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03 - TEORIA DAS INCAPACIDADES _ INCAPAZ _ PESSOA NATURAL

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Especialista: Carlos Eduardo Ferreira de Souza 
Disciplina: Direito Civil 
souza.carlosadv 
 
AULA 03 
DIREITO CIVIL I – PARTE GERAL 
Olá, pessoal! Meu nome é Carlos e eu sou especialista em Direito Civil do Passei Direto. 
O objetivo dessa sequência de materiais é tentar explicar tudo sobre a disciplina de um jeito 
objetivo, completo e acessível, então faremos assim: vou trazer o assunto, citar o dispositivo legal, 
explicar um resumo do que isso significa, então vamos ver a jurisprudência mais recente sobre o tema 
e resolver questões extraídas de concursos públicos, ou seja, tudo para ajudar na graduação, na pós-
graduação e concursos públicos. 
Tudo certo? Então vamos começar! 
RELEMBRANDO... 
Na última aula, vimos o conceito de capacidade civil, dividindo-a em capacidade de direito e 
de fato, cuja soma resultava na capacidade civil plena. 
Dissemos, ainda, que a capacidade de direito é a aptidão para titularizar direitos e contrair 
obrigações, mas que em alguns casos dependeriam de representação ou assistência. É porque aquele 
que não possui capacidade de fato é considerado incapaz, absoluta ou relativamente, não podendo 
exercer diretamente os atos da vida civil. 
O que veremos hoje é justamente isso: quando inexiste a capacidade de fato ou de exercício? 
Quando a pessoa pode ser considerada incapaz e quais as distinções? 
DISPOSITIVO LEGAL 
REFERÊNCIA: arts. 3º e 4º do Código Civil (LEI 10.406 /02) 
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de 16 
(dezesseis) anos. 
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer: 
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos; 
II - os ébrios habituais e os viciados em tóxico; 
III - aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade; 
IV - os pródigos. 
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial. 
Especialista: Carlos Eduardo Ferreira de Souza 
Disciplina: Direito Civil 
souza.carlosadv 
 
DA TEORIA DAS INCAPACIDADES– DO INCAPAZ 
Como visto, o incapaz é aquele que não possui capacidade de fato ou de exercício e, 
consequentemente, não possui capacidade civil plena e depende de assistência ou representação para 
a prática dos atos da vida civil. 
Primeiramente, devemos perceber que tomo o cuidado de distinguir a representação e a 
assistência. Faço de maneira proposital, pois a representação se dirige aos absolutamente incapazes, 
enquanto a assistência se refere aos relativamente incapazes. 
É que o ato praticado pelo absolutamente incapaz sem representação é nulo, enquanto aqueles 
praticados por relativamente incapaz sem assistência é anulável, ou seja, um admite confirmação e o 
outro não. 
Em segundo lugar, devemos verificar o mais importante para fins de provas: quem é o 
absolutamente incapaz e quem é o relativamente incapaz. 
Por absolutamente incapaz temos APENAS e SOMENTE APENAS e EXCLUSIVA E 
TÃO SOMENTE APENAS os menores de 16 anos (menores impúberes). 
E por que eu friso bastante que não existe outra hipótese? É que muitos estudaram o Código 
Civil antes da alteração ocorrida em 2015, em razão do Estatuto da Pessoa com Deficiência. Antes 
de ser alterado, o art. 3º do Código Civil trazia extenso rol de absolutamente incapazes, o que não 
existe mais, sendo prevista hipótese única de menores de 16 anos. 
A tendência é que seu professor e as bancas de concursos montem situações em provas com 
intuito de induzir a erro, trazendo diversas características que levam o aluno a crer o seguinte: “esse 
sujeito não possui qualquer capacidade”, deixando-o com vontade de dizer que se trata de 
absolutamente incapaz, mesmo quando a prova traz maiores de 16 anos. 
Mas vocês não errarão! Confiem em mim: absolutamente incapaz é somente o menor de 16 
anos e ponto, tenha ou não tenha bom discernimento. Da mesma forma, nenhum outro é 
absolutamente incapaz, ainda que não tenha discernimento adequado. 
Visto isso, passaremos para o art. 4º do Código Civil que, apesar de alterado, manteve a mesma 
quantidade de hipóteses de incapacidade relativa: quatro! 
Assim, permitam-se repetir o rol do artigo, são relativamente incapazes: 
Especialista: Carlos Eduardo Ferreira de Souza 
Disciplina: Direito Civil 
souza.carlosadv 
 
