Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ CENTRO DE CIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA CURSO DE GEOLOGIA IGOR FERNANDES PRAXEDES CONTEXTO GEOLÓGICO E EVOLUÇÃO METAMÓRFICA DO COMPLEXO GRANJA (LOCALIDADES DE MORRO VERMELHO, Dr. PRIVAT E CANTO SALGADO) FORTALEZA 2011 IGOR FERNANDES PRAXEDES CONTEXTO GEOLÓGICO E EVOLUÇÃO METAMÓRFICA DO COMPLEXO GRANJA (LOCALIDADES DE MORRO VERMELHO, Dr. PRIVAT E CANTO SALGADO) Monografia submetida à Coordenação do Curso de Graduação em Geologia, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Geólogo. Área de concentração: Geologia Regional. Orientador: Prof. Dr. José de Araújo Nogueira Neto Co-orientador: Prof. Dr. Christiano Magini FORTALEZA 2011 IGOR FERNANDES PRAXEDES CONTEXTO GEOLÓGICO E EVOLUÇÃO METAMÓRFICA DO COMPLEXO GRANJA (LOCALIDADES DE MORRO VERMELHO, Dr. PRIVAT E CANTO SALGADO) Monografia submetida à Coordenação do Curso de Graduação em Geologia, da Universidade Federal do Ceará, como requisito parcial para obtenção do título de Geólogo. Área de concentração: Geologia Regional. Aprovada em ___ /___ /____. BANCA EXAMINADORA _______________________________________________________ Prof. Dr. Christiano Magini (Co-orientador) Universidade Federal do Ceará - UFC _______________________________________________________ Prof. Dr. Wagner da Silva Amaral (Membro) Universidade Federal do Ceará - UFC _______________________________________________________ Msc. Glória Maria Silva Hamelak (Membro) Mestre em Geologia pela UFC Ao meu Avô, Raimundo Praxedes (in memoriam) e à minha Família. AGRADECIMENTOS A Deus, por ter me dado força nestes 23 anos de muitas vitórias; à minha mãe Glades, por sempre estar ao meu lado nas minhas decisões, praticamente vivendo somente em prol da minha felicidade, muito obrigado MÃE, te amo; à minha avó Nicélia, por ter sido essa minha segunda mãe maravilhosa; às minhas tias, Glaucia e Glaudia, que apesar das briguinhas eu sei que elas sempre quiseram o melhor para mim; aos meus tios, Gladson e Glauber, que sempre fizeram o espelho de homem (pai) em momentos importantes na minha vida; todos os familiares e amigos que de alguma forma participaram dessa trajetória, muito obrigado; À minha namorada Marcela, que sempre me apoiou nesses dois últimos anos, contribuindo muito nesta reta final de um capítulo da minha vida. Eu te amo. Agradeço imensamente ao meu orientador Prof. Dr. José de Araújo Nogueira Neto (ZECA), o qual depositou em mim três anos de muita confiança, conhecimento, dedicação, e por acreditar na minha capacidade, me preparando para minha verdadeira vida geológica que está só começando e ao eterno mestre Michel Henri Arthaud “in memoriam”, que infelizmente não pode estar aqui ao meu lado neste momento muito feliz da minha vida. Ele foi a primeira pessoa que olhou para mim e acreditou, me indicando e colocando em rumo para um grande futuro. Um agradecimento muito especial para esses dois grandes professores. Muito obrigado por tudo; Agradeço a todos os professores do Departamento de Geologia pela grande ajuda na busca do conhecimento geológico, principalmente aos professores Neivaldo Araújo de Castro, Christiano Magini, Clóvis Vaz Parente, Wellington Ferreira da Silva Filho, Tereza Falcão de Oliveira Neri, Otaciel de Oliveira Melo, Afonso Rodrigues de Almeida, Wagner da Silva Amaral e César Ulisses Vieira Verissímo, que ajudaram com sugestões ou de outra forma na elaboração deste trabalho, muito obrigado. Aos eternos amigos de campo, David e João Paulo, que dividi tantas certezas e incertezas geológicas durante esses longos cinco anos; Agradeço também aos “sobreviventes” da turma de Geologia 2006.1, que dividi tantas felicidades em sala e campo, principalmente Fernando Erico (Erikim), Nelson, Salomão, Karini, Marcos Paulo, Paulo Victor e Elisimara; Aos companheiros(as) de campo em Granja, Antônio José (Portuga), Talita, Leiliane, Gabi, Andressa e Diones (bgoode) e a todos os meu amigos(as) que contribuíram nessa jornada. À Universidade Federal do Ceará, por possibilitar a concretização desse sonho, incentivando a pesquisa e ajudando a formar novos pesquisadores; Ao PIBIC/CNPq, pelo apoio financeiro com a manutenção da bolsa de Iniciação Cientifica, durante esses dois últimos anos, culminando com a realização dos projetos “Evolução do Metamorfismo Granulítico do Complexo de Granja, NW do Ceará” e “Mapeamento Geológico e Levantamento dos Recursos Minerais do Complexo de Granja, Folha Granja – CE” e À CPRM, pela grande experiência em participar do projeto “Mapeamento Geológico e Levantamento dos Recursos Minerais da Folha Granja, CE”. Muito obrigado a todos que de alguma forma colaboraram durante este caminho cheio de “pedras”. "No meio do caminho tinha uma pedra tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra no meio do caminho tinha uma pedra.” (Carlos Drummond de Andrade) RESUMO A natureza do Complexo Granja, terreno Paleoproterozóico de alto grau metamórfico, é ainda muito discutida em relação aos limites geológicos, eventos metamórficos e evolução geológica. Neste trabalho foi investigado o setor norte deste complexo, na região compreendida entre as cidades do Ceará, Granja e Camocim (localidades de Morro Vermelho, Dr. Privat e Canto Salgado). Enfocando as mais importantes premissas, objetivos e metodologias de trabalho relativas ao reconhecimento de feições petrológicas de natureza sedimentar, ígnea e metamórfica, materializadas após a realização de alguns trabalhos de campo e na confecção de mapa(s) que ilustram diferentes observações. Foram identificadas as seguintes unidades: (i) gnaisses TTG e kinzigitos do Complexo Granja (Unidades Gnáissica- Migmatítica e Granulítica), relativa ao embasamento Paleoproterozóico; (ii) rochas supracrustais do Grupo Martinópole compostas por quartzitos puros e impuros, filito e calcissilicática; (iii) zonas de cisalhamento dextrais composta por milonitos (Subunidade Milonítica); (iv) Riolito representando a Suíte Magmática Ceará-Mirim; (v) conjunto de rochas sedimentares compostas por arenitos, conglomerados e depósitos detrítico-lateríticos do Grupo Barreiras; (vi) Cobertura Colúvio-Eluvionar composta por sedimentos arenosos caulínicos e níveis síltico-arenoso e (vii) sedimentos inconsolidados (Depósitos Aluviais). Todas as unidades pré-cambrianas mostram foliação tectônica preferencialmente NE-SW, com mergulhos para SE. Na unidade Gnáissica-Migmatítica observa-se um desenvolvimento acentuado de importantes zonas de cisalhamento dextrais, como a Zona de Cisalhamento de Granja. Os dados petrográficos permitiram ter uma importante caracterização metamórfica do Complexo Granja, mostrando um importante zoneamento metamórfico desde a zona da cianita (NW) até a zona da biotita (SE). Esta evolução metamórfica seguiu uma trajetória P-T em sentido horário de altas temperaturas (> 600°C) e pressões médias (entre 5kbar e 10kbar) para o Complexo Granja. Eleva-se o fato de que a bibliografia utilizada e pesquisada tenha sido a mais atual e que esta confronta construtivamente toda uma série de argumentos e interpretações sobre o Complexo Granja. Palavras-chave: Complexo Granja, Zoneamento Metamórfico, Unidade São Joaquim. ABSTRACT GEOLOGICALCONTEXT AND METAMORPHIC EVOLUTION OF THE GRANJA COMPLEX (LOCATIONS OF CANTO SALGADO, DR. PRIVAT AND MORRO VERMELHO. The origin of the high-grade metamorphic terrain of the Granja Complex is still controversial in relation to its geological boundaries, the geological evolution and metamorphic events. In this work we investigated the Northern sector of this complex in the region between Ceará, Granja, and Camocim towns (localities of Morro Vermelho, Dr. Privat, and Canto Salgado). The main objectives of this work were the, recognition of sedimentary, igneous and metamorphic petrological, which were materialized on the basis of extensive field work and mapping. The following units were identified: (i) TTG gneisses and kinzingites of the Granja Complex (Gneissic-Migmatitic and Granulitic Units) concerning the Paleoproterozoic basement; (ii) supracrustal rocks of the Mártinópole Group, composed of both pure and impure quartzites, phyllites, and calciosilicate rocks; (iii) dextral shear zones composed of mylonites (mylonitic subunit); (iv) rhyolite, represented by the Ceará-Mirim Magmatic Suite; (v) a set of sedimentary rocks consisting of sandstones, conglomerates, and detritic-lateritic deposits of the Barreiras Group; (vi) Colluvium-Eluvial) sedimentary cover composed of sandy, kaolinitic and sandy-siltic levels and (vii) sediments (Alluvial Deposits). All Precambrian units show a mostly NE-SW-oriented tectonic foliation dippings to the SE. The Gneissic-Migmatitic unit is marked by the development of major dextral shear zones, as the Granja Shear Zone. Petrographic data allowed an important metamorphic characterization of the Granja Complex and showed a notable metamorphic zoning from the kyanite (NW) to the biotite zone (SE). This metamorphic evolution followed a high-temperature, medium- pressure clockwise P-T path (> 600°C for 5 to 10 kbar) for the Granja Complex. We emphasize that the references employed here are the most current and helped our interpretation regarding the evolution of the Granja Complex. Keywords: Granja Complex, Metamorphic Zoning, São Joaquim Unit LISTA DE ILUSTRAÇÕES Figura 1.1 – Mapa de localização e vias de acesso às áreas de pesquisa. Também se observam os vértices (1,2,3 e 4) da área “geral” 27 Figura 2.1 – Mapa do Brasil com a localização da Província Borborema (BIZZI et al. 2003) 29 Figura 2.2 – Compartimentação estrutural da Província Borborema (BIZZI et al. 2003) 30 Figura 2.3 – Mapa Geológico Regional do Domínio NW do Ceará (modificado de CAVALCANTE & FERREIRA, 1983; NOGUEIRA NETO, 2000 e CAVALCANTE, 2003) 32 Figura 2.4 – Bloco diagrama mostrando a configuração tectônica do DMC com as principais zonas de cisalhamento delimitando as rochas do embasamento e as supracrustais (SANTOS et al., 2008b) 40 Figura 3.1 – Coluna estratigráfica com as unidades observadas nas áreas de estudo. Legenda: PPg - Unidade Gnáissica-Migmatítica; PPga - Subunidade Anfibolítica; PPgm - Subunidade Milonítica; PPgg - Unidade Granulítica; PPgge - Subunidade Gnáissica Enderbitica e Máfica; NPmsj - Unidade São Joaquim; JK1c - Suíte Magmática Ceará-Mirim; ENb - Grupo Barreiras Indiferenciado; ENbc – Depósitos Detrítico-Lateríticos (Grupo Barreiras – Formação Camocim); NQc - Cobertura Colúvio-Eluvionar e Qa - Depósitos Aluviais. 56 Figura 5.1 – Utilização das imagens aerogeofísicas (magnetometria), do modelo digital do terreno (SRTM) e fusão das bandas 7,4 e 2 do LANDSAT5 - TM_218_06 (região de Granja/CE, obtido no dia 12 de Setembro de 2008) como ferramentas que auxiliaram na extração das grandes estruturas regionais na fase inicial da etapa de campo. Legenda: Área Vermelha - Morro Vermelho; Área Azul - Dr.Privat; Área Verde - Canto Salgado 72 Figura 5.2 – Digrama de roseta dos planos de foliação Sn (esquerda) e estereograma de contorno (direita) referente aos mergulhos do Complexo Granja e Unidade São Joaquim. Observa-se que as direções principais para planos de foliação são NE-SW concordando com o trend regional 74 Figura 5.3 – Estereograma com medidas de lineação sempre apresentando baixo ângulo e mergulhando ora para NE ora para SW 77 Figura 5.4 – (a) Bloco geológico esquemático (seção NW-SE) mostrando a estruturação da estratigrafia das áreas de pesquisa. (b) estereogramas com isofrequência de contagem do mergulho das foliações Sn do Complexo Granja (Unidade Gnáissica-Migmatítica e Unidade Granulítica) e Unidade São Joaquim 79 Figura 5.5 – Estereograma mostrando o comportamento do fraturamento das rochas pré- cambreanas. Os planos azuis e pretos são os representativos do fraturamento vertical e os planos vermelhos são os que apresentam um mergulho moderado. 