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GOVERNO DO ESTADO DE SÃO PAULO SECRETARIA DE EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA REDEFOR CÉLIA APARECIDA DIAS AQUECIMENTO GLOBAL, RUIM PARA QUEM? Presidente Prudente, SP 2012 2 Governo do Estado de São Paulo Secretaria da Educação Universidade Estadual Paulista/Unesp REDEFOR CÉLIA APARECIDA DIAS AQUECIMENTO GLOBAL, RUIM PARA QUEM? Trabalho de Conclusão de Curso apresentado a Universidade Estadual Paulista/UNESP, pelo programa Rede São Paulo de Formação Docente/REDEFOR, em parceria com a Secretaria da Educação do Estado de São Paulo, para obtenção do título de especialista em Geografia. Orientador: Prof. Dr. Raul Borges Guimarães Presidente Prudente, SP 2012 3 CELIA APARECIDA DIAS Aquecimento Global, ruim para quem? 4 AGRADECIMENTOS Agradeço á Secretaria Estadual de Educação do Estado de São Paulo (SEE-SP), que, por meio do Programa Rede São Paulo de Formação de Docente – REDEFOR, possibilitou a realização deste Curso de Especialização em Geografia, através de convênio com o Departamento de Geografia da Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” (UNESP). Ao coordenador Raul Borges Guimarães e a minha amável tutora Janaína Natali Antônio que, por ser uma excelente profissional, com paciência conseguiu fazer com que eu me empenhasse cada vez mais para atingir esse objetivo e pela participação ativa e direta neste passo gigantesco a caminho do nosso engrandecimento profissional, minha eterna gratidão. Aos membros do Grupo do Encontro Presencial da Escola que prestaram apoio fundamental para a realização deste trabalho, o meu agradecimento. Agradeço, também, a colega Ridalva pela companhia, carinho e amizade, e também á Deus por proporcionar estes agradecimentos a todos que tornaram minha vida mais afetuosa, ale de ter me dado uma família maravilhosa, pois temos que lutar, conquistar, vencer e agradecer sempre . A todas as pessoas que participaram, contribuindo para a realização deste trabalho, direta ou indiretamente. 5 SUMÁRIO INTRODUÇÃO........................................................................................................ 07 1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA............................................................... 07 1.1 Aquecimento Global: um tema polêmico.................................................07 1.2 Efeito Estufa............................................................................................ 10 1.3 Mudanças ou Variabilidade Climática.................................................... 12 2. PROPOSTA DA SEQUÊNCIA DIDÁTICA............................................. 13 2.1 Características da turma........................................................................... 14 2.2 A Organização da Sequência Didática..................................................... 14 2.3 As atividades propostas em cada etapa do trabalho................................. 14 CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................................................17 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS...............................................................19 6 RESUMO Este Trabalho de Conclusão de Curso tem por intuito delinear e discutir a amplitude do aquecimento global, assim como suas causas e consequências. Esse termo, aquecimento global, refere-se ao aumento da temperatura média do planeta Terra, que pode ser associada à elevação da concentração de determinados gases atmosféricos, pertinentes ao efeito estufa da atmosfera terrestre como: o dióxido de carbono, metano e óxido nítrico. Todavia, salientamos que o trabalho irá analisar os diversos pontos de vista a respeito do papel atribuído à queima de combustíveis fósseis, madeira e o desmatamento florestal em todo o mundo nestas alterações climáticas. Assim, esse trabalho terá como objetivo problematizar os conceitos e definições sobre o aquecimento global. Palavras-chave: Aquecimento global, efeito estufa, mudanças climáticas, 7 INTRODUÇÃO O termo aquecimento global refere-se à suposta elevação da temperatura na Terra, causada pela elevação da concentração de determinados gases atmosféricos como: o dióxido de carbono, metano, óxido nítrico e o clorofluorcarbonetos. Esses gases, segundo Tereza Mendes, em seu artigo no Infoescola, “aquecimento global”, expõem como característica fundamental, a