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Trabalho Arquitetura Brasileira influências

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INVENTÁRIO AB1 _ CLAUDIA NÓBREGA _ 2018.2 
 
Grupo: Bruna Gomes / 
DRE 
 Rafaela Enes / 
DRE 
 Rebeca Schettini / 
DRE 114043192 
 Ródine Montesso / 
DRE 115129551 
Unidade 01 
Antecedentes Portugueses / Indígenas / Africanos 1​/​10 
1. IDENTIFICAÇÃO 
1.1 Nome 
São Vicente de Fora 
 
Figura 01: Foto Áere Fachadas e Entorno 
Fonte: site Wikipédia pesquisa feita em 28/08/2017. 
1.2 Outras Denominações 
Museu do Patriarcado - 
Mosteiro de São Vicente de 
Fora; 
Igreja e Mosteiro de São 
Vicente de Fora; Igreja 
Paroquial de São Vicente de 
Fora; 
Igreja de São Vicente, São 
Tomé e Salvador; 
Paço Patriarcal de São 
Vicente; 
1.3 Localização 
ortugal Lisboa 
 
Figura 02: Mapa de Localização 
Fonte: site Google Maps, pesquisa feita em 28/08/2017. 
o 
Largo de São Vicente 
 
nadas 
 
38° 42′ 53″ N, 9° 7′ 39″ W 
 
1.4 Usos 
ginal 
a: mosteiro masculino; 
Usos 
INVENTÁRIO AB1 _ CLAUDIA NÓBREGA _ 2018.2 
al 
a: igreja paroquial; 
Residencial: paço eclesiástico; 
Funerária: panteão; 
 
1.5 Proteção 
 
ria: MN - Monumento Nacional, Decreto de 16-06-1910, DG, 1.ª série, n.º 136 de 23 junho 1910 
(igreja) / IIP - Imóvel de Interesse Público, Decreto n.º 33 587, DG, 1.ª série, n.º 63 de 27 março 
1944 (Mosteiro *1) / Incluído na Zona de Proteção do Castelo de São Jorge e restos das cercas de 
Lisboa (v. IPA.00003128) e na Zona Especial de Proteção do Edifício da Voz do Operário (v. 
IPA.00003037) 
2/10 
 
1.6 Propriedade 
Proprietário Original 
Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho 
Outros Proprietários 
 
Proprietário Atual 
Pública: Estado Português 
1.7 Projeto 
Data 
Séc. 16 / 17 / 18 / 19 
Autor 
ARQUITETOS: Baltazar Álvares (séc. 16); Diogo Pais (1624); Filippo Terzi (c. 1520 - 1597); Francisco da Silva (séc. 
17); João Frederico Ludovice (1720); João Nunes Tinoco (1641); José da Costa Sequeira (Panteão da Casa de 
Bragança) (séc. 19); José Maria Nepumoceno (séc. 19); Leonardo Turriano (sécs. 16-17); Luís Nunes Tinoco 
(1690); Mateus Vicente de Oliveira (séc. 18); José da Costa Sequeira (Panteão da Casa de Bragança) (séc. 19); 
Pedro Nunes Tinoco (1624); Teodósio de Frias (1608-1612). ARQUITETO PAISAGISTA: Gonçalo Ribeiro Telles 
(pátio das laranjeiras). ESCULTORES: Claude Laparde (escultor da sacristia) (séc. 17-18); Manuel Vieira (1787). 
OURIVES: André Fernandes (1631). PEDREIRO: António Victorino de Freitas (1764). PINTORES: Vincenzo 
Baccarelli (séc. 18). 
 
