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Aula 03 Direito Ambiental p/ OAB 1ª Fase XXV Exame - Com videoaulas Professor: Rosenval Júnior 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 1 de 127 AULA 03 ± Licenciamento ambiental. SUMÁRIO PÁGINA Licenciamento ambiental. 3 Questões Comentadas 45 Lista de Questões 93 MEMOREX 116 Pessoal, Notem que a aula parece grande, mas de teoria mesmo são poucas páginas. A teoria começa na página 3 e vai até a 44. Depois são questões comentadas e ao final a lista de questões. Eu poderia deixar apenas a teoria e as questões da FGV, mas prefiro deixar todas as questões para quem quiser treinar mais! Observem que todas as nossas aulas seguem essa estrutura. ATENÇÃO! Esse tema foi cobrado no XXI Exame (2016) e XXII Exame (2017) Bons estudos! TEMAS MAIS IMPORTANTES (FOCO TOTAL PARA A PROVA): x Conceitos de licença e licenciamento; x Tipos de licenças (LP, LI, LO); x Prazos de validade de cada licença e de renovação; x Possibilidades de modificação, suspensão e cancelamento da licença; x EIA/RIMA; x Audiência pública; x Compensação ambiental; x EIV. Raio X para o Exame de Ordem (OAB): 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 2 de 127 Questões: 35 ± Cespe ± Tipo de Licenças (LP ± LI ± LO); 36 ± FGV ± Licenciamento Ambiental + Acesso à Informação; 37 ± FGV - Tipo de Licenças (LP ± LI ± LO); 38 ± FGV ± Licenciamento Ambiental: Poder de Polícia Ambiental; 39 ± FGV - Tipo de Licenças (LP ± LI ± LO) + Competências; 40 ± FGV ± EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança) x EIA/RIMA; 41 ± FGV - EIA/RIMA; 42 ± FGV - EIV (Estudo de Impacto de Vizinhança); 43 ± FGV ± Licenciamento Ambiental + Princípios; 44 ± FGV - Licenciamento Ambiental + Princípios + Audiência Pública; 47 ± FGV ± Licenciamento Ambiental (Conceito); 48 ± FGV ± Licenciamento Ambiental (EIA/RIMA). 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 3 de 127 Introdução O fundamento da exigência do licenciamento ambiental reside na possibilidade, constitucionalmente outorgada, de o Poder Público impor condições/restrições ao exercício do direito de propriedade e do direito ao livre empreendimento, a fim de que a função socioambiental da propriedade seja observada. O licenciamento ambiental reflete os princípios da supremacia do interesse público na proteção do meio ambiente em relação aos interesses privados, já que cuida de proteger o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, disposto no art. 225, caput, da Constituição Federal de 1988. Dada a indisponibilidade desse direito, cabe ao Poder Público ± em defesa do meio ambiente ± intervir nas atividades que impactam o meio ambiente, condicionando o seu exercício a determinadas obrigações que busquem atingir um padrão de desenvolvimento reputado sustentável. O licenciamento tem a finalidade de controlar atividades potencialmente poluentes, procurando imprimir-lhes um padrão de atuação sustentável, de modo a prevenir, minimizar e/ou mitigar danos ambientais. Nesse sentido, o licenciamento operacionaliza os princípios da precaução, da prevenção e do poluidor-pagador, além de outros, como a exigência de publicidade. Cabe também o princípio da participação por meio de audiências públicas, convocadas de acordo com regulamentação do Conama. Uma aplicação do princípio da prevenção e da precaução seria o Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Quando da realização de um EIA, poderá haver a necessidade de aplicação de um ou de outro princípio, que determinará a concessão ou não da licença ambiental. Assim, se o risco é conhecido, certo, concreto, a análise pode indicar medidas preventivas no intuito de mitigar os impactos ou até mesmo a não aprovação da obra ou do empreendimento proposto. 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 4 de 127 Por outro lado, se identificados apenas riscos potenciais, incertos, abstratos, em que não haja certeza científica quanto a sua extensão ou grau, a atividade poderá não ser aprovada por conta da aplicação do princípio da precaução, haja vista que devemos adotar a opção mais favorável à manutenção do equilíbrio ambiental (in dubio pro natura) e da saúde (in dubio pro salute). Importante destacar que, embora o licenciamento ambiental seja aplicação de vários princípios, é bastante comum a cobrança em provas como sendo aplicação do princípio da prevenção. O Licenciamento e a Avaliação de Impactos Ambientais (AIA) são instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente (art. 9º, IV, da Lei nº 6.938/1981). A Constituição Federal de 1988, em seu art. 225, § 1º, IV, exige estudo prévio de impacto ambiental para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente. A localização, construção, instalação, ampliação, modificação e operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras, bem como os empreendimentos capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental, dependerão de prévio licenciamento do órgão ambiental competente, sem prejuízo de outras licenças legalmente exigíveis. EIA/RIMA (ATENÇÃO!!! Tema muito cobrado em prova!) A licença ambiental para empreendimentos e atividades consideradas efetiva ou potencialmente causadoras de significativa degradação do meio dependerá de prévio estudo de impacto ambiental e respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA), ao qual será dado publicidade, garantida a realização de audiências públicas, quando couber, de acordo com a regulamentação. Há, inclusive, uma Resolução do Conama específica para disciplinar a aplicação 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 5 de 127 do princípio da publicidade no licenciamento ambiental, que é a Resolução Conama nº 06/1986. (ATENÇÃO!!! Tema muito cobrado em prova! Precisa ser memorizado!) Dependerá de elaboração de estudo de impacto ambiental (EIA) e respectivo relatório de impacto ambiental (RIMA) o licenciamento de atividades modificadoras do meio ambiente, tais como: I ± Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; II ± Ferrovias; III ± Portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos; IV ± Aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei nº 32, de 18 de setembro de 1966; V ± Oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários; VI ± Linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV; VII ± Obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para fins hidrelétricos, acima de 10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, GUHQDJHP�H�LUULJDomR�� UHWLILFDomR� GH�FXUVRV� G¶iJXD,abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques; VIII ± Extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão); IX ± Extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração; X ± Aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; XI ± Usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10MW; XII ± Complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hidróbios); XIII ± Distritos industriais e zonas estritamente industriais ± ZEI; 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 6 de 127 XIV ± Exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 (CEM) hectares ou menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental; XV ± Projetos urbanísticos, acima de 100 (CEM) hectares ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental a critério da SEMA e dos órgãos estaduais ou municipais; XVI ± Qualquer atividade que utilizar carvão vegetal, derivados ou produtos similares, em quantidade superior a dez toneladas por dia; XVII ± Projetos Agropecuários que contemplem áreas acima de 1.000 (MIL) hectares ou menores, neste caso, quando se tratar de áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental, inclusive nas áreas de proteção ambiental. XVIII ± Empreendimentos potencialmente lesivos ao patrimônio espeleológico nacional. Essas são algumas atividades que devem ser licenciadas e para as quais é exigido o EIA/RIMA. É um rol aberto, exemplificativo. Notem que o FDSXW� GR�DUWLJR� GL]� ³WDLV�FRPR´�� RX� VHMD�� VmR�H[HPSORV� Não é um rol taxativo ou exaustivo, pois o órgão ambiental pode exigir EIA/RIMA de qualquer atividade que cause ou possa vir a causar