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História EsPCEx -

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1 
 1111017 E-book gerado especialmente para LEANDRO GUIMARAES DE SANTANA
 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 A sociedade feudal (Século V ao XV) ......................................................................................... 01 
 
2 O Renascimento comercial e urbano .......................................................................................... 07 
 
3 Os Estados Nacionais Europeus da Idade Moderna, o Absolutismo e o Mercantilismo ................. 13 
 
4 A expansão marítima europeia. .................................................................................................. 15 
 
5 O Renascimento cultural, o Humanismo e as reformas religiosas .............................................. ..20 
 
6 A montagem da Colonização Europeia na América: Os Sistemas Coloniais Espanhol, Francês, 
Inglês e dos Países Baixos ................................................................................................................ 27 
 
7 O Sistema Colonial Português na América: Estrutura Político-Administrativa; estrutura 
socioeconômica; invasões estrangeiras; expansão territorial; rebeliões coloniais. Movimentos 
Emancipacionistas: Conjuração Mineira e Conjuração Baiana ............................................................ 32 
 
8 O Iluminismo e o Despotismo Esclarecido .................................................................................. 40 
 
9 As Revoluções Inglesas (Século XVII) e a Revolução Industrial (Século XVIII a XX)..................... 44 
 
10 A independência dos Estados Unidos da América. .................................................................... 51 
 
11 A Revolução Francesa e a Restauração (o Congresso de Viena e a Santa Aliança). .................. 54 
 
12 O Brasil Imperial: O processo da independência do Brasil: o Período Joanino; Primeiro Reinado; 
Período Regencial; Segundo Reinado; Crise da Monarquia e Proclamação da República. ................... 58 
 
13 O Pensamento e a Ideologia no Século XIX: O Idealismo Romântico; o Socialismo Utópico e o 
Socialismo Científico; o Cartismo; a Doutrina Social da Igreja; o Liberalismo e o Anarquismo; o 
Evolucionismo e o Positivismo. .......................................................................................................... 61 
 
14 O mundo na época da Primeira Guerra Mundial: O imperialismo e os antecedentes da Primeira 
Guerra Mundial; a Primeira Guerra Mundial; consequências da Primeira Guerra Mundial; a República 
Velha no Brasil; conflitos brasileiros durante a República Velha. ......................................................... 68 
 
15 O mundo na época da Segunda Guerra Mundial: O entre guerras; a Segunda Guerra Mundial; o 
Brasil na Era Vargas; a participação do Brasil na Segunda Guerra Mundial ......................................... 82 
 
16 O mundo no auge da Guerra Fria: A reconstrução da Europa e do Japão e o surgimento do 
mundo bipolar; os principais conflitos da Guerra Fria - A Guerra da Coréia (1950 - 1953), A Guerra do 
Vietnã (1961 - 1975), os conflitos árabes-israelenses entre 1948 e 1974; A descolonização da África e 
da Ásia; A República Brasileira entre 1945 e 1985. ............................................................................ 99 
 
1111017 E-book gerado especialmente para LEANDRO GUIMARAES DE SANTANA
 
 3 
 
17 O mundo no final do Século XX e início do Século XXI: Declínio e queda do socialismo nos países 
europeus (Alemanha, Polônia, Hungria, ex-Tchecoslováquia, Romênia, Bulgária, Albânia, ex-Iugoslávia) 
e na ex-União Soviética; os conflitos do final do Século XX - A Guerra das Malvinas, A Guerra Irã-Iraque 
(1980 - 1989), A Guerra do Afeganistão (1979 - 1989), A Guerra Civil no Afeganistão (1989 - 2001), A 
Guerra do Golfo (1991), A Guerra do Chifre da África (1977 - 1988); A Guerra Civil na Somália (1991); O 
11 de Setembro de 2001 e a nova Guerra no Afeganistão; A República Brasileira de 1985 até os dias 
atuais. ............................................................................................................................................ 123 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Candidatos ao Concurso Público, 
O Instituto Maximize Educação disponibiliza o e-mail professores@maxieduca.com.br para dúvidas 
relacionadas ao conteúdo desta apostila como forma de auxiliá-los nos estudos para um bom desempenho 
na prova. 
As dúvidas serão encaminhadas para os professores responsáveis pela matéria, portanto, ao entrar em 
contato, informe: 
- Apostila (concurso e cargo); 
- Disciplina (matéria); 
- Número da página onde se encontra a dúvida; e 
- Qual a dúvida. 
Caso existam dúvidas em disciplinas diferentes, por favor, encaminhá-las em e-mails separados. O 
professor terá até cinco dias úteis para respondê-la. 
Bons estudos!
 
1111017 E-book gerado especialmente para LEANDRO GUIMARAES DE SANTANA
 
 1 
 
 
 
Ao fim do Império Romano um dos últimos imperadores foi o Teodósio, que tentando controlar a 
crise que tomava conta de Roma desde o século I, decidiu dividir Roma em duas partes em 395: O 
Império Romano do Oriente, com capital em Roma e o Império Romano do Oriente, com capital em 
Constantinopla (ou Bizâncio). Enquanto Roma ocidental entrava em decadência e uma profunda 
ruralização da economia em razão das invasões germânicas, Roma oriental manteve seu poder e 
explendor por mais 1000 anos. O império do ocidente entrou e decadência no século IV quando 
definitivamente passou a ser controlado pelos germânicos, com destaque para os Francos, e o Império 
oriental caiu no século XIV com a invasão e a tomada de Constantinopla pelos Turcos Otomanos. 
 
O Império Bizantino (Império Romano do Oriente. Séc. IV ao XIV) 
 
Seu nome deriva do nome da capital Bizâncio. Foi um império expansionista e teocrático. O 
Imperador era considerado o representante de deus na terra e ele era responsável pela escolha do 
papa da Igreja Oriental. A essa submissão do poder religioso ao poder político chamamos de 
cesaropapismo. Durante os séculos reconquistou muitos territórios que pertenciam até então ao antigo 
Império. Era um império cristão (Roma antes da divisão tornara o cristianismo como religião oficial) e lá 
desenvolveu o primeiro estilo de arte cristã e a construção de grandes templos, como a catedral de 
Santa Sofia (mais tarde dominada pelos árabes islâmicos). O auge do Império Bizantino ocorreu sob o 
governo de Justiniano, que além de ampliar as fronteiras do território, foi o responsável pela compilação 
do Direito Romano, conhecido como código de Justiniano que juntou, revisou e atualizou o direito. 
A religiosidade católica oriental era bastante diferente da ocidental sobretudo em dois aspectos, 
considerados heresias pela igreja ocidental: 
- Monofisismo: Acreditavam que Jesus só possuía natureza divina. 
- Iconoclastia: Eram quebradores de ícones, ou seja, imagens sacras, pois consideravam um pecado 
grave. 
Sobretudo diante destas diferenças a Igreja Católica sofreu uma divisão: O cisma do Oriente. A 
Igreja foi dividida em Igreja Católica Apostólica Romana e Igreja Católica Ortodoxa, cada qual com seu 
papa e liturgias próprias. Esta divisão existe até hoje. A Igreja ortodoxa é bastante comum no Leste 
Europeu e Oriente Médio. 
 
O mundo árabe e o surgimento do Islamismo 
 
Na região da atual Arábia Saudita surgiu no século VII a terceira (em termos cronológicos) religião 
monoteísta, o Islamismo. Lá nasceu Maomé, numa época em que os árabes eram todos povos tribais e 
seminômades, sem unidade política e eram politeístas. A cidade de Meca era um grande centro 
religioso e de peregrinação até o templo da Caaba, que abrigava um meteorito em seu interior, a pedra 
negra. Maomé ficou órfãona infância e foi adotado por um tio comerciante da tribo coraixita, da qual 
fazia parte. Passou parte da vida viajando com as caravanas comerciais conhecendo as culturas do 
oriente médio e entrou em contato pela primeira vez com o monoteísmo Judaico e Cristão (religiões que 
influenciaram profundamente o Islamismo). 
Maomé casou-se com uma comerciante e se tornou rico e poderoso. Passou a dedicar-se a 
contemplação e a reflexão teológica até que de acordo com o Corão (livro sagrado do islamismo, 
significa revelação/recitação) recebeu a anunciação do anjo Gabriel (o mesmo que anunciou Maria 
como mãe de Jesus no cristianismo) que revelou o principio do monoteísmo islâmico: “só há um deus 
 
1 A sociedade feudal (Século V ao XV) 
 
1111017 E-book gerado especialmente para LEANDRO GUIMARAES DE SANTANA
 
 2 
 
Alá, e Maomé é seu único profeta”. A partir daí tem inicio a escritura do livro sagrado do islamismo 
com suas proibições e obrigações. 
 
Proibições: 
- Consumir álcool 
- Comer carne de porco (tal qual os judeus) 
- Representar a imagem de Alá ( e mais tarde de Maomé) 
 
Obrigações: 
- Orar 5 vezes ao dia em direção à Meca 
- Peregrinar ao menos uma vez na vida à Meca (desde que sua condição financeira e sua saúde 
permitam) 
- Jejuar no período do Ramadã (época que corresponde à Hégira) 
- Caridade (dar esmolas) 
- Jihad (esforço máximo de conversão. Devem professar a todo custo a fé islâmica inclusive através 
da “Guerra Santa” contra o infiel (adorador de imagens) 
Maomé conquista vários fiéis mas também vários inimigos. Vivia em Meca que era um grande centro 
e peregrinações politeístas e pregava o monoteísmo. Seus opositores tentam assassiná-lo e ele é 
obrigado a fugir à noite pelo deserto até a cidade de Yatreb (que mais tarde foi batizada de Medida, ou 
seja, a cidade do profeta). A este episódio da fuga de Maomé de Meca para Medina é que chamamos 
de Hégira, que aconteceu no ano de 622 e é o início do calendário Islâmico. 
 