80 Figura 6.1 – Mapa de zoneamento metamórfico das rochas estudas nas áreas de pesquisa 89 Figura 6.2 – Grade petrogenética para os metassedimentos pelíticos da Unidade Granulítica. A seta azul mostra a trajetória P-T (através da associação mineral) sofrida durante o metamorfismo desta litotipo 90 Figura 6.3 – Diagrama P-T mostrando os campos dos vários fácies metamórficos. A seta azul mostra a mostra a trajetória P-T (através da associação mineral) sofrida durante o metamorfismo da Unidade Gnáissica Enderbítica e Máfica, a seta vermelha da Unidade Gnáissica-Migmatítica e a seta verde da Unidade São Joaquim. Abreviações usadas: Hfls = hornfels, AE = albita-epidoto, HBL = hornblenda, PX= piroxênio, PREH-PUMP= prehnita-pumpellyta 90 Figura 6.3 – Desenho esquemático ilustrando a evolução geológica pré-cambriana das áreas de estudo 93 Quadro 3.1 – Nomes correlacionados no texto a cada área de estudo 42 Tabela 1.1 – Coordenadas em UTM da área geral 25 Tabela 1.2 – Coordenadas em UTM da área Morro Vermelho 25 Tabela 1.3 – Coordenadas em UTM da área Dr. Privat 25 Tabela 1.4 – Coordenadas em UTM da área Canto Salgado 25 LISTA DE FOTOGRAFIAS Fotografias 3.1 – (a) Afloramento com centenas de metros mostrando um biotita- hornblenda gnaisse-migmatítico em forma de lajedo na porção NE da área mapeada (Ponto GR-2010.2-38, Coord. UTM-24S: 0302468 E / 9661466 N). (b) Afloramento em forma de lajedo nas proximidades do contato com a Unidade Granulítica onde se observa uma anisotropia bem marcada caracterizando a foliação Sn (Ponto GR-2010.2-06, Coord. UTM-24S: 0300306 E / 9660690 N). (c) Dobras intrafoliais pertencentes à Unidade Gnáissica-Migmatítica (Ponto GR-2010.2-10, Coord. UTM-24S: 0299448 E / 9659080 N). (d) Veios de epidotos preenchendo fraturas em um gnaisse milonítico (Ponto GR-2010.2-31, Coord. UTM-24S: 0301614 E / 965823 N). (e) Afloramento em forma de lajedo onde se observa o gnaisse totalmente migmatizado, mostrando níveis elevados de fusão parcial (Ponto CPRM-2010.1-152, Coord. UTM: 295294 E / 9657516 N). (f) Afloramento mostrando alternância entre bandas máficas e félsicas dentro do biotita-hornblenda gnaisse migmatítico (Ponto GR-2010.2-38, Coord. UTM-24S: 0302468E / 9661466N) 43 Fotografia 3.2 – Calcisilicática em meio à foliação do biotita-hornblenda gnaisse migmatítico, (Ponto GR-2010.2-44, Coord. UTM-24S: 0299114 E / 9658898 N) 44 Fotografia 3.2 – Cristal de plagioclásio rotacionado em meio à foliação Sn do biotita- hornblenda gnaisses migmatíticos mostrando um sentido de cisalhamento dextral, (Ponto GR-2010.2-44, Coord. UTM-24S: 0299114E/9658898N) 44 Fotografias 3.4 – (a) Anfibolito com sua cor predominante, verde escuro, e constituído praticamente de hornblenda (Ponto GR-2010.2-45, Coord. UTM-24S: 0299566 E / 9659206 N). (b) Anfibolito intercalado a gnaisses migmatítos na forma de enclaves (Ponto GR-2010.2-45, Coord. UTM- 24S: 0299566 E / 9659206 N) 45 Fotografias 3.5 – (a) Afloramento de hornblenda milonito em forma de lajedo na borda sul do açude Pedraria. (Ponto GR-2010.2-26,Coord. UTM: 0301038 E / 9658952 N). (b) Afloramento representando uma dobra em “Z” e um boudin rotacionado durante o cisalhamento da rocha onde as duas deixam marcante o movimento dextral dessa zona de cisalhamento. (Ponto GR-2010.2-26, Coord. UTM-24S: 0301038 E / 9658952 N) 46 Fotografias 3.6 – (a) Silimanita-cianita-granada-biotita gnaisse na forma de lajedo na localidade de seiscentos (Ponto GR-2011.1-50, Coord. UTM-24S: 0295603 E / 9666562 N). (b) Concentrado de granadas em meio à foliação Sn da Unidade Granulítica (Ponto GR-2011.1-54, Coord. UTM-24S: 0296334 E / 9663254 N) 47 Fotografias 3.7 – (a) Afloramento de cianita-silimanita-granada-biotita gnaisse com um veio quartzo-feldspático concordante com a foliação Sn (Ponto GR- 2011.1-90, Coord. UTM-24S: 0295197 E / 9666662 N). (b) Afloramento na localidade de Seiscentos, leste da CE–085, onde se observa um intemperismo acentuado nas rochas da Unidade Granulítica (linhas pretas mostrando o aspecto da alteração dos mobilizados de fusão e as linhas vermelhas o dos concentrados de granada nestes mobilizados (Ponto GR-2011.1-79, Coord. UTM-24S: 0295105 E / 9666886 N) 48 Fotografias 3.8 – (a) Bandamento típico desta unidade marcado pela alternância de bandas máficas e félsicas (Ponto GR-2010.2-32, Coord. UTM: 0300742 E / 9660868 N). (b) Concentrado de granada em meio aos mobilizados de fusão da Unidade Granulítica (Ponto GR-2011.1-52, Coord. UTM: 0295328 E / 9661714 N) 48 Fotografias 3.9 – (a) Aspecto do gnaisse enderbítico observado na área três, proximidades de Canto Salgado, com sua cor verde característica (Ponto GR-2011.1-82, Coord. UTM: 0295213 E / 9662288 N). (b) Granulito máfico intercalado ao silimanita-granada-biotita gnasse com hornblenda com sua cor preta característica (Ponto GR-2011.1-54, Coord. UTM-24S: 0296334 E / 9663254 N) 49 Fotografia 3.10 – Vista lateral do Serrote Jereguapuaba: feição morfológica positiva sustentada pelas intercalações de gnaisses enderbíticos e granulitos máficos em meio aos silimanita-granada-biotita gnaisses com hornblenda. (Foto 108, tirada no ponto GR-2011.1-88 com vista para norte, Coord. UTM-24S: 0294479 E / 9661851 N) 49 Fotografias 3.11 – Intercalações de (a) gnaisse enderbítico dispersos na foliação e (b) granulito máfico em forma de lente nos silimanita-granada-biotita gnaisse com hornblenda. A orientação dos corpos é concordante com a foliação Sn (a – Ponto GR-2011.1-82, Coord. UTM: 0295213 E / 9662288 N ; b – Ponto CPRM-2010.1-25, Coord. UTM: 300393 E / 9660952 N). (c) Litotipo caracterizado por um gnaisse enderbítico, sem sinais de deformação (Ponto CPRM-2010.1-149, Coord. UTM: 292980 E / 9657726 N) 50 Fotografias 3.12 – (a) Vista lateral do serrote Aroeira: feição morfológica positiva sustentada pelos quartzitos da unidade São Joaquim. (Foto 184, Coord. UTM-24S: 0303223E / 9660372 N). (b) Quartzito ferrífero na região de Canto Salgado (Ponto GR-2010.2-33, Coord. UTM-24S: 0299566 E / 9659206 N) 51 Fotografias 3.13 – (a) Rocha calcissilicática bandada de cor escura, granulação fina e anisotropia bem marcada (Ponto GR-2010.2-20, Coord. UTM-24S: 0302968 E / 9658808 N). (b) Quartzito de granulação média-grossa com muscovita e turmalina no topo do Serrote Aroeira (Ponto GR- 2010.2-18, Coord. UTM-24S: 0302556 E / 9658154 N). (c) Filito com plano de xistosidade bem definido e brilhante, bastante alterado e intemperizado, (Ponto GR-2010.2-14, Coord. UTM-24S: 0303337 E / 9659254 N) 52 Fotografia 3.14 – Aspecto porfirítico (fenocristais de feldspato potássico) sem orientação preferencial em um bloco de riolito (Amostra GR-2011.1- 64, Coord. UTM-24S: 0294798 E / 9666750 N) 53 Fotografias 3.15 – (a) Lateritas subordinadas na encosta do quartzito ferrífero, região de canto salgado, cartograficamente não diferenciadas (Ponto GR-2010.2- 33, Coord. UTM-24S: 0299566 E / 9659206 N). (b) Conglomerado laterítico matriz suportada com seixos arredondados a subangulosos de quartzo (Amostra GR-2011.1-62b, Coord. UTM-24S: 0296049 E / 9666172 N) 54 Fotografias 3.16 – (a) Cobertura colúvio-eluvionar predominante no distrito de seiscentos, próximo a uma das piscinas de carcinicultura da PMC, em contato erosivo com a Unidade Granulítica (Ponto GR-2011.1-73, Coord. UTM-24S: 0296852 E / 9666930 N). (b) Cobertura eluvionar resultante da alteração das rochas da Unidade Granulítica (Ponto CPRM-2010.1-153, Coord. UTM-24S: 0292544 E / 9657922 N) 55 Fotografia 3.15 – Sedimentos inconsolidados de idade quaternária associados a planície aluvial do Rio Coreaú. (Ponto GR-2010.2-34 - Coord. UTM-24S: 0301520 E / 9661566 N) 55 Fotografias 5.1 – Bandamento composicional típico representado pela superfície Sn nos gnaisses da Unidade Gnáissica-Migmatítica (a) (Ponto GR-2010.2-06, Coord. UTM-24S: 0300306 E / 9660690 N) e Unidade Granulítica (b) (Ponto GR-2011.1-54, Coord. UTM-24S: 0296334 E / 9663254 N) 73 Fotografias 5.2 – (a) Plano de foliação Sn do hematita quartizito (Ponto GR-2010.2-33, Coord. UTM-24S: 0299566 E / 9659206 N). (b) Planos de xistosidade caracterizados por Sn (Ponto GR-2010.2-14, Coord. UTM-24S: 0303337 E / 9659254 N) 73 Fotografias 5.3 – (a) Foliação Sn+1 paralela a Sn mostrando um bandamento gnáissico fino e com alguns porfiros de quartzo rotacionados mostrando um sentido de cisalhamento dextral. (Ponto CPRM-2010.1-151, Coord. UTM-24S: 0295417 E / 9657162 N). (b) Afloramento apresentando uma rotação da foliação Sn durante o cisalhamento da rocha onde se caracteriza um movimento dextral dessa zona de cisalhamento. (Ponto GR-2010.2-26, Coord. UTM-24S: 0301038 E / 9658952 N) 75 Fotografias 5.4 –(a) Dobramento no biotita-hornblenda gnaisse migmatítico onde se observa ao lado (Ponto GR-2010.2-05, Coord. UTM-24S: 0300460 E / 9660908 N). (b) Bloco diagrama esquemático com o sentido e caimento do eixo da dobra (192°Az/42°) da figura “a”. (c) Dobra decamétrica nas proximidades do contato das Unidades Gnáissica- Migmatítica e Granulítica (Ponto GR-2010.2-38, Coord. UTM-24S: 0302468 E / 9661466 N). (d) Plano axial de uma dobra simétrica mostrando a foliação Sn da rocha (Ponto GR-2010.2-08, Coord. UTM: 0299734 E/9659832N. (e) Dobras transpostas dentro da Unidade Gnáissica-Migmatítica com seus planos axiais paralelo à foliação Sn (Ponto GR-2010.2-38, Coord. UTM-24S: 0302468 E / 9661466 N) 76 Fotografias 5.5 – (a) e (b) Planos de foliação Sn onde se observa a lineação Ln com certa intensidade de mergulho e carater penetrativo. Ponto GR-2011.1- 50, figura (a), Coord. UTM-24S: 0295603 E / 9666562 N e ponto GR- 2011.1-90, figura (b), Coord. UTM: 0295197 E / 9666662 N) 77 Fotografia 5.6 – Fraturamento cortando perpendicular a foliação Sn na Unidade Granulítica (Ponto GR-2011.1-94, Coord. UTM-24S: 0296415 E / 9662158 N) 78 Fotografias 5.7 – (a) Unidade Granulítica alterada principalmente na zona de fraturamento (duas direções preferenciais) (Ponto GR-2011.1-79, Coord. UTM-24S: 0295105 E / 9666886 N). (b) Afloramento de um filito de coloração cinza do Grupo Martinópole bastante fraturado com dimensões e espessuras variadas. Apresentam três direções preferenciais sendo as mais importantes: “1” (305°Az/72°) e a “2” (50°Az /25°) (Ponto GR-2010.2 -14, Coord. UTM-24S: 0303337 E / 9659254 N) 80 LISTA DE FOTOMICROGRAFIAS Fotomicrografia 4.1 – Fotomicrografia do biotita gnaisse com granada à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b), onde observa-se granada (Grt) arredondada e opacos (Op) sub-idioblástica em meio a grãos de quartzo (Qtz) e Biotita (Bt) orientado. Cristal de zircão (Zr) observado incluso em grão de quartzo. Amostra GR-2010.2-05, Coord. UTM-24S: 0300460 E / 9660908 N 57 Fotomicrografia 4.2 – Fotomicrografia do biotita gnaisse à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b), onde observa-se uma textura granolepidoblástica comlamelas de biotita (Bt) e quartzo (Qtz) estirados mostrando a direção preferencial da foliação da rocha (seta amarela). Amostra GR-2010.2-05, Coord. UTM-24S: 0300460 E / 9660908 N 58 Fotomicrografia 4.3 – Fotomicrografia do biotita-hornblenda gnaisse à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b), onde se observa grãos de hornblenda (Hbl), quartzo (Qtz), biotita (Bt) e um cristal de zircão com formas arredondadas (Zr). Amostra GR-2010.2-38, Coord. UTM-24S: 0302468 E / 9661466 N 59 Fotomicrografia 4.4 – Anfibolito à luz natural (a) e luz ortoscópica (b), constituído quase que em sua totalidade por hornblenda (Hbl) de cor verde pálida e forma anedral a subedral. Cristais de quartzo (Qtz) e plagioclásio (Pl) encntram-se em meio aos cristais de hornblenda (Hbl). Amostra GR-2010.2-45, Coord. UTM-24S: 0299566 E / 9659206 N 59 Fotomicrografia 4.5 – Grãos de hornblenda (Hbl) com suas duas clivagens característica a 124° à luz natural (a) e luz ortoscópica (b). As hornblendas (Hbl) se encontram em contato com cristais de quartzo (Qtz) e plagioclásio (Pl) que apresentam uma germinação polissintética bem marcada. Amostra GR-2010.2-45, Coord. UTM- 24S: 0299566 E / 9659206 N 60 Fotomicrografia 4.6 – Milonito à luz natural (a) e luz ortoscópica (b) exibindo matriz de granulação fina provavelmente rica em hornblenda (Hbl) e porfiroclastos de quartzo (Qtz) e plagioclásio (Pl) arredondados. Há um cristal de titanita (Ti) arredondado ao centro da fotomicrografia. Amostra GR-2010.2-21, Coord. UTM-24S: 302765 E / 9659206 N 61 Fotomicrografia 4.7 – Porfiroclastos de hornblenda (Hbl), quartzo (Qtz) e plagioclásio (Pl) mostram-se subarredondados e por vezes sob a forma de augen envoltos pela matriz. Amostra GR-2010.2-21, Coord. UTM- 24S: 302765 E / 9659206 N 61 Fotomicrografia 4.8 – Cristais de cianita (Ky) idioblástico prismáticos à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b) em meio a grãos de quartzo (Qtz) que por vezes mostram uma recristalização em subgrãos. Grãos de opacos (Op) são observados sempre em contato com a biotita (Bt) mostrando feições de alteração metamórfica. Amostra GR-2011.1- 01a, Coord. UTM-24S: 0295603 E / 9666562 N 62 Fotomicrografia 4.9 – Grãos de rutilo (Rtl) com formas xenoblástica e em contato com cristais de cianita (Ky) à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b). Nas bordas dos grãos de rutilo (Rtl) se observa uma reação metamórfica para ilmenita. Amostra GR-2011.1-01a, Coord. UTM-24S: 0295603 E / 9666562 N 63 Fotomicrografia 4.10 – Fotomicrografia do silimanita-granada-biotita gnaisse à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b), onde se observa lamelas de biotita (Bt) orientadas e bastante avermelhadas (rica em titânio) em contato com grãos de quartzo (Qtz), opaco (Op) e apatita (Ap). Amostra GR-2011.1-05b, Coord. UTM-24S: 0296334 E / 9663254 N 63 Fotomicrografia 4.11 – Grão de granada (Grt) poiquilítico em meio à foliação da rocha, mostrando um sentido de cisalhamento dextral à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b). Cristais de apatita (Apt) inclusos no grão de granada, biotita (Bt) e quartzo (Qtz) com recristalização em subgrãos na borda do grão de granada são observados. Amostra GR-2011.1-05b, Coord. UTM-24S: 0296334 E / 9663254 N 64 Fotomicrografia 4.12 – Grãos de silimanita (Sil) orientado em contato com granada (Grt), onde se observa inclusão de agulhas de apatita (Ap), e grãos de quartzo (Qtz) à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b). Amostra GR-2011.1-01a, Coord. UTM-24S: 0295603 E / 9666562 N 64 Fotomicrografia 4.13 – Granada (Grt) à luz natural (a) e luz ortoscópica (b), apresentando um fraturamento intenso e lamelas de biotita (Bt) e quartzo (Qtz) em meio aos grãos de granada (Grt). Amostra GR- 2010.2-02, Coord. UTM-24S: 0300639 E / 9661716 N 65 Fotomicrografia 4.14 – Orientação preferencial da rocha (setas amarelas) à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b), dada quase que na totalidade por grãos de quartzo (Qtz) estirados. Amostra GR-2011.1-03c, Coord. UTM- 24S: 0295328 E / 9661714 N 66 Fotomicrografia 4.15 – Enderbito à luz natural (a) e luz ortoscópica (b), com destaque para granada (Grt) com textura de descompressão sempre em contato com lamelas de biotita (Bt) e hornblenda (Hbl). Grãos de quartzo (Qtz) e plagioclásio (Pl) são observados dispersos e em comtato com grãos de hornblenda (Hbl). Amostra GR-2010.2-06, Coord. UTM-24S: 0300306 E / 9660690 N 67 Fotomicrografia 4.16 – Prisma sub-idioblástica de hiperstênio (Opx) entre lamelas de biotita (Bt) no gnaisse enderbítico