habilidade de “capturar” a energia radiante do sol, elevando intensamente a temperatura atmosférica, a qual pode ocasionar modificações expressivas no clima, transformando as chuvas e tempestades; mudando as correntes marinhas; e elevando a zona máxima de alcance do nível do mar. Contudo, há muita controvérsia a respeito do aumento dos gases de efeito estufa na atmosfera terrestre, sobretudo, pela queima de combustíveis fósseis e madeira, seguido, ainda, pelo desmatamento das florestas em todo o mundo. Sendo assim, a presente proposta visa analisar as concepções sobre o efeito estufa e aquecimento global de alunos da escola pública paulista, planejando-se uma sequência didática para o estudo do Aquecimento Global em turmas do 8º ano do Ensino Fundamental II. Para isto, o trabalho é dividido em duas partes. Na parte 1, é focada a fundamentação teórica, utilizando-se de algumas referências bibliográficas básicas. Na segunda parte, o trabalho detalha uma proposta de sequência didática que aplica estes conhecimentos, particularmente, considerando a experiência de ensino de geografia na Escola Estadual José Ribeiro de Souza, localizada no município de Osasco (SP). 1. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 1.1. Aquecimento Global: um tema polêmico. “No final de janeiro de 2007, o mundo afinal pareceu se dar conta do fato de que a Terra está mesmo esquentando. No dia 30 daquele mês, reuniram-se em Paris os cientistas do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudança Climática), o comitê de climatologistas das Nações Unidas. Eles se preparavam para divulgar, no dia 2 de fevereiro, um relatório com a prova definitiva de que o aquecimento global é real e que é culpa da humanidade.” (ANGELO, 2008, p.08) 8 “Richard Lindzen, professor de meteorologia do MIT (Massachusetts Institute of Technology), nos Estados Unidos, está entre aqueles que questionam a precisão dos modelos do IPCC, criticando, sobretudo o argumento dos aerossóis. Em um artigo publicado na revista Proceedings of National Academy of Sciences, Lindzen e seu colega Choi Yong-Sang sugerem que os aerossóis não apenas refrigeram o sistema Terra-atmosfera - o sistema pelo qual a atmosfera e os oceanos interagem e afetam o clima global -, mas também aquecem esse sistema.” http://resenha- on.blogspot.com.br/2010/08/mit-questiona-modelos-climaticos-do.html Como podemos concluir ao compararmos estas duas matérias jornalísticas, a relação da elevação da temperatura média terrestre às atividades humanas ainda é objeto de muita polêmica. Também podemos destacar que há um conflito de informações, as quais devem ser abordadas de maneira cautelosa. De um lado estão aqueles que afirmam que a ciência é imprecisa, que as informações são improcedentes eque ainda existem dúvidas e incertezas quanto à verdadeira causa dos fenômenos ocorridos. De outro, estão aqueles para os quais o aquecimento global já é uma realidade. O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), instituído pelas Nações Unidas e pela Organização Meteorológica Mundial em 1988, tem sido o principal porta-voz desta segunda vertente. No seu relatório mais recente diz que boa parte do aquecimento analisado durante os últimos 50 anos se deve muito provavelmente a uma elevação do efeito estufa, ocasionado, sobretudo, pela elevação nas concentrações de gases de efeito estufa causado pelo homem. Os pesquisadores participantes do Painel da ONU também relacionam este fato a outras alterações como, por exemplo, uma maior utilização das águas subterrâneas, do solo para a agricultura industrial e, ainda, um maior consumo energético além da poluição. De acordo com o IPCC podemos concluir que são diversas e variadas as causas do aquecimento global, dentre elas está o aumento da concentração de certos gases atmosféricos, tais como o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nítrico (N2O), Hexafluoreto de Enxofre (SF6), Hidrofluorcarbonetos (HFCs) clorofluorcarbonos. Além disso, as queimadas de matas e florestas que estão sendo reduzidas e jogam gases poluentes na atmosfera; assim como o desmatamento que vem ocorrendo como forma de expandir as áreas para agricultura e pastagem de animais, além da exploração de madeira. Com menos sombra de árvores e plantas, aumenta-se a temperatura do meio ambiente. Da mesma forma, poderíamos associar o aquecimento global ao crescimento urbano sem