência venosa 
crônica, o que complica o edema já presente em 
decorrência da insuficiência venosa. Se não for tratado 
adequadamente, o edema continuará a progredir e 
23
pode resultar em desfiguração significativa e limitações 
funcionais. O profissional clínico deve estar ciente das 
ferramentas diagnósticas e de triagem para edemas 
observados nas extremidades superiores e inferiores. O 
sinal de Stemmer é uma ferramenta de triagem rápida 
conduzida através da tentativa de comprimir uma dobra 
de pele na base do 2º dedo ou do 2º dedo do pé. A 
impossibilidade de compressão de uma dobra de pele 
(caso a pele seja inflexível) é positiva para linfedema. 
Outras ferramentas diagnósticas incluem linfocintigrafia e 
ultrassonografia colorida Doppler.
Os diagnósticos diferenciais de edema unilateral das 
extremidades inferiores incluem trombose venosa 
profunda (TVP) aguda, síndrome pós-trombótica, 
presença ou reincidência de tumores, artrite e cisto de 
Baker. Outros diferenciais de edema simétrico incluem 
disfunção hepática, disfunção renal, insuficiência 
cardíaca, edema de estase, hipotireoidismo/mixedema 
e lipedema. Quando há suspeita de linfedema, o 
encaminhamento imediato a um 
 terapeuta de linfedema certificado é recomendado, uma 
vez que o tratamento precoce pode ser capaz de evitar 
muitas complicações.
Musculoesquelética
•	 Marcha	e	estação:	Ambulatório?	Utilização	de	
dispositivos de assistência? A bomba muscular 
da panturrilha está ativa durante a deambulação? 
É capaz de se transferir à mesa de exames e se 
autorreposicionar conforme necessário? Se em 
uma cadeira de rodas, avalie o posicionamento na 
Capítulo 2 | Avaliação e Documentação
24
Capítulo 2 | Avaliação e Documentação
cadeira e a adequação da almofada sanitária para 
reduzir	a	pressão;
•	 Articulações,	ossos	e	músculos	das	extremidades;
-	 Deformidades,	defeitos,	sensibilidade;
- Amplitude de movimento - mobilidade articular 
limitada do tornozelo, bomba muscular da 
panturrilha prejudicada, também comum em 
diabéticos - contribui para uma maior pressão 
no	antepé	durante	a	caminhada;
- Força e tônus muscular.
Neurológica
•	 Reflexos	de	tendões	profundos;
•	 Teste	de	monofilamento	de	Semmes-Weinstein	-	um	
fio de nylon que se dobra quando uma pressão de 
10 gramas é exercida sobre ele, ao se pressionar 
contra várias áreas do pé. Diga ao paciente 
para dizer “sim” sempre que sentir o toque do 
monofilamento em seus pés. A incapacidadede 
sentir 4/10 locais no pé indica perda da sensação 
de	proteção;
•	 Sensação	vibratória	-	utilize	um	garfo	oscilante	de	
128 Hz para verificar se o paciente pode identificar a 
vibração	quando	este	é	colocado	no	pé;
•	 Propriocepção	-	com	os	olhos	do	paciente	fechados,	
mova o dedão do pé para cima ou para baixo e 
pergunte ao paciente onde o dedão do pé está.
25
Capítulo 2 | Avaliação e Documentação
Pele
Observe a localização da(s) ferida(s), tamanho, 
profundidade, grau de descolamento, e descreva o tecido 
na ferida.
•	 Descolamento:	borda	de	pele	com	espaço	morto	
embaixo;
•	 Tecido	de	granulação:	tecido	vermelho	robusto	
composto de matriz extracelular, vasos sanguíneos 
novos e muitas células. Geralmente tem a conotação 
de tecido em cicatrização, embora a granulação 
friável e/ou exuberante (crescendo sobre o nível da 
pele) pode indicar falta de controle bacteriano e/ou 
da	umidade	ou	malignidade;
•	 Escara:	necrose	da	espessura	total	do	tecido,	se	
apresenta	como	tecido	liso,	seco,	preto	ou	marrom;
•	 Esfacelo:	tecido	necrótico	aderente	de	liquefação,	
geralmente	amarelo	a	cinza,	deve	ser	removido;
•	 Fibrina:	Exsudatos	gelatinosos	em	todo	leito	da	
ferida,	pode	ser	curetado;
•	 Estruturas	expostas:	observe	a	exposição	dos	
tendões,	ossos	e	articulações;
•	 Exsudato:	observe	cor	e	quantidade.
Quando o tecido necrótico está presente, a pergunta 
que deve ser feita é “por que o tecido morreu?”. Se isto 
não for determinado, a causa de base da morte tecidual 
pode ser omitida e tratada inadequadamente. As causas 
26
Capítulo 2 | Avaliação e Documentação
mais comuns de morte tecidual são DAP, pressão, 
trauma (acidental ou cirúrgico), ou infecção necrosante. 
As causas menos comuns incluem oclusão dérmica em 
decorrência de vasculite, vasculopatia secundária aos 
estados de hipercoagulabilidade, ou microembolias.
Existem sistemas de classificação para documentar a 
profundidade/extensão do dano tecidual para úlceras de 
pressão e úlceras dos pés diabéticos.
Classificação de Wagner da Úlcera do Pé Diabético 
Grau 0: Sem	úlcera;	pode	apresentar				 	
 deformidade.
Grau 1: Úlcera	superficial	da	pele	ou	tecido			 							
 subcutâneo.
Grau 2: Úlcera	se	estende	ao	tendão,	ossos	ou			
 cápsula.
Grau 3: Úlcera	profunda	com	osteomielite	ou		 							
 abscesso.
Grau 4: Gangrena localizada.
Grau 5: Gangrena extensa envolvendo o pé inteiro.
27
Capítulo 2 | Avaliação e Documentação
Sistema de Classificação da Ferida Diabética da 
Universidade do Texas (UT)
Grau 0 Grau 1 Grau 2 Grau 3
Estágio 
A
Lesão pré ou 
pós-ulcerativa 
epitelizada por 
completo
Ferida 
superficial, 
sem envolver o 
tendão, cápsula 
ou osso
Ferida 
penetrante 
de tendão ou 
cápsula
Ferida 
penetrante 
de osso ou 
articulação
Estágio 
B
Infecção Infecção Infecção Infecção
Estágio 
C
Isquemia Isquemia Isquemia Isquemia
Estágio 
D
Infecção e 
Isquemia
Infecção e 
Isquemia
Infecção e 
Isquemia
Infecção e 
Isquemia
Sistema de Estadiamento de Úlcera por pressão 
do Painel Assessor Nacional de Úlcera por pressão 
(NPUAP)
•	 Categoria/Estágio I: Eritema não branqueável de 
pele intacta em uma área localizada, normalmente 
sobre uma proeminência óssea. Pele com 
pigmentação mais escura pode não possuir 
branqueamento	visível;	sua	cor	pode	diferir	da	área	
circundante. A área pode ser dolorosa, firme, suave, 
mais quente ou mais fria comparada ao tecido 
adjacente. A categoria I pode ser difícil de identificar 
em indivíduos com tons escuros de pele. Pode 
indicar pessoas “em risco”. 
•	 Categoria/Estágio II: Perda de espessura parcial 
da derme apresentada como uma úlcera aberta 
rasa com um leito da ferida rosa avermelhado, 
Capítulo 2 | Avaliação e Documentação
28
sem esfacelo. Também pode apresentar-se como 
uma bolha intacta ou aberta/rompida, cheia ou 
serosanguinolenta. Apresenta-se como úlcera 
superficial brilhante ou seca sem esfacelo ou 
hematomas. Esta categoria não deve ser utilizada 
para descrever as lesões por
•	 Fricção,	queimaduras,	incontinência	associada	à	
dermatite, maceração ou escoriação.
•	 Categoria/Estágio III: Perda de tecido de espessura 
completa. A gordura subcutânea pode estar 
visível, mas o osso, tendão ou músculo não estão 
expostos. O esfacelo pode estar presente, mas não 
obscurece a profundidade da perda tecidual. Pode 
incluir descolamento e solução de continuidade. 
A profundidade de uma úlcera por pressão de 
Categoria/Estágio III varia conforme a localização 
anatômica.