 
 
 
 
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1.8 Construção 3​/​10 
Data 
Séc. 16 / 17 / 18 / 19 
Empresa / Construtora 
 
Observações Complementares 
Intervenção Realizada 
DGEMN: 1932 / 1937 - completa remodelação do Panteão real; 1944 - reparação das coberturas da igreja; 1945 
- construção e assentamento da caixilharia dos claustros. Reparação dos telhados da igreja, picagem de 
paredes; 1951 - trabalhos diversos de pintura e construção civil (igreja). Construção e assentamento de um 
túmulo em mármore no Panteão Real; 1952 / 1953 - obras diversas no convento, adaptação da antiga sala do 
Capítulo a Panteão dos Patriarcas; 1954 / 1955 - Igreja: substituição de vidros, limpeza da clarabóia, reparação 
da instalação eléctrica. Obras diversas no Panteão Real; 1955 - reparação dos telhados da sacristia; 1956 / 1957 
- trabalhos de reparação no órgão por João Sampaio e Filhos; 1957 - reparação das fachadas da igreja; restauro 
do órgão pelo francês Jean Guillou; 1959 - reparação eléctrica da igreja (instalação provisória); 1960 - 
reparações diversas na cerca do convento; 1961 - reparação da instalação eléctrica da igreja; 1962 - reparação 
geral dos telhados; 1963 / 1964 - obras gerais de conservação; 1965 / 1967 - obras diversas de conservação 
interior e exterior; obras de conservação do Panteão da Dinastia de Bragança; 1966 - reparação da instalação 
eléctrica da igreja; 1967 - reparação da fachada s. da igreja; 1970 / 1971 / 1972 / 1973 - obras diversas de 
conservação e restauro; 1973 / 1978 - trabalhos de conservação geral: Sala do Capítulo, fachada principal, 
caixilhos, gradeamentos, rebocos exteriores, cantarias dos terraços, canalizações, protecção do órgão, 
construção de cintas de travamento em betão armado, coberturas, clarabóias, limpeza de cantarias, 
substituição da cobertura da cúpula da igreja; 1982 - reparação do órgão, revisão de coberturas e 
impermeabilização de terraços; 1983 - consolidação da estruturas e reparação da instalação eléctrica, 
desobstrução do ramal de esgotos e reposição de pavimento de betão betuminoso; 1984 - restauro da abóbada 
da portaria e beneficiações diversas; 1985 - trabalhos estruturais no 2º piso, beneficiação da instalação 
eléctrica, beneficiação da rede de águas, esgotos, algerozes e escoamento de águas pluviais, recuperação do 
corredor e salas dos 3º e 4º pisos; 1985 - trabalhos estruturais no 2º piso, beneficiação da instalação eléctrica, 
recuperação da pintura do tecto da portaria, beneficiação da rede de águas, esgotos, algerozes e escoamento 
de águas pluviais, recuperação do corredor e salas dos 3º e 4º pisos; IJF: recuperação da pintura do tecto da 
portaria; DGEMN: 1986 - obras de consolidação da balaustrada e corochéus, recuperação azulejar, instalação 
eléctrica na capela da Mãe de Santo António e nas escadas dos Patriarcados, Portarias Nobres, Salas de 
Biblioteca e obras de recuperação; 1988 / 1989 - recuperação de interiores no 1º pavimento, obras de 
beneficiação nas salas do 2º, 3º e 4º pisos; 1991 - beneficiação dos terraços, do claustro e da instalação 
eléctrica, construção de escadas de ligação do 1º ao 2º piso; 1992 - recuperação de interiores e instalação 
eléctrica da igreja; 1992 / 1993 / 1994 - obras de restauro das antigas dependências conventuais; recuperação 
de arcazes e armários da sacristia, teia da portaria e portas diversas; limpeza e assentamento de azulejos; 
recuperação de telas pintadas a óleo no tecto e retábulo da sacristia e portaria; IPPAR: 1995 / 1997 - 
impermeabilização do terraço da igreja e outras beneficiações; DGEMN: 1995 - reparação da cobertura do 
claustro, reconstrução do pavimento da sacristia, ampliação da casa do guarda, construção dos jardins S. e da 
entrada nascente e obras de recuperação; 1997 - conclusão da construção dos jardins e da casa do guarda; 
