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TÉCNICAS DE PESQUISA EM ECONOMIA Professora Me. Marcela Gimenes Bera Oshita GRADUAÇÃO Unicesumar C397 CENTRO UNIVERSITÁRIO DE MARINGÁ. Núcleo de Educação a Distância; OSHITA, Marcela Gimenes Bera. Técnicas de Pesquisa em Economia. Marcela Gimenes Bera Oshita. Maringá-Pr.: UniCesumar, 2018. Reimpresso em 2019. 224 p. “Graduação - EaD”. 1. Técnicas. 2. Pesquisa . 3. Economia 4. EaD. I. Título. ISBN 978-85-459-1682-6 CDD - 22 ed. 330 CIP - NBR 12899 - AACR/2 Ficha catalográica elaborada pelo bibliotecário João Vivaldo de Souza - CRB-8 - 6828 Impresso por: Reitor Wilson de Matos Silva Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor Kendrick de Matos Silva Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin Presidente da Mantenedora Cláudio Ferdinandi NEAD - Núcleo de Educação a Distância Diretoria Executiva Chrystiano Minco� James Prestes Tiago Stachon Diretoria de Graduação e Pós-graduação Kátia Coelho Diretoria de Permanência Leonardo Spaine Diretoria de Design Educacional Débora Leite Head de Produção de Conteúdos Celso Luiz Braga de Souza Filho Head de Curadoria e Inovação Tania Cristiane Yoshie Fukushima Gerência de Produção de Conteúdo Diogo Ribeiro Garcia Gerência de Projetos Especiais Daniel Fuverki Hey Gerência de Processos Acadêmicos Taessa Penha Shiraishi Vieira Gerência de Curadoria Giovana Costa Alfredo Supervisão do Núcleo de Produção Coordenador de Conteúdo Silvio Cesar de Castro Designer Educacional Amanda Peçanha Dos Santos Janaína de Souza Pontes Projeto Gráico Jaime de Marchi Junior José Jhonny Coelho Arte Capa Arthur Cantareli Silva Editoração Ana Eliza Martins Qualidade Textual Unicesumar Ilustração Bruno de Camargo Pinhata Gabriel Amaral Marta Kakitani Marcelo Goto Em um mundo global e dinâmico, nós trabalhamos com princípios éticos e proissionalismo, não so- mente para oferecer uma educação de qualidade, mas, acima de tudo, para gerar uma conversão in- tegral das pessoas ao conhecimento. Baseamo-nos em 4 pilares: intelectual, proissional, emocional e espiritual. Iniciamos a Unicesumar em 1990, com dois cursos de graduação e 180 alunos. Hoje, temos mais de 100 mil estudantes espalhados em todo o Brasil: nos quatro campi presenciais (Maringá, Curitiba, Ponta Grossa e Londrina) e em mais de 300 polos EAD no país, com dezenas de cursos de graduação e pós-graduação. Produzimos e revisamos 500 livros e distribuímos mais de 500 mil exemplares por ano. Somos reconhecidos pelo MEC como uma instituição de excelência, com IGC 4 em 7 anos consecutivos. Estamos entre os 10 maiores grupos educacionais do Brasil. A rapidez do mundo moderno exige dos educa- dores soluções inteligentes para as necessidades de todos. Para continuar relevante, a instituição de educação precisa ter pelo menos três virtudes: inovação, coragem e compromisso com a quali- dade. Por isso, desenvolvemos, para os cursos de Engenharia, metodologias ativas, as quais visam reunir o melhor do ensino presencial e a distância. Tudo isso para honrarmos a nossa missão que é promover a educação de qualidade nas diferentes áreas do conhecimento, formando proissionais cidadãos que contribuam para o desenvolvimento de uma sociedade justa e solidária. Vamos juntos! Seja bem-vindo(a), caro(a) acadêmico(a)! Você está iniciando um processo de transformação, pois quando investimos em nossa formação, seja ela pessoal ou proissional, nos transformamos e, consequentemente, transformamos também a sociedade na qual estamos inseridos. De que forma o fazemos? Criando oportu- nidades e/ou estabelecendo mudanças capazes de alcançar um nível de desenvolvimento compatível com os desaios que surgem no mundo contemporâneo. O Centro Universitário Cesumar mediante o Núcleo de Educação a Distância, o(a) acompanhará durante todo este processo, pois conforme Freire (1996): “Os homens se educam juntos, na transformação do mundo”. Os materiais produzidos oferecem linguagem dialógica e encontram-se integrados à proposta pedagógica, con- tribuindo no processo educacional, complementando sua formação proissional, desenvolvendo competên- cias e habilidades, e aplicando conceitos teóricos em situação de realidade, de maneira a inseri-lo no mercado de trabalho. Ou seja, estes materiais têm como principal objetivo “provocar uma aproximação entre você e o conteúdo”, desta forma possibilita o desenvolvimento da autonomia em busca dos conhecimentos necessá- rios para a sua formação pessoal e proissional. Portanto, nossa distância nesse processo de cresci- mento e construção do conhecimento deve ser apenas geográica. Utilize os diversos recursos pedagógicos que o Centro Universitário Cesumar lhe possibilita. Ou seja, acesse regularmente o Studeo, que é o seu Ambiente Virtual de Aprendizagem, interaja nos fóruns e enquetes, assista às aulas ao vivo e participe das dis- cussões. Além disso, lembre-se que existe uma equipe de professores e tutores que se encontra disponível para sanar suas dúvidas e auxiliá-lo(a) em seu processo de aprendizagem, possibilitando-lhe trilhar com tranqui- lidade e segurança sua trajetória acadêmica. C U R R ÍC U LO Professora Me. Marcela Gimenes Bera Oshita Possui graduação em Ciências Econômicas, especialização em Gestão Contábil e Financeira, e mestrado em Ciências Contábeis pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Atualmente é doutoranda em Ciências Econômicas na UEM e professora do Centro de Ensino Superior Cesumar – Unicesumar, do Departamento de Economia da UEM e do Departamento de Administração do Instituto Adventista Paranaense (IAP). http://lattes.cnpq.br/7867304750238505 SEJA BEM-VINDO(A)! Olá, caro(a) aluno(a), meu nome é Marcela Gimenes Bera Oshita. Seja bem-vindo(a) à nossa disciplina de Técnicas de Pesquisa em Economia. Você alguma vez já pensou que ao inal do curso terá que desenvolver um trabalho acadêmico? E que este trabalho aca- dêmico precisa ser estruturado de forma cientíica? Talvez não. Iniciaremos nosso estudo destacando o que é pesquisa, aspectos introdutórios e clas- siicação em relação aos objetivos. Aprenderemos sobre as técnicas e métodos utiliza- dos, em especial a importância da pesquisa em Ciências Econômicas. Trabalharemos também a importância do planejamento, da formulação do problema e da hipótese de pesquisa. Pare e pense que nós, economistas, estamos sempre estudando a administração dos recursos escassos, a atividade econômica, os processos de produção, acumulação, distri- buição, circulação e consumo de bens e serviços, entre outros. Para que tenhamos êxito em nossos estudos, precisamos entender de classiicação de pesquisa, de técnica de coleta de dados e amostragem. Também é importante conhecermos a diferença entre pesquisas quantitativas e qualitativas, e como se apresentam os resultados. Este livro, além de apresentar os métodos e as técnicas de pesquisa, auxiliará você na elaboração das etapas do projeto e nas tipologias estrutura do trabalho cientíico. Destaca-se que, os módulos trabalhados neste material não devem ser estudados ou analisados de maneira isolada, mas de forma interligada e sempre que possível, vários aspectos serão rememorados durante o nosso estudo, e ao longo do desenvolvimento do seu projeto. Além disso, você observará que no decorrer da leitura serão indicados elementos de composição, como Saiba Mais, Relita entre outros indicados para aprofundar e reletir sobre o assunto tratado. Você ainda poderá pensar com o que quer trabalhar em sua pesquisa e, assim, delinear hipóteses e técnicas que melhor se adequam ao tema de sua escolha. De antemão, iniciar com um questionamento pode auxiliá-lo nos primeirospassos dessa etapa de investigação: pense em uma pergunta central e, em seguida, ve- riique o que precisa ser feito para respondê-la. E para consegui atingir os objetivos pro- postos nesta disciplina, utilize as referências que se encontram indicadas neste material e atente-se às indicações de leituras complementares. Desejo-lhe bons estudos e muito sucesso no desenvolvimento de trabalhos cientíicos! APRESENTAÇÃO TÉCNICAS DE PESQUISA EM ECONOMIA SUMÁRIO 09 UNIDADE I PESQUISA, ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AOS OBJETIVOS 15 Introdução 16 O Que é Pesquisa? 19 O Que São Técnicas e Métodos de Pesquisa? 22 Qual a Importância da Pesquisa em Ciências Econômicas? 