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ENG04464 INSTALAÇÕES ELÉTRICAS PREDIAIS 1 Aula 2 Projeto Elétrico: Etapas – Inserção de cargas Prof. Sérgio Luiz Cardoso da Silva UFRGS – Universidade Federal do Rio Grande do Sul Escola de Engenharia - Departamento de Engenharia Elétrica Av. Osvaldo Aranha, 103 sala 114A – Centro - Porto Alegre, RS Brasil - CEP 90035-190 fone: (51) 3308.4515 e-mail: sergio.cardoso@ufrgs.br ALGUNS PONTOS PRÁTICOS PARA LEMBRAR 2 1. SOBRE O TRABALHO EM GRUPO 2. PLANTA BASE – MODELO DE AULA 3. MATERIAL PARA USO EM AULA 4. MATERIAL PARA CONSULTA EM AULA 3 4 Sobre o trabalho em grupo O trabalho em grupo será um projeto completo de uma instalação elétrica de baixa tensão em um ambiente residencial. A lista de requisitos mínimos para o projeto será entregue ao longo do semestre. O projeto será feito em grupos de 5 alunos. O agrupamento será formalizado na sequência das atividades. Durante a primeira parte da disciplina cada aluno poderá trazer impressa a planta baixa que está disponibilizada nos meios virtuais. Essa planta será utilizada como base para exemplificar as etapas do projeto elétrico (em sincronismo com o conteudo teórico) Planta base – modelo de aula 5 Planta base – modelo usado nos slides de aula 6 Planta para o aluno exercitar os conteúdos em aula 7 Material para uso em aula 8 Como sugestão (opcional), para desenhos em aula (na planta base), utilizar gabarito de instalações elétricas (ex. E-26) Também com sugestão, pode ser útil ter em mãos uma cópia da NBR 5410 Norma Brasileira de Instalações Elétricas de BT e RIC/BT – Regulamento de Instalações Consumidoras de BT e/ou livro de instalações elétricas atualizado, para eventuais consultas no desenvolvimento dos trabalhos. Material para consulta em aula 9 ALGUNS CONCEITOS IMPORTANTES DA AULA ANTERIOR 10 1. POTÊNCIA E ENERGIA 2. FATOR DE POTÊNCIA 3. SEP - GERAÇÃO TRIFÁSICA 4. SEP – TRANSMISSÃO E TRANSFORMAÇÃO 5. SEP – DISTRIBUIÇÃO E CONSUMO 11 POTÊNCIA ELÉTRICA Fórmula básica da potência elétrica Na área elétrica as variáveis mais utilizadas são corrente e tensão nos diversos pontos das redes. Portanto fica compreensível que se queira expressar a potência elétrica com a utilização dessas duas variáveis. 12 13 POTÊNCIA ELÉTRICA Fórmula básica da potência elétrica 14 A unidade de potência elétrica então, além do Watt, poderá também ser expressa utilizando o VA (volt-ampére) 15 𝑡1 𝑡0 FATOR DE POTÊNCIA • Alguns equipamentos elétricos necessitam de campos magnéticos para funcionar (motores, reatores, ...); • Uma parcela da energia retirada da rede é utilizada para gerar esses campos; • A essa parcela denominamos de “energia reativa” e à potência correspondente (energia/tempo) de “potência reativa”. 16 FATOR DE POTÊNCIA A energia que sobra e que é efetivamente transformada em trabalho útil (movimento de um motor p.ex.) é chamada de “energia ativa”, com a correspondente “potência ativa” associada. 17 FATOR DE POTÊNCIA Assim devemos considerar três tipos de potência: - potência ativa transformada em trabalho W (watt) - potência aparente (total) retirada da rede VA (volt-ampére) - potência reativa geração de campos VAr (volt-ampére reativo) 18 FATOR DE POTÊNCIA VA W (pot. Ativa) (pot. Aparente) (trabalho, movimento, calor,..) (fonte) VAr FATOR DE POTÊNCIA (pot. Reativa) (geração de campos) 19 O SISTEMA ELÉTRICO DE POTÊNCIA - VISUALIZAÇÃO GERAÇÃO cos φ20 CONSUMO ENERGIA GERADA (USINA) 13,8 kV 20 kV ENERGIA UTILIZADA (CIDADES) 220/127V 380/220V 13,8 kV 25 kV T ENERGIA TRANSMITIDA (LINHAS DE AT) 69kV-138kV-230kV 500kV-750kV... T TRANSFORMAÇÃO SUBESTAÇÃO ELEVADORA TRANSFORMAÇÃO SUBESTAÇÃO REBAIXADORA GERAÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA GERAÇÃO A geração se dá em tensões médias (da ordem de 15kV). Um fluído (água, vapor, vento, marés, ...) produz o giro de uma turbina a cujo eixo está acoplado um conjunto de enrolamentos imersos num campo magnético constante. O giro dos enrolamentos produzirá a ação geradora (Lei de Faraday-Lenz). GERAÇÃO 22 TRANSFORMAÇÃO E TRANSMISSÃO As subestações trabalham com um equipamento fundamental em qualquer sistema elétrico: o transformador. O transformador é um equipamento que tem dois enrolamentos chamados primário e secundário, não conectados fisicamente, mas interligados através de um núcleo ferromagnético. TRANSFORMAÇÃO E TRANSMISSÃO A energia é transferida do primário para o secundário através do fluxo magnético que circula no núcleo, de forma que, desconsiderando as pequenas perdas, pode-se dizer que a potência elétrica do primário (P1) é toda transferida ao secundário (P2) , porém em níveis diferentes de corrente e tensão, ou seja: P1 = P2 ou V1 I1 = V2 I2 cos φ24 cos φ25 LINHAS DE TRANSMISSÃO 26 Tensões usuais: 69kV, 138kV (níveis de subtransmissão) 230kV – 400kV – 500kV – 750kV ... LINHAS DE DISTRIBUIÇÃO URBANA Distribuição primária (3 cabos – alto do poste) – 13,8kV ou 23kV Distribuição secundária (4 primeiros cabos na parte de trás do transformador *) 220V/127V ou 380V/220V (V fase-fase / V fase-neutro) * O condutor de baixo é para comando da iluminação pública - o neutro é o condutor de cima. Geração de Energia Elétrica 28 PROJETO ELÉTRICO ETAPAS INSERÇÃO DE PONTOS 29 PROJETO ELÉTRICO ETAPAS - INSERÇÃO DE PONTOS 1. INTRODUÇÃO 2. COMPOSIÇÃO DE UM PROJETO TÍPICO 3. ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DE UM PE 4. FORMATAÇÃO GRÁFICA 5. INSEÇÃO DE PONTOS – REGRAS DA NORMA 30 Definição Oficial de IE Instalação Elétrica: conjunto de componentes elétricos, associados e com características coordenadas entre si, constituído para uma finalidade determinada. No uso corrente do termo, essa finalidade é via de regra associada à utilização de energia elétrica. 1. INTRODUÇÃO- eletrodutos - caixas - condutores - tubulações - disjuntores - fusíveis - relés - tomadas - interruptores - etc. 32 Uma instalação elétrica de baixa tensão (IEBT) corresponde a um conjunto de componentes interligados que permitem levar a energia elétrica (EE) desde a fonte, que, no caso, é a entrada da edificação, até os pontos de utilização com SEGURANÇA e ECONOMIA. ENTRADA ENTRADA UTILIZAÇÃO REDE BT 220/127V (Porto Alegre) lâmpadas chuveiros ar condicionado etc. 1. INTRODUÇÃO Uma instalação elétrica pode ser alimentada: • em BT – por rede pública da concessionária, – por transformador exclusivo • em AT, através de subestação de transformação do usuário • por fonte própria . 3 3 1. INTRODUÇÃO A origem de uma instalação de baixa tensão (BT) é o ponto à partir do qual se aplicam as prescrições da NBR-5410 Quando a instalação é alimentada através de subestação de transformação do usuário, a origem corresponde aos terminais de saída do secundário do transformador * 3 4 1. INTRODUÇÃO * se a subestação possuir dois ou mais transformadores não ligados em paralelo, haverá tantas origens quantos forem os transformadores ORIGEM DA INSTALAÇÃO Quando a instalação é alimentada diretamente em BT e o dispositivo de proteção geral está: • depois do medidor – a origem corresponde aos terminais de saída desse dispositivo • antes do medidor – a origem corresponde aos terminais de saída do medidor. 3 5 1. INTRODUÇÃO 36 ENTRADA • Componente de uma instalação elétrica é um termo geral que se refere a um equipamento elétrico, a uma linha elétrica ou a qualquer outro elemento necessário ao funcionamento da instalação. • Equipamento elétrico é uma unidade funcional completa e distinta, que exerce uma ou mais funções relacionadas com geração, transmissão, distribuição ou utilização de energia. 