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1 
 
DISCIPLINA: LEITURA E PRODUÇÃO DE TEXTOS 
MATERIAL DE APOIO – AULA 1 
Ler ou não ler? Eis a questão... 
O brasileiro não lê porque o livro é caro? Errado. O brasileiro não lê porque não o acostumaram a ler. Na verdade, 
a grande maioria dos brasileiros não lê porque na escola não o ensinaram a ler, no sentido mais profundo da 
palavra, ou seja, apreender o que está escrito, refletir, questionar, "viajar" com um texto. (...) 
A indústria da educação brasileira ensina apenas para o aluno passar no vestibular. A formação humanística, a 
compreensão do mundo através de sua história, não está em questão. A questão é "passar ou passar", ou seja, 
competir e ganhar a corrida para a glória do canudo universitário. 
A leitura deveria ser passada para a criança e os adolescentes como uma busca, uma ação lúdica e prazerosa, 
que pode perfeitamente substituir com igual grau de prazer uma ida ao cinema, um dia na praia ou um churrasco 
no sítio, sem qualquer remorso. 
Todos aqueles que já descobriram o prazer da leitura, o gosto de elaborar, ele mesmo, o "seu" personagem, a 
"sua" paisagem, voltar a página e emocionar-se de novo com aquelas cenas que mais os tocaram, jamais abrirão 
mão dessa "descoberta". É um vírus que, uma vez contraído, não tem mais cura. É um não acabar mais de 
descobrir; uma leitura vai sempre remetendo a outra e a vida torna-se tão curta para tanto livro a ser lido. 
Só mesmo o portador desse vírus sabe avaliar a diferença entre a "viagem" da leitura e a cena dada pronta, 
como a daquela via TV. Assistir TV é cômodo e chega a ser hipnótico. Não há participação de quem está do lado 
de cá, o espectador é passivo, recebe o prato feito, não tem possibilidade de criar, de imaginar, de "viajar". A 
cena que ele está vendo é só aquela cena, a mesma cena que outros milhões de telespectadores também estão 
vendo. Ao passo que, no ato de ler a mesma página de um livro, um mesmo poema que tantos outros já leram, 
entra em jogo o nosso poder de imaginar, de recriar, próprio do ser humano e que os meios de comunicação de 
massa encarregaram-se de destruir. (...) 
(VERAS, Dalila Teles. Disponível em <www.terravista.pt/ancora/2367>. Acesso em 15 de janeiro de 2007). 
 
A noção ampla de texto 
 
Em casa, na rua, na escola, no clube, no restaurante, todos nós, no dia-a-dia, circulamos entre textos. O que é 
texto? Uma conversa telefônica informal entre amigos é um texto? A letra de uma música que ouvimos pelo rádio 
é um texto? Um capítulo de novela, um outdoor, um letreiro de ônibus, uma conta de telefone, um debate político, 
um anúncio publicitário, uma notícia de jornal, uma bula de remédio, são textos? Quando falamos, também 
produzimos textos ou são textos apenas os escritos? Para que servem os textos? O que diferencia um texto do 
outro? 
 
O texto escrito 
A luta que os alunos enfrentam com relação à produção de textos escritos é muito especial. Em geral, eles não 
apresentam dificuldades em se expressar através da fala coloquial. Os problemas começam a surgir quando este 
aluno tem necessidade de se expressar formalmente e se agravam no momento de produzir um texto escrito. 
Nesta última situação ele deve ter claro que há diferenças marcantes entre falar e escrever. 
Na linguagem oral o falante tem claro com quem fala e em que contexto. O conhecimento da situação facilita a 
produção oral. Nela o interlocutor, presente fisicamente, é ativo, tendo possibilidade de intervir, de pedir 
esclarecimentos, ou até de mudar o curso da conversação. O falante pode ainda recorrer a recursos que não 
são propriamente linguísticos, como gestos ou expressões faciais. Na linguagem escrita a falta desses elementos 
extratextuais precisa ser suprimida pelo texto, que se deve organizar de forma a garantir a sua inteligibilidade. 
A escrita tem normas próprias, tais como regras de ortografia - que, evidentemente, não é marcada na fala - de 
pontuação, de concordância, de uso de tempos verbais. Entretanto, a simples utilização de tais regras e de outros 
recursos da norma culta não garante o sucesso de um texto escrito. Não basta, também, saber que escrever é 
diferente de falar. É necessário preocupar-se com a constituição de um discurso, entendido aqui como um ato 
de linguagem que representa uma interação entre o produtor do texto e seu receptor; além disso, é 
preciso ter em mente a figura do interlocutor e a finalidade para a qual o texto foi produzido. 
 