significativo impacto ambiental. O órgão ambiental competente, verificando que a atividade ou empreendimento não é potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente, definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo processo de licenciamento. Veja como caiu em prova! (CESPE/UnB ± Juiz Federal ± TRF 2ª Região ± 2013) 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 7 de 127 A resolução do CONAMA que regulamenta a realização de EIA enumera exaustivamente as atividades obrigatoriamente sujeitas a esse tipo de estudo. Errado. O rol não é taxativo ou exaustivo. A Resolução do Conama apresenta um rol aberto ou exemplificativo de atividades sujeitas ao EIA/RIMA. Muita atenção, pois licenciamento ambiental e Estudo de Impacto Ambiental e seu Relatório (EIA/RIMA) não são sinônimos! O licenciamento ambiental é um procedimento administrativo (exercício do poder de polícia) pelo qual o órgão ambiental competente licencia um empreendimento considerado efetiva ou potencialmente poluidor ou que possa causar degradação ambiental. Para realizar o licenciamento, são exigidos estudos ambientais. Um desses estudos pode ser o EIA/RIMA, pois existem outros estudos. O detalhe é que o EIA/RIMA é exigido nos casos de efetivo ou potencial SIGNIFICATIVO IMPACTO AMBIENTAL. Logo, tenham muita atenção, pois não é um estudo exigido para qualquer atividade ou empreendimento. Veja como foi cobrado em prova! (CESPE/UnB ± Juiz Federal ± TRF 3ª Região ± 2013) O estudo prévio de impacto ambiental e o respectivo relatório de impacto sobre o meio ambiente (EIA/RIMA) é necessariamente exigido em todas as atividades que causem impacto ao meio ambiente. Errado. O EIA/RIMA é exigido para atividades ou empreendimentos com potencial de causar SIGNIFICATIVA degradação ambiental. O item está errado ao afirmar que será necessariamente exigido em todas as atividades impactantes. 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 8 de 127 Veja como foi cobrado! (FGV ± XXII EXAME DE ORDEM ± 2017) A sociedade empresária Asfalto Joia S/A, vencedora de licitação realizada pela União, irá construir uma rodovia com quatro pistas de rolamento, ligando cinco estados da Federação. Sobre o licenciamento ambiental e o estudo de impacto ambiental dessa obra, assinale a afirmativa correta. A) Em caso de instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, é exigível a realização de Estudo prévio de Impacto Ambiental (EIA), sem o qual não é possível se licenciar nesta hipótese. B) O licenciamento ambiental dessa obra é facultativo, podendo ser realizado com outros estudos ambientais diferentes do Estudo prévio de Impacto Ambiental (EIA), visto que ela se realiza em mais de uma unidade da Federação. C) O Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), gerado no âmbito do Estudo prévio de Impacto Ambiental (EIA), deve ser apresentado com rigor científico e linguagem técnica, a fim de permitir, quando da sua divulgação, a informação adequada para o público externo. D) Qualquer atividade ou obra, para ser instalada, dependerá da realização de Estudo prévio de Impacto Ambiental (EIA), ainda que não seja potencialmente causadora de significativa degradação ambiental. De acordo com o artigo 225, §1º, VI, da CF/88, incumbe ao Poder Público exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade. 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 9 de 127 Apenas com essa informação era possível gabaritar a questão! Como eu sempre falo, estudem o artigo 225, da CF/88!!! É para tatuar no cérebro!!! É o coração do Direito Ambiental! Lembrando que o EIA é extremamente complexo! Já o RIMA reflete as conclusões em uma linguagem acessível. Letra A. O órgão ambiental definirá os estudos ambientais pertinentes ao respectivo processo de licenciamento, caso o empreendimento não seja potencialmente causador de significativa degradação do meio ambiente. Assim, estudos mais simples podem ser exigidos. Cabe destacar que a análise técnica dos estudos ambientais é atividade própria do Poder Executivo, é exercício do poder de polícia! Tanto União quanto estados, DF e municípios possuem competência para licenciar, de acordo com as disposições da Lei Complementar nº 140/2011. Cabe lembrar que é competência comum da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas formas. Jurisprudência CONSTITUCIONAL, ADMINISTRATIVO E AMBIENTAL. MANDADO DE SEGURANÇA. CONSTRUÇÃO DE PISCICULTURA PARA CRIAÇÃO DE ROBALO EM CATIVEIRO. ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE. LICENCIAMENTO AMBIENTAL E ESTUDO PRÉVIO DE IMPACTO AMBIENTAL. NECESSIDADE. COMPETÊNCIA GERENCIAL-EXECUTIVA, COMUM E CONCORRENTE DA UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS. FISCALIZAÇÃO CONJUNTA DOS AGENTES DO PODER DE POLÍCIAAMBIENTAL DAS ENTIDADES FEDERADAS COMPETENTES. PODER DE POLÍCIA ADMINISTRATIVA DO IBAMA. LEGITIMIDADE. I ± Na ótica vigilante da Suprema Corte, ³a incolumidade do meio ambiente não pode ser comprometida por interesses empresariais nem ficar dependente de motivações de índole meramente econômica, ainda mais se se tiver presente que a atividade econômica, considerada a 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 10 de 127 disciplina constitucional que a rege, está subordinada, dentre outros princípios gerais, àquele que privilegia a µdefesa do meio ambiente¶�(CF, art. 170, VI), que traduz conceito amplo e abrangente das noções de meio ambiente natural, de meio ambiente cultural, de meio ambiente artificial (espaço urbano) e de meio ambiente laboral (...) O princípio do desenvolvimento sustentável, além de impregnado de caráter eminentemente constitucional, encontra suporte legitimador em compromissos internacionais assumidos pelo Estado brasileiro e representa fator de obtenção do justo equilíbrio entre as exigências da economia e as da ecologia, subordinada, no entanto, a invocação desse postulado, quando ocorrente situação de conflito entre valores constitucionais relevantes, a uma condição inafastável, cuja observância não comprometa nem esvazie o conteúdo essencial de um dos mais significativos direitos fundamentais: o direito à preservação do meio ambiente, que traduz bem de uso comum da generalidade das pessoas, a ser resguardado em favor das presentes e futuras gerações´ (ADI-MC nº 3540/DF ± Rel. Min. Celso de Mello ± DJU de 03/02/2006). Nesta visão de uma sociedade sustentável e global, baseada no respeito pela natureza, nos direitos humanos universais, na justiça econômica e numa cultura de paz, com responsabilidades pela grande comunidade da vida, numa perspectiva intergeneracional, promulgou-se a Carta Ambiental da França (02.03.2005), estabelecendo que ³o futuro e a própria existência da humanidade são indissociáveis de seu meio natural e, por isso, o meio ambiente é considerado um patrimônio comum dos seres humanos, devendo sua preservação ser buscada, sob o mesmo título que os demais interesses fundamentais da nação, pois a diversidade biológica, o desenvolvimento da pessoa humana e o progresso das sociedades estão sendo afetados por certas modalidades de produção e consumo e pela exploração excessiva dos recursos naturais, a se exigir das autoridades públicas a aplicação do princípio da precaução nos limites de suas atribuições, em busca de um desenvolvimento durável. II ± A tutela constitucional, que impõe ao Poder Público e a toda coletividade o dever de defender e preservar, para as presentes e futuras gerações, o meio 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 11 de 127 ambiente ecologicamente equilibrado, essencial à sadia qualidade de vida, como direito difuso e fundamental, feito bem de uso comum do povo (CF, art. 225, caput), já instrumentaliza, em seus comandos normativos, o princípio da precaução (quando houver dúvida sobre o potencial deletério de uma determinada ação sobre o ambiente, toma-se a decisão mais conservadora, evitando-se a ação) e a consequente prevenção (pois uma vez que se possa prever que uma certa atividade possa ser danosa, ela deve ser evitada), exigindo-se, assim, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a que se dará publicidade (CF, art. 225, § 1º, IV). III ± Na