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Constitucionalismo: Origem e Fases

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Constitucionalismo 
 
Constitucionalismo → movimento jurídico político que se originou na Europa, 
particularmente na França Revolucionária, no final do século XVIII, quando da 
derrubada do Absolutismo. 
 
 
1) Absolutismo: 
• poder concentrado em uma única autoridade; 
• não direitos oponíveis ao monarca; 
• a origem do poder é divina. 
 
 
2) Constitucionalismo: 
• o poder é exercido por representantes do povo; 
• há direitos oponíveis aos governantes; 
• o poder emana do povo. 
 
 
Fundamentos do Constitucionalismo 
 
• Fundamento Filosófico → Iluminismo (pode ser entendido como uma ruptura 
com o passado e o início de uma fase de progresso da humanidade. Essa fase 
é marcada por uma revolução na ciência, nas artes, na política, e na doutrina 
jurídica, por exemplo). 
 
• Fundamento Jurídico → Jusnaturalismo (direitos inerentes à natureza 
humana). 
 
• Fundamento Político → Liberalismo (o liberalismo político implicava a 
restrição do poder estatal, não permitindo que o Estado interfira em alguns 
direitos fundamentais como o direito à vida, à felicidade e à liberdade). 
 
 
CONSTITUCIONALISMO LIBERAL → O Constitucionalismo nasceu 
entremeado ao liberalismo social e econômica, em uma concepção de Estado 
Liberal. No Estado Liberal de Direito, o Estado é mínimo, distante das relações 
particulares, o Estado tem prestações negativas. O Estado é não 
intervencionista, ausente e preza pela garantia dos 5 direitos clássicos: vida, 
liberdade, igualdade, segurança e propriedade. 
 
O marco dessa 1ª Fase do Constitucionalismo é a declaração dos direitos do 
homem, garantidora dos direitos individuais. 
 
 
 
 
 
 
2 
 
DIREITOS DE PRIMEIRA GERAÇÃO 
 
Os direitos fundamentais de primeira geração ou dimensão são oponíveis ao 
Estado e têm por titular o indivíduo; são direitos de resistência e de oposição ao 
Estado. 
 
Alguns exemplos de direitos fundamentais de primeira geração são o direito à 
vida, à liberdade, à propriedade, à liberdade de expressão, à participação política 
e religiosa, à inviolabilidade de domicílio, à liberdade de reunião, entre outros. 
 
 
COSNTITUCIONALISMO SOCIAL → é a 2ª Fase do Constitucionalismo, do 
fim da primeira guerra até a segunda, pois surge com crise do Estado liberal e 
com atuação estatal positiva. Possui como características os direitos 
fundamentais, o surgimento das garantias institucionais e a separação de 
poderes. 
 
O Constitucionalismo, nessa fase, caracteriza-se pelo Estado Intervencionista 
na busca pela igualdade material da sociedade. Com o fim da 1ª Guerra Mundial, 
o Estado Liberal entrou em crise, pois a pobreza e a marginalização da 
sociedade foi intensa nesse período de grande crise econômica e social. O 
Estado passa a atuar com prestações positivas na tentativa de garantir os 
direitos sociais, econômicos e culturais do povo (os chamados direitos coletivos). 
O Well Fare State, como foi chamado, passou a intervir nas relações sociais, 
abandonando sua postura de ausência, tendo um papel fundamental na 
produção e distribuição de bens e garantindo uma qualidade mínima de bem-
estar social. 
 
O advento do primeiro pós-guerra marca uma profunda alteração na concepção 
do constitucionalismo liberal: as Constituições de sintéticas passam a analíticas, 
consagrando nos seus textos os chamados direitos econômicos e sociais; a 
democracia liberal-econômica dá lugar à democracia social, mediante a 
intervenção do Estado na ordem econômica e social, sendo exemplos desse 
fenômeno as Constituições do México de 1917, a de Weimar de 1919 e, no 
Brasil, a Constituição de 1934. 
 
 
DIREITOS DE SEGUNDA GERAÇÃO 
 
Ao contrário dos direitos de primeira geração, em que o Estado não deve intervir, 
nos direitos de segunda geração o Estado passa a ter responsabilidade para a 
concretização de um ideal de vida digno na sociedade. 
 
Ligados ao valor de igualdade, os direitos fundamentais de segunda dimensão 
são os direitos sociais, econômicos e culturais. Direitos que, para serem 
garantidos, necessitam, além da intervenção do Estado, que este disponha de 
poder pecuniário, seja para criá-las ou executá-las, uma vez que sem o aspecto 
monetário os direitos de segunda dimensão, não se podem cumprir 
efetivamente. 
 
3 
 
 
Constitucionalismo da Fraternidade ou Constitucionalismo dos Valores → foi 
assim chamada a 3ª Fase do Constitucionalismo. As Constituições do segundo 
pós-guerra (1939-1945) prosseguiram na linha das anteriores. Essa fase foi 
marcada pela declaração dos direitos humanos de 1948 e seus interesses 
consagravam os direitos difusos, tais como a paz, o desenvolvimento, a 
comunicação, o meio ambiente, a ciência, proteção dos consumidores e a 
tecnologia. Os direitos de 3ª geração são transindividuais, ou seja, são direitos 
que dizem respeito ao todo da humanidade, portanto estão além dos interesses 
de um único indivíduo. 
 
De qualquer modo, ressalte-se que, mesmo com os questionamentos relativos à 
denominada globalização nos planos econômico, social ou político, não há como 
negar a universalidade do constitucionalismo, por envolver a ideia de limitação 
do poder, de governo democrático e de proclamação e garantia dos direitos 
humanos. 
 
 
DIREITOS DE TERCEIRA GERAÇÃO 
 
Os direitos fundamentais de terceira geração emergiram após a Segunda Guerra 
Mundial e, ligados aos valores de fraternidade ou solidariedade, são os 
relacionados ao desenvolvimento ou progresso, ao meio ambiente, à 
autodeterminação dos povos, bem como ao direito de propriedade sobre o 
patrimônio comum da humanidade e ao direito de comunicação. 
 
São direitos transindividuais, em rol exemplificativo, destinados à proteção do 
gênero humano. Em caráter de humanismo e universalidade, os direitos 
fundamentais de terceira geração direcionam-se para a preservação da 
qualidade de vida, tendo em vista que a globalização a tornou necessária. 
 
