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Diretrizes Curriculares Nacionais Adaptada para Concursos

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CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 
 
Professora Glayce Helena 
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Art. 1º A presente Resolução define Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para o conjunto orgânico, sequencial e 
articulado das etapas e modalidades da Educação Básica: 
➢ Baseando-se no direito de toda pessoa ao seu pleno desenvolvimento, à preparação para o exercício da cidadania e à 
qualificação para o trabalho, na vivência e convivência em ambiente educativo. 
➢ Tendo como fundamento a responsabilidade que o Estado brasileiro, a família e a sociedade têm de 
Garantir a democratização do acesso, a 
inclusão, a permanência e a conclusão 
com sucesso das crianças, dos jovens e 
adultos na instituição educacional. 
A aprendizagem para continuidade dos 
estudos. 
 
Extensão da obrigatoriedade e da 
gratuidade da Educação Básica. 
 
 
 
TÍTULO I – OBJETIVOS 
Art. 2º Estas Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica têm por OBJETIVOS: 
 
Art. 3º As DCNs específicas para as etapas e modalidades da Educação Básica devem evidenciar o seu papel de indicador de 
opções políticas, sociais, culturais, educacionais, e a função da educação, na sua relação com um projeto de Nação, tendo 
como referência os objetivos constitucionais, fundamentando-se na cidadania e na dignidade da pessoa, o que pressupõe 
igualdade, liberdade, pluralidade, diversidade, respeito, justiça social, solidariedade e sustentabilidade. 
TÍTULO II – REFERÊNCIAS CONCEITUAIS 
Art. 4º As bases que dão sustentação ao projeto nacional de educação responsabilizam o poder público, a família, a 
sociedade e a escola pela garantia a todos os educandos de um ensino ministrado de acordo com os princípios de: 
 
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 
 
Professora Glayce Helena 
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I - igualdade de condições para o acesso, inclusão, permanência e sucesso na escola; 
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a cultura, o pensamento, a arte e o saber; 
III - pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas; 
IV - respeito à liberdade e aos direitos; 
V - coexistência de instituições públicas e privadas de ensino; 
VI - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais; 
VII - valorização do profissional da educação escolar; 
VIII - gestão democrática do ensino público, na forma da legislação e das normas dos respectivos sistemas de ensino; 
IX - garantia de padrão de qualidade; 
X - valorização da experiência extraescolar; 
XI - vinculação entre a educação escolar, o trabalho e as práticas sociais. 
 
Art. 5º A Educação Básica é direito universal e alicerce indispensável para o exercício da cidadania em plenitude, da qual 
depende a possibilidade de conquistar todos os demais direitos, definidos na Constituição Federal, no Estatuto da Criança e do 
Adolescente (ECA), na legislação ordinária e nas demais disposições que consagram as prerrogativas do cidadão. 
Art. 6º Na Educação Básica É NECESSÁRIO CONSIDERAR AS DIMENSÕES DO EDUCAR E DO CUIDAR, EM SUA 
INSEPARABILIDADE, buscando recuperar, para a função social desse nível da educação, a sua CENTRALIDADE, QUE É O 
EDUCANDO, pessoa em formação na sua essência humana. 
 
 
 
 
 
TÍTULO III - SISTEMA NACIONAL DE EDUCAÇÃO 
Art. 7º A concepção de educação deve orientar a institucionalização do REGIME DE COLABORAÇÃO ENTRE UNIÃO, ESTADOS, 
DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS, no contexto da estrutura federativa brasileira, em que convivem sistemas educacionais 
autônomos, PARA ASSEGURAR EFETIVIDADE AO PROJETO DA EDUCAÇÃO NACIONAL, vencer a fragmentação das políticas 
públicas e superar a desarticulação institucional. 
§ 1º Essa institucionalização é possibilitada por um Sistema Nacional de Educação, no qual cada ente federativo, 
com suas peculiares competências, é chamado a colaborar para transformar a Educação Básica em um sistema 
orgânico, sequencial e articulado. 
§ 2º O que caracteriza um sistema é a atividade intencional e organicamente concebida, que se justifica pela 
realização de atividades voltadas para as mesmas finalidades ou para a concretização dos mesmos objetivos. 
§ 3º O regime de colaboração entre os entes federados pressupõe o estabelecimento de regras de equivalência 
entre as funções distributiva, supletiva, normativa, de supervisão e avaliação da educação nacional, respeitada a 
autonomia dos sistemas e valorizadas as diferenças regionais. 
TÍTULO IV - ACESSO E PERMANÊNCIA PARA A CONQUISTA DA QUALIDADE SOCIAL 
Art. 8º A garantia de padrão de qualidade 
 
 
 
 
Art. 9º A ESCOLA DE QUALIDADE SOCIAL ADOTA COMO CENTRALIDADE O ESTUDANTE E A APRENDIZAGEM, o que pressupõe 
atendimento aos seguintes requisitos: 
I - revisão das referências conceituais quanto aos diferentes ESPAÇOS E TEMPOS EDUCATIVOS, abrangendo espaços 
sociais na escola e fora dela; 
II - consideração sobre a inclusão, a valorização das diferenças e o atendimento à pluralidade e à diversidade cultural, 
resgatando e respeitando as várias manifestações de cada comunidade; 
Trata-se de considerar o cuidado no sentido profundo do que seja acolhimento de todos, com 
respeito e, atenção adequada, pois, em cada criança, adolescente, jovem ou adulto, há uma criatura 
humana em formação e, nesse sentido, cuidar e educar são, ao mesmo tempo, princípios e atos que 
orientam e dão sentido aos processos de ensino, de aprendizagem e de construção da pessoa 
humana em suas múltiplas dimensões. 
 
✓ com pleno acesso, inclusão e permanência dos sujeitos das 
aprendizagens na escola e seu sucesso; 
✓ com redução da evasão, da retenção e da distorção de 
idade/ano/série. 
Resulta na qualidade social da educação, 
que é uma conquista coletiva de todos os 
sujeitos do processo educativo. 
 
 
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 
 
Professora Glayce Helena 
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III - foco no projeto político-pedagógico, no gosto pela aprendizagem e na avaliação das aprendizagens como 
instrumento de contínua progressão dos estudantes; 
IV - inter-relação entre organização do currículo, do trabalho pedagógico e da jornada de trabalho do professor, tendo 
como objetivo a aprendizagem do estudante; 
V - preparação dos profissionais da educação, gestores, professores, especialistas, técnicos, monitores e outros; 
VI - compatibilidade entre a proposta curricular e a infraestrutura entendida como espaço formativo dotado de efetiva 
disponibilidade de tempos para a sua utilização e acessibilidade; 
VII - integração dos profissionais da educação, dos estudantes, das famílias, dos agentes da comunidade interessados na 
educação; 
VIII - valorização dos profissionais da educação, com programa de formação continuada, critérios de acesso, 
permanência, remuneração compatível com a jornada de trabalho definida no projeto político-pedagógico; 
IX - realização de parceria com órgãos, tais como os de assistência social e desenvolvimento humano, cidadania, ciência e 
tecnologia, esporte, turismo, cultura e arte, saúde, meio ambiente. 
Art. 10. A exigência legal de DEFINIÇÃO DE PADRÕES MÍNIMOS DE QUALIDADE DA EDUCAÇÃO traduz a necessidade de 
reconhecer que a sua avaliação associa-se à ação planejada, coletivamente, pelos sujeitos da escola. 
§ 1º O planejamento das ações coletivas exercidas pela escola supõe que os sujeitos tenham clareza quanto: 
I - aos princípios e às 
finalidades da educação, 
além do reconhecimento e 
da análise dos dados 
indicados pelo Índice de 
Desenvolvimento da 
Educação Básica (IDEB) e/ou 
outros indicadores, que o 
complementem ou 
substituam; 
II - à relevância de um 
projeto político-pedagógico 
concebido e assumido 
colegiadamente pela 
comunidade educacional, 
respeitadas as múltiplas 
diversidades e a pluralidade 
cultural; 
III - à riqueza da 
valorização das 
diferenças manifestadas 
pelos sujeitos do 
processoeducativo, em 
seus diversos 
segmentos, respeitados 
o tempo e o contexto 
sociocultural; 
IV - aos padrões 
mínimos de qualidade 
(Custo Aluno-Qualidade 
Inicial – CAQi); 
 