à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b). Grãos de hornblenda (Hbl) bastante fraturados e grãos de quartzo (Qtz) xenoblástica também são observados em contato com a biotita (Bt). Amostra GR-2011.1-37c, Coord. UTM- 24S: 0302341 E / 9661674 N 67 Fotomicrografia 4.17 – Grãos de ortopiroxênio (Opx) mostrando um processo de hidratação para hornblenda (Hbl) (reação metamórfica) à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b). Lamelas de biotita (Bt) e quartzo (Qtz) se encontram em contato com a hornblenda (Hbl) e ortopiroxênio (Opx). Amostra GR-2011.1-07a, Coord. UTM-24S: 0301564 E / 9661684 N 68 Fotomicrografia 4.18 – Bandamento metamórfico dos gnaisses enderbíticos bem marcado, bandas ricas em granada (Grt), hornblenda (Hnl), clinopiroxênio (Cpx) e ortopiroxênio (Opx) contrastando com bandas ricas em quartzo (Qtz) xenoblástica e em recristalização em subgrãos à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b). Amostra GR- 2011.1-04, Coord. UTM-24S: 0295065 E / 9662306 N 68 Fotomicrografia 4.19 – Porfiroclasto de hiperstênio (Opx) em meio a uma matriz fina composta por clinopiroxênio e ortopiroxênio à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b). Lamelas de biotita (Bt) e hornblenda (Hbl) estão também em meio à matriz. Amostra GR-2011.1-05c, Coord. UTM-24S: 0296334 E / 9663254 N 69 Fotomicrografia 4.20 – Textura granonematoblástica inequigranular seriada do granulito máfico à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b). Observa- se pórfiroblastos de granada (Grt), hiperstênio (Opx) e diopsídio (Cpx) em meio à matriz fina orientada por cristais prismáticos (nematoblástica). As setas amarelas apresentam a orientação da rocha. Amostra GR-2011.1-05c, Coord. UTM-24S: 0296334 E / 9663254 N 69 Fotomicrografia 4.21 – (a) Muscovita quartzito do Serrote Aroeira exibindo textura granolepidoblástica com grãos de quartzo (Qtz) e muscovita (Ms) mostrando a foliação da rocha (setas amarelas) à luz natural (amostra GR-2010.2-18, Coord. UTM-24S: 0302556 E / 9658154 N). (b) Hematita quartzito da região de Canto Salgado exibindo textura granoblástica com grãos de hematita (Hem) estirados mostrando a orientação preferencial da rocha (setas amarelas) à luz natural (amostra GR-2010.2-33a, Coord. UTM-24S: 0300930 E / 9660840 N) 70 LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLA Act Actinolita Apt Apatita Ar Argônio Az Azimute Bt Biotita CAGECE Companhia de Água e Esgoto do Ceará CBERS China-Brazil Earth Resources Satellite Clorita Chl COELCE Companhia Energética do Ceará CPRM Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais Cpx Clinopiroxênio DCC Domínio Ceará Central DMC Domínio Médio Coreaú DRGN Domínio Rio Grande do Norte E Leste EBCT Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos EN Paleogeno-Neogeno Ep Epidoto G.a. Bilhões de anos GPS Global Positioning System Grt Granada Hbl Hornblenda Hem Hematita IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPECE Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará IPLANCE Instituto de Pesquisa e Informação do Ceará JK Jurássico-Cretáceo K Potássio Kf Feldspato Potássico Ky Cianita M.a. Milhões de anos N Norte Nd Neodímio NE Nordeste NP Neoproterozoico NQ Neogeno-Quaternário NW NoroesteOp Opaco Opx Ortopiroxênio P Pressão Pb Chumbo Pl Plagioclásio PP Paleoproterozóico Q Quaternário Qtz Quartzo Rb Rubídio Rtl Rutilo S Sul Scp Escapolita SE Sudeste Sil Silimanita Sm Samário Sr Estrôncio SRH Secretaria dos Recursos Hídricos SRTM Shutle Radar Topography Mision SW Sudoeste T Temperatura TDM Time Depleted Mantle Tit Titanita Tr Tremolita TTG Tonalito- Trondhjemito- Granodiorito U Urânio UFC Universidade Federal do Ceará Ms Muscovita UTM Universal Transversa de Mercator W Oeste ZCG Zona de Cisalhamento de Granja Zr Zircão SUMÁRIO CAPÍTULO 1 - INTRODUÇÃO 1. INTRODUÇÃO 24 1.1. Apresentação 24 1.2. Objetivo geral 24 1.3. Objetivos específicos 24 1.4. Localização da área estudada 25 1.5. Metodologia de trabalho 26 1.5.1. Etapa Inicial 26 1.5.2. Etapa de Campo 26 1.5.3. Etapa de Laboratório 28 1.5.4. Etapa Final 28 CAPÍTULO 2 – ARCABOUÇO GEOLÓGICO REGIONAL 2. ARCABOUÇO GEOLÓGICO REGIONAL 29 2.1. Considerações Iniciais 29 2.2. Principais Domínios Tectônicos da Província Borborema 30 2.3. Domínio Médio Coreaú 31 2.3.1. Estratigrafia 31 2.3.1.1. Complexo Granja 31 2.3.1.2. Sequência Vulcânica Saquinho 33 2.3.1.3. Grupo Martinópole 33 2.3.1.4. Grupo Ubajara 34 2.3.1.5. Granitóides 35 2.3.1.6. Grupo Jaibaras 36 2.3.1.7. Grupo Riacho Sairi 37 2.3.2. Evolução Tectono-Metamórfica 37 CAPÍTULO 3 - ESTRATIGRAFIA 3. ESTRATIGRAFIA 41 3.1. Complexo Granja 42 3.1.1. Unidade Gnáissica-Migmatítico – PPg 42 3.1.1.1. Subunidade Anfibolítica – PPga 44 3.1.1.2. Subunidade Milonítica – PPgm 45 3.1.2. Unidade Granulítica – PPgg 46 3.1.2.1. Subunidade Gnáissica Enderbitica e Máfica – PPgge 49 3.2. Unidade São Joaquim – NPmsj 51 3.3. Suíte Magmática Ceará-Mirim – JK1c 53 3.4. Grupo Barreiras – ENb 53 3.5. Cobertura Colúvio-Eluvionar – NQc 54 3.6. Depósitos Aluviais – Qa 54 CAPÍTULO 4 – PETROGRAFIA 4. PETROGRAFIA 57 4.1. Complexo Granja 57 4.1.1. Hornblenda-biotita gnaisse (Unidade Gnáissica-Migmatítica – PPg) 57 4.1.2. Anfibolito (Subunidade Anfibolítica – PPga) 59 4.1.3. Milonito (Subunidade Milonítica – PPgm) 60 4.1.4. Silimanita-cianita-granada-biotita gnaisse (Unidade Granulítica – PPggc) 61 4.1.5. Silimanita-granada-biotita gnaisse (Unidade Granulítica – PPggs) 62 4.1.6. Granada-biotita gnaisse (Unidade Granulítica – PPgg) 64 4.1.7. Mobilizados de fusão – Diatexitos (Unidade Granulítica – PPg) 65 4.1.8. Gnaisse Enderbítico (Unidade Gnáissica-Enderbítica – PPgge) 66 4.1.9. Granulito Máfico (Unidade Máfica – PPggm) 68 4.2. Grupo Martinópole - Unidade São Joaquim (NPmsj) 69 4.2.1. Muscovita quartzito (Unidade São Joaquim – NPmsj) 70 4.2.2. Hematita quartzito (Unidade São Joaquim – NPmsj) 70 CAPÍTULO 5 – ESTRUTURAL 5. ESTRUTURAL 71 5.1. Estruturas Dúcteis 71 5.1.1. Estruturas Planares - Foliações (Sn) 71 5.1.2. Estruturas Planares - Zonas de Cisalhamento (Sn+1) 74 5.1.3. Estruturas Planares - Dobras 75 5.1.4. Elementos Lineares – Lineações (Ln / Ln+1) 76 5.2. Estruturas Rúpteis 78 5.2.1. Estruturas Planares - Fraturas 78 CAPÍTULO 6 – METAMORFISMO 6. METAMORFISMO 81 6.1. Complexo Granja 81 6.1.1. Unidade Gnaissica-Migmatítico 81 6.1.2. Unidade Granulítica 83 6.1.2.1. Gnaisses Enderbíticos 85 6.1.2.2. Granulito Máfico 86 6.2. Unidade São Joaquim 88 CAPÍTULO 7 – EVOLUÇÃO GEOLÓGICA 7. EVOLUÇÃO GEOLÓGICA 91 CAPÍTULO 8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS 94 CAPÍTULO 9 – REFERÊNCIAS 9. REFERÊNCIAS 95 APÊNDICES i. MAPA DE PONTOS DAS LOCALIDADES DE MORRO VERMELHO, DR. PRIVAT E CANTO SALGADO A NNE DO MUNICÍPIO DE GRANJA/CE - FOLHA GRANJA, escala 1:50.000; ii. MAPA GEOLÓGICO DAS LOCALIDADES DE MORRO VERMELHO, Dr. PRIVAT E CANTO SALGADO A NNE DO MUNICÍPIO DE GRANJA/CE - FOLHA GRANJA, escala 1:50.000; iii. MAPA GEOLÓGICO DAS LOCALIDADES DE MORRO VERMELHO E SEISCENTOS, A N DO MUNICÍPIO DE GRANJA/CE - FOLHA GRANJA, escala 1:10.000; iv. MAPA GEOLÓGICO DAS LOCALIDADES DE Dr. PRIVAT E SALGADO DA PEDRA A N DO MUNICÍPIO DE GRANJA/CE - FOLHA GRANJA, escala 1:10.000; v. MAPA GEOLÓGICO DAS LOCALIDADES DE CANTO SALGADO, PEDRA PRETA E AROEIRA A NE DO MUNICÍPIO DE GRANJA/CE - FOLHA GRANJA, escala 1:25.000; vi. TABELA DE COORDENADAS DOS AFLORAMENTOS ESTUDADOS. 1. Introdução 24 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 1. INTRODUÇÃO 1.1. Apresentação O trabalho ora apresentado tem por finalidade a realização de um mapeamento geológico em uma área de 106 Km², com detalhe em áreas menores (Dr. Privat, Canto Salgado e Morro Vermelho), enfocando a evolução metamórfica do Complexo Granja. As áreas de estudos estão inseridas nos municípios de Granja e Camocim que situam-se na Mesorregião Noroeste Cearense. O referido trabalho traduz toda uma sequência de estudos e pesquisas efetuados pelo autor integrandos no âmbito da disciplina de Relatório de Graduação, ministrada na Universidade Federal do Ceará (UFC) no semestre 2011.1. A disciplina supracitada enfoca as mais importantes premissas, objetos e metodologias de trabalhos referentes às áreas de petrologia sedimentar, ígnea e metamórfica, complementadas com o reconhecimento do potencial e relevância das expedições de campo relacionadas intimamente com a natureza deontológica da futura profissionalização em Geologia. 1.2. Objetivo geral Este trabalho tem como objetivo apresentar os resultados de um mapeamento geológico de detalhe do Complexo Granja, unidades Granulíticas e Gnáissica-Migmatítica, efocando a evolução metamórfica das áreas de estudo, no âmbito do Domínio Médio Coreaú. 1.3. Objetivos específicos Com o decorrer das pesquisas ao longo das diferentes etapas (ver item 1.5) e com o foco de cumprir o objetivo geral, o trabalho foi dividido em partes integrantes e específicas, que melhor contextualizam as expectativas criadas em torno do roteiro da disciplina: Reconhecer diferentes registros litológicos, metamórficos, estruturais e estratigráficos; Coletar, analisar e caracterizar em termos petrográficos os diferentes tipos de rochas; 1. Introdução 25 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Contribuir com a evolutiva para a área de pesquisa; Confeccionar mapa(s), em escalas distintas, que ilustrem diferentes observações em trabalhos de campo; Confeccionar um relatório de campo para demonstrar e interagir os conceitos e dados adquiridos na disciplina de Relatório de Graduação. 1.4. Localização e vias de acesso à área pesquisada O município de Granja situa-se na Mesorregião Noroeste Cearense, Microrregião do Litoral de Camocim e Acaraú, limítrofe a norte pelos municípios de Chaval, Barroquinha, Camocim, a leste com municípios de Marco, Bela Cruz, Martinópole e Senador Sá, a sul com municípios de Uruoca, Tiangua, Viçosa do Ceará e Moraújo e a oeste com municípios do estado do Piauí, Cocal e Luís Correia. Compreende uma área irregular de aproximadamente 2.697 km 2 , localizada na carta topográfica de Granja (SA.24-Y-C-III) e Chaval (SA.24-Y-C- II), e com base na mesma, foi realizado o mapeamento da área “geral”, cujos vértices e coordenadas encontram-se na tabela 1.1. Um mapeamento de maior detalhe será realizado em três áreas menores (Morro Vermelho, Dr. Privat e Canto Salgado), cujos vértices e coordenadas encontram-senas tabelas 1.2, 1.3 e 1.4. Tabela 1.1 – Coordenadas em UTM da área geral. Vértices Coordenadas (UTM) 1 2 3 4 0292800 E / 9668000 N 0303400 E / 9668000 N 0303400 E / 9658000 N 0292800 E / 9658000 N Tabela 1.3 – Coordenadas em UTM da área Dr. Privat. Vértices Coordenadas (UTM) 1 2 3 4 0294621 E / 9663379 N 0296621 E / 9663379 N 0296621 E / 9661379 N 0294621 E / 9661379 N Tabela 1.2 – Coordenadas em UTM da área Morro Vermelho. Vértices Coordenadas (UTM) 1 2 3 4 0295000 E / 9667000 N 0297000 E / 9667000 N 0297000 E / 9666000 N 0295000 E / 9666000 N Tabela 1.4 – Coordenadas em UTM da área Canto Salgado. Vértices Coordenadas (UTM) 1 2 3 4 0298800 E / 9662000 N 0303400 E / 9662000 N 0303400 E / 9658000 N 0298800 E / 9658000 N As áreas pesquisadas estão posicionadas a norte da cidade de Granja (ver Figura 1.1). O acesso à região, partindo de Fortaleza, pode ser efetuado pela BR - 020 até a rotatória 1. Introdução 26 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) que dá acesso à BR - 222, cerca de 6 km. Seguindo a BR -222 em direção à Sobral (221 km), passando pelas cidades de Umirim, Itapajé, Irauçuba e Forquilha. Finalmente, pela CE – 362 advêm a chegada até a cidade de Granja (104 km), que dista cerca de 5 km das áreas pesquisadas, passando pelas cidades de Massapê, Senador Sá, Uruoca e Martinópole. 1.5. Metodologia de trabalho Os procedimentos metodológicos aplicados para desenvolver a presente pesquisa podem ser agrupados em quatro etapas, incluindo: levantamento bibliográfico preliminar; trabalhos de campo/mapeamento geológico culminando com uma última etapa referente à análise e tratamento dos dados, interpretando e integrando esses com vista à escrita do texto final do relatório de gaduação. As atividades foram efetuadas individualmente ou acompanhadas pelo orientador, onde se cumpriu um roteiro discutido e delineado pelo autor, considerando as orientações prévias e observações efetuadas pelo orientador. 1.5.1. Etapa inicial A primeira etapa constou da consulta de importantes artigos e compilações sobre a contextualização do Domínio Médio Coreaú enfatizando o Complexo Granja. Com vista à otimização da etapa de campo, reuniões anteriores permitiram alicerçar ferramentas que forneceram os elementos básicos para a orientação em campo, exemplificando, a utilização da bússola e GPS, delimitação da área referente e outros pontos pertinentes como a forma de condução dos trabalhos e agendamento associado. Foi feito interpretação de fotografias aéreas da região na escala de 1:25.000 e confecções de mapas bases (topográficos, geológicos, imagens de satélites, etc). 1.5.2. Etapa de campo Nesta etapa, foi efetuado o reconhecimento geológico da área referente e integrante do Domínio Médio Coreaú, visando caracterizar litologias e feições geológicas que possibilitassem a tradução fiel da realidade geológica e estratigráfica da mesma. 