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SUMÁRIO
CAP I INTRODUÇÃO	6
CAP. II DA PROVA NO PROCESSO PENAL	7
1. Conceito e Finalidade ou Objetivo da Prova	7
2.1 Fatos que Independem de Prova	7
2.2 Fatos que Dependem de Prova	8
2.3 Prova de Direito	9
3. Princípios da prova	9
3.1 Princípio da comunhão das provas	9
3.2 Princípio da liberdade de prova	9
3.3 Princípio da inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícito ou princípio da ilicitude da prova	10
3.3.1 Prova ilícita, ilegítima, irregular	10
3.3.2 Prova ilícita por derivação e a reforma trazida pela lei 11.690/2008	11
3.3.3 Prova ilícita em favor do réu. Princípio da proporcionalidade	12
4 Classificação das Provas	13
4.1 Quanto à natureza	14
4.2 Quanto ao valor	14
4.3 Quanto à origem	14
4.4 Quanto à forma ou aparência ou fonte	14
5. Meios de provas	15
5.1 Prova pericial	15
5.2 Exame de corpo de delito.	16
5.3 Testemunhal	16
5.4 Interrogatório	16
5.5 Confissão	17
5.6 Das perguntas ao Ofendido	18
5.7 Reconhecimento de pessoas e coisas (arts. 226 a 228 do CPP)	19
5.8 Reconstituição do delito	19
5.9 Busca e Apreensão	19
6. Do Ônus da Prova	20
7. Momentos Probatório	21
7.1 Proposição das provas	21
7.2 Admissão das provas	22
7.3 Produção das provas	22
7.4 Valoração das provas	22
8. Sistema de apreciação ou avaliação das provas	22
CAP. III DAS PERICIAS EM GERAL E DO EXAME DE CORPO DELITO	24
1. Conceito e objeto	24
2. Laudo pericial	25
3. Realização de pericia	25
4. Vinculação do juiz ao laudo	26
5. Distinção entre exame de corpo de delito e corpo de delito	26
5.1 Corpo de delito	26
5.2 Exame de corpo de delito	27
CAP. IV DO INTERROGATÓRIO	28
1. Conceito e natureza jurídica	28
2. Características	28
3. Conteúdo do Interrogatório	29
4. Espécies de Interrogatório	30
5. Momento do Interrogatório	31
6. Local da realização do interrogatório	31
7. Interrogatório por vídeo conferência	32
8. Participação do defensor	33
9. Teor das indagações dirigidas ao interrogatório e intervenção das partes	33
10. Silêncio e mentira do réu	33
CAP. DA CONFISSÃO	35
1. Conceito	35
2. Momento e efeitos da confissão	35
3. Classificação	36
3.1 Quanto ao lugar em que é obtida.	36
3.2 Quanto à plenitude	36
3.3 Quanto ao conteúdo	36
4. Características	37
5. Delação	37
CAP. VI PROVA TESTEMUNHAL	38
1. Conceito	38
2. Características das Testemunhas	38
3. Características da Prova Testemunhal	38
4. Classificação das Testemunhas	39
5. Colheita do testemunho	40
6. Dispensas e Proibições	40
7. Contradita	41
8. Declarações do Ofendido	41
CAP. VII RECONHECIMENTO DE PESSOAS OU COISAS	42
CAP. VIII DA ACAREAÇÃO	43
CAP IX DA PROVA DOCUMENTAL	44
1. Conceito	44
2. Requisitos para eficácia probante	44
3. Produção da prova documental	44
4. Indícios	44
5. Prova emprestada	45
6. Delação premiada	45
CAP. X DA BUSCA E APREENSÃO	47
1. Conceito	47
2. Oportunidade	47
3. Espécies	48
CAP. XI CONCLUSÃO	50
REFERÊNCIAS	51
CAP I INTRODUÇÃO
A prova no processo penal é instrumento indispensável no ordenamento jurídico pátrio como forma de permitir ao magistrado o livre convencimento motivado na solução de conflitos. A fim de julgar o litígio é necessário que o juiz conheça a realidade do fato sobre o qual versa, sendo o objetivo singular da prova justamente formar a convicção do magistrado, alegando a veracidade de um fato ou de ato jurídico no processo penal.
Diante disso o presente artigo pretende, de modo geral, analisar a prova do processo penal no âmbito legal e jurídico, delimitando objetivamente o papel da probatio e sua produção na fase postulatória. Buscou-se também elencar os princípios da prova, suas classificações, o ônus da prova no processo, os diferentes sistemas de apreciação de avaliação e apreciação das provas e do procedimento submetido na extração de tais provas pelo magistrado.
A primeira parte do presente estudo busca caracterizar, conceitualizar e objetivar a prova no processo penal, elencando os princípios que norteiam a produção das provas além das diferentes classificações, meios de produção e o thema probandum na instrução probatória.
Na segunda parte elencamos alguns tipos de prova em espécie, como o exame de corpo de delito, o interrogatório, confissão, prova testemunhal, o reconhecimento de pessoas ou coisas, a acareação, a prova documental e por fim da busca e apreensão.
Na realização deste trabalho fora realizadas pesquisas bibliográficas e jurisprudenciais além do método dedutivo, de forma então que se possa compreender a prova como elemento intrínseco do processo na formação de fatos e elementos comprobatórios para apreciação do magistrado e como alicerce do princípio do livre convencimento do juiz.
CAP. II DA PROVA NO PROCESSO PENAL
1. Conceito e Finalidade ou Objetivo da Prova
Para o entendimento do conceito da prova, faz se necessário a compreensão de sua finalidade. A prova tem como objetivo principal trazer a verdade ao processo e consequentemente possibilitar ao magistrado um real entendimento sobre o fato ocorrido. Desta forma FERNANDO CAPEZ conceitua prova como o conjunto de atos praticados pelas partes, juiz e terceiros destinados a levar ao magistrado a convicção acerca da existência ou inexistência de um fato, da falsidade ou veracidade de uma afirmação. Deste modo a prova deve trazer a verdade dos fatos.
Aury Lopes Jr. ao conceituar a prova traz uma ideia mais aprofundada, uma vez que ele diz que o processo penal é uma espécie de reconstrução de um fato já ocorrido e que nesse conceito as provas são meios através dos quais se fará essa reconstrução do fato passado.
2. Objeto da Prova
O objeto nada mais é do que aquele conjunto de fatos que levam o juiz a um entendimento sobre determinado fato de um processo ou que o leva a uma convicção final. Nesse caso não há de se falar no fato criminoso e sua autoria, mas em todas as circunstâncias objetivas quanto subjetivas que levaram àquele ato criminoso.
2.1 Fatos que Independem de Prova
Como já discutido, a prova só existe caso tenha alguma relevância para o esclarecimento de determinado caso, ou seja, deve haver um benefício para a elucidação de determinado fato.
A doutrina tem classificado os casos em que não há de se falar em necessidade de produção de provas.
Fatos intuitivos: São aqueles em que é obvio o entendimento, fazendo desnecessária a produção de provas, nesses casos não restam dúvidas dos fatos relativos a determinado crime, um exemplo utilizado por FERNANDO CAPEZ é o caso de um ciclista que é atropelado e seu corpo é dividido em pedaços. Nesse caso não há de se falar em produção de provas, seria algo desnecessário, por um motivo óbvio.
Fatos notórios: nesse caso há uma certeza, não resta dúvida alguma, são os fatos já sabidos, de forma que seria incoerente a produção de provas.
Presunções legais: são os casos que estão presentes em legislação, dessa forma não pode haver nenhuma discricionariedade, um exemplo é o caso de um menor de 18 anos, não há de se provar que determinado menor tinha a capacidade de entender o ato criminoso que praticou, pois já há uma lei tratando desse assunto, ela diz que os menores de 18 anos são inimputáveis, deste modo não há de se tentar provar o contrário.
Fatos Inúteis: São aqueles fatos que não geram nenhum benefício ou influência para o caso concreto, ou seja, não traz lucro algum para a solução de determinado caso. Esses fatos podem até ser verdadeiros, mas são insignificantes para o caso concreto, logo são dispensados de ser provados. Um exemplo simples, mas que retrata bem esse tópico é o caso em que a testemunha diz que o crime ocorreu no horário da janta, e o juiz pergunta qual o prato que foi servido, esse evento não traz relevância alguma para a elucidação do caso, diante disso deve ser dispensado.
2.2 Fatos que Dependem de Prova
Os fatos citados acima são a exceção, de forma que todos os outros fatos devem ser provados na esfera penal. O juiz, como visto, deve buscar a verdade real dos fatos que foram expostos, com issoele pode e deve questionar e pedir a produção de provas (art. 156 do código de processo penal), uma vez que ele deve buscar não ter dúvida alguma sobre o fato. Vale ressaltar que o juiz deve pedir esclarecimento do que lhe pareça duvidoso, para assim tomar a sua decisão de forma coerente.
 
As provas devem seguir alguns princípios basilares essenciais para que não haja nenhum vício, são eles: 
Deve se admissível: deve ser permitida pelo ordenamento jurídico ou costumes, é nesse aspecto que surge a vedação de provas ilícitas, entre outras.
Deve ser pertinente ou fundada: esse é o contraponto para a prova de fatos inúteis, ou seja, a prova deve ser pertinente, deve trazer benefícios para o andamento do processo.
Deve ser concluente: deve surgir para o esclarecimento de um fato em que há dúvidas.
Deve ser possível de realizar: não adianta haver um pedido impossível.