24 Importância do Projeto de Pesquisa 25 Formulação do Problema de Pesquisa 28 Hipóteses de Pesquisa 31 Classiicação das Pesquisas em Relação aos seus Objetivos 34 Trabalhos Cientíicos 39 Ética em Pesquisas 44 Considerações Finais 49 Referências 51 Gabarito SUMÁRIO 10 UNIDADE II CLASSIFICAÇÃO DE PESQUISA EM RELAÇÃO AOS PROCEDIMENTOS ADOTADOS 55 Introdução 56 Pesquisa Bibliográica 60 Pesquisa Documental 63 Pesquisa Experimental 64 Estudo de Caso e Casos Múltiplos 67 Levantamento de Dados 70 Pesquisa-Ação 73 Pesquisa Participante 75 Pesquisa Ex-Post Facto 76 Estudo de Coorte 78 Considerações Finais 83 Referências 84 Gabarito SUMÁRIO 11 UNIDADE III TÉCNICA DE COLETA DE DADOS E AMOSTRAGEM 87 Introdução 88 Planejamento da Pesquisa 94 Tipos de Perguntas 108 Métodos de Levantamento 113 Amostra e Tipos de Amostragem 123 Considerações Finais 128 Referências 130 Gabarito SUMÁRIO 12 UNIDADE IV PESQUISAS QUANTITATIVAS, QUALITATIVAS E APRESENTAÇÃO DE RESULTADOS 135 Introdução 136 Pesquisa Quantitativa 142 Pesquisa Qualitativa 149 Tabulação 154 Apresentação dos Resultados de Pesquisa 159 Principais Softwares Utilizados em Pesquisa 175 Considerações Finais 180 Referências 182 Gabarito UNIDADE V ELABORAÇÃO DO PROJETO, TIPO E ESTRUTURA DE TRABALHO CIENTÍFICO 185 Introdução 186 Elaboração do Projeto Cientíico 203 Tipos e Estruturas dos Trabalhos 217 Considerações Finais 222 Referências 223 Gabarito 224 Conclusão U N ID A D E I Pofessora Me. Marcela Gimenes Bera Oshita PESQUISA, ASPECTOS INTRO- DUTÓRIOS E CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AOS OBJETIVOS Objetivos de Aprendizagem ■ Ensinar o que é pesquisa acadêmica. ■ Instruir sobre as técnicas e métodos de pesquisa. ■ Orientar a respeito da importância da pesquisa em Ciências Econômicas. ■ Explicar sobre a importância do projeto de pesquisa para orientar o trabalho cientíico. ■ Ensinar a desenvolver a hipótese de pesquisa. ■ Preparar para realizar a classiicação das pesquisas em relação a seus objetivos. ■ Orientar o discente sobre a importância da ética no desenvolvimento de pesquisas. Plano de Estudo A seguir, apresentam-se os tópicos que você estudará nesta unidade: ■ O que é pesquisa? ■ O que são técnicas e métodos de pesquisa? ■ Qual a importância da pesquisa em Ciências Econômicas? ■ Importância do projeto de pesquisa ■ Formulação do problema de pesquisa ■ Hipóteses de pesquisa ■ Classiicação das pesquisas em relação aos seus objetivos ■ Trabalhos cientíicos ■ Ética em pesquisas INTRODUÇÃO Caro(a) aluno(a), esta unidade dará início ao processo de entendimento sobre pesquisa, aspectos introdutórios e classiicação em relação aos objetivos. A prá- tica envolve conhecer quais são as técnicas e métodos de pesquisas que auxiliarão você no desenvolvimento seu projeto de pesquisa, bem como nos trabalhos cien- tíicos de forma geral. Veremos que pesquisar é procurar respostas, como uma atividade fundamen- tal da ciência, um processo permanente e inacabado, possibilitando aproximação e entendimento da realidade e, ainda, descobriremos que o conceito de pesquisa vai além do “eu acho”. Por meio dessa proposta, você passará a compreender que para uma pes- quisa ser considerada cientíica é necessário conhecer as técnicas e métodos para o seu desenvolvimento. Nessa perspectiva, iremos aprender sobre a importân- cia da pesquisa em Ciências Econômicas. Imagine que logo você estará desenvolvendo pesquisa nessa área, portanto, precisará saber que o pesquisador é guiado pela curiosidade. Só que para isso, deverá conhecer como se formula um problema de pesquisa, bem como se desenvolvem as hipóteses de pesquisas que têm por inalidade guiar o estudo, proporcionar explicações e, ainda, apoiar a comprovação da teoria. Observe que é importante, também, saber classiicar as pesquisas, em rela- ção aos seus objetivos: descritivas, exploratórias e explicativas. Você deve estar curioso, pois agora está aprendendo que pode desenvolver ciência, ou seja, pode ser um pesquisador. Você já conheceu, durante o curso, muitas ferramentas que auxiliarão no desenvolvimento de sua pesquisa e neste momento, precisa conhe- cer o que são trabalhos cientíicos e como se dá a ética em pesquisas. Agora que já conhecemos o contexto do que é pesquisa, como se dão os tra- balhos cientíicos, seus métodos e as técnicas, quero convidá-lo(a) a continuar em nossa jornada de estudos e, nesta unidade, proponho a relexão sobre a impor- tância de desenvolver pesquisas nas ciências econômicas. Introdução R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt . 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . 15 PESQUISA, ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AOS OBJETIVOS R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt. 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e Le i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e fe v e re iro d e 1 9 9 8 . IU N I D A D E16 O QUE É PESQUISA? Caro(a) aluno(a), nesta unidade vamos aprender o que é pesquisa, os aspectos introdutórios e a classiicação em relação aos objetivos. Pense que na conclusão do curso você precisará desenvolver o trabalho inal e ainda não sabe de onde partir. Pois bem, agora é o momento de começar a entender como funcionará o processo para o desenvolvimento de sua pesquisa e imagine-a como a primeira de muitas. Para Gil (2010), a pesquisa é um processo racional e sistemático que tem a inalidade de buscar respostas para o problema estudado. O autor destaca, ainda, que a pesquisa é requerida quando não existem informações suicientes para res- ponder a um problema, ou os dados disponíveis não estão organizados a ponto de serem relacionados de forma adequada à resposta do objetivo. “A pesquisa é um conjunto de processos sistemáticos, práticos e empíri- cos aplicados no estudo de um fenômeno” (SAMPIERI et al, 2013, p. 30). Para Vergara (2003), a pesquisa é a atividade básica da ciência; a ciência, por sua vez, é um processo que busca a verdade predominantemente racional, acerca de um fenômeno que não é um dogma, mas algo discutível. O Que É Pesquisa? R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt . 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . 17 Para que a ciência seja desenvolvida, é necessária a existência de conhecimen- tos disponíveis e a utilização de técnicas metodológicas, para que a investigação seja realizada por meio da “pesquisa cientíica”, que consiste na realizaçãocon- creta de uma investigação planejada, desenvolvida e registrada. Assim, a pesquisa cientíica é o resultado de um exame minucioso, realizado por meio de um conjunto de processos sistemáticos, fundamentados racional- mente, que visam encontrar soluções para os problemas propostos utilizando-se de métodos cientíicos. O pesquisador guiado pela curiosidade está constantemente tentando explicar algo. Vale destacar que existem dois tipos de pesquisa: a pura (básica) e a aplicada. A pesquisa pura é destinada à investigação dos fenômenos na busca de des- cobertas e de melhorias cientíicas úteis para o avanço da ciência, que podem melhorar a vida das pessoas sem aplicação prática prevista, por exemplo: a teoria da relatividade ou uma planta que cura o câncer. Já a pesquisa aplicada objetiva gerar conhecimentos de aplicação prática, voltados às soluções de problemas con- cretos, como por exemplo: aplicação da energia nuclear ou o desenvolvimento de patentes de um remédio que utiliza a planta que cura o câncer. De acordo com Quivy e Campenhoudt (1995), para desenvolver pesquisas, é necessário, inicialmente, compreender a articulação da pesquisa, que passa por três etapas: o processo de ruptura, de construção e de constatação. O processo de ruptura está relacionado com a nossa “bagagem teórica”, ou seja, grande parte das nossas ideias podem estar relacionadas a aparências ime- diatas ou partidarismos: “eu quero fazer isso, pois eu acho isso”, normalmente essas ideias são ilusórias ou até preconceituosas. Nessa perspectiva, o processo de ruptura consiste em desfazer-se das eventuais ideias preconcebidas e com as péridas evidências que nos dão a ilusão de compreender as coisas (QUIVY; CAMPENHOUDT, 1995, p. 30). PESQUISA, ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AOS OBJETIVOS R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt. 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e Le i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e fe v e re iro d e 1 9 9 8 . IU N I D A D E18 O processo de construção se dá por meio da elaboração de propostas expli- cativas do objeto de estudo, por meio de um sistema conceitual organizado de um plano de estudo que possa expressar a lógica do pesquisador, fundamentada em outra lógica e num sistema conceitual validamente constituído, portanto, sem essa construção lógica não há pesquisa validada (QUIVY; CAMPENHOUDT, 1995). Por im, a constatação ou experimentação, que é uma proposta de pes- quisa cientíica, com informações da realidade, suscetível de veriicação (QUIVY; CAMPENHOUDT, 1995). Assim, a articulação das etapas da pesquisa cientíica deve ser formal, com uma construção fundamentada numa lógica em que a constatação possa ser realizada para se conhecer a realidade ou descobrir verdades “parciais”. Dessa forma, a pesquisa cientíica normalmente é caracterizada por um roteiro planejado seguido com rigor (o método cientíico) e pela utilização de técnicas e procedimentos, em que todas as fases devem ser respeitadas. O que é necessário para fazer pesquisa? Inicialmente, para fazer pesquisa, é necessário que o pesquisador tenha co- nhecimento do assunto a ser pesquisado, ou seja, que já tenha lido sobre o mesmo. Além disso, é importante que o pesquisador tenha curiosidade e criatividade para trabalhar, dentro do tema, algo que seja interessante para a sociedade e/ou área de pesquisa. O pesquisador precisa, ainda, ter integridade intelectual, atitude autocor- retiva, imaginação, disciplina, perseverança, paciência e coniança na ex- periência e a pesquisa necessita, para sua realização, de recursos humanos, materiais e inanceiros. Fonte: Gil (2010, p. 40). O Que São Técnicas e Métodos de Pesquisa? R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt . 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . 19 O QUE SÃO TÉCNICAS E MÉTODOS DE PESQUISA? O método de pesquisa determina o que fazer e as técnicas, como fazer. Assim, o método é a busca da verdade por meio de diversas etapas utilizadas para a busca do conhe- cimento, ou seja, os passos necessários para demonstrar que o objetivo proposto foi atingido. O método deve indicar se mode- los serão desenvolvidos ou se serão construídos, quais experimentos even- tualmente serão realizados e ainda, como os dados serão organizados e comparados, entre outros, conforme o tipo de pesquisa que está sendo realizada. De acordo com Silva (2003), os métodos especíicos das ciências sociais aplicadas são: o método experimental, método observacional, método com- parativo e método estatístico. O método experimental compreende a ideia de que o pesquisador realizará sistematicamente intervenções no ambiente a ser pesquisado, para veriicar se as alterações trazem os resultados esperados, tal como um guia para experi- mentação, coleta e análise dos dados, frequentemente utilizado em pesquisas nas áreas de ciências naturais, por exemplo, para analisar o desempenho num teste de memórias, ou de gêneros femininos e masculinos, analisando como mudanças em determinadas variáveis afetarão algo ou valores de outra vari- ável. Na economia, a pesquisa experimental pode ser utilizada para realizar simulações. PESQUISA, ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AOS OBJETIVOS R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt. 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e Le i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e fe v e re iro d e 1 9 9 8 . IU N I D A D E20 A economia experimental tem sido muito utilizada em teoria dos jogos não cooperativos, constituindo um campo recente na ciência econômica. Contudo, a esta não pode ainda ser considerada uma ciência experimental, assim, não existe razão para que dados econômicos não possam ser obti- dos por meio de experimentos de laboratório, uma vez que autorizam ao pesquisador a variar os parâmetros de maneira sistemática, têm a vantagem de possibilitar um teste mais direto de hipóteses comportamentais, resol- vendo parcialmente alguns problemas com obtenção de dados para testes, pois permitem a coleta de informações, às quais os pesquisadores de campo ainda não têm acesso. Fonte: Lume ([2018],on-line)1. O método observacional é muito utilizado nas ciências sociais aplicadas, fun- damentado em procedimentos como ver e escutar. Se não obedecer a uma estruturação, pode ser considerado impreciso e vulgar, mas, quando estruturado com rígidos controles, possibilita grande precisão na pesquisa. Também é muito aplicado na economia para realizar observação direta dos indivíduos, entrevis- tas e questionários ou com base em documentos produzidos. O método comparativo possibilita o estudo de grandes grupos sociais por meio da investigação de indivíduos, classes, fenômenos ou fatos, realizando comparações para veriicar semelhanças e explicar divergências, separadas pelo espaço de tempo entre passado e presente. Na economia, o método comparativo pode explicar o desenvolvimento regional, a forma com que as pessoas vivem no meio rural e urbano, conside- rando a situação em épocas distintas. Por esse método ainda é possível analisar na Macroeconomia fatores econômicos por meio da comparação entre países, regiões, setores econômicos, classes sociais, industrialização, etc. O método estatístico, comumente utilizado em pesquisa social, é funda- mentado na técnica estatística e na de probabilidade. Entretanto, não podemos considerar os esclarecimentos obtidos como verdade absoluta, mas dotadosde probabilidade de serem corretos (SILVA, 2003). Assim, o método motiva O Que São Técnicas e Métodos de Pesquisa? R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt . 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . 21 o que fazer e a técnica de pesquisa determina como fazer. Marconi e Lakatos (2006, p. 31) destacam que “tanto os métodos quanto as técnicas devem ade- quar-se ao problema a ser estudado, às hipóteses levantadas e que se queira conirmar, ao tipo de informantes com quem vai entrar em contato”. Ainda reforçam que a técnica “é um conjunto de preceitos ou processos de que se serve uma ciência ou arte; é uma habilidade para usar esses preceitos ou normas, a parte prática” (MARCONI; LAKATOS, 2010, p. 157). De acordo com os autores há quatro abordagens que segmentam as técnicas em quatro grupos, as documentações indireta e direta, e as observações direta intensiva e extensiva. A documentação indireta está relacionada à pesquisa bibliográica e docu- mental. A bibliográica busca explicar um problema sob um novo enfoque a partir de pesquisas já realizadas publicadas em jornais, revistas, livros, mono- graias, teses, entre outros. Já a documental é a coleta e análise de documentos escritos ou não, como arquivos particulares (dentro de empresas, autobiográi- cas, ofícios etc.), públicos e fontes estatísticas em departamentos e institutos de estatísticas (IBGE, IBOPE etc.). A documentação direta relaciona-se à pesquisa de campo, que consiste na observação de fatos e fenômenos tal como ocorrem. Vale destacar que ela se divide em: quantitativo-descritivas (utilizam artifícios quantitativos para coleta sistemática de dados sobre populações, programas ou amostras), explorató- rias (desenvolvem hipóteses, aumentam a familiaridade do pesquisador com o assunto, explicam ou modiicam conceitos) e experimentais (o objetivo é tes- tar hipóteses por meio de grupo-controle, amostra probabilística e deinição de variáveis independentes). A observação direta intensiva utiliza os sentidos para obter aspectos da rea- lidade, colocando o pesquisador em contato direto com a realidade, por meio de observação assistemática e sistemática, ou ainda observação participante e não participante, podendo ser individual ou coletiva, e realizada no ambiente real ou em laboratório. E a observação direta extensiva pode ser realizada por meio de questioná- rio (respondido por escrito sem a presença do pesquisador) ou formulário (em um roteiro de entrevista preenchido pelo entrevistador ou pesquisador). PESQUISA, ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AOS OBJETIVOS R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt. 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e Le i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e fe v e re iro d e 1 9 9 8 . IU N I D A D E22 QUAL A IMPORTÂNCIA DA PESQUISA EM CIÊNCIAS ECONÔMICAS? Aprendemos que a palavra economia signiica “administrar o lar”, entendida como a alocação de recursos initos, ou seja, a economia estuda a forma pela qual a sociedade administra seus recursos escassos. Desenvolver pesquisas em ciência econômica, de modo geral, é poder estudar como alocar os recursos escassos entre os ins. A pesquisa nessa área tenta explicar como funcionam os sistemas econô- micos, as relações entre famílias, empresas e o governo e, também, o comércio internacional, por meio dos estudos em microeconomia, macroeconomia, eco- nomia internacional e desenvolvimento econômico. Você já parou para pensar que poderá utilizar as teorias que estudou ou está estudando ao longo do curso, como base para sua pesquisa? A partir de agora você já pode começar a pensar no tema para seu trabalho inal. Analise as teorias e procure um problema teórico ou prático para ser resolvido. Quando descobrir o problema, poderá descrever como resolvê-lo por meio dos obje- tivos de pesquisa. Qual a Importância da Pesquisa em Ciências Econômicas? R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt . 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . 23 Caro(a) aluno(a), há algumas áreas de pesquisa em economia que são muito utilizadas para a produção acadêmica: 1. Crescimento, Tecnologia e Integração: refere-se ao estudo dos impactos dos acordos de integração sobre o comércio exterior do Brasil. 2. Desenvolvimento Econômico: estudo das transformações produtivas ocorridas no país ou em um determinado estado nos últimos anos. 3. Estudo das Políticas Públicas: estuda o peril do setor público, em especial as inanças públicas. 4. Economia Agrícola e Complexos Agro-industriais: estudo das mudanças na estrutura agrária, e a transformação industrial dos produtos agrícolas. 5. Economia Regional e Urbana: análise espacial das transformações ocorridas na economia brasileira e na economia dos estados. 6. Sistemas Monetário e Financeiro: investigação das mudanças no sistema monetário internacional e ajustes das políticas monetárias. . 7. Economia do Trabalho: estudo do trabalho a partir das condições ocupacionais e salariais. Fonte: UFPR ([2018], on-line)2. Caro(a) aluno(a), imagine que a economia tem inúmeros problemas a serem resolvidos e que você poderá, com sua pesquisa, contribuir para elucidar alguns dos problemas econômicos que aguardam por resolução. PESQUISA, ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AOS OBJETIVOS R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt. 