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Síntese A Ira de um Anjo

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Disciplina: Teorias e Técnicas Psicoterápicas II
Curso: Psicologia - 6º Período
ANÁLISE CRÍTICA
A IRA DE UM ANJO
Diante do relato e história de vida analisar. A importância da escuta analítica e a relação com o método psicanalítico em tratar o outro pela fala.
Resumidamente, qual a relevância para a psicanálise entre entender e resgatar a história de vida e manter uma escuta ativa?
No documentário “A Ira de um Anjo”, fica evidente os efeitos do abuso sexual na mente da criança. No caso Beth, sua mãe morreu e a deixou com o pai e o irmão mais novo quando ela tinha apenas 1 ano. Ela sofreu abuso sexual quando estava com seu pai. Beth e seu irmão Jhonatan foram encontradas pela assistente social e levadas para o lar de adoção, onde foram adotados por uma família que por não compreender o comportamento estranho de Beth procuraram ajuda.
Na entrevista com o terapeuta, Beth fala do que aconteceu com ela sem demonstrar remorsos e diz que seu pai a tocou em seu órgão sexual até sangrar. Em casa ela começou a molestar e furar o seu próprio irmão e seus animais de estimação com agulhas, matou pássaros e os pais adotivos tiveram que trancá-la no quarto. Ela apresentava um desejo de matar toda a família. Pegou algumas facas na cozinha com a intenção de esfaquear os seus pais adotivos. Ela conseguia lidar com toda situação de forma fria e calma, com a ausência de sentimentos de remorso ou culpa, porém ela sabia claramente o significado e o resultado de suas ações. 
A situação analítica é, por excelência, uma situação de comunicação: em circulação, demanda ou semilogia ou de fácil deciframento, mas como quais, em seu cerne, comunicam o desejo de ser escutadas. A capacidade de acompanhar a evolução da sua ciência está intimamente relacionada com a possibilidade de adaptação à moral e trajes vigentes - uma fala passada pelo inconsciente e pela sexualidade: mensagens cifradas e enigmáticas que demandaram outra qualidade para ser compreendidas. A palavra se impõe, a identidade não é um caminho para a vida, mas não é um tema de sua ausência, tem uma função de memória de seus membros e uma aplicação de ação que priorizava uma sugestão. Surge então uma psicanálise, análise ao convite que está a analisar, em sua posição ativa processo de cura, comunique-se e associe livremente. Introduzindo o conceito de inconsciente, Freud desloca-se para um outro lugar, muito além da intenção consciente de comunicar algo: ao falar, o sujeito comunica muito mais do que aquilo que recebe os propósitos. No caso de Beth agia conscientemente, sendo uma forma de colocar para fora o que tinha sofrido quando ainda criança. 
Ao tratar da psicopatologia da vida cotidiana, Freud escreve sobre as falhas que operam no discurso: palavras esquecidas, palavras trocadas, palavras suprimidas, palavras equivocadas. Ao Paciente cabe comunicar tudo o que lhe ocorre, sem deixar de revelar algo que lhe pareçam insignificante, vergonhoso doloroso ou, enquanto que ao analista cabe escutar o paciente sem o privilégio, a priori, de qualquer elemento de seu discurso, como mostrou bem o terapeuta do caso de Beth, pois o mesmo fez vários questionamentos em busca de saber o que e como tinha acontecido.
No seio da associação livre vai se produzindo um deslocamento da imagem, do fato como fixo, e este vai se incluindo em múltiplas imagens caleidoscópicas cujas combinações possíveis se multiplicam e onde o ritmo, a cadência, a intensidade maior de alguns fonemas, a excitação explícita no gaguejar de uma palavra, o sentido duvidoso de uma frase mal construída, tudo isso vai dando tonalidades diferentes a estas figuras que não passam desapercebidas à escuta sutil da atenção flutuante. Ao mesmo tempo, ao ser escutado pelo analista, o próprio sujeito que fala se escuta (Alonso, 1988, p. 2).
A condição de Beth demonstra a incapacidade de se relacionar com qualquer ser humano e/ou criar laços de afeto, incapacidade de sentir ou receber amor, além de uma completa falta de empatia, uma vez que ela era capaz de ferir ou matar outros seres vivos sem ressentimentos.
A busca pela historização do indivíduo torna-se imprescindível, para que o terapeuta possa ter subsidio suficiente para a realização do tratamento. 
O analisando se dirige ao analista como sendo o único destinatário de sua palavra, o que não é mais que a tentativa que o analisando faz de articular seu desejo a uma presença concreta. De atribuir ao desejo um objeto para não reconhecer que o desejo, em sua impossibilidade de satisfazer-se, implica em uma falta, em uma ausência (Alonso, 1988, p. 3).
E importante que o terapeuta se fortaleça de conhecimentos teóricos para sustentar a prática e assim saber como conduzir o tratamento, até mesmo para não ter a transferência e não se confundir com ela. A escuta de fato e sua análise de dados permite uma instrumentalização do analisador e oferece, por conseqüência, uma possibilidade de utilização de todos os recursos como a capacidade de aumentar sua capacidade de escuta e de manter sua própria localização.
E o reconhecimento que: a possibilidade de escuta está no próprio desejo do analista, recuperado a cada momento pelo trânsito das associações que lhe permitem reconhecer seu desejo pessoal em jogo para poder a ele renunciar, levando-o a não ter a necessidade de querer assegurar seu lugar – nem pela rigidez do setting, nem pela rigidez do gesto (p. 4).
REFERÊNCIA
MACEDO, Mônica Medeiros Kother e FALCÃO, Carolina Neumann de Barros. A escuta na psicanálise e a psicanálise da escuta. Psychê, Ano IX nº 15 São Paulo jan-jun/2005 p. 65-76. < file:///C:/Users/Darinalva/Downloads/a%20escuta%20na%20psican%C3%A1lise.pdf> acesso em 24 de agosto de 2019.

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