1. Introdução 27 Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Figura 1.1: Mapa de localização e vias de acesso às áreas de pesquisa. Também se observam os vértices (1, 2, 3, 4) da área "geral". [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ "" " " " " " 294000 294000 296000 296000 298000 298000 300000 300000 302000 30200096 58 00 0 96 58 00 0 96 60 00 0 96 60 00 0 96 62 00 0 96 62 00 0 96 64 00 0 96 64 00 0 96 66 00 0 96 66 00 0 ±± Km0 10 20 305 P P P P P 290000 290000 300000 300000 310000 310000 320000 320000 330000 330000 96 40 00 0 96 40 00 0 96 50 00 0 96 50 00 0 96 60 00 0 96 60 00 0 96 70 00 0 96 70 00 0 Granja Parazinho Uruoca Camocim CE - 362 CE - 3 64 CE - 085 CE - 362 CE - 0 85 Rio C ore aú Martinópole -42 -42 -41 -41 -40 -40 -39 -39 -38 -38 -37 -37 -8 -8 -7 -7 -6 -6 -5 -5 -4 -4 -3 -3 ± Granja Ceará -80 -80 -70 -70 -60 -60 -50 -50 -40 -40 -30 -30 -30 -30 -20 -20 -10 -10 0 0 Ceará Brasil ± 3 21 4 Mor ro V erm elho Dr. Privat Canto Salgado AroeiraCE - 0 85 CE - 085 CE - 0 85 Km 0 3 6 91,5 LEGENDA Caminho Estrada pavimentada Estrada s/pavimentação Curso de água pereneCurso de água intermitente " Localidade Área Canto SalgadoÁrea Dr. Privat Massa d'agua Área Morro Vermelho 1. Introdução 28 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) O trabalho de campo foi concentrado basicamente em 45 dias efetivos, nos quais foram visitados, descritos e amostrados, quando necessário, 252 afloramentos. Descrições essas dos litotipos presentes, de estruturas metamórficas e análise tectônica (como fraturas, falhas e zona de cisalhamento). Os dados estruturais foram coletados através de uma bússula Brunton quadrante e tratados no programa StereoNet versão 3.03. As anotações de campo foram integradas visando a construção de mapas, geológicos nas escalas de 1:25.000 e 1:10:000 e temáticos (zoneamento metamórfico). 1.5.3. Etapa de Laboratório A primeira fase dessa etapa foi voltada a preparação de amostras, seguindo parâmetros que propiciaram estudos petrográficos. Assim, por meio de serras diamantadas e politrizes especiais, foram confeccionadas 22 seções delgadas e 17 seções delgadas/polidas. A segunda fase da etapa laboratorial, corresponde aos estudos petrográficos rotineiros (microscopia ótica), que foram efetuados no Laboratórios de Microscopia e Petrografia do Departamento de Geologia da UFC. 1.5.4. Etapa Final A última fase consistiu na integração e interpretação dos dados adquiridos na etapa de campo e laboratorial, culminando com a elaboração de mapas e do relatório como produto final de avaliação nesta disciplina. 2. Arcabouço Geológico Regional 29 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 2. ARCABOUÇO GEOLÓGICO REGIONAL 2.1. Considerações iniciais A área de estudo está situada na Província Borborema (ALMEIDA et al., 1977), a qual está inserida no extremo nordeste da Plataforma Sul-Americana (Figura 2.1). A Província Borborema compreende a parte central de uma larga faixa orogenética Brasiliana- Pan Africana formada em consequência da convergência e colisão dos crátons São Luís- África Ocidental e São Francisco-Congo-Kasai, durante o final do Neoproterozóico, há cerca de 600 Ma (SCHMUS et al., 1998). Figura 2.1 - Mapa do Brasil com a localização da Província Borborema (BIZZI et al, 2003). 2. Arcabouço Geológico Regional 30 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 2.2. Principais domínios da Província Borborema Em relação a sua compartimentação tectônica, extensas zonas de cisalhamento ocorrem delimitandodomínios que foram criados e modificados em vários ciclos tectônicos ocorridos entre o Arqueano e o Neoproterozóico (SCHMUS et al., 1998). Trompette (1994) dividiu a Província Borborema em três subprovíncias, a saber: i) Borborema Setentrional (entre o cráton São Luís-Oeste África e a zona de cisalhamento Patos), ii) Zona Transversal (entre as zonas de cisalhamento Patos e Pernambuco), e Borborema Meridional (entre a zona de cisalhamento Pernambuco e o cráton São Francisco-Congo) (Figura 2.2). Figura 2.2 - Compartimentação estrutural da Província Borborema (BIZZI et al, 2003). Na Borborema Setentrional, subprovíncia que engloba à área de estudo, são observados, segundo Brito Neves et al. (2000), os seguintes domínios: i) Médio Coreaú (DMC - entre a zona de cisalhamento Sobral-Pedro II e o cráton São Luís-Oeste África), ii) Ceará Central (DCC - entre a zonas de cisalhamento Sobral-Pedro II e Senador Pompeu) e iii) Rio Grande do Norte (DRGN - entre as zonas de cisalhamento Senador Pompeu e Patos) (Figura 2.2). 2. Arcabouço Geológico Regional 31 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) A região objeto de estudo neste trabalho está inserida no Domínio Médio Coreaú, desta forma será o único abordado no item subsequente. 2.3. Domínio Médio Coreaú (DMC) O DMC está localizado na porção noroeste do estado do Ceará e nordeste do estado do Piauí entre a margem retrabalhada do Cráton São Luís-Oeste África e o lineamento Transbrasiliano/Kandi (BRITO NEVES et al., 2000). O embasamento de idade paleoproterozóica (2360 – 2300 Ma) é constituído por gnaisses migmatíticos e granulitos de caráter juvenil sobrepostos por rochas do Paleoproterozóico tardio e Neoproterozóico intrudidas por granitos sin a pós-tectônicos (FETTER et al., 2000; SANTOS et al., 2008b). O magmatismo anorogênico é representado por intrusões granitóides que ocorrem preferencialmente próximas ao Lineamento Transbrasiliano (SANTOS et al., 2008a) (Figura 2.3). 2.3.1. Estratigrafia Segundo Santos et al., (2008a), o DMC apresenta as seguintes unidades estrati- gráficas: Complexo Granja, Sequência Vulcânica Saquinho, sequências supracrustais do Grupo Martinópole, Grupo Ubajara, Granitóides e Grupo Jaibaras (Figura 2.3). Cavalcante et al. (2003) propõe a existência do Grupo Riacho Sairi. 2.3.1.1. Complexo Granja O embasamento pré-Brasiliano retrabalhado do DMC, representado pelo Complexo Granja, é constituído por ortognaisses de composição tonalítica-trondhjemítica- granodiorítica (TTG), anfibolitos gnáissicos, anfibolitos, leucogranitos, granulitos máficos, enderbitos, kondalitos, kinzigitos e migmatitos (SANTOS et al., 2008a) (Figura 2.3). Estudos geocronológicos realizados por Fetter et al. (1999 e 2000) através dos métodos U-Pb e Sm-Nd mostram que as rochas deste complexo são de idade Paleoproterozóica (2360 – 2290 Ma) e apresentam idades modelo Nd (TDM) variando entre 2610 e 2380 Ma (SANTOS et al., 2008a). Exibem valores de Nd(t) positivos (+0,5 a +1,9) e são interpretados como representantes de acresção crustal de material juvenil sendo gerados em ambiente de arco de 2. Arcabouço Geológico Regional 32 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 2. Arcabouço Geológico Regional 33 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) ilha. Idades U-Pb em zircão e titanita (2288 ± 2 Ma) reforçam a idade do embasamento do DMC (SANTOS et al., 2008a). 2.3.1.2. Sequência Vulcânica Saquinho Esta unidade compreende rochas vulcânicas félsicas a intermediarias incluindo traquiandesitos, riodacitos, riolitos, brechas vulcânicas e tufos (SANTOS et al., 2002) (Figura 2.3). Uma idade U-Pb em zircão de 1790 Ma de um metariolito caracteriza a tafrogênese Estateriana, considerado o primeiro evento extensional do embasamento (SANTOS, 1999). 2.3.1.3. Grupo Martinópole Segundo Santos et al. (2008a), o Grupo Martinópole (Figura 2.3) representa uma sequência supracrustal constituída da base para o topo pelas seguintes formações: i. Formação Goiabeira: repousa discordantemente sobre o Complexo Granja e é composta por granada-clorita xisto, estaurolita xisto, muscovita-clorita xisto, biotita xisto, cianita xisto, granada-biotita xisto e paragnaisses; ii. Formação São Joaquim: é constituída principalmente por quartzitos com variável composição mineralógica, incluindo minerais como cianita, silimanita e muscovita, e intercalações menores de calcissilicáticas, xistos e metavulcânicas félsicas; iii. Formação Covão: é uma sequência que consiste de muscovita-quartzo- sericita-clorita xisto com intercalações de quartzitos; iv. Formação Santa Terezinha: é constituída por metapelitos, xisto ricos em quartzo e metacarbonatos com metagrauvacas, metaritimitos, quartzitos e intercalações de metariolitos. Estas associações litológicas sugerem uma sedimentação em um ambiente de baixa energia, enquanto o provável ambiente tectônico corresponde a um rifte intracontinetal evoluindo para condições marinhas (SANTOS et al., 2008a). O período de sedimentação e atividade vulcânica no Grupo Martinópole ocorreu a aproximadamente 775 Ma, de acordo com a idade de um metariolito intercalado nas 2. Arcabouço Geológico Regional 34 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) formações Santa Terezinha e São Joaquim (SANTOS et al., 2008b). Diversas idades modelos Sm-Nd entre 1100 e 1960 Ma (FETTER, 1999; SANTOS, 1999) comprovam uma deposição Neoproterozóica do Grupo Martinópole, indicando uma provável contribuição mista de fontes Neoproterozóicas e materiais do embasamento Paleoproterozóicos (SANTOS et al., 1999). 2.3.1.4. Grupo Ubajara Segundo Cavalcante et al. (2003), o Grupo Ubajara (Figura 2.3) representa, também, uma sequência supracrustal constituída da base para o topo pelas seguintes formações: i. Formação Trapiá: constituída por quartzitos conglomeráticos, arenitos grossos epimetamórficos mal classificados, metarenitos finos a médios com matriz síltico-argilosa de tonalidade cinza-clara caracterizando um ambiente litorâneo-fluviomarinho; ii. Formação Caiçaras: composta por ardósias vermelhas e roxo- avermelhadas, com clivagem bem desenvolvida, metassilitos e intercalações de metarenitos (ortoquartzitos), frequentemente cristalizados e cortados por veios de sílica caracterizando um ambiente marinho raso; iii. Formação Frecheirinha: compreende metacalcários pretos, cinza-escuros e cinza-azulados, raramente cremes e rosados, de granulação fina, bastante impuros e com intercalações eventuais de delgados leitos de margas, metassiltitos e quartzitos escuros caracterizando um ambiente marinho raso; iv. Formação Coreaú: são subarcóseos e arcóseos de tonalidades cinzentas e cremes, grauvacas e grauvacas conglomeráticas, constituindo um conjunto com variações laterais e verticais de fácies caracterizando um ambiente fluvial; v. Hornfels: Termometamorfitos derivados de litotipos das formações Trapiá, Frecheirinha e Coreaú (evento térmico cambriano/pós-orogênico). Novais et al. (1979) datou umafração de argila nas ardósias da Formação Caiçaras, e apresentou uma isócrona com uma carência de pontos próximos à origem, para 2. Arcabouço Geológico Regional 35 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) rocha total, fixaram entre uma razão inicial de 706 2 Ma e obtiveram idade de referência por volta de 1000 Ma, interpretada como a idade de deposição. Santos (1999) tentando obter a idade mínima do Grupo Ubajara e compreender a evolução magmática durante o período do Neoproterozóico datou uma fácie do granito Mucambo pelo método U-Pb em zircão e obteve uma idade de cristalização de 532 7Ma, idade mínima da sedimentação do Grupo Ubajara, pois os sedimentos do Grupo Ubajara desenvolvem hornfels com a intrusão do granito Mucambo e essa relação de metamorfismo de contato corresponde a idade mínima do Grupo Ubajara. 2.3.1.5. Granitóides Os corpos granitóides que ocorrem no domínio NW do Ceará correspondem aos batólitos graníticos Chaval, Tucunduba, Meruoca e Mucambo (Figura 2.3). Dois desses granitos (Chaval e Tucunduba) foram afetados pela deformação Brasiliana (SANTOS et al., 2008a). O granitóide Chaval, uma intrusão sin-orogênica e fortemente cisalhada, ocorre na porção noroeste do DMC, intrudido no Complexo Granja e no Grupo Martinópole, especialmente a Formação Goiabeira (SANTOS et al., 2008b). Este plúton apresenta uma afinidade crustal e encerra granitos, granodioritos, quartzo monzonitos e quartzo sienito, exibindo porções de textura porfirítica e na região central do corpo apresenta um foliação de baixo ângulo mergulhando pra sudeste (SANTOS et al., 2008a). Dados U-Pb em monazita fornecem idade de cristalização de 591 ± 10 Ma (FETTER et al., 2000). O granitóide Tucunduba é um plúton granito-granodiorito com forma alongada paralela ao trend regional NE-SW (SANTOS et al., 2008b). Este intrudiu o embasamento Paleoproterozóico, sendo limitado por duas falhas transcorrentes (Água Branca e Senador Sá) (SANTOS et al., 2008b). O alojamento foi contemporâneo a última fase de trascorrência da orogenia brasiliana (SANTOS et al., 2008a). Dados U-Pb em zircão fornecem uma idade de cristalização de 563 ± 17 Ma (SANTOS et al., 2007). Os granitóides não deformados Meruoca e Mucambo representam o plutonismo pós-orogenico do DMC e ambos intrudem as rochas do embasamento e o Grupo Ubajara (SANTOS et al., 2008a,b). Esses granitos estão intimamente ligados ao desenvolvimento do graben Jaibaras e são resultantes de um subsequêntente rifiteamento oposto aos eventos tardi- tectônicos da orogenia Brasiliana (SANTOS et al., 2008a). Dados U-Pb em zircão do granito 2. Arcabouço Geológico Regional 36 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Meruoca e Mucambo fornecem uma idade de cristalização de 523,2 ± 9,5 Ma (ARCHANJO, et al., 2009) e 532 ± 7 Ma (SANTOS, 1999), respectivamente. 