A expansão islâmica 
 
Maomé funda um exercito e luta contra os opositores, conquistando a cidade de Meca e tornando lá 
um centro de peregrinação monoteísta islâmico. Após o islamismo os árabes se convertem ao 
islamismo e as tribos são unificadas em um império em torno da religião. Após a morte do profeta 
Maomé o Islã de expande para o Oriente Médio até onde hoje fica o Paquistão e para todo o norte da 
África. Passam a dominar a orla do mar mediterrâneo ao sul e mantêm seu domínio até o fim da Idade 
Média monopolizando o comercio e a navegação no mar. Enquanto isso a Europa esta em constante 
decadência comercial e com a economia processo de ruralização, que foi influenciado pelo monopólio 
árabe na navegação do Mediterrâneo, que aprofundou a decadência econômica na Europa, sendo uns 
fatores que influenciaram a formação do feudalismo. 
 
 
 
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 3 
 
O Reino Franco e o Império de Carlos Magno 
 
O Império Romano do ocidente entra em decadência entre o século I e IV, com a crise do 
escravismo, a ascensão do cristianismo e as invasões germânicas. Os reinos fundados pelos 
germânicos (que até então viviam de forma tribal) foram de duração efêmera. O mais duradouro deles 
foi o Reino fundado pelos francos. Clóvis unifica as tribos francas e conquista a Gália (região da França) 
o que dá origem ao reino Franco, o mais poderoso da Europa ocidental no momento. O rei converte-se 
ao cristianismo, o que significa a conversão de todo o reino ( a religião do rei á a do reino). Torna-se o 
defensor do cristianismo e se empenha na sua expansão. Após sua morte, seus sucessores são inábeis 
politicamente e são conhecidos como “reis indolentes”. É criado um cargo na nobreza muito 
importante, responsável pela administração do reino: O Major Domus (também conhecido como 
prefeito do palácio). O major domus Pepino o breve depõe o ultimo rei da dinastia Merovíngia e inicia 
sob seu governo a dinastia Carolíngia, cujo maior representante foi Carlos Magno. 
Durante o governo de Carlos Magno o reino franco atinge seu auge. Era o primogênito de Pepino o 
Breve, e dá continuidade à política expansionista do pai. Durante seu governo ocorreu um grande 
florescimento cultural conhecido como “Renascimento Carolingio”: estimula a fundação de escolas 
palacianas e o estimulo aos monastérios com os monges copistas, que copiam obras da tradição 
clássica Greco-Romana. No ano 800 é coroado imperador pelo papa (o Estado se submete à Igreja). 
Torna-se o defensor perpétuo do cristianismo e expande a fé pela Europa. O império expande-se e 
Carlos divide-o em centenas de pequenas unidades administrativas autônomas chamadas 
feudos. O responsável pelo feudo era o senhor feudal, que formavam a nobreza da época e possuía 
diferentes graus de hierarquia, como os condes, responsáveis pelos condados (nobres militares de 
confiança responsáveis pela defesa do reino, que juravam fidelidade ao rei). Após a morte de Carlos 
Magno seu reino é dividido entre seus filhos pelo Tratado de Verdun. Tem inicio o período de 
desintegração da Europa, com uma profunda ruralização econômica que dá origem ao feudalismo. 
 
O Feudalismo 
 
O Feudalismo. Durante os mil anos da Idade Média a economia foi basicamente rural e 
autossuficiente. O auge desta ruralização e autossuficiência foi o Modo de Produção Feudal, que teve o 
seu auge entre os séculos IX e XII. Podemos afirmar que o feudalismo foi a fusão de duas culturas e 
modos de produção: O Romano e o Germânico. Durante as invasões bárbaras (germânicas), os 
plebeus passaram a refugiar-se nas terras dos Patrícios (a camada mais alta da sociedade, grande 
senhores de terras). Em troca de abrigo e proteção submetiam-se à servidão. 
As principais características do sistema feudal são: 
- Economia basicamente agrária 
- Autossuficiência dos feudos 
- Não ocorria comércio (ocorriam trocas muito pequenas nas cidades italianas banhadas pelo 
mediterrâneo principalmente Gênova e Veneza. Conseguiam mercadorias árabes que eram os grandes 
dominadores do mar durante o feudalismo europeu. 
- Não havia circulação monetária considerável, apesar de existirem moedas em cada feudo. 
- O direito era consuetudinário e Oral (baseado nos costumes e não havia leis escritas) 
 
O solo por ser o recurso mais importante era cuidado na época através da rotação de culturas. 
Os servos habitavam as terras destinadas a eles (o Manso Servil) e cada um cuidava de um trecho 
de terra (tenência). Viviam em condições bastante precárias e eram superexplorados com pesados 
impostos que deviam ser pagos através de trabalho e parte da produção. Os principais impostos eram: 
- Corveia: trabalho gratuito nas terras do Senhor Feudal. Em torno de três dias por semana. 
- Banalidade: Imposto para a utilização dos equipamentos do feudo com o forno e o moinho. 
- Talha: O servo deveria entregar metade de sua produção de suas terras 
- Tostão de Pedro: 10% d a produção para a Igreja ou capela local 
- Mão morta: taxa para passar o trecho de terra do camponês em caso de morte, à seu herdeiro. 
 
Os padrões de desenvolvimento técnico eram muito precários e pouco produtivos. Todo tipo de 
produto era escasso, como os tecidos. Este modo de produção vai entrar em decadência a partir do 
século XII quando ocorrem as Cruzadas (guerras religiosas em que os cristãos queriam expulsar os 
muçulmanos da cidade de Jerusalém, até então dominada por eles). Das expedições militares ao 
Oriente Médio passou a ocorrer um grande fluxo de mercadorias provenientes do mundo árabe, 
sobretudo especiarias. 
1111017 E-book gerado especialmente para LEANDRO GUIMARAES DE SANTANA
 
 4 
 
As relações sociais no feudalismo 
 
Podemos dividir as relações entre verticais e horizontais. As relações verticais eram dedominação da nobreza sobre os plebeus camponeses através de impostos e com o domínios de 
todos que habitavam suas terras (feudos). As relações horizontais eram aquelas entre os membros da 
própria nobreza, as chamadas relações de suserania e vassalagem. As relações de poder baseavam 
se na fidelidade e todos os nobres eram guerreiros (os que não se dedicavam a vida militar iam para o 
clero), que se aliavam a senhores mais poderosos que poderiam premiá-los através da concessão de 
um novo feudo, ou parte do conquistado, ou seja um senhor poderia investir de poder outro nobre 
tornando-o também senhor feudal. Esta pratica é uma herança germânica ao feudalismo denominada 
de comitatus. Aquele que cede o feudo é o suserano e o que recebe é o vassalo. O vassalo deve 
fidelidade e proteção ao seu suserano. O rei é o único nobre que não é vassalo de ninguém. Apesar de 
todos os nobres serem vassalos do rei o poder dele é limitado ao mando no próprio feudo. É o que 
chamamos de monarquia descentralizada. 
 
Sabe-se que o feudalismo resultou da combinação de instituições romanas com instituições bárbaras 
ou germânicas. Indique e descreva no feudalismo uma instituição de origem 
a) romana. 
b) germânica. 
 
Comentário 
a) A servidão feudal, caracterizada pelo vínculo dos camponeses à terra, teve origem no colonato 
surgido durante o Baixo Império Romano. 
 
b) As relações de suserania e vassalagem entre os nobres feudais, têm suas origens no "comitatus", 
tradição germânica de alianças militares que estabeleciam laços de fidelidade entre os chefes tribais e 
seus guerreiros. 
 
Questões 
 
1) Entre as características do feudalismo, sistema político, social e econômico estruturado na Europa 
medieval, estão: 
A) A existência de uma forte concentração de poder nas mãos dos monarcas. 
B) Uma forte monetarização das relações econômicas, favorecendo o crescimento dos núcleos 
urbanos. 
C) A terra não tinha valor, sendo inúmeras vezes concedida aos servos para que cultivassem a 
agricultura livremente. 
D) A existência de uma sociedade estamental, formada por grupos sociais com status fixos, os 
senhores e os servos, em que os servos eram presos à terra e obrigados a prestar serviços e pagar 
impostos aos senhores. 
E) Uma base econômica voltada ao comércio entre os vários feudos existentes. 
 
2) O culto de imagens de pessoas divinas, mártires e santos foi motivo de seguidas controvérsias na 
história do cristianismo. Nos séculos VIII e IX, o Império bizantino foi sacudido por violento movimento 
de destruição de imagens, denominado "querela dos iconoclastas". A questão iconoclasta 
A) derivou da oposição do cristianismo primitivo ao culto que as religiões pagãs greco-romanas 
devotavam às representações plásticas de seus deuses. 
B) foi pouco importante para a história do cristianismo na Europa ocidental, considerando a crença 
dos fiéis nos poderes das estátuas. 
C) produziu um movimento de renovação do cristianismo empreendido pelas ordens mendicantes 
dominicanas e franciscanas. 
D) deixou as igrejas católicas renascentistas e barrocas desprovidas de decoração e de ostentação 
de riquezas. 
E) inviabilizou a conversão para o cristianismo das multidões supersticiosas e incultas da idade 
média europeia. 
 
3) Sobre os fundamentos do Islã ou Islame, assinale o correto. 
a) É uma religião politeísta que surgiu no final do século IV d.C. e tem em Maomé seu principal 
mártir. Seu livro sagrado é o Talmude. 
1111017 E-book gerado especialmente para LEANDRO GUIMARAES DE SANTANA
 
 5 
 
b) É uma religião monoteísta que surgiu no século X d.C.. Sua sede religiosa é a cidade de Medina e 
seu livro sagrado é a Kaaba. 
c) É uma religião politeísta que surgiu no século I d.C.. Sua sede é Jerusalém, Maomé seu fundador 
e não tem um livro sagrado. 
d) É uma religião monoteísta que surgiu no século VII d.C. Seu profeta é Maomé e seu livro sagrado 
é o Alcorão. 
 