Diante disso, pode-se concluir que a prova tem um caráter essencial e indispensável, porém existem exceções, o caso dos fatos que independem de provas. Dessa forma, como regra geral, não pode haver a negativa de produção de prova, podendo, se for o caso, ser declarada a ilegalidade desse fato.
2.3 Prova de Direito
O juiz precisa conhecer o direito para que possa proferir uma sentença “iure novit cúria”. Mas para isso é necessário à produção de provas. Os arts.158 a 250 do código de processo penal são os responsáveis por disciplinar produção de provas em nosso ordenamento jurídico, é importante destacar que os referidos artigos têm caráter exemplificativo, uma vez que permite as chamadas provas inominadas, ou seja, as que não estão presente no código de processo penal.
3. Princípios da prova
3.1 Princípio da comunhão das provas
Esse princípio tem grande aplicabilidade em meio ao processo penal, uma vez que ele protege o direito de que, a prova produzida pertence ao processo, dessa forma uma vez ela produzida, tanto o polo passivo quanto o polo ativo poderá utiliza-la.
3.2 Princípio da liberdade de prova
Esse princípio tem como ideia principal trazer a verdade processual, uma vez que no processo o objetivo final é conseguir encontrar a verdade dos fatos, e com isso é necessário que haja liberdade para a produção de provas.
3.3 Princípio da inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilícito ou princípio da ilicitude da prova
A própria lei maior, promulgada em 1988, inovou trazendo um dispositivo que protege os meios para que seja obtida uma prova. A constituição diz que é inadmissível a produção de provas por meio ilícito (art.5º, LVI CRFB). Deste modo o constitucionalista Uandi Lammêgo Bulos diz que:
Provas obtidas por meios ilícitos são as contrárias aos requisitos de validade exigidos pelo ordenamento jurídico. Esses requisitos possuem natureza formal e material. A ilicitude formal ocorrerá quando a prova, no seu momento introdutório, for produzida a luz de um procedimento ilegítimo, mesmo se for licita a sua origem. Já a ilicitude material delineia-se através da emissão de um ato antagônico ao direito e pelo qual se consegue um dado probatório, como nas hipóteses de invasão domiciliar, violação do sigilo epistolar, constrangimento físico, psíquico ou moral a fim de obter confissão ou depoimento de testemunha etc
As provas proibidas ou vedadas ou ainda chamadas de provas defesas, são divididas em duas principais as quais se diferenciam sobre a matéria de sua ilicitude. Sendo uma contendo um vício formal e outra um vício material.
3.3.1 Prova ilícita, ilegítima, irregular
Prova ilegítima: é aquela prova que ofende os princípios de obtenção de prova, no que diz respeito a um vicio processual. Quando nos referimos a vícios processuais devemos entender que está relacionado a um dispositivo legal que é afrontado. Para o melhor entendimento podemos citar o artigo 479, caput do código de processo penal o qual não permite que no julgamento seja feita leitura ou qualquer outro meio de exibição de provas obtidas e que não foram juntadas aos autos do processo no prazo legal. Desta forma fica claro o entendimento, visto que, nesse caso concreto, o único vicio é referente ao momento em que a prova surgiu, portanto tora-se uma prova ilegítima.
Prova ilícita: Se por um lado à prova ilegítima apresenta um vício meramente formal, por outro lado à prova ilícita reverte-se de um vício material, podendo a prova ilícita ser decorrente de um crime ou uma contravenção penal ou até mesmo afrontando os próprios princípios constitucionais. Interessante entender, que a prova ilícita se reveste de tal ilicitude que mesmo que traga a verdade sobre o fato preterido será, como regra geral, descartada, para que haja a proteção ao Estado Democrático de Direito.
Prova irregular: Essa prova tem um caráter de desrespeito a formalidades legais existentes, logo são meros atos permitidos em lei que possuem algum vicio em sua execução, um exemplo é a expedição de mandado sem o fim da diligência.
3.3.2 Prova ilícita por derivação e a reforma trazida pela lei 11.690/2008
As provas ilícitas por derivação são aquelas que por si só são licitas, porém decorrem de outra prova que contenha algum tipo de vicio, e dessa forma ela torna-se uma prova vedada. Nesse contexto que surge a teoria americana chamada “Teoria dos Frutos da Árvore Envenenada”, a qual defende justamente esse ponto de vista, uma vez que uma arvore envenenada não pode dar bons frutos e deste modo uma prova que contenha um vicio compromete todas as provas decorrentes dela. Nesse sentido Grinover, Scarance e Magalhães sustentam que:
A ilicitude da prova se transmite a tudo o que dela advier sendo inadmissíveis as provas ilícitas por derivação, dentro de nosso sistema constitucional na posição mais sensível as garantias da pessoa humana, e consequentemente mais intransigente com os princípios e normas constitucionais, a licitude da obtenção da prova transmite-se as provas derivadas, que são igualmente banidas do processo.
Com o advento da lei 11.690/2008 ocorreu uma mudança significativa para o código de processo penal, sobre o tema em questão, uma vez que a referida lei surgiu com o intuito de dirimir quaisquer dúvidas no que diz respeito às provas de natureza ilícita ou ilegítimas sendo elas, primárias ou derivadas. Porém, esse dispositivo legal traz características que devem ser analisadas. Em primeiro lugar é interessante entender que a referida norma legal não pode, de maneira alguma, influir contra os princípios constitucionais, como o princípio da proporcionalidade. Importante destacar que a lei tem a intenção de externar o que a doutrina já vem entendendo.
Deixando um pouco de lado o princípio da proporcionalidade, devemos entender outros aspectos ligados a esse tema.
Em primeiro lugar a lei refere-se ao nexo de causalidade, não havendo nexo de causalidade, ou seja, uma combinação de eventos e possibilitaram na obtenção de determinada prova, não há de se falar em prova vedada, uma vez que, nesse caso, não pode ser mencionada a teoria dos frutos da arvore envenenada, pois a prova é distinta e não se vincula de forma alguma a prova originária.
O segundo aspecto levantado sobre esse artigo é o de uma prova cuja descoberta seria inevitável. Nesse caso em questão não podemos descartar tal prova, mesmo ela sendo decorrente de outra obtida por meio ilícito, visto que já seria descoberta sem que ocorresse o primeiro evento. Nesse caso não resta dúvidas ao considerar a prova.
3.3.3 Prova ilícita em favor do réu. Princípio da proporcionalidade
Nossas normas constitucionais e infraconstitucionais visam trazer estabilidade ao ordenamento jurídico, dessa forma que surge a ideia de novas leis e emendas. Porém, não é raro que haja vícios nessas leis e esses vícios em muitos casos tornam inacessível a busca pela justiça, nesse contexto que surge a importância dos princípios, uma vez que esses buscam chegar à perfeição de um Estado Democrático de Direto.
Foi com o momento pós-segunda guerra, na Alemanha, que surgia a ideia de um princípio da proporcionalidade,uma vez que em alguns casos ocorrem, contraste entre princípios, desse modo sempre há a necessidade de se retornar a aquela discursão. Até que ponto uma prova ilícita pode de ser considerada? Ou até mesmo, será que a verdade real está abaixo de uma determinada normal legal? É nesse contexto que o princípio da proporcionalidade quer intervir, para que o direito se adeque as mais diversas situações.
Vale ressaltar que há uma extrema cautela quando é utilizado o princípio da proporcionalidade, no direito alemão, dado que tal princípio é uma exceção à regra, de modo que Luiz Carlos Branco afirma :
No direito alemão, o princípio da proporcionalidade requer três qualidades para o ato administrativo: 1) adequação, ou seja, o meio empregado na atuação deve ser compatível com sua finalidade; 2) exigibilidade, isto é, a conduta deve ser necessária, não havendo outro meio menos gravoso ou oneroso para atingir o fim público; 3) proporcionalidade em sentido estrito, em que as vantagens almejadas superem as desvantagens. 
Nos Estados Unidos também há de se falar no princípio da proporcionalidade, chamado de princípio da razoabilidade. Para eles se uma prova ilícita ou ilegítima for necessária para evitar uma condenação injusta, certamente deverá ser aceita. Porém, ensina marco zilli: “por mais que o princípio da proporcionalidade tenha sido invocado por alguns como meio de minimizar eventuais distorções, não será possível reduzir a garantia da proibição das provas ilícitas ao terreno da excepcionalidade”.
Interessante ressalvar que no Brasil vigora o princípio constitucional da proporcionalidade no que se refere à proteção do direito a vida, liberdade e segurança.
Nesse contexto o princípio da proporcionalidade surge com uma ideia de garantia, Torquato Avolio, afirma que:
A aplicação do princípio da proporcionalidade sob a ótica do direito de defesa, também garantido constitucionalmente, e de forma prioritária no processo penal, onde impera o princípio do favor rei, é de aceitação quase unanime pela doutrina e jurisprudência.
Se de um lado temos a vedação atribuída na lei 11.690/2008 por outro lado temos o princípio da proporcionalidade, se tal princípio pode ser cabível em caso determinado e de relevância comprovada, podemos utiliza-lo como uma forma de segurança jurídica ao nosso ordenamento, visto que não existe mal algum em provar a inocência de um acusado. Greco filho explica:
Uma prova obtida por meio ilícito, mas que levaria a absolvição de um inocente (...) teria de ser considerada, porque a condenação de um inocente é a mais abominável das violências e não pode ser admitida ainda que se sacrifique algum outro preceito legal.
Dessa forma o objetivo é fornecer uma maior segurança jurídica, a lei não pode ser escudo para perpetuar condenações injustas. 
