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Revoltas Rurais na República Oligárquica

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História do Brasil 
 
 
 
 
 
REVOLTAS RURAIS NA REPÚBLICA OLIGÁRQUICA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 
 
 
Sumário 
 
Introdução .................................................................................................................................... 2 
 
Objetivo......................................................................................................................................... 2 
 
1. Revoltas no Campo .................................................................................................................. 2 
1.1. Antônio Conselheiro e Canudos ................................................................................... 2 
1.2. Violência e Cangaço...................................................................................................... 4 
 
Exercícios ...................................................................................................................................... 5 
 
Gabarito ........................................................................................................................................ 6 
 
Resumo ......................................................................................................................................... 7 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
Introdução 
Os primeiros tempos da república no Brasil foram marcados por guerras e 
revoltas. A Revolta da Vacina é um exemplo, mas existiram outras, tanto nas áreas 
urbanas como rurais. As razões desses confrontos foram variados, mas um 
ingrediente comum estava na origem de boa parte deles: as desigualdades sociais. 
Além das desigualdades sociais, outro fator importante ao analisarmos as 
revoltas ocorridas no período da primeira república são as desigualdades regionais. 
A diferença entre as regiões se intensificou devido ao favorecimento na 
política nacional a região sudeste, que dominava o cenário político brasileiro. 
Nessa apostila iremos estudar dois movimentos e específico, Canudos e o 
Cangaço, ambos situados na região nordeste do Brasil. 
Objetivo 
• Identificar as características da Guerra de Canudos e do messianismo de 
Antônio Conselheiro; 
• Compreender o processo das revoltas no campo. 
 
1. Revoltas no Campo 
1.1. Antônio Conselheiro e Canudos 
No início da República, a maioria do povo brasileiro esteve à margem das 
decisões do governo. No Nordeste, a situação era ainda pior. Esquecidos pelas 
autoridades, uma grande parcela dos nordestinos vivia em condições miseráveis, 
sobretudo na área rural. Neste contexto, surgiram os movimentos messiânicos que 
pregavam a vinda de um salvador para resolver os males da população. 
 
FIQUE ATENTO! 
 
 
 
 
Messianismo significa a crença na vinda de um messias. A 
palavra é normalmente associada ao salvador ou libertador 
de um povo. Jesus Cristo é o messias dos cristãos. Os judeus 
ainda esperam seu messias, o redentor prometido por Deus 
para restabelecer uma nova ordem social de paz, de justiça e 
de liberdade. 
Os movimentos ou religiões messiânicos, além de pregar a 
vinda de um libertador, anunciam o início de um tempo de 
justiça e prosperidade na Terra, caracterizado por eventos 
extraordinários e sinais divinos. 
 