hipótese dos autos, versando a controvérsia em torno de suposta ilegalidade de licença ambiental, expedida, tão-somente, pelo órgão ambiental municipal, deve o IBAMA adotar as medidas cabíveis, na condição de responsável pela ação fiscalizadora decorrente de lei, a fim de coibir abusos e danos ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, por eventuais beneficiários de licenças emitidas sem a sua participação, na condição de órgão executor da política nacional do meio ambiente, pois é da competência gerencial- executiva e comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios proteger as obras e outros bens de valor histórico, artístico e cultural, as paisagens naturais notáveis, os sítios arqueológicos e o meio ambiente e, ainda, preservar as florestas, a fauna e a flora (CF, art. 23, incisos III, VI e VII). IV ± Em sendo assim, no caso em exame, afigura-se insuficiente o licenciamento concedido pela municipalidade, sem o acompanhamento fiscal do IBAMA e a elaboração do respectivo EIA/RIMA, para fins de licenciar a atividade a ser realizada em Zona Costeira, de acordo com o que estabelece o art. 6º, § 2º, da Lei nº 7.661/1988, bem assim, conforme dispõe a Constituição Federal, quando determina a proteção especial à Mata Atlântica e à Zona Costeira (CF, art. 225, § 4º), caracterizando-se, portanto, a legitimidade da multa aplicada e o embargo da referida atividade, na espécie dos autos. V ± Apelação desprovida. 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 12 de 127 (TRF-1 ± AMS: 805 BA 2004.33.01.000805-7, Relator: DESEMBARGADOR FEDERAL SOUZA PRUDENTE, Data de Julgamento: 21/05/2012, QUINTA TURMA, Data de Publicação: e-DJF1 p.1192 de 22/08/2012). Conceitos (ATENÇÃO!!! Tema muito cobrado em prova!) Art. 1º da Resolução Conama nº 01/1986 Impacto ambiental Qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam: I ± a saúde, a segurança e o bem-estar da população; II ± as atividades sociais e econômicas; III ± a biota; IV ± as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente; V ± a qualidade dos recursos ambientais. Art. 1º da Resolução Conama nº 237/1997 Licenciamento Ambiental Procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. Licença Ambiental Ato administrativo pelo qual o órgão ambiental competente estabelece as condições, restrições e medidas de controle ambiental que deverão ser obedecidas pelo empreendedor, pessoa física ou jurídica, para localizar, instalar, ampliar e operar empreendimentos ou atividades 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 13 de 127 utilizadoras dos recursos ambientais consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou aquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental. Estudos Ambientais São todos e quaisquer estudos relativos aos aspectos ambientais relacionados à localização, instalação, operação e ampliação de uma atividade ou empreendimento, apresentado como subsídio para a análise da licença requerida, tais como: relatório ambiental, plano e projeto de controle ambiental, relatórioambiental preliminar, diagnóstico ambiental, plano de manejo, plano de recuperação de área degradada e análise preliminar de risco. Impacto Ambiental Regional É todo e qualquer impacto ambiental que afete diretamente (área de influência direta do projeto), no todo ou em parte, o território de dois ou mais estados. Art. 2º da LC 140/2011 Licenciamento Ambiental Procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental. *Notem que a LC 140/2011 praticamente repetiu o conceito apresentado pela Resolução do Conama nº 237/1997. Veja como foi cobrado! (FGV ± XXI Exame de Ordem ± 2016) A sociedade empresária Xique-Xique S.A. pretende instalar uma unidade industrial metalúrgica de grande porte em uma determinada cidade. Ela possui outras unidades industriais do 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 14 de 127 mesmo porte em outras localidades. Sobre o licenciamento ambiental dessa iniciativa, assinale a afirmativa correta. A) Como a sociedade empresária já possui outras unidades industriais do mesmo porte e da mesma natureza, não será necessário outro licenciamento ambiental para a nova atividade utilizadora de recursos ambientais, se efetiva ou potencialmente poluidora. B) Para uma nova atividade industrial utilizadora de recursos ambientais, se efetiva ou potencialmente poluidora, é necessária a obtenção da licença ambiental, por meio do procedimento administrativo denominado licenciamento ambiental. C) Se a sociedade empresária já possui outras unidades industria is do mesmo porte, poderá ser exigido outro licenciamento ambiental para a nova atividade utilizadora de recursos ambientais, se efetiva ou potencialmente poluidora, mas será dispensada a realização de qualquer estudo ambiental, inclusive o de impacto ambiental, no processo de licenciamento. D) A sociedade empresária só necessitará do alvará da prefeitura municipal autorizando seu funcionamento, sendo incabível a exigência de licenciamento ambiental para atividades de metalurgia. Questão bastante simples! Bastava conhecer o conceito de Licenciamento Ambiental, previsto na LC 140/11 ou na Resolução CONAMA 237/97. Evidente que há a necessidade de fazer o licenciamento, uma vez que se trata de nova unidade industrial. Além disso, a questão enfatiza que é empreendimento de grande porte. De acordo com o art. 1º, I, da Resolução CONAMA 237/97, temos: Licenciamento Ambiental: procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 15 de 127 ambientais, consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso. O artigo Art. 2º, I, da LC 140/11 traz um conceito semelhante: Licenciamento ambiental: o procedimento administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental. Gabarito: Letra B. Os empreendimentos e as atividades serão licenciados em um único nível de competência e todas as despesas e custos referentes à realização do estudo de impacto ambiental correrão por conta do proponente do projeto (empreendedor). Assim, os estudos necessários ao processo de licenciamento deverão ser realizados por profissionais legalmente habilitados, às expensas do empreendedor. Atenção aqui! Os estudos são pagos pelo empreendedor! É muito comum questões afirmando que o órgão ambiental assume os custos, o que deve ser julgado como errado! O empreendedor e os profissionais que subscrevem os estudos serão responsáveis pelas informações apresentadas, sujeitando-se às sanções administrativas, civis e penais (TRÍPLICE RESPONSABILIZAÇÃO). As licenças ambientais poderão ser expedidas isolada ou sucessivamente, de acordo com a natureza, características e fase do empreendimento ou atividade. O Conama definirá, quando necessário, licenças ambientais específicas, observadas a natureza, as características e peculiaridades da atividade ou empreendimento e, ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com as etapas de planejamento, implantação e operação do empreendimento ou atividade. Olhem aí mais uma competência do 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 16 de 127 Conama! Memorizem mais essa! Cai direito dizendo que é competência do Ibama... o que está errado, claro! No procedimento de licenciamento ambiental deverá constar, obrigatoriamente, a certidão da Prefeitura Municipal, declarando que o local e o tipo de empreendimento ou atividade estão em conformidade com a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo e, quando for o caso, a autorização para supressão de vegetação e a outorga para o uso da água, emitidas pelos órgãos competentes. Diretrizes gerais O estudo de impacto ambiental, além de atender à legislação, em especial os princípios e objetivos expressos na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente, obedecerá às seguintes DIRETRIZES GERAIS: I ± Contemplar TODAS as alternativas tecnológicas e de localização do projeto, confrontando-as com a hipótese de não execução do projeto; II ± Identificar e avaliar sistematicamente os impactos ambientais gerados nas fases de implantação e operação da atividade; III ± Definir os limites da área geográfica a ser direta ou indiretamente afetada pelos impactos, denominada área