4 Classificação das Provas
4.1 Quanto à natureza
a) Direta: é aquele que diz respeito ao fato principal, ou seja, chega ao resultado final, um exemplo é o caso uma testemunha ocular de determinado crime.
b) Indireta: é aquele que alcança o resultado final através de um raciocínio, está diretamente ligado ao primeiro fato, porém indiretamente ligado ao fato final, um exemplo é o caso do álibi.
4.2 Quanto ao valor
a) Plena (perfeita ou completa): é aquela prova indiscutível, a qual traz uma certeza ao magistrado, não havendo dúvidas.
b) Não plena (imperfeita ou incompleta): é revestida de um caráter dedutivo, é uma mera probabilidade, não há de se falar em certeza.
4.3 Quanto à origem
a) Originária: é a primeira prova, ou seja, a prova inicial, não advém de nenhuma outra prova.
b) Derivada: é a prova decorrente de outra, nesse tipo de prova há necessariamente uma vinculação, uma dependência, de modo que existe um nexo causal da prova originaria em relação à derivada.
4.4 Quanto à forma ou aparência ou fonte
a) Testemunhal: é aquela a qual tem a presença de testemunhas.
b) Documental: tem como objeto de prova um documento
c) Material: são provas obtidas por meios científicos, exemplo seriam exames médicos e vistorias.
5. Meios de provas
Os meios de provas são considerados de suma importância no processo para o convencimento do magistrado. E são considerados todo meio, direta ou indiretamente, que sirva para demonstrar a existência e a veracidade, seja documentado ou alegado que leve a uma melhor formação de convicção.
"Provar é demonstrar de algum modo e certeza de um fato ou a veracidade de uma
afirmação." (Couture)
5.1 Prova pericial
No Código de Processo Penal a prova pericial é tratada nos arts. 158 a 184. A perícia é a diligência realizada ou executada por perito, a fim de esclarecer ou evidenciar certos fatos, de forma científica e técnica. Perito é aquele que tem conhecimento técnico sobre determinada área e sua função é a da verificação da verdade ou da realidade de certos fatos. No processo penal, a perícia é, via de regra, realizada por perito oficial, ligado ao Estado, sendo que cada estado da federação possui seu próprio instituto de criminalística.
“A prova pericial é considerada uma prova técnica, na medida em que sua produção exige o domínio de determinado saber técnico”. Moreno Catena
O perito é um auxiliar da justiça, não está subordinado a autoridade policial, tendo sua autonomia garantida. Segundo o art. 184, CPP a prova pericial cabe somente quando for útil para o descobrimento da veracidade. No art. 159, CPP temos que o laudo pode ser subscrito por apenas um perito. A conclusão do perito pode ou não ser subjetiva.
No processo penal, isso não é comum porque geralmente a perícia é realizada logo depois do acontecimento do crime. Portanto, essa perícia pode ser questionada em juízo porque à época de sua realização não havia defensor constituído. Isso é o que se chama de contraditório diferido (postergado, transferido). De acordo com o art. 5, LVIII, CF o criminoso “civilmente identificado não será submetido a identificação criminal”. A Lei 12.037/09, em seus arts. 2°, 3° e 5° apresenta esclarecimentos e requisitos quando a identificação do criminoso.
5.2 Exame de corpo de delito.
Em relação aos crimes que deixarem vestígios, será indispensável a realização do exame de corpo de delito (art. 158, CPP) Corpo de delito é o conjunto dos vestígios que caracterizam a existência do crime. Não se confunde corpo de delito com o exame das lesões da vítima.
 
“A mais importante das perícias é exatamente o exame de corpo de delito, ou seja, o exame técnico das coisas ou pessoas que constituiu a própria materialidade do crime (portanto, somente necessário nos crimes que deixam vestígios)”. Aury Lopes
 	
O exame de corpo de delito envolve inclusive o processamento da cena do crime e pode ser tanto direto (art. 161) quanto indireto (art. 167, CPP). A materialidade dos fatos muitas vezes de vai ser comprovada por meio de exame pericial. Nesse sentido, podemos ter 3 situações: exame de lesões corporais, exame necroscópico e exumação.
5.3 Testemunhal
 Testemunha é a pessoa que atesta a veracidade de um fato. Portanto, a testemunha presta o compromisso de dizer a verdade (art. 203, CPP). Uma das mais inseguras do processo, a prova testemunhal está prevista no CPP nos arts. 202 ao 255.
 
Do ponto de vista quantitativo, é uma prova interessante. Do ponto de vista qualitativo, não. Diz-se isso porque a testemunha pode não se lembrar com exatidão dos fatos. Ou então, aliada ao critério subjetivo das convicções pessoais da vítima, pode influenciar no depoimento da testemunha. Ainda, há também o temor da testemunha sofrer repressões em virtude de suas declarações.
5.4 Interrogatório
 Quando tratamos de interrogatório como meio de prova, é importante observar que três correntes se formaram.
“O valor probatório do interrogatório, propugnamos por um modelo constitucional em que o interrogatório seja orientado pela presunção de inocência” Aury Lopes
A primeira corrente, no princípio, entendia como o interrogatório sendo um meio de prova. A segunda, por sua vez, dizia queo interrogatório era um meio de defesa. Já a terceira e mais aceita corrente afirma que o interrogatório é predominantemente um meio de defesa, mas não deixa de ser um meio de prova, pois o juiz pode levar em conta o que o réu está falando para formular a sua convicção.
Ressalte-se que o interrogatório é um ato pessoal do juiz, não podendo delegar para qualquer outra pessoa. Além disso, deve ser realizado na presença de um defensor. 
No tocante ao procedimento, o art. 400, CPP dita que o réu será o último a ser interrogado, para que possa ter conhecimento de toda as provas produzidas contra ele. Já no Tribunal do Júri o réu será interrogado duas vezes, a saber: pela polícia e na plenária. 	Ainda com relação ao procedimento, a Lei de Drogas (11.343/06), em seus arts. 48 a 59, estabelece regras especiais para o interrogatório, como por exemplo, que o do réu será antes do depoimento da vítima (art. 57). No art. 187, CPP o legislador prevê o modo como de verá ser conduzido o interrogatório. Vejamos que na primeira parte o juiz interrogará sobre a pessoa do acusado, colhendo informações como nome, idade, profissão e endereço, e apenas na segunda parte inquirirá sobre o fato.
Por fim, ressaltamos que a realização do interrogatório é obrigatória. Contudo, é previsto o direito do sujeito interrogado manter-se calado, vez que ninguém pode ser obrigado a produzir provas contra si mesmo.
 5.5 Confissão
 Confissão é o ato de reconhecimento, pelo acusado, da imputação que lhe é feita. Alguns doutrinadores entendem que a confissão é um meio atípico de prova, uma vez que seria declaração de vontade do réu em sua defesa.
Na Idade Média, a confissão era considerada a rainha das provas (“Regina probatorium”), válida ainda que obtida por meio de tortura. De acordo com as disposições do Código de Processo Penal a confissão deve ser corroborada por outras provas.
No processo penal não predomina a ideia do fato incontroverso, com o no processo civil. A confissão não supre o exame pericial a medida que é necessário confirmar a materialidade do delito. O valor da confissão é o mesmo que das outras provas.
Hassan Choukr adverte que é necessário fazer um ajustamento da confissão aos termos da Constituição e o CADH, de modo que somente pode ser valorada a confissão feita com plena liberdade e autonomia do réu; que tenha sido informado e “compreendido substancialmente” seus direitos constitucionais; que tenha produzido em juízo (jurisdicionalizado); e que tenha sido assistido por defensores técnicos.
5.6 Das perguntas ao Ofendido
Sempre que possível o juiz deverá proceder à oitiva do ofendido, por ser ele pessoa apta, em muitos casos, a fornecer informações essenciais em relação ao fato criminoso. Regularmente intimado, se não comparecer poderá ser conduzido coercitivamente. Será ele indagado sobre as circunstâncias da infração, se sabe quem é o autor e quais as provas que pode indicar.
Nos termos do código, o ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à sentença e respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem Cuida também o código da proteção do ofendido, dispondo que antes do início da audiência e durante a sua realização, será reservado espaço separado para ele, determinando, ainda, que o juiz tome as providências necessárias à preservação da intimidade, vida privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações constantes dos autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de comunicação.
5.7 Reconhecimento de pessoas e coisas (arts. 226 a 228 do CPP)
É um meio de prova pelo qual uma pessoa admite e afirma como certa a identidade de outra ou a qualidade de uma coisa, partindo da premissa, a pessoa que vai fazer o reconhecimento deve descrever a pessoa que será reconhecida.
Trata-se de uma prova cuja a forma de produção está estritamente definida e, partindo da premissa de que, em matéria de processual penal, forma é garantia, não há espaço para informalidade judicial. Infelizmente, prática bastante comum na praxe forense consiste em fazer (reconhecimentos informais) admitidos em nome do princípio do livre convencimento motivado. Aury Lopes.
5.8 Reconstituição do delito
Prevista no art. 7º do Código de processo Penal pátrio, ipsis verbis: “Para verificar a possibilidade de haver a infração sido praticada de determinado modo, a autoridade policial poderá proceder à reprodução simulada dos fatos, desde que esta não contrarie a moralidade ou a ordem pública”.
Possuindo dois limites normativos, o primeiro vem descrito no art. 7 que recorre nas fórmulas jurídicas abertas, como a “moralidade” ou de “ordem pública”. O segundo está visível na Constituição, art. 5, LV, e na CADH, quanto ao direito de não produzir provas contra si mesmo.