 
NOVO DIREITO CONSTITUCIONAL OU NEOCONSTITUCIONALISMO: surge 
depois da segunda guerra, mas, na América Latina, se desenvolve nos anos 80. 
Busca a eficácia da Constituição, colocando-a no centro do sistema com 
imperatividade e superioridade. Possui como características o reconhecimento 
da força normativa, a rematerialização que dá força ao concretismo, a 
centralidade dos direitos fundamentais e o desenvolvimento da hermenêutica. O 
grande desafio é a efetiva concretização de direitos, já que, nessa fase, há 
fortalecimento da jurisdição constitucional e das normas programáticas. Surge a 
ideia de pluralismo, onde se reconhece a diversidade cultural e a identidade 
andina e/ou indígena. Cresce, ainda, no Estado Democrático de Direito, a 
soberania popular, onde todo o poder emana do povo. Nesse sentido, o titular 
do poder é o povo, mas o exercício dá-se através dos representantes do povo 
ou, também, por meio de plebiscito, referendo e iniciativa popular (existe, assim, 
uma democracia semidireta ou participativa, graças ao sufrágio universal). 
 
- A partir do início do século XXI, nasce uma nova perspectiva em relação ao 
constitucionalismo: o constitucionalismo não se resume à limitação do poder 
político, deve-se buscar a EFICÁCIA DA CONSTITUIÇÃO. 
4 
 
 
- A Constituição é o CENTRO DO SISTEMA, marcada por uma intensa CARGA 
VALORATIVA. 
 
- A norma constitucional adquire o caráter de NORMA JURÍDICA DOTADA DE 
IMPERATIVIDADE, SUPERIORIDADE E CENTRALIDADE, ou seja, tudo deve 
ser interpretado a partir da Constituição. 
 
- Como a Constituição é superior na ordem jurídica, dá-se ênfase às 
CONSTITUIÇÕES RÍGIDAS. 
 
- Concretização das prestações materiais prometidas pela sociedade. A 
Constituição é FERRAMENTA PARA IMPLEMENTAR UM ESTADO 
DEMOCRÁTICO SOCIAL DE DIREITO. 
 
- O caráter ideológico repousa na tutela de DIREITOS FUNDAMENTAIS (≠ do 
constitucionalismo moderno, que tinha como caráter ideológicoa limitação do 
poder). 
 
- CESPE: na perspectiva moderna, o conceito de constitucionalismo abrange, 
em sua essência, a limitação do poder político e a proteção dos direitos 
fundamentais. 
 
- Onipresença de PRINCÍPIOS E REGRAS. 
 
- Densificação da FORÇA NORMATIVA (Konrad Hesse). 
 
- Desenvolvimento da JUSTIÇA DISTRIBUTIVA. 
 
- MODELO NORMATIVO AXIOLÓGICO ("teoria do valor"). 
 
- Expansão da JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL e o desenvolvimento de uma 
NOVA DOGMÁTICA DE INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL (novas 
diretrizes hermenêuticas). 
 
- REAPROXIMAÇÃO ENTRE O DIREITO E A ÉTICA, A MORAL E A JUSTIÇA 
(“materialização da Constituição”). Faz-se uma LEITURA MORAL DA 
CONSTITUIÇÃO (Dworkin). 
 
- No Estado Constitucional de Direito, a lei e os poderes públicos devem não só 
observar a forma prescrita na Constituição, mas, acima de tudo, estar em 
consonância com o seu espírito, o seu caráter axiológico e os seus valores 
destacados. 
 
- De acordo com Luís Roberto Barroso, são marcos fundamentais do 
neoconstitucionalismo: 
 
 
 
 
5 
 
ATENÇÃO 
O jurista aponta três marcos determinantes para isso: 
 
a) marco histórico: formação do ESTADO CONSTITUCIONAL DE DIREITO, 
cuja consolidação se deu ao longo das décadas finais do século XX. 
 
O constitucionalismo do pós-guerra, que "redefiniu o lugar da Constituição e a 
influência do direito constitucional nas instituições contemporâneas". As 
principais referências são: a Lei Fundamental de Bonn, de 1949 (Alemanha), 
e a Constituição da Itália, de 1947. No Brasil, cita-se a Constituição de 1988. 
 
 
b) marco filosófico: o PÓS-POSITIVISMO. 
 
Com a centralização dos direitos fundamentais e a reaproximação entre direito 
e ética. Explicando melhor o que se entende por pós-positivismo, podemos 
dizer que é a junção das ideias no jusnaturalismo do século XVIII com as do 
positivismo do século XIX, criando uma nova forma de entender o direito. A 
corrente jusnaturalista fundou-se na crença de que existem princípios de 
justiça universalmente válidos para todos os seres humanos. Ela impulsionou 
as revoluções liberais do século XVIII, mas, por ter sido considerada "abstrata" 
ou metafísica, foi substituída pelas ideias do positivismo. Este igualou o Direito 
à lei, retirando toda carga valorativa e filosófica da norma. Era a Ciência pura 
do Direito. Com a crise desse sistema em meados do século XX, era preciso 
repensar a filosofia jurídica. Como esclarece Barroso: "o pós-positivismo busca 
ir além da legalidade estrita, mas não despreza o direito posto; procura 
empreender uma leitura moral do Direito, mas sem recorrer a categorias 
metafísicas." 
 
 
c) marco teórico: processo de constitucionalização do direito, que inclui a 
expansão da JURISDIÇÃO CONSTITUCIONAL e o desenvolvimento de uma 
NOVA DOGMÁTICA DA INTERPRETAÇÃO CONSTITUCIONAL; ideia de 
FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO (Konrad Hesse). 
 
Em primeiro lugar, a constituição passou a ser dotada de força normativa. Isso 
quer dizer que o texto constitucional deixa de ser um convite à atuação do 
governante, uma mera carta política, e reconhece o papel do Judiciário na 
concretização de direitos. Em segundo lugar, consequentemente, há uma 
expansão da jurisdição constitucional, criando-se Tribunais Constitucionais 
com o objetivo de efetivar o texto constitucional, na perspectiva da Supremacia 
da Constituição. Por fim, em terceiro lugar, houve uma mudança em relação à 
forma de se interpretar a norma constitucional. A nova interpretação 
constitucional passou a ter que lidar com a existência de princípios e conceitos 
abertos, a serem concretizados pelo intérprete, a exemplo do princípio da 
dignidade da pessoa humana. Além disso, a técnica da ponderação de 
interesses e a argumentação jurídica se tornam fundamentais para a solução 
de colisões entre direitos. 
 