•	 Categoria/Estágio IV: Perda de tecido de 
espessura completa com exposição óssea, do 
tendão ou do músculo. Esfacelo ou escara podem 
estar presentes. Muitas vezes inclui descolamento 
e solução de continuidade. Osteomielite ou osteíte 
são prováveis de ocorrer. A profundidade de uma 
úlcera por pressão de Categoria/Estágio IV varia 
conforme a localização anatômica. 
•	 Úlceras que não podem ser classificadas: 
Perda de tecido ou pele de espessura total - 
profundidade desconhecida. Perda de tecido de 
espessura total em que a profundidade real da 
úlcera é completamente obscurecida por esfacelo 
29
Capítulo 2 | Avaliação e Documentação
(amarelo, castanho, cinza, verde ou marrom) e/
ou escara (castanho, marrom ou preto) no leito da 
ferida. Até esfacelo e/ou escara suficiente serem 
removidos para expor a base da ferida, a verdadeira 
profundidade	não	pode	ser	determinada;	mas	será	
uma Categoria/Estágio III ou IV 
•	 Suspeita de Lesão Profunda do Tecido - 
profundidade desconhecida. Área roxa ou marrom 
localizada de pele intacta descolorada ou bolha 
sanguinolenta em decorrência de dano do tecido 
mole de base de pressão e/ou cisalhamento. A área 
pode ser precedida por tecido dolorido, firme, mole, 
úmido, mais quente ou mais frio comparado ao tecido 
adjacente. A lesão profunda do tecido pode ser difícil 
de identificar em indivíduos com tons escuros de 
pele. A evolução pode incluir uma bolha fina sobre 
um leito escuro da ferida. A ferida pode continuar a 
progredir e tornar-se coberta por escara fina.
A evolução pode ser rápida, expondo camadas adicionais 
de tecido mesmo com tratamento ideal.
As feridas também podem ser simplesmente classificadas 
como de espessura parcial (dano envolvendo a epiderme e 
possivelmente parte da derme), ou de espessura completa 
(o dano se estende ao tecido subcutâneo e possivelmente 
mais profundamente).
Após a avaliação da ferida, observe a condição da pele 
circundante:
Eritema: vermelhidão da pele circundante. Indica 
inflamação.
Endurecimento: dureza do tecido. Endurecimento e 
eritema são sinais de celulite, uma infecção da pele.
Erupção cutânea: observe a qualidade, macular ou 
popular, e sua associação com o produto utilizado. 
Erupções cutâneas são branqueáveis como é qualquer 
eritema dos vasos dilatados.
Calos: pode indicar pressão repetitiva contínua quando 
observado ao redor da úlcera do pé diabético.
Púrpura: sangramento no tecido, não branqueável 
uma vez que o sangue está fora dos vasos. Indica dano 
tecidual e pode progredir para necrose tecidual.
Maceração: pele super-hidratada - aparência branca e 
enrugada. Pele macerada é mais propensa à lesão por 
fricção.
Livedo reticular: uma descoloração do tipo rede da pele. 
Pode ser um achado normal, mas em associação com 
úlceras 
necróticas nas pernas, pode indicar a interrupção do 
fluxo sanguíneo dérmico. 
30
Capítulo 2 | Avaliação e Documentação
31
Uma vez que o exame físico é concluído, o profissional 
clínico deve requisitarquaisquer estudos de investigação 
para identificação adicional da patologia de base. Isto 
pode incluir estudos venosos e arteriais não invasivos, 
estudos radiológicos e exames laboratoriais.
A biópsia de tecido é fundamental para identificar 
as feridas atípicas, tais como vasculite, vasculopatia, 
microembolias, distúrbios bolhosos, infecções incomuns 
e malignidades. Ao excluir vasculite ou vasculopatia, 
realize a biópsia de lesões purpúricas mais novas, e não 
da ferida necrótica. 
Outras documentações incluem avaliação/diagnóstico 
e planejamento. Consulte outros capítulos para estas 
informações.
Capítulo 2 | Avaliação e Documentação
32
33
Capítulo
3INFECÇÃO
Infecção da Ferida
A infecção da ferida é, talvez, a complicação mais comum 
da presença desta, e se não for tratada de forma rápida e 
correta, pode levar a consequências devastadoras para o 
paciente e para o prestador de serviços.
O desenvolvimento de infecção da ferida pode, em 
extremos casos, levar à perda da vida ou de um membro, 
porém mais rotineiramente causa dor e aumento de 
sintomas como exsudato e mau cheiro. Para o prestador 
de serviços, os custos são elevados para agentes 
antimicrobianos (curativos tópicos ou antibióticos 
sistêmicos), o tempo de permanência é maior ou a 
alta hospitalar é adiada, e são utilizados analgésicos 
adicionais.
A infecção da ferida é, portanto, uma situação a ser 
evitada, e é necessário entender quais os fatores que 
predispõem à infecção e como a infecção pode ser 
diagnosticada dentro de uma ferida. No caso de uma 
infecção ocorrer, o tratamento adequado deve ser 
iniciado o mais rápido possível.
Definição de Infecção 
Todas as feridas contêm patógenos. No entanto, é o 
número e a virulência dos patógenos que são relevantes. 
34
Capítulo 3 | Infecção
Muitos autores tentaram descrever a continuidade pela 
qual uma ferida progride de uma condição na qual 
possui patógenos, porém é saudável e está cicatrizando, 
a um estado de infecção. Mais recentemente, isto foi 
descrito por Gottrup et al 2013. 
Contaminação
Quando as condições dentro de uma ferida não 
favorecem a multiplicação de quaisquer dos 
microrganismos contaminantes presentes, a persistência 
destes é de curto prazo e a cicatrização da ferida não 
pode ser afetada.
Colonização
Ocorre quando um equilíbrio estável é obtido por 
microrganismos que escapam com sucesso das defesas 
do hospedeiro e crescem sem desencadear respostas 
imunes sistêmicas ou sintomas clínicos evidentes.
Infecção
Quando um desequilíbrio surge em decorrência do 
comprometimento da competência imunológica do 
hospedeiro e/ou quando os microrganismos manifestam 
fatores de virulência, os resultados evidentes da 
infecção da ferida e a invasão microbiana em tecidos 
do hospedeiro levam a danos celulares, respostas 
imunológicas e o desenvolvimento de sinais e sintomas 
clínicos.
35
Capítulo 3 | Infecção
Outros autores acrescentam categorias adicionais, tais 
como a colonização crítica, e dividem a infecção real em 
categorias discretas: infecção local (que pode incluir a 
colonização crítica), infecção disseminada e infecção 
sistêmica (International Consensus 2012). 
A Continuidade da Infecção
Contaminação Colonização Infecção localizada*
Infecção 
disseminada
Infecção 
sistêmica
Vigilância necessária Intervenção necessária
* A infecção localizada pode ou não ser acompanhada por sinais e sintomas clássicos de inflamação. 
Quando não é, vários termos foram utilizados, por exemplo, colonização crítica (consulte o texto principal).
WUWHS (2008) Principles of best practice: Wound infection in 
clinical practice. An international consensus. London, MEP Ltd
Identificação da Infecção
Certas características podem aumentar o risco de 
desenvolvimento de uma infecção da ferida.
Feridas agudas
•	Cirurgia	contaminada	
•	Procedimento	operatório	longo	
•	Trauma	com	tratamento	tardio	
•	Tecido	necrótico	ou	corpo	
estranho *
* Particularmente, na presença de hipóxia.
Feridas crônicas
•	Tecido	necrótico	ou	corpo	
estranho * 
•	Duração	prolongada	
•	Tamanho	e/ou	profundidade	
grandes
•	Anatomicamente	situada	perto	
de um local de contaminação 
potencial, por exemplo, área 
anal
Aumento das complicações 
36
Capítulo 3 | Infecção
WUWHS (2008) Principles of best practice: Wound infection in 
clinical practice. An international consensus. London, MEP Ltd
Qualquer paciente pode desenvolver uma infecção. É 
importante reconhecer os sinais e sintomas da infecção, 
mais comumente descritos como calor, vermelhidão, dor, 
inchaço e perda de função. No entanto, diferentes sinais 
e sintomas mais específicos podem ser observados 
em diferentes etiologias de feridas e algumas feridas, 
especialmente aquelas em pacientes imunossuprimidos, 
podem apresentar pouco ou nenhum sinal.