 
§ 2º Para que se concretize a educação escolar, exige-se um padrão mínimo de insumos, que tem como base um 
investimento com valor calculado a partir das despesas essenciais ao desenvolvimento dos processos e procedimentos 
formativos, que levem, gradualmente, a uma educação integral, dotada de qualidade social: 
I - creches e escolas que 
possuam condições de 
infraestrutura e 
adequados 
equipamentos; 
 
II - professores qualificados 
com remuneração adequada e 
compatível com a de outros 
profissionais com igual nível de 
formação, em regime de 
trabalho de 40 (quarenta) 
horas em tempo integral em 
uma mesma escola; 
III - definição de uma 
relação adequada entre 
o número de alunos por 
turma e por professor, 
que assegure 
aprendizagens 
relevantes; 
IV - pessoal de apoio 
técnico e 
administrativo que 
responda às exigências 
do que se estabelece no 
projeto político-
pedagógico. 
 
TÍTULO V - ORGANIZAÇÃO CURRICULAR: CONCEITO, LIMITES, POSSIBILIDADES 
Art. 11. A escola de Educação Básica é o espaço em que se ressignifica e se recria a cultura herdada, reconstruindo-se as 
identidades culturais, em que se aprende a valorizar as raízes próprias das diferentes regiões do País. 
Parágrafo único. Essa concepção de escola exige a superação do rito escolar, desde a construção do currículo até os 
critérios que orientam a organização do trabalho escolar em sua multidimensionalidade, privilegia trocas, acolhimento e 
aconchego, para garantir o bem-estar de crianças, adolescentes, jovens e adultos, no relacionamento entre todas as 
pessoas. 
Art. 12. Cabe aos sistemas educacionais, em geral, definir o programa de escolas de tempo parcial diurno (matutino ou 
vespertino), tempo parcial noturno, e tempo integral (turno e contra-turno ou turno único com jornada escolar de 7 horas, no 
mínimo, durante todo o período letivo), tendo em vista a amplitude do papel socioeducativo atribuído ao conjunto orgânico da 
Educação Básica, o que requer outra organização e gestão do trabalho pedagógico. 
 
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 
 
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§ 1º Deve-se ampliar a jornada escolar, em único ou diferentes espaços educativos, nos quais a permanência do 
estudante vincula-se tanto à quantidade e qualidade do tempo diário de escolarização quanto à diversidade de atividades 
de aprendizagens. 
§ 2º A jornada em tempo integral com qualidade implica a necessidade da incorporação efetiva e orgânica, no currículo, 
de atividades e estudos pedagogicamente planejados e acompanhados. 
§ 3º Os cursos em tempo parcial noturno devem estabelecer metodologia adequada às idades, à maturidade e à 
experiência de aprendizagens, para atenderem aos jovens e adultos em escolarização no tempo regular ou na 
modalidade de Educação de Jovens e Adultos. 
CAPÍTULO I - FORMAS PARA A ORGANIZAÇÃO CURRICULAR 
Art. 13. O CURRÍCULO assumindo como referência os princípios educacionais garantidos à educação, assegurados no artigo 
4º desta Resolução, configura-se como o conjunto de valores e práticas que PROPORCIONAM A PRODUÇÃO, A SOCIALIZAÇÃO 
DE SIGNIFICADOS NO ESPAÇO SOCIAL e contribuem intensamente para a CONSTRUÇÃO DE IDENTIDADES SOCIOCULTURAIS DOS 
EDUCANDOS. 
§ 1º O currículo deve difundir os valores fundamentais do interesse social, dos direitos e deveres dos cidadãos, do 
respeito ao bem comum e à ordem democrática, considerando as condições de escolaridade dos estudantes em cada 
estabelecimento, a orientação para o trabalho, a promoção de práticas educativas formais e não-formais. 
§ 2º Na organização da proposta curricular, deve-se assegurar o entendimento de currículo como experiências escolares 
que se desdobram em torno do conhecimento, permeadas pelas relações sociais, articulando vivências e saberes dos 
estudantes com os conhecimentos historicamente acumulados e contribuindo para construir as identidades dos 
educandos. 
§ 3º A organização do percurso formativo, aberto e contextualizado, deve ser construída em função das peculiaridades 
do meio e das características, interesses e necessidades dos estudantes, incluindo não só os componentes curriculares 
centrais obrigatórios, previstos na legislação e nas normas educacionais, mas outros, também, de modo flexível e 
variável, conforme cada projeto escolar, e assegurando: 
I - concepção e organização do espaço curricular e físico que se imbriquem e alarguem, incluindo espaços, 
ambientes e equipamentos que não apenas as salas de aula da escola, mas, igualmente, os espaços de outras 
escolas e os socioculturais e esportivo-recreativos do entorno, da cidade e mesmo da região; 
II - ampliação e diversificação dos tempos e espaços curriculares que pressuponham profissionais da educação 
dispostos a inventar e construir a escola de qualidade social, com responsabilidade compartilhada com as demais 
autoridades que respondem pela gestão dos órgãos do poder público, na busca de parcerias possíveis e necessárias, 
até porque educar é responsabilidade da família, do Estado e da sociedade; 
III - escolha da abordagem didático-pedagógica disciplinar, pluridisciplinar, interdisciplinar ou transdisciplinar pela 
escola, que oriente o projeto político-pedagógico e resulte de pacto estabelecido entre os profissionais da escola, 
conselhos escolares e comunidade, subsidiando a organização da matriz curricular, a definição de eixos temáticos 
e a constituição de redes de aprendizagem; 
IV - compreensão da matriz curricular entendida como propulsora de movimento, dinamismo curricular e 
educacional, de tal modo que os diferentes campos do conhecimento possam se coadunar com o conjunto de 
atividades educativas; 
V - organização da matriz curricular entendida como alternativa operacional que embase a gestão do currículo 
escolar e represente subsídio para a gestão da escola (na organização do tempo e do espaço curricular, distribuição 
e controle do tempo dos trabalhos docentes), passo para uma gestão centrada na abordagem interdisciplinar, 
organizada por eixos temáticos, mediante interlocução entre os diferentes campos do conhecimento; 
VI - entendimento de que eixos temáticos são uma forma de organizar o trabalho pedagógico, limitando a 
dispersão do conhecimento, fornecendo o cenário no qual se constroem objetos de estudo, propiciando a 
concretização da proposta pedagógica centrada na visão interdisciplinar, superando o isolamento das pessoas e a 
compartimentalização de conteúdos rígidos; 
VII - estímulo à criação de métodos didático-pedagógicos utilizando-se recursos tecnológicos de informação e 
comunicação, a serem inseridos no cotidiano escolar, a fim de superar a distância entre estudantes que aprendem a 
receber informação com rapidez utilizando a linguagem digital e professores que dela ainda não se apropriaram; 
VIII - constituição de rede de aprendizagem, entendida como um conjunto de ações didático-pedagógicas, com 
foco na aprendizagem e no gosto de aprender, subsidiada pela consciência de que o processo de comunicação entre 
estudantes e professores é efetivado por meio de práticas e recursos diversos; 
 