planejamento, que beneficia a formação de ilhas de 9 calor, pois, diminuem-se as áreas verdes das áreas urbanas, aumentando a quantidade de concreto. Ainda segundo os especialistas do IPCC, o maior problema do aquecimento global não seria o aumento na temperatura do planeta, mas a intensificação das temperaturas extremas e da frequência de alternância desses extremos térmicos, expandidas pelo espessamento dramático da camada de gases de efeito estufa. Com base nesta interpretação das variações climáticas recentes, têm sido analisadas importantes mudanças ambientais vinculadas, tais como a diminuição da camada de gelo nos polos, a elevação do nível das águas do mar. A elevação da temperatura global permite que um ecossistema mude; algumas espécies podem ser obrigadas a migrar do seu habitat e até serem extintos devido às alterações. Da mesma forma, outras espécies podem propagar-se, dominando outros ecossistemas. Para os chamados céticos, os diversos dados publicados pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão da ONU destinado a pesquisar as causas e o impacto do aquecimento global, não têm comprovação científica. Evidências sobre branqueamento de corais, destruição da Floresta Amazônica e das geleiras, por exemplo, são apenas especulativas. São estes chamados “céticos do aquecimento global” os principais porta-vozes do grupo de cientistas que endossa a teoria de que a Terra está se aquecendo por causa dos fenômenos naturais. Eles afirmam que alterações climáticas periódicas acontecem desde a origem da Terra e que a variabilidade climática seria natural e não causada pelo homem. E ainda, o que estamos notando, hoje, são apenas flutuações repetitivas da natureza. Segundo os “céticos”, acontecimentos desse tipo já aconteceram em épocas passadas, mas vale enfatizar que tais alterações aconteceram com variações naturais nos níveis de dióxido de carbono bem menores do que as que vemos atualmente. Ainda para os céticos o aumento da concentração de CO2 sempre veio depois de temperatura, ou seja, quando as temperaturas mais quentes liberam o gás dos oceanos. 10 1.2. Efeito Estufa Sabemos que o efeito estufa é essencial para manter o clima da Terra nas condições ideais para a conservação da vida, uma vez que ele possui o papel de capturar parte dos raios solares que são refletidos pela superfície do nosso planeta. Assim, podemos concluir que o efeito estufa é constituído por alguns gases e o mais conhecido dentre eles é o dióxido de carbono (CO2). Entretanto, a emissão de grandes quantidades de CO2 faz com que essa camada permaneça ainda mais densa, pois, a quantidade de raios solares armazenados por ele é ainda maior. Agora, se de fato o aumento de CO2 vem causando a elevação da temperatura em nosso planeta, ou seja, o aquecimento global, esta é uma questão que precisa ser analisada. Segundo Fátima Cardoso (2008), há mais de um século, a concentração de gases do efeito estufa na Terra vem se expandindo em proporções jamais antes observadas e o planeta vem se transformando pouco a pouco em um lugar cada vez mais quente. É por causa desta interpretação que autoridades de diversos países estudam uma maneira de restringir a emissão de CO2, para que esse problema possa ser amenizado. Diante do exposto poderíamos concluir que o efeito estufa é o resultado que advém quando uma parte da radiação solar que refletida pela superfície terrestre é submergida por determinados gases presentes na atmosfera. Como resultado disso, o calor fica armazenado, não sendo desprendido ao espaço. Também podemos considerar que o efeito estufa é causado pela derrubada de florestas e suas queimadas, pois são elas que regulam e moderam a temperatura, os ventos e o nível de chuvas em diversas regiões. Assim, como as florestas estão se reduzindo no mundo, a temperatura terrestre tende a aumentar na mesma magnitude. Todavia, os céticos nos lembram que o vapor de água é o gás de efeito estufa mais importante, colaborando com 98% de todo o aquecimento. Assim, alterações na concentração do dióxido de carbono e do metano têm impactos relativamente pequenos. A concentração de vapor de água está aumentando, mas isso não aumenta fundamentalmente o aquecimento, pois isso depende de como é o vapor de água. Logo, para os céticos, o gás carbônico não seria o vilão das alterações climáticas no planeta, pois, o CO2 não controla o clima global e o aquecimento seria ocasionado pela radiação solar, ou seja, o Sol tem períodos de atividades máxima e mínima se alternando a cada 50 anos e essa variação de energia lançada é que aqueceria ou esfriaria o planeta Terra. 