Sinais e Sintomas de Infecção da Ferida 
WUWHS (2008) Principles of best practice: Wound infection in 
clinical practice. An international consensus. London, MEP Ltd
FERIDAS AGUDAS
Por exemplo, feridas cirúrgicas ou traumáticas ou queimaduras.
Infecção localizada Infecção disseminada
•	 Sinais	e	sintomas	clássicos:	
- dor nova ou aumentada 
- eritema 
- calor localizado
- inchaço
- secreção purulenta 
•	 Pirexia	-	em	feridas	cirúrgicas,	
normalmente cinco a sete dias pós-
cirurgia 
•	 Cicatrização	tardia	(ou	estacionada)	
•	 Abscesso	
•	 Mau	cheiro
Quanto à infecção localizada, MAIS: 
•	 Extensão	adicional	do	eritema	
•	 Linfangite	
•	 Crepitação	em	tecidos	moles
•	 Ruptura/deiscência	da	ferida
Observações:
š� Gk[_cWZkhWi�#�jWcXƒc�h[`[_‚€e�Z[�[dn[hjei�Z[�f[b[1�W�Zeh�d[c�i[cfh[�ƒ�kcW�YWhWYj[h‡ij_YW�Z[�
infecção em queimaduras de espessura total.
š� <[h_ZWi�fhe\kdZWi�#�[nj[di€e�Ze�[dZkh[Y_c[dje�ZW�\[h_ZW"�_d[nfb_Y|l[b�Wkc[dje�ZW�YedjW][c�Z[�
b[kYŒY_jei�ek�i_dW_i�Z[�i[fi[�feZ[c�i[h�i_dW_i�Z[�_d\[Y‚€e�fhe\kdZW�ZW�\[h_ZW��ek�i[`W"�ikX\WiY_Wb�$
š� FWY_[dj[i�_ckdeYecfhec[j_Zei�#�i_dW_i�[�i_djecWi�feZ[c�i[h�ceZ_ÓYWZei�[�c[dei�ŒXl_ei$
37
Capítulo 3 | Infecção
IN
FE
CÇ
ÃO
 S
IS
TÊ
M
IC
A Sepse - infecção documentada com pirexia ou hipotermia, taquicardia, taquipneia, contagem aumentada ou reduzida de leucócitos
i
Sepse grave - sepse e disfunção múltipla de órgãos
i
Choque séptico - sepse e hipotensão apesar de reposição 
volêmica adequada
i
Morte
Obs.: Outros locais de infecção deverão ser excluídos antes de assumir 
que a infecção sistêmica está relacionada à infecção da ferida.
FERIDAS CRÔNICAS 
Por exemplo, úlceras do pé diabético, úlceras venosas nas pernas, úlceras arteriais 
nas pernas/pés ou úlceras de pressão.
Infecção localizada Infecção disseminada
•	 Dor	nova,	aumentada	ou	alterada	*	
•	 Cicatrização	tardia	(ou	estacionada)	*	
•	 Edema	periferida	
•	 Sangramento	ou	tecido	de	granulação	
friável (facilmente danificado)
•	 Mau	cheiro	distintivo	ou	mudança	no	
odor
•	 Descoloração	do	leito	da	ferida	
•	 Exsudato	aumentado	ou	alterado/
purulento
•	 Endurecimento	
•	 Encapsulamento	
•	 Ponte
Como para infecção localizada, MAIS:
•	 Ruptura	da	ferida	*	
•	 Eritema	que	se	estende	da	borda	da	
ferida 
•	 Crepitação,	calor,	endurecimento	ou	
descoloração disseminada na área da 
periferida
•	 Linfangite	
•	 Mal-estar	ou	outro	tipo	de	deterioração	
não específica na condição geral dos 
pacientes
Observações:
š� ;c�fWY_[dj[i�_ckdeYecfhec[j_Zei�[%ek�gk[�Wfh[i[djWc�d[khefWj_Wi�cejehWi�ek�i[dieh_W_i"�ei�
i_djecWi�feZ[c�i[h�ceZ_ÓYWZei�[�c[dei�[l_Z[dj[i$�Feh�[n[cfbe"�[c�kc�fWY_[dj[�Z_WXƒj_Ye�Yec�
‘bY[hW�Z[�fƒ�_d\[YjWZW�[�d[khefWj_W�f[h_\ƒh_YW"�W�Zeh�feZ[�d€e�i[h�kcW�YWhWYj[h‡ij_YW�fhe[c_d[dj[$
š� çbY[hWi�Whj[h_W_i�#�‘bY[hWi�Wdj[h_ehc[dj[�i[YWi�feZ[c�jehdWh#i[�‘c_ZWi�gkWdZe�_d\[YjWZWi$š� Ei�fheÓii_edW_i�Yb‡d_Yei�Z[l[c�jWcXƒc�[ijWh�Y_[dj[i�Z[�gk[�de�fƒ�Z_WXƒj_Ye"�W�_dÔWcW‚€e�d€e�
ƒ�d[Y[iiWh_Wc[dj[�_dZ_YWj_lW�Z[�_d\[Y‚€e$�Feh�[n[cfbe"�W�_dÔWcW‚€e�feZ[�[ijWh�WiieY_WZW�Yec�
artropatia de Charcot.
* Individualmente, altamente indicativas de infecção. A infecção é também altamente provável na 
presença de dois ou mais dos outros sinais listados.
Poucos profissionais clínicos, se houver, agora utilizam 
resultados de esfregaço clínico para diagnosticar 
a presença de infecção, embora estes possam ser 
utilizados para orientar o tratamento, sugerindo o 
organismo causador.
Biofilmes
Um biofilme é uma comunidade polimicrobiana complexa 
na qual os microrganismos sintetizam e secretam uma 
38
Capítulo 3 | Infecção
matriz protetora que se liga firmemente a uma superfície. 
Esta matriz também protege o biofilme, fazendo com 
que os microrganismos sejam altamente tolerantes 
aos anticorpos do hospedeiro, antibióticos de células 
inflamatórias e muitos antissépticos (Schultz and Dowd 
2013), o que significa que um biofilme é muito difícil de 
tratar. A presença de biofilme em feridas é um conceito 
relativamente 
novo;	no	entanto,	é	hoje	amplamente	aceito	que	eles	
estão presentes em um número significativo de feridas 
crônicas e contribuem consideravelmente para a 
cicatrização tardia (Philips et al 2010). Não é possível 
observar o biofilme a olho nu, mas alguns profissionais 
clínicos descrevem uma superfície brilhante sobre a 
ferida, e feridas que não cicatrizam sem outros sinais 
de	infecção;	estas	feridas	podem	ser	descritas	como	
criticamente colonizadas. Como os biofilmes não são 
suscetíveis aos agentes antimicrobianos, é importante 
desfazê-los por debridamento de manutenção regular.
Tratamento da Infecção
Uma vez que a infecção é identificada, um regime 
antimicrobiano adequado deve ser iniciado. Se a 
infecção é sistêmica, este deve consistir de antibióticos 
sistêmicos a não ser que contraindicado. O tratamento 
de uma ferida infectada deve seguir um plano decisivo 
claro;	o	tratamento	eficaz	imediato	da	infecção	da	ferida	
pode reduzir o tempo de cicatrização e prevenir uma 
série de complicações. A infecção localizada da ferida 
pode ser tratada em muitos casos com a utilização de 
antissépticos tópicos. A utilização de antibióticos tópicos 
é recomendada raramente ou nunca. Além da utilização 
de agentes antimicrobianos, também é importante
39
otimizar a resposta do hospedeiro, garantindo que a 
saúde	do	paciente	é	ideal;	por	exemplo,	mantenha	
um bom controle glicêmico, e também se certifique 
de que sejam removidos todos os fatores que podem 
desencadear ou prolongar uma infecção, tais como a 
presença de tecido necrótico.
É importante compreender as diferentes definições:
Antimicrobiano: um método de redução ou remoção de 
microrganismos que inclui a utilização de antibióticos e 
antissépticos.
Antibiótico: uma substância que mata ou inibe o 
crescimento ou replicação bacteriana. Geralmente 
específico para determinada 
espécie ou cepa de bactéria, embora alguns possuem 
um espectro mais amplo de atividade. Existe uma 
preocupação com o aumento da resistência aos 
antibióticos.