O Estado não pode exigir que o cidadão se auto incrimine ou fornecendo elementos de prova que podem complicar-lhe a situação numa futura ação penal. Nemo tenetur se detegere é o brocardo que sinaliza que ninguém é obrigado a acusar a si próprio. Incumbe aos órgãos da persecução penal reunir as provas da autoria e materialidade da infração. O suspeito pode restar completamente inerte, sem que nenhuma presunção possa ser derivada de seu comportamento.
5.9 Busca e Apreensão
No rol de provas previsto no Código de Processo Penal Brasileiro, a busca e apreensão é assim conceituada por Aury Lopes; busca é uma medida instrumental e, apreensão é uma medida cautelar probatória.
A busca tem por objetivo encontrar objetos ou pessoas, ao passo que a apreensão é a medida que a ela se segue. Temos que distinguir os institutos: a busca é a procura, a diligência que objetiva encontrar o que se deseja, ao passo que a apreensão é medida de constrição, para acautelar, pôr sob custódia determinado objeto ou pessoa. Nada impede que exista busca sem apreensão, e vice-versa. Na primeira hipótese, a diligência pode ser frustrada, não se encontrando o que se procura, ou ter simplesmente o objetivo de identificar determinada circunstância, como, por exemplo, gravar imagens de um determinado local. Já a apreensão também pode ser realizada sem a prévia busca, quando, o objeto é entregue voluntariamente à autoridade.
Terá lugar a busca domiciliar quando fundadas razões a autorizarem, para (art. 240, CPP): Aprender criminosos; apreender coisas achadas ou obtidas por meio criminosos; apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso; descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu; apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato (hipótese de constitucionalidade bastante discutida na doutrina, posicionando-se a corrente majoritária pela inconstitucionalidade da norma); apreender pessoas vítimas de crimes; colher qualquer elemento de convicção.
6. Do Ônus da Prova
Fala-se em ônus da prova partindo de uma premissa privatística de que em um processo as partes não são obrigadas a produzirem qualquer prova. Assim, o ônus da prova serviria como um estímulo às partes a produzirem provas acerca de suas afirmações, pois sabedor das consequências em caso de inércia nessa atividade.
Pietro Perlingieri define ônus da seguinte maneira:
O ônus é a situação passiva na qual o titular deve comportar-se não no interesse de outrem, mas sim, próprio. O ônus é definido [...] como obbligo protestativo, no sentido de que o se o titular pode realizá-lo ou não. [...] representa uma situação instrumental para alcançar um resultado útil para o titular. (PERLINGIE RI. p. 698).
E, trazendo justamente o exemplo do ônus da prova, completa o professor italiano que “o adimplemento do ônus da prova não realiza um direitode outrem, mas o próprio interesse do titular” (PERLINGIERI, p. 699).
No sistema inquisitório, a presidência se encontra nas mãos do mesmo órgão que requer e produz as provas. Fixadas as premissas de que o sistema probatório no processo penal é regido por ônus, e que ao Ministério Público, por ser parte também lhe é atribuído tal ônus, cabe no presente momento debruçar acerca d a forma como o ônus da prova é distribuído no processo penal.
Como o artigo 156 do CPP não é tão específico (Art. 156. A prova da alegação incumbirá a quem a fizer, sendo, porém, facultado ao juiz de ofício), tradicional doutrina acaba por aplicar entendimento análogo ao processo penal. Vejamos como Fernando Capez cuida do tema da distribuição do ônus da prova:
A prova da alegação (ônus probandi) incumbe a quem a fizer (CPP, art. 156, caput, com a redação determinada pela Lei n. 1 1.690 /2008). Exemplo: cabe ao Ministério Público provar a existência do fato criminoso, da sua realização pelo acusado e também a prova dos elementos subjetivos do crime (dolo ou culpa); em contrapartida, cabe ao acusado provar as causas excludente s da antijuridicidade, da culpabilidade e da punibilidade, bem como circunstâncias atenuantes da pena ou concessão de benefícios legais (CAPEZ, p. 3 96).
7. Momentos Probatório
 Procedimento ou momento probatório é o grupo de atos com o propósito de alcançar, no processo, a verdade processual ou histórica, formando o livre convencimento do juiz. Objetiva a realização prática dos meios de prova a fim de estabelecer, o mais que possível, a certeza dos fatos dentro do caso penal.
Esse procedimento probatório é dividido em 4 fases: proposição das provas, admissão das provas, produção das provas e valoração das provas.
7.1 Proposição das provas
É ato das partes quando da postulação em juízo. O Ministério Público, ao oferecer sua denúncia, arrola suas testemunhas, requer às diligências que entender cabíveis, bem como a juntada aos autos dos documentos necessários ao esclarecimento da verdade, tudo em conformidade com que dispõem os arts. 41, 399 e 231, do CPP
7.2 Admissão das provas
É a fase onde o juiz analisa a prova, ou seja, se ela é viável ao processo ou não. É quando o juiz admite as provas no processo. É importante observar esse momento, pois se ilegais as provas não podem ser valoradas. Segundo Capez (2012, p. 398): “toda prova requerida pelas partes, devem ser deferidas, salvo quando protelatória ou impertinente”.
7.3 Produção das provas
 São as provas indicadas pelas partes e reproduzidas em juízo. Elas são realizadas e introduzidas nos autos. De acordo com Rangel, o primeiro ato processual a se produzir em juízo é o interrogatório, porém, agora com intervenção das partes. Art. 188 CPP: “Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante”.
7.4 Valoração das provas
É o valor que o juiz atribui às provas produzidas, de acordo com a sua convicção. É onde o juiz decide pela procedência ou improcedência da pretensão punitiva. É importante ressaltar que se o juiz valorar mal a prova, haverá, em princípio error in judicando, possibilitando a declaração, em segundo grau, de reforma ou modificação de sentença. (RANGEL, 2006).
8. Sistema de apreciação ou avaliação das provas
 É composto por três sistemas de valoração da prova o primeiro sistema da íntima convicção do juiz: é aquele que permite que o juiz avalie a prova com ampla liberdade, porém, sem a obrigação de fundamentar seu ato d e 10 decidir. No Brasil, esse sistema é adotado a penas no tribunal do júri, visto que o jurado não é obrigado a fundamentar sua decisão (art. 5º, XXVIII, CF 1998).
O segundo sistema é o das regras legais ou certeza moral do legislador ou prova tarifada: A lei atribui o valor a cada prova, cabendo ao juiz simplesmente obedecer ao mandamento legal. Não é adotado no CPP, salvo em algumas hipóteses em que a lei determina:
O terceiro sistema é o do livre convencimento motivado ou persuasão racional: é o sistema de valoração da prova adotado pelo Brasil onde o julgador tem liberdade para decidir de acordo com o que foi trazido nos autos, podendo até, se necessário for, afastar alguma prova desde que suas decisões sejam fundamentadas sob pena de vício determinante de nulidade absoluta.
Deve ser destacado que os elementos informativos, ou seja, aqueles produzidos e m fase pré-processamento, isoladamente considerados, não são aptos a fundamentar um a sentença condenatória, entretanto, não devem ser completamente desprezados, podendo se somar a prova produzida em juízo, servindo como mais um elemento na formação da convicção do juiz. Sobre isso devemos observar o artigo 155, do CPP.
CAP. III DAS PERICIAS EM GERAL E DO EXAME DE CORPO DELITO
1. Conceito e objeto
A perícia é o meio típico de produção de prova, está prevista no Capítulo II do título VII do CPP. Perícia é toda atuação de técnicos ou doutos, promovida pela autoridade competente, com a finalidade de esclarecer a Justiça sobre u m fato de natureza permanente ou duradouro. (Almeida Junior e Costa Junior citado por Guilherme de Souza Nucci).
O CPP, em seu artigo 159, delimita a competência para a realização da perícia, tendo de ser realizada por perito oficial, portador de diploma de curso superior e, na falta deste, por “2 (duas) pessoas idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame.”
O exame de Corpo de Delito é um tipo de prova técnica, feita por profissional qualificado, sendo materializado em laudo pericial buscando comprovar a materialidade e autora delitiva. Regula o art. 158 do Código de Processo Penal que: “Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo de delito, direto ou indireto, não podendo supri-lo a confissão do acusado”. 
Diz-se que o exame de corpo de delito é direto quando a análise recai diretamente sobre o objeto, ou seja, quando se estabelece uma relação imediata entre o perito e aquilo que está sendo periciado. Nesse sentido, o perito analisa diretamente e sem nenhuma intermediação o conjunto de vestígios resultantes do crime. (Aury Lopes JR. Pag. 430)
Por outro lado, o exame de corpo delito indireto ocorre quando os vestígios do crime desaparecem, e assim a produção de outros tipos de prova irão complementar a falta do exame direto, como prova testemunhal, filmagens, gravações de áudio e etc. Seria então emitido um laudo contendo tais informações.
Sendo assim, o exame de corpo de delito é obrigatório para a autoridade a determinação da perícia quando a infração deixar vestígios, porem tal exame pode ser suprido por outros meios de prova caso não existam mais vestígios ou as circunstancias do crime não permitirem a confecção do laudo, vale salientar porem que a realização de prova diversa não dispensa o exame de corpo de delito, o STJ, em seu AREsp 1339073, cujo relator fora o ministro Felix Fischer, reafirma tal fato.
2. Laudo pericial
O laudo pericial é documento confeccionado pelo perito cujo teor materializa os fatos analisados no qual descreve minuciosamente o que examinou e responde aos quesitos da autoridade policial que solicitou o exame. O laudo então é encaminhado à autoridade solicitante e passa a integrar os autos do inquérito policial.