obras de beneficiação nos pisos 2 e 3; reabilitação do último piso da ala E., onde funcionou um liceu; 1998 - 
beneficiação dos muros; plantações de árvores e arbustos; recuperação parcial dos pisos 2 e 3; 1998 / 1999 / 
2000 - recuperação dos pisos 1 e 4, obras de beneficiação no piso 2 e instalação eléctrica na Sacristia; 
ecuperação do claustro; 1999 / 2000 - beneficiação das fachadas e do piso 3; 2000 - fornecimento de vitrines 
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para mostra do Espólio Arqueológico e Exposição " A Igreja Lisbonense e os Patriarcas "; 2001 / 2002 - 
remodelação das infraestruturas na ala E. do terceiro piso; melhoramento da acústica e iluminação do Salão 
Nobre; IPPAR: 2002 - conclusão da remodelação das áreas afectas ao Patriarcado de Lisboa, com trabalhos de 
construção civil e redes de infraestruturas na ala nascente do piso 3 e melhoramento da acústica e iluminação 
do Salão Nobre; DGEMN: 2003 - reforma da rede de drenagem das águas pluviais dos dois claustros; 2004 - 
Impermeabilização das caleiras dos claustros; 2005 - beneficiação das fachadas do mosteiro, com limpeza e 
consolidação dos elementos de cantaria e arranjo dos portões de ferro. 
2. CRONOLOGIA HISTÓRICA ILUSTRADA 4​/​10 
Exemplo: 
1147 - fundação do convento de São 
Vicente por D. Afonso Henriques, que foi 
entregue aos cónegos regrantes de Santo 
Agostinho, instituição da Igreja de São 
Vicente-de-Fora como sede de paróquia, 
esta paróquia fora de muros como os 
Mártires ou SantaJusta, recebeu a 
designação "Fora" por não estar sob 
jurisdição do bispo de Lisboa (SILVA, 
1943); 
1425 - foi recebido pelo mosteiro a 
dádiva régia de 3 relicários de prata, uma 
noz moscada encastoada em prata, uma 
cruz de prata, jaspe, arqueta de prata, 
cristal, azeviche, rédeas de cavalo e 
outros bens; 
1551 - segundo Cristóvão Rodrigues de 
Oliveira, a igreja paroquial está sediada 
no altar de São Julião da Igreja dos 
Cónegos Regranrtes, com um cura e 
quatro capelães, pagos pelo Mosteiro; na 
paróquia estão sediadas as confrarias do 
Santíssimo, Nossa Senhora da 
Enfermaria, São Sebastião, Santa 
Margarida e dos Fiéis de Deus, que 
rendem de esmolas 35 cruzados; 
1552 - o convento contava 60 frades e 10 
criados e dispunha de uma renda de 3000 
cruzados; 
1569 - D. Sebastião ordena a fundação da 
igreja de São Sebastião no sítio da 
Mouraria, como voto gratulatório por ter 
salvo Lisboa da peste que grassara nesse 
ano; mais tarde, escolhe-se o Terreiro do 
Paço para o efeito; 
1571, março - lançamento da primeira 
pedra, não sendo concluída a construção 
do templo, que tinha a traça de Afonso 
Álvares; as pedras são aproveitadas na 
construção de São Vicente de Fora; 
1582 - demolição do primitivo edifício e 
início da edificação da nova igreja, 
segundo projeto de Filippo Terzi, que 
contou com a colaboração de Herrera, foi 
Imagens do histórico 
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executado por Leonardo Torriano, 
Baltazar Alvares, Pedro Nunes Tinoco e 
João Nunes Tinoco; séc. 17 - trabalha na 
obra como arquiteto Francisco da Silva; 
1608-1612 - obras de feitura do retábulo 
do coro e dos confessionários, conforme 
projeto do arquiteto Teodósio de Frias, 
que acompanhou as obras; 
1624 - é nomeado arquiteto das obras do 
Mosteiro Diogo Pais, com o ordenado de 
20$000; Pedro Nunes Tinoco substitui 
Baltazar Álvares como mestre principal; 
1629, 28 agosto - celebrada na igreja a 
primeira missa; 
1631 - feitura de um cofre-eucarístico 
pelo ourives André Fernandes; 
1641, 08 fevereiro - nomeação de mestre 
do Mosteiro João Nunes Tinoco, em 
substituição de Pedro Nunes Tinoco, 
tendo sido reconduzido em 1650; 
1690, 23 junho - é nomeado mestre das 
obras do Mosteiro Luís Nunes Tinoco; 