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e Le i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e fe v e re iro d e 1 9 9 8 . IU N I D A D E24 IMPORTÂNCIA DO PROJETO DE PESQUISA A pesquisa, ao ser desenvolvida, necessita de uma fase antecedente que se revela no projeto, que por sua vez, deve ser bem feito para que a oriente (VERGARA, 2003). Ainda segundo Vergara (2003), o projeto pode ser comparado a uma carta de intenção, deinida como o problema a ser estudado, e como o referencial teó- rico, que sustentará a metodologia a ser utilizada, o cronograma da pesquisa (prazos e metas) e as referências bibliográicas. Assim, o planejamento da pesquisa se concretiza mediante a elaboração de um projeto (GIL, 2010). Mais especiicamente, um projeto deve conter o problema a ser estudado, o objetivo a ser alcançado, a justiicativa de sua realização e a metodolo- gia utilizada (modalidade de pesquisa, procedimento, coleta e análise dos dados). É importante que você compreenda que todos esses elementos utilizados na carta de intenção, ou seja, no projeto, deverão constar no relatório de pesquisa, bem como a forma que foram empregados para se chegar aos resultados e con- clusões, respeitando os padrões da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) (VERGARA, 2003). Observe a seguir, os elementos normalmente reque- ridos em um projeto. Formulação do Problema de Pesquisa R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt . 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . 25 Quadro 1 - Elementos normalmente requeridos num projeto Elementos normalmente requeridos num projeto: 1. Formulação do problema 2. Construção de hipóteses 3. Identiicação do tipo de pesquisa 4. Operacionalização das variáveis 5. Seleção da amostra 6. Elaboração dos instrumentose determinação das estratégias de coleta de dados 7. Determinação do plano de análise dos dados 8. Previsão da forma de apresentação dos resultados 9. Cronograma de execução da pesquisa 10. Determinação dos recursos humanos, materiais e inanceiros a serem alocados Fonte: Gil (2010, p. 4). Embora não haja regras ixas para elaboração de um projeto de pesquisa, visto que sua estrutura será determinada pelo tipo de problema a ser pesquisado e pelos estilos, é importante destacar que o projeto deve ser detalhado, contendo explicação do que estudará na pesquisa, quais as etapas que serão desenvolvi- das e os recursos a serem alocados (GIL, 2010). FORMULAÇÃO DO PROBLEMA DE PESQUISA Antes da formulação do problema é importante conhecer o tema, ou seja, o assunto que se deseja estu- dar. De acordo com Marconi e Lakatos (2006), escolher o tema signiica selecionar um assunto que seja adequado para elaborar um trabalho cientíico e encontrar um objeto que mereça ser inves- tigado cientiicamente. Exemplo de tema: “cultura organizacional”. Problema: “Como a dimensão simbólica permeia as relações de trabalho no método de engenharia?” (VERGARA, 2003, p. 25). PESQUISA, ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AOS OBJETIVOS R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt. 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e Le i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e fe v e re iro d e 1 9 9 8 . IU N I D A D E26 Assim, o problema é uma diiculdade teórica ou prática do assunto que se deseja estudar, para a qual se deve encontrar uma resposta. Gil (2010) ainda des- taca que nem todo problema é passível de tratamento cientíico e que, ao realizar uma pesquisa, deve-se estar atento a isso. Kerlinger (1980 apud GIL, 2010) destaca exemplos de problemas não cien- tíicos: como fazer para melhorar os transportes urbanos? O que pode ser feito para melhorar a distribuição de renda? Como aumentar a produtividade no tra- balho? Esses são problemas de engenharia, pois se referem a como fazer algo de maneira eiciente. O problema cientíico não pesquisa como fazer, mas as carac- terísticas, seus motivos e consequências, por exemplo: quais as causas da alta concentração de renda e suas consequências? Gil (2010, p. 8) ressalta outros exemplos que envolvem variáveis suscetíveis de observação, como: “Em que medida a escolaridade inluencia na preferência político-partidária?”, “A desnutrição contribui para o rebaixamento intelectual?” ou ainda, “A modalidade predominante de liderança tem a ver com a cultura organizacional?” Marconi e Lakatos (2006, p. 26) salientam que “o problema deve ser levantado, formulado, de preferência em forma de interrogativa e delimitado com indica- ções das variáveis que intervém no estudo de possíveis relações entre si”. Também destacam que antes do problema ser considerado apropriado, o pesquisador deve levar em consideração a viabilidade (pode ser resolvido por meio de pesquisa?), relevância (traz conhecimentos novos?), novidade (está adequado ao estágio da evolução cientíica?), exequibilidade (pode levar a conclusão válida?) e oportu- nidade (atende aos interesses particulares e gerais?). Além disso, é importante ressaltar que o problema deve ser claro e preciso, uma vez que deve ser respon- dível, não sendo portanto uma pergunta vaga, conforme Gil (2010, p. 11) cita: “como funciona a mente? ”, “os cavalos possuem inteligência?”. Nesse caso seria melhor reformular a primeira pergunta: “que mecanismos psicológicos podem ser identiicados no processo de memorização?” e “como saber se os cavalos pos- suem inteligência?”, isso vai depender de como se deine inteligência em cavalos. Estão expostos, no Quadro 2, exemplos de problemas de pesquisas cientíicas: Formulação do Problema de Pesquisa R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt . 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . 27 Quadro 2 - Problemas de pesquisa 1. Qual a correlação entre o nível de escolaridade e a criminalidade no Rio de Janeiro? 2. Qual a correlação entre o nível renda e a criminalidade no Rio de Janeiro? 3. Qual impacto do nível de escolaridade na renda das famílias no Brasil? 4. Qual a inluência da taxa de juros na inadimplência das pessoas e empresas? 5. Qual a relação entre níveis de escolaridade e crescimento econômico? 6. Qual a inluência do capital humano na duração do emprego? 7. Que fatores determinam, no indivíduo, uma maior duração do desemprego? Fonte: a autora. Para a formulação do problema é necessário que ele seja formulado como pergunta, por exemplo: se um pesquisador disser que vai pesquisar o pro- blema divórcio, o assunto ica vago, entretanto, se propuser: “que fatores provocam o divórcio?”, estará propondo, de forma efetiva, um problema de pesquisa. A pergunta deve ser clara e precisa, tal qual: “como funciona a mente?” assim, para que o problema seja formulado, também, de forma precisa: “que mecanismos psicológicos podem ser identiicados no processo de memorização?”. Ademais, ele não deve se referir a valores, pois isso con- duz a julgamentos, mas deve ser empírico, abordando fatos ou coisas. Um exemplo de valores: “os ilhos de sitiantes são melhores do que os ilhos de operários?”. O problema deve ser suscetível de solução e limitado a uma dimensão viá- vel, como: “o que pensam os jovens?” Seria necessário delimitar para: “que pensam os jovens de 20 a 25 anos, de Maringá, sobre a política monetária exercida nos anos de 2000 a 2015?”. Fonte: Leonarde ([2018], on-line)3. PESQUISA, ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AOS OBJETIVOS R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt. 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e Le i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e fe v e re iro d e 1 9 9 8 . IU N I D A D E28 HIPÓTESES DE PESQUISA A hipótese se faz na tentativa de constatar a validade da resposta exis- tente para um determinado problema (MARCONI; LAKATOS, 2006). É uma proposição que antecede a constatação dos fatos e tem como característica uma formulação provisória e deve ser tes- tada para determinar sua validade, uma vez que os resultados da pesquisa pode- rão comprovar ou rejeitar a hipótese (MARCONI; LAKATOS, 2006). Vergara (2003) destaca que as hipóteses são antecipações da resposta de um problema, que, em geral, estão mais associadas à investigação via procedimen- tos estatísticos. As hipóteses estatísticas são elaboradas de forma nula (H 0 ) ou alternativa (H 1 ): Problema de pesquisa: o nível de escolaridade afeta a distribuição de renda de um país? H 0 : Não há relação signiicativa entre nível de escolaridade e distribuição de renda. H 1 : Há relação signiicativa entre nível de escolaridade e distribuição de renda. Hipóteses de Pesquisa R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt . 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . 29 O QUE NÃO É UMA HIPÓTESE? Pense que, ao airmar que determinados países apresentam aspectos em comum, coloque como hipótese que “o direito pode ser instrumento de de- senvolvimento real nesses países, considerando o que apresentam em co- mum”. Perceba que deve existir uma deinição de desenvolvimento “real” e do que se está sendo deinido por “direito”. Pouco importa ainda sobre o que está sendo dito como “característicasque os países têm em comum”, pois se não souber o que é designado de “direito” e desenvolvimento “real” não há relação de relevância. Ao ver a hipótese, veriica-se que não há nada a ser desaiado, apenas traz dúvidas a respeito do que se está tratando. Fonte: Sgarbi (2014, on-line)4. Quadro 3 – Suposições de pesquisa Problema: De que forma a teoria do caos pode ajudar a explicar o sucesso ou insucesso da estratégia de lançamento de um produto? Suposição: A teoria do caos pode atuar de forma signiicativa para explicar o sucesso ou fracasso de um novo produto, pela possibilidade que cria um modelo mais aberto, que introduz o conceito de imprevisibilidade nas estratégias de mercado da empresa para o lançamento de novos produtos. Fonte: Vergara (2003, p. 29). Assim, uma hipótese e/ou suposição deve ser: uma airmação (uma hipótese é uma airmação sobre algo), simples (escrita em linguagem simples), sujeita à negação (passível de ser negada) e consistente (não deve estar se contradizendo, ou contradizendo um conhecimento teórico amplo). Sampieri et al (2013) des- taca que existem diversas formas de classiicar hipóteses: de pesquisas, nulas, alternativas, estatísticas etc. As hipóteses de pesquisa são deinidas entre duas ou mais variáveis e devem satisfazer cinco requisitos (H 1 , H 2 , H 3 , H 4 , H 5 ), denominados de hipóteses de tra- balho (SAMPIERI et al, 2013), conforme apresentado no Quadro 4. PESQUISA, ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AOS OBJETIVOS R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt. 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e Le i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e fe v e re iro d e 1 9 9 8 . IU N I D A D E30 Quadro 4 – Hipóteses de pesquisa Descritivas de um valor ou dado prognosticado H i : “o aumento do número de divórcios de casais cujas idades oscilam entre 18 a 25 anos será de 20%”. H i : “A inlação no próximo semestre será superior a 3%”. Correlacionais “Quanto maior for a autoestima, menor será a probabilidade de obter êxito”. H 1 : “para maior atração física menor a coniança” H 2 : “para maior atração física, maior a proximidade física” H 3 : “para maior atração física, maior equidade” H 4 : “para maior coniança, maior proximidade física” H 5 : “para maior coniança maior equidade” H 6 : “para maior proximidade física, maior equidade” Hipóteses de diferença entre grupos H i : “os adolescentes dão mais importância aos atrativos físicos em suas relações de casal do que as adolescentes.” Hipóteses que estabelecem relação de causalidade H i : “um clima organizacional negativo cria níveis baixos de inovação nos empregados”. Fonte: adaptado de Sampieri et al (2013, p. 118, 119). As hipóteses nulas, de acordo com Sampieri et al (2013), são contrárias às hipó- teses de pesquisas, como, por exemplo: Quadro 5 - Hipóteses nulas H 0 : “o aumento do número de divórcios de casais cujas idades oscilam entre 18 a 25 anos não será de 20%”. H 0 : “a inlação no próximo semestre não será superior a 3%”. H 0 : “os adolescentes não dão mais importância aos atrativos físicos em suas rela- ções de casal como as adolescentes.” Fonte: adaptado de Sampieri et al (2013, p. 125). Classiicação das Pesquisas em Relação aos seus Objetivos R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt . 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . 31 Já as hipóteses alternativas, segundo os mesmo autores, são alternativas para as hipóteses de pesquisas nulas e só podem ser formuladas se realmente houver outras possibilidades alternativas às hipóteses de pesquisas e às nulas conforme apresentado no Quadro 6. Quadro 6 – Hipóteses alternativas H i : “o candidato A vai obter na eleição para presidência do conselho escolar entre 50 a 60% do total de votos.” H 0 : “o candidato A não vai obter na eleição para presidência do conselho escolar entre 50 a 60% do total de votos.” H a : “o candidato A vai obter na eleição para presidência do conselho escolar mais de 60% do total de votos.” H a : “o candidato A vai obter na eleição para presidência do conselho escolar me- nos de 50% do total de votos.” Fonte: adaptado de Sampieri et al (2013, p. 125). CLASSIFICAÇÃO DAS PESQUISAS EM RELAÇÃO AOS SEUS OBJETIVOS Toda pesquisa tem seus objetivos, assim, antes de iniciar qualquer estudo deve- mos conhecê-los. Este tópico tratará das classiicações das pesquisas em relação aos seus objetivos, como exploratórias, descritivas e explicativas. PESQUISA, ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AOS OBJETIVOS R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt. 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e Le i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e fe v e re iro d e 1 9 9 8 . IU N I D A D E32 PESQUISAS EXPLORATÓRIAS A pesquisa exploratória é realizada quando o objetivo é responder um problema pouco estudado, e que deixa dúvidas ou o que não foi abordado anteriormente. Assim, a pesquisa exploratória tem como inalidade proporcionar uma maior familiaridade com o problema, visando torná-lo mais explícito ou construir hipó- teses (GIL, 2010), explorando novos caminhos e novos espaços para estágios de investigação, os quais tem, apenas, uma vaga noção do problema. Gil (2010) destaca que a maioria das pesquisas acadêmicas, num primeiro momento, exibem apenas características exploratórias, pois pouco se sabe a res- peito do que irá explorar. Normalmente, seu planejamento é lexível e envolve levantamento bibliográico e estudo de caso. Nessa perspectiva, em pesquisas exploratórias não há formulação de hipó- teses, visto que os métodos empregados são levantamentos de experiências, levantamentos em fontes secundárias, estudos de casos selecionados e obser- vação informal. PESQUISAS DESCRITIVAS As pesquisas descritivas têm como inalidade a descrição das características de determinada população, como a distribuição da idade, sexo, nível de escolaridade, característica do desemprego, condições de habitação, índice de criminalidade etc. (GIL, 2010). Por isso, as pesquisas descritivas, além de identiicar a relação entre as variáveis, podem determinar a natureza desta relação, sendo impor- tante para mostrar com precisão os fenômenos, acontecimentos e a população, o contexto ou a situação. Gil (2010) destaca ainda que uma de suas particularidades está na utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a observa- ção sistemática em que se estudam as características, as preferências e as atitudes. Exemplos de pesquisa descritiva: análise documental, estudos de caso e pesquisa ex-post facto. Classiicação das Pesquisas em Relação aos seus Objetivos R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt . 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . 33 PESQUISAS EXPLICATIVAS As pesquisas explicativas têm como inalidade explicar a ocorrência dos fenômenos de forma profunda (GIL, 2010), identiicando as causas e os efeitos, proporcionando um sentido de entendimento do fenômeno estudado pelo fato de normalmente articular de forma equilibrada o trabalho teórico com o trabalho empírico. Dessa forma, estão apresentados, no Quadro 7, os passos de uma pesquisa explicativa. Quadro 7 - Passos de uma pesquisa explicativaEtapas de uma pesquisa explicativa: 1. Primeiro, seleciona-se o assunto de pesquisa. 2. Deve-se justiicar a seleção do assunto com base na teoria ou prática de seu estudo. 3. Em seguida, desenvolve-se um problema de pesquisa. 4. Posteriormente, cria-se o objetivo de pesquisa. 5. Realiza-se, então, a formulação de hipóteses. 6. Inicia-se a etapa da construção dos instrumentos que permitirão comparar as hipóteses com os fatos. 7. Coleta-se informação empírica. 8. Analisa-se a informação. 9. Conclui-se. Fonte: a autora. Assim, para Gil (2010), as pesquisas explicativas são caracterizadas como expe- rimentais e ex-post facto. O autor ressalta que esse tipo de pesquisa pode ser a continuação da descritiva, visto que a identiicação de fatores que determinam um fenômeno exige que seja descrito e detalhado. PESQUISA, ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AOS OBJETIVOS R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt. 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e Le i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e fe v e re iro d e 1 9 9 8 . IU N I D A D E34 TRABALHOS CIENTÍFICOS Este item tratará sobre trabalhos cientíicos, como artigos, mono- graias, dissertação, teses e relatórios de pesquisas. Assim, os trabalhos cientíicos podem ser desenvolvidos com base em fontes de infor- mação primária ou secundária, elaboradas de acordo com os objetivos propostos. Os trabalhos devem ser produzidos conforme as as normas e ins para que se destinam e ainda serem inéditos, o que con- tribui para ampliação do conhecimento, para compreensão dos problemas e, até mesmo, ser- vem de base para outros trabalhos (MARCONI; LAKATOS, 2006). ARTIGOS Os artigos se tratam de um tipo de documento que contêm descobertas inéditas de natureza cientíica, mas não constituem matéria-prima de um livro, devido ao seu conteúdo reduzido, ainda que tenha uma estrutura com exigências de tra- balho cientíico, como introdução, desenvolvimento e conclusão (MARCONI; LAKATOS, 2006). “Artigo cientíico é parte de uma publicação com autoria declarada, que apresenta e discute ideias, métodos, técnicas, processos e resultados nas diversas áreas do conhecimento” (ABNT, 2003, p. 2). Por ter validade cientíica, pode-se aceitar um artigo como verdade cientíica para publicação em revistas ou perió- dicos após a revisão de consultores cientíicos especializados no tema, conforme apresentado na Figura 1. Trabalhos Cientíicos R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt . 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . 35 O EFEITO NO PREÇO DAS AÇÕES MEDIANTE AS INFORMAÇÕES DIVULGADAS NAS MÍDIAS DIGITAIS: UM ESTUDO DE CASO NA EMPRESA JBS Marcela Gimenes Bera Oshita* Simone Leticia Raimundini Sanches** RESUMO: As informações divulgadas pela empresa e agências de notícias podem ter potencial de inluenciar as expectativas dos investidores, pois decisões são tomadas com base em informações disponíveis. Diante disso, o artigo tem como objetivo avaliar o comportamento do preço das ações da empresa JBS frente às informações divulgadas nas mídias digitais, entre janeiro a junho de 2014. Para isso, foi realizado um estudo de caso descritivo, utilizando-se o histórico de preço de ações e notícias divulgadas nas mídias digitais de 03 de janeiro a 30 de junho de 2014. Utilizou-se a análise de conteúdo para se analisar e classiicar as notícias quanto à sua divulgação (própria empresa ou agentes de mercado) e o efeito no valor da ação (positivo ou negativo). Os resultados alcançados sugerem que as notícias divulgadas inluenciam na variação dos preços das ações, principalmente aquelas divulgadas pela empresa. Adicionalmente, reforça-se a necessidade de os investidores acompanharem e explorarem o valor informativo das notícias com o propósito de obter ganhos inanceiros no curto prazo a partir de operações de compra ou venda das ações. PALAVRAS-CHAVES: Notícias; Informação; Divulgação; Preço das ações; Oscilação. THE EFFECT ON THE PRICE OF SHARES DUE TO INFORMATION ON DIGITAL MEDIA: A CASE STUDY ON THE FIRM JBS ABSTRACT: Information given by irms and news agencies may affect investors´ expectations since decisions are based on the available information. Current paper evaluates the behavior of prices of shares and stocks of the irm JBS in the wake of information digitally forwarded, between January and June 2014. A descriptive study was undertaken on the price of shares and news broadcasted by the social media between 3rd January and 30th June 2014. Content Analysis was employed to analyze * Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis (PCO), da Universidade Estadual de Maringá (UEM, Maringá (PR), Brasil; E-mail: marcelagimenesbera@hotmail.com ** Doutora em Administração, pela Escola de Administração na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (EA/ UFRGS); Docente no Departamento de Ciências Contábeis (DCC) e Programa de Pós-Graduação em Ciências Contábeis (PCO), da Universidade Estadual de Maringá (UEM) Maringá (PR), Brasil. Figura 1 – Exemplo de artigo cientíico Fonte: Oshita e Sanches (2016). Caro(a) aluno(a), ao observar a Figura 1, você verá que o artigo possui, abaixo do título, os nomes dos autores, o resumo, abstract e as palavras-chaves em português e inglês, bem como o currículo dos autores, lembrando que o artigo é composto tam- bém de introdução, desenvolvimento, conclusão e referências utilizadas. Os artigos têm como característica serem completos, o que permite ao leitor replicar o trabalho em outras amostras ou até na mesma, caso queira compro- var sua veracidade. Esses trabalhos apresentam temas originais ou revisão de artigos já publicados. PESQUISA, ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AOS OBJETIVOS R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt. 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e Le i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e fe v e re iro d e 1 9 9 8 . IU N I D A D E36 MONOGRAFIAS A monograia caracteriza-se como um trabalho sistemático e completo, com tema especíico ou particular de uma ciência ou parte dela, que contemple um tratamento extenso em profundidade por meio de uma metodologia especíica, trazendo contribuições importantes para ciência (MARCONI; LAKATOS, 2006). São trabalhos cientíicos iniciais, que se referem a trabalhos de conclusão de cursos de graduação, oportunizam os estudantes a explorar temas ou problemas com diferentes níveis de profundidade. Como é um trabalho inicial, possibilita que o aluno desenvolva a sua capa- cidade de coletar, organizar, descrever as relações obtidas com a pesquisa e apresentar conclusões, tendo como inalidade descobrir e redescobrir a verdade, expondo interpretações e relações entre os fenômenos e como eles ocorrem. Veja na Figura 2 a estrutura de trabalho comumente exigida nas monograias, dissertações e teses que envolvem elementos pré-textuais, textuais e pós-textuais. ESTRUTURA TRABALHO PARA MONOGRAFIAS, DISSERTAÇÕES E TESES Elementos Pré -textuais Elementos Textuais Pós-textuais Capa (obrigatório) Lombada (opcional) Folha de rosto (obrigatório) Errata (opcional) Folha de aprovação (obrigatório) Dedicatória (opcional) Agradecimento (opcional) Epígrafe (opcional) Resumo na língua vernácula (obrigatório) Resumo em língua estrangeira (obrigatório) Lista de ilustrações (opcional) Lista de tabelas (opcional) Lista de abreviaturas e siglas (opcional) Lista de símbolos (opcional) Sumário (obrigatório) Introdução DesenvolvimentoConclusão Referências (obrigatório) Glossário (opcional) Apêndice(s) (opcional) Anexo(s) (opcional) Índice (opcional) Figura 2 - Estrutura de trabalho de monograias, dissertações e teses Fonte: Richardt e Lopes (2007, p. 13). Trabalhos Cientíicos R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt . 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . 37 Perceba, ainda, que alguns elementos pré-textuais são obrigatórios: a capa, a folha de rosto, a folha de aprovação, os resumos em língua portuguesa e estrangeira e o sumário. Já os elementos textuais são: introdução, desenvol- vimento, que envolve a fundamentação teórica e a metodologia utilizada no trabalho, os resultados da pesquisa e a conclusão. Adiante, temos os elemen- tos pós-textuais, que não são obrigatórios, exceto as referências. DISSERTAÇÃO A dissertação é um trabalho acadêmico que tem como inalidade a obten- ção do título de mestre. É um trabalho mais extensivo e exige maior relexão do que uma monograia e deve cumprir as exigências do trabalho cientíico monográico com relação à estrutura. É portanto exigido no mestrado, para ins de conclusão do curso. Esse é um tipo de trabalho que exige uma defesa, não necessitam abordar ideias ou métodos novos, mas é um estudo de natureza relexiva, que con- siste na ordenação de ideias sobre um determinado tema e sua aplicação com uma teoria existente para analisar ou solucionar determinado problema. De acordo com a ABNT NBR 14724:2005, dissertação é: documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo cientíico retrospectivo, de tema único e bem delimitado em sua extensão, com o objetivo de reunir, anali- sar e interpretar informações. Deve evidenciar o conhecimento de literatura existente sobre o assunto e a capacidade de sistematização do candidato. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor), visando a obtenção do título de mestre (ABNT, p.2). É um estudo teórico, de natureza relexiva e que visa analisar determinado problema. Para isso, são necessárias sistematização, ordenação e interpreta- ção dos dados, contribuindo assim para o avanço da ciência na área em que o estudo se realiza (MARCONI; LAKATOS, 2006). PESQUISA, ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AOS OBJETIVOS R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt. 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e Le i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e fe v e re iro d e 1 9 9 8 . IU N I D A D E38 TESES A tese é um tipo de trabalho exigido no doutorado que deve representar um avanço na área cientíica em que se estuda, com mais alto nível de pesquisa (MARCONI; LAKATOS, 2006), sendo um trabalho acadêmico que contribua de forma inédita para o crescimento do conhecimento, buscando a obtenção do título de doutor. Ao realizar a tese, o doutorando ou acadêmico deve inovar na ideia, ou no método aplicado para chegar a uma conclusão do seu trabalho. De acordo com a ABNT, NBR 14724:2005, tese é: documento que representa o resultado de um trabalho experimental ou exposição de um estudo cientíico de tema único e bem delimi- tado. Deve ser elaborado com base em investigação original, cons- tituindo-se em real contribuição para a especialidade em questão. É feito sob a coordenação de um orientador (doutor) e visa a obtenção do título de doutor, ou similar (ABNT, p.3). Como o trabalho deve ser inovador na ideia ou no método, a sua realização exige uma pesquisa completa, a im de esgotar o estudo da literatura cientíica do tema escolhido, adquirindo, assim, novos conhecimentos para colaborar com a construção da ciência. RELATÓRIO DE PESQUISA O relatório de pesquisa ou relatório cientíico é a parte inal da pesquisa, ou seja, é o documento que tem por objetivo mostrar aos interessados o resultado completo do estudo: como o projeto foi executado, quais dados foram coleta- dos e como os dados foram analisados, bem como os resultados que podemos extrair deles. Normalmente, destinam-se a um público especializado, como ins- tituições de ensino e patrocinadores de pesquisas. Assim, os relatórios cientíicos de caráter narrativo, descritivo ou crítico rela- tam algo numa linguagem formal e que na maioria dos casos são produzidos por pessoas do ensino superior. Dessa forma, tudo que foi colocado no projeto deve ser retomado no relatório cientíico, como relato da realização do trabalho. Ética em Pesquisas R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt . 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . 39 Para elaborar o relatório existem etapas que precisam ser seguidas, por meio de planejamento, seleção e coleta de dados, e análise. Diante disso, para apresen- tar os resultados é importante realizar uma introdução do relatório, apresentando as justiicativas para sua elaboração e explicando o objeto de pesquisa. Em seguida, é o momento de descrever o aparato teórico em que se está amparado a pesquisa, e o método do trabalho realizado, de forma que os leitores possam compreender facilmente. Finaliza-se o relatório mostrando os resulta- dos práticos alcançados e a conclusão da pesquisa. ÉTICA EM PESQUISAS A ética é o conjunto de princípios e dis- posições que deine o que é certo e errado em nosso cotidiano, cuja inalidade é bali- zar as atuações humanas, no que se refere à relação com o outro tendo a ver com a pre- ocupação com as pessoas (VARGAS, 2013). Normalmente, as proissões médico, econo- mista, advogado, farmacêutico, enfermeiro, entre outros, têm seu código de ética. Aprendemos que o princípio inicial da pesquisa cientíica é a produção do conhecimento que tem como inalidade con- tribuir para nosso cotidiano, isto é, tem um im social (SPINK, 2012). Se você desenvolve pesquisa cientíica é porque é um cientista, que precisa ter respon- sabilidades éticas visando a integridade da pesquisa, por envolver a construção da ciência como um patrimônio coletivo. Vargas (2013), ressalta que o pesquisador não deve atalhar ou lesar o traba- lho coletivo de construção da ciência e a apropriação coletiva de seus resultados, como também não deve abster-se intencionalmente ou por negligência. Pare e pense que os mesmos valores éticos cotidianos, como honestidade, justiça, objetividade, franqueza, coniança e respeito aos outros, servem no PESQUISA, ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AOS OBJETIVOS R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt. 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e Le i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e fe v e re iro d e 1 9 9 8 . IU N I D A D E40 contexto da pesquisa também. Assim, ao desenvolver um trabalho cientíico, independentemente de sua modalidade, devemos assumir questões éticas e morais com a inalidade de proteger tanto o pesquisador quanto o partici- pante do estudo. O mesmo autor destaca que a ética na pesquisa inclui primeiramente os métodos de fazer ciência que estamos aprendendo neste livro, como planeja- mento da pesquisa, metodologia, análise dos dados, interpretação e descrição, considerando os valores éticos na elaboração de cada etapa. De acordo com Capri e Egger (2009) é necessário ter honestidade na divul- gação dos dados cientíicos, transcrever de forma cuidadosa os resultados a im de evitar erros, analisar e interpretar de forma independente,sem inluências, descrever e compartilhar os métodos utilizados para alcançar os resultados, de forma que outras pessoas consigam replicar o estudo, buscar fontes de infor- mação seguras para utilização de dados e ideias, e terem, também obrigações morais para com a sociedade em geral. Considera-se uma má conduta cientíica a invenção de dados ou informa- ção e a alteração de resultados observados, gerando informações tendeciosas durante o desenvolvimento da pesquisa. Vale frisar: se você tem uma postura intencional em copiar algo da internet e não citar a fonte de onde foi extra- ído aquilo, quem escreveu está desrespeitando o autor, tendo assim uma má conduta cientíica. Se você desenvolve algo na pesquisa que não pode ser divulgado, por demonstrar alguma falha nos dados e/ou informações, analise se está sendo ético. Fonte: a autora. Ética em Pesquisas R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt . 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . 41 Portanto, se você apresenta algo feito por outra pessoa como sendo da sua própria autoria, seja um texto, uma obra, um artigo, uma música, etc., a ação denomina- -se plágio. Por exemplo, ao escrever e não citar o autor ou a fonte de onde aquilo foi tirado, estará fraudando o autor que escreveu anteriormente, como se você estivesse reivindicando uma autoria que não é sua. Para evitar o plágio é importante que ao desenvolver uma pesquisa o autor sempre cite a fonte, visto que ao fazer isso seu trabalho icará fundamentado. Por exemplo, ao desenvolver um trabalho com o objetivo de analisar a adminis- tração inanceira de uma pequena empresa, é importante que a parte teórica (o referencial bibliográico de sua pesquisa) seja fundamentado em autores que já discutiram sobre o tema, para que não seja mero “eu acho”, também para que você não corra o risco de colocar uma ideia que não é sua, o que caracteriza um crime. Você sabe o que é honestidade acadêmica? Você deve estar acostumado (a) a presenciar pessoas reclamando de falta de honestidade. Já parou para pensar que quem faz uso indevido do trabalho do outro pode ser desones- to? Na universidade, existe um “manual do aluno”, geralmente fornecido aos estudantes na entrada no curso superior e que traz itens dedicados a ideia de “comportamento honesto”, na visão da instituição. Veja algumas normas de comportamento acadêmico: 1. O acadêmico não deve apresentar um trabalho que não seja criado por si. 2. O discente não deve buscar formas fraudulentas para ser aprovado no curso. 3. O estudante deve recusar eventos que resultem em fraude acadêmica. 4. O acadêmico não deve, jamais, violar o código de integridade acadêmica. Assim, o uso ou a tentativa de uso de materiais que não sejam desenvolvidos pelo estudante pode resultar em fraude acadêmica, e isso, é ilegal, bem como a utilização de qualquer método ilícito para aprovação acadêmica. Fonte: SHIKIDA (2016). PESQUISA, ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AOS OBJETIVOS R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt. 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e Le i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e fe v e re iro d e 1 9 9 8 . IU N I D A D E42 Para que não se conigure crime é importante dar crédito a quem escreveu a ideia, por meio de citação, seja ela direta ou indireta. A citação direta sempre aparece com aspas e pode ser realizada de duas formas, conforme apresentado no Quadro 8: Quadro 8: Citação direta 1. “A preciicação dos valores mobiliários das companhias que operam no mer- cado de capitais ica à mercê das informações sobre a empresa bem como da economia” (OSHITA; SANCHES, 2016, p. 148). 2. Segundo Oshita e Sanches (2016, p. 148), “A preciicação dos valores mobi- liários das companhias que operam no mercado de capitais ica à mercê das informações sobre a empresa bem como da economia”. Fonte: a autora. A citação indireta é quando se reescreve a ideia do autor, com as próprias pala- vras, sem modiicar o sentido da frase. Pode ser escrito de duas formas, conforme apresentado no Quadro 9: Quadro 9: Citação indireta 1. O preço dos títulos de valores mobiliário das empresas que operam no mer- cado de capitais depende das informações sobre a companhia e de situações econômicas (OSHITA; SANCHES, 2016). 2. Segundo Oshita e Sanches (2016, p. 148), o preço dos títulos de valores mobiliário das empresas que operam no mercado de capitais depende das informações sobre a companhia e de situações econômicas. Fonte: a autora. Sobre honestidade acadêmica: a falta de ética pode colocar-lhe em situa- ções arriscadas. Por exemplo, quando você copia algo que alguém já escre- veu sem citar leva o mesmo tempo para reescrever e citar o trabalho original. Fonte: a autora Ética em Pesquisas R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt . 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e L e i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e f e v e re ir o d e 1 9 9 8 . 