Antissépticos: são utilizados para eliminar ou reduzir 
o número de bactérias dentro ou em torno da ferida, 
possuem um espectro amplo de atividade contra 
bactérias, protozoários, fungos e vírus.
A base do tratamento da maioria das infecções de 
feridas é a utilização de curativos antimicrobianos com 
uma variedade de ingredientes ativos, incluindo aqueles 
com:
•	 Prata;
•	 Iodo;
•	 PHMB	(Polihexametilenobiguanida);
•	 Octenidina;
•	 Mel.
Capítulo 3 | Infecção
40
Não existe pesquisa para indicar a superioridade de 
um produto qualquer em relação a outro atualmente, 
e a maioria deles, se utilizados corretamente, exibem 
um efeito antimicrobiano (International Consensus 
2012, Gottrup et al 2013). Na realidade, muitos 
curativos antimicrobianos são selecionados para outras 
propriedades relacionadas com o produto transportador, 
por exemplo, a capacidade de absorção ou de aderência.
Vowden et al (2011) recomendam que os curativos 
antimicrobianos sejam utilizados para:
•	 Prevenção	de	infecção	em	pacientes	com	risco	
elevado	de	infecção	da	ferida;
•	 Tratamento	da	infecção	localizada	da	ferida;	
•	 Tratamento	local	da	infecção	da	ferida	em	casos	de	
infecção disseminada ou sistêmica da ferida em 
conjunto com antibióticos sistêmicos. 
Qualquer antimicrobiano deve ser utilizado por um 
período fixo de tempo (geralmente não mais do que 
2 semanas) e seu efeito sobre a ferida deve ser 
cuidadosamente	avaliado;	mais	2	semanas	podem	ser	
necessárias às vezes, mas seria incomum considerar o 
tratamento por mais tempo. 
Experiências recentes com biofilmes destacaram a 
importância do debridamento e da limpeza (algumas 
soluções antissépticas contêm um surfactante para 
facilitar a limpeza) para permitir a penetração do agente 
ativo no leito da ferida, e pode ser benéfica a utilização 
de um agente antimicrobiano diferente para um segundo 
ciclo do tratamento (Leaper et al 2012, Schultz and Dowd 
2013).
Capítulo 3 | Infecção
41
Conclusão
A infecção da ferida é dispendiosa tanto para o paciente 
quanto para o serviço de saúde. Sempre que possível, 
deverão ser tomadas medidas para evitar a sua 
ocorrência. Quando a infecção da ferida é diagnosticada, 
deve ser tratada com rapidez e de forma decisiva e o 
tratamento deve ser avaliado regularmente. O controle da 
dor também deve ser considerado, assim como outros 
sintomas associados, tais como o aumento do exsudado 
e do odor quando na seleção de um curativo de ferida.
Nut
Capítulo 3 | Infecção
42
43
NUTRIÇÃO
Nutrição
Uma breve avaliação nutricional é importante para 
a cicatrização ideal da ferida. Muitos pacientes com 
feridas que não cicatrizam, principalmente diabéticos, 
podem sofrer de algum tipo de deficiência nutricional. 
Sempre que houver suspeita de anormalidade 
nutricional, o paciente deverá ser encaminhado a 
um especialista. O reconhecimento dos sinais de má 
nutrição é importante.
Pacientes de alto risco em ambulatórios incluem:
•	 Pacientes	em	hemodiálise;	
•	 Pacientes	obesos	mórbidos;	
•	 Pacientes	com	peso	inferior	a	80%	do	peso	corporal	
ideal;	
•	 Pacientes	com	mais	de	10%	de	perda	de	peso	
corporal nos últimos 6 meses (a não ser que os 
pacientes tenham realizado um regime específico de 
dieta);
•	 Pacientes	idosos;	
•	 Pacientes	alcoolistas;	
•	 Pacientes	com	síndrome	de	má	absorção.
Os pacientes obesos necessitam de avaliação nutricional 
uma vez que a obesidade por si só não é um indicador 
Capítulo
4
44
de uma boa nutrição. A dieta do paciente deve ser 
questionada e o aconselhamento deve ser iniciado. 
Uma tabela de referência de peso-altura para 
adultos pode ser consultada, com base nos valores 
estabelecidos em diferentes países.
Uma triagem nutricional breve pode ser iniciada no 
ambulatório de feridas. Esta triagem inclui:
•	 Revisão	da	perda	de	peso	recente	maior	do	que	10%	
do	peso	corporal;	
•	 Revisão	do	histórico	dos	pacientes	que	pesam	
menos	que	85%	do	peso	corporal	ideal;	
•	 Edema	inexplicável;	
•	 Perda	inexplicável	de	cabelo;
•	 Baixo	nível	de	albumina	sérica	(baseado	em	valores	
do laboratório local).
O edema da ferida pode ser causado por várias 
etiologias, incluindo cardiopatia congestiva, venopatia, 
linfedema, bem como má nutrição. Em pacientes com 
desnutrição calórica proteica, é decorrente da pressão 
osmótica coloidal sérica baixa, que resulta no acúmulo 
de líquido intersticial. O edema pode contribuir para 
a cicatrização tardia, elevando a pressão hidrostática 
na extremidade inferior, diminuindo a liberação de 
nutrientes e inibindo a atividadecelular normal.
Os níveis de proteína sérica podem ser um indicador 
da disponibilidade proteica. A albumina sérica é 
frequentemente utilizada na avaliação dos níveis 
Capítulo 4 | Nutrição
45
proteicos imediatos. Quando há suspeita de 
hipoalbuminemia, o paciente deve ser encaminhado a 
um nutricionista. 
Níveis baixos de proteínas podem estar presentes em 
pacientes idosos com dieta limitada, bem como em 
pacientes com feridas crônicas de drenagem alta. As 
recomendações para uma dieta melhorada podem ser 
sugeridas	por	um	profissional	clínico;	no	entanto,	o	
controle da dieta deve ser de responsabilidade de um 
nutricionista.
Algumas informações gerais relevantes para Apoio 
Nutricional incluem:
•	 30-35	calorias/kg/dia;	
•	 1,25-1,5	gramas	de	proteína	por	kg	por	dia;	
•	 Suplemento	vitamínico	e	mineral	conforme	
necessário. 
Os nutrientes podem desempenhar um papel crítico na 
cicatrização da ferida.
Capítulo 4 | Nutrição
46
Nutriente Função da Ferida em
Cicatrização
 Resultado da
Deficiência
Proteínas Reparação da ferida
 Remodelagem da
 ferida
 Proliferação celular
Síntese de colágeno
Atividade celular
 Produção e migração
 de leucócitos
 Morte bacteriana
mediada por células
 Cicatrização deficiente
 da ferida
 Hipoalbuminemia
 Edema
 Imunidade celular
 comprometida
Linfopenia
Gorduras Energia celular 
Fornecimento de 
ácidos graxos 
essenciais 
Produção de 
prostaglandinas 
Desenvolvimento da 
membrana celular
Cicatrização deficiente 
da ferida 
Carboidratos Energia celular 
Proteínas de 
reserva em caso de 
necessidade calórica
Fragilidade capilar 
Cicatrização deficiente 
da ferida escorbuto
Vitamina C Integridade das 
membranas
Cicatrização deficiente 
da ferida
Zinco Cofator para enzimas
Proliferação celular
Cicatrização lenta da 
ferida 
Anorexia
Capítulo 4 | Nutrição
47
O papel exato da suplementação vitamínica e mineral, 
excluindo pacientes que possuem uma deficiência, 
não foi bem definido. Pacientes idosos e aqueles 
com dietas não confiáveis com frequência recebem 
suplemento vitamínico diário, apesar da adição de 
vitaminas e minerais específicos ser geralmente 
baseada em ensaios de vitaminas e minerais. A 
prescrição excessiva e a adição de terapia vitamínica 
empírica podem ser dispendiosas e causar efeitos 
adversos, incluindo toxicidade vitamínica ou mínima, 
náuseas e indisposição gástrica. 
Sempre realize uma avaliação nutricional geral do 
paciente e determine suas necessidades a fim de 
encaminhá-lo a um especialista em nutrição.
