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12/11/2019 1 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Cap. 5 – MÁQUINAS DE INDUÇÃO POLIFÁSICA Tópicos: 5.1. Introdução 5.2. Correntes e Fluxo em Máquinas de Indução Polifásicas 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios 5.6. Efeitos da Resistência do Rotor na Partida e no Funcionamento Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Construção do estator do motor de indução: É geralmente um enrolamento trifásico semelhante àquele da máquina síncrona. É comumente construído com dois ou quatro pólos. 2 5.1 Introdução Figura - Estator de uma máquinas de indução trifásica destacando o enrolamento da fase a A figura ilustra o construção do estator de uma máquina de indução trifásica de dois pólos, destacando o enrolamento da fase a distribuído em ranhuras. 1 2 12/11/2019 2 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Construção do rotor do tipo enrolado ou bobinado (wound rotor): Construído na forma de um enrolamento polifásico semelhante ao estator tendo o mesmo número de pólos. O núcleo do rotor é constituído por uma série de chapas finas ranhuradas, isoladas umas das outras e formando um cilindro. Os terminais dos enrolamentos são conectados a anéis deslizantes isolados montados sobre o eixo. Escovas de carvão apoiadas sobre esses anéis permitem que os terminais do rotor tornem-se disponíveis externamente ao motor. Permite a introdução de resistências em série com as três fases do enrolamento na partida, e os terminais dessas fases são colocadas em curto- circuito quando em funcionamento. Apresenta, assim, conjugados elevados com correntes reduzidas no momento do arranque ou na partida. 3 5.1 Introdução Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Construção do rotor do tipo enrolado ou bobinado (wound rotor): Máquinas de indução com rotor bobinado são relativamente incomuns, sendo encontradas em um número limitado de aplicações especializadas: Aplicações onde se exige um conjugado de partida elevado durante toda a fase inicial de movimentação. Não há necessidade de chaves especiais para a partida. Aplicações onde se há necessidade de partida com carga. Seu custo é bem maior que os motores de indução com rotor em gaiola. Além disso requerem maiores cuidados de manutenção e têm pior rendimento. Também indicados para bombeamento em velocidade variável. 4 5.1 Introdução 3 4 12/11/2019 3 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Construção do rotor do tipo enrolado ou bobinado (wound rotor): As Figuras 5.1(a) e (b) ilustram máquinas de indução com rotor bobinado. (a) (b) Figura 5.1: Máquinas assíncronas ( de indução) do tipo bobinado 5 5.1 Introdução Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Construção do rotor do tipo enrolado ou bobinado (wound rotor): As Figuras 5.2 (a), (b), e (c) retratam rotores do tipo bobinado. (a) (b) (c) Figura 5.2: Rotores do tipo bobinado (ou enrolado) 6 5.1 Introdução 5 6 12/11/2019 4 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Construção do rotor do tipo gaiola de esquilo (squirrel cage rotor): O enrolamento consiste em barras condutoras encaixadas em ranhuras no ferro do rotor, curto-circuitadas em cada lado por anéis condutores. Elas simulam um grande conjunto de espiras orientadas em várias direções. Pode-se vislumbrar espiras compostas por qualquer par de barras. Esse princípio construtivo favorece a indução de correntes no rotor quando este é submetido à variações de fluxo. A extrema simplicidade e a robustez da construção em gaiola de esquilo representam vantagens notáveis . É o tipo de motor mais comumente utilizado. 7 5.1 Introdução Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Construção do rotor do tipo gaiola de esquilo (squirrel cage rotor): As Figuras 5.3(a) e (b) ilustram máquinas de indução com rotor em gaiola de esquilo. (a) (b) Figura 5.3: Máquinas assíncronas (de indução) com rotor em gaiola de esquilo 8 5.1 Introdução 7 8 12/11/2019 5 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Construção do rotor do tipo gaiola de esquilo (squirrel cage rotor): A Figuras 5.4(a), (b) e (c) ilustram o rotor em gaiola de esquilo das máquinas de indução . (a) (b) Figura 5.4: Rotores do tipo gaiola de esquilo (c) 9 5.1 Introdução Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia 5.1 Introdução Princípio de funcionamento do motor de indução: No motor de indução, corrente alternada é fornecida diretamente ao estator. Um campo magnético é produzido no entreferro girando na velocidade síncrona (no caso de um motor trifásico). Essa velocidade é determinada pelo número de pólos do estator e pela frequência fe aplicada ao estator. O rotor recebe tensão/corrente por indução (daí o nome do motor). A interação entre os campos magnéticos de rotor e estator produz tanto o conjugado de partida como também o conjugado de funcionamento que mantém o rotor girando numa velocidade próxima da velocidade síncrona. 10 9 10 12/11/2019 6 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Princípio de funcionamento do motor de indução: Supondo que o rotor esteja girando na velocidade constante de n rpm no mesmo sentido do campo girante do estator. Seja nS rpm a velocidade síncrona do campo do estator dada pela equação (5.1): (5.1) A diferença entre a velocidade síncrona e a do rotor é referida comumente como escorregamento (slip) do rotor, identificado pela letra s. O escorregamento medido em rpm é (nS-n),. �� = 120 ��� ⋅ �� 11 5.1 Introdução Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Princípio de funcionamento do motor de indução: O escorregamento é expresso mais usualmente como sendo fração da velocidade síncrona. O escorregamento fracionário s é dado por: (5.2) O escorregamento s também é expresso frequentemente em porcentagem, bastando multiplicar o valor do escorregamento fracionário por 100%. = �� − � �� 12 5.1 Introdução 11 12 12/11/2019 7 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Princípio de funcionamento do motor de indução: A velocidade do rotor em rpm (n) pode ser expressa em termos do escorregamento s e da velocidade síncrona ns: (5.3) De modo semelhante, a velocidade angular mecânica ωm pode ser expressa em termos da velocidade angular síncrona ωs e do escorregamento s como: (5.4) � = 1 − �� �� = 1 − �� 13 5.1 Introdução Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Princípio de funcionamento do motor de indução: O movimento relativo entre o fluxo do estator e os condutores do rotor induz tensões no rotor de frequência fr, dada por: (5.5) O termo fr é chamado de frequência de escorregamento, no rotor. O comportamento elétrico de uma máquinade indução é similar ao de um transformador, mas apresentando a característica adicional da transformação de frequência produzida pelo movimento relativo entre os enrolamentos do estator e do rotor. �� = �� 14 5.1 Introdução 13 14 12/11/2019 8 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Princípio de funcionamento do motor de indução: Os terminais do rotor do motor de indução podem ser curto-circuitados por construção, no caso do tipo gaiola de esquilo. Já no rotor bobinado, os terminais podem ser curto-circuitados externamente (permitindo a inserção de resistências no circuito do rotor). O fluxo girante de entreferro induz tensões com a frequência de escorregamento nos enrolamentos do rotor. As correntes do rotor são determinadas então pelas magnitudes das tensões induzidas e pela impedância apresentada pelo rotor na frequência de escorregamento. 15 5.1 Introdução Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Na partida ou com o rotor parado (n = 0 ou s = 1): Ao energizar o enrolamento trifásico do estator é produzido um campo magnético girante que induz tensões no enrolamento de rotor parado (Lei de Faraday) na frequência do rotor fr igual à frequência do estator fe. Essas tensões geram correntes no enrolamento do rotor (porque ele é sempre curto-circuitado), que, por sua vez, produz um campo magnético girante de rotor na mesma velocidade e sentido do campo do estator. Isso resulta num conjugado de partida que faz com que o rotor tenda a girar no mesmo sentido de rotação (para obedecer a Lei de Lenz) do campo de indução do estator. Se esse conjugado for suficiente para superar a oposição à rotação criada pela carga no eixo, então o motor partirá e irá acelerar. 