4) "Aqui em baixo uns rezam, outros combatem e outros ainda trabalham. 
(DE LAON, Adalberão. Carmen ad Rodbertum Regem. In: DUBY, G. 
"As três ordens:o imaginário do feudalismo". Lisboa: Editora Estampa, 1982. p. 25.) 
 
Esse preceito, apresentado inicialmente pelo bispo Adalberão, no século XI, em parte reflete as 
funções/atividades mais características do período medieval, em parte tem função ideológica, pois esse 
ordenamento pretendia fortalecer a divisão e a hierarquia. Ainda sobre a sociedade medieval, é correto 
afirmar: 
A) A divisão acima mencionada reflete uma sociedade na qual a religiosidade se impõe nas várias 
esferas da vida, em que o braço armado tende a impor seu poder sobre os desarmados, em que a 
economia se fundamenta no trabalho agrícola. 
B) Definida a sociedade entre religiosos, guerreiros e camponeses a partir do Tratado de Verdum, as 
atividades não permitidas pela Igreja oram perseguidas pelos tribunais inquisitoriais. C) Diante da 
limitação das funções às três ordens e perseguição aos comerciantes promovida pelas monarquias 
nascentes, a atividade comercial declinou, situação essa que se reverteu no século XVI no contexto do 
Renascimento Comercial. 
D) O poder eclesiástico se impunha a partir do momento do batismo, quando era definido o destino 
de cada criança, de acordo com as necessidades fundadas na sociedade de ordens. 
E) A divisão apresentada, característica do período entre os séculos XI e XIII, revela a estagnação 
econômica da sociedade, o que explica a crise agrícola e o recuo demográfico. 
 
5) Assinale a proposição CORRETA. Sobre as ideias econômicas e sociais da Igreja na época feudal 
podemos afirmar: 
A) Estimulavam o comércio e o enriquecimento individual. 
B) Condenavam a rígida estrutura econômica e social do feudalismo. 
C) Estimulavam os empréstimos a juros, porque aliviavam a situação dos aflitos. 
D) Justificavam a estrutura social do feudalismo e consideravam o comércio reprovável. 
E) Santificavam o trabalho como forma de ascensão social e econômica. 
 
6) "A palavra 'servo' vem de 'servus' (latim), que significa 'escravo'. No período medieval, esse 
termo adquiriu um novo sentido, passando a designar a categoria social dos homens não livres, ou seja, 
dependentes de um senhor. (...) A condição servil era marcada por um conjunto de direitos senhoriais 
ou, do ponto de vista dos servos, de obrigações servis." 
(Luiz Koshiba, "História: origens, estruturas e processos") 
 
Assinale a alternativa que caracterize corretamente uma dessas obrigações servis. 
A) Dízimo era um imposto pago por todos os servos para o senhor feudal custear as despesas de 
proteção do feudo. 
B) Talha era a cobrança pelo uso da terra e dos equipamentos do feudo e não podia ser paga com 
mercadorias e sim com moeda. 
C) Mão morta era um tributo anual e per capita, que recaía apenas sobre o baixo clero, os vilões e os 
cavaleiros. 
D) Corvéia foi um tributo aplicado apenas no período decadente do feudalismo e que recaía sobre os 
servos mais velhos. 
E) Banalidades eram o pagamento de taxas pelo uso das instalações pertencentes ao senhor feudal, 
como o moinho e o forno. 
 
7) Na sociedade medieval, vigorava uma ideologia que considerava as mulheres inferiores aos 
homens, resultando em um cotidiano marcado pela hegemonia da autoridade masculina. Ainda que a 
Igreja pregasse que homens e mulheres eram objetos do amor de Deus, não eram poucos os religiosos 
que percebiam as mulheres como agentes do demônio. 
Com base nas informações acima e em seus conhecimentos, assinale a alternativa correta sobre a 
cultura e a sociedade europeias, no período classicamente conhecido como Idade Média. 
1111017 E-book gerado especialmente para LEANDRO GUIMARAES DE SANTANA
 
 6 
 
A) As mulheres eram consideradas inferiores aos homens por serem incapazes de trabalhar com as 
técnicas tradicionaisde cura por meio do uso de plantas medicinais. 
B) A mentalidade era profundamente marcada pelo ideário católico, que preconizava, inclusive, o 
papel que homens e mulheres deveriam desempenhar na sociedade. 
C) A submissão feminina à autoridade masculina caracterizou a sociedade daquele tempo como uma 
organização tipicamente matriarcal. 
D) A mulher, ainda que posta em uma condição submissa em relação ao homem, tinha grande poder 
e influência sobre a Igreja Católica. 
E) A condição feminina era fruto da grande influência que o racionalismo científico exercia sobre a 
cultura daquele período. 
 
8) Do ponto de vista econômico, o sistema feudal, sobretudo na Alta Idade Média, caracterizava-se: 
A) por abundante produção agrícola e artesanal e regular circulação de moedas. 
B) por intenso comércio entre os feudos e satisfatória arrecadação de impostos. 
C) por baixa produtividade agrícola, mas elevada produção artesanal. 
D) pelo escravismo e produção de subsistência nos feudos. 
E) pelo sistema servil e baixa produção agrícola e artesanal. 
 
9) Entre os povos germânicos ou bárbaros, o direito era fundamentado: 
A) em leis escritas. 
B) na decisão das mulheres mais velhas da tribo. 
C) no código de Hamurabi. 
D) no direito romano. 
E) nos costumes e nas tradições das tribos. 
 
10) A partir da consolidação da religião islâmica, por volta do século VII, o povo árabe começou sua 
expansão territorial para a propagação da nova fé, por meio da guerra e do comércio. Contudo, no 
campo cultural, os árabes influenciaram de sobremaneira a Europa Medieval Ocidental, pois 
preservaram e difundiram importantes obras do(a): 
A) Império Mongol. 
B) Antiguidade Clássica. 
C) Império Persa. 
D) Antiguidade Oriental. 
E) Império Chinês. 
 
11) (FATEC) As conquistas intelectuais dos árabes, ou sarracenos, foram consequência da grande 
expansão realizada por eles, a qual lhes possibilitou o contato com diferentes civilizações: bizantina, 
persa, indiana e chinesa. Ao respeitarem os costumes e crenças dos povos conquistados, os árabes 
acabaram por assimilar o patrimônio cultural daqueles, enriquecendo-o com contribuições próprias. 
Em decorrência disso, é correto dizer que a mais importante das artes sarracenas foi 
A) a música - acessível a toda a população e de grande importância para a educação de seus 
jovens. 
B) a pintura - bastante realista, exprimindo a violência, a dor e, ao mesmo tempo, a sensualidade. 
C) a literatura - com destaque para contos eróticos, fábulas e aventuras. 
D) a escultura - caracterizada pela naturalidade e pela harmonia das formas. 
E) a arquitetura - marcada pela construção de palácios, mesquitas e escolas. 
 
12) "Os muçulmanos entenderam que deveriam constituir uma frota para o Mediterrâneo. O resultado 
inicial foi a conquista de Chipre e de Rodes. A Córsega foi ocupada em 809, a Sardenha em 810, Creta 
em 829, a Sicília em 827. As cidades fundadas pelos gregos na Sicília foram sendo conquistadas. 
Palermo caiu em 831, Messina em 843, Siracusa em 848, Taormina em 902". 
 (Jacques Risler. "A civilização árabe", 1955.) 
 
Esta ocupação resultou 
A) no clima de intolerância religiosa e de perseguição ao cristianismo no conjunto das regiões 
ocupadas pelos árabes. 
B) na decadência acentuada do patrimônio cultural, científico e filosófico da civilização grega antiga e 
clássica. 
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 7 
 
C) na derrocada dos regimes democráticos do ocidente, inspirados no modelo da antiga democracia 
ateniense. 
D) na reconquista, pelos muçulmanos, de muitas regiões e cidades invadidas pelo movimento das 
cruzadas europeias. 
E) no aprofundamento da crise da atividade comercial europeia, com o consequente deslocamento 
da população para os campos. 
 
13) O Império Bizantino ou Romano do Oriente existiu durante a Idade Média, sendo-lhe 
cronologicamente coincidente. Sobre o tema, assinale a alternativa correta: 
A) Seu período de maior esplendor e expansão ocorreu sob o governo de Justiniano, que mandou 
fazer a codificação das leis romanas. 
B) Sua posição geográfica correspondia às terras da parte ocidental do Império Romano. 
C) Apresentava excessiva descentralização política, o que enfraquecia os imperadores (baliseus). 
D) Reprimiu violentamente a heresia dos cátaros, que ameaçava a sua unidade religiosa. 
E) A força da cultura romana fez com que o latim fosse língua de emprego geral. 
 
Gabarito: 1-d, 2-e, 3-d, 4-a, 5-d, 6-e, 7-b, 8-e, 9-e, 10-b, 11-e, 12-e, 13-a 
 
 
 
As cruzadas e a decadência do Feudalismo 
 
No ano de 1096 o Papa Urbano II convocou a cristandade ocidental para lutar contra o infiel que 
dominava a cidade sagrada de Jerusalém. Até hoje esta cidade é local de intensos conflitos, pois é 
sagrada para as três grandes religiões monoteístas: Judaísmo, cristianismo e islamismo. Para os 
católicos europeus era então uma cruzada pela fé cristã para expandi-la dominar seus locais sagrados 
no oriente, então foram enviadas várias expedições. Tiveram vários objetivos: 
- Religioso: expandir a fé crista e tomar Jerusalém dos árabes islâmicos. 
- Sociais: Diminuir o excedente populacional europeu. Nas duas primeiras cruzadas foram enviados 
os mendigos e crianças abandonadas. 
- Comerciais. As cidades italianas financiaram expedições com o objetivo de realizar trocas 
comerciais com as ricas cidades orientais. As expedições cruzadas, em nome da fé saquearam 
muitas cidades islâmicas e levaram os produtos para comercializarem na Europa. 
 