Capítulo 4 | Nutrição
48
49
Capítulo
5ÚLCERAS	POR	PRESSÃO
Fisiopatologia
A fisiopatologia das úlceras por pressão, chamadas de 
maneira inadequada de “escaras” e “úlceras de decúbito”, 
está implícita na palavra “pressão”. Existem, no entanto, 
numerosas etiologias que contribuem em adição à 
pressão, incluindo atrito e cisalhamento. Cada um 
destes fatores contribui para a necrose tecidual através 
da oclusão direta de vasos (pressão) e/ou por ruptura/
torção de vasos (cisalhamento). Neuropatia, arteriopatia, 
perfusão tecidual local diminuída, nutrição, incontinência 
fecal e urinária, imobilidade, inatividade e estado mental 
do paciente, tudo contribui para os danos causados pela 
pressão.
Avaliação do Risco
 
O principal objetivo deste manual é fornecer orientações 
para o tratamento de feridas, incluindo úlceras por 
pressão. No entanto, pacientes com e sem úlceras por 
pressão deverão sempre ser avaliados quanto ao risco. 
A escala mais comum utilizada para isto é a Escala de 
Braden.
Profilaxia
Medidas para prevenir a ocorrência por úlcera por 
pressão, bem como a reincidência, devem ser 
consideradas mesmo quando do tratamento de uma 
50
Capítulo	5	|	Úlceras	por	Pressão
lesão aberta. Dispositivos e produtos de redução da 
pressão estão descritos na seção de produtos para o 
 tratamento de feridas. O posicionamento do paciente é 
importante com todas as superfícies. O seguinte deve 
ser considerado no tratamento de pacientes que estejam 
imobilizados por períodos prolongados de tempo:
•	 Previna	atelectasia	e	pneumonia,	virando	todos	os	
pacientes. 
•	 A	cabeceira	da	cama	não	deve	ser	posicionada	
em um ângulo superior a 30 graus por períodos 
prolongados de tempo, se compatível com as metas 
de tratamento do paciente. Um ângulo excessivo 
produzirá forças de cisalhamento nas áreas sacral e 
isquiática, o que pode contribuir para a formação de 
úlceras.
•	 Os	pacientes	que	utilizam	cadeiras	de	rodas	
devem ser encorajados a mudar de posição o mais 
frequentemente possível, com um mínimo de cada 
15 minutos. Se eles não são capazes de deslocar o 
seu próprio peso, não devem ficar sentados durante 
mais de uma hora de uma vez.
•	 Os	pacientes	acamados	devem	ser	reposicionados	
a cada duas horas no mínimo. Os pacientes de 
alto risco precisam ser reposicionados com mais 
frequência. Mantenha em mente que a maioria 
dos testes iniciais sobre pressão e ulcerações 
resultantes foi realizada em voluntários jovens e 
hígidos. Pacientes gravemente debilitados podem 
51
Capítulo	5	|	Úlceras	por	Pressão
desenvolver feridas em prazos mais curtos do que o 
esperado e podem necessitar de reposicionamento 
com mais frequência.
•	 Os	pacientes	não	devem	ser	posicionados	
diretamente sobre uma úlcera. 
•	 Os	pacientes	não	devem	ser	“rolados”	de	lado	a	
lado;	ao	invés	disso,	precisam	ser	posicionados	
deitados de lado a 30 graus. 
Medidas de Tratamento Auxiliares
•	 Proporcione	a	redução	adequada	da	pressão;	
•	 Avalie	e	melhore	o	status	nutricional	do	paciente;	
•	 Proteja	as	áreas	expostas	à	urina	e	fezes;	
•	 Proteja	as	áreas	de	tecido	frágil	e	friável.
Guia de Tratamento 
•	 Avaliação	do	paciente	e	da	úlcera;	
•	 Tratamento	da	carga	tecidual;
•	 Tratamento	da	úlcera;	
•	 Tratamento	da	carga	bacteriana	e	da	infecção;	
•	 Reparação	cirúrgica;	
•	 Educação	e	qualidade.
52
Capítulo	5	|	Úlceras	por	Pressão
Pontos de Pressão
OBSERVAÇÕES CLÍNICAS:
As úlceras por pressão não cicatrizarão, apesar do melhor tratamento, a menos que 
a redução da pressão seja tratada.
Tratamento
 
Categoria I
Uma alteração observável relacionada à pressão da 
pele intacta, cujos indicadores em relação a uma área 
adjacente ou oposta do corpo podem incluir alterações 
em um ou mais dos seguintes: temperatura da pele, 
consistência tecidual e/ou sensação. A úlcera aparece 
como uma área definida de vermelhidão persistente na 
pele levemente pigmentada, enquanto que em peles mais 
escuras, a úlcera pode aparecer com tons persistentes de 
vermelho, azul ou roxo.
53
Capítulo	5	|	Úlceras	por	Pressão
EX`[j_le
Proteger a área, reduzir a pressão, cobrir com curativo 
adequado, conforme necessário.
Produtos
•	 Cremes,	hidratantes	-	precisam	ser	aplicados	
duas a três vezes por dia. Não massageie, aplique 
delicadamente;		
•	 Utilize	pomadas	ou	pastas	de	barreira	para	proteger	
a	pele	de	pacientes	incontinentes;	
•	 Filmes	transparentes,	conforme	necessário.	Estes	
curativos reduzirão o atrito, permitindo a observação 
direta da pele.
OBSERVAÇÕES CLÍNICAS:
Evite hidrocoloides, uma vez que ocultam a área de observação. Curativos que são 
incapazes de permanecer no local por até 48 horas deverão ser substituídos por 
um tratamento eficaz de melhor relação custo-benefício.
Utilizado com permissão de NPUAP.
54
Capítulo	5	|	Úlceras	por	Pressão
Tratamentos especiais devem ser tomados para não “criar 
tendas” na área de dobra glútea, pois isto deixa um túnel 
para a penetração de contaminantes e materiais fecais, 
enquantodiminui a eficácia do curativo. Recomenda-se 
que o curativo seja aplicado em primeiro lugar no centro 
da área de dobra, e em seguida empurrado suavemente 
para baixo em ambos os lados.
Procedimentos
•	 Posicione	devidamente	o	paciente;	
•	 Limpe	a	pele	delicadamente	com	solução	de	
limpeza;
•	 Aplique	selante/barreira	de	pele	na	pele	intacta	a	
ser	coberta	com	curativo	e	deixe	secar;	
•	 Selecione	o	curativo	que	permite	uma	margem	de	
3-5	cm	além	da	área	da	ferida;	
•	 Aplique	o	curativo;	evite	enrugar	o	curativo;	
•	 Anote	os	dados	de	dia	e	horário	da	aplicação.	
Categoria II
Estas são as feridas de espessura parcial com perda 
de pele envolvendo a epiderme e/ou derme, mas não 
incluindo o tecido mais profundo. Podem apresentar-se 
como uma abrasão, bolha ou ferida superficial.
55
Capítulo	5	|	Úlceras	por	Pressão
EX`[j_le
Prevenir trauma tecidual via redução de pressão e 
posicionamento adequado, proporcionar um ambiente 
melhor para o fechamento da ferida e prevenir a 
maceração excessiva em feridas altamente exsudativas. 
Utilizado com permissão de NPUAP.
56
Capítulo	5	|	Úlceras	por	Pressão
Produtos
•	 Filmes	transparentes:	escolhas	mais	adequadas	
para escoriações de baixa exsudação e feridas 
superficiais. Devem ser capazes de permanecer no 
local por pelo menos três dias.
•	 Espumas:	recomendadas	para	feridas	superficiais	
exsudativas. Com feridas de Categoria II, podem 
permanecer no local por três a sete dias.
•	 Hidrocoloides:	bons	na	maioria	das	feridas	de	
Categoria II. Devem permanecer no local por três a 
sete dias.
•	 Hidrogéis	(folhas):	também	bons	na	maioria	das	
feridas de Categoria II de baixa exsudação. Podem 
permanecer no local por três a sete dias. Os 
hidrogéis amorfos não possuem bom desempenho 
em feridas rasas com profundidade < 0,5 cm, pois a 
camada fina tende a secar. 
•	 Alginatos:	podem	ser	utilizados	em	feridas	mais	
altamente	exsudativas;	não	é	uma	escolha	primária	
em lesões de Categoria II.