 
 
 
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IX - adoção de rede de aprendizagem, também, como ferramenta didático-pedagógica relevante nos programas de 
formação inicial e continuada de profissionais da educação, sendo que esta opção requer planejamento 
sistemático integrado estabelecido entre sistemas educativos ou conjunto de unidades escolares; 
§ 4º A transversalidade é entendida como uma forma de organizar o trabalho didático-pedagógico em que temas e 
eixos temáticos são integrados às disciplinas e àsáreas ditas convencionais, de forma a estarem presentes em todas 
elas. 
§ 5º A transversalidade difere da interdisciplinaridade e ambas complementam-se, rejeitando a concepção de 
conhecimento que toma a realidade como algo estável, pronto e acabado. 
§ 6º A transversalidade refere-se à dimensão didático-pedagógica, e a interdisciplinaridade, à abordagem 
epistemológica dos objetos de conhecimento. 
CAPÍTULO II - FORMAÇÃO BÁSICA COMUM E PARTE DIVERSIFICADA 
Art. 14. A BASE NACIONAL COMUM na Educação Básica constitui-se de conhecimentos, saberes e valores produzidos 
culturalmente, expressos nas políticas públicas e gerados nas instituições produtoras do conhecimento científico e tecnológico; 
no mundo do trabalho; no desenvolvimento das linguagens; nas atividades desportivas e corporais; na produção artística; nas 
formas diversas de exercício da cidadania; e nos movimentos sociais. 
§ 1º Integram a base nacional comum nacional: 
a) a Língua Portuguesa; 
b) a Matemática; 
c) o conhecimento do mundo físico, natural, da realidade social e política, especialmente do Brasil, incluindo-se o 
estudo da História e das Culturas Afro-Brasileira e Indígena, 
d) a Arte, em suas diferentes formas de expressão, incluindo-se a música; 
e) a Educação Física; 
f) o Ensino Religioso. 
§ 2º Tais componentes curriculares são organizados pelos sistemas educativos, em forma de áreas de conhecimento, 
disciplinas, eixos temáticos, preservando-se a especificidade dos diferentes campos do conhecimento, por meio dos quais 
se desenvolvem as habilidades indispensáveis ao exercício da cidadania, em ritmo compatível com as etapas do 
desenvolvimento integral do cidadão. 
§ 3º A base nacional comum e a parte diversificada não podem se constituir em dois blocos distintos, com disciplinas 
específicas para cada uma dessas partes, mas devem ser organicamente planejadas e geridas de tal modo que as 
tecnologias de informação e comunicação perpassem transversalmente a proposta curricular, desde a EDUCAÇÃO 
INFANTIL ATÉ O ENSINO MÉDIO, imprimindo direção aos projetos político-pedagógicos. 
Art. 15. A PARTE DIVERSIFICADA enriquece e complementa a base nacional comum, prevendo o estudo das características 
regionais e locais da sociedade, da cultura, da economia e da comunidade escolar, perpassando todos os tempos e espaços 
curriculares constituintes do ENSINO FUNDAMENTAL E DO ENSINO MÉDIO, independentemente do ciclo da vida no qual os 
sujeitos tenham acesso à escola. 
§ 1º A parte diversificada pode ser organizada em temas gerais, na forma de eixos temáticos, selecionados 
colegiadamente pelos sistemas educativos ou pela unidade escolar. 
§ 2º A LDB inclui o estudo de, pelo menos, uma língua estrangeira moderna na parte diversificada, cabendo sua escolha 
à comunidade escolar, dentro das possibilidades da escola, que deve considerar o atendimento das características locais, 
regionais, nacionais e transnacionais, tendo em vista as demandas do mundo do trabalho e da internacionalização de 
toda ordem de relações. 
§ 3º A língua espanhola, por força da Lei nº 11.161/2005, é obrigatoriamente ofertada no Ensino Médio, embora 
facultativa para o estudante, bem como possibilitada no Ensino Fundamental, do 6º ao 9º ano. 
Art. 16. Leis específicas, que complementam a LDB, determinam que sejam incluídos componentes não disciplinares, como 
temas relativos ao trânsito, ao meio ambiente e à condição e direitos do idoso. 
Art. 17. No Ensino Fundamental e no Ensino Médio, destinar-se-ão, pelo menos, 20% do total da carga horária anual ao 
conjunto de programas e projetos interdisciplinares eletivos criados pela escola, previsto no projeto pedagógico, de modo que 
os estudantes do Ensino Fundamental e do Médio possam escolher aquele programa ou projeto com que se identifiquem e que 
lhes permitam melhor lidar com o conhecimento e a experiência. 
 