2.3.1.6. Grupo Jaibaras Segundo Santos et al. (2008a), o Grupo Jaibaras (Figura 2.3) corresponde a uma importante e extensiva exposição de depósitos siliciclásticos continentais imaturos e rochas vulcanoclásticas do início do Paleozóico. Esta bacia do estágio de transição Proterozóico- Fanerozóico da Província Borborema é controlada por zonas de cisalhamentos transcorrentes NE-SW, Sobral-Pedro II, a leste, e Café-Ipueiras, a oeste (TEIXEIRA et. al., 2004). Segundo Cavalcante et al. (2003), este grupo é constituído da base para o topo pelas seguintes formações: i. Formação Massapê: são ortoconglomerados brechóides, de matriz areno- arcoseana cinzenta, com seixos de gnaisses, granitóides, quartzitos, filitos e arenitos, em contatos transicionais com a Formação Pacujá caracterizando um ambiente fluvial; ii. Formação Pacuja: é constituída por arenitos líticos e arcoseanos, micáceos e de granulometria variável, folhelhos e siltitos vermelhos, micáceos, leitos conglomeráticos; cores escura, roxo-avermelhada; estratificação plano-paralela e laminação; metamorfismo de muito baixo grau caracterizando um ambiente fluvial; iii. Formação Parapuí: compreende basaltos (em parte amigdaloidais/ vesiculares e/ou espilitizados/queratofirizados), andesitos, riolitos (com fases porfiríticas e ignimbríticas), gabros, diabásios e dacitos, somando-se seções marcadas por associações vulcano-vulcanoclástica e piroclástica (com bombas e lapílis); iv. Formação Aprazível: ortoconglomerados grossos e polimíticos, com matriz arcoseana e, normalmente, sem acamamento caracterizando um ambiente fluvial. Novais et al. (1979) obtiveram uma datação Rb-Sr (rocha total) de 535 ± 27 Ma para a Formação Pacujá, a qual pode representar tanto a idade da sedimentação quanto do anquimetamorfismo devido ao soterramento. Na hipótese da idade representar a sedimentação 2. Arcabouço Geológico Regional 37 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) e tendo em vista o grau de precisão da datação, a deposição da Formação Pacujá teria ocorrido no intervalo Vendiano-Cambriano (NOVAIS et al., 1979). Se a idade obtida representa o anquimetamorfismo, a deposição deve ter se dado anteriormente, provavelmente durante o Vendiano (NOVAIS et al., 1979). 2.3.1.7. Grupo Riacho Sairi O Grupo Riacho Sairi (Figura 2.3) representa uma bacia do estágio de transição Proterozóico-Fanerozóico da Província Borborema, com um trend NE-SW e controlada pela zona de cisalhamento transcorrente Jaguapari. Possui características estruturais e deposicionais muito semelhante ao Grupo Jaibaras, o que leva vários autores a correlacionar estas bacias. Segundo Cavalcante et al. (2003), o Grupo Riacho Sairi é constituído da base para o topo pelas seguintes formações: i. Formação 1: conglomerados polimíticos com seixos de quartzitos, granitóides, gnaisses e filitos, de matriz areno-arcoseana cinzenta em contatos transicional-interfaciais com a Formação 2 caracterizando um ambiente fluvial com trato proximal; ii. Formação 2: arenitos quartzosos, arcoseanos, líticos e micáceos, de granulometria diversificada, matriz quartzofeldspática e cimento silicoso e ferruginoso; tonalidades escura, roxo-avermelhada e, subordinadamente, cinza-esverdeada e creme; estratificação plano-paralela, marcas de ondas e laminação, caracterizando um ambiente fluvial com tratos distais. iii. Formação 3: ortoconglomerados polimíticos, geralmente de matriz areno- feldspática sem acamamento marcante, caracterizando um sistema fluvial. 2.3.2. Evolução Tectono-Metamórfica Segundo Santos et al., (2004), os quatros eventos tectônicos (D1 a D4) que afetaram o DMC são registrados de maneiras distintas. O evento D1 afetou rochas do Complexo Granja de idade 2360 - 2300 Ma e outras não, e, portanto, infere-se que se desenvolveu durante a orogênia Transamazônica (2000 - 2200 Ma) sendo caracterizado por 2. Arcabouço Geológico Regional 38 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) uma foliação de baixo ângulo mergulhando para SE, normalmente, subparalelos à foliação S2 que se desenvolveu durante D2 (SANTOS et al., 2004). No DMC, o evento D2 é caracterizado por uma foliação S2 commergulho de médio a baixo ângulo para SE, uma lineação de estiramento marcado por silimanita, cianita, estaurolita e muscovita com baixo mergulho para NE ou SE (SANTOS et al., 2004). Milonitos definem as zonas de cisalhamentos as quais foram cavalgadas com direção noroeste (SANTOS et al., 2004). Evidências microtectônicas e petrográficas indicam que o evento D2 registrado no Complexo de Granja e no Grupo Martinópole, foi desenvolvido, respectivamente, sob as seguintes condições metamórficas: média pressão e alta temperatura (fácies granulito) e média pressão e média temperatura (fácies anfibolito a xisto verde) (SANTOS et al., 2004). Cálculos de termobarometria realizados por Nogueira Neto (2000) mostram condições em fácies granulito de pressão intermediária a elevada, cujas temperaturas variam entre 750 e 840ºC, e pressões de 7 a 10 kbar para os litótipos de alto grau do Complexo de Granja (granulitos). Pertinente as associações minerais metamórficas das rochas do Grupo Martinópole, o aparecimento da estaurolita e cianita nas unidades basais (SANTOS, 1993) indica condições metamórficas compatíveis com o fácies anfibolito, posicionando o conjunto na zona da estaurolita-cianita do metamorfismo barroviano (NOGUEIRA NETO, 2000). Por outro lado, as associações das unidades de topo (Unidades III e IV; xistos e filitos; SANTOS,1993) encerram associações com sericita-biotita-granada (Unidade III) e clorita- sericita (Unidade IV), ambas relativas ao fácies xisto-verde (NOGUEIRA NETO, 2000). Em suma, os metassedimentos Martinópole apresentam uma diminuição do grau metamórfico da base da sequência para o topo, registrando assim, condições intermediárias e iniciais de fácies anfibolito nas Unidades I e II, e fácies xisto-verde nas Unidades III e IV (NOGUEIRA NETO, 2000), caracterizando um retrometamorfismo. No Grupo Ubajara, os registros do evento D2 são semelhantes ao do Grupo Martinópole, porém foram desenvolvidos em baixas condições de fácies metamórficas (SANTOS et al., 2004). Ele é caracterizado por uma clivagem e xistosidade milimétrica S2 com mergulho de baixo ângulo para SE, um lineamento mineral L2 para SE (marcado por clorita, muscovita e serecita) e dobras assimétricas (S0) com vergência para NW (SANTOS et al., 2004). Soares (1986) propõe que um único metamorfismo de baixo grau, de provável idade Brasiliana, afetou as litologias do Grupo Ubajara. O evento tangencial D2 evoluiu progressivamente para o evento D3, que é 2. Arcabouço Geológico Regional 39 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) caracterizado pela forte foliação subvertical S3, com direção NE-SW a E-W (SANTOS et al., 2004). Esta foliação é bem marcada (sua penetração varia de acordo coma reologia do pacote de rochas a ser afetado) em filitos e xistos das Formações Santa Terezinha e Covão e de maneira mais discreta em quartzitos da Formação São Joaquim (SANTOS et al., 2004). Ainda segundo Santos et al. (2004), há desenvolvimento de grandes zonas de cisalhamento durante o evento D3, cujos indicadores cinemáticos como feldspatos assimétricos, estruturas S-C, mica- fish e microdobras indicam um movimento dextral. Em D3, cianita, estaurolita e silimanita mostram um comportamento plástico e com deformação progressiva, essas porções de crosta foram erguidas e resfriadas tornando-se progressivamente frágil-dúctil em D4, quando o quartzo foi recristalizado e serecita-muscovita cristalizado ocorrendo ao longo de uma clivagem espaçada ortogonal à foliação S3 (SANTOS et al., 2004). Segundo Santos et al., 2004, D4 é uma fase de deformação frágil-dúctil relacionada com movimentos transpressionais e é melhor documentada nos quartzitos do Grupo Martinópole, onde é caracterizada por uma clivagem de fratura espaçada S4. Esse evento tectônico não foi registrado nas rochas da Sequência Vulcânica Saquinho e do Grupo Ubajara (SANTOS et al., 2004). A evolução do evento transcorrente D3 para o evento transpressional D4 é gravada essencialmente em feições microtectônicas e nos eixos C de quartzos estudados nos quartzitos do Grupo Martinópole (SANTOS et al., 2004). Esta transição está registrada principalmente ao longo de várias zonas de cisalhamento transcorrente do DMC, desenvolvido durante D3, exemplificado aqui pelas Zonas de Cisalhamento Campanário e São Joaquim (SANTOS et al., 2004). O granito Mucambo exibe uma bem marcada auréola de metamorfismo de contato com rochas do Grupo Ubajara (BRITO NEVES et al., 2003), caracterizando assim a última fase metamórfica do DMC. Santos et al. (2004)., concluíram que o embasamento registrou eventos de deformação e superimposição intensa ocasionados por D2 e D3 que praticamente apagou os registros de D1 e a orientação das foliações e lineações associados aos eventos D2 e D3, indicam uma história evolutiva para o noroeste da Província Borborema de compressão mudando progressivamente para regime tectônico transcorrente (Figura 2.4), enquanto a mudança do evento D3 para D4 representa uma elevação geral e refrigeração das rochas expostas, tal como sugerido pelo crescimento de minerais metamórficos de baixo (SANTOS et al., 2004). 2. Arcabouço Geológico Regional 40 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 3. Estratigrafia 41 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 3. ESTRATIGRAFIA A identificação das principais unidades estratigráficas que compõem o arcabouço geológico das áreas pesquisadas tem por base a correlação de rochas com base em colunas estratigráficas já conhecidas, bem como a análise estrutural e as relações de contato entre as unidades reconhecidas nos trabalhos de campo. As correlações estratigráficas foram pautadas, essencialmente, em três conceitos: i. Tempo ou idade das rochas (cronoestratigrafia) e, ii. Continuidade lateral das mesmas rochas ou conjuntos de rochas (litoestratigrafia). iii. A análise estrutural e petrológica. Dessa forma, foi possível caracterizar dez unidades estratigráficas, distribuídas do topo para a base: (1)Depósito Aluvial - Qa. (2) Cobertura Colúvio-Eluvionar Indiferenciada - NQc; (3) Grupo Barreiras - ENb; (4) Suíte Magmática Ceará-Mirim - JK1c; (5) Unidade São Joaquim - NPmsj; (6) Complexo Granja (a) Unidade Gnáissica-Migmatítica - PPg; Subunidade Anfibolítica - PPga; Subunidade Milonítica - PPgm; (b) Unidade Granulítica - PPgg; Subunidade Gnáissica Enderbitica e Máfica - PPgge; Como o mapeamento foi feito em três áreas específicas dentro de uma área maior, será enumerado cada área para melhor desenvolvimento dos textos subseqüentes (Quadro 3.1). 3. Estratigrafia 42 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Quadro 3.1 – Nomes correlacionados no texto a cada área de estudo. NOME DA ÁREA DE ESTUDO NOME CORRELACIONADO NO TEXTO “Geral” Área um Morro Vermelho Área dois Dr. Privat Área três Canto Salgado Área quatro 3.1. Complexo Granja Tal Complexo é de idade Paleoproterozóica, sendo o mais antigo formado nasáreas mapeadas, e apresenta um trend regional SW-NE. Ocupa a maior porção areal, com aproximadamente 59% da área um. É constituído pelas unidades Gnáissica-Migmatítica, Anfibolítica, Milonítica, Granulítica, Gnáissica Enderbitica e Máfica. Dados geocronológicos realizados por Fetter et al. (1999 e 2000) e Nogueira Neto (2000), utilizando os métodos U-Pb e Pb-Pb, comprovam que as rochas deste complexo são de idade Paleoproterozóica (2360 – 2032 Ma). 3.1.1. Unidade Gnáissica-Migmatítica – PPg Os principais afloramentos desta unidade estratigráfica, que ocupa aproximadamente 12% da área um, são observados principalmente em forma de lajedo, leito de estrada e leito de rio, com dimensões bastante variadas, metros a centenas de metros e apresentam cor cinza (Fotografias 3.1). São limitados em uma faixa SW-NE na área quatro, estendendo-se desde as proximidades do distrito de Canto Salgado ao distrito de Pedra Preta, 5 km a nordeste da cidade de Granja. Alguns afloramentos também podem ser observados a NW da CE-085 (trecho Granja – Parazinho). Em escala de afloramento, foram observados predominantemente hornblenda- biotita gnaisse migmatítico localmente varia para biotita-hornblenda gnaisse migmatítico. Em um afloramento específico foi observado rocha calcissilicática a qual pode estar relacionada a eventos de fusão parcial (Fotografia 3.2). Faz contato tectônico com a Unidade Granulítica (ver item 3.1.2) por meio de uma zona de cisalhamento transcorrente dextral, de mergulho moderado para SE, e nesta situação indica ser sobrejacente aquela unidade (Unidade Granulítica). 3. Estratigrafia 43 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) d b e a c f Fotografias 3.1 – (a) Afloramento com centenas de metros mostrando um biotita-hornblenda gnaisse-migmatítico em forma de lajedo na porção NE da área mapeada (Ponto GR-2010.2-38, Coord. UTM-24S: 0302468 E / 9661466 N). (b) Afloramento em forma de lajedo nas proximidades do contato com a Unidade Granulítica onde se observa uma anisotropia bem marcada caracterizando a foliação Sn (Ponto GR-2010.2-06, Coord. UTM-24S: 0300306 E / 9660690 N). (c) Dobras intrafoliais pertencentes à Unidade Gnáissica-Migmatítica (Ponto GR-2010.2-10, Coord. UTM-24S: 0299448 E / 9659080 N). (d) Veios de epidotos preenchendo fraturas em um gnaisse milonítico (Ponto GR-2010.2-31, Coord. UTM-24S: 0301614 E / 965823 N). (e) Afloramento em forma de lajedo onde se observa o gnaisse totalmente migmatizado, mostrando níveis elevados de fusão parcial (Ponto CPRM-2010.1- 152, Coord. UTM: 295294 E / 9657516 N). (f) Afloramento mostrando alternância entre bandas máficas e félsicas dentro do biotita-hornblenda gnaisse migmatítico (Ponto GR-2010.2-38, Coord. UTM-24S: 0302468E / 9661466N). 3. Estratigrafia 44 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Litologicamente, o hornblenda-biotita gnaisse migmatítico apresenta um bandamento composicional alternân- cia entre bandas máficas e félsicas, com predomínio de composição granodiorítica (Fotografia 3.1). Uma anisotropia bem marcada é característica neste complexo, com cristais de plagioclásio rotacionados mostrando um sentido de cisa- lhamento dextral (Fotografia 3.3). Por vezes encontra-se dobrado (dobras decamétricas, mesométricas, em “Z” e intrafoliais) sendo comum mobilizados de composição quartzo- feldspática, pegmatíticos ou não, intercalados na foliação. Em certos afloramentos, estes mobilizados representam mais de 50% das rochas expostas (Fotografias 3.1). 