1. INTRODUÇÃO 37 ENTRADA • Linha elétrica é o conjunto de um ou mais condutores (fios e cabos) com seus elementos de fixação e suporte e, se for o caso, de proteção mecânica (eletrodutos, eletrocalhas), destinado a transportar energia ou a transmitir sinais elétricos. • O termo aparelho elétrico designa equipamentos de utilização: – eletrodoméstico; – eletroprofissional; – de iluminação. – etc.. 1. INTRODUÇÃO 38 O dispositivo elétrico é ligado a um circuito com o objetivo de desempenhar uma ou mais das seguintes funções: – manobra : mudança na configuração elétrica de um circuito, realizada manual ou automaticamente; – comando: ação humana ou de dispositivo automático que modifica o estado ou a condição de determinado equipamento; – proteção: ação automática provocada por dispositivos sensíveis a determinadas condições anormais que ocorrem num circuito; – seccionamento: ação de desligar completamente um equipamento ou circuito de outros equipamentos ou circuitos, provendo afastamentos adequados que garantam condições de segurança especificadas. 1. INTRODUÇÃO 39 • Os equipamentos em geral podem ser divididos, quanto a sua instalação em: – Fixos: projetados para operação permanente em um lugar determinado. • ex. transformadores de SE, ar-condicionado – Estacionários: não são (não devem) movimentados quando em funcionamento. • geladeiras, computador – Portáteis: equipamentos que podem ser movimentados quando em funcionamento, ou deslocados de um lugar para outro, mesmo quando ligados a uma fonte de alimentação. • ex. enceradeira, aspirador de pó – Manuais: equipamentos portáteis empunháveis, como ferramentas elétricas e certos aparelhos de medição. 1. INTRODUÇÃO 40 Alguns documentos técnicos importantes para o nosso estudo (conforme vimos na aula anterior): - NBR 5410. Norma de Instalações Elétricas de Baixa Tensão. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. - NBR 5419. Norma de Proteção contra Descargas Atmosféricas. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. - NBR ISO/IEC 8995-1 Iluminação de Ambientes de Trabalho ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. 1. INTRODUÇÃO 41 Alguns documentos técnicos importantes para o nosso estudo (conforme vimos na aula anterior): - NBR 5444 Símbolos Gráficos para Instalações Elétricas Prediais. ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. - NBR 13570 - “Instalações elétricas em locais de afluência de público - Requisitos específicos” - NBR 13534 - “Instalações elétricas em estabelecimentos assistenciais de saúde – Requisitos para segurança”. - CEEE - RIC/BT – Regulamento de Instalações Consumidoras de Baixa Tensão. 1. INTRODUÇÃO 42 ENTRADA • PROJETO ELÉTRICO (PE) – é o planejamento escrito e minucioso das ações técnicas necessárias para materializar uma instalação elétrica. • OBJETIVO FINAL DE UM PE – ESCOLHER, LOCALIZAR e DIMENSIONAR os componentes da instalação visando assegurar uma transferência de energia SEGURA, EFICAZ e ECONÔMICA. 2. COMPOSIÇÃO DE UM PROJETO TÍPICO 36 Um projeto elétrico típico é composto, basicamente, pelos seguintes elementos: 1. Descrição e lançamentos técnicos Memorial descritivo – é onde o projetista apresenta a solução adotada e mostra a maneira escolhida para a execução do trabalho, em todos os seus detalhes. É uma descrição dos caminhos técnicos. Memória de cálculo – é onde o projetista anota, para seu uso e lembrança (durante o projeto ou posteriormente), as variáveis e os parâmetros que utilizou nos diversos dimensionamentos que fez. 2. COMPOSIÇÃO DE UM PROJETO TÍPICO 36 2. Desenhos Os desenhos permitem uma visualização da solução adotada através do detalhamento gráfico, complementando o memorial descritivo com o uso de plantas baixas, cortes, esquemas, ligações, etc. 3. Especificações dos Materiais Indicação completa e inequívoca das características técnicas dos materiais a serem utilizados e a forma de utilização dos mesmos, exemplificando fabricantes, se possível, que possam atender a essas características (porém sem restringir ou direcionar). 