a) Os maiores de 16 e menores de 18 anos: são os chamados menores púberes. É um critério 
de aferição bastante objetivo. Basta observar a data de nascimento e, tendo mais de 16 e 
menos de 18 anos, será relativamente incapaz para determinados atos da vida civil, 
dependendo de assistência para que os atos sejam considerados plenamente válidos. 
b) Os ébrios habituais e os viciados em tóxico: aqui temos aqueles que possuem 
embriaguez patológica (“alcoolismo”) e aqueles que são usuários de drogas. É que as 
substâncias mencionadas afetam o discernimento e o objetivo do Direito Civil, neste ponto 
da matéria, é justamente defender a manifestação livre e desembaraçada da vontade. 
c) Aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua 
vontade: aqui não devemos olhar para o motivo que causou a limitação, mas para a 
limitação em si. É que todo sujeito que esteja impossibilidade de exprimir a vontade será 
relativamente incapaz e neste ponto pode ser um coma, um estado momentâneo de 
confusão ou qualquer outro motivo. 
d) Os pródigos: esses são relativamente incapazes apenas para atos que possam 
comprometer seu patrimônio. É que o pródigo é aquele que dilapida de forma avassaladora 
e desenfreada o seu patrimônio ou de sua família, podendo comprometer a própria 
dignidade humana e o mínimo existencial. 
Eu gostaria de encerrar com um destaque final: a novidade do assunto é justamente aquela 
trazida pelo Estatuto da Pessoa com Deficiência. Portanto, as bancas tentarão convencê-los de que 
aqueles que possuam deficiência mental ou desenvolvimento mental incompleto, mas, em regra, eles 
não serão considerados incapazes, absoluta ou relativamente. 
Contudo, vamos tomar cuidado: a banca pode mencionar aquele que possui desenvolvimento 
mental incompleto e possui menos de 16 ou que está temporariamente incapacitado de exprimir a 
vontade. Nestes casos, teremos a incapacidade absoluta ou relativa, respectivamente, mas não pelo 
desenvolvimento incompleto, mas pelas causas que acometeriam qualquer um. 
JURISPRUDÊNCIA 
Apesar de IMPORTANTÍSSIMA, não temos jurisprudência relevante do STJ e do STF, que 
tenha sido publicado nos famosos informativos, cuja análise é nosso foco na sessão de jurisprudência. 
Mas não se engane: os concursos amam a matéria. 
 
 
Especialista: Carlos Eduardo Ferreira de Souza 
Disciplina: Direito Civil 
souza.carlosadv 
 
QUESTÕES 
 
1ª QUESTÃO – BANCA FCC – JUIZ SUBSTITUTO – TJ AL (2019): 
Alessandra, atualmente com 17 anos de idade, nasceu com deficiência mental que a impede, de forma 
permanente, de exprimir sua vontade. Para o Código Civil, ela: 
a) é absolutamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da vida civil, e permanecerá nessa 
condição mesmo depois de completar 18 anos. 
b) não é incapaz, absoluta ou relativamente, de exercer pessoalmente os atos da vida civil. 
c) é incapaz, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer, e permanecerá nessa 
condição mesmo depois de completar 18 anos. 
d) é absolutamente incapaz de exercer pessoalmente os atos da vida civil, mas deixará de sê-lo 
ao completar 18 anos. 
e) é incapaz, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer, mas deixará de sê-lo ao 
completar 18 anos. 
Gabarito: LETRA C. Questão muito interessante. Vejamos: Alessandra não é incapaz, absoluta 
ou relativamente, em razão da deficiência mental, por si só. Mas érelativamente incapaz por possuir 
17 anos (maior de 16 e menor de 18 anos) e por não poder exprimir sua vontade, de forma permanente. 
Entretanto, ao passar dos 18 anos, cessará a incapacidade relativa neste ponto, mas não em razão da 
permanência da impossibilidade de exprimir sua vontade, o que nos conduziu ao gabarito assinalado. 
 
2ª QUESTÃO – BANCA FGV – FISCAL DE SERVIÇOS MUNICIPAIS – PREFEITURA DE 
SALVADOR (2019): 
Hélio, empresário bem-sucedido, solteiro, sem filhos, tem um grande patrimônio. Desde 2011, 
apresenta o hábito de ingerir excessivas quantidades de álcool. No começo de 2018 esta rotina se 
intensificou e Hélio começou a beber durante os sete dias da semana, não mais administrando as suas 
atividades comerciais ou vida afetiva. 
Sobre a situação de Hélio, segundo o Código Civil, assinale a afirmativa correta. 
a) É absolutamente capaz para prática de todos os atos da vida civil. 
b) É absolutamente incapaz para prática de atos da vida civil. 
c) É relativamente incapaz em razão da prodigalidade. 
d) É relativamente incapaz por ser ébrio habitual. 
e) Estende-se, ao menos quanto aos atos civis que digam respeito ao seu patrimônio, a relativa 
incapacidade de exprimir sua vontade por causa transitória. 
Especialista: Carlos Eduardo Ferreira de Souza 
Disciplina: Direito Civil 
souza.carlosadv 
 
Gabarito: Letra D. Como vimos, o ébrio habitual é relativamente incapaz para certos atos da 
vida civil, tal qual o pródigo. Entretanto, a questão não deixa clara a dilapidação patrimonial e 
considerável redução do patrimônio, mas evidencia a embriaguez patológica. 
2ª QUESTÃO – BANCA FCC – PROCURADOR DO MUNICÍPIO DE CARUARUA PE 
(2018): 
Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, os menores entre quatorze e dezesseis anos e aqueles 
que, por causa transitória ou permanente não puderem exprimir sua vontade são, respectivamente, 
a) relativamente incapazes, relativamente incapazes, absolutamente incapazes e relativamente 
incapazes. 
b) todos relativamente incapazes. 
c) todos absolutamente incapazes. 
d) relativamente incapazes, relativamente incapazes, absolutamente incapazes e absolutamente 
incapazes, embora sujeitos à legislação especial. 
e) absolutamente incapazes, relativamente incapazes, absolutamente incapazes e relativamente 
incapazes. 
Gabarito: Letra A. É que os ébrios habituais, os viciados em tóxicos e aqueles que, por causa 
transitória ou permanente não puderem exprimir sua vontade são relativamente incapazes quanto a 
certos atos da vida civil, ao passo que os menores de 16 anos são absolutamente incapazes (arts. 3º e 
4º do Código Civil).

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