1710 - pintura mural do tecto da portaria 
pelo italiano Vincenzo Baccarelli; 
1716 - concluída a sacristia; 1720 - João 
Frederico Ludovice é nomeado 
mestre-de-obras do Mosteiro, por D. João 
V; 1755, 01 novembro - o terramoto 
causou vários danos, designadamente a 
destruição do zimbório; 
1759, 06 agosto - nas Memórias 
Paroquiais, assinadas por Francisco José 
de Matos, é referido que a igreja tem o 
altar-mor, quatro capelas no cruzeiro, 
dedicadas a São Teotónio, Nossa Senhora 
da Conceição (Evangelho) e Santo 
António e Santo Agostinho (Epístola); na 
nave, as capelas de Santa Úrsula, Santa 
Catarina, São Tiago e Santa Bárbara, a do 
Santíssimo, onde está a imagem de Nossa 
Senhora das Necessidades, surgindo, no 
lado da Epístola, as de São Miguel, São 
José, Nossa Senhora do Pilar, Nossa 
Senhora da Pureza e Senhor Jesus; tem 
três irmandades, a do Santíssimo, com 
quatro capelães que recebem 45$000, a 
das Almas com 2 capelães, tendo 45$000 
cada um, e a de Nossa Senhora das 
Necessidades, muito pobre; o pároco é o 
prior do Mosteiro, com 200$000 de 
renda; tem três capelães beneficiados, 
cada um com 40$000; o padroeiro do 
Mosteiro é o rei; 
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1764, 09 julho - o prior do Mosteiro pede 
ao mestre pedreiro António Victorino de 
Freitas que remova o entulho que ficara 
da obra do muro da clausura, que confina 
com a Travessa da Verónica; 20 julho - 
Mateus Vicente de Oliveira verifica se o 
muro ficou bem construído, conforme 
ordem do Senado, por se encontrar a cair 
para a Travessa; 
1773 - 1792 - a Patriarcal é instalada em 
São Vicente de Fora devido às obras na 
Sé, onde se manteve 20 anos; os 
religiosos foram então para Mafra; séc. 
18, final - execução do presépio por 
Joaquim José de Barros *2; 
1787, cerca - feitura da escultura de São 
Sebastião para o baldaquino, por Manuel 
Vieira (SALDANHA, 2012, p. 29); 
1796 - restauro das pinturas do tecto da 
portaria por Manuel da Costa; 
1834 - na sequência da expulsão das 
ordens religiosas, a zona conventual é 
transformada em paço episcopal; séc. 19 
- instalação do Panteão da Casa de 
Bragança no antigo refeitório dos 
monges, por ordem de D. Fernando de 
Saxe-Coburgo; obras de restauro por José 
Maria Nepomuceno; 
1895 - obras de restauro (reconstrução 
do zimbório); 
1903, 27 fevereiro - são transferidos para 
o edifício do Seminário Pequeno 
bancadas e quadros provenientes do 
Mosteiro de Santa Clara de Santarém (v. 
IPA. 00003392); 
séc. 20, década de 40 - o Liceu Gil Vicente 
ocupou parte das antigas dependências 
conventuais; 
1952 - adaptação da antiga sala do 
Capítulo a Panteão dos Patriarcas 1995 - 
projecto de arquitectura paisagista do 
pátio de entrada (das Laranjeiras) e 
posterior execução; 
1992, 01 junho - o imóvel é afeto ao 
Instituto Português do Património 
Arquitetónico, pelo Decreto-lei 106F/92, 
DR, 1.ª série A, n.º 126; 
1999, 26 março - elaboração da Carta de 
Risco do imóvel pela DGEMN; 
2006, 22 agosto - parecer da DRCLisboa 
para definição de Zona Especial de 
Proteção conjunta do castelo de São 
Jorge e restos das cercas de Lisboa, Baixa 
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Pombalina e imóveis classificados na sua 
área envolvente; 
2007, 20 dezembro - o imóvel é afeto à 
Direção Regional da Cultura de Lisboa e 
Vale do Tejo, pela Portaria n.º 
1130/2007, DR, 2.ª série, n.º 245; 2009, 
24 agosto - o imóvel é afeto à Direção 
Regional da Cultura de Lisboa e Vale do 
Tejo, Portaria n.º 829/2009, DR, 2.ª série, 
n.º 163; 2011, 10 outubro - o Conselho 
Nacional de Cultura propõe o 
arquivamento de definição de Zona 
Especial de Proteção; 18 outubro - 
Despacho do diretor do IGESPAR a 
concordar com o parecer e a pedir novas 
definições de Zona Especial de Proteção. 
Observações Complementares 
 