2. COMPOSIÇÃO DE UM PROJETO TÍPICO 36 4. Orçamento É o planilhamento contendo quantidade e custo do material, mão de obra e demais despesas necessárias para a execução do objeto projetado, de forma itemizada. (inclui o BDI – bonificações e despesas indiretas, que é um percentual do custo total da obra destinado à despesas não técnicas – pode variar de 10 à 30%) Anotação de Responsabilidade Técnica – ART Cada projeto deverá ter uma ART (Anotação de Responsabilidade Técnica) junto ao CREA da região, assinada pelo projetista. 2. COMPOSIÇÃO DE UM PROJETO TÍPICO • Ao iniciarmos um projeto elétrico, uma das primeiras tarefas é realizar a determinação da potência de alimentação, a qual é essencial para a concepção econômica e segura da instalação, dentro de limites adequados de elevação de temperatura e de quedas de tensão. Figuras – Catálogo PRYSMIAN 37 3. ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DE UM PE • O levantamento é realizado mediante uma previsão das potências (cargas) mínimas de iluminação e tomadas a serem instaladas,de acordo as prescrições encontradas na Norma NBR-5410/2004 item 4.2.1.2. Vamos ver como essas etapas se processam: Figuras – Catálogo PRYSMIAN 37 3. ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DE UM PE 48 • Etapa 0: Reunião preliminar com proprietário e demais técnicos envolvidos (arquitetos/engenheiros) – Qual a finalidade do projeto (casa, edifício, loja, etc) – Chuveiro elétrico/gás/boiler de acumulação – Necessidade de circuito com tensão especial (tomada trifásica?) – Anseio sobre iluminação – Ter uma ideia de uma provável distribuição de móveis e equipamentos elétricos – Avaliar plano diretor, consultar o RIC da concessionária local – Sustentabilidade da instalação 3. ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DE UM PE 49 • Etapa 1: LANÇAMENTO DE CARGAS As cargas elétricas de uma instalação em ambiente residencial serão sempre constituidas por pontos de iluminação e pontos de tomadas. Os pontos de tomadas serão de dois tipos: • TUG’s – Tomadas de uso geral (destinadas à aparelhos móveis e portáteis, tais como liquidificadores, batedeiras, aspiradores de pó, rádios, furadeiras, etc..) • TUE’s – Tomadas de uso específico (destinadas à aparelhos fixos, ou seja, que são instalados em uma posição determinada e nunca são deslocados, tais como chuveiros, aparelhos de ar condicionado, lavadouras de louça, etc..) 3. ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DE UM PE 50 • Etapa 2: DIVISÃO DA CARGA EM GRUPOS (“CIRCUITOS”) As cargas elétricas da instalação devem ser agrupadas seguindo determinados critérios, de forma a permitir que a alimentação por linha elétrica à partir de um centro de distribuição seja otimizada nos quesitos de segurança e economia. Essas cargas são conectadas todas em paralelo com a fonte de alimentação CA. • Etapa 3: LANÇAMENTO DAS TUBULAÇÕES - ELETRODUTOS Os pontos distribuídos nas plantas baixas devem ser todos interligados por caminhos físicos por onde devem passar os condutores dos circuitos. No caso de ambientes residenciais, esses caminhos são, normalmente, constituídos por tubulações. 3. ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DE UM PE 51 • Etapa 4: LANÇAMENTO DOS CONDUTORES DOS CIRCUITOS As linhas, partindo do centro de distribuição, devem ter os condutores identificados e desenhados em planta, de forma a permitir o seu lançamento dentro das tubulações com identificação inequívoca dos circuitos. • Etapa 5: DIMENSIONAMENTO DOS CONDUTORES Nessa etapa iniciam-se os dimensionamentos, pois os caminhos já estão traçados, permitindo a aplicação das regras normatizadas para o cálculo dos elementos constituintes de cada circuito, sendo inicialmente definidos cabos e conexões necessárias. 3. ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DE UM PE 52 • Etapa 6: DIMENSIONAMENTO DE TUBULAÇÕES Uma vez definidos os condutores, já pode-se dimensionar as tubulações que irão conte-los, atendendo às recomendações normativas pertinentes. • Etapa 7: DIMENSIONAMENTO DE DISJUNTORES E DEMAIS PROTEÇÕES ELÉTRICAS Nessa etapa fechamos os dimensionamentos dos circuitos terminais, observando todas as recomendações normativas. 3. ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DE UM PE 53 • Etapa 8: ELABORAÇÃO DO QUADRO DE CARGAS O quadro de cargas é uma planilha onde estão resumidos e agrupados todos os resultados dos dimensionamentos feitos nas etapas anteriores do projeto. Essa planilha faz um espelhamento da instalação e pelo caráter resumido facilita em muito os trabalhos de execução. 3. ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DE UM PE 54 • Etapa 9: DIMENSIONAMENTO DA ENTRADA DE ENERGIA Agora estamos prontos para fazer a conexão da rede interna da edificação projetada com a rede externa da concessionária de energia. Essa conexão deve seguir rigorosamente os padrões preconizados nos regulamentos dessas concessionárias. (RIC – Regulamento de Instalações Consumidoras) 3. ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DE UM PE 55 • Etapa 10: ELABORAÇÃO DA PARTE ESCRITA A parte escrita do projeto poderá agora ser finalizada. No transcorrer do trabalho, já vamos rascunhado os documentos principais, tais como memorial descritivo e especificação dos materiais e serviços. Também a memória de cálculo deve acompanhar todas as fases do projeto, principalmente os dimensionamentos. Porém somente ao final, pode-se fechar e compatibilizar os documentos, pois é só nesse momento que temos todos os elementos necessários para isso. É a parte crucial do projeto (de interesse de todos). 3. ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DE UM PE 56 1 - Lançamento dos pontos em planta. 2 - Divisão da carga em circuitos. 3 - Lançamento de eletrodutos 4 - Lançamento dos condutores 5 - Dimensionamento dos condutores. 6 - Dimensionamento das proteções mecânicas (eletrodutos). 7 - Dimensionamento das proteções elétricas (disjuntores e DR‘s). 8 - Elaboração do quadro de cargas. 9 - Dimensionamento da entrada de energia. 10 - Elaboração da parte escrita e finalização. 3. ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DE UM PE Resumo das ações técnicas necessárias para elaborar um PE 57 4. FORMATAÇÃO GRÁFICA Os desenhos do projeto elétrico devem ser distribuídos em pranchas, nos formatos padronizados ABNT, ou seja: A0 – 84,1 x 118,9 cm A1 – 59,4 x 84,1 cm A2 – 42,0 x 59,4 cm A3 – 29,7 x 42,0 cm A4 – 21,0 x 29,7 cm 58 4. FORMATAÇÃO GRÁFICA – Exemplo A1 PLANTA BAIXA esc. 1:50 Detalhes Legenda Quadro de Cargas Selo 9 x 17,5 cm Obs. Espaço vazio carimbos 19,0 x 17,5 cm 59 Etapa 1: LANÇAMENTO DE PONTOS EM PLANTA 60 61 Iniciaremos agora a primeira etapa do projeto elétrico que é o lançamento dos pontos em planta. Para isso, é necessário termos em mãos a simbologia que será utilizada. No entanto, antes do desenho dos pontos, é necessário que observemos algumas regras estabelecidas na NBR-5410/2004. Essas