3 
 
O cearense Antônio Mendes Maciel, conhecido como Antônio Conselheiro, foi 
um dos principais líderes messiânicos brasileiros. Depois de exercer diversas 
profissões, peregrinou pelo Nordeste e foi venerado por suas pregações. Em 1893, 
estabeleceu-se no sul da Bahia e fundou na velha fazenda de Canudos uma pequena 
comunidade que rapidamente se transformou num arraial. 
Com a força de sua pregação, Conselheiro arregimentou milhares de 
seguidores. O arraial se transformou numa comunidade autossuficiente, que 
produzia todos os bens de que a população necessitava. As lavouras e o gado 
pertenciam a todos. A experiência de Canudos assustava o clero, que via seus fiéis se 
afastarem, e os latifundiários, que perdiam empregos e poder. 
Além disso Conselheiro foi rotulado como monarquista, por criticar a 
separação entre Igreja e Estado promovida pelo governo republicano, além de 
considerar o novo regime responsável pelo empobrecimento da população. 
Temerosas de que as ideias de Conselheiro se difundissem pelo Brasil, as 
autoridades estaduais e federais organizaram expedições militares para destruir a 
comunidade de Canudos. As três primeiras expedições, munidas de metralhadoras e 
canhões, foram escorraçados pelos habitantes de Canudos, que tomaram as armas 
dos derrotados e se fortaleceram ainda mais. 
Somente a quarta expedição, composta por cerca de 14 mil homens muito 
bem armados, conseguiu destruir Canudos. O arraial foi arrasado, e os que não 
morreram na luta foram degolados pelas tropas do Exército. Poucos foram feitos 
prisioneiros. 
Sobre a população de Canudos, alguns historiadores afirmam que girava em 
torno de 10 mil habitantes, bem abaixo do número apresentado pelas autoridades, 
que apontavam 25 mil habitantes, talvez para justificar a dificuldade e longevidade 
da campanha militar. Com relação às baixas do exército, os números dos 
historiadores, algo em torno de 5 mil homens, também são menores que os oficiais. 
O conflito (1896-1897) foi acompanhado pelo jornalista Euclides da Cunha, 
que escrevia para o jornal “O Estado de São Paulo”. Anos depois, ele reuniu suas 
impressões no livro “Os Sertões”. Essa obra consiste em um importante relato sobre 
a luta travada pelos habitantes de canudos na defesa de seu modo de vida e da sua 
organização comunitária, muito diferente do mandonismo local e das relações de 
opressão características da vida da população pobre do sertão nordestino. 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
EXEMPLO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1.2. Violência e Cangaço 
O movimento do cangaço surgiu no final do século XIX e se intensificou 
durante a primeira república, não podemos definir o cangaço como um movimento 
organizado, afinal os bandos de cangaceiros tinham seus próprios líderes e seus 
próprios ideais, não havendo assim um pensamento político que ultrapassasse os 
limites de suas ações. 
Eles praticavam assaltos em fazendas, sequestros, saques em comboios e 
armazéns. Em algumas situações, eram recrutados pelos latifundiários para 
prestarem serviços temporários e agiam na resolução de desavenças ou conflitos 
coletivos. 
Os cangaceiros recorriam à violência em suas ações, não só como forma de 
intimidação dos inimigos e da população, mas também como marca de identidade 
do grupo. Eles conheciam muito bem o sertão nordestino e sabiam tirar proveito dos 
recursos disponíveis na região. Por isso, dificilmente eram capturados. 
Construiu-se, na memória popular e na literatura, uma imagem romantizada 
da figura dos cangaceiros, como se eles, agindo como valorosos justiceiros sociais, 
redimissem a população mais pobre de todo o sofrimento. Ao tratar de Virgulino 
Ferreira, o Lampião, mais famoso bando de cangaceiro, o historiador Eric Hobsbawn 
mostra outra visão a respeito do cangaço. 
 
“[O que existe de relato sobre Lampião não menciona] nenhum ato de tirar dos ricos 
para dar aos pobres, nenhuma dispensação de justiça. Registra batalhas, ferimentos, 
Os Cangaceiros 
Canudos não era um fenômeno isolado. Numerosos 
núcleos de levantes de oprimidos do campo surgiram [...]. 
Eram, na sua maioria, revoltas primárias contra a brutal 
exploração, as quais se traduziam em formas as mais 
diversas, algumas vezes com caráter religioso,mas que 
iam até a luta armada. O isolamento dos diversos núcleos 
insurgentes e, em consequência, sua fragilidade e 
vulnerabilidade, determinavam quase sempre sua 
dispersão e a formação de grupos volantes pelo sertão a 
fora- os cangaceiros. 
FACÓ, Rui. Os Cangaceiros e fanáticos. Rio de Janeiro: 
Civilização Brasileira, 1965, p. 90-3 
 
 
 
5 
 
ataques, a cidades [...], sequestros, assaltos a ricos, combates com soldados, 
aventuras com mulheres, episódios de fome e de sede, mas nada que lembre Robin 
Hood. Pelo contrário, registra “horrores”: como Lampião assassinou um prisioneiro, 
embora sua mulher o tivesse resgatado, como ele massacrava trabalhadores, como 
torturou uma velha que o amaldiçoava (sem saber de quem se tratava), fazendo-a 
dançar com um pé de mandacaru até morrer [...], e incidentes semelhantes. Causar 
terror e ser impiedoso é um atributo mais importante para esse bandido do que ser 
amigo dos pobres”. 
 
HOBBSBAWM, Eric. Bandidos. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1976, p. 57-58 
 
Exercícios 
1) A campanha militar empreendida para exterminar o arraial de 
Canudos contou com a participação de um célebre escritor que, a partir do que viu, 
escreveu uma das obras clássicas da literatura brasileira. Indique a alternativa que 
aponta corretamente o nome do escritor e a obra produzida. 
a) Euclides da Cunha – Os Sertões. 
b) Lima Barreto - Os bruzundangas. 
c) Mário de Andrade – Macunaíma. 
d) Castro Alves – Os Escravos. 
e) Graciliano Ramos – Vidas Secas. 
 