16 5.1 Introdução 15 16 12/11/2019 9 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia No funcionamento (n > 0): A velocidade mecânica do motor de indução não pode nunca se igualar à velocidade síncrona, porque então os condutores do rotor estariam estacionários em relação ao campo do estator. Com o rotor girando no mesmo sentido de rotação que o campo do estator, a frequência das correntes do rotor será reduzida para “sfe” e elas produzirão uma onda girante de fluxo que irá girar com “sns” rpm em relação ao rotor no sentido para frente. Entretanto, superposta à essa rotação, está a rotação mecânica do rotor igual a “n” rpm. 17 5.1 Introdução Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia No funcionamento (n > 0): Assim, em relação ao estator, a velocidade da onda de fluxo produzida pelas correntes do rotor é a soma dessas duas velocidades sendo igual a: (5.6) A equação (5.6) mostra que as correntes do rotor produzem uma onda de fluxo no entreferro que gira na velocidade síncrona. Como os campos do estator e do rotor giram sincronicamente cada um, produzem um conjugado constante que assim mantém a rotação do rotor. Esse conjugado, que existe em qualquer velocidade mecânica “n” do rotor (desde que diferente da síncrona), é chamado de conjugado assíncrono. �� + � = �� + �� 1 − = �� 18 5.1 Introdução 17 18 12/11/2019 10 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia A Figura 5.5 ilustra a curva típica de Conjugado x Velocidade para um motor de indução polifásico de gaiola de esquilo. Os fatores que influenciam a forma dessa curva podem ser apreciados em termos da equação (5.7): Figura 5.5: Curva Conjugado x Velocidade típica de motor de indução = − ! 2 ��� 2 " Φ��$� %�&� (5.7) 19 onde Φer é o fluxo por pólo resultante que é produzido pelo efeito combinado das FMM’s do estator (Fe) e do rotor (Fr) e δr é o ângulo medido desde o eixo da onda de FMM resultante (Fer) até o eixo da onda de FMM do rotor (Fr). 5.1 Introdução Conjugado eletromecânico: Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Conjugado eletromecânico: Figura 5.5: Curva Conjugado x Velocidade típica de motor de indução (5.7) 20 A magnitude do conjugado é proporcional ao produto dos módulos dos campos interatuantes, e ao seno do ângulo espacial elétrico entre seus eixos magnéticos. O sinal negativo do conjugado indica que este atua em um sentido de forma a diminuir a distância angular entre os campos. 5.1 Introdução = − ! 2 ��� 2 " Φ��$� %�&� 19 20 12/11/2019 11 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Conjugado: Figura Auxiliar: Máquina de 2 pólos simplificada: (a) modelo elementar, (b) diagrama vetorial das ondas de FMM de estator, rotor e resultante. Nota: Os ângulos são adotados como positivos nos sentidos indicados 21 5.1 Introdução Observando a figura pode-se dizer que o conjugado é produzido pela tendência de 2 eixos magnéticos de FMMs de se alinharem. @ = −ABCBDCEFGCD = −ABCBCDCEFGC = −ABCDBDCEFGD Slides Extras Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia 22 5.1 Introdução Figura Auxiliar: Esquema espacial das ondas de FMM de estator, rotor e resultante de um motor de indução trifásico para duas condições de carga Nota: Observe as posições onde Er e Ir são máximas nas barras do rotor Slides Extras 21 22 12/11/2019 12 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia 23 5.1 Introdução = M$⃗� × $⃗�� = M$�$�� %�&� = M"P� Q� R" = MST��$� %�&� T�� ≈ Q�� VW�V% $� ∝ P� = M"P� %�&� %�&� = % � R" + 90 Z $�� ≈ Q�� VW�V% %�&� = Q� R" Slides Extras Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Nota-se que quando a tensão aplicada ao estator e a frequência são constantes, o fluxo de entreferro resultante Φer (ou Ber ) é aproximadamente constante. E como a FMM Fr do rotor é proporcional a corrente do motor Ir , tem-se: (5.8) Onde K é uma constante e δr é o ângulo que indica de quanto a onda de FMM do rotor está adiantada em relação à onda resultante de FMM no entreferro. A corrente do rotor é igual a tensão induzida no rotor pelo fluxo de entreferro dividida pela impedância do rotor, ambas na frequência de escorregamento. = −\P� %�&� 24 5.1 Introdução Conjugado eletromecânico: 23 24 12/11/2019 13 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Sob condições normais de funcionamento, o escorregamento (s) é pequeno, sendo de 2 a 10 por cento a plena carga na maioria dos motores de gaiola de esquilo. A frequência do rotor (fr = sfe) portanto é muito pequena (da ordem de 1 a 6 Hz em motores de 60 Hz). 25 5.1 Introdução Funcionamento do motor com carga: Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Nesse intervalo, a impedância do rotor é grandemente resistiva e portanto independente do escorregamento. A tensão induzida no rotor, por outro lado, é proporcional ao escorregamento. Já a corrente do rotor é proporcional ao escorregamento e à tensão do rotor. Ela fica praticamente em fase com a tensão induzida no rotor. Como resultado, a onda de FMM do rotor está atrasada de aproximadamente 90 graus elétricos em relação ao fluxo de entreferro resultante, e assim senδr ≈ -1. 26 5.1 Introdução Funcionamento do motor com carga: 25 26 12/11/2019 14 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Portanto, é de se esperar uma proporcionalidade do conjugado em relação ao escorregamento que é aproximada dentro do intervalo em que este é pequeno. À medida que o escorregamento aumenta (devido a aumento de carga), a impedância do rotor cresce devido à contribuição crescente da indutância de dispersão do rotor. Assim, a corrente do rotor é menos do que proporcional ao escorregamento. A corrente do rotor também fica mais atrasada em relação à tensão induzida e o valor de senδr diminui. 27 5.1 Introdução Funcionamento do motor com carga: Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia O resultado é que o conjugado aumenta com o escorregamento crescente até um valor máximo e então decresce (ver Figura 5.5). À medida que o escorregamento aumenta, a impedância do rotor cresce devido à contribuição crescente da indutância de dispersão do rotor. O escorregamento, para o qual ocorre o conjugado de pico, é proporcional à resistência do rotor. Para motores de gaiola de esquilo, esse escorregamento de conjugado de pico é relativamente pequeno. 28 5.1 Introdução Funcionamento do motor com carga: 27 28 12/11/2019 15 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Assim, o motor de gaiola de esquilo é substancialmente um motor de velocidade constante tendo uma queda de velocidade de uns poucos por cento quando passa da condição de ausência de carga para plena carga. No caso de um motor de rotor bobinado, a resistência do rotor pode ser aumentada inserindo-se uma resistência externa, aumentando assim o escorregamento e conjugado de pico e diminuindo, portanto, a velocidade do motor para um valor especificado de conjugado. Como as máquinas de indução de rotor bobinado são maiores e mais caras, requerendo uma manutenção mais dispendiosa, esse método de controle de velocidade raramente é usado atualmente. 29 5.1 Introdução Funcionamento do motor com carga: Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia A tendência das máquinas de indução acionadas com fontes de frequência constante é estarem essencialmente limitadas a aplicações de velocidade constante. O uso de sistemas de acionamento de tensão e frequência variáveis torna possível controlar facilmente a velocidade das máquinas de indução em gaiola. Como resultado, essas máquinas (de rotor em gaiola) são amplamente usadas atualmente em uma larga faixa de aplicações que exigem velocidade variável. 30 5.1 Introdução Funcionamento do motor com carga: 29 30 12/11/2019 16 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia 5.2. Correntes e Fluxos em Máquinas de Indução Polifásicas Análise para um rotor bobinado: Neste caso a distribuição de fluxo e FMM pode ser vista com a ajuda da Figura 5.6, na posição de tensão instantânea máxima da fase a: Figura 5.6: Enrolamento planificado do rotor de um motor de indução trifásico de dois pólos com suas ondas de densidade de fluxo e ondas de FMM em suas posições relativas para reatância de dispersão (a) Igual a zero e (b) diferente de zero 31 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Análise para um rotor bobinado: Esse esquema mostra a planificação de um enrolamento simples de rotor trifásico e dois pólos, dentro de um campo de dois pólos. Pode-se ver que atende à restrição de que um rotor bobinado deve ter o mesmo número de pólos que o estator. A onda de densidade de fluxo do rotor está se movendo para a direita com velocidade angular ωs e com a velocidade angular de escorregamento s.