 
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§ 1º Tais programas e projetos devem ser desenvolvidos de modo dinâmico, criativo e flexível, em articulação com a 
comunidade em que a escola esteja inserida. 
§ 2º A interdisciplinaridade e a contextualização devem assegurar a transversalidade do conhecimento de diferentes 
disciplinas e eixos temáticos, perpassando todo o currículo e propiciando a interlocução entre os saberes e os diferentes 
campos do conhecimento. 
TÍTULO VI - ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
Art. 18. Na organização da Educação Básica, devem-se observar as Diretrizes Curriculares Nacionais comuns a todas as suas 
etapas, modalidades e orientações temáticas, respeitadas as suas especificidades e as dos sujeitos a que se destinam. 
§ 1º As etapas e as modalidades do processo de escolarização estruturam-se de modo orgânico, sequencial e 
articulado, de maneira complexa, embora permanecendo individualizadas ao logo do percurso do estudante, apesar das 
mudanças por que passam: 
I - a dimensão orgânica é atendida quando são observadas as especificidades e as diferenças de cada sistema 
educativo, sem perder o que lhes é comum: as semelhanças e as identidades que lhe são inerentes; 
II - a dimensão sequencial compreende os processos educativos que acompanham as exigências de aprendizagens 
definidas em cada etapa do percurso formativo, contínuo e progressivo, da Educação Básica até a Educação 
Superior, constituindo-se em diferentes e insubstituíveis momentos da vida dos educandos; 
III - a articulação das dimensões orgânica e sequencial das etapas e das modalidades da Educação Básica, e destas 
com a Educação Superior, implica ação coordenada e integradora do seu conjunto. 
§ 2º A transição entre as etapas da Educação Básica e suas fases requer formas de articulação das dimensões orgânica 
e sequencial que assegurem aos educandos, sem tensões e rupturas, a continuidade de seus processos peculiares de 
aprendizagem e desenvolvimento. 
Art. 19. Cada etapa é delimitada por sua finalidade, seus princípios, objetivos e diretrizes educacionais, fundamentando-se 
na inseparabilidade dos conceitos referenciais: cuidar e educar, pois esta é uma concepção norteadora do projeto político-
pedagógico elaborado e executado pela comunidade educacional. 
Art. 20. O respeito aos educandos e a seus tempos mentais, sócio emocionais, culturais e identitários é um princípio 
orientador de toda a ação educativa, sendo responsabilidade dos sistemas a criação de condições para que crianças, 
adolescentes, jovens e adultos, com sua diversidade, tenham a oportunidade de receber a formação que corresponda à idade 
própria de percurso escolar. 
CAPÍTULO I - ETAPAS DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
Art. 21. São ETAPAS correspondentes a diferentes momentos constitutivos do desenvolvimento educacional: 
I - a EDUCAÇÃO INFANTIL, que compreende: 
✓ a Creche, englobando as diferentes etapas do desenvolvimento da criança até 3 (três) anos e 11 (onze) 
meses; 
✓ e a Pré-Escola, com duração de 2 (dois) anos; 
II - o ENSINO FUNDAMENTAL, obrigatório e gratuito, com duração de 9 (nove) anos, é organizado e tratado em 
duas fases: 
✓ a dos 5 (cinco) anos iniciais e 
✓ a dos 4 (quatro) anos finais; 
III - o ENSINO MÉDIO, com duração MÍNIMA de 3 (três) anos. 
Parágrafo único. Essas etapas e fases têm previsão de idades próprias, as quais, no entanto, são diversas quando se atenta 
para sujeitos com características que fogem à norma, como é o caso, entre outros: 
I - de atraso na matrícula e/ou no percurso escolar; 
II - de retenção, repetência e retorno de quem havia abandonado os estudos; 
III - de portadores de deficiência limitadora; 
IV - de jovens e adultos sem escolarização ou com esta incompleta; 
V - de habitantes de zonas rurais; 
VI - de indígenas e quilombolas; 
 
 
 
 
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VII - deadolescentes em regime de acolhimento ou internação, jovens e adultos em situação de privação de 
liberdade nos estabelecimentos penais. 
SEÇÃO I - EDUCAÇÃO INFANTIL 
Art. 22. A EDUCAÇÃO INFANTIL tem por objetivo o desenvolvimento integral da criança, em seus aspectos físico, afetivo, 
psicológico, intelectual, social, complementando a ação da família e da comunidade. 
§ 1º As crianças provêm de diferentes e singulares contextos socioculturais, socioeconômicos e étnicos, por isso devem 
ter a oportunidade de ser acolhidas e respeitadas pela escola e pelos profissionais da educação, com base nos 
princípios da individualidade, igualdade, liberdade, diversidade e pluralidade. 
§ 2º Para as crianças, independentemente das diferentes condições físicas, sensoriais, intelectuais, linguísticas, étnico-
raciais, socioeconômicas, de origem, de religião, entre outras, as relações sociais e intersubjetivas no espaço escolar 
requerem a atenção intensiva dos profissionais da educação, durante o tempo de desenvolvimento das atividades que 
lhes são peculiares, pois este é o momento em que a curiosidade deve ser estimulada, a partir da brincadeira orientada 
pelos profissionais da educação. 
§ 3º Os vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e do respeito mútuo em que se assenta a vida social 
devem iniciar-se na Educação Infantil e sua intensificação deve ocorrer ao longo da Educação Básica. 
§ 4º Os sistemas educativos devem envidar esforços promovendo ações a partir das quais as unidades de Educação 
Infantil sejam dotadas de condições para acolher as crianças, em estreita relação com a família, com agentes sociais e 
com a sociedade, prevendo programas e projetos em parceria, formalmente estabelecidos. 
§ 5º A gestão da convivência e as situações em que se torna necessária a solução de problemas individuais e coletivos 
pelas crianças devem ser previamente programadas, com foco nas motivações estimuladas e orientadas pelos 
professores e demais profissionais da educação e outros de áreas pertinentes, respeitados os limites e as potencialidades 
de cada criança e os vínculos desta com a família ou com o seu responsável direto. 
SEÇÃO II - ENSINO FUNDAMENTAL 
Art. 23. O ENSINO FUNDAMENTAL COM 9 (NOVE) ANOS de duração, de matrícula obrigatória para as crianças a partir dos 
6 (seis) anos de idade, tem duas fases sequentes com características próprias, chamadas de: 
✓ ANOS INICIAIS, com 5 (cinco) anos de duração, em regra para estudantes de 6 (seis) a 10 (dez) anos de idade; 
✓ ANOS FINAIS, com 4 (quatro) anos de duração, para os de 11 (onze) a 14 (quatorze) anos. 
Parágrafo único. No Ensino Fundamental, ACOLHER SIGNIFICA TAMBÉM CUIDAR E EDUCAR, como forma de garantir a 
aprendizagem dos conteúdos curriculares, para que o estudante desenvolva interesses e sensibilidades que lhe 
permitam usufruir dos bens culturais disponíveis na comunidade, na sua cidade ou na sociedade em geral, e que lhe 
possibilitem ainda sentir-se como produtor valorizado desses bens. 
Art. 24. Os objetivos da formação básica das crianças, definidos para a Educação Infantil, prolongam-se durante os anos 
iniciais do Ensino Fundamental, especialmente no primeiro, e completam-se nos anos finais, ampliando e intensificando, 
gradativamente, o processo educativo, mediante: 
I - desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita 
e do cálculo; 
II - foco central na alfabetização, ao longo dos 3 (três) primeiros anos; 
III - compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da economia, da tecnologia, das artes, da 
cultura e dos valores em que se fundamenta a sociedade; 
IV - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e 
habilidades e a formação de atitudes e valores; 
V - fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de respeito recíproco em que se 
assenta a vida social. 
Art. 25. Os sistemas estaduais e municipais devem estabelecer especial forma de colaboração visando à oferta do Ensino 
Fundamental e à articulação sequente entre a primeira fase, no geral assumida pelo Município, e a segunda, pelo Estado, para 
evitar obstáculos ao acesso de estudantes que se transfiram de uma rede para outra para completar esta escolaridade 
obrigatória, garantindo a organicidade e a totalidade do processo formativo do escolar. 
SEÇÃO III - ENSINO MÉDIO 
 
 
 