 
6 
 
 
Característica do neoconstitucionalismo 
 
Eis as características: supremacia do texto constitucional; garantia, promoção e 
preservação dos direitos humanos; força normativa dos princípios 
constitucionais; constitucionalização do Direito; ampliação da jurisdição 
constitucional. 
 
 
DIREITOS DE QUARTA GERAÇÃO 
 
Apesar de ser pouco discutido na doutrina, os direitos fundamentais de quarta 
geração são importantíssimos pois compreendem os direitos à democracia, a 
informação e ao pluralismo. 
 
Tal direito versa sobre o futuro da cidadania e a proteção da vida a partir da 
abordagem genética e suas atuais decorrências. Esta imposição de 
reconhecimento e garantia por parte do Estado se dá porque as normas 
constitucionais estão em constante interação com a realidade. 
 
 
NOVO CONSTITUCIONALISMO LATINO-AMERICANO 
 
O fim dos regimes militares da América-Latina no início da década de 80 marca 
o início de uma nova cultura jurídica e de um novo processo de 
constitucionalização, como decorrência da emergência do Pluralismo Jurídico. 
Evidencia-se, a partir daí, a ruptura com o modelo hegemônico eurocêntrico e o 
nascimento de novos conceitos de Estado, com forte participação popular e 
valorização local, afirmando a identidade latino-americana. 
 
 
Pluralismo jurídico: é decorrente da existência de dois ou mais sistemas 
jurídicos, dotados de eficácia, concomitantemente em um mesmo ambiente 
espaço-temporal. 
(I) as análises teóricas sobre a interlegalidade; 
(II) a abordagem das sociedades multiculturais – direitos de minorias; 
(III) a ordem internacional; 
(IV) abordagem tipicamente sociológica focada no "direito do povo". 
 
 
Interculturalidade: tem lugar quando duas ou mais culturas entram em 
interação de uma forma horizontal e sinérgica. Para tal, nenhum dos grupos se 
deve encontrar acima de qualquer outro que seja, favorecendo assim a 
integração e a convivência das pessoas. 
 
Este tipo de relações interculturais implica ter respeito pela diversidade; embora, 
por razões óbvias, o aparecimento de conflitos seja inevitável e imprevisível, 
podem ser resolvidos através do respeito, do diálogo e da 
concertação/assertividade. 
 
7 
 
Plurinacionalismo: é a possibilidade de um Estado reconhecer que dentro do 
seu território existem diferentes identidades nacionais e que as mesmas devem 
ser respeitadas por igual. 
 
Estado Plurinacional nada mais é do que aquele que diferencia a nacionalidade 
política e a nacionalidade étnica conferida a todos os cidadãos, derivadas do 
grupo histórico e cultural do qual provém o indivíduo. E assim, em um Estado 
Plurinacional a igualdade política e jurídica que confere deveres e direitos não 
oculta a identidade étnica de cada um dos grupos que formam a sociedade. 
 
• Refundação do Estado moderno - Estado plurinacional (leva em conta 
diversidades culturais e a pluralidade do povo – várias nações e um Estado); 
 
• Constituições da Venezuela (1999), Equador (2008) e Bolívia (2009); 
 
• Textos constitucionais extensos e em linguagem simples; 
 
• Ressignificação dos conceitos legitimidade e participação popular – investem 
em Democracia participativa, representativa e comunitária; 
 
• Poder Social (4º Poder); 
 
• Busca de um novo papel da sociedade no Estado e a integração das minorias 
até então marginalizadas, especialmente povos indígenas; 
 
• Bem viver. Pluralidade. Inclusão. Participação. 
 
 
TRANSCONSTITUCIONALISMO 
 
O transconstitucionalismo é o entrelaçamento de ordens jurídicas diversas, tanto 
estatais como transnacionais, internacionais e supranacionais, em torno dos 
mesmos problemas de natureza constitucional. Ou seja, problemas de direitos 
fundamentais e limitação de poder que são discutidos ao mesmo tempo por 
tribunais de ordens diversas. Por exemplo, o comércio de pneus usados, que 
envolve questões ambientais e de liberdade econômica. Essas questões são 
discutidas ao mesmo tempo pela Organização Mundial do Comércio, pelo 
Mercosul e peloSupremo Tribunal Federal no Brasil. O fato de a mesma questão 
de natureza constitucional ser enfrentada concomitantemente por diversas 
ordens leva ao que eu chamei de transconstitucionalismo. 
 
Este fenômeno jurídico moderno se dá quando uma questão constitucional 
concreta é discutida simultaneamente em Cortes Constitucionais de países 
distintos, ou ainda entre tribunais nacionais e tribunais de Organizações 
Internacionais. 
 
Podemos encontrar designações de sinonímia doutrinaria como cross-
constitucionalismo, ou ainda fecundação cruzada. Essa teoria foi proposta 
pelo professor Marcelo Neves e o nome que aparenta inicialmente sugerir uma 
supraconstitucionalização internacional, propõe na verdade, um diálogo de 
8 
 
sistemas jurídico-constitucionais buscando o aprendizado e a validação de suas 
decisões. 
 
Não se trata da criação de um metassistema jurídico, ou uma Constituição 
Mundial. O transconstitucionalismo de Neves busca uma harmonização de 
decisões, tendo em vista a particularidade da sociedade moderna, que é 
globalizada. 
 
Podemos constatar essa transversalidade, quando, por exemplo, o Supremo 
Tribunal Federal cita em seus acórdãos algumas decisões de tribunais 
estrangeiros. 
 
 
https://gilmarfjr.jusbrasil.com.br/artigos/639205327/constitucionalismo-conceito-
caracteristicas-e-classificacao 
 
https://matheusmaranhao.wordpress.com/2017/06/16/introducao-ao-direito-
constitucional-ii-fases-do-constitucionalismo/ 
 
https://www.lfg.com.br/conteudos/artigos/geral/direitos-fundamentais-de-
primeira-segunda-terceira-e-quarta-geracao 
 
https://jus.com.br/artigos/22345/aspectos-teoricos-do-movimento-
neoconstitucional 
 
https://www.perguntedireito.com.br/4166/o-que-e-transconstitucionalismo 
 
https://aexperienciajuridica.wordpress.com/2015/02/05/o-que-e-
transconstitucionalismo-cross-constitucionalismo/ 
 
 
CONSTITUIÇÃO 
 
O termo se refere a: conjunto de elementos essenciais de algo; organização, 
formação; conjunto de normas que regem uma corporação; a Lei fundamental 
de um Estado. 
 