ωs, em relação ao enrolamento do rotor. Já o rotor está girando mecanicamente para a direita com velocidade angular (1 - s) ωs. 32 5.2. Correntes e Fluxos em Máquinas de Indução Polifásicas 31 32 12/11/2019 17 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Análise para um rotor bobinado: Se a reatância de dispersão, que é igual a s.ωs vezes a indutância de dispersão do rotor, for muito pequena em comparação com a resistência do rotor - operação normal - a corrente da fase a também será máxima. Assim, a onda de FMM do rotor estará então centrada na fase a, como se vê na Figura 5.6 (a). E sob essas condições o ângulo de deslocamento ou ângulo de conjugado δr estará em seu valor ótimo de - 90º. Se a reatância de dispersão do rotor for apreciável, a corrente da fase a estará atrasada, em relação à tensão induzida, de um ângulo igual ao ângulo de fator de potência ϕ2 da impedância de dispersão do rotor. 33 5.2. Correntes e Fluxos em Máquinas de Indução Polifásicas Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Análise para um rotor bobinado: A corrente da fase a não estará em seu valor máximo até um instante correspondentemente mais atrasado. A onda de FMM do rotor estará centrada na fase a somente após a onda de fluxo ter se deslocado mais ϕ2 graus no entreferro, como mostrado na Figura 5.6 (b). O ângulo δr é agora – (90º + ϕ2). Assim, o ângulo de conjugado de um motor de indução é dado em geral por: (5.9)&� = − 90 ∘ + R" 34 5.2. Correntes e Fluxos em Máquinas de Indução Polifásicas 33 34 12/11/2019 18 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Análise para um rotor bobinado: O seu afastamento do valor ótimo de – 90º é dado pelo ângulo do fator de potência para a impedância de dispersão do rotor, na frequência de escorregamento. Na Figura 5.6 o conjugado eletromagnético do rotor está dirigido para a direita, ou seja, no sentido de deslocamento da onda de fluxo. Análise para um rotor de gaiola de esquilo: A situação comparativa para este caso está ilustrada na Figura 5.7 onde é mostrado em forma planificada um rotor em gaiola de 16 barras colocado em um campo de dois pólos. 35 5.2. Correntes e Fluxos em Máquinas de Indução Polifásicas Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Figura 5.7: Reações de um rotor de gaiola em um campo de dois pólos 36 5.2. Correntes e Fluxos em Máquinas de Indução Polifásicas Análise para um rotor de gaiola de esquilo: 35 36 12/11/2019 19 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Figura 5.7: Reações de um rotor de gaiola em um campo de dois pólos 37 5.2. Correntes e Fluxos em Máquinas de Indução Polifásicas Análise para um rotor de gaiola de esquilo: Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Figura 5.7: Reações de um rotor de gaiola em um campo de dois pólos 38 5.2. Correntes e Fluxos em Máquinas de Indução Polifásicas Análise para um rotor de gaiola de esquilo: 37 38 12/11/2019 20 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Na Figura 5.7 (a) a onda senoidal de densidade de fluxo induz uma tensão em cada barra, sendo que os valores instantâneos são indicados pelas linhas cheias verticais. Um pouco depois, as correntes nas barras assumem valores instantâneos indicados pelas linhas cheias verticais da Figura 5.7 (b). O atraso de tempo corresponde ao ângulo do fatorde potência do rotor ϕ2. Nesse intervalo de tempo, a onda de densidade de fluxo desloca-se, segundo seu sentido de rotação em relação ao rotor, por um ângulo espacial ϕ2 e chega então à posição mostrada na Figura 5.7 (b). 39 5.2. Correntes e Fluxos em Máquinas de Indução Polifásicas Análise para um rotor de gaiola de esquilo: Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia A onda de FMM correspondente do rotor está mostrada pela onda em degraus da Figura 5.7 (c). A componente fundamental está mostrada na forma de uma senóide em linha tracejada, e a onda de densidade de fluxo, pela senóide em linha cheia. O estudo dessas figuras confirma o princípio geral de que: o número de pólos do rotor, em um rotor em gaiola de esquilo, é determinado pela onda de fluxo indutivo. 40 5.2. Correntes e Fluxos em Máquinas de Indução Polifásicas Análise para um rotor de gaiola de esquilo: 39 40 12/11/2019 21 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução As considerações anteriores sobre fluxo e ondas de FMM podem ser expressas prontamente na forma de um circuito equivalente para a máquina de indução polifásica, em regime permanente, considerando: apenas máquinas com enrolamentos polifásicos simétricos, excitados por tensões polifásicas equilibradas; as máquinas trifásicas ligadas em Y, de modo que as correntes e tensões sejam sempre expressas por valores de fase. Assim, pode-se deduzir o circuito equivalente para uma fase, ficando subentendido que as tensões e correntes nas demais fases podem ser obtidas por meio de um simples deslocamento adequado da fase que está sendo estudada (+ 120º no caso de máquina trifásica). 41 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Análise considerando, primeiro, as condições no estator: A onda de fluxo de entreferro, girando sincronicamente, gera forças contra- eletromotrizes (FCEMs) polifásicas equilibradas nas fases do estator. A tensão terminal do estator difere da FCEM pela queda de tensão na impedância de dispersão do estator Z1= R1 + jX1. Assim: (5.10) ghS = ih" + PhS jS + klS 42 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução Onde: V1: Tensão de fase de terminal do estator E2: FCEM (de fase) gerada pelo fluxo de entreferro resultante I1: corrente do estator R1: Resistência efetiva do estator X1: Reatância de dispersão do estator. 41 42 12/11/2019 22 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Análise considerando as condições de estator (continuação): As polaridades das tensões e correntes estão mostradas no circuito equivalente da Figura 5.8 abaixo: Figura 5.8: Circuito equivalente do estator de um motor de indução polifásico 43 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução ghS = ih" + PhS jS + klS Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Análise considerando as condições de estator (continuação): O fluxo de entreferro resultante é criado pelas FMMs combinadas das correntes de estator e rotor. Assim como no caso de um transformador, a corrente de estator I1 pode ser decomposta em duas componentes: uma componente de carga I2 e uma componente de excitação Iφ. A componente de carga I2 produz uma FMM que corresponde à FMM da corrente do rotor. A corrente de excitação Iφ é a corrente de estator adicional que é necessária para criar o fluxo de entreferro e é uma função da FEM E2. Esta pode ainda ser decomposta em uma componente de perdas no núcleo Ic , em fase com E2 , e uma componente de magnetização Im , atrasada em relação a E2 de 90º . 44 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução 43 44 12/11/2019 23 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Análise considerando as condições de estator (continuação): No circuito equivalente, a corrente de excitação pode ser levada em consideração incluindo-se um ramo em derivação, formado por uma resistência de perdas no núcleo Rc em paralelo com uma reatância de magnetização Xm, ligado a E2, como na Figura 5.8. Usualmente, ambas Rc e Xm são determinadas para a frequência nominal do estator e para um valor de E2 próximo do valor esperado de operação. Assume-se então que esses valores permanecem constantes quando pequenos desvios em E2 ocorrerem durante o funcionamento normal do motor. O circuito equivalente que representa o estator é exatamente igual ao usado para representar o primário de um transformador. Para se completar o modelo, os efeitos do rotor devem ser incluídos. 