 
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Art. 26. O ENSINO MÉDIO, etapa final do processo formativo da Educação Básica, é orientado por princípios e finalidades 
que prevêem: 
I - a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no Ensino Fundamental, possibilitando o 
prosseguimento de estudos; 
II - a preparação básica para a cidadania e o trabalho, tomado este como princípio educativo, para continuar 
aprendendo, de modo a ser capaz de enfrentar novas condições de ocupação e aperfeiçoamento posteriores; 
III - o desenvolvimento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e estética, o 
desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; 
IV - a compreensão dos fundamentos científicos e tecnológicos presentes na sociedade contemporânea, 
relacionando a teoria com a prática. 
§ 1º O Ensino Médio deve ter uma base unitária sobre a qual podem se assentar possibilidades diversas como preparação 
geral para o trabalho ou, facultativamente, para profissões técnicas; na ciência e na tecnologia, como iniciação 
científica e tecnológica; na cultura, como ampliação da formação cultural. 
§ 2º A definição e a gestão do currículo inscrevem-se em uma lógica que se dirige aos jovens, considerando suas 
singularidades, que se situam em um tempo determinado. 
§ 3º Os sistemas educativos devem prever currículos flexíveis, com diferentes alternativas, para que os jovens tenham a 
oportunidade de escolher o percurso formativo que atenda seus interesses, necessidades e aspirações, para que se 
assegure a permanência dos jovens na escola, com proveito, até a conclusão da Educação Básica. 
CAPÍTULO II - MODALIDADES DA EDUCAÇÃO BÁSICA 
Art. 27. A cada etapa da Educação Básica pode corresponder uma ou mais das MODALIDADES DE ENSINO: 
✓ Educação de Jovens e Adultos 
✓ Educação Especial 
✓ Educação Profissional e Tecnológica 
✓ Educação do Campo 
✓ Educação Escolar Indígena 
✓ Educação a Distância. 
SEÇÃO I - EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS 
Art. 28. A EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS (EJA) destina-se aos que se situam na faixa etária superior à considerada 
própria, no nível de conclusão do Ensino Fundamental e do Ensino Médio. 
§ 1º Cabe aos sistemas educativos viabilizar a oferta de cursos gratuitos aos jovens e aos adultos, proporcionando-lhes 
oportunidades educacionais apropriadas, consideradas as características do alunado, seus interesses, condições de vida e 
de trabalho, mediante cursos, exames, ações integradas e complementares entre si, estruturados em um projeto 
pedagógico próprio. 
§ 2º Os cursos de EJA, preferencialmente tendo a Educação Profissional articulada com a Educação Básica, devem 
pautar-se pela flexibilidade, tanto de currículo quanto de tempo e espaço, para que seja(m): 
I - rompida a simetria com o ensino regular para crianças e adolescentes, de modo a permitir percursos 
individualizados e conteúdos significativos para os jovens e adultos; 
II - providos o suporte e a atenção individuais às diferentes necessidades dos estudantes no processo de 
aprendizagem, mediante atividades diversificadas; 
III - valorizada a realização de atividades e vivências socializadoras, culturais, recreativas e esportivas, geradoras 
de enriquecimento do percurso formativo dos estudantes; 
IV - desenvolvida a agregação de competências para o trabalho; 
V - promovida a motivação e aorientação permanente dos estudantes, visando maior participação nas aulas e 
seu melhor aproveitamento e desempenho; 
VI - realizada, sistematicamente, a formação continuada, destinada, especificamente, aos educadores de jovens e 
adultos. 
SEÇÃO II - EDUCAÇÃO ESPECIAL 
Art. 29. A EDUCAÇÃO ESPECIAL, como modalidade transversal a todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, É PARTE 
INTEGRANTE DA EDUCAÇÃO REGULAR, devendo ser prevista no projeto político-pedagógico da unidade escolar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 
 
Professora Glayce Helena 
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§ 1º Os sistemas de ensino devem matricular os estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e 
altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado 
(AEE), complementar ou suplementar à escolarização, ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de 
AEE da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos. 
§ 2º Os sistemas e as escolas devem criar condições para que o professor da classe comum possa explorar as 
potencialidades de todos os estudantes, adotando uma pedagogia dialógica, interativa, interdisciplinar e inclusiva e, na 
interface, o professor do AEE deve identificar habilidades e necessidades dos estudantes, organizar e orientar sobre os 
serviços e recursos pedagógicos e de acessibilidade para a participação e aprendizagem dos estudantes. 
§ 3º Na organização desta modalidade, os sistemas de ensino devem observar as seguintes orientações fundamentais: 
I - o pleno acesso e a efetiva participação dos estudantes no ensino regular; 
II - a oferta do atendimento educacional especializado; 
III - a formação de professores para o AEE e para o desenvolvimento de práticas educacionais inclusivas; 
IV - a participação da comunidade escolar; 
V - a acessibilidade arquitetônica, nas comunicações e informações, nos mobiliários e equipamentos e nos 
transportes; 
VI - a articulação das políticas públicas intersetoriais. 
SEÇÃO III - EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA 
Art. 30. A EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA, no cumprimento dos objetivos da educação nacional, INTEGRA-SE 
aos diferentes níveis e modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e da tecnologia, e ARTICULA-SE com 
o ensino regular e com outras modalidades educacionais: Educação de Jovens e Adultos, Educação Especial e Educação a 
Distância. 
Art. 31. Como modalidade da Educação Básica, a Educação Profissional e Tecnológica ocorre na oferta de cursos de 
formação inicial e continuada ou qualificação profissional e nos de Educação Profissional Técnica de nível médio. 
Art. 32. A Educação Profissional Técnica de nível médio é desenvolvida nas seguintes formas: 
 
I - ARTICULADA com o Ensino Médio, sob duas formas: 
 
II - SUBSEQUENTE, em cursos destinados a quem já tenha concluído o Ensino Médio. 
§ 1º Os CURSOS ARTICULADOS com o Ensino Médio, organizados NA FORMA INTEGRADA, são cursos de matrícula 
única, que conduzem os educandos à habilitação profissional técnica de nível médio ao mesmo tempo em que 
concluem a última etapa da Educação Básica. 
§ 2º Os cursos técnicos ARTICULADOS COM O ENSINO MÉDIO, ofertados NA FORMA CONCOMITANTE, com DUPLA 
MATRÍCULA E DUPLA CERTIFICAÇÃO, podem ocorrer: 
I - na mesma instituição de ensino, 
aproveitando-se as oportunidades 
educacionais disponíveis; 
 
II - em instituições de ensino 
distintas, aproveitando-se as 
oportunidades educacionais 
disponíveis; 
III - em instituições de ensino distintas, 
mediante convênios de 
intercomplementaridade, com 
planejamento e desenvolvimento de 
projeto pedagógico unificado. 
 