43 É de extrema importância compreender que se conigura como crime a repro- dução duplicada de ideias, frases, artigos, livros, mesmo que seja você quem escreveu (este crime é denominado de autoplágio). É considerado crime também a cópia de monograias, dissertação ou teses, bem como a compra dos mesmos, isto é, a encomenda: “não farei a monograia, vou comprá-la de alguém que está disposto a fazer para mim”. Caro(a) aluno(a), estamos chegando ao inal de nossa unidade. Espero que você tenha compreendido o que é pesquisa, os elementos essenciais para come- çá-la, e a importância da ética no contexto acadêmico. PESQUISA, ASPECTOS INTRODUTÓRIOS E CLASSIFICAÇÃO EM RELAÇÃO AOS OBJETIVOS R e p ro d u çã o p ro ib id a . A rt. 1 8 4 d o C ó d ig o P e n a l e Le i 9 .6 1 0 d e 1 9 d e fe v e re iro d e 1 9 9 8 . IU N I D A D E44 CONSIDERAÇÕES FINAIS Nesta unidade, conseguimos ver fundamentos que talvez você não tenha conhe- cido durante a sua formação. Tivemos uma visão geral sobre pesquisa, aspectos introdutórios e classiicação em relação aos objetivos. Vimos que na prática a ati- vidade de pesquisa é envolta por um conjunto de conceitos que são necessários para que o problema pesquisado seja sistematicamente planejado e organizado. Vimos que a metodologia de pesquisa proporciona uma visão detalhada de todos os aspectos que envolvem a pesquisa, por meio de métodos e técnicas que possibilitam que o conhecimento gerado seja reconhecido como cientíico. Aprendemos que desenvolver pesquisa envolve a procura por respostas de um determinado problema, como uma atividade inerente à construção do conhecimento, isto é, da ciência, como se fosse um processo que se inicia, mas permanece inacabado. Assim, fazer ciência possibilita uma compreensão da rea- lidade, ou seja, o porquê das coisas. Veriicamos também que no conceito de pesquisa não existe “achismo”, uma vez que você precisa utilizar as metodologias cientíicas para que seu trabalho seja considerado uma ciência. Descobrimos então, que para uma pesquisa ser considerada cientíica é importante conhecer as técnicas e métodos para o seu desenvolvimento. Aprendemos que não podemos solucionar problemas de pesquisas de forma genérica, mas sim, detalhadamente, a im de obter respostas coerentes e organi- zadas. Vimos também a importância da formulação de hipóteses. Esta unidade pôdeproporcionar uma visão sobre os aspectos da pesquisa, técnicas e métodos empregados em seu desenvolvimento, bem como a importân- cia da utilização de metodologia para ter o trabalho reconhecido como cientíico, além de permitir o conhecimento de diversos tipos de trabalhos cientíicos e a importância da ética no desenvolvimento da pesquisa. 45 1. O método de pesquisa busca a verdade e deve indicar os modelos utilizados ou que serão construídos, conforme o tipo de pesquisa que será desenvolvido. Com relação aos métodos de pesquisa, leia as alternativas abaixo e assi- nale a alternativa correta. a) Os métodos das ciências sociais aplicadas são somente os métodos expe- rimental e observacional. b) Os métodos das ciências sociais aplicadas são somente os métodos com- parativo e estatístico. c) No método experimental há intervenções diretas do pesquisador no am- biente a ser pesquisado. d) O método observacional é pouco utilizado nas ciências sociais aplicadas e pode ser considerado sempre preciso e vulgar. e) Tanto o método observacional quanto o experimental não interferem no ambiente a ser pesquisado. 2. A pesquisa precisa de um projeto bem feito que a oriente, para que no projeto se deina claramente o problema que será estudado. A partir disso, descreva cinco dos 10 elementos requeridos em um projeto de pesquisa. 3. Os trabalhos cientíicos podem ser desenvolvidos com base em fontes de in- formação primária ou secundária e devem ser elaborados de acordo com as normas e ins a que se destinam. Baseado no estudo desta unidade, descreva a diferença entre monograia, dissertação e tese. 4. Para iniciar uma pesquisa, inicialmente deve-se saber sua classiicação com relação ao seus objetivos descritivos, exploratórios e explicativos. Assinale a alternativa correta. a) A pesquisa exploratória, é realizada quando um objetivo de um tema é pouco estudado. b) Na pesquisa descritiva pouco se sabe sobre o que se quer explorar. c) Na pesquisa explicativa utiliza-se apenas a análise documental ou estudos de caso. d) Na pesquisa explicativa não se identiica causa e efeito. e) A pesquisa explicativa não é utilizada para desenvolver pesquisa econômica. 46 5. De acordo com Vargas (2013), a ética deine o que é certo e errado, e tem como objetivo balizar as atuações humanas. Sendo assim, se você desenvolve pes- quisa cientíica precisa ter responsabilidades éticas. Sobre essa airmativa, assi- nale a alternativa correta. a) O pesquisador pode lesar o trabalho coletivo. b) Para ser ético em pesquisa é necessário ter honestidade na divulgação dos dados cientíicos. c) Para ser ético em pesquisa não é necessário divulgar os métodos utilizados para chegar ao resultado. d) Considera-se uma boa conduta cientíica a invenção de dados ou informa- ções. e) É ético copiar algo da internet sem referenciar. 47 Método da Investigação Econômica Você sabia que o método cientíico é funda- mental para iniciar e concluir uma pesquisa e que, por isso, precisa ser delimitado?As- sim, vamos aprender que a investigação econômica aborda a realidade por meio de quatro métodos cientíicos: o analítico, o dedutivo, o indutivo e o dialético. O método analítico analisa o objeto de pesquisa por partes e elementos inter- nos e externos que lhe condicionam a buscar uma relação entre causa e efeito. Por exemplo: a redução da inlação gera desemprego. Essa análise pode ser em menor ou maior nível de detalhamento, isso vai depender da natureza do objeto de pesquisa. A análise deve ser realizada segundo os limites da condição prática da pesquisa enquanto pesquisado. O método dedutivo trata-se do alcance de um resultado pela lógica a partir de pre- missas dadas. Nessa perspectiva, deve-se ter um rigor na construção do raciocínio e de demonstrações lógicas, saindo do geral para o particular. Exemplo: analisar a inlu- ência de uma redução nos salários e um aumento do emprego no setor de serviços. As premissas normalmente são inques- tionáveis, os salários representam custos para empresa, logo, uma variação no salá- rio afeta o custo. Outro exemplo do método dedutivo: a independência do banco cen- tral é necessária para um sistema monetário estável. Entretanto se o banco central não é independente, conclui-se que o sistema bancário do país não é estável. Assim, parte-se da airmação geral, como uma lei, para se chegar à conclusão. Porém, a validade da conclusão depende da análise da validade das premissas e da abrangên- cia e relevância da conclusão. Se você parar para analisar a escola clássica de Adam Smith, David Ricardo e Thomas Malthus isso pode ser tratada como dedutivo. Por outro lado, o método indutivo parte do particular para o todo, por meio de gene- ralizações. Esse método permite acumular experiências, realizar determinadas obser- vações da realidade, veriicar a evidência da classiicação e comparar para chegar às generalizações. Por exemplo: Sócrates é mortal, Aristóteles é mortal e Epicuro é mortal.Todos eles, Sócrates, Platão, Aris- tóteles e Epicuro são homens, logo, os homens são mortais. Observe que a gene- ralização é o ponto de chegada, não o de partida, pois esse inicia do particular para o todo. As airmações do método indutivo são de natureza probabilística, ou seja, uma ver- dade provável. Com o método indutivo, o positivismo criticou a escola clássica por ser subjetiva. Assim, a dedução icaria a cargo da eco- nomia pura, relacionada às premissas fundamentais da economia e a indução esta- ria voltada à economia aplicada, centrada na pesquisa de determinados contextos, sociais e históricos, em que o fenômeno econômico ocorre. Fonte: BOCCHI (2004). MATERIAL COMPLEMENTAR Métodos da Ciência Econômica Editora: UFRGS Sinopse: a proposição de que um método se faz necessária para que o conhecimento seja alcançado remonta à � loso� a grega, mas foi Kant que desenvolveu com rigor a necessidade de uma teoria do conhecimento, ao propor e desenvolver a tese de que ele próprio se tornasse objeto de uma teoria. Os textos desta obra procuram analisar tanto as questões fundamentais que permeiam as ideias iniciais da epistemologia e da metodologia cientí� cas, como também os princípios básicos que orientaram a de� nição dos métodos das principais correntes do pensamento econômico. REFERÊNCIAS 49 ABNT. NBR 6023. Informação e documentação: citações em documentos: apresen- tação. Rio de Janeiro, 2002. ______. NBR 6022, 2003. Informação e documentação - Artigo em publicação pe- riódica cientíica. Rio de Janeiro, 2003. Disponível em: <http://posticsenasp.ufsc.br/ iles/2014/04/abntnbr6022.pdf>. Acesso em: 28 jan. 2018. ______. NBR 14724. Segunda edição 30.12.2005 Válida a partir de 30.01.2006. Infor- mação e documentação - Trabalhos acadêmicos - Apresentação. 2005. Disponível em: <http://www.fee.ufpa.br/arqsecret/ABNT%20NBR%2014724.pdf>. Acesso em: 28 jan. 2018. BOCCHI, J. I. (org.). Método da investigação econômica. São Paulo: Saraiva, 2004. p.53-90. GIL, A. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2010. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia cientíica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2006. LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Fundamentos de metodologia cientíica. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. OSHITA, M. G. B.; SANCHES, S. R. O efeito no preço das ações mediante as informa- ções divulgadas nas mídias digitais: um estudo de caso na empresa JBS. Revista Ce- sumar Ciências Humanas e Sociais Aplicadas, v. 21, n.1, p. 147-163, jan./jun. 2016. QUIVY, R.; CAMPENHOUDT, L. V. Manuel de recherche en sciences sociales. Paris: Dunod, 1995. SAMPIERI, R. H. et al. Metodologia de pesquisa. 5. ed. Porto Alegre: Penso, 2013. SILVA, M. A. F. Métodos e técnicas de pesquisa. 2. ed. Curitiba: Ipex, 2003.
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