45 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Análise considerando as condições de rotor (continuação): Do ponto de vista do estator, o rotor pode ser representado por uma impedância equivalente Z2: (5.11) Esta impedância corresponde à impedância de dispersão de um secundário equivalente estacionário Deve-se determinar o valor de Z2 que represente as tensões e correntes, em termos das grandezas do rotor referidas ao estator. Do ponto de vista do primário, o enrolamento do secundário de um trafo pode ser substituído por um circuito equivalente que tem o mesmo número de espiras que o enrolamento do primário. o" = ih" Ph" 46 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução 45 46 12/11/2019 24 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Análise considerando as condições de rotor (continuação): Em um transformador, no qual a relação de espiras e os parâmetros do secundário são conhecidos, isso pode ser feito referindo a impedância do secundário ao primário. Para tanto, essa impedância do secundário é multiplicada pelo quadrado da relação de espiras entre o primário e o secundário. No caso de uma máquina de indução polifásica, quando o rotor é substituído por um rotor equivalente, tendo um enrolamento polifásico com os mesmos números de fases e espiras que o estator mas produzindo a mesma FMM e fluxo de entreferro que o rotor real, o desempenho não será alterado quando for observado do ponto de vista dos terminais do estator. Esse conceito é bastante útil na modelagem de rotores de gaiola nos quais a identificação dos “enrolamentos de fase” não é óbvia de modo algum. 47 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Análise considerando as condições de rotor (continuação): O rotor de uma máquina de indução é curto-circuitado e, desse modo, a impedância vista pela tensão induzida é simplesmente a impedância de curto- circuito do rotor. Consequentemente, a expressão que fornece a relação entre a impedância de dispersão Z2 , do rotor equivalente, na frequência de escorregamento, e a impedância de dispersão Zrotor , na frequência de escorregamento, do rotor real, deve ser: (5.12) Onde Nef é a relação de espiras efetiva entre o enrolamento do estator e o enrolamento do rotor real. O subscrito “2s” refere-se às grandezas associadas ao rotor referido. o"� = ih"� Ph"� = p�q " i h �ZrZ� Ph�ZrZ� = p�q " o�ZrZ� 48 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução 47 48 12/11/2019 25 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Análise considerando as condições de rotor (continuação): Assim, E2sé a tensão induzida pelo fluxo de entreferro resultante no rotor equivalente e I2s é a correspondente corrente induzida. Um circuito equivalente, baseado nas grandezas do rotor equivalente, pode ser usado para representar ambos os rotores bobinados e de gaiola de esquilo. Deve-se agora levar em consideração o movimento relativo entre o estator e o rotor com o objetivo de substituir o rotor real, com tensões e correntes na frequência de escorregamento, por um rotor equivalente estacionário, com tensões e correntes na frequência do estator. 49 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Análise considerando as condições de rotor (continuação): Considerando primeiro a impedância de dispersão do rotor referido, na frequência de escorregamento. (5.13) Onde: R2: Resistência do rotor referido. sX2: Reatância de dispersão do rotor referido, na frequência de escorregamento. X2 foi definida com sendo a reatância de dispersão do rotor referido ao estator, na frequência do estator fe . o"� = ih"� Ph"� = j" + k l" 50 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução 49 50 12/11/2019 26 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Análise considerando as condições de rotor (continuação): Como a frequência o rotor real é fr = sfe, esse termo (X2) foi convertido para a reatância, na frequência de escorregamento, simplesmente multiplicando pelo escorregamento s. O circuito equivalente de uma fase do rotor referido, na frequência de escorregamento, esta mostrado na figura 5.9: Figura 5.9: Circuito equivalente de um rotor de um motor de indução polifásico na frequência de escorregamento 51 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Análise considerando as condições de rotor (continuação): A onda de FMM resultante no entreferro é produzida pelos efeitos combinados da corrente de estator I1 da corrente de carga equivalente I2. De modo semelhante, ela pode ser expressa em termos da corrente de estator e da corrente de rotor equivalente I2s. Estas duas correntes são iguais em magnitude, pois I2s é definida como a corrente em um rotor equivalente, com o mesmo número de espira por fase que o estator Como a onda de FMM resultante no entreferro é determinada pela soma fasorial da corrente do estator e da corrente do rotor, real ou equivalente, então I2 e I2s devem ser iguais também em fase (nas suas respectivas frequências elétricas) e, assim, tem-se que: (5.14)Ph"� = Ph" 52 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução 51 52 12/11/2019 27 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Análise considerando as condições de rotor (continuação): Considerando agora que a onda de fluxo resultante induz a FEM no rotor referido E2s, na frequência de escorregamento, e também a FCEM no estator E2. Como a velocidade relativa da onda de fluxo em relação ao rotor é s vezes a sua velocidade em relação ao estator, a relação entre essas FEMs é: (5.15) Como o ângulo de fase entre cada uma dessas tensões e a onda de fluxo resultante é 90º, essas duas tensões devem ser iguais também em sentido fasorial nas suas respectivas frequências elétricas. i"� = i" 53 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Análise considerando as condições de rotor (continuação): Portanto: (5.16) Dividindo-se a equação (5.16) pela (5.14), tem-se que: (5.17) Dividindo-se pelo escorregamento s, obtém-se: (5.18) ih"� = ih" ih"� Ph"� = ih" Ph" = o"� = j" + k l" o" = ih" Ph" = j" + kl" 54 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução 53 54 12/11/2019 28 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Análise considerando as condições de rotor (continuação): Assim, Z2 é a impedância de rotor equivalente estacionário que aparece nos terminais de carga do circuito equivalente do estator mostrado na Figura 5.8. O resultado final é o circuito equivalente monofásico da Figura 5.9. Os efeitos combinados da carga no eixo e da resistência do rotor aparecem na forma de uma resistência refletida R2/s, que é função do escorregamento e, portanto, da carga mecânica. A corrente na impedância do rotor refletido é igual à componente de carga I2 da corrente do estator. A tensão sobre essa impedância é igual à tensão de estator E2. 55 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Análise considerando as condições de rotor (continuação): Quando as correntes e tensões do rotor são refletidas no estator, sua frequência também é alterada para a frequência do estator. Todos os fenômenos elétricos do rotor, quando vistos a partir do estator, tornam-se fenômenos que têm a frequência do estator, porque simplesmente o enrolamento do estator vê as ondas de FMM e fluxo deslocando-se na velocidade síncrona. Figura 5.9: Circuito equivalente monofásico de um motor de indução polifásico 56 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução 55 56 12/11/2019 29 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia O circuito equivalente da Figura 5.9 pode ser usado para determinar uma ampla variedade de características de desempenho das máquinas de indução polifásicas em regime permanente. Estão incluídas as variações de corrente, velocidade e perdas que ocorrem quando as exigências de carga e conjugado são alteradas. Incluem-se também o conjugado máximo e o de partida. Figura 5.9: Circuito equivalente monofásico de um motor de indução polifásico 57 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Daqui para frente apenas a máquina de indução trifásica é considerada. O circuito equivalente mostra que a potência total Pg transferida através do entreferro (do estator ao rotor) é dada pela equação (5.19) abaixo, (onde 3 é o número de fases do estator de um motor trifásico). (5.19) As perdas totais I2R do rotor, Protor, podem ser calculadas a partir das perdas I2R no rotor equivalente como: (5.20) uv = 3P" " j" u�ZrZ� = 3P"� " j" 58 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução 57 58 12/11/2019 30 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Como I2s = I2, pode-se escrever a equação anterior como: (5.21) A potência eletromecânica Pmec desenvolvida pelo motor pode ser determinada subtraindo a dissipação de potência do rotor da potência de entreferro, obtendo-se: (5.22) u�ZrZ� = 3P" "j" u��x = uv − Py ZrZ� = 3P" " j" − 3P" "j" 59 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ou, de forma equivalente: (5.23) u��x (equação (5.23)) e u�ZrZ� (equação (5.21)) podem também serem obtidos a partir de uv (equação (5.19)) pelas expressões: (5.24) (5.25) u��x = 3P" "j" 1 − u��x = 1 − uv u�ZrZ� = uv 60 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução 59 60 12/11/2019 31 Universidade Federal de Uberlândia Faculdadede Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Nota-se que, da potência total fornecida através do entreferro para o rotor, a fração (1 – s) é convertida em potência mecânica e a fração s é dissipada como perdas por efeito joule I2R nos condutores do rotor. Assim, é evidente que em um motor de indução que está operando com um escorregamento elevado não é um dispositivo eficiente. 