• “Conjunto de normas jurídicas, escritas ou costumeiras, que regula a forma do 
Estado, a forma do seu Governo, o modo de aquisição e exercício do poder, seus 
órgãos, os limites de sua ação, direitos fundamentais do povo e suas respectivas 
garantias.” (José Afonso da Silva) 
 
• Juridicamente, a Constituição pode ser compreendida: 
 
– Ponto de vista material: critério definidor é o conteúdo de suas normas. 
 
– Ponto de vista formal: critério definidor é a sua posição no sistema. 
 
 
 
9 
 
CONCEPÇÕES SOBRE O SENTIDO DA CONSTITUIÇÃO 
 
• Qual a natureza, significação e papel da Constituição? 
 
- Em sentido sociológico (Lassale) → Constituição é o SOMATÓRIO DOS 
FATORES REAIS do poder dentro de uma sociedade, sob pena de se tornar 
mera folha de papel escrita, que não corresponda à Constituição real. 
 
- CESPE: no sentido sociológico, a CF reflete a somatória dos fatores reais do 
poder em uma sociedade. 
 
 
- Em sentido político (Carl Schmitt) → a Constituição decorre de uma DECISÃO 
POLÍTICA FUNDAMENTAL, e se traduz na estrutura do Estado e dos Poderes 
e na presença de um rol de direitos fundamentais. 
 
- CESPE: a concepção política de Constituição, elaborada por Carl Schmitt, 
compreende-a como o conjunto de normas que dizem respeito a uma decisão 
política fundamental, ou seja, a vontade manifestada pelo titular do poder 
constituinte. 
 
- As normas que não traduzirem a decisão política fundamental não serão 
constituição propriamente dita, mas meras leis constitucionais. 
CONSTITUIÇÃO ≠ LEI CONSTITUCIONAL. 
 
- CESPE (assertiva errada): na concepção sociológica de Constituição, 
constituição e lei constitucional têm a mesma acepção. 
 
CONSTITUIÇÃO LEIS CONSTITUCIONAIS 
Constituição é apenas a decisão 
política fundamental do titular do 
poder constituinte (estrutura e órgãos 
do estado, direitos individuais, vida 
democrática, etc.). 
Demais dispositivos inseridos no 
texto do documento constitucional, 
mas que não contêm matéria de 
decisão política fundamental. 
Corresponde ao sentido material. Corresponde ao sentido formal. 
 
 
- Em sentido material → o critério definidor é o CONTEÚDO da norma. 
Constitucional será aquela norma que defina e trate das regras estruturais 
da sociedade, além de seus alicerces fundamentais. 
 
- Trata-se do que Schmitt chamou de “Constituição”. 
 
- AO ELEGER O CRITÉRIO MATERIAL, É POSSÍVEL ENCONTRAR NORMAS 
CONSTITUCIONAIS FORA DO TEXTO CONSTITUCIONAL. 
 
- Ressalva, ainda, Gilmar Mendes, que atualmente a Constituição tem por meta 
não apenas erigir a arquitetura normativa básica do estado, ordenando-lhe o 
essencial das suas atribuições e escudando indivíduos contra eventuais abusos, 
mas tem por alvo também criar bases para a convivência digna de todas as 
10 
 
pessoas em um ambiente de respeito e consideração recíprocos. Essa visão 
reconfigura o Estado, somando-lhe às funções tradicionais as de agente 
intervencionista e de prestador de serviços. 
 
- CESPE: conceitua-se a Constituição, quanto ao aspecto material, como o 
conjunto de normas pertinentes à organização do poder, à distribuição da 
competência, ao exercício da autoridade, à forma de governo e aos direitos 
individuais e sociais da pessoa humana. 
 
- CESPE (assertiva errada): do ponto de vista material, o que importa para definir 
se uma norma tem ou não caráter constitucional será a forma como ela tenha 
sido introduzida no ordenamento jurídico, independentemente do conteúdo 
dessa norma. A questão fala do ponto de vista formal, não material. 
 
 
- Em sentido formal → o critério definidor é a FORMA, INDEPENDENTE DO 
SEU CONTEÚDO: CONSTITUIÇÃO É QUALQUER NORMA QUE TENHA 
SIDO INTRODUZIDA POR MEIO DE UM PROCESSO CONSTITUINTE 
ESPECÍFICO (MAIS DIFICULTOSO). 
 
- É o que Schmitt chamou de “leis constitucionais”. 
 
- O BRASIL ADOTOU, NUM PRIMEIRO MOMENTO, O SENTIDO FORMAL. 
CONTUDO, ISSO FOI ATENUADO COM A EC 45/03, QUE ESTABELECEU 
QUE DESDE QUE SEJAM OBSERVADOS OS REQUISITOS FORMAIS, É 
POSSÍVEL QUE TRATADOS INTERNACIONAIS SOBRE DIREITOS 
HUMANOS (MATÉRIA) POSSUAM EQUIVALÊNCIA COM AS EMENDAS 
CONSTITUCIONAIS. 
 
- CESPE: normas materialmente constitucionais encerram disposições a 
respeito de matéria tipicamente constitucional, isto é, de elementos inerentes à 
Constituição, ao passo que as normas formalmente constitucionais, embora não 
tratem de matéria constitucional, são constitucionais, do ponto de vista 
eminentemente formal, somente porque integram a Constituição. 
 
- CESPE (assertiva errada): Constituição, em sua acepção formal, corresponde 
ao documento solene que disciplina as normas superiores elaboradas por um 
processo constituinte específico, sendo as normas integrantes da CF/88 
caracterizadas como formalmente e materialmente constitucionais. Para o 
CESPE, A CF/88 É FORMAL. 
 