§ 3º São admitidas, nos cursos de Educação Profissional Técnica de nível médio, a organização e a estruturação em 
etapas que possibilitem qualificação profissional intermediária. 
§ 4º A Educação Profissional e Tecnológica pode ser desenvolvida por diferentes estratégias de educação continuada, 
em instituições especializadas ou no ambiente de trabalho, incluindo os programas e cursos de aprendizagem, previstos 
na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). 
Art. 33. A organização curricular da Educação Profissional e Tecnológica por eixo tecnológico fundamenta-se na identificação 
das tecnologias que se encontram na base de uma dada formação profissional e dos arranjos lógicos por elas constituídos. 
a) INTEGRADA, na mesma instituição; 
b) CONCOMITANTE, na mesma ou em distintas 
instituições; 
 
 
 
 
 
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 
 
Professora Glayce Helena 
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Art. 34. Os conhecimentos e as habilidades adquiridos tanto nos cursos de Educação Profissional e Tecnológica, como os 
adquiridos na prática laboral pelos trabalhadores, podem ser objeto de avaliação, reconhecimento e certificação para 
prosseguimento ou conclusão de estudos. 
SEÇÃO IV - EDUCAÇÃO BÁSICA DO CAMPO 
Art. 35. Na modalidade de EDUCAÇÃO BÁSICA DO CAMPO, a educação para a população rural está prevista com adequações 
necessárias às peculiaridades da vida no campo e de cada região, definindo-se orientações para três aspectos essenciais à 
organização da ação pedagógica: 
I - conteúdos curriculares e metodologias apropriadas às reais necessidades e interesses dos estudantes da zona 
rural; 
II - organização escolar própria, incluindo adequação do calendário escolar às fases do ciclo agrícola e às 
condições climáticas; 
III - adequação à natureza do trabalho na zona rural. 
Art. 36. A identidade da escola do campo é definida pela vinculação com as questões inerentes à sua realidade, com 
propostas pedagógicas que contemplam sua diversidade em todos os aspectos, tais como sociais, culturais, políticos, 
econômicos, de gênero, geração e etnia. 
Parágrafo único. Formas de organização e metodologias pertinentes à realidade do campo devem ter acolhidas: 
✓ como a pedagogia da terra, pela qual se busca um trabalho pedagógico fundamentado no princípio da 
sustentabilidade, para assegurar a preservação da vida das futuras gerações, 
✓ e a pedagogia da alternância, na qual o estudante participa, concomitante e alternadamente, de dois 
ambientes/situações de aprendizagem: o escolar e o laboral, supondo parceria educativa, em que ambas as partes 
são corresponsáveis pelo aprendizado e pela formação do estudante. 
SEÇÃO V - EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA 
Art. 37. A EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA ocorre em UNIDADES EDUCACIONAIS INSCRITAS EM SUAS TERRAS E CULTURAS, 
as quais têm uma realidade singular, requerendo pedagogia própria em respeito à especificidade étnico-cultural de cada povo 
ou comunidade e formação específica de seu quadro docente, observados os princípios constitucionais, a base nacional comum 
e os princípios que orientam a Educação Básica brasileira. 
Parágrafo único. Na estruturação e no funcionamento das escolas indígenas, é reconhecida a sua condição de possuidores 
de normas e ordenamento jurídico próprios, com ensino intercultural e bilíngue, visando à valorização plena das culturas dos 
povos indígenas e à afirmação e manutenção de sua diversidade étnica. 
Art. 38. Na organização de escola indígena, deve ser considerada a participação da comunidade, na definição do modelo de 
organização e gestão, bem como: 
I - suas estruturas sociais; 
II - suas práticas socioculturais e religiosas; 
III - suas formas de produção de conhecimento, processos próprios e métodos de ensino-aprendizagem; 
IV - suas atividades econômicas; 
V - edificação de escolas que atendam aos interesses das comunidades indígenas; 
VI - uso de materiais didático-pedagógicos produzidos de acordo com o contexto sociocultural de cada povo 
indígena. 
 
 
SEÇÃO VI - EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA 
Art. 39. A MODALIDADEEDUCAÇÃO A DISTÂNCIA caracteriza-se pela mediação didático-pedagógica nos processos de 
ensino e aprendizagem que ocorre com a utilização de meios e tecnologias de informação e comunicação, com estudantes e 
professores desenvolvendo atividades educativas em lugares ou tempos diversos. 
Art. 40. O credenciamento para a oferta de cursos e programas de Educação de Jovens e Adultos, de Educação Especial e de 
Educação Profissional Técnica de nível médio e Tecnológica, na modalidade a distância, compete aos sistemas estaduais de 
ensino, atendidas a regulamentação federal e as normas complementares desses sistemas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 
 
Professora Glayce Helena 
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SEÇÃO VII - EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA 
Art. 41. A EDUCAÇÃO ESCOLAR QUILOMBOLA é desenvolvida em unidades educacionais inscritas em suas terras e cultura, 
requerendo pedagogia própria em respeito à especificidade étnico-cultural de cada comunidade e formação específica de seu 
quadro docente, observados os princípios constitucionais, a base nacional comum e os princípios que orientam a Educação 
Básica brasileira. 
Parágrafo único. Na estruturação e no funcionamento das escolas quilombolas, bem com nas demais, deve ser reconhecida 
e valorizada a diversidade cultural. 
TÍTULO VII - ELEMENTOS CONSTITUTIVOS PARA A ORGANIZAÇÃO DASDIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS GERAIS 
PARA A EDUCAÇÃO BÁSICA 
Art. 42. São ELEMENTOS CONSTITUTIVOS PARA A OPERACIONALIZAÇÃO DESTAS DIRETRIZES 
✓ o projeto político-pedagógico e o regimento escolar; 
✓ o sistema de avaliação; 
✓ a gestão democrática e a organização da escola; 
✓ o professor e o programa de formação docente. 
CAPÍTULO I - O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO E O REGIMENTO ESCOLAR 
Art. 43. O PROJETO POLÍTICO-PEDAGÓGICO, interdependentemente da autonomia pedagógica, administrativa e de gestão 
financeira da instituição educacional, representa mais do que um documento, sendo um dos meios de viabilizar a escola 
democrática para todos e de qualidade social. 
§ 1º A autonomia da instituição educacional baseia-se na busca de sua identidade, que se expressa na construção de 
seu projeto pedagógico e do seu regimento escolar, enquanto manifestação de seu ideal de educação e que permite 
uma nova e democrática ordenação pedagógica das relações escolares. 
§ 2º Cabe à escola, considerada a sua identidade e a de seus sujeitos, articular a formulação do projeto político-
pedagógico com os planos de educação – nacional, estadual, municipal –, o contexto em que a escola se situa e as 
necessidades locais e de seus estudantes. 
§ 3º A missão da unidade escolar, o papel socioeducativo, artístico, cultural, ambiental, as questões de gênero, etnia e 
diversidade cultural que compõem as ações educativas, a organização e a gestão curricular são componentes 
integrantes do projeto político-pedagógico, devendo ser previstas as prioridades institucionais que a 
identificam,definindo o conjunto das ações educativas próprias das etapas da Educação Básica assumidas, de acordo com 
as especificidades que lhes correspondam, preservando a sua articulação sistêmica. 
Art. 44. O projeto político-pedagógico, instância de construção coletiva que respeita os sujeitos das aprendizagens, 
entendidos como cidadãos com direitos à proteção e à participação social, deve contemplar: 
I - o diagnóstico da realidade concreta dos sujeitos do processo educativo, contextualizados no espaço e no 
tempo; 
II - a concepção sobre educação, conhecimento, avaliação da aprendizagem e mobilidade escolar; 
III - o perfil real dos sujeitos – crianças, jovens e adultos – que justificam e instituem avida da e na escola, do 
ponto de vista intelectual, cultural, emocional, afetivo, socioeconômico, como base da reflexão sobre as relações 
vida-conhecimento-cultura-professor-estudante e instituição escolar; 
IV - as bases norteadoras da organização do trabalho pedagógico; 
V - a definição de qualidade das aprendizagens e, por consequência, da escola, no contexto das desigualdades 
que se refletem na escola; 
VI - os fundamentos da gestão democrática, compartilhada e participativa (órgãos colegiados e de representação 
estudantil); 
VII - o programa de acompanhamento de acesso, de permanência dos estudantes e de superação da retenção 
escolar; 
VIII - o programa de formação inicial e continuada dos profissionais da educação, regentes e não regentes; 
IX - as ações de acompanhamento sistemático dos resultados do processo de avaliação interna e externa 
(Sistema de Avaliação da Educação Básica – SAEB, Prova Brasil, dados estatísticos, pesquisas sobre os sujeitos da 
 