No laudo haverá explicação minuciosa do fato, contendo quatro partes: preâmbulo, exposição, discussão e conclusões. O preâmbulo contém o nome dos peritos, seus títulos e objeto da perícia. A exposição é a narração de tudo quanto foi observado. A discussão é a análise crítica dos fatos observados, com exposições de argumentos, razões ou motivos que informam o parecer do perito. Na conclusão, ele responde de forma sintética aos quesitos do juiz e das partes.
O prazo para o laudo pericial é previsto no Art. 160, parágrafo único do CPP:
Art.160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados.
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 dias, podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos. 
Vale salientar que a não observância do prazo na elaboração do laudo pericial viola uma norma de direito processual penal, gerando vício na sua confecção. Produzindo assim nulidade relativa, observado o disposto no Art. 564, IV do CPP. 
3. Realização de pericia
A perícia será realizada sempre quando for essencial para o esclarecimento da verdade dos fatos, ou seja, o juiz ou autoridade policial pode indeferir a realização da perícia, salvo no caso do art. 158, caso não trazer ou confirmar nenhum fato que já se tenha evidencias claras, o chamado Fumus comissi delicti.
O método de realização da perícia varia de caso a caso, como dito anteriormente a perícia pode ser direta ou indireta, a regra é que se utilize da perícia direta para a verificação dos fatos do ilícito penal, só sendo descaracterizada esse como último recurso, diante da impossibilidade ou dispensa.
Há casos onde a perícia indireta é inadmissível, devido a natureza do crime e o corpo de delito que o constitui. Aury Lopes júnior traz o exemplo dos delitos envolvendo substâncias entorpecentes, onde para a comprovação do ativo o exame direto para a comprovação da substancia se mostra imprescindível.
4. Vinculação do juiz ao laudo
O Art. 182 do código de processo penal traz o pressuposto de que o laudo pericial não vincula o magistrado, isso em consonância também com o princípio do livre convencimento motivado, previsto no Art. 155 também do CPP, traz a ideia de que caso o juiz entenda que o laudo seja desnecessário, o mesmo pode desconsidera-lo de apreciação no processo, desde que fundamente os motivos pelo qual chegou a tal dedução. 
O STJ é pacificado quanto a isso, conforme dispõe o HC Nº 358885:
Conforme o princípio do livre convencimento motivado e consoante o disposto no art. 182 do Código de Processo Penal, o laudo pericial não vincula o magistrado, que poderá aceita-lo ou ignora-lo, no todo, ou em parte, desde que o faça em decisão validamente motivada.
5. Distinção entre exame de corpo de delito e corpo de delito
5.1 Corpo de delito
O Corpus Delicti é o conjunto de vestígios deixados pelo fato do crime, é o fator material que compõe o crime; o cadáver deixado para trás, a coisa furtada, a substancia entorpecente e etc.
5.2 Exame de corpo de delito
O exame de corpo de delito é a perícia feita na materialidade do crime, ou seja, a perícia feita no Corpus Delicti. Conceitua Guilherme Nucci: “Corpo de delito é a materialidade do crime. Exame de corpo de delito é a perícia que se faz para apontar a referida materialidade. Logo, não são sinônimos.”
CAP. IV DO INTERROGATÓRIO
1. Conceito e natureza jurídica
Capez conceitua o interrogatório como um ato judicial no qual o juiz ouve o acusado sobre a amputação contra ele formulada, sendo este um ato privativo do juiz e personalíssimo do acusado, possibilitando assim a autodefesa.
A ampla defesa é analisada sob dois aspectos, a defesa técnica, aquela exercida por profissional legalmente habilitado e indispensável, e a autodefesa, sendo este um ato exclusivo do acusado, podendo ser renunciável. Capez informa que o interrogatório consiste em um meio de prova que traz ao réu a autodefesa, tendo a possibilidade de materializar o seu direito de audiência.
2. Características
As características do interrogatório, citadas por Capez, consistem em: Ato processual personalíssimo; ato privativo do juiz; ato oral; ato não preclusivo.
O ato processual personalíssimo, segundo o autor, consiste que somente o réu pode ser interrogado, porém, sendo público, tal ato pode ser assistido por qualquer pessoa.
É um ato privativo do juiz pelo fato de somente o magistrado poderá interrogar o acusado, sendo vedado a interferência no ato da defesa ou da acusação, podendo pedir esclarecimentos dos mesmos ao final do interrogatório, assim como previsto no artigo 188 do CPP: “Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante”.
A presença do defensor no ato é obrigatória, nos termos do art. 185 caput: “O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado”. Capez ressalva que a presença do Ministério Público neste ato, inicialmente, não é obrigatória.
O interrogatório consiste em ato oral, exceto em caso de se tratar de pessoa surda, muda, surda-muda ou estrangeiro que desconheça a língua portuguesa.
Consiste em ato não precluso pelo fato do interrogatório poder ser realizado a qualquer momento, assim como prevê o art. 196 do CPP: “A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das partes”.
3. Conteúdo do Interrogatório
O artigo 187 do Código de Processo Penal divide o interrogatório em duas partes: interrogatório de identificação e interrogatório de mérito.
Art. 187. O interrogatório será constituído de duas partes: sobre a pessoa do acusado e sobre os fatos
§ 1o Na primeira parte o interrogando será perguntado sobre a residência, meios de vida ou profissão, oportunidades sociais, lugar onde exerce a sua atividade, vida pregressa, notadamente se foi preso ou processado alguma vez e, em caso afirmativo, qual o juízo do processo, se houve suspensão condicional ou condenação, qual a pena imposta, se a cumpriu e outros dados familiares e sociais.
 § 2o Na segunda parte será perguntado sobre: 
I - ser verdadeira a acusação que lhe é feita; 
II - não sendo verdadeira a acusação, se tem algum motivo particular a que atribuí-la, se conhece a pessoa ou pessoas a quem deva ser imputada a prática do crime, e quais sejam, e se com elas esteve antes da prática da infração ou depois dela; 
III - onde estava ao tempo em que foi cometida a infração e se teve notícia desta;
IV - as provas já apuradas; 
V - se conhece as vítimas e testemunhas já inquiridas ou por inquirir, e desde quando, e se tem o que alegar contra elas
VI - se conhece o instrumento com que foi praticada a infração, ou qualquer objeto que com esta se relacione e tenha sido apreendido; 
VII - todos os demais fatos e pormenores que conduzam à elucidação dos antecedentes e circunstâncias da infração; 
VIII - se tem algo mais a alegar em sua defesa.
O interrogatório de identificação busca identificar o acusado, individualizando-o e garantindo que aquela pessoa seja realmente o denunciado, dentre outros aspectos previstos no parágrafo primeiro do artigo supramencionado.
No segundo parágrafo do art. 187 é legislado sobre o que deve ser perguntado no ato, sendo adaptado. Este é o interrogatório de mérito, sendo neste momento iniciado a autodefesa, podendo o acusado responder o que desejar, podendo permanecer em silêncio caso opte.
4. Espécies de Interrogatório
Existem interrogatórios que devem ser realizados de maneira diversa, é o caso de interrogatório de analfabeto com deficiência de se comunicar; do estrangeiro; mudo, surdo e do surdo-mudo. Previstos nos artigos 192 e 193 do CPP:
Art. 192. O interrogatório do mudo, do surdo ou do surdo-mudo será feito pela forma seguinte:
I - ao surdo serão apresentadas por escrito as perguntas, que ele responderá oralmente;
 II - ao mudo as perguntas serão feitas oralmente, respondendo-as por escrito;
III - ao surdo-mudo as perguntas serão formuladas por escrito e do mesmo modo dará as respostas.
Parágrafo único. Caso o interrogando não saiba ler ou escrever, intervirá no ato, como intérprete e sob compromisso, pessoa habilitada a entendê-lo.
Art. 193. Quando o interrogando não falar a língua nacional,o interrogatório será feito por meio de intérprete. 
No interrogatório de analfabeto com deficiência de se comunicar intervirá no ato um intérprete, atendendo o parágrafo único do art. 192 do CPP.
No interrogatório do estrangeiro desconhecedor da língua portuguesa o ato será realizado como auxílio de um intérprete, assim como previsto no art. 193 do CPP.
No caso do ato para mudo m surdo e surdo-mudo têm-se a previsão legal no art. 192 e incisos. Para o surdo, as perguntas são apresentadas de forma escrita, sendo a resposta transmitidas oralmente. Já no caso do mudo é o contrário, as perguntas são feitas oralmente e respondidas por escrito. Em relação ao surdo-mudo ambas, as perguntas e respostas, são transmitidas de forma escrita.
Segundo Capez, se caso o acusado for surdo-mudo e analfabeto, é devido ser nomeado intérprete, onde o mesmo também será curador do réu.
5. Momento do Interrogatório
O artigo 400, caput, do CPP prevê o prazo máximo de 60 (sessenta) dias para a realização da audiência de instrução e julgamento, podendo ter o interrogatório ao final deste.
Art. 400. Na audiência de instrução e julgamento, a ser realizada no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, proceder-se-á à tomada de declarações do ofendido, à inquirição das testemunhas arroladas pela acusação e pela defesa, nesta ordem, ressalvado o disposto no art. 222 deste Código, bem como aos esclarecimentos dos peritos, às acareações e ao reconhecimento de pessoas e coisas, interrogando-se, em seguida, o acusado. 