2 
 
Para que esse discurso seja bem-sucedido deve constituir um todo significativo e não fragmentos isolados 
justapostos. No interior de um texto devem existir elementos que estabeleçam uma ligação entre as partes, isto 
é, elos significativos que confiram coesão ao discurso. Considera-se coeso o texto em que as partes referem-se 
mutuamente, só fazendo sentido quando consideradas em relação umas com as outras. 
 (Disponível em <http://www.juliobattisti.com.br/artigos/carreira/mercado.asp>. Acesso em 15/12/2006). 
 
a) Uma boa leitura não pode basear-se em fragmentos isolados do texto, já que o significado das partes 
sempre é determinado pelo contexto dentro do qual se encaixam. 
b) Uma boa leitura nunca pode deixar de apreender o pronunciamento contido por trás do texto, já que sempre 
se produz um texto para marcar posição frente a uma questão qualquer. 
 
O texto é um tecido, uma estrutura construída de tal modo que as frases não têm significado autônomo: 
num texto, o sentido de uma frase é dado pela correlação que ela mantém com as demais. É, portanto, 
um conjunto de palavras e frases encadeadas que permitem interpretação e transmitem uma mensagem. 
 
 
Linguagem e língua 
 
Na origem de toda a atividade comunicativa do ser humano está a linguagem, que é a capacidade de 
se comunicar por meio de uma língua. Língua é um sistema de signos convencionais usados pelos 
membros de uma mesma comunidade. Em outras palavras: um grupo social convenciona e utiliza um 
conjunto organizado de elementos representativos. (...) Individualmente, cada pessoa pode utilizar a língua de 
seu grupo social de uma maneira particular, personalizada, desenvolvendo assim a fala. Observe: você, ao 
falar ou escrever, dá preferência a determinadas palavras ou construções, seja por hábito, seja por opção 
consciente. Esse seu modo particular de empregar a língua portuguesa é a sua fala (...) Por mais original e 
criativa que seja, no entanto, sua fala deve estar contida no conjunto mais amplo que é a língua portuguesa; 
caso contrário, você estará deixando de empregar a nossa língua e não será mais compreendido pelos 
membros da nossa comunidade. Note, pois, que língua é um conceito amplo e elástico, capaz de abarcar todas 
as manifestações individuais, todas as falas. Estudar a língua portuguesa é tornar-se apto a utilizá-la com 
eficiência na produção e interpretação dos textos com que se organiza nossa vida social. Por meio desse 
estudo, amplia-se o exercício de nossa sociabilidade — e, consequentemente, de nossa cidadania, que passa 
a ser mais lúcida. 
 
Conhecer bem a língua em que se vive e pensa é investir no ser humano que você é. 
INFANTE, Ulisses, Do Texto ao Texto: curso prático de redação e leitura – São Paulo : Scipione, 1998. (texto adaptado) 
 
Assim, a comunicação ocorre quando interagimos com outras pessoas utilizando linguagem. Para se 
comunicar, as pessoas não utilizam apenas a linguagem verbal, isto é, as palavras. Elas também gesticulam, se 
movimentam, fazem expressões corporais e faciais. Tudo isso – palavras, gestos, movimentos, expressões 
corporais e faciais – é linguagem. 
 Além da linguagem verbal, cuja unidade básica é a palavra (falada ou escrita), existem também as 
linguagens não verbais, como a música, a dança, a mímica, a pintura, a fotografia, a escultura etc. Há 
ainda, as linguagens mistas, como as histórias em quadrinhos, o cinema, o teatro e os programas de TV, 
quepodem reunir diferentes linguagens, como o desenho, a palavra, o figurino, a música, o cenário etc. 
 Mais recentemente, com o aparecimento da informática, surgiu também a linguagem digital, que, 
valendo-se da combinação de números, permite armazenar e transmitir informações em meios eletrônicos. 
 Interlocutores são as pessoas que participam do processo de interação pro meio da linguagem. 
Aquele que produz a linguagem – aquele que fala, que pinta, que compõe uma música, que dança – é 
chamado de locutor, e aquele que recebe a linguagem é chamado de locutário. No processo de 
comunicação e interação, ambos são interlocutores. 
 
 
 
Traços do tupi-guarani no português do Brasil 
 
ANHANGUERA: “Diabo Velho” ou “Espírito Mau”. 
ARACAJU: cajueiro dos papagaios. 
ARARIBÓIA: cobra feroz" ou "cobra da tempestade" 
CAATINGA: mata branca, clara 
CARIOCA: casa de branco 
3 
 
CAPIVARA: comedor de capim 
CAPIXABA: área roçada, pronta para o plantio” 
IRAJÁ: local que dá mel, mel brota 
MARACANÃ: ave da mesma família dos papagaios e das araras, só que de tamanho menor.. 
OI: saudacao tupi 
PIRAÍ: rio do peixe 
PIPOCA: estalando a pele. 
TAUBATÉ: grande povoação 
TIJUCA: Lama, pântano 
TOCANTINS: Bico de tucano 
 
Algumas outras palavras derivadas do tupi: Andaraí, Cabucu, Caju, Carioca, Catete, Catumbi, Gamboa, 
Guanabara, Guaratiba, Jacarepagua, Inhauma, Ipanema, Iraja, Itapiru, Maracana, Pavuna, Tijuca etc. 
 