 
- Constituição jurídica (Kelsen) → utiliza a constituição em dois sentidos: 
 
a) Lógico-jurídica → é a norma fundamental hipotética pura, cuja função 
é servir de fundamento lógico transcendental da validade da Constituição 
jurídico-positiva (plano lógico); 
 
11 
 
b) Jurídico-positiva → é norma posta, norma positiva suprema, conjunto de 
normas que regula a criação de outras normas, leis nacionais do seu mais 
alto grau (plano positivo). 
 
- CESPE: para Kelsen, a palavra constituição tem dois sentidos: lógico-jurídico 
e jurídico-positivo. De acordo com o primeiro, constituição significa norma 
fundamental hipotética, cuja função é servir de fundamento lógico transcendental 
da validade da constituição jurídico-positiva, que equivale à norma positiva 
suprema, conjunto de normas que regula a criação de outras normas, lei nacional 
no seu mais alto grau. 
 
- CESPE: em sentido jurídico, a constituição é consideradanorma pura, puro 
dever ser. 
 
- CESPE: no sentido jurídico, a Constituição não tem qualquer 
fundamentação sociológica, política ou filosófica. 
 
 
Outras concepções contemporâneas importantes: 
 
• Constituição Material – Konrad Hesse; 
 
• Constituição Dirigente – José Joaquim Gomes Canotilho; 
 
• Constituição Sistêmica – Niklas Luhmann. 
 
 
TIPOLOGIA DAS CONSTITUIÇÕES 
 
• Quanto à origem: 
 
HISTÓRICAS DOGMÁTICAS OU SISTEMÁTICAS 
Constituem-se através de um lento e 
contínuo processo de formação ao 
longo do tempo, reunindo a história e as 
tradições do povo. 
 
Ex.: constituição inglesa. 
 
São sempre escritas. Partem de 
teorias pré-concebidas, de planos e 
sistemas prévios, de ideologias bem 
declaradas, de dogmas políticos. São 
elaboradas em um só momento pela 
Assembleia Constituinte. 
 
Ex.: CF/88. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
OUTORGADAS PROMULGADAS CESARISTAS PACTUADAS 
Impostas, de 
maneira 
unilateral, pelo 
agente 
revolucionário, 
que não recebeu 
do povo a 
legitimidade para 
atuar em nome 
dele. São também 
denominadas de 
Cartas. 
 
No Brasil: 
1824 (Império), 
1937 (Vargas), 
1967 (Militar). 
Também 
denominadas de 
democráticas, 
votadas ou 
populares, são 
fruto de uma 
Assembleia 
Constituinte, eleita 
pelo povo, para, 
em nome dele, 
atuar. 
 
No Brasil: 
1891 (República), 
1934, 1946 e 
1988. 
São outorgadas 
por um ditador 
ou imperador e 
posteriormente 
submetidas à 
aprovação 
popular por 
plebiscito ou 
referendo. 
 
Também chamada 
de Bonapartista, 
Plebiscitária ou 
Referendária. 
Surgem através de 
um pacto nos 
casos em que o 
poder constituinte 
originário se 
concentra nas 
mãos de mais de 
um titular. 
 
Ex.: Carta Magna 
Inglesa de 1215, 
que os barões 
ingleses 
obrigaram João 
Sem Terra a jurar. 
 
 
• Quanto à forma: 
 
ESCRITA OU INSTRUMENTAL 
NÃO ESCRITA OU COSTUMEIRA OU 
CONSUETUDINÁRIA 
Formada por um conjunto de regras 
sistematizadas e organizadas em um 
único documento, estabelecendo as 
normas fundamentais de um Estado. 
É formada por textos esparsos, 
reconhecidos pela sociedade como 
fundamentais, e baseia-se nos usos, 
costumes e jurisprudência. 
 
Ex.: Constituição inglesa. 
 
 
• Quanto à dimensão: 
 
SINTÉTICAS, CONCISAS OU 
SUMÁRIAS 
ANALÍTICAS, EXTENSAS OU 
PROLIXAS 
Veiculam apenas os princípios 
fundamentais dos Estados. Tendem 
a ser mais duradouras. 
 
Ex.: Constituição Americana. 
Abordam todos os assuntos que os 
representantes do povo entendem 
fundamentais. 
 
Ex.: CF/88. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
• Quanto ao conteúdo: 
 
MATERIAL FORMAL 
O texto contém apenas as matérias 
constitucionais, que são os Direitos 
Fundamentais, a Estrutura do Estado 
e a Organização dos Poderes (DEO). 
Constituição que elege como critério o 
processo de sua formação, e não o 
conteúdo de suas normas. 
 
Ex.: CF/88. 
 
 
• Quanto à mutabilidade (estabilidade): 
 
RÍGIDAS FLEXÍVEIS 
SEMIRRÍGIDA OU 
SEMIFLEXÍVEL 
Exigem, para sua 
alteração, um processo 
legislativo mais 
dificultoso que o 
processo de alteração 
de normas não 
constitucionais. 
 
Ex.: CF/88. 
A rigidez constitucional 
está no art. 60. 
A dificuldade em alterar 
a Constituição é a 
mesma encontrada para 
alterar uma lei. 
Exige para algumas 
matérias um processo 
mais dificultoso, 
enquanto outras não 
requerem tal 
formalidade. 
 
Ex.: a Constituição de 
1824 previa que as 
matérias ligadas aos 
limites e atribuições dos 
Poderes, aos direitos 
políticos e individuais 
teriam um procedimento 
de alteração rígido, 
enquanto o resto podia ser 
alterado sem tais 
formalidades. 
 
 
• Quanto à essência: 
 
NORMATIVAS NOMINALISTAS SEMÂNTICA 
Dotada de valor jurídico 
legítimo. 
 
A CF/88 “pretende ser” 
normativa. 
Sem valor jurídico, 
apenas social. 
 
É a que Lassale chamava 
de “folha de papel”. 
É criada para justificar 
o exercício de um poder 
não democrático. 
 
>> Classificação Ontológica de Karl Loewenstein – considera a efetividade da 
Constituição perante a realidade social. 
 
 
CF/88 = DOGMÁTICA, PROMULGADA, ESCRITA, ANALÍTICA, FORMAL, RÍGIDA E 
NORMATIVA. 
 
14 
 
História das Constituições Brasileiras 
 
1) Constituição de 1824 (1ª Constituição brasileira) 
 
CONTEXTO - Após a independência do Brasil ocorreu uma intensa disputa entre 
as principais forças políticas pelo poder: O partido brasileiro, representando 
principalmente a elite latifundiária escravista, produziu um anteprojeto, apelidado 
de "constituição da mandioca", que limitava a poder imperial (antiabsolutista) e 
discriminava os portugueses (antilusitano). 
 