regras tem como base a determinação da quantidade e potências mínimas que as unidades residenciais tem que observar (por força de norma) para as cargas de iluminação e de tomadas (TUG’s e TUE’s). INSERÇÃO DE PONTOS – REGRAS DA NORMA 62 • Etapa 1: LANÇAMENTO DE PONTOS EM PLANTA Utilizaremos como base a nossa planta modelo. Nessa planta treinaremos as etapas gráficas do projeto elétrico residencial. Essa é uma planta didática, por isso apresenta soluções bastante simples. No entanto, serve bem como orientação e base para quem ainda não tem a experiência necessária na área de projeto elétrico. As ações essenciais na elaboração do trabalho seguem, em linhas gerais, o que se faz na prática profissional nesse ramo. 4. INSERÇÃO DE PONTOS – REGRAS DA NORMA Planta Baixa – exemplo didático Possível distribuição dos móveis e eletrodomésticos Regras da Norma para quantidades e potências mínimas de Iluminação Nesta etapa será determinada: • A quantidade mínima de pontos de iluminação • A potência mínima deiluminação Quantidade mínima de pontos de luz segundo a NBR-5410: pelo menos um ponto de luz no teto, comandado por um interruptor de parede. • Arandelas (pontos de luz para espelhos) no banheiro devem estar distantes, no mínimo, 60 cm do limite do box. Figuras – Catálogo PRYSMIAN Regras da Norma para quantidades e potências mínimas de Iluminação A potência mínima de iluminação prevista pela NBR-5410 é função da área do cômodo ou dependência residencial que se está considerando. Para área igual ou nferior a 6 m2 Atribuir um mínimo de 100 VA Atribuir um mínimo de 100 VA para os primeiros 6 m2, acrescidos de 60VA para os próximos 4 m2 inteiros. Você deve ter em mente que: • A iluminação deve ser tão uniforme quanto possível • A soma das parcelas de 100 VA e 60 VA não significa quantidade de pontos, mas sim a carga total de iluminação que deve ser distribuída de acordo com a uniformidade luminosa. Para área superior a 6 m2 Dependência Dimensões Área (m2) Cálculo da Potência de Iluminação Potência do Ponto (VA) Sala 3,25 x 3,05 = 9,91 Copa 3,10 x 3,05 = 9,45 Cozinha 3,75 x 3,05 = 11,43 Dormitório 1 3,25 x 3,40 = 11,05 Dormitório 2 3,15 x 3,40 = 10,71 Banheiro 1,80 x 2,30 = 4,14 Área de serviço 1,75 x 3,40 = 5,95 Hall 1,80 x 1,00 = 1,80 Área externa - Tabela Resumo do Cálculo da Carga de Iluminação Regras da Norma para quantidades e potências mínimas de Iluminação Dependência Dimensões Área (m2) Cálculo da Potência de Iluminação Potência do Ponto (VA) Sala 3,25 x 3,05 = 9,91 9,91 m2 = 6 m2 + 3,91m2 Copa 3,10 x 3,05 = 9,45 9,45 m2 = 6 m2 +3,45m2 Cozinha 3,75 x 3,05 = 11,43 11,43m2 = 6 m2 + 4m2 + 1,43m2 Dormitório 1 3,25 x 3,40 = 11,05 11,05m2 = 6 m2 + 4m2 + 1,05m2 Dormitório 2 3,15 x 3,40 = 10,71 10,71m2 = 6 m2 + 4m2 + 0,71m2 Banheiro 1,80 x 2,30 = 4,14 4,14m2 < 6 m2 (Ponto Principal e Arandela) Área de serviço 1,75 x 3,40 = 5,95 5,95m2 < 6 m2 Hall 1,80 x 1,00 = 1,80 1,80m2 < 6 m2 Área externa - - Tabela Resumo do Cálculo da Carga de Iluminação Regras da Norma para quantidades e potências mínimas de Iluminação Dependência Dimensões Área (m2) Cálculo da Potência de Iluminação Potência do Ponto (VA) Sala 3,25 x 3,05 = 9,91 9,91 m2 = 6 m2 + 3,91m2 100 Copa 3,10 x 3,05 = 9,45 9,45 m2 = 6 m2 +3,45m2 100 Cozinha 3,75 x 3,05 = 11,43 11,43m2 = 6 m2 + 4m2 + 1,43m2 100 + 60 Dormitório 1 3,25 x 3,40 = 11,05 11,05m2 = 6 m2 + 4m2 + 1,05m2 100 + 60 Dormitório 2 3,15 x 3,40 = 10,71 10,71m2 = 6 m2 + 4m2 + 0,71m2 100 + 60 Banheiro 1,80 x 2,30 = 4,14 4,14m2 < 6 m2 (Ponto Principal e Arandela) 100 + 60 Área de serviço 1,75 x 3,40 = 5,95 5,95m2 < 6 m2 100 Hall 1,80 x 1,00 = 1,80 1,80m2 < 6 m2 100 Área externa - - 100 Tabela Resumo do Cálculo da Carga de