 
 
 
LINGUAGENS VERBAL, NÃO-VERBAL E MISTA 
Como já vimos, temos a linguagem verbal, cuja unidade básica é a palavra (falada ou escrita), a linguagem não 
verbal, como a música, a dança, a mímica, a pintura, a fotografia, a escultura etc. E as linguagens mistas, como 
as histórias em quadrinhos, o cinema, o teatro e os programas de TV, que podem reunir diferentes linguagens, 
como o desenho, a palavra, o figurino, a música, o cenário etc. 
 
A foto a seguir, da americana Margaret Bourke‐White (1904‐74), apresenta desempregados na fila de 
alimentos durante a Grande Depressão, que se iniciou em 1929. 
 
 
STRICKLAND, CAROL; BOSWELL, JOHN. ARTE COMENTADA: DA PRÉ‐HISTÓRIA AO PÓS‐MODERNO. RIO DE JANEIRO: EDIOURO 
[S.D.]. 
 
Abaixo, a favela de Paraisópolis e um condomínio de luxo 
 
 
 
4 
 
 
 
CARTUM 
Um tipo de texto humorístico é o Cartum. Espécie de anedota gráfica sobre o comportamento 
humano, o Cartum pode usar apenas linguagens não-verbal ou misturá-la com a verbal. Em geral, aborda 
situações atemporais e universais, isto é, que poderiam acontecer em qualquer tempo ou lugar. 
O nome Cartum veio de um fato ocorrido em 1841, em Londres: para redecorar o Palácio de Westminster, 
o príncipe Albert promoveu um concurso de desenhos, feitos em grandes cartões (cartoons, em inglês) que 
seriam colados às paredes. Para satirizar os desenhos oficiais, a revista inglesa Punch, a primeira revista 
humorística do mundo, resolveu publicar seus próprios cartoons, dando novo significado à palavra. 
 
 
1. veja estes exemplos de Cartum. 
 
 
 
 
 
 
https://www.google.com.br/search?q=exemplo+de+cartum&espv=2&biw=1366&bih=643&tbm=isch&tbo=u&source=univ&sa=X&ved=0ahUKEwiFlK
qHiLfOAhVExpAKHX4JDbkQsAQIGw#tbm=isch&q=exemplo+de+cartum+EDBAR&imgrc=1zDd0caXEFHdJM%3A 
 
O Cartum é um texto humorístico que usa a linguagem não-verbal, combinada ou não com a 
verbal. Normalmente, retrata situações universais e atemporais, satirizando os costumes humanos. 
 
 
 
 
 
5 
 
CHARGE 
Ao contrário do Cartum, que, como vimos, retrata situações genéricas, a charge satiriza um fato específico, 
situado no tempo e no espaço. Outra diferença é que, enquanto os personagens do Cartum costumam 
ser pessoas comuns, as da charge muitas vezes são personalidades públicas – um político ou artista, 
por exemplo. Tanto o Cartum quanto a charge, porém, têm em comum o fato de poderem usar a linguagem 
verbal, a não-verbal, ou as duas ao mesmo tempo. Finalmente, ambos costumam ser publicados em veículos de 
comunicação de massa, como jornais ou revistas. Em francês, a palavra charge significa “carga”: de fato, o 
chargista “vai à carga”, atacando com ironia e mordacidade uma situação política ou social. 
O chargista denuncia um problema social que tem sido combatido, mas que ainda representa uma 
questão preocupante. A charge faz parte do material de opinião, isto é, aquela parte dos jornais e revistas em 
que cada autor expressa seu ponto de vista sobre determinado assunto. Em geral, localiza-se na página de 
editoriais, a página mais nobre da publicação. A compreensão da crítica feita pelo chargista depende da 
cumplicidade estabelecida entre autor e leitor. Por isso, o leitor precisa ter um conhecimento prévio do assunto 
abordado e conhecer as circunstâncias, os personagens e os fatos retratados. Assim, a charge pode perder seu 
sentido se o acontecimento que a inspirou já tiver sido esquecido pelo público. 
 
 
 
 
http://acertodecontas.blog.br/politica/politica-e-educacao-nas-charges-de-angeli/ 
 
Charge é um desenho humorístico, acompanhado ou não de texto verbal. Normalmente, critica um fato 
ou acontecimento específico e aborda temas sociais, econômicos e sobretudo, políticos. 
 
 
 
 
 
 
 
https://www.chargeonline.com.br/

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