Procedimento
•	 Posicione	adequadamente	o	paciente;	
•	 Limpe	a	pele	delicadamente	com	solução	de	
limpeza;
•	 Aplique	selante/barreira	de	pele	na	pele	intacta	a	
ser	coberta	com	curativo.	Deixe	secar;	
57
•	 Selecione	o	curativo	que	permite	uma	margem	de	
3-5 cm além da área da ferida (alguns curativos, 
tais como os alginatos, são cortados no tamanho da 
ferida);
•	 Aplique	o	curativo;	evite	enrugar	o	curativo;
•	 Anote	os	dados	de	dia	e	horário	de	aplicação.	
OBSERVAÇÕES CLÍNICAS:
Os curativos devem ser trocados antes de ocorrer vazamento. Quando os curativos 
hidrocoloides são removidos, cuidados de tratamento deverão ser tomados para 
retirar os resíduos do curativo antes de aplicar um curativo subsequente. Os fluidos 
da ferida podem aparecer turvos e podem ser malcheirosos quando os curativos 
hidrocoloides são removidos. Todo resíduo de curativo deverá ser lavado com 
solução fisiológica ou água estéril antes da avaliação do odor ou aparência da 
ferida.
Categoria III
Estas são feridas de espessura total estendendo-se até 
o nível do tecido subcutâneo, mas não através da fáscia 
de base. Estas feridas podem se apresentar com ou sem 
descolamento.
Utilizado com permissão de NPUAP.
Capítulo	5	|	Úlceras	por	Pressão
58
EX`[j_lei
•	 Reduzir	a	pressão;
•	 Posicionar	adequadamente;	
•	 Proteger	a	ferida;	
•	 Prevenir	a	dessecação	da	ferida;
•	 Prevenir	a	maceração	excessiva;
•	 Limpar	as	feridas;
•	 Promover/Aumentar	a	granulação	e	a	reepitelização.
Produtos 
•	 >_ZheYebe_Z[i�# podem ser utilizados em feridas 
de exsudato baixo a moderado, com ou sem tecido 
necrótico. Não são a melhor escolha para feridas 
profundas ou de cratera, feridas com descolamento 
e solução de continuidade, ou aquelas com altas 
quantidades de exsudatos. Não são plenamente 
eficazes na promoção do debridamento autolítico 
Capítulo	5	|	Úlceras	por	Pressão
59
em feridas com grandes quantidades de escara, 
apesar de serem ideais para a promoção de 
debridamento autolítico de esfacelo amarelo. 
Lembre-se de ensinar a família que feridas com 
escaras ou detritos podem parecer maiores após 
os primeiros sete a dez dias de utilização do 
hidrocoloide como resultado de debridamento 
autolítico. 
•� >_Zhe]ƒ_i�Wceh\ei�#�podem ser úteis no 
preenchimento de defeito com profundidade 
superior a 0,5 cm enquanto promovem o 
debridamento autolítico. Não são eficazes em 
feridas altamente exsudativas. O gel é aplicado com 
frequência suficiente para manter a ferida úmida, 
porém sem líquido. Uma pequena quantidade de 
hidrogel amorfo aplicada sob um filme transparente 
é ideal para o amaciamento da escara. 
•� >_Zhe][b�Wceh\e�#�são eficazes em feridas de 
Categoria III-IV de baixa drenagem que não 
possuem cavidades, ou seja, úlceras nas pernas 
que podem ter exposição de tendão ou de músculo, 
mas não tão profundas quanto às lesões sacrais e 
isquiáticas de Categoria III-IV.
•� ;ifkcWi�#�são muito úteis para este tipo de ferida. 
As espumas são alteradas conforme as instruções 
da embalagem. O desgaste usual é de 2-7 dias. 
Capítulo	5	|	Úlceras	por	Pressão
60
š� =Wp[�‘c_ZW�#�pode ser utilizada. Cuidados deverão 
ser tomados para não deixar a gaze secar e aderir 
ao tecido, a menos que alguém esteja tentando o 
debridamento agressivo de úmido para seco. 
š� 9khWj_lei�Z[�Wb]_dWje%Yeb|][de%YkhWj_lei�Z[�
ÓXhW%[dY^_c[djei�Z[�\[h_ZW�#�utilizados para 
absorver o excesso de exsudato. Requerem curativo 
secundário.
Observações: Terapia de ferida de pressão negativa pode ser utilizada para 
auxiliar com a granulação e fechamento da ferida em feridas profundas. 
Categoria IV
Estas são feridas de espessura total que se estendem 
para baixo incluindo fáscia, músculo, tendão e/ou osso.
EX`[j_lei
•	 Proteger;	
•	 Reduzir	a	pressão;	
Capítulo	5	|	Úlceras	por	Pressão
61
•	 Posicionar	adequadamente;	
•	 Evitar	a	dessecação	do	tecido;	
•	 Isolar;	
•	 Absorver	o	excesso	de	líquido;	
•	 Remover	todos	os	tecidos	necróticos;	
•	 Preencher	o	espaço	morto;	
•	 Promover	a	granulação.
Produtos
•	 Igual	ao	Categoria	III.
Procedimentos
•	 Posicione	devidamente	o	paciente;	
•	 Limpe	a	pele	delicadamente	com	solução	de	
limpeza;
•	 Aplique	selante/barreira	de	pele	na	pele	intacta	a	
ser	coberta	com	curativo.	Deixe	secar;	
•	 Selecione	o	curativo	que	permite	uma	margem	de	
3-5	cm	além	da	área	da	ferida;	
•	 Aplique	o	curativo;	evite	enrugar	a	pele	ou	o	
curativo;	
•	 Anote	os	dados	de	dia	e	horário	de	aplicação.
Capítulo	5	|	Úlceras	por	Pressão
Suspeita de Lesão Tissular Profunda
Suspeita de Lesão Tissular Profunda - profundidade 
desconhecida.
Área localizada roxa ou marrom de pele intacta 
descolorada ou bolha sanguinolenta em decorrência de 
danos de tecidos moles de base decorrentes de pressão 
e/ou cisalhamento. A área pode ser precedida por um 
tecido dolorido, firme, mole, úmido, mais quente ou 
mais frio em comparação ao tecido adjacente. A lesão 
profunda do tecido pode ser difícil de identificar em 
indivíduos com tons escuros de pele. A evolução pode 
incluir uma bolha fina sobre um leito escuro da ferida. A 
ferida pode continuar a progredir e tornar-se coberta por 
uma escara fina. A evolução pode ser rápida expondo 
camadas adicionais de tecido, mesmo com tratamento 
ideal.
Capítulo	5	|	Úlceras	por	Pressão
62
63
Úlceras que não podem ser classificadas
Perda de tecido ou pele de espessura total - profundidade 
desconhecida. Perda de tecido de espessura total em 
que a profundidade real da úlcera é completamente 
obscurecida por esfacelo (amarelo, castanho, cinza, verde 
ou marrom) e/ou escara (castanho, marrom ou preto) no 
leito da ferida. Até esfacelo e/ou escara suficienteserem 
removidos para expor a base da ferida, a verdadeira 
profundidade	não	pode	ser	determinada;	mas	será	uma	
Categoria III ou IV. 
Escara estável (seco, aderente, intacto, sem eritema ou 
flutuação) no calcanhar serve como “proteção natural 
(biológica) do corpo” e não deve ser removida.
Esta é uma úlcera completamente coberta com escaras, 
o que torna difícil determinar a profundidade do dano 
tecidual de base.
Úlcera Terminal de Kennedy 
Uma	Úlcera	Terminal	de	Kennedy	é	uma	úlcera	por	
pressão que as pessoas adquirem quando estão 
morrendo. Estas úlceras se desenvolvem no final da 
vida em decorrência de insuficiência cutânea. Como a 
expectativa de vida do paciente pode ser inferior a 6 
meses, o objetivo do tratamento é fornecer conforto e 
melhor qualidade de vida para o paciente, ao invés de 
esperar a cicatrização da úlcera.
 
Capítulo	5	|	Úlceras	por	Pressão
64
Outras Considerações no Tratamento de Úlcera 
por Pressão 
•	 Quando	fita	é	utilizada	para	moldura	de	um	curativo,	
particularmente na área do sacro, calcanhar ou 
cotovelo, um selante de pele deve ser utilizado na 
pele que será coberta com fita. Isto auxiliará na 
proteção da pele.