Os católicos conquistaram Jerusalém e fundaram os reinos cristão do oriente, que dominaram a 
região por mais de um século. A resistência cultural e militar islâmica foi notória, e apesar de o mundo 
árabe ter sido destruído militarmente, conseguiram expulsar os europeus sob o comando de Saladino 
no séc. XIII. 
As cruzadas promoveram um intenso choque de civilizações que de certa forma percorreu os séculos 
e dura até hoje. Sua principal consequência foi ter promovido um “renascimento comercial” e a 
reabertura do mar mediterrâneo, que até aquele momento era monopolizado pelos árabes. As cidades 
italianas de Gênova e Veneza foram pioneiras neste comercio e passaram elas a deter o monopólio de 
navegação. Este momento foi decisivo para que o comércio se tornasse cadê vez maior e desse inicio à 
gestação do sistema capitalista. 
 
 
2 O Renascimento comercial e urbano. 
 
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 8 
 
O Renascimento Urbano e Comercial 
 
Na medida em que o comércio se intensificava, os comerciantes circulavam através de caravanas, 
que conforme o tempo passava tornaram-se importantes rotas comerciais. Estas rotas multiplicaram-se 
em seus entroncamentos os primeiros comerciantes que encontravam-se passaram a realizar as trocas 
ali mesmo, dando origens a feiras medievais. Estas feiras cresceram até dar origem as primeiras 
cidades, chamadas Burgos. O comerciante habitante do burgo era o burguês. Assim nasce uma nova 
classe social que será a dominante no sistema capitalista. Os burgos eram totalmente caóticos e não 
possuíam saneamento básico. Para a sua proteção eram construídos grandes muros em formatos de 
anel. Para adentrarmo-nos na cidade tínhamos que atravessar os seus portões. Conforme as cidades 
cresciam mais eram construídos novos anéis. Sujas e sem circulação de ar e lotadas de ratos, eram 
locais muito propícias a proliferação de doenças, e epidemias eram frequentes. A mais famosa delas foi 
a peste negra. As cidades começaram a crescer muito, pois o servo que fugisse para um burgo, estaria 
liberto de suas obrigações feudais caso não fosse resgatado em um ano. Daí um ditado da época: “O ar 
da cidade liberta”. As fugas de servos dos feudos torna-se frequente.A crise do século XIV 
 
O século XIV foi marcado por uma série de crises que acarretaram a decadência total do 
Feudalismo. Foi um século marcado por crises de fome, guerras (guerra dos 100 anos e as guerras 
camponesas e a peste negra. 
- A peste negra atingiu a Europa de forma tão intensa que matou 1/3 da população ocidental. Era a 
peste bubônica, transmitida pelo rato e de fácil e rápida contaminação. As condições sanitárias 
europeias aumentavam as chances de contaminação, mas como não dominavam como era transmitida 
a doença, não sabiam cuidar dela e atribuíam a epidemia a um castigo de Deus. 
- A fome se tornou constante. A alta mortalidade da população e fortes invernos fizeram as colheitas 
declinarem. Isso provoca um grave conflito entre camponeses e nobreza, pois os senhores além de 
aumentar os impostos, aumentam muito a exploração e dominação. Isso estimulou o aumento das 
fugas para os burgos 
- A crise da servidão foi provocada pelo renascimento comercial e pela superexploração feudal 
decorrente da diminuição da população. Os camponeses que permaneceram revoltaram-se contra a 
exploração e passaram a ocorrer guerras entre camponeses e senhores cada vez mais violentas, além 
disso os reinos da Inglaterra e da França disputavam sucessões no trono. A guerra dos 100 anos e as 
Jaquieries destruíram a organização feudal e estimularam a centralização política que viria ao final da 
guerra dos 100 anos e a formação do absolutismo Inglês e Francês. 
 
Questões Comentadas 
 
"Guerra proclamada pelo Papa em nome de Cristo e travada como iniciativa do próprio Cristo para a 
recuperação da propriedade cristã ou em defesa da Cristandade contra inimigos externos. O movimento 
das Cruzadas era em certo sentido uma extensão da guerra que estava sendo travada contra os 
muçulmanos na Espanha e na Sicília." 
(LOYN, H.R. "Dicionário da Idade Média") 
 
a) Cite uma motivação de ordem religiosa e outra de ordem socioeconômica para o início das 
Cruzadas. 
b) Cite e analise duas repercussões do movimento das Cruzadas para o ocidente medieval. 
 
a) 1. O aluno deverá citar uma motivação de ordem religiosa do movimento das Cruzadas tal como: a 
recuperação de terras santas tomadas pelos muçulmanos e a retomada da cidade de Jerusalém, entre 
outras de mesma natureza. 
2. O aluno deverá citar uma motivação de ordem socioeconômica do movimento das Cruzadas tal 
como: a busca de novos territórios; o excedente populacional e o processo de expansão comercial, 
entre outras de mesma natureza. 
 
b) O aluno deverá citar e analisar duas repercussões do movimento das cruzadas tais como: o 
domínio europeu das rotas comerciais do Mediterrâneo; a expansão das atividades comerciais e 
urbanas como feiras; o desenvolvimento dos setores sociais urbanos como a burguesia e a maior 
presença de elementos culturais de origem oriental na Europa, entre outras. 
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 9 
 
"Em 1348 a peste negra invadiu a França e, dali para a frente, nada mais seria como antes. Uma 
terrível mortalidade atingiu o reino. A escassez de mão-de-obra desorganizou as relações sociais e de 
trabalho. Os trabalhadores que restaram aumentaram suas exigências. Um rogo foi dirigido a Deus, e 
também aos homens incumbidos de preservar Sua ordem na Terra. Mas foi preciso entender que nem a 
Igreja nem o rei podiam fazer coisa alguma. Não era isso uma prova de que nada valiam? De que o 
pecado dos governantes recaía sobre a população? Quando o historiador começa a encontrar tantas 
maldições contra os príncipes, novas formas de devoção e tantos feiticeiros sendo perseguidos, é 
porque de repente começou a se estender o império da dúvida e do desvio." 
(Adaptado de Georges Duby, "A Idade Média na França (987-1460): de Hugo Capeto a Joana D'arc". 
Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1992, p. 256-258.) 
 
a) A partir do texto, identifique de que maneira a peste negra repercutiu na sociedade da Europa 
medieval, em seus aspectos econômico e religioso. 
b) Indique características da organização social da Europa medieval que refletiam a ordem de Deus 
na Terra. 
 
a) A peste negra insere-se no contexto da crise do século XIV e é considerada uma manifestação do 
esgotamento do sistema feudal. Quanto ao aspecto econômico, as altas taxas de mortalidade 
ocasionaram a escassez de mão-de-obra, levando à superexploração dos servos pelos senhores 
feudais e às consequentes revoltas camponesas, destacando-se as "jacqueries", além de mudanças 
nas relações de trabalho. Tais eventos acabaram por gerar a crise do trabalho servil. 
Outro efeito da mortalidade foi a redução do mercado em um contexto de retomada do comércio que, 
juntamente à paralisação das rotas terrestres, em decorrência particularmente da Guerra dos Cem 
Anos, estimularam a Expansão Marítima e Comercial Europeia. 
Quanto ao aspecto religioso, a peste serviu de argumento para perseguições aos grupos 
considerados heréticos, culpados de atrair a ira divina, em razão de as interpretações sobre a peste 
estarem inseridas à mentalidade medieval marcada pelo cristianismo. 
 
 
b) A concepção de sociedade, na Europa medieval, era determinada pela Igreja e fundamentada no 
teocentrismo. Assim sendo, a sociedade era estratificada, composta de três ordens: o clero, os que 
rezam; a nobreza, os que combatem; e os camponeses, os que trabalham. 
 
Questões 
 
1) O período compreendido entre o final da Idade Média e o início da Idade Moderna foi 
caracterizado pela criação de alianças entre os monarcas europeus e a burguesia. Sobre as referidas 
alianças, podemos afirmar que tinham como objetivos centrais: 
A) A criação de barreiras protecionistas que dificultassem a circulação das mercadorias no mercado 
europeu. 
B) A valorização das autoridades religiosas evangélicas e a submissão do Estado à Igreja. 
C) A unificação de moedas, de pesos e medidas que facilitassem as transações comerciais, assim 
como a construção de uma estrutura política que rompesse com os particularismos feudais. 
D) A criação de uma nova estrutura política em que as atividades e a lógica de produção das 
corporações de ofício medievais seriam totalmente preservadas. 
E) A preservação das práticas políticas e econômicas medievais que haviam possibilitado o 
surgimento da burguesia. 
 
2) A presença de rios ou a proximidade do mar foram decisivas para o desenvolvimento de cidades e 
sociedades antigas e modernas. Um exemplo disso é 
A) a importância do rio Nilo, na Antiguidade, na integração das várias sociedades do Oriente próximo 
e na união dos reinos do Alto Egito e do Baixo Egito, evitando a invasão da região por outros povos. 
B) o papel exercido pelo Bósforo, que corta a atual Istambul, antes chamada de Constantinopla e de 
Bizâncio, e sempre assegurou a hegemonia internacional do povo que vivesse à sua volta. 
C) a divisão de terras provocada pelos rios Tigre e Eufrates, que isolavam geograficamente os vários 
grupos que viviam na antiga Mesopotâmia e instigaram conflitos prolongados entre eles. 
D) o controle do Mar Mediterrâneo por árabes e fenícios no decorrer de toda a Idade Média, 
permitindo-lhes invadir território europeu e impedir a circulação de embarcações militares inglesas e 
francesas. 
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 10 
 
E) a posição geográfica de Veneza, no norte do Mar Adriático, que lhe permitiu ser ponto de partida 
de Cruzadas e ter participação ativa no comércio medieval de especiarias e sedas do Oriente. 
 