11 Para os céticos a natureza não se restringe a lançar CO2, pois, ela também o reabsorve através da fotossíntese. Além disso, enormes quantidades deste gás se dissipam sucessivamente nos oceanos. Mas para os especialistas do IPCC há outros fatores que estão causando o efeito estufa, como o lançamento de gases poluentes na atmosfera, sobretudo os que procedem da queima de combustíveis fósseis. Para eles, a queima do óleo diesel e da gasolina nos grandes cidades tem contribuído para o efeito estufa. Já o dióxido de carbono e o monóxido de carbono ficariam agrupados em regiões específicas da atmosfera constituindo uma camada que impede a dissipação do calor. Há também outros gases que colaborariam neste processo, tais como: o gás metano, o óxido nitroso e os óxidos de nitrogênio. Este conjunto de poluentes, tão visível nas cidades grandes, funcionaria como isolantes térmicos no planeta Terra e o calor que ficaria armazenado nas camadas mais baixas da atmosfera acabariam causando graves problemas ao planeta. Mais uma vez, os céticos não concordam com estas conclusões. Para eles, o dióxido de carbono não parece ter conduzido às temperaturas no passado; provavelmente não o está fazendo agora. Ou seja, as coisas não estão ficando ou tornando-se mais quentes e os padrões computacionais não conseguem prever o tempo,pois esses empregados para antecipar o futuro da Terra na era do aquecimento global são pouco confiáveis. Embora eles acreditem que o Sol, nuvens, gases, geleiras e oceanos sejam responsáveis pelo clima há, também, outros fatores que influenciam a situação, alguns dos quais ainda não são entendidos por eles. Deste modo, compreendemos que os fatores relacionados ao efeito estufa têm gerado muita polêmica. Para os catastrofistas, os acréscimos da temperatura na superfície terrestre nas últimas décadas gerados pelo efeito estufa, num futuro próximo, poderá acarretar no derretimento das calotas polares e no aumento do nível dos mares. Como consequências disso, muitas cidades litorâneas do mundo poderão desaparecer do mapa, muitos ecossistemas poderão ser abrangidos, espécies vegetais e animais poderão ser extintos. Tufões, furacões, maremotos, enxurradas e enchentes poderão acontecer com mais força. Estas modificações climáticas poderão influenciar negativamente na produção agrícola de vários países, restringindo a quantidade de alimentos em nosso planeta. A elevação da temperatura nos mares poderá acarretar no desvio de curso de 12 correntes marítimas, provocando a extinção de vários animais marinhos e diminuir a quantidade de peixes nos mares. Para os céticos, o aquecimento global não seria tão ruim. Poderia até gerar resultados positivos, uma vez que o aumento de temperatura e o aumento de concentrações de CO2 poderiam melhorar e aprimorar a produtividade do ecossistema. Enfim, segundo Fátima Cardoso (2008), concordando com as hipóteses dos especialistas do IPCC, a atuação das sociedades humanas suscitaria num impacto ambiental de escala global e evitar essas futuras catástrofes que a alteração climática poderia acarretar significa um desafio inédito para a humanidade, determinando esforços dos governos e de boa parte da população mundial e, esses têm que começar desde já, antes que seja tarde demais, não para nós, mas, para as futuras gerações. Os céticos pensam diferentes. Os bilhões de dólares que estão sendo gastos para evitar a emissão de gases estufa poderiam ser aplicados em problemas muito mais reais e que levam a morte de milhões de pessoas todos os anos. Este é o caso da malária na África. O dinheiro investido para evitar a emissão de gases estufa seria suficiente para resolver este problema. Para os céticos, estamos gastando nossa energia e recursos em falsas questões. 1.3. Mudança ou Variabilidade Climática Mudanças climáticas acontecem desde a formação do nosso planeta, numa escala geológica de tempo. Então, podemos dizer que essas são modificações que acontecem no clima geral da atmosfera terrestre, ou seja, estas mudanças são constatadas através de relatórios científicos nos valores médios ou desvios da média, apurados durante dezenas ou centenas de anos. Logo, sabemos que as alterações climáticas são causadas em diversas escalas de tempo. Somente na escala da longa duração, milhares de anos, podemos falar efetivamente em “mudança climática”. Num período menor de tempo, centenas de anos, o que pode ocorrer é a chamada “variabilidade climática”. Por sua vez, no tempo de curto de um ano para outro, sempre há uma estação mais chuvosa e períodos anuais mais secos. Estas alterações anuais são denominadas de “ritmo climático”. 