61 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Quando se desejar destacar os aspectos de potência, o circuito equivalente pode ser redesenhado como na figura 5.10. A potência eletromecânica por fase (u��x) do motor é igual à potência entregue à resistência R2(1 – s)/s. Figura 5.10: Circuito equivalente monofásico de um motor de indução polifásico 62 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução 61 62 12/11/2019 32 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia 63 Notas: 1) As perdas no núcleo são incluídas na resistência Rc; 2) As perdas diversas podem ou não serem consideradas. Slides Extras Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia 64 Slides Extras Notas: 1) Como as perdas no núcleo são incluídas nas perdas rotacionais, a resistência Rc é eliminada; 2) Despreza-se as perdas diversas. 63 64 12/11/2019 33 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Exercício 1: Observa-se que um motor de indução trifásico de dois pólos e 60 Hz está operando com uma velocidade de 3502 rpm com uma potência de entrada de 15,7 kW e uma corrente de terminal de 22,6 A. A resistência de enrolamento do estator é 0,20 Ω/fase. Calcule a potência I2R dissipada no rotor. Resposta: Protor = 419 W 65 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Exercício 2: Um motor de indução trifásico, ligado em Y, de seis pólos, 220 V (tensão de linha), 7,5 kW e 60 Hz tem os seguintes valores de parâmetros, em Ω/fase, referidos ao estator: R1 = 0,294 R2 = 0,144 X1 = 0,503 X2 = 0,209 Xm = 13,25 Pode-se assumir que as perdas totais de atrito, ventilação e no núcleo sejam de 403 W constantes, independente da carga. Para um escorregamento de 2%, calcule a velocidade, o conjugado e a potência de saída, a corrente de estator, o fator de potência e o rendimento, quando o motor é operado em tensão e frequência constantes. Respostas: n = 1176 rpm, Teixo = 42,4 N.m, Peixo = 5220 W, I1 =18,8 A, fp = 0,845 indutivo, η = 86,1% 66 5.3. Circuito Equivalente do Motor de Indução 65 66 12/11/2019 34 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin Uma considerável simplificação resulta quando o teorema de Thévenin da teoria de circuitos é aplicado ao circuito equivalente do motor de indução. Em sua forma geral, o teorema de Thévenin permite a substituição de qualquer rede, vista de dois terminais a e b, como mostra a Figura 5.11, e constituída de elementos de circuitos lineares e fontes de tensão complexa, por uma única fonte de tensão complexa Veq em série com uma única impedância Zeq. 67 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia A tensão equivalente de Thévenin Veq é a que aparece nos terminais a e b da rede original quando esses terminais estão em circuito aberto. A impedância equivalente de Thévenin Zeq é aquela que aparece nos mesmos terminais quando todas as fontes de tensão dentro da rede são zeradas ou curto-circuitadas. Figura 5.11: (a) Rede linear genérica e (b) seu equivalente nos terminais ab de acordo com o teorema de Thévenin 68 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin 67 68 12/11/2019 35 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Em aplicações que envolvem o circuito equivalente do motor de indução, os pontos a e b são indicados na Figura 5.12 a seguir. 69 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin Figura 5.12: Circuitos equivalentes com a resistência de perdas no núcleo desprezada Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia O circuito equivalente toma a forma da dada na Figura 5.13, onde o teorema de Thévenin foi usado para transformar a rede localizada à esquerda dos pontos a e b em uma fonte de tensão equivalente V1.eq em série com uma impedância equivalente Z1.eq = R1.eq + j X1.eq. 70 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin Figura 5.13: Circuitos equivalentes do motor de indução, simplificados pelo teorema de Thévenin 69 70 12/11/2019 36 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia De acordo com o teorema de Thévenin, a tensão da fonte equivalente V1.eq é a tensão que aparece nos terminais a e b da Figura 5.12 quando os circuitos de rotor são removidos (circuito aberto). 71 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin O resultado é um divisor de tensão simples e, assim: (5.26) Para a maioria dos motores de indução, erros desprezíveis surgirão se a resistência de estator da equação anterior for desprezada. ghS.�} = ghS kl� jS + k lS + l� Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia A impedância do estator Z1.eq , dada pelo equivalente Thévenin, é a impedância entre os terminais a e b da Figura 5.12, vista em direção à fonte cuja tensão foi zerada (ou, o que é equivalente, a fonte de tensão ser substituída por um curto-circuito). 72 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin Portanto, obtém-se: (5.27) Ou (5.28) oS.�} = jS.�} + klS.�} = jS + k~S em paralelo com kl� oS.�} = kl� jS + klS jS + k lS + l� 71 72 12/11/2019 37 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Observe que a resistência das perdas no núcleo Rc foi desprezada na dedução das Equações (5.26) a (5.28). Embora trate-se de uma aproximação muito usada, o seu efeito pode ser incorporado facilmente às deduções apresentadas aqui substituindo-se a reatância de magnetização jXm pela impedância de magnetização Zm, igual à combinação da resistência de perdas no núcleo Rc em paralelo com a reatância de magnetização jXm. 73 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Do circuito equivalente de Thévenin da Figura 5.13 (mostrado novamente abaixo), tem-se: (5.29)Ph" = ghS.�} oS.�} + kl" + j" 74 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin Figura 5.13: Circuitos equivalentes do motor de indução, simplificados pelo teorema de Thévenin 73 74 12/11/2019 38 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Usando as expressões obtidas anteriormente, tem-se: Substituindo a corrente de rotor de (5.29) chega-se na equação (5.30): (5.30) A forma geral da curva de Conjugado × Velocidade ou Conjugado × Escorregamento, para o caso em que o motor está conectado a uma fonte de tensão e frequência constantes, está mostrada nas Figuras 5.14 e 5.15 a seguir. ��x = 1 �� 3gS.�} " j" jS.�} +j" " + lS.�} + l" " 75 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin ��x = = S� (S�) = = Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Figura 5.14: Curva de conjugado x escorregamento de uma máquina de indução, mostrando as regiões de frenagem e de funcionamento como motor e gerador 76 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin 75 76 12/11/2019 39 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Figura 5.15: Curvas de conjugado, potência e corrente calculadas para o motor de 7,5 kW 77 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia A Figura 5.14 destaca 3 regiões de operação da máquina de indução: 1 - Região como motor (0 < n < ns ) Durante o funcionamento normal do motor, o rotor gira no sentido de rotação do campo magnético produzido pelas correntes de estator. Nesta situação, a velocidade está entre zero e a velocidade síncrona, e o correspondente escorregamento está entre 1,0 e 0. As condições de partida do motor correspondem a s = 1,0. 78 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin 77 78 12/11/2019 40 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia 2 - Região de frenagem (n < 0) Para operar na região de s > 1 (correspondendo a uma velocidade negativa do motor), o motor deve ser acionado em sentido contrário, contra o sentido de rotação do seu campo magnético, por uma fonte de potência mecânica capaz de contrabalançar o conjugado Tmec . A principal utilização prática dessa região está em trazer rapidamente o motor até uma parada por um método chamado frenagem por inversão de fases. 