3) "(...) as cruzadas não foram as responsáveis pelas grandes transformações econômicas, mas 
produtos delas. Contudo, elas não deixaram de contribuir para os avanços daquelas transformações. 
(...) O intenso comércio praticado pelas cidades italianas, Gênova e Veneza,cresceu bastante com a 
abertura dos mercados orientais, para o que as cruzadas desempenharam papel decisivo (...) 
(Hilário Franco Júnior, "As cruzadas") 
Além da decorrência apresentada, pode-se atribuir a essas expedições 
A) o desaparecimento das ordens mendicantes - especialmente franciscanos e dominicanos -, assim 
como a superação das heresias católicas. 
B) o fortalecimento nas relações de vassalagem em toda a Europa ocidental e um forte retraimento 
do poder econômico da burguesia comercial. 
C) a estagnação das atividades comerciais entre algumas cidades comerciais do mar do norte - 
como bruges e gand - e as cidades do litoral oeste da África. 
D) a radicalização no processo de fragmentação político-territorial da Europa, com a importante 
ampliação do poder econômico da nobreza togada. 
E) a relação entre os cruzados com bizantinos e muçulmanos, permitindo que a Europa voltasse a ter 
contato com algumas obras de filosofia greco-romana. 
 
4) Nos séculos XIV e XV, a Itália foi a região mais rica e influente da Europa. Isso ocorreu devido à 
A) iniciativa pioneira na busca do caminho marítimo para as Índias. 
B) centralização precoce do poder monárquico nessa região. 
C) ausência completa de relações feudais em todo o seu território. 
D) neutralidade da península itálica frente à guerra generalizada na Europa. 
E) combinação de desenvolvimento comercial com pujança artística. 
 
5) Sobre o contexto social e econômico do século XIV na Europa medieval, marque a alternativa 
INCORRETA. 
A) A mão-de-obra disponível para atuar no campo foi reduzida devido às epidemias e guerras 
existentes no período. 
B) As revoltas camponesas, como a jacquerie, acabaram por ocasionar alterações nas obrigações 
típicas do sistema feudal. 
C) A reduzida oferta de metais preciosos, como a prata, contribuiu para a expansão do processo 
inflacionário. 
D) A burguesia teve seu prestígio econômico reduzido pela crise das atividades urbanas o que 
fortaleceu o poderio dos senhores feudais. 
E) A instabilidade climática, com chuvas constantes, levou a uma grande retração nas colheitas, 
diminuindo fortemente a produção agrícola. 
 
6) 
 
 
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 11 
 
"Arrancada a confissão do réu, os inquisidores proferiam a sentença em uma sessão pública 
denominada sermão geral. As sentenças previam três tipos básicos de penas: confiscação de bens, 
prisão e morte. A maioria dos condenados à morte eram queimados vivos numa grande fogueira. 
Somente a alguns permitia-se o estrangulamento antes de serem lançados ao fogo." 
COTRIM, Gilberto. 6• ed. São Paulo: Sara iva, 2001. 
 
O texto didático faz uma análise das ações do Tribunal da Inquisição, criado pela 
A) Igreja Anglicana, durante a Reforma Religiosa. 
B) Religião muçulmana, no período das Cruzadas. 
C) França dos Huguenotes, no período da Contrarreforma. 
D) Reforma Protestante, liderada por Lutero, no fim da Idade Média. 
E) Igreja Católica Romana, durante a Idade Média. 
 
7) Os cruzados avançavam em silêncio, encontrando por todas as partes ossadas humanas, trapos e 
bandeiras. No meio desse quadro sinistro, não puderam ver, sem estremecer de dor, o acampamento 
onde Gauthier havia deixado as mulheres e crianças. Lá os cristãos tinham sido surpreendidos pelos 
muçulmanos, mesmo no momento em que os sacerdotes celebravam o sacrifício da Missa. As 
mulheres, as crianças, os velhos, todos os que a fraqueza ou a doença conservava sob as tendas, 
perseguidos até os altares, tinham sido levados para a escravidão ou imolados por um inimigo cruel. A 
multidão dos cristãos, massacrada naquele lugar, tinha ficado sem sepultura. 
J. F. Michaud. "História das cruzadas". São Paulo: Editora das Américas, 1956 (com adaptações). 
 
Foi, de fato, na sexta-feira 22 do tempo de Chaaban, do ano de 492 da Hégira, que os franj* se 
apossaram da Cidade Santa, após um sítio de 40 dias. Os exilados ainda tremem cada vez que falam 
nisso; seu olhar se esfria como se eles ainda tivessem diante dos olhos aqueles guerreiros louros, 
protegidos de armaduras, que espelham pelas ruas o sabre cortante, desembainhado, degolando 
homens, mulheres e crianças, pilhando as casas, saqueando as mesquitas. 
*franj = cruzados. 
Amin Maalouf. "As Cruzadas vistas pelos árabes". 2ª ed. São Paulo: Brasiliense, 1989 (com adaptações). 
 
Avalie as seguintes afirmações a respeito dos textos, que tratam das Cruzadas. 
I. Os textos referem-se ao mesmo assunto - as Cruzadas, ocorridas no período medieval -, mas 
apresentam visões distintas sobre a realidade dos conflitos religiosos desse período histórico. 
II. Ambos os textos narram partes de conflitos ocorridos entre cristãos e muçulmanos durante a Idade 
Média e revelam como a violência contra mulheres e crianças era prática comum entre adversários. 
III. Ambos narram conflitos ocorridos durante as Cruzadas medievais e revelam como as disputas 
dessa época, apesar de ter havido alguns confrontos militares, foram resolvidas com base na idéia do 
respeito e da tolerância cultural e religiosa. 
 
É correto apenas o que se afirma em 
A) I. 
B) II. 
C) III. 
D) I e II. 
E) II e III. 
 
8) "Durante os séculos XI a XIII verificou-se nas atividades agrícolas e artesanais da Europa Centro-
Ocidental um conjunto de transformações (...) que repercutiram no crescimento das trocas mercantis. 
Situa-se aí historicamente o chamado renascimento urbano medieval." 
 Fonte: RODRIGUES, A. E.; FALCON, F. "A formação do mundo moderno". 
2ª. ed. Rio de Janeiro: Elesevier, 2006, p.9. 
 
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que tais mudanças 
econômicas: 
A) Caracterizaram-se pelo desenvolvimento das técnicas de produção e amplo emprego de recursos 
energéticos, tais como carvão e petróleo. 
B) Implicaram no capitalismo mercantil incrementado pelo amplo comércio atlântico, fomentado por 
negociantes italianos e príncipes alemães. 
C) Aumentaram a produção no campo e na cidade e fomentaram a circulação de bens e moedas, 
viabilizados por novos instrumentos de crédito a governantes e comerciantes. 
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 12 
 
D) Privatizaram as terras e introduziram um modelo de produção fabril, promovido pelo governo 
britânico. 
E) Reforçaram o predomínio político e comercial dos senhores feudais sobre os governos citadinos. 
 
9) "Os cristãos fazem os muçulmanos pagar uma taxa que é aplicada sem abusos. Os comerciantes 
cristãos, por sua vez, pagam direitos sobre suas mercadorias quando atravessam o território dos 
muçulmanos. O entendimento entre eles é perfeito e a equidade é respeitada." 
Ibn Jobair, em visita a Damasco, Síria, 1184. In: Amin Maalouf, 1988. 
 
Com base no texto, pode-se afirmar que, na Idade Média, 
A) as relações comerciais entre as civilizações do Ocidente e do Oriente eram realizadas pelos 
judeus e bizantinos. 
B) o conflito entre xiitas e sunitas pôs a perder o florescente comércio que se havia estabelecido 
gradativamente entre cristãos e muçulmanos. 
C) o comércio, entre o Ocidente cristão e o Oriente islâmico, permaneceu imune a qualquer 
interferência de caráter político. 
D) a Península Ibérica desempenhou o papel de centro econômico entre os mundos cristão e 
islâmico por ser a única área de contacto entre ambos. 
E) as cruzadas e a ocupação da Terra Santa pelos cristãos engendraram a intensificação das 
relações comerciais entre cristãos e muçulmanos. 
 
Leia, com atenção, as considerações sobre o movimento conhecido como Cruzadas e, em seguida, 
faça o que se pede. 
 
10) "Eu, Preste João, sou o Senhor dos Senhores e me avantajo a todos os reis da terra inteira em 
todas as abundâncias que existem debaixo do céu, em força e em poder.A Nossa Magnificência 
domina as três Índias; o nosso território começa na Índia posterior, na qual repousa o corpo do apóstolo 
São Tomé, estende-se pelo deserto em direção ao berço do sol, e desce até a deserta Babilônia, 
contígua à torre de Babel.[...] Na nossa terra nascem e crescem elefantes, dromedários, camelos, 
hipopótamos, crocodilos, metagalináceos, grifos, [...] homens com cornos, faunos, sátiros e mulheres da 
mesma raça, pigmeus, cinocéfalos, gigantes cuja altura é de quarenta côvados, monóculos, ciclopes [...] 
e quase todo o gênero de animais que existem debaixo do céu." 
(Disponível em: <http://wwwricardocosta.com/pub/publica.htm>. Consulta em: 05/07/2006.) 
 
O texto acima é um fragmento da "carta do Preste João" (apócrifa) - do século XII - endereçada ao 
imperador de Bizâncio. Preste João, um rei padre que se dizia cristão, declarava-se senhor das três 
Índias e dono de riquezas fabulosas. Com base no texto e nos conhecimentos sobre a Idade Média, é 
correto afirmar: 
A) Na época representada no texto, predominavam geografias imprecisas e imaginárias, onde o 
maravilhoso e o estranho preenchiam o lugar do desconhecido, que só as grandes viagens de 
navegação dos séculos XV e XVI permitiram questionar. 
B) No período retratado, devido à influência exercida pela Igreja Católica na Europa, textos como a 
Carta de Preste João careciam de crédito, posto que a literatura clássica de origem greco-romana 
estava enraizada na cultura dos camponeses no medievo. 
C) O texto de Preste João revela uma profunda sintonia com o imaginário medieval europeu, que 
situava todas as maravilhas terrestres no ponto mais extremo do Ocidente, localizadas por alguns 
estudiosos do século XII na América. 
D) Os escritos resultantes das viagens ao mundo "além-Mediterrâneo", por abordarem uma 
humanidade fantástica, eram desconsiderados na Idade Média, em razão da existência de rígidas 
barreiras entre a literatura científica e a literatura da fantasia. 
E) Quando Cristóvão Colombo concebeu suas viagens de navegação, os conhecimentos geográficos 
disponíveis, principalmente os mapas de Toscanelli e a Geografia de Ptolomeu, haviam eliminado 
quaisquer resquícios da mentalidade do medievo. 
 
