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História do Brasil REVOLUÇÃO DE 1930 1 Sumário Introdução .................................................................................................................................... 2 Objetivo......................................................................................................................................... 2 1. A crise do liberalismo no Brasil ......................................................................................... 2 1.1. O Brasil e a crise de 1929 .............................................................................................. 2 1.2. A ascensão de Vargas ao poder .................................................................................... 3 1.3. A revolução de 1930...................................................................................................... 3 1.4. O Governo Provisório e a centralização do poder ....................................................... 3 Exercícios ...................................................................................................................................... 4 Gabarito ........................................................................................................................................ 6 Resumo ......................................................................................................................................... 6 2 Introdução Em 1919, o paraibano Epitácio Pessoa venceu as eleições presidenciais convocadas por Delfim Moreira, que tinha assumido o poder por substituição a Rodrigues Alves, morto antes de tomar posse. Contando com o apoio da oligarquia dominante, o presidente manteve a política de valorização do café, contrariando novos empréstimos no exterior. Isso colaborou para o aprofundamento da crise econômica do país. Os norte-americanos, enriquecidos após a Primeira Guerra Mundial, passaram a ser os principais credores do Brasil, desbancando os ingleses. O capital norte-americano tornou-se preponderante no país, ao financiar, por exemplo, a construção de obras contra a seca do Nordeste e a reforma e melhoria da Estrada de Ferro Central Brasil. Vejamos abaixo como aconteceram os sucessivos acontecimentos históricos neste período. Objetivo • Compreender as razões que levaram Getúlio Vargas ao poder, em 1930; • Identificar as mudanças ocorridas no cenário social e político no Brasil. 1. A crise do liberalismo no Brasil 1.1. O Brasil e a crise de 1929 Os anos de 1929 foram especialmente críticos para a República Brasileira. A economia do país, fortemente dependente da produção e da venda de café, sofria com as oscilações cada vez mais abruptas dos preços do produto no mercado internacional. Na expectativa de compensar as perdas, muitos produtores contraíram empréstimos para ampliar as lavouras de café e, dessa forma, aumentar o volume de vendas do produto. Mesmo assim, a crise econômica mundial 1929 levou muitos cafeicultores à ruína. Em função da retratação do consumo no mercado externo e da queda ainda maior dos preços, os estoques de café se acumularam. Os pedidos de moratória das dívidas e de concessão de novos financiamentos feitos pelos produtores paulistas ao presidente Washington Luís foram negados. 3 1.2. A ascensão de Vargas ao poder A hegemonia das elites cafeeiras de Minas Gerais e São Paulo era contestado por vários setores. As classes médias e o operariado urbano, que se ampliavam em virtude da industrialização e da urbanização em curso no país, organizavam-se e exigiam maior representação política, assim como alguns setores do exército, comerciantes, empresários e produtores rurais não vinculados ao café. Nos estados do Rio Grande do Sul, de Minas Gerais e da Paraíba, era grande a insatisfação das elites agrárias com a gestão do governo central. A campanha presidencial para a sucessão de Washington Luís, ocorrida em fins de 1929, foi bastante turbulenta. O grupo político de São Paulo e Minas Gerais indicará Júlio Prestes, governador de São Paulo para a sucessão presidencial. Em virtude disso, políticos de Minas Gerais, do Rio Grande do Sul e da Paraíba, descontentes, formaram a Aliança Liberal e lançaram a candidatura do gaúcho Getúlio Vargas à presidência e do paraibano João Pessoa à vice-presidência. 