3.1.1.1. Subunidade Anfibolítica – PPga Afloram na forma de lajedos em leitos de estrada, com dimensões decimétricas a Fotografia 3.3 – Cristal de plagioclásio rotacionado em meio à foliação Sn do biotita-hornblenda gnaisses migmatíticos mostrando um sentido de cisalhamento dextral, (Ponto GR- 2010.2-44, Coord. UTM-24S: 0299114 E / 9658898 N). Fotografia 3.2 – Calcisilicática em meio à foliação do biotita-hornblenda gnaisse migmatítico, (Ponto GR- 2010.2-44, Coord. UTM-24S: 0299114 E / 9658898 N). 3. Estratigrafia 45 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) métricas. Encontram-se intercalados aos gnaisses e migmatítos, identificada nas áreas estudadas em três pontos, sob a forma de lentes cartografadas dentro da Unidade Gnáissica- Migmatítica (Fotografias 3.4). As lentes estão dispostas de maneira sub-concordante aos gnaisses e correspondem a intrusões pré-metamórficas de rochas máficas. Em escala de afloramento, foram observados anfibolitos de cor preta a verde escuro, bandados (bandas centimétricas descontinuas de quartzo e plagioclásio) por vezes recortados por veios pegmatóides (Fotografias 3.4). 3.1.1.2. Subunidade Milonítica – PPgm Tal litologia representa uma faixa de direção NE-SW onde houve um grau de metamorfismo dinâmico mais acentuado devido à existência de quatro zonas de cisalhamento transcorrentes dextrais de mergulho moderado a alto, dentre elas a zona de cisalhamento de Granja e zona de cisalhamento da Pedraria, dentro da Unidade Gnáissica-Migmatítica. Os principais afloramentos desta unidade estratigráfica são observados principalmente em forma de lajedos, leito de estrada (CE-085) e no leito do açude Pedraria (Fotografias 3.5). b a Fotografias 3.4 – (a) Anfibolito com sua cor predominante, verde escuro, e constituído praticamente de hornblenda (Ponto GR-2010.2-45, Coord. UTM-24S: 0299566 E / 9659206 N). (b) Anfibolito intercalado a gnaisses migmatítos na forma de enclaves (Ponto GR-2010.2-45, Coord. UTM-24S: 0299566 E / 9659206 N). 3. Estratigrafia 46 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Em escala de afloramento, foram observados principalmente hornblenda milonito, de cor esverdeada e com variações locais na porcentagem da matriz desde protomilonitos até ultramilonitos, com porfiroclastos de quartzo e plagioclásio. O hornblenda milonito apresenta-se bandado (alternância entre bandas máficas e félsicas) sendo este bandamento obliterado por boudins de composição similar, dobras assimétricas e veios de epidoto (Fotografias 3.5). Esses boudins por vezes encontram-se rotacionados e indicam um movimento dextral a estas zonas de cisalhamento (Fotografia 3.5b). As dobras assimétricas, assim como os boudins, denotam o movimento dextral dessas zonas de cisalhamento. Representam, portanto tectonitos da Unidade Gnáissica-Migmatítica, aqui individualizados e de posicionamento estratigráfico similar a mesma. 3.1.2. Unidade Granulítica – PPgg Tal unidade apresenta litotipos que fazem parte do complexo de rochas consideradas como as mais antigas nas áreas mapeadas, aflorando na totalidade da área três (distritos de Dr.Privat e Salgado da Pedra), quase na totalidade da área dois (distritos de Morro Vermelho e Seiscentos), de forma limitada ao extremo noroeste e norte da área quatro a b Fotografias 3.5 – (a) Afloramento de hornblenda milonito em forma de lajedo na borda sul do açude Pedraria. (Ponto GR-2010.2- 26, Coord. UTM: 0301038 E / 9658952 N). (b) Afloramento representando uma dobra em “Z” e um boudin rotacionado durante o cisalhamento da rocha onde as duas deixam marcante o movimento dextral dessa zona de cisalhamento. (Ponto GR-2010.2-26, Coord. UTM-24S: 0301038 E / 9658952 N). 3. Estratigrafia 47 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) (estendendo-se desde o norte do distrito de Pedra Preta até o distrito de Canto Salgado), aproximadamente a 5 km a nordeste da cidade de Granja, e ocupando aproximadamente 47% da área um. Os principais afloramentos desta unidade litoestratigráfica são observados principalmente em forma de lajedo de dimensões variadas (Fotografia 3.6a), cortes e leito de estrada (Rodovia CE-085 e antiga estrada de ferro), e leito de drenagem. Fotografia 3.6 – (a) Silimanita-cianita-granada-biotita gnaisse na forma de lajedo na localidade de seiscentos (Ponto GR-2011.1-50, Coord. UTM-24S: 0295603 E / 9666562 N). (b) Concentrado de granadas em meio à foliação Sn da Unidade Granulítica (Ponto GR-2011.1-54, Coord. UTM-24S: 0296334 E / 9663254 N). Em escala de afloramento, são observados cianita-silimanita-granada-biotita gnaisse por vezes com grafita (área dois), silimanita-granada-biotita gnaisse (área dois, três e quatro) e granada-biotita gnaisse com variações locais na relação biotita-granada (área quatro), caracterizando um zoneamento metamórfico NW-SE. São de cor cinza a branco, sempre apresentando um número elevado de granadas (almandina) (Fotografia 3.6b) e encontram-se moderadamente intemperizados até intensamente alterados (Fotografias 3.7). Litologicamente, este conjunto de rochas paraderivadas de alto grau metamórfico ora apresenta bandamento composicional por alternância entre bandas máficas e félsicas (Fotografia 3.8a), ora esse bandamento está deformando por dobras intrafoliais e/ou assimétricas dextrais. É comum mobilizado de fusão em quase todos os afloramentos, mostrando um processo de anatexia, a maioria com concentrados de granada, veios quartzo- feldspático, pegmatíticos ou não, concordantes a sub-concordantes com a foliação (Fotografia 3.8b). a b 3. Estratigrafia 48 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Fotografias 3.8 - (a) Bandamento típico desta unidade marcado pela alternância de bandas máficas e félsicas (Ponto GR-2010.2-32, Coord. UTM: 0300742 E / 9660868 N). (b) Concentrado de granada em meio aos mobilizados de fusão da Unidade Granulítica (Ponto GR-2011.1-52, Coord. UTM: 0295328 E / 9661714 N). b a Fotografias 3.7 – (a) Afloramento de cianita-silimanita-granada-biotita gnaisse com um veio quartzo-feldspático concordante com a foliação Sn (Ponto GR- 2011.1-90, Coord. UTM-24S: 0295197 E / 9666662 N). (b) Afloramento na localidade de Seiscentos, leste da CE–085, onde se observa um intemperismo acentuado nas rochas da Unidade Granulítica (linhas pretas mostrando o aspecto da alteração dos mobilizados de fusão e as linhas vermelhas o dos concentrados de granada nestes mobilizados (Ponto GR-2011.1-79, Coord. UTM-24S: 0295105 E / 9666886 N). a b 3. Estratigrafia 49 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 3.1.2.1. Subunidade Gnáissica Enderbítica e Máfica – PPgge Os principais afloramentos desta subunidade ocorrem sob a forma de lajedos, cortes de estradas e na base do Serrote Jereguapuaba, com dimensões variadas, decimétricas a dezenas de metros e apresentam uma coloração verde escura (gnaisse enderbítico) a preta (granulito máfico) (Fotografias 3.9). A ocorrência da unidade está restrita a área três, distritos de Salgado da Pedra e Morrista (proximidade de Dr. Privat), caracterizando as principais feições morfológicas positivas desta área, como o Serrote Jereguapuaba (Fotografia 3.10). Fotografias 3.9 – (a) Aspecto do gnaisse enderbítico observado na área três, proximidades de Canto Salgado, com sua cor verde característica (Ponto GR-2011.1-82, Coord. UTM: 0295213 E / 9662288 N). (b) Granulito máfico intercalado ao silimanita-granada-biotita gnasse com hornblenda com sua cor preta característica (Ponto GR-2011.1-54, Coord. UTM-24S: 0296334 E / 9663254 N). Fotografia 3.10 - Vista lateral do Serrote Jereguapuaba: feição morfológica positiva sustentada pelas intercalações de gnaisses enderbíticos e granulitos máficos em meio aos silimanita-granada-biotita gnaisses com hornblenda. (Foto 108, tirada no ponto GR-2011.1-88 com vista para norte, Coord. UTM-24S: 0294479 E / 9661851 N). Em escala de afloramento, foram observados predominantemente gnaisses enderbíticos (compostos basicamente de quartzo, anfibólio e pouco piroxênio) e granulitos máficos (composto basicamente de piroxênio (clino e orto), nos quais o par quartzo + granada não ultrapassam os 10%, pouco alterados, anisotrópicos e por vezes com uma granulação fina. a b 3. Estratigrafia 50 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Os litotipos desta unidade encontram-se intercalados ao silimanita-granada-biotita gnaisse (Fotografias 3.11), exceto em um único ponto (CPRM-2010.1-149), onde apresenta uma lente composta exclusivamente de gnaisse enderbítico (ponto este fora das áreas dois, três e quatro) (Fotografias 3.11). Alguns poucos afloramentos de pequenas dimensões encontram-se dispersos na Unidade Granulítica, assim não foram cartografados. Tal unidade parece representar um conjunto de intrusões básicas e ácidas pré-metamórficas em meio a rochas sedimentares pretéritas. Foram observados níveis enderbíticos, em um único afloramento, associados aos biotita-hornblenda gnaisse migmatítico, próximo ao contato entre a Unidade Gnáissica- Migmatítica e a Unidade Granulítica. Estes níveis enderbíticos podem ser interpretados como uma transição do fácies granulito (piroxênio-hornblenda-granada gnaisse) para o fácies anfibolito alto (hornblenda-biotita gnaisse), caracterizando um processo de retrometamorfismo. Fotografias 3.11 – Intercalações de (a) gnaisse enderbítico dispersos na foliação e (b) granulito máfico em forma de lente nos silimanita- granada-biotita gnaisse com hornblenda. A orientação dos corpos é concordante com a foliação Sn (a – Ponto GR-2011.1-82, Coord. UTM: 0295213 E / 9662288 N ; b – Ponto CPRM-2010.1-25, Coord. UTM: 300393 E / 9660952 N). (c) Litotipo caracterizado por um gnaisse enderbítico, sem sinais de deformação (Ponto CPRM-2010.1-149, Coord. UTM: 292980 E / 9657726 N). c a b 3. Estratigrafia51 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 3.2. Unidade São Joaquim - NPmsj A Unidade São Joaquim apresentada no presente trabalho corresponde a Formação São Joaquim do Grupo Martinópole de Brito Neves (1975). A alteração aqui proposta reside no fato de que segundo as recomendações do Código Brasileiro de Nomenclatura Estratigráfica (PETRI et al., 1986), o termo “Formação” deve ser utilizado para unidades litoestratigráficas que estão em conformidade com a Lei da Superposição de Camadas, sendo assim mais adequado para estratos de rochas sedimentares, vulcânicas ou metavulcânicas e rochas metamórficas de baixo grau. Logo, atendendo a tais recomendações, optou-se pela utilização do termo “Unidade” já que a associação de rochas aqui discutida encontra-se em um contexto deformacional complexo sob condições metamórficas de baixo a alto-grau. Tal unidade encontra-se associada às principais feições morfológicas positivas, como nas regiões do Serrote Aroeira, região sudeste (Fotografias 3.12), e Canto Salgado, região centro-oeste, da área quatro (Fotografias 3.12). Representa 2,5% da área um e ocorre em contato discordante por sobre as unidades Gnáissica-Migmatítica e Granulítica do Complexo Granja. Na região do serrote Aroeira, os afloramentos são observados moderadamente a pouco intemperizados em leito de estrada (por exemplo, ao longo do caminho que dá acesso ao topo do serrote) e blocos soltos dispersos pela superfície. Nesta região, tal unidade é constituída litologicamente por quartzito com muscovita, muscovita quartzito com turmalina, rocha calcissilicática e filito (Fotografias 3.13). O quartzito ocorre exibindo granulação predominante média, cor creme a branca e foliação metamórfica determinada pela presença de muscovita (Fotografias 3.13). Fotografias 3.12 - (a) Vista lateral do serrote Aroeira: feição morfológica positiva sustentada pelos quartzitos da unidade São Joaquim. (Foto 184, Coord. UTM-24S: 0303223E / 9660372 N). (b) Quartzito ferrífero na região de Canto Salgado (Ponto GR- 2010.2-33, Coord. UTM-24S: 0299566 E / 9659206 N). b a b 3. Estratigrafia 52 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Uma ocorrência de rocha calcissilicática bandada composta por feldspato, quartzo, anfibólio e granada, cor escura e granulação fina foi observada na base do serrote na forma de blocos métricos (Fotografias 3.13). Dois afloramentos de filito foram observados em cortes de estradas as margens da CE-085 (trecho Granja – Parazinho) nas proximidades do Serrote Aroeira. Nos afloramentos foram observados filitos com muscovita, cor vermelha e cinza, alterados e intemperizados e com níveis centimétricos de quartzito com turmalina (Fotografias 3.13). Na região de Canto Salgado, foram observados quartzito ferrífero, quartzito puro e impuro foliados de granulação média e cor creme-avermelhada. Quando não afloram são associados a um solo bastante avermelhado que demarca bem o contato a norte com a Unidade Gnáissica-Migmatítica do Complexo Granja. Fotografias 3.13 – (a) Rocha calcissilicática bandada de cor escura, granulação fina e anisotropia bem marcada (Ponto GR-2010.2-20, Coord. UTM- 24S: 0302968 E / 9658808 N). (b) Quartzito de granulação média-grossa com muscovita e turmalina no topo do Serrote Aroeira (Ponto GR-2010.2-18, Coord. UTM-24S: 0302556 E / 9658154 N). (c) Filito com plano de xistosidade bem definido e brilhante, bastante alterado e intemperizado, (Ponto GR-2010.2-14, Coord. UTM-24S: 0303337 E / 9659254 N). a b c 3. Estratigrafia 53 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 3.3. Suíte Magmática Ceará-Mirim - JK1c Foi observado, em um único ponto (GR- 2011.1-64), blocos soltos de riolito apresentando uma textura porfirítica, fenocris- tais de feldspato potássico, sem orientação preferencial na localidade de Seiscentos a leste da Rodovia CE-085, trecho Granja/ Camocim (Fotografia 3.14). Não foram reconhecidas relações de contato. 