Gabarito: 1-c, 2-e, 3-e, 4-e, 5-d, 6-e, 7-d, 8-c, 9-e, 10-a 
 
 
 
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 13 
 
 
 
Antecedentes europeus das grandes navegações 
 
No século XIV ocorre a transição entre o período denominado Idade Média para a Idade Moderna, 
quando floresce o capitalismo e o Estado Absolutista. Na Idade Média o sistema político era a 
monarquia descentralizada, ou seja o rei não possuía poderes plenos pois eles estavam distribuídos 
entre a nobreza feudal. O monarca só mandava de fato em seu próprio feudo enquanto os outros 
senhores feudais possuíam autonomia administrativa. E nos aspectos econômicos a Idade Média se 
caracteriza por uma estrutura econômica agrária, sem comércio (praticamente estática 
comercialmente), e de subsistência. 
Após as guerras entre católicos e islâmicos no século XII, as chamadas cruzadas, ocorreu a 
reabertura comercial do Mar Mediterrâneo, que durante os séculos da Idade Média em termos 
comerciais estava tecnicamente estático. As cruzadas tinham antes de tudo objetivos religiosos, porém 
sua maior consequência foi o “Renascimento comercial e Urbano”. Foram pioneiras as cidades italianas 
de Gênova e Veneza (naquela época eram cidades independentes e não havia ainda o Estado Nacional 
italiano que só surgiria no século XIX) que passaram a monopolizar a navegação no Mediterrâneo, 
impondo barreiras militares e aduaneiras às embarcações de outras localidades. Entre o século XII e 
XIV surge e se fortalece a classe social que será o elemento social catalisador da formação do Estado 
Nacional Moderno e das Grandes Navegações: A Burguesia. 
 
O mediterrâneo e sua importância 
 
 
 
O mar mediterrâneo É o maior mar interior continental do mundo. Compreendido entre a Europa 
meridional (sul), a Ásia ocidental (oriente médio) e a África setentrional (Norte) com aproximadamente 
2,5 milhões de km². Era a plataforma de navegação dos romanos que o chamavam de “mare nostrun”, 
pois os limites interiores do império eram seus litorais. Na idade média os europeus viveram entre os 
séculos IX e XII o feudalismo, que se caracteriza principalmente por ser uma estrutura econômico-
social totalmente agrária, de subsistência, com ausência quase total de comércio e baseada em 
 
3 Os Estados Nacionais Europeus da Idade Moderna, o 
Absolutismo e o Mercantilismo. 
 
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 14 
 
relações medievais de vassalagem, em que um guerreiro que possuía maior nobreza e poder, ao 
comandar a conquista de um território em uma campanha militar, reconhecia seus nobres subordinados 
com a concessão de feudos (territórios – grandes faixas de terra), para que fossem então seus 
senhores. O mar neste período era dominado pelos árabes islâmicos no norte da áfrica, que enquanto a 
Europa padecia de uma estrutura monárquica descentralizada em que o rei só tinha soberania de fato 
sobre seu próprio feudo, e o comércio era raro e atividade custosa, pois a cada feudo que se 
atravessava, havia muitos impostos a serem pagos tanto para entrar e sair como para usar suas 
estradas e pontes. Isso somado a uma variedade de moedas que também variavam de feudo à feudo, 
assim como as leis também variavam. Isso tudo tornava a atividade comercial bastante difícil. 
O mar permite o contato entre regiões e povos muito diferentes. Com as cruzadas Gênova e Veneza, 
enriqueceram muito e se impuseram economicamente e militarmente no Mar mediterrâneo e passaram 
a dominá-lo. O mar passa a movimentar um intenso comercio marítimo, pois unia a Europa ocidental à 
regiões do oriente médio, onde iam buscar especiarias. 
 
Especiarias: produtos como cravo, canela, pimenta, noz moscada, seda, perfumes, incensos 
e marfim. Eram muito valiosas na Europa e eram compradas a preço baixo nas “Índias Orientais” 
que tinham como porta de entrada a cidade de Constantinopla, hoje chamada Istambul. Iam até 
a China através da “rota da seda”. 
 
O mar mediterrâneo passa a ser a partir das cruzadas um grande eixo comercial em que a 
navegação e o comércio eram cada vez mais importantes. E a burguesia ia ficando mais rica e influente. 
 
A Revolução de Avis e a formação do Estado Nacional Moderno. 
 
Portugal e Espanha são chamados países Ibéricos por estarem localizados na península Ibérica. 
Entre o século XII e XIV Portugal se formou como um reino cristão que lutou pela expulsão dos 
“mouros” (árabes e berberes islâmicos que habitavam a península ibérica e hoje o norte da áfrica.) da 
península (Episódio conhecido como Guerra de Reconquista). Ao norte havia os reinos cristão de Leão, 
Castela, Navarra e Aragão, enquanto ao sul, na maior parte da península estavam os mouros. Nesse 
contexto o nobre francês Henrique de Borgonha recebeu por seu destaque na luta pela expulsão dos 
islâmicos o condado portucalense. Seu filho, Afonso Henriques, libertou-se politicamente do reino de 
Leão e proclamou-se rei de Portugal em 1139. A independência do novo reino foi formalmente 
reconhecida pelo rei de leão de Castela em 1143. A Guerra de Reconquista influenciou toda a 
organização do Estado português. A constante mobilização para a guerra reforçou o poder do rei como 
chefe militar, facilitando a centralização política. A luta contra os mouros continuou até 1249, quando se 
deu a conquista final do território atual de Portugal e a expulsão dos árabes. Para os lusitanos havia 
encerrado a Guerra de Reconquista. 
Portugal produzia vinhos e azeites e era entreposto comercial marítimo importante. As 
embarcações ancoravam onde hoje é a cidadedo porto para se abastecerem e ali já era praticado um 
importante comércio em razão disso. 
Portugal sofre os efeitos da peste negra (1347 – séc. XIV). Ocorreu uma enorme perda populacional 
(em toda a Europa a peste chegou a matar quase um terço da população) que tornou a mão de obra 
escassa e, portanto mais cara gerando conflitos entre os camponeses e os senhores. Nesse momento 
inicia-se uma crise sucessória ao trono português que dará fim a dinastia de Borgonha que estava no 
poder desde D. Afonso Henriques. A crise sucessória no trono: Em meio a esse clima de tensão 
social o ultimo rei da dinastia de Borgonha Morreu: D. Fernando I e para piorar as coisas, não deixou 
herdeiros masculinos. A filha do rei morto, Dona Cristina era casada com o rei de Castela que 
apresentou-se como pretendente do trono português. A alta nobreza de Portugal apoiou as pretensões 
do rei castelhano, mas a alta burguesia de Lisboa e do Porto foram contra, o que acabou por dividir 
Portugal. 
Sob a liderança de Álvaro Pais, a burguesia comercial-marítima tomou a iniciativa de aliar-se a D. 
João, mestre de Avis, irmão bastardo de Fernando I, o rei morto. Depois de sublevar Lisboa, Álvaro 
Pais apelou com êxito para o povo. Graças ao apoio popular a alta burguesia venceu os castelhanos na 
batalha de Aljubarrota (1385) pondo fim a ameaça estrangeira, representada pelo risco de anexação à 
Espanha. Vitorioso contra os inimigos externos e internos, D. João, mestre de Avis, com o apoio da alta 
burguesia, assumiu o trono como o titulo de D. João I (1385-1433), fundando a Disnastia de Avis (1385-
1580). Esse acontecimento, conhecido como Revolução de Avis é considerado pelos historiadores 
portugueses o início da Era Moderna em Portugal. É considerado o primeiro Estado Nacional 
moderno do mundo. Também pode ser chamado de Estado Absolutista. 
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 15 
 
Nesta associação da burguesia e nobreza colocando D. João mestre de Avis como soberano, o 
Estado passa a ser parceiro dos burgueses organizando a legislação e os impostos de forma a 
estimular o comércio. Estabelece impostos, leis e moedas nacionais (válidos em todo o território do país 
e não mais nos feudos somente), enquanto se beneficia dos altos impostos que passa a receber e se 
tornam a principal fonte de receita do reino. Desse encontro entre o Estado e a economia, nos quadros 
de uma sociedade aristocrática foi ganhando forma a política econômica mercantilista. O mercantilismo 
consistiu no controle da economia pelo rei, ou mais exatamente na intervenção do estado na 
economia. 
 
Mercantilismo: Pratica econômica dos Estados Nacionais que pode ser sintetizada em cinco 
características: 
1- Metalismo: A riqueza das Nações seria determinada pela quantidade de metais preciosos 
acumulados. 
2- Balança comercial favorável: Exportar mais que importar (superávit), para favorecer a entrada 
de metais preciosos com as vendas impedir sua saída importando produtos. 
3- Protecionismo: cobrança de altas taxas alfandegárias de produtos de outros países para 
estimular a produção no seu. Taxas altas para manufaturados e baixas para matérias primas, de 
forma a estimular a manufatura para ser exportada em seu pais. 
4- Incentivo à manufatura: estimulo a produção de determinados produtos e concessão de 
monopólio ao fabricante, impedindo a concorrência. 
5- Sistema Colonial: A Busca por possuir colônias para que pudessem ser exploradas. Eram 
importantes fontes das matérias primas e mercado consumidor para as manufaturas da metrópole. 
As colônias deveriam realizar comércio exclusivamente com a metrópole. 
 