1.3. A revolução de 1930 Em março de 1930, as eleições sagraram vencedoras os candidatos da situação, Júlio Prestes e o vice Vital Soares. O resultado, porém, foi contestado pela Aliança Liberal. Sem acordo político possível sobre como agir diante desse resultado, a Aliança se dividiu e alguns aliados de Vargas recusaram-se a aceitar a derrota eleitoral, chamado por uma revolução que restaurasse a moralidade republicana. O assassinato de João Pessoa serviu como pretexto político para o movimento armado. Mineiros, gaúchos, paraibanos e simpatizantes da candidatura Vargas em outras localidades brasileiras passaram à mobilização armada, que acabou por derrubar o presidente em exercício, Washington Luís, em outubro de 1930. O movimento que conduziu Vargas ao poder ficou tradicionalmente conhecido como Revolução de 1930. 1.4. O Governo Provisório e a centralização do poder Conduzido ao poder em caráter provisório, Vargas tomou uma série de decisões centralizadoras que repercutiram na economia e na política do país, como a aplicação de medidas de proteção do setor cafeeiro, a suspensão temporária das eleições, a dissolução do Congresso Nacional e do Legislativo estaduais e municipais e o estabelecimento do Decreto nº 19.770, que estabelecia regras para o funcionamento dos sindicatos e os tornava dependentes do Estado. Durante o Governo Provisório, os interventores, homens de confiança indicados pelo presidente, substituíram os governadores dos estados. Para o governo de São Paulo, foi designado o interventor João Alberto, militar não paulista. 4 A decisão desapontou não só diferentes setores da burguesia paulista, adversários declarados de Vargas, mas também os membros do Partido Democrático, o PD, fundado em 1926 em oposição ao tradicional partido Republicano Paulista, o PRP. O PD, que inicialmente havia apoiado Getúlio Vargas, sentiu-se traído pelo governante, uma vez que havia um acordo para que o paulista Francisco Morato assumisse a direção de São Paulo. João Alberto demitiu-se do cargo em virtude do aumento da pressão interna dos democratas e dos republicanos paulistas. Entre novembro de 1931 e fevereiro de 1932, formou-se, então a Frente Única Paulista (FUP), que reunia membros do PD e do PRP e se opunha ao fortalecimento do poder central. São Paulo concentrou o maior foco de reação contra o governo varguista. Mas também se formaram frentes únicas nos estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que se voltaram contra a excessiva centralização político-administrativa e pela volta de um regime constitucional para a nação. No início de 1932, o movimento radicalizou-se em São Paulo após a morte de estudantes durante uma manifestação popular. Formou-se, então, o movimento MMDC (sigla composta pelas iniciais dos sobrenomes de quatro dos estudantes mortos: Martins, Miragaia, Dráusio e Camargo), que mobilizou amplos setores paulistas à revolta, originando a Revolução Constitucionalista de 1932. Exercícios 1) (ENEM, 2011) É difícil encontrar um texto sobre a Proclamação daRepública no Brasil que não cite a afirmação de Aristides Lobo, no Diário Popular de São Paulo, de que “o povo assistiu àquilo bestializado”. Essa versão foi relida pelos enaltecedores da Revolução de 1930, que não descuidaram da forma republicana, mas realçaram a exclusão social, o militarismo e o estrangeirismo da fórmula implantada em 1889. Isto porque o Brasil brasileiro teria nascido em 1930. MELLO, M. T. C. A república consentida: cultura democrática e científica no final do Império. Rio de Janeiro: FGV, 2007 (adaptado). O texto defende que a consolidação de uma determinada memória sobre a Proclamação da República no Brasil teve, na Revolução de 1930, um de seus momentos mais importantes. Os defensores da Revolução de 1930 procuraram construir uma visão negativa para os eventos de 1889, porque esta era uma maneira de: 5 a) valorizar as propostas políticas democráticas e liberais vitoriosas. b) resgatar simbolicamente as figuras políticas ligadas à Monarquia. c) criticar a política educacional adotada durante a República Velha. d) legitimar a ordem política inaugurada com a chegada desse grupo ao poder. e) destacar a ampla participação popular obtida no processo da Proclamação. 