Porém o magistrado pode se proceder um novo interrogatório a qualquer momento, assim como previsto no artigo 196 do CPP: “A todo tempo o juiz poderá proceder a novo interrogatório de ofício ou a pedido fundamentado de qualquer das partes”
6. Local da realização do interrogatório
Segundo Aury Lopes Jr., o interrogatório do réu preso, de regra, é realizado, em sala própria no estabelecimento em que estiver, sendo este presencial, assim como previsto no art. 185, §1º do CPP:
Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado.
§ 1o O interrogatório do réu preso será realizado, em sala própria, no estabelecimento em que estiver recolhido, desde que estejam garantidas a segurança do juiz, do membro do Ministério Público e dos auxiliares bem como a presença do defensor e a publicidade do ato. 
O §2º do mesmo artigo trata da possibilidade de ser realizado o ato do réu preso por videoconferência.
O parágrafo sétimo do artigo 185 do CPP traz a hipótese da apresentação do réu preso em juízo, caso não seja realizado nas formas supramencionadas: “Será requisitada a apresentação do réu preso em juízo nas hipóteses em que o interrogatório não se realizar na forma prevista nos §§ 1o e 2o deste artigo.”
7. Interrogatório por vídeo conferência
O interrogatório por vídeo conferência é, segundo Aury Lopes Jr., uma medida excepcional, somente aplicável nas hipóteses previstas no art. 185, §2º do CPP:
Art. 185. O acusado que comparecer perante a autoridade judiciária, no curso do processo penal, será qualificado e interrogado na presença de seu defensor, constituído ou nomeado
[...]
§ 2o Excepcionalmente, o juiz, por decisão fundamentada, de ofício ou a requerimento das partes, poderá realizar o interrogatório do réu preso por sistema de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real, desde que a medida seja necessária para atender a uma das seguintes finalidades.
I - prevenir risco à segurança pública, quando exista fundada suspeita de que o preso integre organização criminosa ou de que, por outra razão, possa fugir durante o deslocamento; 
II - viabilizar a participação do réu no referido ato processual, quando haja relevante dificuldade para seu comparecimento em juízo, por enfermidade ou outra circunstância pessoal;
III - impedir a influência do réu no ânimo de testemunha ou da vítima, desde que não seja possível colher o depoimento destas por videoconferência, nos termos do art. 217 deste Código;
IV - responder à gravíssima questão de ordem pública.
Assim como descrito no §3º, as partes devem ser intimadas com 10 (dez) dias de antecedência. O quarto parágrafo autoriza ao preso que acompanhe, através da videoconferência a realização da audiência única de instrução e julgamento.
 [...]
§ 3o Da decisão que determinar a realização de interrogatório por videoconferência, as partes serão intimadas com 10 (dez) dias de antecedência.
§ 4o Antes do interrogatório por videoconferência, o preso poderá acompanhar, pelo mesmo sistema tecnológico, a realização de todos os atos da audiência única de instrução e julgamento de que tratam os arts. 400, 411 e 531 deste Código.
8. Participação do defensor
O defensor poderá realizar perguntas ao interrogado, juntamente com a acusação, ao final do interrogatório, podendo o acusado não responder as perguntas caso preferir, assim como previsto no artigo 188 do CPP: “Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante.”.
É perceptível a ampla defesa no ato, tanto na forma da autodefesa (art. 187, §2º), quanto a defesa técnica.
9. Teor das indagações dirigidas ao interrogatório e intervenção das partes
No interrogatório de mérito, a segunda parte do ato, o réu tem a oportunidade da autodefesa e podendo permanecer em silêncio, caso julgue necessário.
As perguntas feitas pelo magistrado na segunda parte do interrogatório são limitadas ao previsto no parágrafo segundo do art. 187 do CPP.
O art. 188 do CPP prevê a oportunidade das partes para formular perguntas a fim de esclarecimento, sendo estas dúvidas no que o magistrado entender pertinente e relevante.
“Art. 188. Após proceder ao interrogatório, o juiz indagará das partes se restou algum fato para ser esclarecido, formulando as perguntas correspondentes se o entender pertinente e relevante”.
10. Silêncio e mentira do réu
O direito ao silêncio é previsto no art. 5º, LXIII, da CRFB/88, além de aparado pelo art. 186:
Art. 186. Depois de devidamente qualificado e cientificado do inteiro teor da acusação, o acusado será informado pelo juiz, antes de iniciar o interrogatório, do seu direito de permanecer calado e de não responder perguntas que lhe forem formuladas.
Parágrafo único. O silêncio, que não importará em confissão, não poderá ser interpretado em prejuízo da defesa.
Desta forma, assim como condiz com o parágrafo único do art. supramencionado, o silêncio do interrogado não é interpretado em desfavor do mesmo.
CAP. DA CONFISSÃO
 1. Conceito
A confissão é o elemento de prova pelo qual o sujeito reconhece a veracidade de fatos caracterizadores de um ou mais delitos imputados a si, declinando informações a respeito da forma como ocorreu e de suas circunstâncias, observadas as formalidades e os requisitos legais.
O desembargador Guilherme Nucci conceitua a confissão como:
Confessar, no âmbito do processo penal, é admitir contra si, por quem seja suspeito ou acusado de um crime, tendo pleno discernimento, voluntária, expressa e pessoalmente, diante da autoridade competente, em ato solene e público, reduzido a termo, a prática de algum fato criminoso.
 2. Momento e efeitos da confissão
A confissão deverá ser feita perante autoridade competente e expressamente reduzida a termo, sendo a confissão presumida inadmitida no ordenamento brasileiro, tirando, por obvio, os casos onde o réu não se defende das acusações, caso em que se presume que todos os fatos alegados pelo autor sejam verdadeiros. Ademais, é necessário que o confessante realize pessoalmente a confissão, de modo livre e consciente, ou seja, a confissão de incapazes é inadmissível.
De acordo com o Art. 197 do CPP: “O valor da confissão se aferirá pelos critériosadotados para os outros elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existem compatibilidade ou concordância.” Isso quer dizer então que a confissão não gera o efeito absoluto de automaticamente condenar o acusado, deverá ser observado todas as provas em conjunto para aferir se a confissão é genuína ou não seguindo o princípio do contraditório.
A confissão, de acordo com o Art. 65, inciso III, alínea D do Código Penal, é uma situação atenuante desde que seja “espontânea”, porem o STJ tem a jurisprudência pacificada de que a atenuante deve ser aplicada em seu favor, pouco importando se a admissão da prática do ilícito foi espontânea ou não, integral ou parcial. 
3. Classificação
A doutrina classifica a confissão de três formas: Quanto ao lugar em que é obtida, quanto à plenitude e quanto ao conteúdo;
3.1 Quanto ao lugar em que é obtida.
Quanto ao local em que é obtida, a confissão pode ser extrajudicial ou judicial. A confissão extrajudicial é aquela obtida fora do juízo, como por exemplo obtida no inquérito policial. A confissão judicial tem de ser reduzida a termo e anexada aos autos do processo assim como dita o Art. 199 do CPP. 
A confissão judicial por outro lado é obtida durante o próprio processo, perante autoridade judiciária, através do interrogatório ou mediante termo juntado nos autos. A confissão judicial por si também tem uma classificação, ela pode ser própria ou impropria. A confissão judicial própria é aquela feita perante autoridade judicial competente, já a impropria será feita perante a autoridade judicial incompetente para o processo em questão.
3.2 Quanto à plenitude
Quanto a plenitude a confissão pode ser plena ou semiplena. É plena a confissão quando admitidas todas as acusações realizadas, e semiplena quando parcialmente reconhecida a confissão, certos fatos são reconhecidos a autoria e outros negados.
3.3 Quanto ao conteúdo
Pode ser classificada como simples, qualificada ou complexa. É simples a confissão que se limita a confirmar a veracidade dos fatos sem qualquer alegação diversa. A confissão qualificada se verifica quando o autor admite a veracidade dos fatos alegados porem alega que agia sobre alguma circunstância que afaste a ilicitude ou culpabilidade da ação, a doutrina diverge caso a aplicação da atenuante do art. 65 do CP na confissão qualificada, há quem defenda que é possível e também há quem discorde de tal afirmação. Por fim a confissão complexa quando confesso diversos fatos diversos, não se constringindo ao fato discutido em questão.
4. Características 
Nos termos do artigo 200 do Código de Processo Penal, “a confissão será divisível e retratável, sendo assim a confissão possui duas características prevista na legislação penal: Divisibilidade e Retratabilidade.
A retratabilidade significa que, a qualquer tempo, pode o acusado retirar a confissão anteriormente feita, ou seja, de negar aquilo que outrora fora admitido como verdadeiro. Caso retratada a confissão não haverá prejuízo no livre convencimento do juiz, que deverá fundamentar-se no restante das provas em conjunto.
A divisibilidade consiste na possibilidade de o magistrado acolher parcialmente o teor da confissão, utilizando uma parte, enquanto recusa outra. A divisibilidade da confissão é uma consequência natural do princípio do livre convencimento motivado, já que é dado ao juiz toda a liberdade para apreciar os elementos de prova constantes no processo e utilizar para a sua decisão justificadamente as partes que lhe parecerem verídica.
5. Delação
A delação ocorre quando, confesso a participação do crime, o acusado aponta terceiro envolvido que teria corroborado com o ilícito penal. A delação é um tipo de testemunho qualificado, feito pelo indiciado. Nas palavras de Guilherme Nucci:
Delatar significa acusar, denunciar ou revelar. Processualmente, somente tem sentido falarmos em delação, quando alguém, admitindo a prática criminosa, revela que outra pessoa também contribuiu para a consecução do resultado. Esse é um testemunho qualificado, feito pelo indiciado ou acusado. Naturalmente, tem valor probatório, especialmente porque houve a admissão de culpa pelo delator.