O absolutismo monárquico teve como país pioneiro Portugal, mas logo este modelo se espalha. 
Espanha também centraliza seu poder durante as “Guerras de Reconquista” (expulsão dos árabes da 
península ibérica, e França e Inglaterra após a longa “Guerra dos 100 anos” que concentrou o poder 
político e militar nos monarcas europeus. Talvez o monarca absolutista mais lembrado seja Luiz XIV da 
frança, chamado de “rei sol” e que sintetizava seu poder na frase “le etat cést moi” : O Estado sou eu 
 
 
 
As Grandes Navegações 
 
Portugal foi pioneiro na expansão marítima pelo oceano atlântico. Este período é muito importante, 
pois além de significar um momento de ampliação e fortalecimento do capitalismo europeu, marca a 
mudança o eixo econômico do mar mediterrâneo para o atlântico. As grandes navegações foram 
impulsionadas pelo interesse dos reis e da burguesia (que contavam com o apoio da Igreja Católica), a 
escassez de metais preciosos e a necessidade de buscar novas rotas para as “índias”, pois o mar 
mediterrâneo estava monopolizado pelas cidades italianas e por terra os perigos eram muitos. O 
comércio atlântico fortaleceu-se mais ainda a partir de 1453, quando a cidade de Constantinopla foi 
tomada militarmente pelos Turcos Otomanos e inviabilizaram o comércio de especiarias na região para 
os europeus. 
 
 
 
4 A expansão marítima europeia. 
 
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O pioneirismo português 
 
 
Nau de Pedro Alvarez Cabral 
 
São razões do pioneirismo português 
1- Centralização política (Portugal é o primeiro Estado nacional absolutista, também chamado Estado 
Moderno) 
2- Paz interna (Estabilidade político-social enquanto a Espanha ainda estava em sua guerra de 
reconquista, e outros reinos europeus estavam em guerra) 
3- Posição geográfica favorável. 
4- Existência de uma burguesia ambiciosa e com capacidade de investimento 
5- Experiência comercial. 
6- Interesse e incentivo comercial do Estado português (que inclusive criou escolas de navegação). 
7- Novas invenções tecnológicas (Bússola, pólvora, astrolábio, quadrante, cartografia etc ...). 
De todos os elementos que tornaram Portugal pioneiro se destacam o Estado absolutista e a paz 
interna, estas características exclusivas do reino lusitano. 
Trinta anos após a Revolução de Avis tiveram início as navegações portuguesas. Em 1415 Portugal 
conquistou a cidade de Ceuta, localizada no norte da África, no Marrocos, que era um importante 
centro comercial árabe. Entre 1415 e 1488 Foi explorado o litoral atlântico onde hoje está o território 
litorâneo entre o Marrocos e a África do sul. A esta faixa denomina-se Périplo africano. É bom lembrar 
que avançar alguns quilômetros no oceano é tarefa complicada que exige domínio das correntes 
marítimas e o mapeamento da trajetória. Tarefas lentas e custosas. Em 1488 Bartolomeu Dias 
conquistou o extremo sul do continente africano e dobrou o que era chamado de “cabo das tormentas”, 
devido ao mar agitado, encontro dos oceanos Atlântico e Pacífico. Depois disso foi rebatizado de cabo 
da boa esperança. Em 1498 Vasco da Gama conquista a cidade de Calicute, na Índia. Com a 
descoberta do caminho para a Índia, Portugal passou a dominar o comércio de especiarias, e com sua 
rede de Feitorias, dominou o comércio do ouro por cem anos (1450 a 1550) e já era um grande 
traficante de escravos quando Pedro Álvares de Cabral chegou ao Brasil, em 1500. 
 
 
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As navegações espanholas 
 
A Espanha começou sua navegação após o fim de sua Guerra de Reconquista e a conquista da paz 
e o desenvolvimento do seu Estado Absolutista (O ano é 1492. No mesmo ano que acaba a 
reconquista, Colombo chega à América). Seu primeiro Grande navegador foi Cristovão Colombo que 
em busca de novas rotas tentou a circunavegação (dar a volta na terra de navio). Lembre-se que o 
mediterrâneo era monopolizado pelos italianos, o caminho por terra e por Istambul inviáveis devido aos 
riscos e o atlântico agora era português. A audaciosa viagem de Colombo atravésdo atlântico tinha por 
objetivo atingir a China. Quando foi constatado que as terras atingidas por Colombo pertenciam a um 
continente até então desconhecido, foram consideradas um obstáculo. O “Novo mundo – a América- , 
no início, não despertou o interesse da Coroa espanhola. O mesmo ocorreu com o Brasil depois que 
aqui chegou a esquadra de Pedro Álvares Cabral. Com a Espanha entrando em cena, colocou-se o 
problema das fronteiras luso-espanholas no ultramar, que só foi solucionada com o Tratado de 
Tordesilhas. 
Obs: A primeira viagem de circunavegação completa foi realizada pelo espanhol Fernão de 
Magalhães em 1519. 
 
A Bula Intercoetera e o Tratado de Tordesilhas 
 
A disputa comercial e territorial entre Portugal e Espanha fez com que o arbítrio internacional fosse 
necessário. Em 1493, mediado pelo Papa, foi proposta a Bula intercoetera que determinava que os 
limites a 100 léguas das ilhas de Cabo Verde (pequeno arquipélago africano próximo à Europa) à Oeste 
seriam espanhóis e à leste, seriam portugueses. Portugal negou. Depois em 1494, logo após a viagem 
de Colombo e antes da chegada dos portugueses ao Brasil foi assinado o Tratado de Tordesilhas, 
tomando por base o meridiano que passava a 370 léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde, ficou 
estabelecido que os domínios espanhóis eram aqueles situados a Oeste e os portugueses os situados à 
leste. Porém, à medida que outros países entraram na corrida pelas possessões ultramarinas, esse 
acordo passou a ser questionado, principalmente pelo rei da França, que indagava “onde estava o 
testamento de Adão, dizendo que o mundo era de Portugal e Espanha”. Nos anos seguintes território 
Brasileiro passou a ser alvo de invasões estrangeiras francesas, inglesas e no século XVII dos 
holandeses. 
 
 
 
 
A Igreja e a Expansão Marítima 
 
Desde o século XV a Igreja vinha sofrendo várias criticas e no século XVI passou por um momento 
de enfraquecimento na Europa em razão da Reforma Religiosa iniciada por Martinho Lutero. Para evitar 
que o protestantismo se espalhasse para o Novo Mundo (as novas terras descobertas, as Américas) a 
Igreja apoiou ativamente a expansão Ibérica e se associou ao Estado português e espanhol através do 
regime de padroado. 
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O Padroado era a associação entre o Estado (no nosso caso o português) e a Igreja Católica. O 
Estado colaboraria para a expansão territorial do catolicismo e a Igreja apoiava a expansão tanto 
através de justificativas e na colaboração na educação e aculturação dos habitantes do Novo Mundo. A 
educação proporcionada pela Igreja era dada pela Ordem religiosa dos padres jesuítas que construíam 
as “Missões Jesuíticas”, cuja função era transmitir a fé católica aos indígenas e ensiná-los agricultura de 
subsistência. Há de se destacar que os indígenas não foram oficialmente escravizados por Portugal e 
muito disso se deve a oposição da Igreja e a atuação dos jesuítas que tentavam impedir que os 
indígenas se tornassem cativos. 
 
 
Oscar Pereira da Silva: Desembarque de Pedro Alvarez Cabral em Porto Seguro. Obra atualmente exposta no Museu de Belas 
Artes do Rio de Janeiro. 
 
Questões 
 
1) No final do Século XIV, o único Estado centralizado e livre de guerras, o que lhe permitiu ser o 
pioneiro na expansão ultramarina, era o 
A) espanhol. 
B) inglês. 
C) francês. 
D) holandês. 
E) português 
 
2) O Tratado de Tordesilhas, celebrado em 1494 entre as Coroas de Portugal e Espanha, pretendeu 
resolver as disputas por colônias ultramarinas entre esses dois países, estabelecia que 
A) os espanhóis ficariam com todas as terras descobertas até a data de assinatura do Tratado, e as 
terras descobertas depois ficariam com os portugueses. 
B) os domínios espanhóis e portugueses seriam separados por um meridiano estabelecido a 370 
léguas a oeste das ilhas de Cabo Verde. 
C) a Igreja Católica, como patrocinadora do Tratado, arrendaria as terras descobertas pelos 
portugueses e espanhóis nos quinze anos seguintes. 
D) Portugal e Espanha administrariam juntos as terras descobertas, para fazerem frente à ameaça 
colonialista da Inglaterra, da Holanda e da França. 
E) portugueses e espanhóis seriam tolerantes com os costumes e as religiões dos povos que 
habitassem as terras descobertas. 
 
3) A propósito da expansão marítimo-comercial europeia dos séculos XV e XVI pode-se afirmar que 
A) a igreja católica foi contrária à expansão e não participou da colonização das novas terras. 
B) os altos custos das navegações empobreceram a burguesia mercantil dos países ibéricos. 
C) a centralização política fortaleceu-se com o descobrimento das novas terras. 
D) os europeus pretendiam absorver os princípios religiosos dos povos americanos. 
E) os descobrimentos intensificaram o comércio de especiarias no mar mediterrâneo. 
 
4) No contexto da expansão marítima, que levou os europeus a encontrar a América, Portugal 
destacou-se como pioneiro das grandes navegações do século XV. Entre os muitos fatores que 
contribuíram para o pioneirismo português, destacam-se: 
A) a associação Estado/Igreja e a centralização do poder. 
B) a política mercantilista e a expulsão dos mouros da península Ibérica. 
C) a centralização administrativa e a posição geográfica. 
D) a ausência de guerras e a ascensão da nobreza fundiária. 
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E) a industrialização e a centralização do poder. 
 