13 Esta diferença de escala de tempo precisa ser considerada na análise da questão do aquecimento global. Os climatologistas constataram que, nas últimas décadas, sucedeu um aumento expressivo da temperatura mundial e, isto, pode ser chamado de aquecimento global. Contudo, os climatologistas céticos interpretam que este aquecimento seria um fenômeno de variabilidade climática. Na escala da longa duração, a curva seria descendente, ou seja, o planeta poderia estar caminhando para um novo período frio. Algumas observações antigas de ar que estavam em geleiras polares apontaram que quanto maior o dióxido de carbono existente na atmosfera, maior será a temperatura. Contudo, não há provas conclusivas para se falar que é o aumento de CO2 que provoca o aumento da temperatura. O inverso também pode ser verdadeiro, é a temperatura elevada que cria condições para maior concentração de CO2. Alguns climatólogos receiam muito, pois, com a interferência dos humanos o clima poderia ser altamente diferente e variado. Esta interferência no clima poderia gerar graves prejuízos e estragos, pois, a poluição poderia extinguir os lagos e as florestas, até mesmo com quilômetros de distância. Alguns cientistas explanam que o planeta Terra não suportaria esses ataques por muito tempo e este tipo de discussão é que o mais impressiona os alunos, assim como toda a opinião pública. Como já dissemos conviver com a dúvida sobre esta interpretação e com a polêmica criada pelos céticos, isto é muito mais difícil. Assim, nos dias de hoje, a ideia dominante é que as mudanças climáticas estejam ocorrendo, e que o mais correto e adequado seria realizar e concretizar medidas para amenizar a emissão destes poluentes na atmosfera. Outras interpretações ainda precisam ser mais disseminadas na escola fundamental. 2. PROPOSTA DE SEQUÊNCIA DIDÁTICA Neste trabalho buscou-se levantar a polêmica sobre o efeito estufa e aquecimento global com alunos da 7ª série/8º ano do Ensino Fundamental II de uma escola estadual de Osasco (SP), usando como estratégia didática a compreensão das diferentes interpretações sobre o Aquecimento Global. Para isto, o eixo central do 14 estudo foi à importância do efeito estufa, pois sem ele, a Terra seria muito fria e não teria tanta diversidade de vida. 2.1. Características da turma Este projeto foi experimentado com alunos do 8º ano/7ª série do Ensino Fundamental II da Rede Estadual de Ensino de Osasco/SP, especificamente, na Escola Estadual José Ribeiro de Souza. Essa turma é participativa, interessada, realiza as atividades propostas, questiona os conteúdos, interagindo-os com a disciplina, enfrentando os questionamentos e desafios do professor. Com base nesta experiência, compreendemos que esta proposta possa aplicada em outras escolas da rede pública paulista, 2.2. A Organização da Sequência Didática O tempo estimado para a realização do projeto ocorreu em quatro (04) aulas distribuídas em duas (02) semanas. Para a realização das atividades de estudo e pesquisa foi utilizado à sala de aula, dois copos com água, papel alumínio, uma caixa grande de sapatos, tesoura e filme plástico. 2.3. As atividades propostas em cada etapa do trabalho As atividades seguiram as seguintes etapas: 1º e 2º dia – Professor problematizou com os alunos sobre o Efeito Estufa e Aquecimento Global, assim como suas causas e consequências. 