Iluminação Regras da Norma para quantidades e potências mínimas de Iluminação Nesta etapa será determinada: • A quantidade mínima de pontos de Tomadas de Uso Geral (TUG) e Específico (TUE) • A potência mínima de pontos de Tomadas de Uso Geral (TUG‘s) e Específico (TUE‘s) ABNT NBR 14136:2002 Versão Corrigida:2007 - Plugues e tomadas para uso doméstico e análogo até 20 A/250 V em corrente alternada - Padronização ABNT NBR NM 60884-1:2010 - Plugues e tomadas para uso doméstico e análogo Parte 1: Requisitos gerais (IEC 60884-1:2006 MOD) Regras da Norma para quantidades e potências mínimas de Tomadas (TUG’s e TUE’s) Curiosidade sobre Padrões de Tomadas Tipo de tomadas australiana e argentino Plug e tomada padrão Reino Unido Tomada e Plug padrão Alemão Tomada padrão Estados Unidos Tomada padrão dos Estados Unidos com USB Padrão de Tomadas de Vários Paises Ponto de tomada é o ponto onde a conexão do equipamento à instalação elétrica é feita. Um ponto pode ter uma ou mais tomadas, tomada e interruptor, ou outras combinações. As tomadas são divididas como: • Pontos de Tomada de Uso Geral (TUG) • Pontos de Tomada de Uso Específico (TUE) NBR 14136:2002 Versão Corrigida:2008 - Plugues e tomadas para uso doméstico e análogo até 20 A/250 V em corrente alternada - Padronização • Em salas e dormitórios prever uma tomada para cada 5m ou fração de perímetro • Em áreas molhadas (cozinhas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais semelhantes) prever 1 ponto de tomada para cada 3,5m ou fração de perímetro, independente da área. • Acima da bancada da pia da cozinha devem ser previstos, no mínimo, 2 tomadas de corrente, no mesmo ponto ou pontos distintos. Regras da Norma para quantidades mínimas de Tomadas de uso Geral (TUG’s) • Nos outros locais não mencionados – com área até 6m2 uma tomada – com área superior a 6m2 uma tomada para cada 5m ou fração de perímetro • Nos banheiros – No mínimo um ponto de tomada junto ao lavatório com uma distância mínima de 60 cm do limite do box (observar as condições locais) – Esta quantidade é somente para uso geral, não computadas as tomadas para uso específico (chuveiro, aquecedores) Regras da Norma para quantidades mínimas de Tomadas (TUG’s e TUE’s) • Deve-se ter em mente que os valores apresentados na Norma NBR- 5410 são a quantidade mínima de pontos de tomadas. • Recomenda-se um estudo detalhado de hábito de uso e previsão de uso futuro na determinação do número de tomadas, a fim de evitar as extensões. Regras da Norma para quantidades mínimas de Tomadas (TUG’s e TUE’s) • O cálculo da quantidade de tomadas e potências deve ser feito para cada ambiente separadamente. • Devem ser distribuídas, na medida do possível, de forma uniforme. Procure alocar no mínimo uma tomada em cada parede. Pense na quantidade de tomadas que seria o mínimo ideal em uma cozinha de alto padrão ??? E em uma sala de 60 m2 com video-game, home-theater, TV, aparelho de som, abajures, TV a cabo, modem, decoração ??? Regras da Norma para quantidades mínimas de Tomadas (TUG’s e TUE’s) Potência de pontos de tomada de uso geral – TUG‘s Em áreas molhadas (banheiros, cozinhas, copas-cozinhas, áreas de serviço, lavanderias e locais semelhantes) – Prever no mínimo 600 VA por ponto de tomada, até 3 tomadas – Atribuir 100 VA para as demais tomadas ** Se o total de pontos for superior a 6, pode-se utilizar 2 pontos com potência de 600 VA e os demais com potência de 100 VA. Demais cômodos ou dependências – Atribuir, no mínimo, 100 VA por ponto de tomada. Regras da Norma para potências mínimas de Tomadas de uso geral (TUG’s) Algumas recomendações da Norma para locais específicos: • em corredores, circulações, varandas, sacadas, etc., considerar