3.4. Grupo Barreiras – ENb Esta unidade é observada principalmente em leito de estrada (área dois - distrito de Morro vermelho e Seiscentos) e encosta de morro (área quatro – distrito de Canto Salgado), representando aproximadamente 10% da área um e ocorre em contato discordante com hiato por sobre as unidades Gnáissica-Migmatítica e Granulítica do Complexo Granja. Litologicamente são representados por um conjunto de rochas sedimentares compostas por arenito de tonalidade amarelada, matriz argilo-caulinítica e um cimento argiloso, conglomerado mal selecionado com seixos, bem arredondados a subanguloso e uma esfericidade média, de quartzo e de rochas do embasamento, contendo cimento síltico- ferruginosos, pouco consolidados com tonalidades castanhas e avermelhadas e depósitos detrítico-lateríticos sob a forma de concreções e nódulos, de coloração avermelhada típica, rica em óxido de ferro e por vezes mostrando níveis caulinizados (Fotografias 3.15). Fotografia 3.14 – Aspecto porfirítico (fenocristais de feldspato potássico) sem orientação preferencial em um bloco de riolito (Amostra GR-2011.1- 64, Coord. UTM-24S: 0294798 E / 9666750 N). 3. Estratigrafia 54 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 3.5. Cobertura Colúvio-Eluvionar – NQc Os principais afloramentos desta unidade ocupam aproximadamente 0,5% da área um, principalmente nos distritos distrito de Seiscentos e Canto Salgado. São observados principalmente na forma de rasteiro em leito de estrada, com centenas de metros de dimensões (Fotografias 3.16). Em escala de afloramento são sedimentos arenosos caulínicos e níveis síltico- arenoso de coloração alaranjada ou amarelada. Estas coberturas coluvio-eluvionares são resultantes da alteração das rochas da Unidade Granulítica (Fotografias 3.16). 3.6. Depósitos Aluviais – Qa Os depósitos aluviais (coberturas quaternárias) ocorrem associados às proximidades do Rio Coreaú, seus afluentes e principais drenagens, correspondendo aproximadamente 28% da área um (Fotografia 3.17). São constituídos por sedimentos quartzosos inconsolidados de cor creme, imaturos e granulação predominantemente arenosa com porções mais argilosas associadas (Fotografa 3.17). a b Fotografias 3.15 – (a) Lateritas subordinadas na encosta do quartzito ferrífero, região de canto salgado, cartograficamente não diferenciadas (Ponto GR-2010.2-33, Coord. UTM-24S: 0299566 E / 9659206 N). (b) Conglomerado laterítico matriz suportada com seixos arredondados a subangulosos de quartzo (Amostra GR- 2011.1-62b, Coord. UTM-24S: 0296049 E / 9666172 N). 3. Estratigrafia 55 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Fotografias3.16 – (a) Cobertura colúvio-eluvionar predominante no distrito de seiscentos, próximo a uma das piscinas de carcinicultura da PMC, em contato erosivo com a Unidade Granulítica (Ponto GR-2011.1-73, Coord. UTM-24S: 0296852 E / 9666930 N). (b) Cobertura eluvionar resultante da alteração das rochas da Unidade Granulítica (Ponto CPRM-2010.1-153, Coord. UTM-24S: 0292544 E / 9657922 N). Fotografia 3.17 – Sedimentos inconsolidados de idade quaternária associados a planície aluvial do Rio Coreaú. (Ponto GR-2010.2-34 - Coord. UTM- 24S: 0301520 E / 9661566 N). Com base nas informações obtidas da região estudada, foi possível estabelecer uma coluna estratigráfica, melhorando a caracterização e/ou compartimentação geológica da literatura atual, dado a escala de trabalho. A coluna a seguir (Figura 3.1) mostra as unidades descritas anteriormente (Gnáissica-Migmatítica, Anfibolítica, Milonítica, Granulítica, Gnáissica Enderbitica e Máfica, São Joaquim, Suíte Magmática Ceará-Mirim, Grupo Barreiras, Cobertura Colúvio-Eluvionar e Depósitos Aluviais), organizadas de acordo com a estratigrafia sugerida. b a 3. Estratigrafia 56 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Figura 3.1 - Coluna estratigráfica com as unidades observadas nas áreas de estudo. Legenda: PPg - Unidade Gnáissica-Migmatítica; PPga - Subunidade Anfibolítica; PPgm - Subunidade Milonítica; PPgg - Unidade Granulítica; PPgge - Subunidade Gnáissica Enderbitica e Máfica; NPmsj - Unidade São Joaquim; JK1c - Suíte Magmática Ceará-Mirim; ENb - Grupo Barreiras Indiferenciado; ENbc – Depósitos Detrítico-Lateríticos (Grupo Barreiras – Formação Camocim); NQc - Cobertura Colúvio-Eluvionar e Qa - Depósitos Aluviais. 4. Petrografia 57 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 4. PETROGRAFIA Este capítulo enfoca essencialmente os aspectos microscópicos dos principais litotipos reconhecidos em campo. Com a caracterização das relações texturais, microestruturais e mineralógicas das principais sequências de rochas que compõem as unidades estratigráficas presentes nas áreas mapeadas, foram determinadas aproximadamente às condições metamórficas as quais os litotipos foram submetidos, assim como indicativos dos protólitos e respectivos ambientes pré-metamórficos. Nos itens subsequentes são descritas as rochas estudadas por unidades litoestratigraficas, quais sejam: i- Complexo de Granja e ii- Unidade São Joaquim (Grupo Martinópole). 4.1. Complexo Granja 4.1.1. Hornblenda-biotita gnaisse (Unidade Gnáissica-Migmatítica – PPg) A análise petrográfica mostrou que este litotipo apresenta pequenas variações mineralógicas constituindo, hornblenda-biotita gnaisse com ou sem granadas (Fotomicrografia 4.1). Fotomicrografia 4.1 – Fotomicrografia do biotita gnaisse com granada à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b), onde observa-se granada (Grt) arredondada e opacos (Op) sub-idioblástico em meio a grãos de quartzo (Qtz) e Biotita (Bt) orientado. Cristal de zircão (Zr) observado incluso em grão de quartzo. Amostra GR-2010.2-05, Coord. UTM-24S: 0300460 E / 9660908 N. Apresenta uma textura granolepidoblástica, por vezes granoblástica, inequigranular serial, de granulação média, com a forma dos grãos variando de sub- a b 4. Petrografia 58 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) idioblástica a xenoblástica, exibindo contatos retos, serrilhados a arredondados. (Fotomicrografia 4.2). Fotomicrografia 4.2 – Fotomicrografia do biotita gnaisse à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b), onde observa- se uma textura granolepidoblástica com lamelas de biotita (Bt) e quartzo (Qtz) estirados mostrando a direção preferencial da foliação da rocha (seta amarela). Amostra GR-2010.2-05, Coord. UTM-24S: 0300460 E / 9660908 N. É constituído pela seguinte associação mineral: quartzo (55-65%), plagioclásio (5-30%), biotita (5-20%), hornblenda (9-11%), feldspato potássico (~5%), granada (~2%), apatita (~2%), muscovita (~1%) e opacos + zircão (~2%). Os grãos de quartzo variam de sub- idioblásticos a xenoblásticos, granulação média, com orientação preferencial e extinção ondulante mostrando uma forte deformação. Por vezes com inclusões em biotita ou preenchendo fraturas das mesmas. Os grãos de plagioclásio apresentam-se com forma sub- idioblástica a xenoblástica, com germinação polissintética (Lei da Albita), sendo possível a identificação do tipo de plagioclásio pelo método de Michel-Levy (in ROUBALT, 1972), cujos resultados exibiram ângulo de extinção entre 44° e 47°, correspondendo portanto a andesina (An>30). Os grãos de plagioclásio em menor escala, apresentam inclusões de biotita. As lamelas de biotita apresentam-se com forma sub-idioblástica e bem orientados, representando a foliação da rocha. Os grãos de hornblenda variam de sub-idioblástica a xenoblástica com granulação média, formando porfiroblastos e sem orientação preferencial. Os grãos de feldspato potássico foram reconhecidos exclusivamente em uma única lâmina (IG-08b), caracterizando grãos xenoblásticos de microclina com geminação polissintética, segundo a lei da albita + periclina “maclas em xadrez”. Os minerais acessórios são representados por granada xenoblástica arredondada e fraturadas, apatita de formas arredondadas e sempre em contato com quartzo, muscovita secundária ocorre sob a forma a b 4. Petrografia 59 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) sub-idioblástica a xenoblástica e em contato com biotita, granada e microclina, opacos com forma xenoblástica, e cristais arredondados e prismáticos de zircão (Fotomicrografia 4.3). Fotomicrografia 4.3 – Fotomicrografia do biotita-hornblenda gnaisse à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b), onde se observa grãos de hornblenda (Hbl), quartzo (Qtz), biotita (Bt) e um cristal de zircão com formas arredondadas (Zr). Amostra GR-2010.2-38, Coord. UTM-24S: 0302468 E / 9661466 N. 4.1.2. Anfibolito (Subunidade Anfibolítica – PPga) Ao microscópio petrográfico o anfibolito exibe granulação média, textura nematoblástica a granonematoblástica, ineguigranular, constituído essencialmente por hornblenda (85-90%) e plagioclásio (5-7%). Como minerais minoritários ocorrem quartzo (2- 5%), e opacos (~2%). A hornblenda de cor verde pálida a verde escuro ocorre na forma de cristais prismáticos alongados e grãos subédricos (Fotomicrografia 4.4). Os grãos de plagioclásio são usualmente anédrico a subédrico, com germinação polissintética (Fotomicrografia 4.5). Os grãos de quartzo são xenoblástica, deformados a b a b Fotomicrografia 4.4 – Anfibolito à luz natural (a) e luz ortoscópica (b), constituído quase que em sua totalidade por hornblenda (Hbl) de cor verde pálida e forma anedral a subedral. Cristais de quartzo (Qtz) e plagioclásio (Pl) encntram-se em meio aos cristais de hornblenda (Hbl). Amostra GR-2010.2-45, Coord. UTM- 24S: 0299566 E / 9659206 N.4. Petrografia 60 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) marcados por extinção ondulante e ocorrem intersticialmente, entre os grãos de plagioclásio e hornblenda. Parte dos opacos são produtos de alteração metamórfica da hornblenda e ocorre entre os grãos da mesma. Fotomicrografia 4.5 – Grãos de hornblenda (Hbl) com suas duas clivagens característica a 124° à luz natural (a) e luz ortoscópica (b). As hornblendas (Hbl) se encontram em contato com cristais de quartzo (Qtz) e plagioclásio (Pl) que apresentam uma germinação polissintética bem marcada. Amostra GR-2010.2-45, Coord. UTM-24S: 0299566 E / 9659206 N. 4.1.3. Milonito (Subunidade Milonítica – PPgm) A análise petrográfica mostrou que o gnaisse milonítico do Complexo Granja é constituído por proporção de matriz de recristalização que varia de 45 a 60%, os porfiroclastos são representados por grãos de quartzo (15-34%), hornblenda (~15%), plagioclásio (10-20%). Opacos, titanita e epidoto correspondem no máximo a 1%. A matriz granoblástica mostra-se orientada, com granulação muito fina e de difícil identificação dos minerais constituintes da mesma (Fotomicrografia 4.6). Os grãos de quartzo ocorrem como porfiroclastos subarredondados, localmente exibem recristalização em subgrãos e extinção ondulante. Os porfiroclastos de plagioclásio e hornblenda mostram-se também subarredondados e por vezes sob a forma de augen envoltos pela matriz (Fotomicrografia 4.7). Os grãos de epidoto ocorrem inclusos em plagioclásio e/ou preenchendo fraturas, provavelmente como produto de alteração metamórfica deste mineral. Minerais opacos e titanita ocorrem como inclusões nos porficlastos ou em meio à matriz. Esta subunidade é representativa da ocorrência de grandes zonas de cisalhamento dúcteis que se desenvolveram durante a segunda fase de deformação brasiliana (D3 regional), a exemplo da zona de cisalhamento dextral de Granja (ZCG). a b 4. Petrografia 61 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Fotomicrografia 4.6 – Milonito à luz natural (a) e luz ortoscópica (b) exibindo matriz de granulação fina provavelmente rica em hornblenda (Hbl) e porfiroclastos de quartzo (Qtz) e plagioclásio (Pl) arredondados. Há um cristal de titanita (Ti) arredondado ao centro da fotomicrografia. Amostra GR-2010.2-21, Coord. UTM-24S: 302765 E / 9659206 N. Fotomicrografia 4.7 – Porfiroclastos de hornblenda (Hbl), quartzo (Qtz) e plagioclásio (Pl) mostram-se subarredondados e por vezes sob a forma de augen envoltos pela matriz. Amostra GR-2010.2-21, Coord. UTM- 24S: 302765 E / 9659206 N. 4.1.4. Silimanita-cianita-granada-biotita gnaisse (Unidade Granulítica – PPggc) A petrografia desta unidade (Unidade Granulítica) revelou que a mesma é caracterizada por um zoneamento metamórfico (zona da cianita → zona da silimanita → zona da granada), confirmando observações de campo (ver Capítulo 9). Por isso será abordado nos itens subsequentes a descrição de todas as fácies desse zoneamento, além das rochas ortoderivadas da Subunidade Gnaíssica Enderbítica e Máfica, e um litotipo representativo da parte fundida deste complexo granulítico. A análise petrográfica mostrou que este litotipo exibe uma granulação média, textura lepidoblástica a granolepidoblástica inequigranular, constituída pela seguinte associação mineral: quartzo (~35%), biotita (~22%), granada (~20%), cianita (~10%), a b a b 4. Petrografia 62 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) silimanita (~5%), plagioclásio (~3%), rutilo (~2%), e apatita + opacos (~3%). Os grãos de quartzo variam de xenoblásticos a sub-idioblásticos, recristalizados em subgrãos, com extinção ondulante à luz ortoscópica, em geral bem orientados/estirados formando ribbons. Os lamelas de biotita apresentam-se com formas sub-idioblásticas a xenoblásticas, hábitos lamelares e bem orientados representando a foliação da rocha. Os grãos de granada estão presentes ora como poiquiloblastos (repletos de inclusões de biotita, quartzo e opacos), ora sob a forma xenoblástica arredondada e fraturado. Os cristais de cianita são idioblásticos prismáticos, e frequentemente estão dispostos em meio a uma massa fina e nas bordas das granadas, exibem extinção de 30° relativo aos planos de clivagem (Fotomicrografia 4.8). Fotomicrografia 4.8 – Cristais de cianita (Ky) idioblástico prismáticos à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b) em meio a grãos de quartzo (Qtz) que por vezes mostram uma recristalização em subgrãos. Grãos de opacos (Op) são observados sempre em contato com a biotita (Bt) mostrando feições de alteração metamórfica. Amostra GR-2011.1-01a, Coord. UTM-24S: 0295603 E / 9666562 N. Os cristais de silimanita também se apresentam em prismas idioblásticos e por vezes estirados, entretanto exibem extinção reta. Os grãos de plagioclásio apresentam-se com formas sub-idioblásticas e são caracterizados pela geminação polissintética (Lei da Albita). Os minerais acessórios são representados por rutilo que se apresenta de forma xenoblástica com bordas mostrando uma reação metamórfica para ilmenita, apatita na forma de agulhas inclusas nos grãos de granada e opacos com forma xenoblástica a sub-idioblástica provavelmente formados a partir de alteração metamórfica da biotita (Fotomicrografia 4.9). 