•	 As	feridas	devem	ser	exaustivamente	lavadas	
utilizando uma agulha de 19 g com uma seringa 
de 35 ml. Cuidados devem ser tomados para não 
deixar a agulha/seringa tocar a superfície da ferida.
•	 Úlceras	de	Categoria	IV	são	frequentemente	
associadas com osteomielite de base. Radiografias 
devem ser consideradas para todos os pacientes 
com estas lesões.
•	 Úlceras	de	Categoria	IV	exigem	a	remoção	de	todos	
os possíveis tecidos necróticos e detritos da ferida. 
A ferida deve ser mantida úmida e limpa para 
promover o fechamento.
Capítulo	5	|	Úlceras	por	Pressão
65
•	 O	trato	sinusal	e	as	cavidades	devem	ser	explorados	
quanto a fístulas, bem como abscessos de espaço 
profundo e necrose.
•	 Consulta	cirúrgica	e	intervenção	são	frequentemente	
necessárias em pacientes com úlceras de pressão 
de Categoria IV.
CeZWb_ZWZ[i�7Z`klWdj[i
Considere um encaminhamento à fisioterapia para 
pacientes com úlceras por pressão para auxiliar na 
mobilização e para a avaliação das necessidades de 
almofadas sanitárias. Os fisioterapeutas também utilizam 
estimulação elétrica, ultrassonografia e/ou lavagem 
pulsada para facilitar a cicatrização de úlceras por 
pressão de Categorias II, III e IV. 
Capítulo	5	|	Úlceras	por	Pressão
66
67
ÚLCERA	TERMINAL	DE	KENNEDY
Capítulo
6
Úlcera Terminal de Kennedy
A	Úlcera	Terminal	de	Kennedy	é	uma	úlcera	por	pressão	
desenvolvida por alguns pacientes durante o processo 
de morte. Duas apresentações semelhantes, porém 
diferentes,	foram	descritas;	uma	aguda	e	uma	segunda	
crônica. Em 1983, quando uma das primeiras equipes 
tratamento de pele foi criada em uma unidade de 
tratamento de longa duração de 500 leitos durante 
os ciclos de úlcera por pressão, Karen Kennedy e 
sua equipe observaram um subconjunto distinto de 
úlceras de pressão. Estas úlceras tinham diferentes 
apresentações, andamento da progressão e resultados 
finais. Estes fenômenos se tornaram conhecidos como 
“Úlcera	Terminal	de	Kennedy”	para	o	processo	crônico	
e “Síndrome 3:30” para o processo agudo. Ainda 
desconhecido na época, este processo foi descrito pelo 
Dr. Jean-Martin Charcot, “Pai da Neurologia Moderna” 
em 1877. Dr. Charcot descreveu a apresentação crônica 
como “Decubitus Ominosus” e a aguda como “Decubitus 
Acutus”. 
Uma	Úlcera	Terminal	de	Kennedy	é	diferente	de	uma	
“úlcera por pressão típica”, em seu início, a apresentação 
inicial, progressão, cores, bordas, duração, forma, 
localização, população de pacientes e resultado. A 
progressão da úlcera tende a seguir um processo 
diferente.
68
Capítulo	6	|	Úlcera	Terminal	de	Kennedy
Início: Normalmente súbito. O que estava lá ontem 
não é o que está lá hoje. Muitas vezes, o enfermeiro 
ou cuidador dirá: “Oh, meu Deus... isto não estava lá 
ontem”. Na Síndrome 3:30 ou apresentação aguda, pode 
progredir em tamanho por hora. 
Apresentação inicial: É muitas vezes uma descoloração 
superficial da pele intacta. Muito parecida com uma 
lesão tecidual profunda, ulceração rasa superficial, bolha 
ou escoriação, muitas vezes se assemelha à dermatite 
associada à incontinência (DAI). A UTK e Decubitus 
Ominosus são geralmente bilaterais, enquanto que 
a Síndrome 3:30 ou Decubitus Acutus tendem a ser 
unilaterais.
Progressão: Tende a ser muito mais rápida do que outras 
úlceras por pressão. As úlceras são geralmente mais 
superficiais e podem desenvolver-se rapidamente em 
tamanho e profundidade. 
Na Síndrome 3:30 ou Decubitus Acutus, a descoloração 
da pele intacta, caso testemunhada, muitas vezes 
começa como uma área muito pequena que pode se 
assemelhar a um pequeno grão de fezes secas ou uma 
mancha de tinta preta e tende a aumentar de tamanho a 
cada hora. A epiderme superficial, muitas vezes, possui 
uma aparência bolhosa e pode ser aberta pela menor 
fricção de um pano de limpeza da pele sobre a área 
descolorada.
Cores: As cores da apresentação inicial da ulceração 
superficial tendem a ser vermelhas, amarelas, e se 
tornam pretas, marrons ou roxas.
69
Capítulo	6	|	Úlcera	Terminal	de	Kennedy
A apresentação aguda da Síndrome 3:30, na maioria 
das vezes, é de descoloração preta ou roxa semelhante 
a uma apresentação de suspeita de lesão profunda do 
tecido. 
Bordas: Na maioria das vezes são irregulares. 
Forma: Pode ter a forma de pera, borboleta ou ferradura e 
na	apresentação	UTK	é	geralmente	bilateral;	no	entanto,	
com a apresentação aguda na maioria das vezes é 
unilateral. 
Localização: Na maioria das vezes é a área 
sacrococcígea, mas foi relatada em outros locais, como o 
ísquio, joelho, cotovelo, tornozelo e outros.
Duração: A duração depende de vários fatores, incluindo 
a idade, perda de peso involuntária, comorbidades 
e anormalidades dos valores laboratoriais, como 
hemoglobina, contagem total de linfócitos, glicemia, 
albumina sérica e o aumento do número total de 
anormalidades nos valores laboratoriais, tais como CBC 
ou perfil Clínico ou Bioquímico.
População de Pacientes: Na maioria das vezes é 
observada em idosos ou pacientes que sofrem de um 
processo terminal debilitante. Este fenômeno não foi 
relatado na população pediátrica.
Tratamento:	O	tratamento	de	uma	Úlcera	Terminal	de	
Kennedy é o mesmo que para qualquer outra úlcera por 
pressão com as mesmas características.
70
O que Causa uma Úlcera Terminal de Kennedy?
Mais pesquisas precisam ser feitas sobre o assunto. 
No entanto, uma ideia é que ela pode ser um problema 
de profusão sanguíneo exacerbado pelo processo de 
morte. A pele é um órgão, como são o coração, os rins, 
os pulmões e o fígado. É o maior dos órgãos do corpo, 
e é o único que se encontra no exterior do corpo. Ela 
pode refletir o que está acontecendo dentro do corpo 
humano. Uma teoria é que quando as pessoas estão 
se aproximando do processo de morte, os órgãos 
internos podem começar a desacelerar e entrar em 
falência múltipla de órgãos. É quando os órgãos internos 
começam a desacelerar e a não funcionar de forma 
eficiente. Nenhuma sintomatologia específica pode ser 
identificada além da pele sobre as proeminências ósseas 
que começam a mostrar o efeito de pressão em um 
período de tempo mais curto. Apesar de virar um paciente 
a cada duas horas ser suficiente em uma situação de 
certa forma normal, com esta população, pode causar 
danos no tecido superficial.
Uma Úlcera Terminal de Kennedy pode 
melhorar? 
Incerto
A maioria delas não melhora. Este processo ocorre mais 
frequentemente duranteas alterações da pele no final da 
vida. No entanto, foi relatado que um paciente que estava 
perto ou no fim da vida desenvolveu o que se parecia 
uma	Úlcera	Terminal	de	Kennedy,	mesmo	após	a	família	
decidir que queria que todas as intervenções disponíveis, 
Capítulo	6	|	Úlcera	Terminal	de	Kennedy
71
para o hospital ou UTI para modalidades adicionais. 
Alguns profissionais clínicos chamaram este caso de 
“Úlcera	Terminal	de	Kennedy	Ressucitada”.	Em	raras	
ocasiões, este fenômeno é reversível.