3º dia - Foram distribuídos aos alunos os materiais propostos em grupos de 04 alunos: dois copos de tamanhos iguais com água, caixas grandes de sapato, papel alumínio, tesoura e filme plástico. Em seguida, iniciamos a atividade forrando o interior 15 da caixa com o papel alumínio. Após colocamos um copo de água dentro da caixa e cobrimos a caixa com filme plástico e a seguir colocamos o segundo copo com água do lado de fora da caixa e sob a luz de uma lâmpada acessa. Aguardamos quinze minutos e os alunos envolvidos abriram a caixa e eles sentiram com o dedo qual dos dois copos estava com a água mais quente. Na oficina acima os alunos tiveram como ação construir um experimento para assim poder refletir sobre as causas e consequências do efeito estufa. Após foi lançado uma situação problema: “Porque a água que estava dentro da caixa ficou maisquente que a água que ficou fora da caixa”? Como resultado da discussão, os alunos chegaram a seguinte conclusão: que a ao iluminar a caixa, a luz passou pelo filme plástico e se transformou em calor ao atingir a superfície interna, ou seja, o ar que se aqueceu e não pode sair da caixa por causa do filme plástico que aumentou a temperatura interna da caixa. Deste modo, a água do copo que estava dentro da caixa ficou mais quente que a água que estava do lado de fora. Assim, os mesmos puderam perceber de certa forma como ocorre algumas das mudanças ambientais do planeta Terra. Após a discussão, foi lançada algumas questões de reflexão: 1. Quais são os gases que podem provocar o efeito estufa? 2. O que pode ser feito para reduzir os danos do efeito estufa sobre o meio ambiente? 3. Quem são os principais emissores de dióxido de carbono? Para aplicação em outras turmas e escolas da rede pública paulista, a partir da discussão desenvolvida neste TCC, entendeu-se que as questões de reflexão poderiam ser ampliadas. Inicialmente, os alunos poderiam ser indagados a respeito das similaridades dos processos que ocorreram no experimento e os processos que ocorrem na superfície terrestre. Em seguida, poderiam ser desafios a pensar de que maneira os especialistas do IPCC interpretariam estes fenômenos e qual seria a resposta dos céticos. Segundo os alunos da turma da Escola Estadual Jose Ribeiro de Souza, o dióxido de carbono (CO2) é o principal causador do efeito estufa, pois, ele retém o calor produzido no planeta pelos diferentes processos; biológicos, físicos e químicos. Eles também reconheceram que ele seria procedente da queima de combustíveis fósseis e de 16 mudança no uso do solo, já os outros gases como o nitrogênio (NO2) que vem de combustões colabora para as altas temperaturas, esse é originário de fertilizantes do solo; os (CFC’s) provêm dos gases utilizados em refrigeração e o (CH4) provém da queima de biomassa, dos arrozais, do trato digestivo do gado bovino e dos aterros sanitários. Entre os alunos desta escola foi forte a associação da emissão dos gases estufas, não somente ao efeito estufa, mas com o uso indiscriminado de recursos naturais, poluições atmosféricas, comprometendo a saúde de vários seres vivos, incluindo a espécie humana. Consequentemente, eles reconheceram que a diminuição da qualidade de vida, principalmente nas regiões industrializadas, são os principais fatores que podem ser feito para reduzir os danos do Efeito Estufa sobre o meio ambiente. Como esta tem sido a visão amplamente difundida na mídia, muitas destes conteúdos tornaram-se de uso do senso comum. O trabalho pedagógico com a polêmica entre os catastrofistas e os céticos ainda precisa avançar na rede pública paulista. Os alunos e professores têm dificuldade de lidar com a polêmica. Parece que é preciso encontrar rapidamente uma resposta definitiva para os problemas científicos, o que não é assim que ocorre. Em geral, os cientistas convivem com muitas incertezas. A polêmica a respeito do aquecimento global pode ser uma rica oportunidade para avançar nesta perspectiva. Todavia, para os alunos a redução do efeito estufa é algo necessariamente possível, mas quando pensamos em reduzir o número de gases e o uso de combustíveis fósseis como o petróleo e o carvão mineral. Entretanto, na prática isto é bastante difícil, pois, a população vem crescendo aceleradamente e o modo de vida das pessoas tende a fazer com que elas aumentem seu nível de vida e contribua indiretamente para o aumento do efeito estufa, usando produtos como: carros, ar condicionado, fábricas, indústrias etc. Finalizando a experiência, os grupos de alunos deveriam produzir cartazes que ilustrassem suas conclusões. Além disso, também e importante uma reflexão da aprendizagem e uma autoavaliação, o que ocorreu no quarto dia de aula. 17 CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste trabalho procuramos apresentar polêmica sobre Aquecimento Global, Efeito Estufa e as escalas de tempo que envolve as Mudanças Climáticas. Para isto, procuramos confrontar diferentes pontos de vista sobre o tema. Do ponto de vista dos especialistas