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Semana11 - pratica simulada

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
FRANCISCO DAS CHAGAS GOMES – Matrícula nº 201202199216 
PRÁTICA SIMULADA III (PENAL) - CCJ0149 
SEMANA 11 
 
BRAD NORONHA foi denunciado e processado, na 1ª Vara Criminal da 
Comarca do Município X, pela prática de roubo qualificado em decorrência do emprego 
de arma de fogo. Ainda durante a fase do inquérito policial, BRAD NORONHA foi 
reconhecido pela vítima. Tal reconhecimento se deu quando a referida vítima olhou 
através de pequeno orifício da porta de uma sala onde se encontrava apenas o réu. Já em 
sede de instrução criminal, nem vítima, nem testemunhas, afirmaram ter escutado 
qualquer disparo de arma de fogo, mas foram uníssonas no sentido de assegurar que o 
assaltante portava uma. Não houve perícia, pois os policiais que prenderam o réu em 
flagrante não lograram êxito em apreender a arma. Tais policiais afirmaram em juízo 
que, após escutarem gritos de?pega ladrão!?, viram o réu correndo e foram ao seu 
encalço. Afirmaram que, durante a perseguição, os passantes apontavam para o réu, bem 
como este jogou um objeto no córrego que passava próxima ao local dos fatos, que 
acreditavam ser a arma de fogo utilizada. O réu, em seu interrogatório, exerceu o direito 
ao silêncio. Ao cabo da instrução criminal, BRAD NORONHA foi condenado a dez 
anos e seis meses de reclusão, por roubo com emprego de arma de fogo, tendo sido 
fixado o regime inicial fechado para cumprimento da pena. O magistrado, para fins de 
condenação e fixação da pena, levou em conta os depoimentos testemunhais colhidos 
em juízo e o reconhecimento da vítima em sede policial, bem como o fato de o réu ser 
reincidente e portador de maus antecedentes, circunstâncias provadas no curso do 
processo. 
Você, na condição de advogado de BRAD NORONHA, é intimado da decisão 
no dia 20 de maço de 2017. Com base somente nas informações de que dispõe e nas que 
podem ser inferidas pelo caso concreto acima, redija a peça cabível, apresentando as 
razões, e sustentando as teses jurídicas pertinentes, indicando o último dia para o 
oferecimento da peça cabível. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Excelentíssimo Senhor Doutor Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal da Comarca do 
Município do Rio de Janeiro - RJ 
 
 
 
Processo n° -------------------- 
 
 
 
BRAD NORONHA, j á qualificado nos autos do Processo em referência, que 
lhe move o Ministério Público, por seu advogado regularmente constituído 
conforme procuração de fls ---- vem à presença de Vossa Excelência para, 
inconformado com a sentença condenatória proferida, interpor 
 
RECURSO DE APELAÇÃO, 
 
o que faz tempestivamente, com fundamento no artigo 593, I do Código de Processo 
Penal. 
Requer, assim, que após recebida, com as razões anexas, ouvida a parte contrária, 
sejam os autos encaminhados ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do xxxx, 
onde deverá ser processado o presente recurso e, ao final, provido. 
 
 
Nestes termos, Pede Deferimento. 
 
RJ , 16 de novembro de 2018. 
Assinatura do advogado/ n° OAB 
 
 
 
RAZÕES DE APELAÇÃO 
 
Processo N° -------- 
 
Apelante: BRAD NORONHA 
Apelado: Ministério Público 
Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro 
Colenda Câmara Criminal 
 
 
1. Dos Fatos 
 
Em síntese: 
O Apelante f oi condenado como incurso nas penas do artigo 157, parágrafo 
segundo, inciso I do Código Penal – roubo majorado pelo emprego de arma – à 
pena de reclusão de 8 (oito) anos e 6 (seis) meses, a ser cumprida, inicialmente, 
no regime fechado. 
Conforme o descrito nos autos, o Apelante, durante o Inquérito Policial teria 
sido reconhecido pela vítima, através de um procedimento de reconhecimento 
visual, por um pequeno orifício, da sala onde se encontrava o Apelante. Durante 
a instrução criminal, a vítima não confirmou ter escutado disparos de arma de 
fogo, tampouco as testemunhas ouvidas confirmaram os tiros, embora afirmassem 
que o autor era portador de uma arma. 
A arma supracitada não foi apreendida, ainda, não houve qualquer perícia. 
Ouvidos em juízo os policiais, afirmaram que ao ouvirem gritos de ‘pega ladrão’, 
perseguiram o acusado. Relatando que durante a perseguição o acusado f oi 
apontado por transeuntes que viram o acusado jogando algo no córrego próximo, 
imaginando assim ser uma arma. 
Durante interrogatório, o acusado, ora Apelante, exerceu o seu direito de f icar em 
silêncio, tendo o juízo ‘a quo’ considerado, para a condenação e fixação da pena, 
tão somente os depoimentos das testemunhas e o reconhecimento feito pela vítima 
em sede policial. 
A decisão condenatória, contudo, merece ser reformada, senão vejamos. 
 