de influência do projeto, considerando, em todos os casos, a bacia hidrográfica na qual se localiza; IV ± Considerar os planos e programas governamentais, propostos e em implantação na área de influência do projeto, e sua compatibilidade. Atividades técnicas O estudo de impacto ambiental desenvolverá, no mínimo, as seguintes ATIVIDADES TÉCNICAS: 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 17 de 127 I ± Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto, completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando: a) o meio físico ± o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e DSWLG}HV�GR�VROR��RV� FRUSRV�G¶iJXD��R� UHJLPH�KLGUROyJLFR��DV� correntes marinhas, as correntes atmosféricas; b) o meio biológico e os ecossistemas naturais ± a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente;c) o meio socioeconômico ± o uso e ocupação do solo, os usos da água e a socioeconomia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos. II ± Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e adversos), diretos e indiretos, imediatos e a médio e longo prazos, temporários e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais. III ± Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas. 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 18 de 127 IV ± Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados. Relatório de Impacto sobre o Meio Ambiente ± RIMA O relatório de impacto ambiental (RIMA) refletirá as conclusões do estudo de impacto ambiental (EIA) e deve ser apresentado de forma objetiva e adequada a sua compreensão. As informações devem ser traduzidas em linguagem acessível, ilustradas por mapas, cartas, quadros, gráficos e demais técnicas de comunicação visual, de modo que se possam entender as vantagens e desvantagens do projeto, bem como todas as consequências ambientais de sua implementação. O RIMA é o instrumento que apresenta em uma linguagem mais acessível, de maneira mais compreensível para leigos, as informações técnicas do EIA. Lembrem-se de que o EIA é um estudo extremamente técnico elaborado por uma equipe multidisciplinar, assim temos engenheiros, biólogos, advogados, antropólogos, geólogos, geógrafos, enfim, diversos profissionais que farão as suas análises técnicas no seu campo de atuação e apresentarão os seus estudos, laudos e pareceres sobre o local, acerca dos possíveis impactos. Notem que no EIA é utilizado um jargão técnico, muito específico e que não é de fácil entendimento para pessoas que não são da área. Por LVVR��R�5,0$� WHP�TXH�VHU�HODERUDGR�HP�XPD� OLQJXDJHP�GLJDPRV�³PDLV� GLGiWLFD´�SDUD�TXH�D�SRSXODomR�LQWHUHVVDGD�H�DIHWDGD�SHOD�SURSRVWD�WHQKD� entendimento suficiente sobre os impactos negativos e positivos da atividade ou empreendimento. O relatório de impacto ambiental ± RIMA conterá, no mínimo: 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 19 de 127 I ± Os objetivos e justificativas do projeto, sua relação e compatibilidade com as políticas setoriais, planos e programas governamentais; II ± A descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e locacionais, especificando para cada um deles, nas fases de construção e operação a área de influência, as matérias-primas, e mão de obra, as fontes de energia, os processos e técnicas operacionais, os prováveis efluentes, emissões, resíduos e perdas de energia, os empregos diretos e indiretos a serem gerados; III ± A síntese dos resultados dos estudos de diagnósticos ambiental da área de influência do projeto; IV ± A descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e operação da atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando os métodos, técnicas e critérios adotados para sua identificação, quantificação e interpretação; V ± A caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando as diferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas, bem como com a hipótese de sua não realização; VI ± A descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos impactos negativos, mencionando aqueles que não puderem ser evitados, e o grau de alteração esperado; VII ± O programa de acompanhamento e monitoramento dos impactos; VIII ± Recomendação quanto à alternativa mais favorável (conclusões e comentários de ordem geral). Respeitado o sigilo industrial, assim solicitado e demonstrado pelo interessado, o RIMA será acessível ao público. 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS d Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 20 de 127 Etapas do Licenciamento Ambiental Federal (Competência do Ibama) De acordo com a Instrução Normativa Ibama nº 184/2008, alterada pela Instrução Normativa Ibama nº 14/2011, que estabelece, no âmbito do Ibama, os procedimentos para o licenciamento ambiental federal, os procedimentos para o licenciamento ambiental deverão obedecer as seguintes etapas: 9 instauração do processo; 9 licenciamento prévio; 9 licenciamento de instalação; e 9 licenciamento de operação. A instauração do processo de licenciamento ambiental federal obedecerá as seguintes etapas: 9 inscrição do empreendedor no Cadastro Técnico Federal ± CTF do Ibama (http://www.ibama.gov.br/cogeq) na categoria Gerenciador de Projetos; 9 acesso ao Serviços on line ± Serviços ± Licenciamento Ambiental pelo empreendedor, utilizando seu número de CNPJ e sua senha emitida pelo CTF e a verificação automática pelo sistema da vigência do Certificado de Regularidade; 9 preenchimento pelo empreendedor do Formulário de Solicitação de Abertura de Processo ± FAP e seu envio eletrônico ao Ibama pelo sistema; 9 geração de mapa de localização utilizando as coordenadas geográficas informadas no FAP, como ferramenta de auxílio a tomada de decisão; 9 verificação da competência federal para o licenciamento; 9 abertura de processo de licenciamento; 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS 8 Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 21 de 127 9 definição dos estudos ambientais e instância para o licenciamento (Diretoria de Licenciamento Ambiental ± DILIC ou Núcleo de Licenciamento Ambiental ± NLA). A solicitação de EIA/RIMA se dará na fase de licenciamento prévio para empreendimentos de significativo impacto ambiental. Em empreendimentos de impacto pouco significativo e quando não couber análise locacional, o Ibama suprimirá a fase de Licença Prévia. Para empreendimentos de impacto pouco significativo, o Ibama exigirá Estudo Ambiental Simplificado e Plano de Controle Ambiental, sendo que estes poderão ser licenciados integralmente pelos NLAs. Tipos de Licenças Ambientais (ATENÇÃO!!! Memorize o conteúdo desta tabelinha.) Licenças Ambientais, Resolução Conama nº 237/1997 LP x Concedida na fase preliminar do planejamento; x aprova sua localização e concepção; x atesta a viabilidade ambiental; e x estabelece os requisitos básicos e condicionantes. LI x Autoriza a instalação do empreendimento ou atividade. LO x Autoriza operação do empreendimento ou atividade. No licenciamento ambiental ordinário federal, o Poder Público, no exercício de sua competência de controle, expedirá as seguintes licenças:I ± Licença Prévia (LP) ± concedida na fase preliminar do planejamento do empreendimento ou atividade aprovando sua localização e concepção, atestando a viabilidade ambiental e estabelecendo os requisitos básicos e condicionantes a serem atendidos nas próximas fases de sua implementação. 