2) (IF-SC, 2015) A Revolução de 1930 tornou-se um marco na história da república brasileira. A respeito desse assunto, marque (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas as afirmações que seguem: ( ) As forças oligárquicas foram derrotadas nesse movimento e houve a instauração de um modelo estatal liberal e capitalista que visava atender aos interesses da burguesia industrial. ( ) O novo governo instaurado aderiu a uma proposta desenvolvimentista de governo, além de implantar um processo de desburocratização do Estado e dar ênfase às políticas de cunho nacionalistas. ( ) Os discursos realizados pelo chefe da revolução exaltavam o movimento enquanto uma ruptura na história republicana e associava os novos tempos à ideia de modernidade. ( ) Apesar da proposta inovadora, o novo regime deu continuidade ao sistema oligárquico de poder político. ( ) Houve uma ampliação da atuação do Estado em detrimento da autonomia dos estados, além da inserção de vários segmentos sociais à esfera pública de poder, promovendo assim uma efetiva inclusão social no sistema político. Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA de cima para baixo. a) F, V, V, V, F b) F, V, V, F, F c) V, V, V, F, F d) F, V, F, V, V e) F, F, V, V, F 3) (UFPI, 2015) Entre os fatores que contribuíram para a revolução de 1930, pode-se apontar: I. A quebra dos acordos políticos entre as oligarquias de São Paulo e Minas Gerais; II. A insatisfação da crescente classe média urbana até então fortemente alijada do processo político brasileiro; III. A derrota eleitoral da Aliança liberal comandada por Getúlio Vargas; 6 IV. A manutenção por parte dos governos republicanos de acordos comerciais lesivos aos interesses nacionais assinados ainda no início do Império. Assinale a opção CORRETA: a) Somente I, II e III estão corretos. b) Somente I, II e IV estão corretos. c) Somente I está correto. d) Somente IV está correto. e) Somente II e III estão corretos. Gabarito Questão 1: D Questão 2: E Questão 3: A Resumo Nesta apostila estudamos o contexto político, econômico e social que levaram a eclosão da revolução de 30 e a ascensão de Getúlio Vargas como importante liderança política do período. Visando compreendermos melhor o período, iniciamos nossos estudos apresentando a crise econômica que assolava o país após a crise de 29 que a partir dos EUA afetou todos os países direta ou indiretamente ligados a eles, como os cafeicultores brasileiros. Nessa conjuntura econômica, os questionamentos sobre os rumos tomados pela politica nacional já tomava conta do país, o movimento tenentista através da Coluna Prestes transitava pelo território e de certa forma apresentava ao povo as insatisfações e providencias que desejavam tomar. Diante disso novas forças políticas se articularam para participarem das eleições presidenciais, no intuito de se aproveitar do descontentamento crescente da população, e conseguirem derrubar no voto a hegemonia de paulistas e mineiros. Contudo o assassinato de João Pessoa, político que representava essas novas forças políticas emergentes levou a disputa para o campo das armas, e deflagrou a revolução de 30 que derruba o governo e toma o poder para si. Dava-se início do governo provisório que colocará Getúlio Vargas a frente do processo de elaboração da nova constituição brasileira que viria substituir a de 1891. 7 Houve muita resistência a governo de Vargas, mas esse conseguiu resistir e inaugurou uma nova etapa da república brasileira. 8 Referências bibliográficas ANDREWS, George Reid. Negros e brancos em São Paulo (1888-1988). Bauru, 1998. CARVALHO, José Murilo de. A formação das almas: o imaginário da República do Brasil. São PAULO: Companhia das Letras, 1990. ______________. Cidadania no Brasil. O longo caminho. 4ª ed. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. COIMBRA, Raimundo Olavo. A bandeira do Brasil. 2ª ed. Rio de Janeiro: IBGE, 1979. CARONE, Edgar. A República Velha. 3ª ed. São Paulo: Difel, 1975. FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp/FDE, 1998. HOLANDA, Sergio Buarque de (Org). História Geral da Civilização Brasileira. 5ª ed. São Paulo: Difel, 1982, 11 vol. MONTEIRO, Hamilton M. Brasil República. São Paulo: ática, 1986. PENNA, Licoln de Abreu. República brasileira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999. POMAR, Walmir. O Brasil em 1900. São Paulo: Ática, 1986. SOUZA, Laura de Mello e (Org.) História da vida privada no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1997. 4º vol.
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