Dom Pedro I, apoiado pelo partido português (ricos comerciantes portugueses e 
altos funcionários públicos), em 1823 dissolveu a Assembleia Constituinte 
brasileira. Dom Pedro I constituiu um Conselho de Notáveis para a elaboração 
da Carta Magna, que se tornou nossa primeira constituição. 
 
CARACTERÍSTICAS: 
 
- Nome do país: Império do Brasil; 
 
- Constituição: Outorgada e Cesarista; 
 
- Forma unitária de Estado / Monarquia hereditária e constitucional; 
 
- Monarquia constitucional como forma de governo; 
 
- Território brasileiro dividido em províncias, com presidentes nomeados pelo 
imperador e exoneráveis ad nutum; 
 
- O catolicismo era considerado a religião oficial do Estado; 
 
- Sufrágio censitário, pois para participar do processo eleitoral era exigida renda 
mínima anual e para ser eleito, uma renda ainda maior; 
 
- Voto censitário em dois graus (eleitores de paróquia / eleitores de província); 
 
- Existência de quatro poderes políticos: Executivo; Legislativo; Judiciário e 
Moderador, valendo ressaltar que este último (Poder Moderador) era delegado 
privativamente ao Imperador, como Chefe Supremo da Nação, e considerando 
“a chave de toda organização política”, com amplos poderes, como de nomeação 
de Senadores, convocação e dissolução da Câmara dos Deputados, suspensão 
de magistrados, sanção e veto de proposições legislativas; 
 
- Uma ampla declaração de direitos destinados a assegurar a inviolabilidade dos 
direitos civis e políticos dos cidadãos brasileiros. A escravidão imperial e da 
própria Constituição; 
 
- Competiam ao próprio Poder Legislativo as atribuições de guarda da 
Constituição e de interpretação das leis; 
 
- Caráter de semirrigidez da Constituição imperial; 
15 
 
 
- Competia ao próprio Poder Legislativo velar pela supremacia da Constituição, 
não tendo sido instituído um sistema judicial de controle de constitucionalidade. 
 
- O mandato dos senadores era vitalício. 
 
- Modelo externo: monarquias europeias restauradas (após o Congresso de 
Viena). 
 
Foi a de maior vigência (durou mais de 65 anos). Foi emendada pelo ato 
adicional de 1834, durante o período regencial, para proporcionar mais 
autonomia para as províncias. Essa emenda foi cancelada pela lei interpretativa 
do ato adicional, em 1840. 
 
 
2) Constituição de 1891 (1ª CONSTITUIÇÃO REPUBLICANA) 
 
CONTEXTO - A República, no Brasil, resulta de um golpe militar desferido em 
15 de novembro de 1889, com o banimento da família imperial do território 
nacional. Com a proclamação da nova forma de governo, impunha-se a 
elaboração de uma nova constituição. A mencionada constituição foi bastante 
influenciada pelo modelo constitucional norte-americano, o que se evidencia pela 
própria denominação adotada: “Estados Unidos do Brasil”. 
 
Logo após a proclamação da república, predominaram interesses ligados à 
oligarquia latifundiária, com destaque para os cafeicultores. Essas elites 
influenciando o eleitorado ou fraudando as eleições ("voto de cabresto" ou 
coronelismo) impuseram seu domínio sobreo país. 
 
CARACTERÍSTICAS: 
 
- Nome do país: Estados Unidos do Brasil. 
 
- Carta promulgada (feita legalmente); 
 
- Forma federativa de Estado, com rígida separação de competências entre a 
União e os Estados (federalismo dualista) / República Presidencialista; 
 
- Forma republicana de governo; 
 
- Território brasileiro dividido em Estados. As antigas províncias transformaram-
se em Estados-membros dos Estados Unidos do Brasil, contando com 
constituições e leis próprias; 
 
- Três poderes (extinto o poder moderador); 
 
- Voto Universal (para todos / muitas exceções, ex. analfabetos); 
 
- Estado Laico (separado da Igreja); 
 
16 
 
- Ampla liberdade de culto. O catolicismo deixou de ser a religião oficial do 
Estado brasileiro, permitindo-se o livre culto de todas as crenças; 
 
- Ampliação dos direitos individuais, com a inclusão do habeas corpus; 
 
- Instituído um sistema judicial difuso de controle de constitucionalidade, de 
acordo com o modelo norte-americano; 
 
- Modelo externo: constituição norte-americana. 
 
 
3) Constituição de 1934 
 
CONTEXTO - A Constituição de 1891 perdurou até a revolução de 1930, que 
pôs fim ao regime da denominada República Velha. Em 1932 eclodiu, em São 
Paulo, a denominada Revolução Constitucionalista, para o regresso do Brasil às 
formas constitucionais. Observa-se, contudo, que uma Assembleia Nacional 
Constituinte já havia sido convocada pelo governo central dois meses antes da 
eclosão dessa fracassada revolução. A Constituição de 1934 é fruto desse órgão 
constituinte. Foi bastante influenciada pela Constituição alemã de Weimar. A 
concepção do Estado na economia veio a substituir a antiga ideia liberal do 
laisser-faire, com a implantação da política do new deal nos EUA e o 
planejamento nos países socialistas. Com a extensão do direito de voto às 
mulheres, pelo Código Eleitoral de 1932, pela primeira vez uma mulher foi eleita 
para compor uma Assembleia Nacional Constituinte no Brasil. 
 