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS ==d8342== 3 Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 22 de 127 Instaurado o processo, o empreendedor deverá providenciar o envio SHOR�³6HUYLoR�on line ± Serviços ± Licenciamento Ambiental de proposta de Termo de Referência ± 75�SDUD�HODERUDomR�GR�(VWXGR�$PELHQWDO´��FRP�EDVH� no Termo de Referência Padrão da tipologia específica do empreendimento, disponibilizado no site do Ibama/Licenciamento. O Ibama providenciará agendamento para a apresentação do empreendimento pelo empreendedor, convidando os órgãos intervenientes quando necessário. Neste momento serão discutidos preliminarmente o teor do TR e a necessidade de realização de vistoria ao local pretendido para o empreendimento. O EIA e o RIMA deverão ser elaborados pelo empreendedor em conformidade com os critérios, as metodologias, as normas e os padrões estabelecidos pelo TR definitivo aprovado pela Diretoria de Licenciamento Ambiental ± DILIC. O RIMA deverá ser elaborado em linguagem acessível ao entendimento da população interessada. Aos órgãos envolvidos no licenciamento (órgãos intervenientes) será solicitado posicionamento sobre o estudo ambiental no que segue: x órgãos estaduais de meio ambiente envolvidos ± avaliar o projeto, seus impactos e medidas de controle e mitigadoras, em consonância com plano, programas e leis estaduais; x unidade de conservação ± identificar e informar se existem restrições para implantação e operação do empreendimento, de acordo com o instrumento de criação, do plano de manejo ou zoneamento; x FUNAI e Fundação Palmares ± identificar e informar possíveis impactos sobre comunidades indígenas e quilombolas e se as medidas propostas para mitigar os impactos são eficientes; x IPHAN ± informar se na área pretendida já existem sítios arqueológicos identificados e se as propostas apresentadas para resgate são adequadas. O RIMA ficará disponível no site do Ibama na internet e nos locais indicados na publicação. 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS 4 Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 23 de 127 Para a realização de Audiência Pública, o Ibama providenciará a publicação de Edital de Convocação, informando data, horário e local. As atas das audiências públicas deverão ser disponibilizadas no site do Ibama/Licenciamento. A DILIC emitirá Parecer Técnico Conclusivo sobre a viabilidade ambiental do empreendimento, e o encaminhará à Presidência do Ibama para subsidiar o deferimento ou não do pedido de licença. O parecer técnico conclusivo deverá ser disponibilizado no site do Ibama/Licenciamento. Para a emissão da Licença Prévia, o empreendedor deverá apresentar ao Ibama a Certidão Municipal, a qual declara que o local de instalação do empreendimento está em conformidade com a legislação aplicável ao uso e ocupação do solo ou documento similar. II ± Licença de Instalação (LI) ± autoriza a instalação do empreendimento ou atividade de acordo com as especificações constantes dos planos, programas e projetos aprovados, incluindo as medidas de controle ambiental e demais condicionantes, da qual constituem motivo determinante. A concessão da Licença de Instalação ± LI é subsidiada pelo Projeto Básico Ambiental ± PBA e a emissão de autorização de supressão de vegetação, por Projeto ou Plano de Recuperação de Áreas Degradadas ± PRAD e Inventário Florestal. O PBA e o Inventário Florestal deverão ser elaborados em conformidade com os impactos identificados no EIA e com os critérios, metodologias, normas e padrões estabelecidos pelo Ibama e fixados nas condicionantes da LP. Quando couber, deverá ser apresentada pelo empreendedor, no momento do envio do PBA, a outorga de utilização de recursos hídricos. III ± Licença de Operação (LO) ± autoriza a operação da atividade ou empreendimento, após a verificação do efetivo cumprimento 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS 2 Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 24 de 127 do que consta das licenças anteriores, com as medidas de controle ambiental e condicionantes determinados para a operação. Para subsidiar a concessão da Licença de Operação ± LO, o empreendedor deverá elaborar os seguintes documentos técnicos: I ± Relatório Final de Implantação dos Programas Ambientais; II ± Relatório Final das Atividades de Supressão de Vegetação, quando couber; e III ± No caso de licenciamento de Usinas Hidrelétricas e Pequenas Centrais Hidrelétricas, o Plano de Uso do Entorno do reservatório (PACUERA). O requerimento de LO deverá ser gerado pelo empreendedor utilizando o Serviço on line ± Serviços ± Licenciamento Ambiental Federal após o envio dos relatórios. Etapas Assim, de forma resumida, o procedimento de licenciamento ambiental obedecerá às seguintes ETAPAS: I ± Definição pelo órgão ambiental competente, com a participação do empreendedor, dos documentos, projetos e estudos ambientais, necessários ao início do processo de licenciamento correspondente à licença a ser requerida; II ± Requerimento da licença ambiental pelo empreendedor, acompanhado dos documentos, projetos e estudos ambientais pertinentes, dando-se a devida publicidade; III ± Análise pelo órgão ambiental competente, integrante do Sisnama, dos documentos, projetos e estudos ambientais apresentados e a realização de vistorias técnicas, quando necessárias; IV ± Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente integrante do Sisnama, uma única vez, em decorrência da análise dos documentos, projetos e estudos 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 25 de 127 ambientais apresentados, quando couber, podendo haver a reiteração da mesma solicitação caso os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios; V ± Audiência pública, quando couber, de acordo com a regulamentação pertinente; VI ± Solicitação de esclarecimentos e complementações pelo órgão ambiental competente, decorrentes de audiências públicas, quando couber, podendo haver reiteração da solicitação quando os esclarecimentos e complementações não tenham sido satisfatórios; VII ± Emissão de parecer técnico conclusivo e, quando couber, parecer jurídico; VIII ± Deferimento ou indeferimento do pedido de licença , dando-se a devida publicidade. O órgão ambiental competente definirá, se necessário, procedimentos específicos para as licenças ambientais, observadas a natureza, as características e peculiaridades da atividade ou empreendimento e, ainda, a compatibilização do processo de licenciamento com as etapas de planejamento, implantação e operação. Poderão ser estabelecidos procedimentos simplificados para as atividades e empreendimentos de pequeno potencial de impacto ambiental. Poderá ser admitido um único processo de licenciamento ambiental parapequenos empreendimentos e atividades similares e vizinhos ou para aqueles integrantes de planos de desenvolvimento aprovados, previamente, pelo órgão governamental competente, desde que definida a responsabilidade legal pelo conjunto de empreendimentos ou atividades. Deverão ser estabelecidos critérios para agilizar e simplificar os procedimentos de licenciamento ambiental das atividades e empreendimentos que implementem planos e programas voluntários de gestão ambiental, visando à melhoria contínua e ao aprimoramento do desempenho ambiental. 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 26 de 127 O custo de análise para a obtenção da licença ambiental deverá ser estabelecido por dispositivo legal, visando ao ressarcimento, pelo empreendedor, das despesas realizadas pelo órgão ambiental competente. Logo, o órgão ambiental não faz essa análise de graça! Será facultado ao empreendedor acesso à planilha de custos realizados pelo órgão ambiental para a análise da licença. O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de análise diferenciados para cada modalidade de licença (LP, LI e LO), em função das peculiaridades da atividade ou empreendimento, bem como para a formulação de exigências complementares, desde que observado o prazo máximo de seis meses a contar do ato de protocolar o requerimento até seu deferimento ou indeferimento, ressalvados os casos em que houver EIA/RIMA e/ou audiência pública, quando o prazo será de até 12 meses. A contagem do prazo será suspensa durante a elaboração dos estudos ambientais complementares ou preparação de esclarecimentos pelo empreendedor. Os prazos estipulados poderão ser alterados, desde que justificados e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente. O empreendedor deverá atender à solicitação de esclarecimentos e complementações, formuladas pelo órgão ambiental competente, dentro do prazo máximo de quatro meses, a contar do recebimento da respectiva notificação. O prazo estipulado poderá ser prorrogado, desde que justificado e com a concordância do empreendedor e do órgão ambiental competente. O não cumprimento dos prazos estipulados para o órgão ambiental competente analisar as licenças ambientais e o prazo para o empreendedor atender à solicitação de esclarecimentos e complementações, respectivamente, sujeitará o licenciamento à ação do órgão que detenha competência para atuar supletivamente e ao arquivamento do pedido de licença do empreendedor. 