79 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia 2 - Região de frenagem (n < 0) Permutando dois terminais do estator de um motor trifásico, a sequência de fases e, portanto, o sentido de rotação do campo magnético são invertidos subitamente e o que era um pequeno escorregamento, antes da inversão de fases, torna-se um escorregamento próximo de 2,0 após a inversão. Assim, o motor pára sob a influência do conjugado Tmec e é desligado da linha antes que comece a girar no sentido oposto. Dessa forma, a região de s = 1,0 a s = 2,0 é indicada por “Região de frenagem” na Figura 5.14. 80 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin 79 80 12/11/2019 41 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia 3 - Região como gerador ( n > ns ) A máquina de indução irá funcionar como gerador se seus terminais de estator forem conectados a uma fonte de tensão polifásica e seu rotor for acionado por um acionador mecânico primário acima da velocidade síncrona (resultando em um escorregamento negativo ou s < 0), como mostrado na figura 5.14. A fonte determina a velocidade síncrona e fornece a entrada de potência reativa necessária para excitar o campo magnético de entreferro. Uma aplicação desse tipo consiste em um gerador de indução conectado a um sistema de potência acionado por uma turbina eólica. 81 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Análise do conjugado eletromecânico máximo O conjugado eletromecânico é máximo quando a potência entregue para R2/s, na Figura 5.13 (a), é máxima, situação esta que ocorre quando a impedância R2/s for igual ao módulo da impedância R1.eq + j(X1.eq + X2) que está entre ela e a tensão equivalente constante V1.eq. j" = jS.�} " + lS.�} + l" " 82 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin Assim, o conjugado eletromecânico máximo irá ocorrer com um valor de escorregamento (smaxT) para o qual tem-se: Figura 5.13 (a) (5.31) 81 82 12/11/2019 42 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Análise do conjugado eletromecânico máximo Portanto, o escorregamento para o conjugado máximo smaxT é: (5.32) E o conjugado máximo @ correspondente é dado pela equação (5.33), em que ωs é a velocidade mecânica síncrona: (5.33) = 1 �� 1,5gS.�} " jS.�} + jS.�} " + lS.�} + l" " = j" jS.�} " + lS.�} + l" " 83 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Em condições de funcionamento com frequência constante, um motor de indução convencional típico com rotor de gaiola é essencialmente um motor de velocidade constante, apresentando uma queda de velocidade de cerca de 10% ou menos quando se passa da ausência de carga para a plena carga. No caso de um motor de indução de rotor bobinado, a variação de velocidade pode ser obtida inserindo-se uma resistência externa no circuito do rotor. A influência do aumento da resistência do rotor sobre a curva característica de conjugado x velocidade está mostrada pelas curvas tracejadas da Figura 5.16. 84 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin 83 84 12/11/2019 43 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Figura 5.16: Curvas de conjugado x escorregamento de um motor de indução mostrando o efeito da variação de resistência no circuito do rotor 85 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia A Figura 5.16 mostra que ao variar a resistência do rotor de um motor de indução de rotor bobinado ter-se-á: variações significativas no escorregamento e velocidade de operação; alterações no conjugado de partida. manutenção do mesmo conjugado máximo, porém, com este ocorrendo em um escorregamento (ou velocidade) diferente. As equações (5.32) e (5.33) confirmam o seguinte: o escorregamento para conjugado máximo é diretamente proporcional à resistência do rotor R2 ; o valor do conjugado máximo não depende de R2. 86 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin 85 86 12/11/2019 44 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Assim, quando o valor de R2 é incrementado, inserindo-se uma resistência externa no rotor de um motor bobinado, o conjugado eletromecânico máximo não é afetado, mas a velocidade na qual ele ocorre pode ser controlada diretamente. Esse resultado também pode ser notado observando que o conjugado eletromecânico expresso pela equação (5.30) é uma função da razão R2/s. Assim, o conjugado não se altera desde que a razão R2/s permaneça constante. 87 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Quando o circuito equivalente do motor de indução é aplicado, deve-se ter em mente as idealizações em que foi baseado. A saturação, sob as intensas correntes transitórias iniciais, associadas às condições de partida, tem um efeito significativo sobre as reatâncias do motor. Além disso, a frequência das correntes do rotor é a de escorregamento, variando desde a frequência de estator (para a velocidade nula) até um valor baixo (para a velocidade de plena carga). 88 5.4. Conjugadoe Potência Usando o Teorema de Thévenin 87 88 12/11/2019 45 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia A distribuição das correntes nas barras do rotor dos motores de gaiola pode variar significativamente em função da frequência, dando origem a variações importantes de resistência no rotor. Os projetistas de motores podem adequar a forma das barras do rotor dos motores de gaiola de modo a obter características variadas de Conjugado x Velocidade – isto é considerado adiante na seção 5.6. Erros devidos a essas causas podem ser mantidos em um mínimo quando são usados parâmetros de circuito equivalente que correspondam tão de perto quanto possível aos das condições de funcionamento propostas. 89 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia 90 5.4. Conjugado e Potência Usando o Teorema de Thévenin Para o motor do exemplo 2, determine: a) A componente de carga I2 da corrente de estator, o conjugado eletromecânico Tmec e a potência eletromecânica Pmec para um escorregamento s = 0,03. b) O conjugado eletromecânico máximo Tmax e a correspondente velocidade nTmáx. c) O conjugado eletromecânico de partida Tpartida e a componente de carga da corrente do estator na partida I2.partida. Respostas: (a) I2 = 23,9 A; Tmec = 65,4 N.m ; Pmec = 7980 W. (b) Tmax = 175 N.m ; nTmáx = 970 rpm. (c) Tpartida = 77,3 N.m; I2.partida. = 150 A. Exercício 3: 89 90 12/11/2019 46 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios Os parâmetros de circuito equivalente, necessários para o cálculo do desempenho de um motor de indução submetido a uma carga, podem ser obtidos a partir de: a) Ensaio a vazio (“No-Load Test”), b) Ensaio de rotor bloqueado (“Blocked-Rotor Test”) c) Medida de resistência dos enrolamentos do estator em CC (*) (*) Para maior precisão, R1 deve ser corrigida em CA e temperatura. As perdas suplementares, que devem ser levadas em consideração quando valores exatos de rendimento precisam ser calculados, também podem ser medidas por ensaios a vazio do motor. No entanto, os ensaios de perdas suplementares não serão abordados aqui. 91 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio a Vazio (“No-Load Test”): O ensaio a vazio de um motor de indução fornece informações em relação à corrente de excitação e às perdas a vazio. Geralmente, esse ensaio é executado em frequência nominal e com tensões polifásicas equilibradas nominais, aplicadas aos terminais do estator. Depois de o motor funcionar por um tempo suficiente para que os mancais tenham se lubrificado apropriadamente, as leituras são executadas em tensão nominal. Supondo que o ensaio a vazio (vz) tenha sido realizado com o motor operando sem carga e as seguintes medidas foram obtidas: V1,vz = V1,n = Tensão de fase nominal [V] I1,vz = Corrente de fase/linha [A] Pvz = Potência elétrica polifásica total de entrada [W] fvz = fn = frequência elétrica nominal [Hz] 92 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios 91 92 12/11/2019 47 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio a Vazio (“No-Load Test”): 93 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios Procedimento: Aplicar a tensão nominal do motor estando este sem carga mecânica no seu eixo ou a vazio. Efetuar as leituras dos instrumentos de medida. Slide Extra Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio a Vazio (“No-Load Test”): Parte 1: Análise da potência ativa do ensaio a vazio 94 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios s → 0 R2/s → ∞ Hipótese 1 Hipótese 2 93 94 12/11/2019 48 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio a Vazio (“No-Load Test”): Parte 1: Análise da potência ativa do ensaio a vazio A vazio, a corrente do rotor é apenas a mínima necessária para produzir conjugado suficiente para superar as perdas por atrito e ventilação, associadas à rotação. As perdas a vazio I2R do rotor são, portanto, muito baixas e podem ser desprezadas. Diferentemente do núcleo magnético contínuo do transformador, o caminho de magnetização do motor de indução inclui um entreferro. Devido a isso, a corrente de excitação requerida aumenta de forma significativa. Assim, as perdas a vazio I2R do estator podem ser apreciáveis devido a essa corrente de excitação ser mais elevada. 