2) (FATEC SP) Leia com atenção os versos de cordel a seguir: 
 
“Ele matava de brincadeira, 
Por pura perversidade, 
E alimentava os famintos 
Com amor e caridade.” 
“Por onde Lampião anda, 
Minhoca fica valente, 
Macaco briga com onça 
E o carneiro não amansa.” 
 
(HOSBAWN, Eric. Bandidos. Rio de Janeiro:Editora Forense-Universitária, 1976. p.55.) 
 
Nesses versos, a figura de Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, 
apresenta algumas características conflitantes e muito valorizadas dos 
grupos de cangaceiros que circulavam pelo sertão, na primeira metade do 
século XX. 
 
 
6 
 
Essas características, que despertavam respeito e identificação da população 
pobre do sertão com esses grupos, era(m): 
 
a) o desprezo pela própria vida e pela vida alheia. 
b) a violência em alguns momentos e, em outros, a bondade para com os 
pobres. 
c) a covardia simbolizada pelas minhocas e, por vezes, a valentia simbolizada 
pela onça. 
d) a obediência às palavras do Evangelho - dai pão a quem tem fome - e às 
palavras da lei republicana, propondo a justiça social no sertão. 
e) a fraqueza diante dos policiais e a valentia para enfrentar os camponeses 
 
3) (ENEM, 2010) A Guerra de Canudos, de 1896 a 1897, foi um dos principais 
conflitos que marcaram o início do período republicano no Brasil. Os 
prisioneiros retratados na foto são sobreviventes dessa guerra, sertanejos 
vítimas de exclusão social e política. 
Os fatores responsáveis por essa exclusão, naquele contexto, foram: 
 
a) êxodo rural – voto de cabresto 
b) desemprego – reação monarquista 
c) crise agrícola – sincretismo religioso 
d) concentração de terras – coronelismo 
Gabarito 
Questão 1: A 
Euclides da Cunha escreveu Os Sertões após a participação da campanha 
militar contra Canudos, analisando e descrevendo na obra tanto as condições 
geográficas das regiões brasileiras pelas quais passou quanto o homem sertanejo e 
os acontecimentos da Guerra de Canudos. 
 
Questão 2: B 
O cangaço até os dias atuais permeia o imaginário popular, que ora os coloca 
como vilões, ora como heróis. 
 
Questão 3: D 
 
7 
 
A concentração de terras e as práticas do coronelismo são questões 
principais que norteiam a desigualdade social, econômica e o empobrecimento da 
população. 
Questões sobre o patrimônio cultural e artístico e sua importância para a 
nação é um tema recorrente no Enem e contempla toda a primeira 
competência para a prova. Sendo assim, é importante saber interpretar, 
considerando a diversidade de temas sobre o assunto. Esta questão, no caso, não foi 
bem formulada, pois não há apenas uma única resposta correta. Considere a “mais 
correta”, no caso a letra D. 
Resumo 
Nesta apostila estudamos os movimentos sociais que emergiriam durante o 
período inicial da república brasileira, para compreender os movimentos em 
questão iniciamos nossos estudos com uma analise das desigualdades sociais e 
regionais que se intensificaram durante a denominada república oligárquica. 
O poder político das oligárquicas e as práticas econômicas do governo central 
acelerou o avanço das desigualdades e abriu brecha para a ascensão de dois 
importantes movimentos sociais no nordeste brasileiro: o movimento de canudos e 
o cangaço. 
Liderados por Antônio Conselheiro, canudo foi um dos maiores, senão o 
maior movimento social já colocado em prática no Brasil republicano. A principal 
característica que podemos destacar de tal movimento é o caráter messiânico, que 
transformou Antônio Conselheiro para além de um líder, um homem quase santo 
para os seus seguidores. 
Já o cangaço é um movimento que se mantem no imaginário popular do 
sertão nordestino, bandidos ou heróis? Essa é a questão mais levantada sobre esse 
movimento, que desafiou o poder dos coronéis locais e do regime republicano. 
E por um longo período colocou em xeque os poderes locais e gerou receio 
nas forças nacionais. Devido ao seu caráter descentralizado e de constante 
movimentação os bandos de cangaceiros se tornaram lendas vivas entre a 
população do sertão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
 
Referências bibliográficas 
CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas: o imaginário da República do Brasil. São PAULO: 
Companhia das Letras, 1990. 
CARONE, Edgar. A República Velha. 3ª ed. São Paulo: Difel, 1975. 
FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp/FDE, 1998.

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