do IPCC o aquecimento global é real e para eles o homem é 90% responsável por isso e, também, prevê um cenário de catástrofes ambientais como ondas de calor e chuvas torrenciais que causam inundações, e provavelmente contribuirão para futuros desastres naturais. Além disso, para eles uma das grandes causas do aquecimento global está relacionada ao aumento das concentrações de dióxido de carbono e de outros gases de efeito estufa na atmosfera, que se intensificou ainda mais após a revolução industrial no final do século XIX. Há um grupo de cientistas que não acreditam nesta interpretação e, por isto, eles são chamados de céticos. Para os céticos, os especialistas do IPCC são catastrofistas, uma vez que assustam a população como uma projeção pouco confiável, pois, para eles os modelos computacionais existentes são poucos confiáveis e o homem não tem nenhuma responsabilidade sobre o que está acontecendo no planeta. Eles garantem que a posição de algumas estações climáticas em áreas urbanas pode proceder em mensurações duvidosas e que as informações estão sendo adulteradas pela “ilha de calor urbana” esse, é causado pelos sistemas de transporte urbano, grandes extensões de asfalto que tem uma alta capacidade de absorção de calor e as altas concentrações de dióxido de carbono causado por um grande número de residências e empresas em áreas fortemente povoadas. Em sala de aula, o desafio é alertar os alunos sobre os atuais problemas ambientais, estimulando a efetiva participação e responsabilidade social, e discutir prováveis ações para o controle da poluição ambiental. Além disso, o experimento realizado na sala de aula sobre efeito estufa e aquecimento global auxiliou os alunos a alcançarem uma percepção crítica sobre o desequilíbrio ambiental que o planeta Terra passa. Logo, os resultados obtidos após a realização das atividades didáticas mostraram a evolução da capacidade dos educando em argumentar as suas opiniões, além de se posicionarem sobre o uso coerente dos recursos naturais e da compreensão do fenômeno climático, que está ocorrendo na Terra. 18 A humanidade deseja viver em um mundo melhor, mas para tal é importante perceber que o planeta precisa respirar. No entanto, para que isso aconteça o homem deve, cada vez mais, operacionalizar ações que diminua os índices insignificantes, a emissão de poluentes como os combustíveis fósseis, e, assim concretizar uma nova ação ambiental reflexiva. 19 BIBLIOGRAFIA ALMEIDA, Demétrius Henrique Cardoso. Mudanças Climáticas: Premissas e Situações Futura. Editora LTCE. Ano 2008 ANGELO, Claudio. O aquecimento Global. Editora Publifolha. Ano 2008. BRADLEY, Susannah. . O aquecimento Global. Editora Difusão Cultural. Ano 2008. BLUCHEL, Kurt G. A Fraude do Efeito Estufa - Aquecimento Global, Mudança Climática: Os Fatos. Editora: Publishing House Lobmaier. CARDOSO, Fátima. Efeito Estufa. Editora: Terceiro Nome. Ano 2006. CENAMO, Mariano Colini. Mudanças Climáticas, o Protocolo de Quioto e Mercado de Carbono. Ano 2004. 20 p. Monografia (Graduação). Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada. Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Piracicaba. COOK, John. O Guia Científico do Ceticismo quanto ao Aquecimento Global. Disponível em: WWW.skepticalscience.com. Acesso em 13/02/2013 FUJIHARA, Marco Antonio; LOPES, FernandoGiachini. Sustentabilidade e Mudanças Climáticas. Guia para o amanhã. Editora Senac. São Paulo. Ano 2009. MARUYAMA, Shigenori. Aquecimento Global? Tradução Kenitiro Suguio. Editora Oficina de Textos. São Paulo. Ano 2009. MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA - MCT. Protocolo de Quioto. Disponível em: www.mct.gov.br. .Acesso em 26/12/2012. _______. Status atual das atividades de projeto no âmbito do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL) no Brasil e no Mundo. Disponível em: http://www.mct.gov.br/index.php/content/view/30317.html. Acesso em 26/12/2012 TANAKA, Shelley. Mudanças Climáticas. São Paulo. Editora SM. Ano 2011. WWF- Brasil: Uma Organização Nacional. Mudanças Climáticas: agir é mais que necessário, é urgente. Disponível em: http://www.wwf.org.br/. Acesso em 12/11/2012. http://ambiente.hsw.uol.com.br/ceticos-do-clima2.htm http://infoescola.com/geografia/aquecimento-globa-2. http://www.slideshare.net/supradados/o-manual-do-ctico-sobre-o-aquecimento-global 20
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