95 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio a Vazio (“No-Load Test”): Parte 1 - Hipótese 1: Perdas do núcleo incluídas em Protacionais , Neste caso a resistência associada às perdas do núcleo (Rc) não será incluída no circuito equivalente do motor. Desprezando as perdas I2R do rotor, as perdas rotacionais Prot. , em condições normais de funcionamento, podem ser encontradas subtraindo-se as perdas I2R do estator de um motor trifásico da potência de entrada a vazio. (5.34) As perdas rotacionais totais sob carga, em tensão e frequência nominais, é usualmente considerada constante e igual ao seu valor a vazio. A resistência do estator R1 varia segundo a temperatura do enrolamento do estator. Assim, ao aplicar-se a equação (5.34), deve-se tomar cuidado para seja usado o valor correspondente à temperatura do ensaio a vazio. u�Zr. = u − 3PS, " jS 96 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios 95 96 12/11/2019 49 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio a Vazio (“No-Load Test”): Parte 1 - Hipótese 2: Perdas do núcleo definidas pela resistência Rc Para determinar as perdas por atrito e ventilação (perdas rotacionais) separadamente das perdas no núcleo, elas devem ser antes obtidas por algum ensaio específico. Dois deles são mostrados a seguir. Ensaio 1: (para determinação das perdas por atrito e ventilação - rotacionais) Mantenha o motor de indução não energizado e empregue um motor de acionamento externo para impulsionar seu rotor até atingir velocidade a vazio. Nesse caso, as perdas rotacionais serão iguais à potência de saída que é requerida do motor de acionamento. 97 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio a Vazio (“No-Load Test”): Parte 1 - Hipótese 2: Perdas do núcleo definidas pela resistência Rc Ensaio 2: (para determinação das perdas por atrito e ventilação - rotacionais) O motor de indução é operado a vazio, em velocidade nominal, e ele é então repentinamente desligado da fonte, sendo o decaimento da velocidade do rotor determinado pelas perdas rotacionais, obedecendo a fórmula: (5.35) Assim, se a inércia do rotor J for conhecida, as perdas rotacionais para qualquer velocidade ωm podem ser obtidas a partir do decaimento de velocidade resultante como: (5.36) �� V = − �Zr. = − Py Zr. �� u�Zr. �� = −�� �� V 98 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios 97 98 12/11/2019 50 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio a Vazio (“No-Load Test”): Parte 1 - Hipótese 2: Perdas do núcleo definidas pela resistência Rc Portanto, as perdasrotacionais em velocidade nominal podem ser determinadas aplicando-se a equação anterior logo que o motor é desligado, depois que estiver funcionando em velocidade nominal de operação. Se as perdas rotacionais forem determinadas por qualquer um dos dois ensaios, as perdas no núcleo podem agora ser obtidas como: (5.37) Aqui Pnúcleo representa o total das perdas a vazio no núcleo correspondentes à tensão do ensaio a vazio (tipicamente a tensão nominal). uúx�Z = u − Py Zr. − 3PS, " jS 99 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio a Vazio (“No-Load Test”): Parte 1 - Hipótese 2: Perdas do núcleo definidas pela resistência Rc Em condições a vazio, a corrente de estator é relativamente baixa e, como primeira aproximação, pode-se desprezar a correspondente queda de tensão na resistência de estator e na reatância de dispersão. Assim, nessa aproximação, a resistência de perdas no núcleo Rc será dada por: (5.38)jx = 3gS, " uúx�Z 100 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios 99 100 12/11/2019 51 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio a Vazio (“No-Load Test”): Parte 1 – Qual hipótese é melhor, 1 ou 2? Desde que a máquina esteja operando próximo da velocidade e da tensão nominais, esse refinamento de separar as perdas no núcleo e incorporá-las especificamente ao circuito equivalente, na forma de uma resistência de perdas no núcleo, não fará diferença significativa nos resultados da análise. Por essa razão, é mais comum adotar a Hipótese 1, isto é, simplesmente incluir as perdas do núcleo nas perdas rotacionais. Este será o procedimento usado daqui para frente, a menos que seja indicado o contrário. 101 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio a Vazio (“No-Load Test”): Parte 2: Análise da potência reativa do ensaio a vazio Consequentemente, a reatância aparente Xvz, medida nos terminais do estator a vazio, estará muito próxima de X1 + Xm, que é a reatância própria X11 do enrolamento de estator (por fase), isto é: (5.39)l = lSS = lS + l� 102 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios Hipótese 1 101 102 12/11/2019 52 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio a Vazio (“No-Load Test”): Portanto, a reatância própria do estator pode ser determinada das medidas a vazio. Considerando apenas a máquina de indução trifásica, tem-se: A potência reativa a vazio Qvz pode então ser determinada como: (5.40) Em que Svz é a potência aparente total de entrada a vazio, dada por: (5.41) A reatância a vazio Xvz pode ser então calculada de Qvz e I1.vz como: (5.42) = " − u " = 3gS,PS, l = 3PS, " 103 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio a Vazio (“No-Load Test”): Usualmente o fator de potência a vazio é pequeno (isto é, Qvz >> Pvz) de modo que a reatância a vazio está muito próxima da impedância a vazio, ou seja: (5.43)l ≈ gS. PS. 104 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios Hipótese 1 103 104 12/11/2019 53 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio de Rotor Bloqueado (“Blocked Rotor Test”): O ensaio de rotor bloqueado (ou de rotor travado) de um motor de indução fornece informações sobre as impedâncias de dispersão. O rotor é bloqueado, de modo que não possa girar (sendo s = 1), e tensões polifásicas equilibradas reduzidas são aplicadas aos terminais do estator até conseguir o valor nominal das correntes. Supondo que as seguintes medidas foram obtidas deste ensaio: V1.bl = Tensão de fase [V] I1.bl = I1,n = Corrente nominal de linha/fase [A] Pbl = Potência elétrica polifásica total de entrada [W] fbl = Frequência do ensaio de rotor bloqueado (geralmente fbl = fn /4 ) Em alguns casos, mede-se também o conjugado de rotor bloqueado. 105 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio de Rotor Bloqueado (“Blocked Rotor Test”): 106 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios Procedimento: Elevar a tensão até conseguir obter a corrente nominal do motor estando este com seu eixo travado ou bloqueado. Efetuar as leituras dos instrumentos de medida. Slide Extra 105 106 12/11/2019 54 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio de Rotor Bloqueado (“Blocked Rotor Test”): 107 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios s = 1 R2(1- s)/s = 0 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio de Rotor Bloqueado (“Blocked Rotor Test”): Hipótese 1: Considerando a reatância de magnetização Neste ensaio, o circuito equivalente é idêntico ao de um transformador em curto-circuito. Entretanto, um motor de indução é mais complexo do que um transformador, porque a impedância de dispersão pode ser afetada pela saturação magnética dos caminhos de fluxo de dispersão e pela frequência do rotor. A impedância de rotor bloqueado também pode ser afetada pela posição do rotor, embora geralmente esse efeito seja pequeno em rotores de gaiola de esquilo. 