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 27 de 127 O arquivamento do processo de licenciamento não impedirá a apresentação de novo requerimento de licença, mediante novo pagamento de custo de análise. Prazos de validade das licenças (ATENÇÃO!!! Prazos são sempre muito cobrados! Memorize os prazos de validade e o prazo para renovação) O órgão ambiental competente estabelecerá os prazos de validade de cada tipo de licença, especificando-os no respectivo documento, levando em consideração os seguintes aspectos: I ± O prazo de validade da Licença Prévia (LP) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de elaboração dos planos, programas e projetos relativos ao empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 5 anos. II ± O prazo de validade da Licença de Instalação (LI) deverá ser, no mínimo, o estabelecido pelo cronograma de instalação do empreendimento ou atividade, não podendo ser superior a 6 anos. III ± O prazo de validade da Licença de Operação (LO) deverá considerar os planos de controle ambiental e será de, no mínimo, 4 anos e, no máximo, 10 anos. Prazos das licenças ± art. 18 da Resolução Conama nº 237/1997 Licenças: Prazo de validade: LP ± Licença Prévia 5 anos LI ± Licença de Instalação 6 anos LO ± Licença de Operação 4 a 10 anos 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 28 de 127 A Licença Prévia (LP) e a Licença de Instalação (LI) poderão ter os prazos de validade prorrogados, desde que não ultrapassem os prazos máximos estabelecidos. O órgão ambiental competente poderá estabelecer prazos de validade específicos para a Licença de Operação (LO) de empreendimentos ou atividades que, por sua natureza e peculiaridades, estejam sujeitos a encerramento ou modificação em prazos inferiores. Na renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou empreendimento, o órgão ambiental competente poderá, mediante decisão motivada, aumentar ou diminuir o seu prazo de validade, após avaliação do desempenho ambiental da atividade ou empreendimento no período de vigência anterior, respeitados os limites estabelecidos. O § 4º do art. 18 da Resolução Conama nº 237/1997 dispõe que a renovação da Licença de Operação (LO) de uma atividade ou empreendimento deverá ser requerida com antecedência mínima de 120 dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente. Já o § 4º do art. 14 da LC 140/2011 prevê que a renovação de licenças ambientais deve ser requerida com antecedência mínima de 120 dias da expiração de seu prazo de validade, fixado na respectiva licença, ficando este automaticamente prorrogado até a manifestação definitiva do órgão ambiental competente. Modificação, suspensão ou cancelamento de licença O órgão ambiental competente, mediante decisão motivada, poderá modificar os condicionantes e as medidas de controle e adequação, suspender ou cancelar uma licença expedida, quando ocorrer: 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 29 de 127 I ± violação ou inadequação de quaisquer condicionantes ou normas legais; II ± omissão ou falsa descrição de informações relevantes que subsidiaram a expedição da licença; III ± superveniência de graves riscos ambientais e de saúde. Os entes federados, para exercerem suas competências licenciatórias, deverão ter implementados os Conselhos de Meio Ambiente, com caráter deliberativo e participação social e, ainda, possuir em seus quadros ou à sua disposição profissionais legalmente habilitados. Audiências públicas (Resolução nº 09/1987) De acordo com a Resolução Conama nº 9, de 1987, as audiências públicas têm por finalidade expor aos interessados o conteúdo do produto em análise e do seu referido RIMA, dirimindo as dúvidas e recolhendo dos presentes as críticas e sugestões a respeito. Órgão do meio ambiente promoverá a realização de audiência pública: x sempre que o órgão ambiental julgar necessário; ou x quando for solicitado o por entidade civil; o pelo Ministério Público; ou o por 50 ou mais cidadãos. No caso de haver solicitação de audiência pública e na hipótese de o órgão ambiental não realizá-la, a licença não terá validade. A audiência pública deverá ocorrer em local acessível aos interessados. Em função da localização geográfica dos solicitantes e da complexidade do tema, poderáhaver mais de uma audiência pública sobre 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 30 de 127 o mesmo projeto e respectivo RIMA. A audiência pública será dirigida pelo representante do órgão licenciador que, após a exposição objetiva do projeto e o seu respectivo RIMA, abrirá as discussões com os interessados presentes. Ao final de cada audiência pública será lavrada uma ata sucinta. Serão anexados à ata todos os documentos escritos e assinados que forem entregues ao presidente dos trabalhos durante a seção. A ata da audiência pública e seus anexos servirão de base, juntamente com o RIMA, para a análise e parecer final do licenciador quanto à aprovação ou não do projeto. Órgãos e entidades envolvidos no licenciamento ambiental (órgãos intervenientes) No âmbito do licenciamento ambiental federal, são os órgãos públicos federais (Fundação Nacional do Índio ± Funai, Fundação Cultural Palmares ± FCP, Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional ± Iphan e Ministério da Saúde) incumbidos da elaboração de parecer sobre temas de sua competência, em processo visando à emissão de licença ambiental, no âmbito do procedimento de licenciamento ambiental. De acordo com a Portaria Interministerial nº 60/2015, que revogou a Portaria Interministerial nº 419, de 26 de outubro de 2011, os órgãos e entidades envolvidos no licenciamento ambiental deverão apresentar ao Ibama manifestação conclusiva sobre o estudo ambiental exigido para o licenciamento, nos prazos de até noventa dias, no caso de EIA/RIMA, e de até trinta dias, nos demais casos, contado da data de recebimento da solicitação, considerando: I ± no caso da Funai, a avaliação dos impactos provocados pela atividade ou pelo empreendimento em terras indígenas e a apreciação da adequação das propostas de medidas de controle e de mitigação decorrentes desses impactos; II ± no caso da Fundação Cultural Palmares-FCP, a avaliação dos impactos provocados pela atividade ou pelo empreendimento em terra 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 31 de 127 quilombola e a apreciação da adequação das propostas de medidas de controle e de mitigação decorrentes desses impactos; III ± no caso do Iphan, a avaliação dos impactos provocados pela atividade ou pelo empreendimento nos bens culturais acautelados de que trata esta Portaria e a apreciação da adequação das propostas de medidas de controle e de mitigação decorrentes desses impactos; e IV ± no caso do Ministério da Saúde, a avaliação e a recomendação acerca dos impactos sobre os fatores de risco para a ocorrência de casos de malária, na hipótese de a atividade ou o empreendimento localizar-se em áreas de risco ou endêmicas para malária. O Ministério da Saúde publicará anualmente, em seu sítio eletrônico oficial, os municípios pertencentes às áreas de risco ou endêmicas para malária. O Ibama consultará o Ministério da Saúde sobre os estudos epidemiológicos e os programas destinados ao controle da malária e seus vetores propostos e a serem conduzidos pelo empreendedor. Atores envolvidos no processo de EIA são: x Órgão Ambiental Licenciador; x Ministério Público; x Empreendedor: é o interessado, do Poder Público ou privado; x Equipe Interdisciplinar: são os consultores da empresa; x Organizações Não Governamentais (ONGs): Grupos sociais organizados; x População Afetada: direta ou indiretamente; x Instituições Governamentais: outros órgãos do governo (Funai, Iphan...); x Consultores Autônomos: Especialistas que podem ser contratados para auxiliarem na análise técnica do EIA e do RIMA. 