CARACTERÍSTICAS: 
 
- Nome do país: Estados Unidos do Brasil; 
 
- Carta promulgada (feita legalmente); 
 
- Mantivera a Federação e a República como forma de Estado e de Governo; 
 
- A Constituição incorporou uma concepção de intervenção do Estado na ordem 
econômica e social e dedicou um título à ordem econômica e social; 
 
- Adotou um modelo cooperativo de federalismo; 
 
- Mantivera a tripartição de poderes políticos; 
 
- Constitucionalizou a Justiça Eleitoral; 
 
- Reforma Eleitoral: introduzidos o voto secreto e o voto feminino (quando 
exercessem função pública remunerada); 
 
- Criação da Justiça do Trabalho e das Leis Trabalhistas: jornada de 8 horas 
diárias, repouso semanal, férias remuneradas (13º salário só mais tarde, com 
João Goulart); 
 
17 
 
- Incorporou direitos sociais, nova modalidade de direitos fundamentais, 
representando uma prestação positiva do Estado; 
 
- Ampliação dos direitos e garantias individuais, com a introdução do mandado 
de segurança e da ação popular no texto constitucional; 
 
- Introdução de três importantes inovações do sistema de controle de 
constitucionalidade que perduram até hoje: cláusula de reserva de plenário; 
comunicação da decisão declaratória de inconstitucionalidade proferida pelo 
STF ao Senado Federal e Representação interventiva. 
 
Foi a de menor duração / já em 1935, Vargas suspendia suas garantias através 
do estado de sítio. 
 
Obs.: Vargas foi eleito indiretamente para a presidência. 
 
 
4) Constituição de 1937 
 
CONTEXTO - Como seu mandato terminaria em 1938, para permanecer no 
poder Vargas deu um golpe de estado, tornando-se ditador. A Constituição de 
1937 foi imposta por Getúlio Vargas. Usou como justificativa a necessidade de 
poderes extraordinários para proteger a sociedade brasileira da ameaça 
comunista ("perigo vermelho") exemplificada pelo plano Cohen (falso plano 
comunista inventado por seguidores de Getúlio). Influenciado pelo modelo 
fascista de organização política, instaurou um regime político conhecido como o 
“Estado Novo”. Na verdade, tratava-se de uma ditadura pura e simples, pois o 
Presidente da República legislava por decretos-leis e aplicava-os como Poder 
Executivo. Essa Constituição é conhecida como a “polaca”, dada a influência 
que recebeu da Constituição da Polônia. 
 
CARACTERÍSTICAS: 
 
- Nome do país: Estados Unidos do Brasil; 
 
- Carta outorgada (imposta); 
 
- Inspiração fascista: regime ditatorial, perseguição e opositores, intervenção do 
estado na economia; 
 
- Manutenção da federação como forma de Estado apenas nominalmente, pois 
todo o poder político foi transferido para o governo central, especialmente para 
o Presidente da República (federalismo nominal); 
 
- Separação de poderes somente formal, pois o Legislativo e o Judiciário foram 
extremamente reduzidos em suas funções; 
 
- Refletindo a mentalidade autoritária da nova Carta Constitucional, direitos e 
garantias individuais foram restringidos, e o mandado de segurança e a ação 
popular, excluídos do texto constitucional; 
18 
 
 
- Abolidos os partidos políticos e a liberdade de imprensa; 
 
- Mandato presidencial prorrogado até a realização de um plebiscito (que nunca 
foi realizado); 
 
- Houve um retrocesso no processo de controle de constitucionalidade, 
porquanto uma lei declarada inconstitucional pelo Poder Judiciário poderia ser 
novamente apreciada pelo Legislativo a pedido do Presidente da República. 
Caso confirmada por 2/3 dos votos de cada Casa, a decisão do STF ficava sem 
efeito. 
 
- Modelo externo: Ditaduras fascistas (ex.: Itália, Polônia, Alemanha). 
 
 
5) Constituição de 1946 
 
CONTEXTO - O grande fato político antecedente dessa Constituição foi a 
redemocratização do País em 1945. A CF/46 é fruto de uma Assembleia 
Nacional Constituinte convocada após o afastamento de Getúlio Vargas do 
poder. Essa Constituição, que perdurou até 1967, sobreviveu ao golpe militar de 
1964, embora desfigurada por sucessivos atos institucionais, que concentravam 
poderes nas mãos do Presidente da República. 
 
CARACTERÍSTICAS: 
 
- Nome do país: Estados Unidos do Brasil; 
 
- Carta promulgada (feita legalmente); 
 
- Mandato presidencial de 5 anos (quinquênio); 
 
- Ampla autonomia político-administrativa para estados e municípios; 
 
- Restauração do sistema de separação de poderes; 
 
- Retomada do regime democrático; 
 
- Reintrodução do mandado de segurança e da ação popular no capítulo dos 
direitos individuais inseridos no texto constitucional; 
 
- Foi instituído um sistema duplo de controle de constitucionalidade, tanto pela 
via de ação como pela de exceção, ambos com características próprias; 
 
- Defesa da propriedade privada (e do latifúndio); 
 
- Assegurava direito de greve e de livre associação sindical; 
 
- Garantia liberdade de opinião e de expressão; 
 
19 
 
• Contraditória na medida em que conciliava resquícios do autoritarismo anterior 
(intervenção do Estado nas relações patrão x empregado) com medidas liberais 
(favorecimento ao empresariado). 
 
Obs.: Através da emenda de 1961, foi implantado o parlamentarismo, com 
situação para a crise sucessória após a renúncia de Jânio Quadros. Em 1962, 
através de plebiscito, os brasileiros optam pela volta do presidencialismo. 
 
 
6) Constituição de 1967 
 
CONTEXTO - Essa constituição surgiu na passagem do governo Castelo Branco 
para o Costa e Silva, período no qual predominavam o autoritarismo e o arbítrio 
político. Documento autoritário, a constituição de 1967 foi largamente emendada 
em 1969, absorvendo instrumentos ditatoriais como os do AI-5 (ato institucional 
nº 5) de 1968. 
 
O Presidente da República João Goulart foi derrubado por um golpe militar em 
31 de março de 1964. Trata-se de uma Constituição outorgada, pois o Congresso 
Nacional não havia sido eleito com essafinalidade e não mais possuía 
legitimidade política para a representação da vontade nacional, visto que 
diversos congressistas oposicionistas tiveram seus mandatos cassados. Essa 
constituição prevaleceu somente por dois anos. 
 
CARACTERÍSTICAS: 
 
- Nome do país: República Federativa do Brasil; 
 
- Documento promulgado (foi aprovado por um Congresso Nacional mutilado 
pelas cassações); 
 
- Confirmava os Atos Institucionais e os Atos Complementares do governo 
militar; 
 
- Impregnada pela ideologia da “segurança nacional” em diversos aspectos: 
a) criação de um Conselho de Segurança Nacional; 
b) Possibilidade de civis serem julgados pela Justiça Militar em caso de crimes 
contra a segurança nacional. 
 