 
 
 
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 
 
Professora Glayce Helena 
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Educação Básica), incluindo dados referentes ao IDEB e/ou que complementem ou substituam os desenvolvidos 
pelas unidades da federação e outros; 
X - a concepção da organização do espaço físico da instituição escolar de tal modo que este seja compatível com as 
características de seus sujeitos, que atenda as normas de acessibilidade, além da natureza e das finalidades da 
educação, deliberadas e assumidas pela comunidade educacional. 
Art. 45. O REGIMENTO ESCOLAR, discutido e aprovado pela comunidade escolar e conhecido por todos, constitui-se em um 
dos instrumentos de execução do projeto político-pedagógico, com transparência e responsabilidade. 
Parágrafo único. O regimento escolar trata da natureza e da finalidade da instituição, da relação da gestão democrática 
com os órgãos colegiados, das atribuições de seus órgãos e sujeitos, das suas normas pedagógicas, incluindo os critérios de 
acesso, promoção, mobilidade do estudante, dos direitos e deveres dos seus sujeitos: estudantes, professores, técnicos e 
funcionários, gestores, famílias, representação estudantil e função das suas instâncias colegiadas. 
CAPÍTULO II - AVALIAÇÃO 
Art. 46. A AVALIAÇÃO NO AMBIENTE EDUCACIONAL compreende 3 (três) dimensões básicas: 
I - avaliação da aprendizagem; 
II - avaliação institucional interna e externa; 
III - avaliação de redes de Educação Básica. 
SEÇÃO I - AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM 
Art. 47. A AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM baseia-se na concepção de educação que norteia a relação professor-estudante-
conhecimento-vida em movimento, devendo ser um ato reflexo de reconstrução da prática pedagógica avaliativa, premissa 
básica e fundamental para se questionar o educar, transformando a mudança em ato, acima de tudo, político. 
§ 1º A validade da avaliação, na sua FUNÇÃO DIAGNÓSTICA, liga-se à aprendizagem, possibilitando o aprendiz a recriar, 
refazer o que aprendeu, criar, propor e, nesse contexto, aponta para uma avaliação global, que vai além do aspecto 
quantitativo, porque identifica o desenvolvimento da autonomia do estudante, que é indissociavelmente ético, social, 
intelectual. 
§ 2º Em nível operacional, a avaliação da aprendizagem tem, como referência, o conjunto de conhecimentos, 
habilidades, atitudes, valores e emoções que os sujeitos do processo educativo projetam para si de modo integrado e 
articulado com aqueles princípios definidos para a Educação Básica, redimensionados para cada uma de suas etapas, 
bem assim no projeto político-pedagógico da escola. 
§ 3º A avaliação NA EDUCAÇÃO INFANTIL É REALIZADA MEDIANTE ACOMPANHAMENTO E REGISTRO DO 
DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA, SEM O OBJETIVO DE PROMOÇÃO, MESMO EM SE TRATANDO DE ACESSO AO 
ENSINO FUNDAMENTAL. 
§ 4º A avaliação da aprendizagem no Ensino Fundamental e no Ensino Médio, DE CARÁTER FORMATIVO predominando 
sobre o quantitativo e classificatório, adota uma estratégia de progresso individual e contínuo que favorece o 
crescimento do educando, preservando a qualidade necessária para a sua formação escolar, sendo organizada de acordo 
com regras comuns a essas duas etapas.SEÇÃO II - PROMOÇÃO, ACELERAÇÃO DE ESTUDOS E CLASSIFICAÇÃO 
Art. 48. A PROMOÇÃO E A CLASSIFICAÇÃO NO ENSINO FUNDAMENTAL E NO ENSINO MÉDIO podem ser utilizadas em 
qualquer ano, série, ciclo, módulo ou outra unidade de percurso adotada, EXCETO na primeira do Ensino Fundamental, 
alicerçando-se na orientação de que a avaliação do rendimento escolar observará os seguintes critérios: 
I - avaliação contínua e cumulativa do desempenho do estudante, com prevalência dos aspectos qualitativos 
sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais; 
II - possibilidade de aceleração de estudos para estudantes com atraso escolar; 
III - possibilidade de avanço nos cursos e nas séries mediante verificação do aprendizado; 
IV - aproveitamento de estudos concluídos com êxito; 
V - oferta obrigatória de apoio pedagógico destinado à recuperação contínua e concomitante de aprendizagem 
de estudantes com déficit de rendimento escolar, a ser previsto no regimento escolar. 
Art. 49. A ACELERAÇÃO DE ESTUDOS destina-se a estudantes com atraso escolar, àqueles que, por algum motivo, 
encontram-se em descompasso de idade, por razões como ingresso tardio, retenção, dificuldades no processo de ensino-
aprendizagem ou outras. 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 
 