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 32 de 127 Compensação Ambiental (Lei nº 9.985/2000; Instrução Normativa Ibama nº 08/2011) -> Cai bastante, pois tem um julgado do STF sobre o tema! Compensação ambiental é um instrumento previsto no art. 36 da Lei nº 9.985/2000, que obriga o empreendedor a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação, nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos que causem significativo impacto ambiental, com fundamento no EIA/RIMA. Segundo o caput do art. 36, as unidades de conservação beneficiadas são as pertencentes ao grupo de proteção integral; entretanto, no parágrafo 3º do mesmo artigo, temos que no caso de o empreendimento afetar uma unidade específica (mesmo que não seja de Proteção Integral) ou sua zona de amortecimento, a unidade afetada deverá ser uma das beneficiárias, ou seja, se uma unidade de conservação sustentável for afetada pela atividade, também deverá ser beneficiada com a compensação. Além disso, o licenciamento só será concedido mediante autorização do órgão responsável pela administração da UC atingida. A lei estabeleceu, em seu texto original, que o montante de recursos a ser destinado para as unidades de conservação pelo empreendedor não poderia ser inferior a 0,5% dos custos totais de implementação do empreendimento, sendo o percentual fixado pelo órgão ambiental licenciador de acordo com o grau de impacto causado pelo empreendimento. O art. 36, § 1º, da Lei nº 9.985/2000 ainda traz essa redação. E é aqui que mora o perigo! Pois o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade da expressão ³não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento´ (STF. ADI 3.378-DF, Relator Min. Carlos Britto. Julgamento: 09-04-2008. DJ 20-06-2008). 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 33 de 127 Hoje não temos mais um piso! O órgão ambiental fixará o montante de acordo com o grau de impacto causado, com fundamento no EIA/RIMA. Observe que a decisão do STF declarou inconstitucional apenas o piso de 0,5%. A compensação ambiental é constitucional e continua em vigor. Assim, para os fins de fixação da compensação ambiental, o Ibama estabelecerá o grau de impacto a partir de estudo prévio de impacto ambiental e respectivo relatório ± EIA/RIMA, ocasião em que considerará, exclusivamente, os impactos ambientais negativos sobre o meio ambiente. ATENÇÃO! É o Ibama que faz o cálculo da compensação ambiental! Apenas para complementar o assunto, vale dizer que, de acordo com o art. 36, § 2º, da Lei nº 9.985/2000, as unidades de conservação a serem beneficiadas são definidas pelo órgão ambiental licenciador, considerando as propostas apresentadas no EIA/RIMA e ouvido o empreendedor, podendo inclusive ser contemplada a criação de novas unidades de conservação. Além disso, o Decreto nº 4.340/2002 acrescenta que fixado em caráter final o valor da compensação, o Ibama definirá sua destinação, ouvindo o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade ± Instituto Chico Mendes. A aplicação dos recursos da compensação ambiental nas unidades de conservação, existentes ou a serem criadas, deve obedecer à seguinte ordem de prioridade: I ± regularização fundiária e demarcação das terras; II ± elaboração, revisão ou implantação de plano de manejo; III ± aquisiçãode bens e serviços necessários à implantação, gestão, monitoramento e proteção da unidade, compreendendo sua área de amortecimento; IV ± desenvolvimento de estudos necessários à criação de nova unidade de conservação; e V ± desenvolvimento de pesquisas necessárias para o manejo da unidade de conservação e área de amortecimento. 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 34 de 127 Jurisprudência AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ART. 36 E SEUS §§ 1º, 2º E 3º DA LEI Nº 9.985, DE 18 DE JULHO DE 2000. CONSTITUCIONALIDADE DA COMPENSAÇÃO DEVIDA PELA IMPLANTAÇÃO DE EMPREENDIMENTOS DE SIGNIFICATIVO IMPACTO AMBIENTAL. INCONSTITUCIONALIDADE PARCIAL DO § 1º DO ART. 36. 1. O compartilhamento-compensação ambiental de que trata o art. 36 da Lei nº 9.985/2000 não ofende o princípio da legalidade, dado haver sido a própria lei que previu o modo de financiamento dos gastos com as unidades de conservação da natureza. De igual forma, não há violação ao princípio da separação dos Poderes, por não se tratar de delegação do Poder Legislativo para o Executivo impor deveres aos administrados. 2. Compete ao órgão licenciador fixar o quantum da compensação, de acordo com a compostura do impacto ambiental a ser dimensionado no relatório ± EIA/RIMA. 3. O art. 36 da Lei nº 9.985/2000 densifica o PRINCÍPIO USUÁRIO- PAGADOR, este a significar um mecanismo de assunção partilhada da responsabilidade social pelos custos ambientais derivados da atividade econômica. 4. Inexistente desrespeito ao postulado da razoabilidade. Compensação ambiental que se revela como instrumento adequado à defesa e preservação do meio ambiente para as presentes e futuras gerações, não havendo outro meio eficaz para atingir essa finalidade constitucional. Medida amplamente compensada pelos benefícios que sempre resultam de um meio ambiente ecologicamente garantido em sua higidez. 5. Inconstitucionalidade da expressão ³não pode ser inferior a meio por cento dos custos totais previstos para a implantação do empreendimento´, no § 1º do art. 36 da Lei nº 9.985/2000. O valor da compensação-compartilhamento é de ser fixado proporcionalmente ao 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 35 de 127 impacto ambiental, após estudo em que se assegurem o contraditório e a ampla defesa. Prescindibilidade da fixação de percentual sobre os custos do empreendimento. 6. Ação parcialmente procedente. (STF: ADI 3378 DF, Relator: CARLOS BRITTO, Data de Julgamento: 08/04/2008, Tribunal Pleno, Data de Publicação: DJe-112 Divulg. 19-06- 2008 Public. 20-06-2008) Por fim, cabe dizer que o novo Código Florestal (Lei nº 12.651/2012) dispôs em seu art. 41, § 6º, que os proprietários localizados nas zonas de amortecimento de Unidades de Conservação de Proteção Integral são elegíveis para receber apoio técnico-financeiro da compensação prevista no art. 36 da Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, com a finalidade de recuperação e manutenção de áreas prioritárias para a gestão da unidade. De acordo com a Resolução do Conama nº 428/2010, o licenciamento de empreendimentos de significativo impacto ambiental que possam afetar Unidade de Conservação (UC) específica ou sua Zona de Amortecimento (ZA), assim considerados pelo órgão ambiental licenciador, com fundamento em Estudo de Impacto Ambiental e respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA), só poderá ser concedido após autorização do órgão responsável pela administração da UC ou, no caso das Reservas Particulares de Patrimônio Natural (RPPN), pelo órgão responsável pela sua criação. Ainda conforme disposição da Resolução do Conama nº 428/2010, caso o empreendimento de significativo impacto ambiental afete duas ou mais UCs de domínios distintos, caberá ao órgão licenciador consolidar as manifestações dos órgãos responsáveis pela administração das respectivas UCs. A Instrução Normativa nº 8/2011, com as alterações promovidas pela IN nº 11/2013, regulamenta, no âmbito do Ibama, o procedimento da Compensação Ambiental, conforme disposto nos Decretos nº 4.340/2002, com as alterações introduzidas pelo Decreto nº 6.848/2009. Constará do 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 36 de 127 Termo de Referência ± TR a exigência de apresentação, por ocasião do EIA/RIMA, do Plano de Compensação Ambiental, do qual deverão constar, no mínimo: I ± informações necessárias para o cálculo do Grau de Impacto, de acordo com as especificações constantes do Decreto nº 4.340, de 22 de agosto de 2002; e II ± indicação da proposta de Unidades de Conservação a serem beneficiadas com os recursos da Compensação Ambiental, podendo incluir proposta de criação de novas Unidades de Conservação. 