no mínimo 1 ponto de tomada de uso geral (TUG) de 100VA. • em halls de serviço, salas de manutenção, salas de equipamentos (sala de máquinas, sala de bombas, barriletes....), prever pelo menos um ponto de 1000VA. (ver NBR-5410/2004 item 4.2.1.2.3 b) Regras da Norma para potências mínimas de Tomadas de uso geral (TUG’s) Pontos de Tomada de Uso Específico – TUE's • Para dimensionar a potência destas tomadas deve-se atribuir o valor da potência nominal do equipamento a ser alimentado. • Estas tomadas deve estar no máximo a 1,5 m de distância do equipamento • A ligação de aquecedores elétricos de água ao ponto de utilização deve ser direta, sem uso de tomadas de corrente, porém, podem ser utilizadosconectores apropriados. Figuras – Catálogo PRYSMIAN Regras da Norma para potências mínimas de tomadas de uso específico (TUE’s) Potências Típicas de Eletrodomésticos (Fonte – RIC-BT) Potências típicas de alguns aparelhos (Fonte – RIC-BT) Previsão das Tomadas – TUG e TUE Dependência Dimensões Quantidade Mínima Área (m2) Perímetro (m) TUG TUE Sala 9,91 3,25 x 2 + 3,05 x 2 = 12,6 Copa 9,45 3,10 x 2 + 3,05 x 2 = 12,3 Cozinha 11,43 3,75 x 2 + 3,05 x 2 = 13,6 Dormitório 1 11,05 3,25 x 2 + 3,40 x 2 = 13,3 Dormitório 2 10,71 3,15 x 2 + 3,40 x 2 = 13,1 Banheiro 4,14 1,80 x 2 + 2,30 x 2 = 8,2 Área de serviço 5,95 1,75 x 2 + 3,40 x 2 = 10,3 Hall 1,80 Área inferior a 6 m2 Não interessa o Perímetro Área externa -- Dependência Dimensões Quantidade Mínima Área (m2) Perímetro (m) TUG TUE Sala 9,91 3,25 x 2 + 3,05 x 2 = 12,6 5 + 5 + 2,6 1 1 1 = 3 -- Copa 9,45 3,10 x 2 + 3,05 x 2 = 12,3 3,5 + 3,5 + 3,5 + 1,8 1 1 1 1 = 4 -- Cozinha 11,43 3,75 x 2 + 3,05 x 2 = 13,6 3,5 + 3,5 + 3,5 + 3,1 1 1 1 1 = 4 1 torneira elétrica 1 Máq. Lavar Louça (MLL) Dormitório 1 11,05 3,25 x 2 + 3,40 x 2 = 13,3 5 + 5 + 3,3 1 1 1 = 3 AR CONDICIONADO Dormitório 2 10,71 3,15 x 2 + 3,40 x 2 = 13,1 5 + 5 + 3,1 1 1 1 = 3 AR CONDICIONADO Banheiro 4,14 1,80 x 2 + 2,30 x 2 = 8,2 1 1 chuveiro elétrico Área de serviço* 5,95* 1,75 x 2 + 3,40 x 2 = 10,3 3 1 máq. secar roupa (MSR) Hall 1,80 Área inferior a 6 m2 Não interessa o Perímetro 1 - Área externa -- ? ( Decisão) ? ( Decisão) Previsão das Tomadas – TUG e TUE Dependência Dimensões TUG TUE Área (m2) Perímetro (m) Qtd Potência (VA) Equipamento Potência (VA) Sala 9,91 12,6 (3 x 100 ) 300 -- -- Copa 9,45 12,3 (3 x 600 + 1 x 100) 1900 -- -- Cozinha 11,43 13,6 (3 x 600 + 1 x 100) 1900 Torneira Máq. lavar louça (MLL) 5400 3500 Dormitório 1 11,05 13,3 (3 x 100 ) 300 Ar condicionado 1900 Dormitório 2 10,71 13,1 (3 x 100 ) 300 Ar condicionado 1900 Banheiro 4,14 Área < 6 m2 1 600 Chuveiro 6200 Área de serviço 5,95 10,3 (3x600) 1800 Máq. Secar Roupa (MSR) 3500 Hall 1,80 Área < 6 m2 1 100 -- -- Área externa -- -- -- -- -- -- TOTAL 25 7200 VA 6 22.400 VA Quadro resumo para TUG’s e TUE’s Quadro Resumo - Potência total PREVISTA Dependência Dimensões Potência de Iiuminação (VA) PTUG PTUE Área (m2) Perímetro (m) Quantidade Potência (VA) Equipamento Potência (VA) Sala 9,91 12,6 100 3 300 -- -- Copa 9,45 12,3 100 4 1900 -- -- Cozinha 11,43 13,6 160 4 1900 Torneira MLL 5400 3500 Dormitório 1 11,05 13,3 160 3 300 Ar condicionado 1900 Dormitório 2 10,71 13,1 160 3 300 Ar condicionado 1900 Banheiro 4,14 Área < 6 m2 160 1 600 Chuveiro 6200 Área de serviço 5,95 Área < 6 m2 100 3 1800 MSR 3500 Hall 1,80 Área < 6 m2 100 1 100 -- -- Área externa -- -- 100 -- -- -- -- TOTAL 1.140 VA 22 7.200 VA 6 22.400 VA POTÊNCIA TOTAL MÍNIMA PREVISTA – NBR-5410/2004 30.740 VA 88 PLANILHA DO EXERCÍCIO - PREENCHIDA 89 ACHO QUE JÁ É SUFICIENTE !!! ATÉ O PRÓXIMO ENCONTRO! 91 OBRIGADO Contato via e-mail: sergio.cardoso@ufrgs.br
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