108 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios 107 108 12/11/2019 55 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio de Rotor Bloqueado (“Blocked Rotor Test”): O objetivo é realizar o ensaio de rotor bloqueado sob condições em que a corrente e a frequência do rotor são aproximadamente as mesmas da máquina quando essa está operando em condições iguais àquelas para as quais o desempenho deverá ser calculado posteriormente. Assim, tem-se: (a) Se o interesse for nas características de escorregamento próximo da unidade, como na partida, o ensaio de rotor bloqueado deve ser realizado em frequência normal, com as correntes próximas dos valores encontrados na partida – SEM INTERESSE NESTE CURSO. (b) Se o interesse for nas características normais de funcionamento, o ensaio de rotor bloqueado deve ser feito com aquela tensão reduzida da qual resulta aproximadamente a sua corrente nominal – OBJETIVO DESTE CURSO. 109 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio de Rotor Bloqueado (“Blocked Rotor Test”): Para as condições normais de funcionamento: Nesse caso a frequência também deve ser reduzida, uma vez que os valores efetivos de resistência e de indutância de dispersão do rotor em frequências baixas, correspondente a pequenos escorregamentos, podem diferir apreciavelmente de seus valores em frequência normal. A norma IEEE 112 sugere uma frequência de ensaio de rotor bloqueado de 25% da frequência nominal (ou seja, de 15 Hz para fn = 60 Hz). A reatância de dispersão total em frequência normal pode ser obtida do valor desse ensaio considerando que a reatância seja proporcional à frequência. Nota: Os efeitos da frequência podem ser desprezados em motores abaixo de 25 HP nominais e a impedância de rotor bloqueado pode ser medida em frequência normal. 110 5.5. Determinaçãode Parâmetros a Partir de Ensaios 109 110 12/11/2019 56 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio de Rotor Bloqueado (“Blocked Rotor Test”): A importância de se manter as correntes de ensaio próximas de seus valores nominais origina-se no fato de que essas reatâncias de dispersão são afetadas de forma significativa pela saturação. A reatância de rotor bloqueado pode ser encontrada da potência reativa de rotor bloqueado: (5.44) Onde: (5.45) Sbl é a potência aparente total de rotor bloqueado. = " − u " = 3g¡. PS. 111 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio de Rotor Bloqueado (“Blocked Rotor Test”): A reatância de rotor bloqueado, corrigida para a frequência nominal, pode então ser calculada como: (5.46) A resistência de rotor bloqueado pode ser calculada a partir da potência de entrada de rotor bloqueado como: (5.47) Depois de se obter esses parâmetros, os do circuito equivalente poderão ser determinados. l = �Z�. � 3PS. " j = u 3PS. " 112 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios 111 112 12/11/2019 57 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio de Rotor Bloqueado (“Blocked Rotor Test”): Hipótese 1: Cálculos considerando a reatância de magnetização o = jS + klS + j" + kl" em paralelo com kl� o = jS + j" l� " j" " + l� + l" " + k lS + l� j" " + l" l� + l" j" " + l� + l" " 113 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios Pode-se obter a seguinte expressão para a impedância de entrada: (5.48) Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio de Rotor Bloqueado (“Blocked Rotor Test”): Hipótese 1: Cálculos considerando a reatância de magnetização Fazendo aproximações adequadas (R2 < Xm + X2), a equação anterior pode ser reduzida a: (5.49)o = jS + j" l� l" + l� " + k lS + l" l� l" + l� 114 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios 113 114 12/11/2019 58 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Assim, a resistência aparente é: (5.50) E a reatância aparente é: (5.51) j = jS + j" l� l" + l� " l = lS + l" l� l" + l� l" = l − lS l� l� + lS − l j" = j − jS l" + l� l� " 115 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios Ensaio de Rotor Bloqueado (“Blocked Rotor Test”): Hipótese 1: Cálculos considerando a reatância de magnetização Das duas equações anteriores, a reatância de dispersão do rotor X2 e a resistência do rotor R2 podem ser encontradas como: (5.52) (5.53) e Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio de Rotor Bloqueado (“Blocked Rotor Test”): Hipótese 1: Cálculos considerando a reatância de magnetização Para se obter a máxima exatidão no ensaio de rotor bloqueado, quando possível, a resistência de estator R1 usada na equação anterior deve ser corrigida em função do valor correspondente da temperatura durante o ensaio de rotor bloqueado. Usando a equação (5.39) para substituir Xm na equação (5.52), obtém-se: (5.54) A equação acima expressa a reatância de dispersão do rotor X2 em termos das grandezas medidas Xvz e Xbl e da reatância de dispersão desconhecida do estator X1. Infelizmente, não é possível realizar uma medida adicional da qual X1 e X2 possam ser determinados de forma única. l" = l − lS l − lS l − l 116 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios 115 116 12/11/2019 59 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio de Rotor Bloqueado (“Blocked Rotor Test”): Hipótese 1: Cálculos considerando a reatância de magnetização Felizmente, o desempenho do motor é relativamente pouco afetado pelo modo de distribuição da reatância de dispersão total entre o estator e o rotor. A norma IEEE 112 recomenda a distribuição empírica mostrada na tabela 5.1. Se a classe do motor for desconhecida costuma-se assumir que X1 e X2 sejam iguais. Tabela 5.1: Distribuição empírica de reatâncias de dispersão em motores de indução 117 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Ensaio de Rotor Bloqueado (“Blocked Rotor Test”): Hipótese 1: Cálculos considerando a reatância de magnetização Após determinar a relação fracionária entre X1 e X2, ela pode ser substituída na equação (5.54) e X2 (e consequentemente X1) pode ser encontrado em termos de Xvz e Xbl, resolvendo a equação quadrática resultante. A reatância de magnetização Xm pode então ser determinada pela equação (5.39), obtendo-se: (5.55) Finalmente, usando a resistência de estator conhecida e os valores de Xm e X2, que agora também são conhecidos, a resistência de rotor R2 pode ser determinada pela equação (5.53), repetida abaixo. l� = l − lS 118 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios j" = j − jS l" + l� l� " 117 118 12/11/2019 60 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia Esta hipótese se baseia no fato de que Xm >> X2 . Assim, as equações da resistência aparente (5.50) e da reatância aparente (5.51), poderão ser simplificadas, conforme indicado. 119 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios j = jS + j" l = lS + l" Ensaio de Rotor Bloqueado (“Blocked Rotor Test”): Hipótese 2: Desconsiderando a reatância de magnetização j = jS + j" l� l" + l� " l = lS + l" l� l" + l� Atenção: Esta hipótese será adotada aqui. (5.50) (5.51) Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia 120 5.5. Determinação de Parâmetros a Partir de Ensaios Exercício 4: Um motor de indução trifásico, ligado em Y, de quatro pólos, 100 HP, 460 V, conexão Y, 60 Hz, com rotor de dupla gaiola. O motor é da classe B (conjugado de partida normal e corrente de partida baixa e X1 = 0,4(X1+X2)). Tipo de Ensaio Tensão de linha [V] Corrente de linha [A] Frequência aplicada [Hz] Potência trifásica [W] A Vazio (vz) 460 34,1 60 1250 Rotor Bloqueado (bl) 43,3 169 15 4440 A resistência por fase do enrolamento de estator (R1) foi medida como sendo 30,3 mΩ. Determine: (a) As perdas rotacionais e o rendimento do motor. (b) Os parâmetros restantes do circuito equivalente por fase do motor, conforme mostra a figura. 119 120 12/11/2019 61 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia 5.6. Efeitos da Resistência do Rotor na Partida e Funcionamento Uma limitação básica dos motores de indução com resistência de rotor constante é que o projeto do rotor deve ser um compromisso entre fatores. Um rendimento elevado em condições normais de funcionamento requer uma resistência de rotor baixa. Mas uma resistência de rotor baixa resulta em conjugado de partida baixo e altas correntes de partida para fatores de potência baixo. 121 Universidade Federal de Uberlândia Faculdade de Engenharia Elétrica Disciplina – Conversão de Energia 5.6. Efeitos da Resistência do Rotor na Partida e Funcionamento Em motores de rotor bobinado: O uso do rotor
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