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 37 de 127 Atividades ou empreendimentos sujeitos ao licenciamento ambiental, de acordo com o Anexo I da Resolução Conama nº 237/1997 Obs.: Trata-se de uma relação aberta, portanto não taxativa. Extração e tratamento de minerais - pesquisa mineral com guia de utilização - lavra a céu aberto, inclusive de aluvião, com ou sem beneficiamento - lavra subterrânea com ou sem beneficiamento - lavra garimpeira - perfuração de poços e produção de petróleo e gás natural Indústria de produtos minerais não metálicos - beneficiamento de minerais não metálicos, não associados à extração - fabricação e elaboração de produtos minerais não metálicos, tais como: produção de material cerâmico, cimento, gesso, amianto e vidro, entre outros. Indústria metalúrgica - fabricação de aço e de produtos siderúrgicos - produção de fundidos de ferro e aço/forjados/arames/relaminados com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia - metalurgia dos metais não-ferrosos, em formas primárias e secundárias, inclusive ouro - produção de laminados/ligas/artefatos de metais não-ferrosos com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia - relaminação de metais não-ferrosos, inclusive ligas - produção de soldas e anodos - metalurgia de metais preciosos - metalurgia do pó, inclusive peças moldadas - fabricação de estruturas metálicas com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 38 de 127 - fabricação de artefatos de ferro/aço e de metais não-ferrosos com ou sem tratamento de superfície, inclusive galvanoplastia - têmpera e cementação de aço, recozimento de arames, tratamento de superfície Indústria mecânica - fabricação de máquinas, aparelhos, peças, utensílios e acessórios com e sem tratamento térmico e/ou de superfície Indústria de material elétrico, eletrônico e comunicações - fabricação de pilhas, bateriase outros acumuladores - fabricação de material elétrico, eletrônico e equipamentos para telecomunicação e informática - fabricação de aparelhos elétricos e eletrodomésticos Indústria de material de transporte - fabricação e montagem de veículos rodoviários e ferroviários, peças e acessórios - fabricação e montagem de aeronaves - fabricação e reparo de embarcações e estruturas flutuantes Indústria de madeira - serraria e desdobramento de madeira - preservação de madeira - fabricação de chapas, placas de madeira aglomerada, prensada e compensada - fabricação de estruturas de madeira e de móveis Indústria de papel e celulose - fabricação de celulose e pasta mecânica - fabricação de papel e papelão 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 39 de 127 - fabricação de artefatos de papel, papelão, cartolina, cartão e fibra prensada Indústria de borracha - beneficiamento de borracha natural - fabricação de câmara de ar e fabricação e recondicionamento de pneumáticos - fabricação de laminados e fios de borracha - fabricação de espuma de borracha e de artefatos de espuma de borracha, inclusive látex Indústria de couros e peles - secagem e salga de couros e peles - curtimento e outras preparações de couros e peles - fabricação de artefatos diversos de couros e peles - fabricação de cola animal Indústria química - produção de substâncias e fabricação de produtos químicos - fabricação de produtos derivados do processamento de petróleo, de rochas betuminosas e da madeira - fabricação de combustíveis não derivados de petróleo - produção de óleos/gorduras/ceras vegetais-animais/óleos essenciais vegetais e outros produtos da destilação da madeira - fabricação de resinas e de fibras e fios artificiais e sintéticos e de borracha e látex sintéticos - fabricação de pólvora/explosivos/detonantes/munição para caça- desporto, fósforo de segurança e artigos pirotécnicos - recuperação e refino de solventes, óleos minerais, vegetais e animais - fabricação de concentrados aromáticos naturais, artificiais e sintéticos - fabricação de preparados para limpeza e polimento, desinfetantes, inseticidas, germicidas e fungicidas 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 40 de 127 - fabricação de tintas, esmaltes, lacas, vernizes, impermeabilizantes, solventes e secantes - fabricação de fertilizantes e agroquímicos - fabricação de produtos farmacêuticos e veterinários - fabricação de sabões, detergentes e velas - fabricação de perfumarias e cosméticos - produção de álcool etílico, metanol e similares Indústria de produtos de matéria plástica - fabricação de laminados plásticos - fabricação de artefatos de material plástico Indústria têxtil, de vestuário, calçados e artefatos de tecidos - beneficiamento de fibras têxteis, vegetais, de origem animal e sintéticos - fabricação e acabamento de fios e tecidos - tingimento, estamparia e outros acabamentos em peças do vestuário e artigos diversos de tecidos - fabricação de calçados e componentes para calçados Indústria de produtos alimentares e bebidas - beneficiamento, moagem, torrefação e fabricação de produtos alimentares - matadouros, abatedouros, frigoríficos, charqueadas e derivados de origem animal - fabricação de conservas - preparação de pescados e fabricação de conservas de pescados - preparação, beneficiamento e industrialização de leite e derivados - fabricação e refinação de açúcar - refino/preparação de óleo e gorduras vegetais - produção de manteiga, cacau, gorduras de origem animal para alimentação - fabricação de fermentos e leveduras 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 41 de 127 - fabricação de rações balanceadas e de alimentos preparados para animais - fabricação de vinhos e vinagre - fabricação de cervejas, chopes e maltes - fabricação de bebidas não alcoólicas, bem como engarrafamento e gaseificação de águas minerais - fabricação de bebidas alcoólicas Indústria de fumo - fabricação de cigarros/charutos/cigarrilhas e outras atividades de beneficiamento do fumo Indústrias diversas - usinas de produção de concreto - usinas de asfalto - serviços de galvanoplastia Obras civis - rodovias, ferrovias, hidrovias, metropolitanos - barragens e diques - canais para drenagem - retificação de curso de água - abertura de barras, embocaduras e canais - transposição de bacias hidrográficas - outras obras de arte Serviços de utilidade - produção de energia termoelétrica - transmissão de energia elétrica - estações de tratamento de água - interceptores, emissários, estação elevatória e tratamento de esgoto sanitário - tratamento e destinação de resíduos industriais (líquidos e sólidos) 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 42 de 127 - tratamento/disposição de resíduos especiais, tais como: de agroquímicos e suas embalagens usadas e de serviço de saúde, entre outros - tratamento e destinação de resíduos sólidos urbanos, inclusive aqueles provenientes de fossas - GUDJDJHP�H�GHUURFDPHQWRV�HP�FRUSRV�G¶iJXD - recuperação de áreas contaminadas ou degradadas Transporte, terminais e depósitos - transporte de cargas perigosas - transporte por dutos - marinas, portos e aeroportos - terminais de minério, petróleo e derivados e produtos químicos - depósitos de produtos químicos e produtos perigosos Turismo - complexos turísticos e de lazer, inclusive parques temáticos e autódromos Atividades diversas - parcelamento do solo - distrito e polo industrial Atividades agropecuárias - projeto agrícola - criação de animais - projetos de assentamentos e de colonização Uso de recursos naturais - silvicultura - exploração econômica da madeira ou lenha e subprodutos florestais - atividade de manejo de fauna exótica e criadouro de fauna silvestre - utilização do patrimônio genético natural - manejo de recursos aquáticos vivos 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 43 de 127 - introdução de espécies exóticas e/ou geneticamente modificadas - uso da diversidade biológica pela biotecnologia. Passo a passo do licenciamento ambiental federal Fonte: http://www.ibama.gov.br/perguntas-frequentes/licenciamento- ambiental 01653159111 - DIEGO VIANA DIAS Direito Ambiental para o Exame de Ordem Prof. Rosenval Júnior ± Aula 03 Prof. Rosenval Júnior www.estrategiaconcursos.com.br Página 44 de 127 Estudo prévio de impacto ambiental (EIA) x Estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV) O estudo prévio de impacto ambiental (EIA) e o estudo prévio de impacto de vizinhança (EIV) são
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