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TRATAMENTOS TERMOQUÍMICOS Visam a adição por difusão de elementos, em geral não metálicos na superfície de metais, com o objetivo de aumentar a dureza e a resistência ao desgaste superficial, mantendo um núcleo dúctil. Para os aços, é utilizada a adição de C, N ou B a temperaturas entre 500-1000oC. Variáves críticas de processo Potencial do meio em que a peça será tratada de fornecer o elemento químico desejado. Capacidade da peça de absorver estes elementos químicos. Cementação Introdução de carbono na superfície do aço de modo que após a têmpera, apresente uma superfície mais dura, com um núcleo tenaz. Para tanto parte-se de aços baixo carbono (< 0,30%pC), que são tratados entre 815 e 950oC. Meios de cementação Sólido: Peças de aço são acondicionadas em caixas metálicas, onde se adiciona carvão vegetal ou coque, um catalisador (carbonato de bário ou sódio) e um óleo ligante. Aquecimento da faixa de 815-1030oC. Reações: Carvão + O2 → CO2 Carvão + CO2 → CO BaCO3 + carvão → BaO + CO + energia 2CO → CO2+(C) ( C ) = carbono nascente, que é absorvido pelo aço. Vantagens: Não é necessário atmosfera controlada; econômica para pequenos lotes ou peças grandes; menor experiência do operador. Desvantagens: Não permite controle da camada cementada; não permite têmpera imediata, dado a dificuldade em desempacotar; taxas de aquecimento e resfriamento lentas (aquecimento e resfriamento do conjunto). Cementação gasosa: A peça é cementada em um forno saturado de carbono (atmosfera controlada). Meio gasoso: GNV (80-90% CH4 e 10-20% de C2H6), propano (C3H6), Butano (C4H10) ou álcool etílico volatilizado (C3H5OH) Gás veicular: Empregados para diluir o gás cementante e manter uma pressão positiva no forno. Formados a partir da mistura dos gases: N2 (40-97%); CO (2-35%); CO2 (0-5%); H2 (1-40%); CH4 (0-1%). Reações principais CH4 → ( C ) + 2H2 CO + H2O → CO2 + H2 CO → ( C ) + CO2 Como estas reações são reversíveis, dependendo da temperatura e das concentrações de metano (CH4) e hidrogênio (H2), o aço pode tanto receber carbono ( C ), como perdê-lo. A profundidade da camada cementada varia entre 0,5 e 2 mm. Vantagens: Processo limpo; controle da camada cementada; produtividade; permite têmpera imediata. Desvantagens: Alto custo dos equipamentos; Pessoal habilitado. Cementação líquida: O aço é mantido em um banho de sal líquido a uma temperatura acima da crítica. A profundidade da camada cementada é dependente da composição do banho e da temperatura utilizada. Para temperaturas entre 840-900oC são obtidas camadas cementadas entre 0,08 e 0,8mm. Para temperaturas entre 900-955oC, obtém-se camadas entre 0,5 e 3 mm. Reações principais Banho baixa temperatura: 2NaCN → Na2CN2 + ( C ) 2 NaCN + O2 → 2 NaNCO NaCN + CO2 → NaNCO + CO Banho alta temperatura: Ba(CN)2 → BaCN2 + ( C ) Vantagens: boa camada cementada em pouco tempo; difícil descarbonetação; produtividade. Desvantagens: Toxidez dos cianetos; limpeza posterior. Nitretação: Introdução superficial de nitrogênio no aço, pelo aquecimento entre 500-570oC, formando uma dura camada de nitretos. Por utilizar temperaturas inferiores as da cementação, a nitretação gera menores distorções e menor tendência a trincas. Ao final é aplicado têmpera para o endurecimento da camada nitretada (dureza e resistência ao desgaste maior que da camada cementada). São empregados aços que contém elementos formadores de nitretos como alumínio, cromo e vanádio. Nitretação a gás: Atmosfera de amônia. Temperatura de 500-550oC. Reação: NH3 → (N) + 3/2 H2 Sequência de operações: (1) Têmpera e revenimento a 25oC acima da temperatura de nitretação. (2) Usinagem grosseira (3) Alívio de tensões (500-600oC) (4) Usinagem final (5) Nitretação (6) Retífica Nitretação líquida: Banho a base de cianeto, que também adiciona algum carbono a peça. Temperatura de 500-570oC. Cianetação Aquecimento do aço a temperaturas acima da crítica em banho de sal fundido, de modo que a superfície absorva carbono e nitrogênio, seguido de têmpera em óleo ou água. O banho de sal é composto de cianeto de sódio (30-97%), carbonato de sódio (2-40%) e cloreto de sódio (0-30%). Estes dois últimos são sais inertes para controlar o ponto de fusão da mistura e sua fluidez. São aplicadas temperaturas entre 760-870oC e aços baixo carbono. Reações: Para gerar carbono e nitrogênio ativos o cianeto de sódio reage com o oxigênio do ar: 2NaCN + O2 → 2NaNCO 4NaNCO→ Na2CO3 + 2NaCN + 2 (N) 2CO → CO2 + ( C ) NaCN + CO2 → NaNCO + CO Carbonitretação Consiste na introdução de carbono e nitrogênio a partir de uma mistura gasosa. Temperaturas de 700- 900oC. A mistura de carbono e nitrogênio fornece maior resistência ao impacto e menor camada endurecida. Boretação Enriquecimento superficial em boro com formação de boretos de ferro (Fe2B e FeB). Boretação gasosa: Emprego de um gás 100 vezes mais venenoso que o cianogênio. Boretação líquida: Banhos de sais não tóxicos, porém com dificuldades de penetração no aço devido a formação de camadas bifásicas contendo Fe2B e FeB (este último formador de trincas). Boretação sólida: A mais empregada. Utiliza-se carboneto de boro, com a formação de camadas monofásicas de Fe2B. Em seguida ao tratamento é aplicado têmpera e revenimento, sendo este último em meio inerte. A microdureza da camada boretada é extremamente alta e resistente a corrosão em meio ácido. Bibliografia: Aços e ligas especiais – Costa e silva.
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