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RESENHA DO FILME FELICIDADE POR UM FIO

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RESENHA DO FILME FELICIDADE POR UM FIO
“Felicidade por um fio” traz à tona os sentimentos de aceitação e amor próprio de uma mulher negra que vive em um mundo altamente racista, e pior, no mundo da mãe negra racista que impõe padrão de beleza e comportamento à filha desde a sua infância. Em meados do dia nacional da consciência negra, nada mais ilustrativo para esse dia do que essa narrativa. 
Os traumas sofridos pela criança em sua infância perduraram durante toda a sua vida de maneira que na sua fase adulta Violet, uma publicitária bem-sucedida, se sente na obrigação de ser perfeita, mas seu perfeccionismo chega a ser torna-la superficial. Atos simples que fazem parte da infância, como tomar banho de piscina eram totalmente inapropriados para uma criança que tinha “cabelo ruim” e não podia estragar o penteado que havia demorado horas para ser feito. Para a mãe de Violet tinha que manter as aparências de um cabelo lindo e saudável o tempo inteiro. 
A trama gira em torno do aniversário e suposto pedido de casamento de Violet. Mas após a decepção amorosa ela começa uma fase real de autoconhecimento e o marco disso tudo é quando, por um erro químico capilar, acaba raspando o cabelo, e sem perceber, Violet acaba entrando em um processo libertador chamado transição capilar, e sua vida a partir de então seria outra, porque ela perdia muito tempo tentando ser a mulher perfeita que não se dava conta de que era uma mulher incrível sem precisar da perfeição imposta pelos padrões de beleza impostos pela mídia e pela sua mãe durante toda sua vida. 
É perceptível no decorrer da trama que todas as áreas da vida de Violet sofrem mudanças drásticas a partir do momento que ela sai da perfeição, ilustrada pelo cabelo liso no filme e vai para a verdadeira Violet, com seu cabelo natural. As pessoas ao seu redor, e ela mesma, de repente percebem que ela é negra. Uma negra que foi criada para ser uma mulher branca e é assim que ela age. Isso fala muito sobre o apagamento que as mulheres negras sofrem a vida inteira, a desconstrução de sua própria negritude para se encaixar em um padrão e viver uma vida que não é sua e acabam se auto discriminando e diminuindo sua beleza. 
Sobre a consciência negra, é importante salientar justamente essa questão da auto aceitação e despadronização de beleza que são impostas em nossas entranhas desde sempre. É uma questão cultural muito forte do nosso país que vem aos poucos perdendo essa força toda, temos ainda um longo caminho a percorrer. Não podemos tirar da mente que somos todos negros miscigenados, independentemente da cor de pele e do cabelo. 
https://estacaonerd.com/critica-felicidade-por-um-fio/ <18/11/2019 14:46>
http://valkirias.com.br/felicidade-por-um-fio-nunca-e-so-uma-transicao-capilar/ <18/11/2019 14:55 >

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