Reconhecido pela CMS
O Manual do Programa de Relato de Qualidade CMS 
LTCH	declara:	Úlceras	de	pele	que	se	desenvolvem	em	
pacientes que apresentam doença terminal ou estão no 
final da vida deverão ser avaliadas e classificadas como 
úlceras de pressão até que se determine que a úlcera é 
parte do processo de morte (também conhecida como 
Úlceras	de	Kennedy).	As	Úlceras	de	Kennedy	podem	
se desenvolver de 6 semanas a 2 ou 3 dias antes da 
morte. Estas úlceras apresentam-se como áreas roxas da 
pele em forma de pera com bordas irregulares, que são 
frequentemente encontradas nas áreas sacrococcígeas. 
Quando	uma	úlcera	é	determinada	como	Úlcera	de	
Kennedy, ela não deverá ser codificada como uma úlcera 
por pressão. 
Capítulo	6	|	Úlcera	Terminal	de	Kennedy
72
 Úlcera Terminal de
Kennedy
Síndrome 
3:30 
Início Repentino Repentino
 Apresentação
Inicial
 Pele intacta
 descolorada
 ou ulceração
 superficial
 semelhante a uma
 bolha, escoriação
 ou dermatite
 associada à
incontinência
Pele intacta 
descolorada, 
muitas vezes 
escura, roxa, 
cinza ou 
preta.
Progressão Rápida Rápida
Cores
 Vermelho, amarelo,
 marrom, preto,
verde
Vermelho, 
roxo, preto
Bordas Muitas vezesirregular
Muitas vezes 
irregular
Forma Pera, borboleta,ferradura
Mancha 
unilateral 
irregular
Duração Semanas a meses
Na maioria 
das vezes 24-
48 horas
Localização
 O mais comum
 é a área
 sacrococcígea,
 mas pode estar em
outros lugares
O mais 
comum é 
nádegas, mas 
pode estar em 
outros lugares
Etiologia
 Desconhecida
 - considerada
 alterações na pele
no final da vida
Desconhecida 
- considerada 
alterações na 
pele no final 
da vida
Capítulo	6	|	Úlcera	Terminal	de	Kennedy
73
 Úlcera Terminal de
Kennedy
Síndrome 
3:30 
Início Repentino Repentino
 Primeira
Descrição
 Centro de - 1983
 Saúde Byron, Fort
Wayne, Indiana
1983 - Centro 
de Saúde 
Byron, Fort 
Wayne, 
Indiana
 Primeira
Descrição
 Primeiro - 1989
 Encontro de
 Assessoria
 Panorâmica
 Nacional	de	Úlcera
 por pressão,
.Washington DC
1989 - 
Primeiro 
Encontro de 
Assessoria 
Panorâmica 
Nacional de 
Úlcera	por	
pressão, 
Washington 
DC.
 Outros
Nomes
 Decubitus”
 Ominosis – Dr.
Charcot
“Decubitus 
Acutus – Dr. 
Charcot
Capítulo	6	|	Úlcera	Terminal	de	Kennedy
74
75
Capítulo
7	 ÚLCERAS	ARTERIAIS
Fisiopatologia
As úlceras arteriais, também conhecidas como 
isquêmicas, não cicatrizam em decorrência de Doença 
Arterial Periférica (DAP). Estas feridas são frequentemente 
desencadeadas por trauma, seja acidental ou cirúrgico, 
e não cicatrizam porque a DAP coexistente contribui 
para a diminuição do fluxo sanguíneo e oxigenação dos 
tecidos. Os fatores de risco para as úlceras arteriais 
são os mesmos que os para a DAP: histórico familiar, 
tabagismo, diabetes, hipertensão, hiperlipidemia, idade 
avançada, etc. São fundamentais para o diagnóstico de 
úlceras arteriais: histórico, exame da circulação arterial, 
da úlcera, da pele circundante, e estudos arteriais.
Consulte o capítulo 2 (Avaliação e Documentação) 
para histórico e achados de exames da arteriopatia. 
Ao considerar o histórico, a dor deve ser avaliada. 
Normalmente, os pacientes com DAP grave o suficiente 
para interferir com a cicatrização apresentarão dor 
de repouso ou dor com a elevação das pernas que é 
aliviada com dependência das pernas. Se for grave o 
suficiente, o paciente não será capaz de dormir em uma 
cama à noite, preferindo ficar em uma cadeira com as 
pernas dependentes. A dor em repouso indica isquemia 
crítica dos membros, e se não for tratada pode levar à 
amputação.
 
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Capítulo	7	|	Úlceras	Arteriais
Diagnóstico
Se o exame clínico leva à suspeita de arteriopatia, 
estudos arteriais não invasivos devem ser solicitados. 
Estes testes são realizados em um laboratório vascular 
com o paciente em decúbito dorsal, e incluem os 
seguintes testes:
Análise das Ondas do Doppler
Um teste qualitativo da DAP no qual uma gravação em 
faixa dos pulsos periféricos é obtida e analisada. Este 
teste identifica DAP, mas não especificamente quantifica 
sua gravidade.
Pressões Segmentares
A pressão arterial sistólica é coletada com manguitos 
no alto da coxa, baixo da coxa, alto da panturrilha e 
tornozelo. Gradientes superiores a 20 mmHg entre 
manguitos na mesma perna ou entre as pernas no 
mesmo nível são indicativos de DAP. Índices tornozelo-
braquial (ITB) são obtidos como parte deste teste. A 
pressão do tornozelo deve ser normalmente a mesma 
ou de 10-20% mais elevada do que a pressão braquial. 
A pressão no tornozelo é dividida pela pressão braquial 
para chegar a um índice: 
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Capítulo	7	|	Úlceras	Arteriais
ITB Interpretação
>1.0 Normal
1.0 – 0.9 Arteriopatia oclusiva mínima
0.9 – 0.5 Arteriopatia oclusiva significativa
<0.5 Arteriopatia oclusiva grave
Esteja ciente de que o ITB pode ser falsamente elevado 
na presença de artérias calcificadas (calcificação medial). 
Um ITB > 1,3 pode indicar isto, ou um ITB aparentemente 
normal em um paciente com sinais clínicos de DAP, e/ou 
ondas monofásicas. Em caso de suspeita, mais testes são 
justificados.
Pressões do Dedo do Pé
Obtidas com um manguito de dedo do pé colocado ao 
redor deste, e um fotoeletrodo colocado distalmente ao 
manguito.	Úteis	para	prever	cicatrização	e	raramente	são	
afetadas	pela	calcificação	medial;	pressões	do	dedo	do	
pé > 40 mmHg indicam fluxo 
adequado para a cicatrização. Abaixo de 20 mmHg, a 
chance de cicatrização é baixa. Há uma zona cinzenta 
entre 20-40 mmHg na qual algumas feridas podem 
cicatrizar-se lentamente, e algumas não, especialmente 
se associadas a comorbidades.
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Capítulo	7	|	Úlceras	Arteriais
Imagem Duplex 
Esta técnica de ultrassonografia é utilizada para avaliar 
o status anatômico e fisiológico dos vasos periféricos. 
Alterações na velocidade sistólica máxima em torno 
e dentro de lesões estenóticas fornecem dados para 
quantificar a extensão da DAP. As formas de ondas 
também são analisadas.
Monitoramento Transcutâneo de Oxigênio (TCOM)
Um sensor colocado sobre a pele e aquecido para 
provocar vasodilatação local que mede o nível de oxigênio 
na pele. TCOM normal é superior a 40 mmHg, um 
bom potencial de cicatrização > 30 mmHg (> 40 mm é 
preferido em diabéticos), zona cinzenta é 20-30 mmHg e 
< 20 mmHg é preditivo de baixo potencial de cicatrização. 
Pressão de Perfusão da Pele
Um manguito com sensor de fluxo Doppler a laser 
é colocado ao redor do dedo do pé, pé, tornozelo, 
panturrilha ou coxa. Mede o fluxo sanguíneo conforme 
o manguito desinfla, convertendo-o em pressão. Bom 
potencial para cicatrização se o resultado for acima de 30 
mmHg, zona cinzenta é 20-30 mmHg, e baixo potencial 
para cicatrização se < 20 mmHg. 
Se, com base no teste não invasivo, for determinado que 
o paciente apresenta DAP, a próxima questão é se ele é 
ou não um 
candidato para a revascularização com base nas 
comorbidades e o desejo do paciente de submeter-
se aos procedimentos. Se sim, será realizado um 
angiograma para avaliar a viabilidade da

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