 5) No início dos tempos modernos, assistimos a uma série de grandes transformações que atuaram 
na desestruturação do mundo feudal e também se refletiam na diminuição do poder da Igreja, na 
expansão comercial e marítima, no desenvolvimento da burguesia, no Renascimento e na reforma 
religiosa. Também está ligada a este período histórico: 
A) a descentralização política e administrativa do Estado; 
B) a formação das repúblicas federativas; 
C) a ascensão das ditaduras pelas elites militares; 
D) a ascensão das ditaduras lideradas pelas classes trabalhadoras; 
E) a formação das monarquias nacionais absolutistas. 
 
6) A aliança entre Rei e Burguesia no final da Idade Média e início da Idade Moderna não teve como 
objetivo: 
A) o fortalecimento da centralização política contra o particularismo feudal vigente até então; 
B) a unificação de moedas, pesos e medidas, a fim de facilitar as transações comerciais; 
C) a definição de fronteiras e, ao mesmo tempo, de mercados internos e externos; 
D) descentralização administrativa do estado. Consolidação da monarquia descentralizada; 
E) a imposição de código único de leis para o país em lugar do direito consuetudinário feudal. 
 
7) Ao final da Idade Média, a necessidade de novas rotas de comércio gerou a expansão mercantil e 
marítima desenvolvida pelos países atlânticos. Até então, a principal via comercial europeia era o 
Mediterrâneo, cujo monopólio estava concentrado nas mãos dos comerciantes: 
A) venezianos e pisanos 
B) espanhóis e muçulmanos 
C) venezianos e mouros 
D) italianos e árabes 
E) italianos e ibéricos 
 
8) A crise europeia dos séculos XIV e XV constituiu um bloqueio ao desenvolvimento da economia de 
mercado. A superação desse processo foi realizada por meio: 
A) da isenção de tributos para as cidades; 
B) do fortalecimento das corporações de ofício; 
C) da expansão marítima; 
D) de incentivo à lavoura feudal; 
E) das cruzadas. 
 
9) A Expansão Marítima e Comercial é produto de um conjunto de fatores que marcam a época de 
transição por que passava a Europa. Essa transição caracteriza a passagem de um modo de produção 
em crise para outro, isto é: 
A) do escravista para o feudal; 
B) do capitalista para o escravista; 
C) do feudal para o capitalista; 
D) do feudalpara o escravista; 
E) do escravista para o capitalista. 
 
10) À época da expansão Marítima e Comercial, a Europa passava por profundas transformações. 
Entre elas, podemos destacar, exceto: 
A) o advento das monarquias nacionais; 
B) a desintegração do escravismo; 
C) o processo de formação do capitalismo; 
D) a ascensão da burguesia mercantil; 
E) o renascimento comercial. 
 
11) A expansão marítima e comercial empreendida pelos portugueses nos séculos XV e XVI está 
ligada: 
A) aos interesses mercantis voltados para as "especiarias" do Oriente, responsáveis inclusive, pela 
não exploração do ouro e do marfim africanos encontrados ainda no século XV; 
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B) à tradição marítima lusitana, direcionada para o "mar Oceano" (Atlântico) em busca de ilhas 
fabulosas e grandes tesouros; 
C) à existência de planos meticulosos traçados pelos sábios da Escola de Sagres, que previam 
poder alcançar o Oriente navegando para o Ocidente; 
D) a diversas casualidades que, aliadas aos conhecimentos geográficos muçulmanos, permitiram 
avançar sempre para o Sul e assim, atingir as Índias; 
E) ao caráter sistemático que assumiu a empresa mercantil, explorando o litoral africano, mas 
sempre em busca da "passagem" que levaria às Índias.ver 
 
12) Foi fator relevante para o pioneirismo português na expansão marítima e comercial europeia dos 
séculos XV e XVI: 
A) a precoce centralização política, somada à existência de um grupo mercantil interessado na 
expansão e à presença de técnicos e sábios, inclusive estrangeiros; 
B) a posição geográfica de Portugal – na entrada do mediterrâneo, voltado para o atlântico e próximo 
do norte da África –, sem a qual, todas as demais vantagens seriam nulas; 
C) o poder da nobreza portuguesa, inibindo a influência retrógrada da igreja católica, que combatia 
os avanços científicos e tecnológicos como intervenções pecaminosas nos domínios de deus; 
D) a descentralização político-administrativa do estado português, possibilitando a contribuição de 
cada setor público e social na organização estratégica da expansão marítima; 
E) o interesse do clero português na expansão do cristianismo, que fez da igreja católica o principal 
financiador das conquistas, embora exigisse, em contrapartida, a presença constante da cruz. 
 
13) "Sem dúvida, a atração para o mar foi incentivada pela posição geográfica do país, próximo às 
ilhas do Atlântico e à costa da África. Dada a tecnologia da época, era importante contar com correntes 
marítimas favoráveis, e elas começavam exatamente nos portos portugueses... Mas há outros fatores 
da história portuguesa tão ou mais importantes."Assinale a alternativa que apresenta outros fatores da 
participação portuguesa na expansão marítima e comercial europeia, além da posição geográfica: 
A) O apoio da Igreja Católica, desde a aclamação do primeiro rei de Portugal, já visava tanto à 
expansão econômica quanto à religiosa, que a expansão marítima iria concretizar. 
B) Para o grupo mercantil, a expansão marítima era comercial e aumentava os negócios, superando 
a crise do século. Para o Estado, trazia maiores rendas; para a nobreza, cargos e pensões; para a 
Igreja Católica, maior cristianização dos "povos bárbaros". 
C) O pioneirismo português deve-se mais ao atraso dos seus rivais, envolvidos em disputas 
dinásticas, do que a fatores próprios do processo histórico, econômico, político e social de Portugal. 
D) Desde o seu início, a expansão marítima, embora contasse com o apoio entusiasmado do grupo 
mercantil, recebeu o combate dos proprietários agrícolas, para quem os dispêndios com o comércio 
eram perdulários. 
E) Ao liderar a arraia-miúda (alta nobreza) na Revolução de Avis, a burguesia manteve a 
independência de Portugal, centralizou o poder e impôs ao Estado o seu interesse específico na 
expansão. 
 
Gabarito: 1-e, 2-b, 3-c, 4-a, 5-e, 6-d, 7-d, 8-c, 9-c, 10-b, 11-e, 12-a, 13-e 
 
 
 
 
5 O Renascimento cultural, o Humanismo e as reformas 
religiosas. 
 
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 21 
 
O Renascimento Cultural e o humanismo na Itália 
 
A partir do século XIV, com o desenvolvimento comercial pelo qual a Europa passava promoveu um 
grande florescimento artístico. A Itália foi a região pioneira no inicio do renascimento urbano-comercial, 
era a sede da Igreja Católica e formavam-se pequenas monarquias nacionais. Um período de 
desenvolvimento nas artes plásticas que passava a representar o Homem sob o olhar de uma nova 
cultura. O termo renascimento vem dos homens da Época. Acreditavam ser a vanguarda da 
humanidade que teria chegado ao seu auge, rompendo com o pensamento e a cultura que predominava 
durante a Idade Média, que passou a ser chamada de “Idade das trevas”. Neste momento os 
pensadores da época entraram em contato com os escritos filosóficos dos gregos, donde vem um 
profundo sentimento de valorização do homem e natureza. As artes floresceram principalmente em 
cidades como Florença, Gênova e Veneza. O alto clero católico e a rica burguesia comercial que havia 
se formado contratavam artistas de renome para pintar seus retratos e decorar seu palácios e templos. 
Eram os chamados mecenas, os financiadores de obras de arte. O Renascimento floresceu na Itália e 
teve lá seus principais representantes. A principal razão era prosperidade econômica. 
 
Características do Renascimento: 
- Antropocentrismo. “O Homem é a medida de todas as coisas”. Passa a ser visto como o centro do 
universo e é assim representado na arte. 
- Hedonismo. A valorização de prazeres carnais e mundanos, contrapondo-se a noção medieval de 
sofrimento e resignação. 
- Uma valorização e um retorno à cultura clássica (Greco-Romana). Os temas mais frequentes na 
obras eram gregos e romanos, de quem inspiraram-se para ver o mundo de forma antropocêntrica. 
- Naturalismo. Valorização da Natureza. Os renascentistas valorizavam a observação da natureza e 
a experiência. 
 
Entre os principais artistas plásticos do Renascimento podemos citar: 
 
Michelangelo 
 
Sua obra mais importante a pintura do teto da Capela Cistina, no Vaticano. Veja o destaque dado ao 
homem quando pinta a sua criação e os detalhes realistas de sua escultura representando a figura 
bíblica “Davi” 
 
 
Leonardo da Vinci 
 
É considerado o gênio mais completo e que encarnava os ideais do Renascimento. Além de artista 
plástico foi um grande inventor. 
 
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Rafael 
 
Nesta obra intitulada “ A Escola de Atenas” podemos perceber a forte influência da cultura clássica 
(grega e romana). 
 
 
E na literatura: 
- Miguel de Cervantes: “Dom Quixote de La Mancha” 
- Luis de Camões: “Os Lusíadas” 
- Bocaccio: “Decamerão” 
- Dante Alighieri: “A Divina Comédia” 
O Renascimento cultural na literatura é mais conhecido como humanismo. Passam a valorizar a 
razão, o homem e a fazer severas críticas à sociedade e à religião. 
 
Questões 
 
1) "A imprensa torna-se o mecanismo de divulgação das ideias e, por meio da publicação de livros, 
constrói um clima de liberdade para o debate. As publicações envolvem tanto as obras novas como as 
antigas e abrem espaço para o aumento das traduções que vão requerer um conhecimento não só do 
latim, mas também do grego e do hebraico. As publicações nas línguas locais se ampliam facilitando o 
acesso à informação. A ciência se seculariza. 
(RODRIGUES, A.E.; FALCON, F. "A formação do mundo moderno". 
Rio de Janeiro: Elsevier, 2006.) 
Com base no texto, é correto afirmar: 
A) Uma vez registrada e pública, a cultura escrita

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