- Centralização dos poderes políticos na União, especialmente nas mãos do 
Presidente da República; 
 
- Redução de direitos individuais, admitindo-se a possibilidade de suspensão 
desses direitos em caso de abuso. 
 
 
 
 
 
 
20 
 
SÍNTESE 
Vejamos a síntese de cada um deles: 
O AI-1(abril de 1964) permitiu ao Comando decretar o estado de sítio, quando assim 
se fizesse necessário, além de conferir o poder de aposentar qualquer civil ou militar. 
Ainda, por meio desse Ato, os militares poderiam suspender direitos políticos e 
cassar mandatos legislativos federais, estaduais ou municipais. 
O AI-2 (27 de outubro de 1965) estabeleceu eleições indiretas para Presidente da 
República. 
O AI-3 (05 de fevereiro de 1966) fez o mesmo que o 2, porém na esfera estadual. 
O AI-4 (12 de dezembro de 1966), a seu turno, convocou o Congresso Nacional, 
que estava fechado, para elaborar a nova Carta Constitucional, que regeria o país a 
partir de então. 
O AI-5 (13 de dezembro de 1968), a suspensão da garantia de Habeas Corpus para 
alguns tipos de crimes, além disso, é por meio deste AI que o Presidente da 
República decreta estado de sítio, também ocorrem intervenções federais sem os 
devidos limites constitucionais, diversos direitos políticos são suspensos, o 
Congresso Nacional, as Assembleias Legislativas e as Câmaras de Vereadores 
entram em recesso e também mandatos eletivos sofrem cassação. 
 
Obs.: Reflexo da conjuntura de "guerra fria", na qual sobressaiu a "teoria da 
segurança nacional" (combater os inimigos internos rotulados de subversivos 
(opositores de esquerda). 
 
 
EMENDA CONSTITUCIONAL Nº1 DE 1969 
 
CONTEXTO - O governo militar com a edição do ato institucional n.º 5, 
concentrou ainda mais poderes nas mãos do Presidente da República, com a 
consequente restrição de direitos individuais e políticos. Em 1969 uma Junta 
Militar assumiu o poder, não aceitando que o Vice-Presidente Pedro Aleixo 
tomasse posse em razão da doença do Presidente Costa e Silva. Sob o pretexto 
jurídico de que nos períodos de recesso do Congresso Nacional competia ao 
Poder Executivo legislar sobre todas as matérias, a Junta Militar promulgou a 
Emenda n.º 1 à Constituição de 1967. O propósito do regime militar foi a inclusão 
do conteúdo dos atos institucionais na própria lei fundamental de organização do 
Estado. Foram tantas as modificações introduzidas por essa emenda 
constitucional na lei de organização básica do Estado brasileiro que prevaleceu 
o entendimento de que se tratava de uma nova Constituição. 
 
A principal característica dessa Emenda era o art. 182, o qual estabelecia 
que continuavam em vigor o Ato Institucional n.º 5 e os demais atos 
institucionais posteriormente baixados. O texto constitucional admitia a 
existência de duas ordens, uma constitucional e outra institucional, com a 
subordinação da primeira à segunda. Pela ordem institucional o Presidente 
da República poderia, como fez, sem qualquer controle judicial, fechar o 
Congresso Nacional, intervir em Estados e Municípios, suspender direitos, 
cassar mandatos legislativos, confiscar bens e sustar garantias de 
funcionários, sobrepondo-se a direitos nominalmente tutelados pela ordem 
constitucional. 
 
21 
 
 
7) Constituição de 1988 (“Constituição Cidadã”) 
 
CONTEXTO - Desde os últimos governos militares (Geisel e Figueiredo), nosso 
país experimentou um novo momento de redemocratização, conhecido como 
abertura. Esse processo se acelerou a partir do governo Sarney, no qual o 
Congresso Nacional produziu nossa atual constituição. 
 
Essa Constituição é fruto de um poder constituinte originário, que teve origem 
em um processo de transição pacífica do regime militar para o regime 
democrático 
 
CARACTERÍSTICAS: 
 
- Nome do país: República Federativa do Brasil; 
 
- Carta promulgada (feita legalmente); 
 
- A Federação, a República e o Presidencialismo foram mantidos como forma de 
Estado, forma de Governo e sistema de Governo; 
 
- Restabelecimento do regime democrático no país; 
 
- Valorização dos direitos fundamentais da pessoa humana. Surgimento do 
habeas data, mandado de injunção e o mandado de segurança coletivo. Tutela 
de novas espécies de direitos, os denominados interesses coletivos e difusos, 
como o meio ambiente, os direitos do consumidor, o patrimônio histórico e 
cultural; 
 
- Reforma eleitoral (voto para analfabetos e para brasileiros de 16 e 17 anos); 
 
- Terra com função social (base para uma futura reforma agrária?); 
 
- Combate ao racismo (sua prática constitui crime inafiançável e imprescritível, 
sujeito à pena de reclusão); 
 
- Garantia aos índios da posse de suas terras (a serem demarcadas); 
 
- Novos direitos trabalhistas: redução da jornada semanal, seguro desemprego, 
férias remuneradas acrescidas de 1/3 do salário, os direitos trabalhistas aplicam-
se aos trabalhadores urbanos e rurais e se estendem aos trabalhadores 
domésticos. 
 
OBS: 1ª) O Brasil, em dois momentos históricos, foi regido por Constituições 
provisórias: após a proclamação da República, com o Decreto n.º 1, de 15 de 
novembro de 1889, e após a Revolução de 1930, com o Decreto n.º 19398, de 
11 de novembro de 1930. 
 
2ª) Em 1993, 5 anos após a promulgação da constituição, o povo foi chamado a 
definir, através de plebiscito, alguns pontos sobre os quais os constituintes não 
22 
 
haviam chegado a um acordo, forma e sistema de governo. O resultado foi a 
manutenção da república presidencialista. 
 
https://www.mundovestibular.com.br/estudos/historia/constituicoes-brasileiras-
de-1824-a-1988 
 
https://www.yvescorreia.com/single-post/2018/02/06/RESUMO-
HIST%C3%93RICO-DAS-CONSTITUI%C3%87%C3%95ES-BRASILEIRAS 
 
https://www.resumoescolar.com.br/historia-do-brasil/atos-institucionais-o-que-
sao-e-para-que-servem/

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