Professora Glayce Helena 
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Art. 50. A PROGRESSÃO PODE SER REGULAR OU PARCIAL, sendo que esta deve preservar a sequência do currículo e 
observar as normas do respectivo sistema de ensino, requerendo o redesenho da organização das ações pedagógicas, 
com previsão de horário de trabalho e espaço de atuação para professor e estudante, com conjunto próprio de recursos 
didático-pedagógicos. 
Art. 51. As ESCOLAS QUE UTILIZAM ORGANIZAÇÃO POR SÉRIE podem adotar, no Ensino Fundamental, sem prejuízo 
da avaliação do processo ensino-aprendizagem, DIVERSAS FORMAS DE PROGRESSÃO, inclusive a de progressão 
continuada, jamais entendida como promoção automática, o que supõe tratar o conhecimento como processo e vivência 
que não se harmoniza com a ideia de interrupção, mas sim de construção, em que o estudante, enquanto sujeito da ação, 
está em processo contínuo de formação, construindo significados. 
SEÇÃO III - AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL 
Art. 52. A AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL INTERNA deve ser prevista no projeto político-pedagógico e detalhada no plano de 
gestão, REALIZADA ANUALMENTE, levando em consideração as orientações contidas na regulamentação vigente, para rever o 
conjunto de objetivos e metas a serem concretizados, mediante ação dos diversos segmentos da comunidade educativa, o que 
pressupõe delimitação de indicadores compatíveis com a missão da escola, além de clareza quanto ao que seja qualidade social 
da aprendizagem e da escola. 
SEÇÃO IV - AVALIAÇÃO DE REDES DE EDUCAÇÃO BÁSICA 
Art. 53. A AVALIAÇÃO DE REDES DE EDUCAÇÃO BÁSICA ocorre periodicamente, é REALIZADA POR ÓRGÃOS EXTERNOS À 
ESCOLA e ENGLOBA OS RESULTADOS DA AVALIAÇÃO INSTITUCIONAL, sendo que os resultados dessa avaliação sinalizam para a 
sociedade se a escola apresenta qualidade suficiente para continuar funcionando como está. 
CAPÍTULO III - GESTÃO DEMOCRÁTICA E ORGANIZAÇÃO DA ESCOLA 
Art. 54. É pressuposto da organização do trabalho pedagógico e da gestão da escola conceber a organização e a gestão das 
pessoas, do espaço, dos processos e procedimentos que viabilizam o trabalho expresso no projeto político-pedagógico e em 
planos da escola, em que se conformam as condições de trabalho definidas pelas instâncias colegiadas. 
§ 1º As instituições, respeitadas as normas legais e as do seu sistema de ensino, têm incumbências complexas e 
abrangentes, que exigem outra concepção de organização do trabalho pedagógico, como distribuição da carga horária, 
remuneração, estratégias claramente definidas para a ação didático-pedagógica coletiva que inclua a pesquisa, a criação 
de novas abordagens e práticas metodológicas, incluindo a produção de recursos didáticos adequados às condições da 
escola e da comunidade em que esteja ela inserida. 
§ 2º É obrigatória a gestão democrática no ensino público e prevista, em geral, para todas as instituições de ensino, o 
que implica decisões coletivas que pressupõem a participação da comunidade escolar na gestão da escola e a 
observância dos princípios e finalidades da educação. 
§ 3º No exercício da gestão democrática, a escola deve se empenhar para constituir-se em espaço das diferenças e da 
pluralidade, inscrita na diversidade do processo tornado possível por meio de relações intersubjetivas, cuja meta é a de 
se fundamentar em princípio educativo emancipador, expresso na liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar a 
cultura, o pensamento, a arte e o saber. 
Art. 55. A gestão democrática constitui-se em instrumento de horizontalização das relações, de vivência e convivência 
colegiada, superando o autoritarismo no planejamento e na concepção e organização curricular, educando para a conquista da 
cidadania plena e fortalecendo a ação conjunta que busca criar e recriar o trabalho da e na escola mediante: 
I - a compreensão da globalidade da pessoa, enquanto ser que aprende, que sonha e ousa, em busca de uma 
convivência social libertadora fundamentada na ética cidadã; 
II - a superação dos processos e procedimentos burocráticos, assumindo com pertinência e relevância: os planos 
pedagógicos, os objetivos institucionais e educacionais, e as atividades de avaliação contínua; 
III - a prática em que os sujeitos constitutivos da comunidade educacional discutam a própria práxis pedagógica 
impregnando-a de entusiasmo e de compromisso com a sua própria comunidade, valorizando-a, situando-a no 
contexto das relações sociais e buscando soluções conjuntas; 
IV - a construção de relações interpessoais solidárias, geridas de tal modo que os professores se sintam 
estimulados a conhecer melhor os seus pares (colegas de trabalho, estudantes, famílias), a expor as suas ideias, a 
traduzir as suas dificuldades e expectativas pessoais e profissionais; 
V - a instauração de relações entre os estudantes, proporcionando-lhes espaços de convivência e situações de 
aprendizagem, por meio dos quais aprendam a se compreender e se organizar em equipes de estudos e de 
práticas esportivas, artísticas e políticas; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 
 
Professora Glayce Helena 
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VI - a presença articuladora e mobilizadora do gestor no cotidiano da escola e nos espaços com os quais a escola 
interage, em busca da qualidade social das aprendizagens que lhe caiba desenvolver, com transparência e 
responsabilidade. 
CAPÍTULO IV - O PROFESSOR E A FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA 
Art. 56. A tarefa de cuidar e educar, que a fundamentação da ação docente e os programas de formação inicial e continuada 
dos profissionais da educação instauram, reflete-se na eleição de um ou outro método de aprendizagem, a partir do qual é 
determinado o perfil de docente para a Educação Básica, em atendimento às dimensões técnicas, políticas, éticas e estéticas. 
§ 1º Para a formação inicial e continuada, as escolas de formação dos profissionais da educação, sejam gestores, 
professores ou especialistas, deverão incluir em seus currículos e programas: 
a) o conhecimento da escola como organização complexa que tem a função de promover a educação para e na 
cidadania; 
b) a pesquisa, a análise e a aplicação dos resultados de investigações de interesse da área educacional; 
c) a participação na gestão de processos educativos e na organização e funcionamento de sistemas e instituições 
de ensino; 
d) a temática da gestão democrática, dando ênfase à construção do projeto político-pedagógico, mediante 
trabalho coletivo de que todos os que compõem a comunidade escolar são responsáveis.Art. 57. Entre os princípios definidos para a educação nacional está a valorização do profissional da educação, com a 
compreensão de que valorizá-lo é valorizar a escola, com qualidade gestorial, educativa, social, cultural, ética, estética, 
ambiental. 
§ 1º A VALORIZAÇÃO DO PROFISSIONAL DA EDUCAÇÃO ESCOLAR VINCULA-SE À OBRIGATORIEDADE DA GARANTIA DE 
QUALIDADE e AMBAS SE ASSOCIAM À EXIGÊNCIA DE PROGRAMAS DE FORMAÇÃO INICIAL E CONTINUADA DE 
DOCENTES E NÃO DOCENTES, no contexto do conjunto de múltiplas atribuições definidas para os sistemas educativos, 
em que se inscrevem as funções do professor. 
§ 2º Os programas de formação inicial e continuada dos profissionais da educação, vinculados às orientações destas 
Diretrizes, devem prepará-los para o desempenho de suas atribuições, considerando necessário: 
a) além de um conjunto de habilidades cognitivas, saber pesquisar, orientar, avaliar e elaborar propostas, isto é, 
interpretar e reconstruir o conhecimento coletivamente; 
b) trabalhar cooperativamente em equipe; 
c) compreender, interpretar e aplicar a linguagem e os instrumentos produzidos ao longo da evolução 
tecnológica, econômica e organizativa; 
d) desenvolver competências para integração com a comunidade e para relacionamento com as famílias. 
Art. 58. A formação inicial, nos cursos de licenciatura, não esgota o desenvolvimento dos conhecimentos, saberes e 
habilidades referidas, razão pela qual um programa de formação continuada dos profissionais da educação será contemplado 
no projeto político-pedagógico. 
Art. 59. Os sistemas educativos devem instituir orientações para que o projeto de formação dos profissionais preveja: 
a) a consolidação da identidade dos profissionais da educação, nas suas relações com a escola e com o 
estudante; 
b) a criação de incentivos para o resgate da imagem social do professor, assim como da autonomia docente tanto 
individual como coletiva; 
c) a definição de indicadores de qualidade social da educação escolar, a fim de que as agências formadoras de 
profissionais da educação revejam os projetos dos cursos de formação inicial e continuada de docentes, de modo 
que correspondam às exigências de um projeto de Nação. 
Art. 60. Esta Resolução entrará em vigor na data de sua publicação. 
FRANCISCO APARECIDO CORDÃO

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