2. Das preliminares: 
Destaque-se, inicialmente, que a inobservância do disposto no artigo 226, II, do 
Código de Processo Penal, que impõe condições para o procedimento de 
reconhecimento de pessoas e, por isso mesmo, impõe se reconheça a nulidade 
processual, nos termos do artigo 564, IV do CPP. 
 
3. Do mérito: 
Evidentemente, observando os autos, merece o Apelante ser absolvido da 
imputação que lhe é feita através da denúncia. Não há qualquer prova de ter o 
acusado, ora Apelante, concorrido para a prática do crime de roubo, eis que não 
comprovada a autoria. 
Concretamente o que existe nos autos não serve para apontar autoria. A vítima 
reconheceu o acusado, ora Apelante, em procedimento totalmente impróprio e 
inadequado, já que ‘espiou’ por um pequeno orifício de porta em direção a sala 
onde se encontrava o réu. Assim procedendo, não observou a autoridade as 
condições impostas pela legislação penal para o reconhecimento de pessoas, 
expressamente dispostas no artigo 226, II do Código de Processo Penal. Assim, 
procedendo, incorreu, inclusive, em prova ilícita, contrariando, também, o contido no 
artigo 157 do CPP. 
Ressalta-se ainda, que a coleta da prova, irregular e ilícita, feita em sede 
policial, não tendo sido judicializada e, por isso mesmo, não pode ser usada para 
sustentar a condenação do acusado, ora Apelante. 
Além disso, há apontada nulidade, conforme explicitado em preliminar, já que o 
acusado deveria ter sido colocado em sala própria, ao lado de outras pessoas, a 
fim de que pudesse ser, verdadeiramente, identificado pela vítima. 
Assim, não há como se sustentar esteja provada a autoria, impondo- se, não 
reconhecida a nulidade, a absolvição, por ausência de prova da autoria. 
Alternativamente, há se de apontar para a ausência de comprovação da utilização 
de arma – se por hipótese, e por mera argumentação, aceitar -se tenha o agente 
sido o autor do delito. A arma não foi apreendida e, se ela existisse, deveria ter 
sido alcançada pois que os policiais afirmam ter sido a mesma jogada em um 
córrego. Embora a afirmação, não houve qualquer empenho na busca da suposta 
arma. 
Assim, apenas para argumentar, tivesse sido o agente autor de algum delito, esse 
não poderia ser de roubo majorado pelo emprego de arma. Não poderia, sequer, ser 
considerado crime de roubo, eis que não há prova, nos autos, do emprego de 
violência ou grave ameaçacontra pessoa. Assim, se alguma condenação deva 
pesar sobre o ora Apelante, essa deverá se constituir pela prática de furto, mas 
não de roubo. 
 
4. Do Pedido: 
Ante a todo o exposto requer o recebimento do pedido com a consequente r 
eforma da decisão anterior 
para decretar a absolvição do Apelante, com base no artigo 386, V do Código de 
Processo Penal, uma vez 
que não está provada tenha o acusado concorrido para prática da infração penal. 
Na impossibilidade da decretação da absolvição, que seja declarada nula a 
decisão condenatória, eis que 
não observadas as condições impostas para o reconhecimento de pessoas, 
existindo omissão quanto a 
formalidade essencial do ato, de acordo com o previsto no artigo 226, I I e 
artigo 564, IV do Código de Processo Penal. 
 
Ainda, não sendo possível a absolvição ou nulidade, seja o acusado, ora 
Apelante, beneficiado pelo princípio do in dúbio pro reo, a fim de vê-lo, no 
máximo, condenado por crime de furto, com causa de diminuição de pena e 
consequente modificação do regime de cumprimento de pena. Requer ainda o Autor a 
fixação de justa indenização com fulcro no artigo 630 do Código de Processo Penal. 
 
 
Por ser medida de Justiça, 
 
Pede Deferimento. 
 
Rio de Janeiro, 19 de novembro de 2018 
OAB ADVOGADO

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