Não deve se confundir a delação com testemunho. Caso o réu, em seu interrogatório negue a autoria dos fatos e atribua ela a um terceiro não há o que se falar em delação, já que ele não admite a própria culpa, caracteriza assim então mero testemunho.
CAP. VI PROVA TESTEMUNHAL
1. Conceito
Segundo Capez, em sentido lato, toda prova é uma testemunha, uma vez que atesta a existência do fato. Já em sentido estrito, testemunha é todo homem, estranho ao feito e equidistante das partes, afim de falar sobre fatos e sentidos relativos ao objeto do litigio.
Ainda segundo o autor, a testemunha é aquele capaz de depor, convocada pelo juiz, por iniciativa própria ou a pedido das partes, para depor em juízo sobre fatos sabidos e concernentes à causa.
2. Características das Testemunhas
A testemunha é pessoa desinteressada que narra fatos pertinentes do processo. Capez cita que as características das testemunhas são:
Somente a pessoa humana pode servir como testemunham já que testeminhar é narrar fatos conhecidos através dos sentidos;
Pode ser testemunha somente a pessoa estranha ao processo e equidistante às partes, para não se tornar impedida ou suspeita;
A pessoa deve ter capacidade jurídica e mental para depor;
A pessoa deve ter sido convocada pelo juiz ou partes;
A testemunha não emite opinião, mas apenas relata objetivamente fatos apreendidos pelos sentidos;
A testemunha só fala sobre fatos no processo, não se manifestando sobre ocorrências inúteis para a solução do litígio;
3. Características da Prova Testemunhal
Capez caracteriza a prova testemunhal como: judicialidade; oralidade; objetividade; retrospectividade; imediação e; individualidade.
A judicialidade consiste, tecnicamente, na prova testemunhal produzida em juízo.
A oralidade é a característica na qual a prova deve ser recolhida por meio de narrativa verbal, em contato direto com o juiz, as partes e seus representantes, salvo nos casos de surdo, mudo e do surdo-mudo em que é seguido as mesmas regras do interrogatório (aty. 192 c/c art. 233, parágrafo único, do CPP).
Outra característica da prova testemunhal é a objetividade, onde a testemunha deve depor sobre os fatos sem externar opiniões, exceto em caso de peritos ou outro que caso que é admitida um juízo de valor quanto a reprodução.
A retrospectividade se dá pelo fato da testemunha estar limitada a discorrer sobre fatos passados, aquilo que assistiu, sendo vetado a algo futuro.
A Imediação consiste na testemunha dizer aquilo que captor imediatamente através dos sentidos.
Por fim, a individualidade consiste nas testemunhas prestarem seu depoimento de forma isolada da outra.
4. Classificação das Testemunhas
As testemunhas são classificadas por Capez como: numéricas, extranumerárias, informantes, referidas, próprias, impróprias, diretas, indiretas, de antecedentes. 
Segundo o autor as numerárias são as testemunhas arroladas pelas partes e que são compromissadas. As extranumerárias são ouvidas por iniciativa do juiz, além do número máximo permitido em lei.
Os informantes são aqueles que não prestam compromisso e são também extranumerárias.
As referidas são as testemunhas ouvidas pelo juiz, referidas por outras que já depuseram.
Próprias depõem sobre o fato, o objeto de litigio. As improprias consistem nos que prestam depoimento sobre um ato do processo, como instrumentário do interrogatório, do flagrante, dentre outros.
As diretas são aquelas que falam sobre um fato que presenciaram. As indiretas são as que depõem sobre conhecimentos adquiridos por terceiros.
De antecedentes são aquelas que depõem a respeito de informações relevantes por ocasião de aplicação e dosagem da pena.
5. Colheita do testemunho
O juiz não deve admitir perguntasque induzam a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida, assim como previsto no art. 212, do CPP: “As perguntas serão formuladas pelas partes diretamente à testemunha, não admitindo o juiz aquelas que puderem induzir a resposta, não tiverem relação com a causa ou importarem na repetição de outra já respondida”.
Desta forma o juiz continua com o poder de fiscalização, complementado a inquirição sobre pontos não esclarecidos, assim como previsto no parágrafo único do art. 212 do CPP: “Sobre os pontos não esclarecidos, o juiz poderá complementar a inquirição”.
6. Dispensas e Proibições 
Toda pessoa poderá ser testemunha (art. 202, do CPP), porém é previsto casos onde são dispensadas ou proibidas o testemunho.
Segundo Capez são dispensados os cônjuges, ascendente, descendente ou irmão e os afins em linha reta, sendo admitidas, no conceito de cônjuge, união estável, incluindo casos de relações homoafetivas. Tais testemunhas podem depor como declarantes onde não prestam compromisso.
O código de processo penal, no seu artigo 207, aponta aqueles que são proibidos de depor: “São proibidas de depor as pessoas que, em razão de função, ministério, ofício ou profissão, devam guardar segredo, salvo se, desobrigadas pela parte interessada, quiserem dar o seu testemunho”.
7. Contradita
A contradita é conceituada por Capez como a forma processual adequada para arguir suspeição ou inidoneidade da testemunha. A contradita é referente a pessoa da testemunha e não a sua narrativa ou testemunho.
Feita a contradita o juiz poderá: consultar a vítima, se deseja ou não ser ouvida, hipótese do art. 206 do CPP; excluir a vítima se tratar de caso de proibição; ouvi-la sem compromisso, se tratar-se de doentes e deficientes mentais e aos menores de 14 (quatorze) anos (art. 208, CPP); ou tomará o depoimento, valorando-o posteriormente.
8. Declarações do Ofendido
O ofendido, aquele que é o sujeito passivo da infração, não é testemunha, Capez discorre que embora não prestando o compromisso de dizer a verdade, pode falseá-la, sem praticar o crime de falso testemunho respondendo por denunciação caluniosa se der causa a investigação policial , imputando a alguém o crime que sobre que o mesmo é inocente.
Ainda segundo o autor, o ofendido não precisa ser arrolado pelas partes para ser ouvido, o juiz deve determinar de oficio a sua oitiva. Se o mesmo deixar de comparecer sem motivo justo a oitiva, o ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade, assim como previsto no art. 201, §1º, do CPP.
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. 
§ 1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o ofendido poderá ser conduzido à presença da autoridade.
CAP. VII RECONHECIMENTO DE PESSOAS OU COISAS
O reconhecimento de pessoas e coisas “é o ato pelo qual alguém verifica e confirma a identidade de pessoas ou coisa que lhe é mostrada com pessoa ou coisa que já viu.” (TORNAGHI, referenciado por RANGEL, 1991, v. I, p.429)
No mesmo sentido Aury Lopes Junior conceitua o reconhecimento como “um ato através do qual alguém é levado a analisar alguma pessoa ou coisa e, recordando o que havia percebido em um determinado contexto, compara as duas experiencias.
Os Arts. 226 a 228 do CPP regulam o processo do reconhecimento de pessoas. O reconhecimento de pessoas ou coisas procedera com alguns pressupostos, a lei regula que o imputado seja colocado ao lado de outras pessoas fisicamente semelhantes, o número de pessoas não é indicado, porem a doutrina recomenda que não seja menor que 5 pessoas. No reconhecimento de coisas o Art. 227 dispõe que se aplique no que for cabível todas as cautelas anteriores.
Na modernidade um tipo de reconhecimento de pessoas novo tem ficado cada vez mais comum; o reconhecimento por meio de fotografias, o qual se dá a partir da exposição de imagens de suspeitos na tela de um computador, onde a suposta vítima analisa a figura dos indivíduos ali expostos. A doutrina diverge quanto a possibilidade da utilização desse método de reconhecimento de pessoas, há quem suporte o reconhecimento por fotografia como mero ato preparatório, seguindo o art. 226, I do CPP, como por exemplo Aury Lopes Junior que adverte que o reconhecimento fotográfico é intoxicado de um latente caráter de inadmissibilidade. 
Em contrapartida os que apoiam a utilização do reconhecimento de pessoas ou coisas por fotografia incluem Fernando Capez e Eugênio Pacelli de Oliveira. Os doutrinadores apoiam o reconhecimento por fotografia como método suplementar de produção de provas, quando o reconhecimento de pessoas presencial não puder ocorrer por quaisquer motivos, visão esta que é compartilhada por alguns tribunais de justiça. (RT 739/546)
CAP. VIII DA ACAREAÇÃO
É o ato processual em que se colocam frente a frente duas ou mais pessoas que fizeram declarações divergentes sobre o mesmo fato. Está previsto no 229 do CPP, pode ser realizada entre acusados, entre acusado e testemunha, entre testemunhas, entre acusado ou testemunha e vítima, ou entre vítimas.
É pressuposto essencial que as declarações já tenham sido prestadas, caso contrário não haveria possibilidade de se verificar ponto conflitante entre elas. O art. 230 do Código de Processo Penal dispõe sobre a acareação por carta precatória, na hipótese de um dos acareados residir fora da Comarca processante.
Poderá ser realizada tanto na faze policial como judicial sempre respeitando o direito do imputado de não praticar o ato, sempre que as declarações divergentes sobre o fato ou circunstância relevantes.
Os pressupostos para que seja feita são esses; existência previa de declaração, que entre as declarações surja divergências, que o fato ou circunstância que se pretende a esclarecer seja relevante ao processo.