 
 
 
 
 
3. SITUAÇÃO E AMBIÊNCIA 5​/x 
3.1 Implantação 
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Situação Atual 
 
 
 
Figura x: Vista Aérea, 1996 
Fonte: SIPA 
Implantação Original 
 
 
Figura x:Planta de Implantação 
Fonte: SIPA 
 
 
 
 
4. CARACTERÍSTICAS ARQUITETÔNICAS 6​/x 
4.1 Partido/Composição 
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4.1.1 Volumetria 
IGREJA: Planta longitudinal composta em cruz latina, de nave única com 6 capelas laterais intercomunicantes, 
transepto inscrito e capela-mor com retrocoro. Volumetria escalonada com coberturas em terraço acima das quais 
se eleva o volume da cúpula com cobertura piramidal. O alçado principal da igreja integralmente de cantaria, de um 
só corpo ladeado por 2 torres de secção quadrada encimadas por cúpula e lanternim, organiza-se em 2 níveis. 
No 1º rasgam-se 3 vãos em arco de volta inteira, de acesso à galilé, gradeados, separados por pilastras e encimados 
por 3 nichos com estátuas (da esquerda para a direita: São Vicente, Santo Agostinho e São Sebastião), os laterais 
coroados por frontão triangular e o central por frontão curvo. No nível superior abrem-se 3 janelões rectangulares 
sobrepujados de frontão curvo (os laterais) e triangular (o central). Acima da cornija eleva-se uma platibanda de 
balaústres e plintos com pináculos piramidais. As torres, de 3 níveis e delimitadas lateralmente por dupla pilastra, 
ostentam no 1º um nicho com estátua (na da esquerda Santo António, na da direita São Domingos), encimado por 
frontão curvo; no nível imediato, nicho com estátua (na da esquerda São Bruno, na da direita São Norberto), dotado 
de frontão triangular; no 3º nível abrem-se as ventanas sineirasem arco de volta perfeita.A nave e a capela-mor são 
cobertas por abóbadas de berço com marcação de caixotões, enquanto que sobre o cruzeiro se eleva uma cúpula. 
Três degraus e uma balaustrada de mármore operam a transição entre a nave e o transepto. O altar-mor, de dupla 
face, é coberto por um baldaquino assente em 4 colunas rematadas por dossel. O envolvimento das bases das 
colunas é feito por 8 estátuas de madeira de grandes dimensões, do lado do Evangelho: São José, Santo Agostinho, 
Santa Mónica e São Vicente; do lado da Epístola a Virgem, São Teotónio, São Frutuoso e São Sebastião. No coro dos 
cónegos destaca-se o órgão revestido a talha dourada da 1ª metade de setecentos e o cadeiral, de pau-santo, de 3 
faces em 2 ordens. MOSTEIRO: Planta composta de volumes articulados e coberturas a 4 águas. No alçado principal 
O., de corpo único e um só andar, destaca-se o portal em arco de volta inteira, de feição seiscentista, ladeado por 2 
pares de pilastras caneladas, que se terminam em acrotérios e assim se articulam com uma janela de sacada 
coroada por uma pedra de armas do reino. Outras 4 janelas, idênticas, sucedem-se para a direita do portal. À 
esquerda um nicho com a imagem de pedra de Santo Onofre, medalhões e capitéis decorados com a emblemática 
de São Sebastião e de São Vicente. É a partir deste portal que se pode ter acesso aos claustros e dependências 
conventuais, podendo igualmente fazer-se através da igreja. Transposto o portal acede-se à Sala da Portaria, 
compartimento quadrangular com tecto pintado, onde se pode ver a representação do Triunfo da Igreja contra os 
Manicheus, tendo como figura central Santo Agostinho, datada de 1710, altos silhares de azulejos joaninos 
figurando cenas históricas e relacionadas com a fundação e a construção do mosteiro e ainda a teia de embrechados 
polícromos com balaustrada torneada em pau santo. A partir da Portaria tem-se acesso à galeria de um dos 2 
claustros (ambos de planta quadrada), os quais ocupam uma vasta área rectangular. Neles destacam-se os silhares 
de azulejos recortados que revestem os muros num conjunto de 81 painéis, datáveis da 1ª metade do séc. 18 e de 
temática variada: passos das fábulas de La Fontaine, paisagens campestres e marítimas, cenas galantes e pastoris. A 
Sacristia, situada entre os 2 claustros, sendo a acesso ao seu interior feito através de um portal e moldura por 
pilastras e frontão, apresentando as armas reais, é um compartimento rectangular, com revestimento de mármores 
polícromos de forte impacto decorativo e tecto ostentando uma composição pictórica de autor desconhecido. 
Outras dependências conventuais, com acesso a partir dos claustros, apresentam silhares de azulejos azuis e 
brancos do período joanino, sendo de realçar a composição dos alizares das escadarias que levam à torre e aos 
antigos Paços episcopais, bem como um painel de azulejos representando um cortejo episcopal, nos terraços do 
patamar dos claustros. D. Fernando de Saxe-Coburgo mandou instalar no antigo refeitório dos monges o Panteão da 
Casa de Bragança para onde foram transferidos os túmulos que se encontravam junto da capela-mor. 
4.1.2 Fachada Principal 
A imponente fachada pintada de branco divide-se no sentido horizontal em três partes. O edifício ergue-se diante 
um largo espaçoso e desafogado, o Largo de São Vicente, contém uma ampla escadaria bem lançada, mas simples. O 
adro vê nascer o primeiro entablamento, assentando a sua arquitrave, friso e cornija sobre os capitéis de dez altas 
colunas de ordem dórica. Nos três intercolúnios centrais abrem-se os três portões, simples, de volta inteira, 
sobrepujados de três nichos coroados de áticas. Nos três nichos estão Santo Agostinho, ao centro, São Sebastião à 
direita e São Vicente à esquerda. Nos intercolúnios laterais, em linha aos outros, há dois nichos onde estão São 
Domingos de Gusmão à direita e Santo António à esquerda. O segundo entablamento da fachada apresenta nas 
prumadas dois nichos, na direita vê-se São Norberto e São Bruno na esquerda. Ao centro três elevadas janelas 
majestosas e harmónicas no conjunto. Na terceira parte da fachada é constituída por dois torreões que se erguem 
em colunas vistosas, abertos de ventanas, ornados de platibanda. Do meio deles emergem duas cúpulas. Uma 
platibanda de trinta e três metros, adornada de enfeites, une os dois torreões sobre o corpo central. Em 1755, 
desmoronou-se o seu grande zimbório, peça que aumentaria a beleza simétrica da composição. (ARAÚJO) 
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4.2 Tema/Usos/Apropriação 
4.2.1 Setorização 
4.2.2 Acessos/Circulação 
 
4.2.3 Análise do “programa” 
4.3 Sistemas Construtivos/Estrutura/Materiais de Construção 
 
Estrutura mista (igreja); Paredes autoportantes (Mosteiro). 
 
Alvenaria mista, reboco pintado, cantaria de calcário, mármore, azulejos, ferro forjado, madeira, estuque 
pintado. 
7​/x 
 
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4.4 Interior ​(revestimentos, bens integrados...) 
 