CAP IX DA PROVA DOCUMENTAL
1. Conceito
Documento é todo objeto material que condense em si a manifestação de um pensamento ou fato a ser reproduzido em juízo, seja escrito, instrumentos ou papéis, público ou particular.
 
Considera-se objeto material todo material visual, auditivo, audiovisual, bem como o registrado em meios mecânicos óticos ou magnéticos de armazenamento. A prova documental está disciplinada no CPP nos arts. 231 a 238.
2. Requisitos para eficácia probante
A prova documental poderá ser juntada em qualquer momento do processo. Salvo nos casos expressos em leis, como nas audiências do Tribunal do Júri (Art. 231, CPP), nesta não pode ser apresentada prova de forma a surpreender a outra parte, uma vez que feriria o Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa. Para que a prova documental seja usada no Tribunal do Júri, esta precisará ser juntada até três (03) dias úteis antes de audiência.
3. Produção da prova documental
A produção da prova documental pode ser:
a) Espontânea, aquela que é exibida, juntada ou feita a leitura pela parte.
b) Provocada (ou coacta), é aquela que se faz na forma do art. 234 do PP: “Se o juiz tiver notícia da existência de documento relativo a ponto relevante da acusação ou da defesa, providenciará, independentemente de requerimento de qualquer das partes, para sua juntada aos autos, se possível”.
4. Indícios
É toda circunstância conhecida e provada, a partir da qual, mediante raciocínio lógico, chega-se à conclusão da existência de outro fato.
Em nosso direito, não há hierarquia de provas, logo a prova indiciária é analisada como qualquer outra. Assim, uma sucessão de pequenos indícios pode ensejar condenação, tendo em vista o sistema do livre convencimento motivado do juiz.
Duclerc afirma que para essas medidas “o juiz não pode fazê-lo de forma imotivada, mas também não é preciso que tenha já em mãos um conjunto de informação que lhe permitirá exarar uma sentença condenatória”.
5. Prova emprestadaÉ aquela que é transladada em forma de documento para um processo penal no qual se discutirá a sua validade e o seu valor probante. Normalmente a prova emprestada no processo penal se relaciona com depoimento de vítima ou uma declaração que foi dada em um caso e a testemunha após um tempo morreu ou desapareceu.
Do ponto de vista da acusação é interessante que a prova seja em prestada de tempo que foi dada, e que seja encarada como uma prova testemunhal, de inteiro teor, e não apenas como um documento. Do ponto de vista da defesa, o que se alega é que o princípio da ampla defesa não foi respeitado pois se o caso o réu morreu, não teve tempo de contestar, ou caso de testemunha desaparecida, que não houve possibilidade de perguntas da defesa para tal.
6. Delação premiada
A delação premiada ocorre quando o acusado admite a prática do crime e delata a participação de outrem ou de outras pessoas, fazendo-o em troca da redução da pena ou até mesmo da obtenção do perdão judicial
A delação premiada somente pode ser apresentada por um co-réu, posto que delatará para se beneficiar. Caso não tenha benefício será apenas uma testemunha. Não há garantia de que co-réu seja beneficiado, pois não existe nenhum diploma disciplinando tal instituto. Essa delação não tem o mesmo valor que o depoimento de testemunha. Isso se explica à medida que as testemunhas prestam o compromisso de dizer a verdade, e o co-réu está numa posição de mero informante, devendo suas alegações serem confirmadas.
De acordo com o princípio da obrigatoriedade da ação penal, o membro do Ministério Público não pode simplesmente alocar o delator como testemunha. Em verdade, deve admitir o delator como co-réu e, posteriormente, considerar sua redução de pena ou perdão judicial por ter colaborado com suas importantes declarações
CAP. X DA BUSCA E APREENSÃO
1. Conceito
A busca e apreensão são procedimentos cautelares que visam conservar bens ou pessoas que, de algum a forma, sã o úteis para a persecução penal, Aury Lopes descreve em seu livro “Tanto a busca como a apreensão pode ocorrer no curso do inquerito policial ou durante o processo(e, excepcionalmente, até na fase de execução da pena nos termos do art. 145 da LEP”. Tem como finalidade a produção de provas que de alguma forma estejam relacionadas a investigação ou a ação penal.
Busca é o nome que se dá para o conjunto de atos que serão praticados pelos agentes públicos, estes deverão diligenciar para cumprir tudo a quilo que interessa para ao processo, a busca vai ser útil para a investigação policial. A apreensão é o ato de recolher pessoas ou coisas do lugar onde elas estão. A busca e a apreensão são duas ordens que poderão ser cumpridas no mesmo ato, no entanto não é obrigatória que sejam cumpridas em com juntas.
Conforme Fernanda Maria Zichia Escobar:
A busca é anterior a apreensão. Pode ser realizada tanto na fase inquisitorial, como no decorrer da ação penal ou mesmo durante a execução da pena. A apreensão é um a consequência da busca quanto esta tenha um resultado positivo; é meio de prova, destinada a impedir o perecimento de coisas e pessoas.
2. Oportunidade
A busca poderá ser domiciliar ou pessoal, ao se tratar da busca domiciliar prevista no art. 240 CPP, na qual só poderá ocorrer judicialmente autorizado. A Constituição Federal consagrou o princípio da inviolabilidade do domicílio no art. 5º, XI, que assim se ostenta: A casa é asilo inviolável do indivíduo, ninguém nela podendo penetrar sem consentimento do morador, salvo em caso de flagrante delito ou desastre, ou para prestar socorro, ou, durante o dia, por determinação judicial. Não há dúvida, portanto, de que a garantia de inviolabilidade do domicílio não tem caráter absoluto, pois, mesmo sem o consentimento do morador, pode-se nele penetrar em caso de flagrante delito, desastre, ou para prestar socorro: durante o dia ou à noite ou por determinação judicial apenas durante o dia.
Em seu texto Aury Lopes, descreve sobre os itens do artigo os definindo como e separando-o por espécie conforme o art. 240, § 1º.
3. Espécies
Os fundamentos para a busca domiciliar estão no art. 240, § 1º, do Código de Processo Penal autoriza a realização de busca em domicílio para:
a) prender criminosos; tratando de buscar não para prender, mas sim para pessoas cuja prisão tenha sido previamente decretada.
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos; o art.169 CP descreve que as coisas devem ser devolvidas aos seus respectivos donos, sendo assim as coisas obtidas por meios ilícitos devem aplicar a busca.
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos; está previsto sua busca pois se constitui corpo de delito.
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso; todas as armas que tenha sido utilizada em senas de crime deve ser buscada e apreendidas não só armas de fogo como ferramentas e utensílios que tenha sido objeto de crime.
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu; a primeira parte, o objeto deve ter conexão probatória com o crime.
f) apreender cartas; as cartas pela leitura do CPP, podem ser objeto de busca e apreensão, contudo numa dimensão crítica e constitucional.
g) apreender pessoas vítimas de crimes; não se pode confundir com a prisão imputado, pois o dispositivo se refere a vítimas.
h) colher qualquer elemento de convicção; consiste em uma clausula aberta, pois esta não é tão especifico e luz da constituição pode virá um problema de interpretação.
CAP. XI CONCLUSÃO
O presente trabalho buscou realizar certas considerações sobre o sistema de avaliação das provas no processo penal para a busca da materialidade dos fatos processuais, analisando alguns dos diversos meios de provas utilizadas para o convencimento do juiz. Analisou-se assim, o sistema legal de provas, sistema da íntima convicção do julgador e sistema do livre convencimento.
Foram descritos os conceitos de prova, os meios de produção das provas pelo ordenamento jurídico brasileiro, as possibilidades de aplicação diante do fato concreto, assim como determinados tipos de prova, como prova documental, pericial e testemunhal, dentre outras. A fim de evitar a penalização de inocentes, passou-se a explorar a possibilidade de produção de provas, objetivando determinar a autenticidade, a materialidade e a legitimidade do fato concreto, processo esse inerente ao sistema acusatório.
De modo geral a prova é método de corroboração dos fatos e alicerce do principio do livre convencimento motivado do juiz, sendo essencial na convicção do mesmo. Do mesmo modo cabe ao magistrado alegar se o fato argumentado restou comprovado ou não, desde que siga os pressupostos legais e baseie-se com a devida fundamentação.
REFERÊNCIAS 
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 19. Ed. São Paulo: Saraiva, 2012.
CAPEZ, Fernando. Curso de Processo Penal. 26. ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
DUCLERC, Elmir. Curso Básico de Direito Processual penal. 2017.
ESCOBAR, Fernanda Maria Zichia; VANZOLINI Maria Patricia. Resumão Jurídico-Processual Penal. 2°. ed. Rio de Janeiro: Método, 2004. p.3.
JUNIOR, Alfredo de Almeida; JUNIOR, José da Costa. Lições de Medicina Legal. 20ª ed. São Paulo, Nacional, 1991.
JUNIOR, Aury Lopes. Direito Processual Penal. 16ª ed. São Paulo: Saraiva, 2019.
MATEUS. Saul. Princípios Atinentes à Prova no Processo Penal. Jusbrasil. Disponível em : <https://saulomateus.jusbrasil.com.br/artigos/296020145/principios-atinentes-a-prova-no-processo-penal>. Acessado em 09 nov. 2019.
NUCCI, Guilherme de Souza. Corpo de Delito e Exame de Corpo de Delito. 2015. Disponível em: <http://www.guilhermenucci.com.br/artigo/corpo-de-delito-e-exame-de-corpo-de-delito>. Acessado em 06 nov. 2019.
NUCCI, Guilherme de Souza. O Valor da Confissão

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