A igreja e o mosteiro contam com um notável recheio artístico do século XVII, época de D. Pedro II e de D. João V, 
reconhecido por um período que foi rico para as artes. Contém peças de azulejaria barroca com mais de 100 mil 
azulejos do período barroco, fábulas de La Fontaine e algumas pinturas de renome desde Século XVII até finais do 
século XVIII. (SILVA) 
No interior, destacam-se: 
- um baldaquino em estilo barroco de autoria de Machado de Castro, por cima do altar, flanqueado por estátuas de 
madeira em tamanho natural. 
- um órgão ibérico construído em 1765 pelo organeiro João Fontanes de Maqueixa e restaurado em 1994 pelos 
franceses Claude e Christine Rainolter. Trata-se de um dos melhores e maiores exemplares da organaria portuguesa 
do século XVIII. 
- um transepto, largo e de admirável sentido arquitetónico, ainda que um pouco frio de linhas, é limitado em volta 
por uma ordem de seis pilastras, idênticas às da nave. Sobre ele assentava o grande zimbório, que ruiu no terramoto 
de 1755. Hoje em dia, uma clarabóia em rotunda, de madeira, rasgada por oito janelas retangulares, disfarça de 
certo modo essa ausência. (ARAÚJO) 
O antigo mosteiro agostiniano adjacente, com acesso pela nave, conserva a sua cisterna do século XVI e vestígios do 
antigo claustro. Destaca-se ainda pelos seus paineis de azulejos do século XVIII: à entrada, junto ao primeiro 
claustro, estão representadas cenas do ataques de D. Afonso Henriques a Lisboa e Santarém da autoria de Manuel 
dos Santos. Em volta dos claustros, painéis de azulejos com cenas rurais, rodeados por desenhos florais e querubins, 
ilustram as fábulas de La Fontaine. 
 
Nas dependências da Igreja estão localizado o Panteão Real dos Braganças e o Panteão dos Patriarcas de Lisboa. 
 
Observações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5. “REFERÊNCIA PROJETUAL” 
 
 
 Figura x: Fachada Igreja de Gesù 
 Fonte: Google 
 
8​/x 
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Certamente o maneirismo italiano, que tem como exemplo a Igreja de Gesù (1568) com sua fachada em 
pedra, frontões, nichos e planta em cruz latina, é uma das possíveis referências projetuais no 
momento da construção da Igreja de São Vicente de Fora. 
 
6. EXEMPLO/COMPARAÇÃO 
 
 
 Figura x: Fachada Mosteiro de São Bento 
 Fonte: ​www.mosteirodesaobentorio.org.br 
 
No Brasil, encontramos reflexos deste tipo arquitetônico (maneirismo), como por exemplo no edifício do Mosteiro 
de São Bento (1590). Neste caso notamos certa semelhança projetual da fachada com duas tores, frontão, arcos, e 
os nichos dando lugar a janelas e aberturas.7. GLOSSÁRIO 
9​/x 
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8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS E CRÉDITOS DAS IMAGENS 
 
Referência: 
10​/x 
INVENTÁRIO AB1 _ CLAUDIA NÓBREGA _ 2018.2 
Site: Patrimônio Cultural / Direção-Geral do Patrimônio Cultural / República Portuguesa; Endereço: 
http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classif
icado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/71213/ 
 
Site: SIPA - Sistema de Informação para o Patrimônio Arquitectónico; 
Endereço: ​http://www.monumentos.gov.pt/Site/APP_PagesUser/SIPA.aspx?id=6529 
 
Silva, Jorge Henreique Pais da (1996). Estudos sobre o Maneirismo. Lisboa: Editorial Estampa, pp. 245 
 
Araújo, N. d. (1940). Pequena Monografia de São Vicente. Lisboa: Edição do Grupo dos Amigos de Lisboa, pp. 
29-63 
 
Figura 01 – Wikipedia, endereço: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja_de_S%C3%A3o_Vicente_de_Fora 
Figura 02 – Google Maps, endereço: 
https://www.google.com/maps/place/S%C3%A3o+Vicente+de+Fora,+Lisboa,+Portugal/@38.7153991,-9.
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