4.1.5. Silimanita-granada-biotita gnaisse (Unidade Granulítica – PPggs) É constituído por uma textura lepidoblástica a granolepidoblástica com foliação bem marcada, inequigranular com porfiroblastos de granada. Apresenta a seguinte associação mineral: quartzo (40-45%), biotita (21-25%), granada (19-22%), silimanita (10-15%), a b 4. Petrografia 63 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Fotomicrografia 4.9 – Grãos de rutilo (Rtl) com formas xenoblástica e em contato com cristais de cianita (Ky) à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b). Nas bordas dos grãos de rutilo (Rtl) se observa uma reação metamórfica para ilmenita. Amostra GR-2011.1-01a, Coord. UTM-24S: 0295603 E / 9666562 N. plagioclásio (3-7%), e apatita + opacos (~2%). Os grãos de quartzo são xenoblástica e por vezes arredondados, recristaliazados em subgrãos, marcando bem a foliação, com extinção ondulante. Ocorrem também inclusos nos grãos de granada. As lamelas de biotita neste litotipo são bem avermelhados, provavelmente por serem ricos em titânio (biotita de alta temperatura) (Nogueira Neto, 2000), gerados por reações metamórfica da granada. Possuem formas xenoblástica a sub-idioblástica e se encontram com uma orientação bem marcada (Fotomicrografia 4.10). Fotomicrografia 4.10 – Fotomicrografia do silimanita-granada-biotita gnaisse à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b), onde se observa lamelas de biotita (Bt) orientadas e bastante avermelhadas (rica em titânio) em contato com grãos de quartzo (Qtz), opaco (Op) e apatita (Ap). Amostra GR-2011.1-05b, Coord. UTM-24S: 0296334 E / 9663254 N. Os grãosde granada por vezes são poiquilíticos, e nesta situação exibem inclusões de quartzo, biotita, e apatita, quando presentes sob a forma de porfiroblastos, são xenoblástica e arredondados. Os grãos de granada são portanto envoltos pela foliação marcada por quartzo a b a b 4. Petrografia 64 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) e biotita, possibilitando em algumas seções a determinação do sentido de cisalhamento, no caso específico da seção analisada, dextral (Fotomicrografia 4.11). Os cristais de silimanita se apresentam estirados em sua maioria em contato com a granada (Fotomicrografia 4.12). O plagioclásio apresenta-se em grãos xenoblástica exibindo geminação polissintética (Lei da Albita), cuja composição obtida pelo método Michel-Levy varia de oligoclásio à andesina. Os minerais acessórios são representados por apatita inclusa em granada, estas são sub- idioblástica arredondadas, e opacos com forma xenoblástica provavelmente formados a partir da desestabilização da biotita. Fotomicrografia 4.11 – Grão de granada (Grt) poiquilítico em meio à foliação da rocha, mostrando um sentido de cisalhamento dextral à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b). Cristais de apatita (Apt) inclusos no grão de granada, biotita (Bt) e quartzo (Qtz) com recristalização em subgrãos na borda do grão de granada são observados. Amostra GR-2011.1-05b, Coord. UTM-24S: 0296334 E / 9663254 N. Fotomicrografia 4.12 – Grãos de silimanita (Sil) orientado em contato com granada (Grt), onde se observa inclusão de agulhas de apatita (Ap), e grãos de quartzo (Qtz) à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b). Amostra GR-2011.1-01a, Coord. UTM-24S: 0295603 E / 9666562 N. 4.1.6. Granada-biotita gnaisse (Unidade Granulítica – PPgg) Microscopicamente o granada-biotita gnaisse é constituído pela seguinte associação mineral: quartzo (~45%), plagioclásio (~30%), biotita (~13%), granada (~9%), muscovita (~2%) e a b a b 4. Petrografia 65 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) zircão (~1%). Os grãos de quartzo variam de sub-idioblástica a xenoblástica recristalizados em subgrãos, com extinção ondulante e por vezes estirados constituindo bandas de recristalização. Os grãos de plagioclásio variam de sub-idioblástica a xenoblástica, e geralmente possuem geminação polissintética, por meio da qual foi determinada uma composição andesitica do plagioclásio. As lamelas de biotita apresentam-se sub-idioblástica a xenoblástica, de hábitos lamelares e bem orientados representando a foliação da rocha. Os grãos de granada encontram-se geralmente isolados, bastante fraturados, (Fotomicrografia 4.13) inclusos nos quais se encontram cristais arredondados de zircão. Os minerais acessórios são representados por muscovita xenoblástica retrógrada inclusas em grãos de quartzo e zircão. 1 Fotomicrografia 4.13 – Granada (Grt) à luz natural (a) e luz ortoscópica (b), apresentando um fraturamento intenso e lamelas de biotita (Bt) e quartzo (Qtz) em meio aos grãos de granada (Grt). Amostra GR-2010.2-02, Coord. UTM-24S: 0300639 E / 9661716 N. 4.1.7. Mobilizados de fusão – Diatexito (Unidade Granulítica – PPgg) Corresponde a rocha oriunda da anatexia do conjunto de rochas paraderivadas da Unidade Granulítica. Apresenta associação mineral simples composta por: quartzo (~93%), plagioclásio (~5%) e biotita (~2%). Exibem uma textura granoblástica típica com orientação dada pelos grãos de quartzo. Em campo esses mobilizados de fusão podem exibir porções ricas em granada, conforme apresentado na fotografia 3.8b. Os grãos de quartzo são xenoblástica, bem estirados e em algumas porções estão recristalização em subgrãos (Fotomicrografia 4.14). Os grãos de plagioclásio são xenoblástica, e por vezes possuem geminação polissintética. As lamelas de biotita neste litotipo são xenoblástica e sem orientação preferencial. a b 4. Petrografia 66 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Fotomicrografia 4.14 – Orientação preferencial da rocha (setas amarelas) à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b), dada quase que na totalidade por grãos de quartzo (Qtz) estirados. Amostra GR-2011.1-03c, Coord. UTM- 24S: 0295328 E / 9661714 N. 4.1.8. Gnaisse Enderbítico (Unidade Gnáissica-Enderbítica – PPgge) Na análise petrográfica, este litotipo apresentou pequenas variações do conteúdo modal da biotita, constituindo assim gnaisse enderbítico com ou sem biotita. É constituído por uma textura granoblástica à granonematoblástica inequigranular, com foliação bem marcada e apresentando a seguinte associação mineral: quartzo variando entre (21-40%), plagioclásio (5-25%), hornblenda (5-20%), granada (1-20%), biotita (0-20%), ortopiroxênio (1-17%), clinopiroxênio (1-8%), apatita (~1%) e opacos + zircão (~2%). Os grãos de quartzo são xenoblásticos a sub-idioblásticos, pouco fraturado (fraturas preenchidas geralmente por biotitas e opacos), exibem uma recristalização em subgrãos e extinção ondulante mostrando uma forte deformação. Os grãos de plagioclásio são xenoblástica com geminação polissintética (Lei da Albita). A identificação do tipo de plagioclásio pelo método de Michel-Levy mostrou resultados do ângulo de extinção variando entre 22° (Oligoclásio) e 32° (Andesina). Os grãos de hornblenda variam de xenoblástica a sub-idioblástica com uma orientação bem marcada em algumas seções e localmente bastante fraturados. A granada apresenta-se em grãos xenoblásticos arredondados até idioblásticos, e exibe por vezes textura de descompressão em meio às lamelas de biotita (Fotomicrografia 4.15) ou bastante fraturada quando em contato com grãos de hornblenda e piroxênio (orto e clino). As lamelas de biotita são xenoblástica a sub-idioblástica e pouco alterados. Os grãos de ortopiroxênio correspondem ao hiperstênio com forma prismática constituindo porfiroblastos em associação paragenética com granada, hornblenda e biotita (Fotomicrografia 4.16), podem também ocorrer em uma fina matriz granoblástica. a b 4. Petrografia 67 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Fotomicrografia 4.15 – Enderbito à luz natural (a) e luz ortoscópica (b), com destaque para granada (Grt) com textura de descompressão sempre em contato com lamelas de biotita (Bt) e hornblenda (Hbl). Grãos de quartzo (Qtz) e plagioclásio (Pl) são observados dispersos e em comtato com grãos de hornblenda (Hbl). Amostra GR- 2010.2-06, Coord. UTM-24S: 0300306 E / 9660690 N. Fotomicrografia 4.16 – Prisma sub-idioblástico de hiperstênio (Opx) entre lamelas de biotita (Bt) no gnaisse enderbítico à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b). Grãos de hornblenda (Hbl) bastante fraturados e grãos de quartzo (Qtz) xenoblástica também são observados em contato com a biotita (Bt). Amostra GR-2011.1-37c, Coord. UTM-24S: 0302341 E / 9661674 N. Os grãos de clinopiroxênio correspondem ao diopsídio com forma xenoblástica constituindo uma fina matriz granoblástica,por vezes em estreitas bandas. Os grãos de piroxênio (orto e clino) mostram localmente um retrometamorfismo para hornblenda, com sobrecrescimento deste último nas bordas e clivagens dos primeiros (Fotomicrografia 4.17). Os minerais acessórios são representados por cristais de apatita prismáticos ou arredondados inclusos no quartzo, opacos com forma xenoblástica, provavelmente existentes devido às reações metamórficas da granada, e cristais arredondados de zircão em meio ao quartzo. Em uma seção delgada/polida (IG-04) observa-se um bandamento metamórfico bem marcado, bandas ricas em granada, hornblenda, clinopiroxênio e ortopiroxênio contrastando com bandas ricas em quartzo com recristalização em subgrãos (Fotomicrografia 4.18). a b a b 4. Petrografia 68 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Fotomicrografia 4.17 – Grãos de ortopiroxênio (Opx) mostrando um processo de hidratação para hornblenda (Hbl) (reação metamórfica) à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b). Lamelas de biotita (Bt) e quartzo (Qtz) se encontram em contato com a hornblenda (Hbl) e ortopiroxênio (Opx). Amostra GR-2011.1-07a, Coord. UTM- 24S: 0301564 E / 9661684 N. Fotomicrografia 4.18 – Bandamento metamórfico dos gnaisses enderbíticos bem marcado, bandas ricas em granada (Grt), hornblenda (Hnl), clinopiroxênio (Cpx) e ortopiroxênio (Opx) contrastando com bandas ricas em quartzo (Qtz) xenoblástica e em recristalização em subgrãos à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b). Amostra GR-2011.1-04, Coord. UTM-24S: 0295065 E / 9662306 N. 4.1.9. Granulito Máfico (Unidade Máfica – PPggm) Está inserido cartograficamente na Unidade Gnáissica Enderbítica e Máfica. Microscopicamente o granulito máfico é constituído pela seguinte associação mineral: ortopiroxênio (hiperstênio) + clinopiroxênio (diopsídio) correspondendo cerca de 55% de matriz fina e 20% de porfiroblastos xenoblástica a sub-idioblástica (Fotomicrografia 4.19), hornblenda (~10%), granada (~5%), plagioclásio (~3%), quartzo (~3%), biotita (~2%) e opacos (~2%). Exibe textura granonematoblástica inequigranular seriada (Fotomicrografia 4.20). Os grãos de hornblenda são pouco orientados e variam de xenoblástica à sub- idioblástica. Os grãos de granada são arredondados, xenoblástica e pouco fraturados. Os grãos a b a b 4. Petrografia 69 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) de plagioclásio apresentam a germinação polissintética característica e são xenoblástica. Os grãos de quartzo apresentam uma extinção ondulante e uma forma xenoblástica. Os lamelas de biotita são sub-idioblástica lamelares e alongados. Os opacos caracterizam a mineralogia acessória com forma xenoblástica e sempre em contato com a biotita, provavelmente alterações metamórficas da mesma. Fotomicrografia 4.19 – Porfiroclasto de hiperstênio (Opx) em meio a uma matriz fina composta por clinopiroxênio e ortopiroxênio à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b). Lamelas de biotita (Bt) e hornblenda (Hbl) estão também em meio à matriz. Amostra GR-2011.1-05c, Coord. UTM-24S: 0296334 E / 9663254 N. Fotomicrografia 4.20 – Textura granonematoblástica inequigranular seriada do granulito máfico à luz natural (a) e à luz ortoscópica (b). Observa-se pórfiroblastos de granada (Grt), hiperstênio (Opx) e diopsídio (Cpx) em meio à matriz fina orientada por cristais prismáticos (nematoblástica). As setas amarelas apresentam a orientação da rocha. Amostra GR-2011.1-05c, Coord. UTM-24S: 0296334 E / 9663254 N. 4.2. Grupo Martinópole - Unidade São Joaquim (NPmsj) Foram analisadas ao microscópio petrográfico duas amostras de quartzito. As duas amostras de quartzitos descritas são respectivamente das duas regiões onde tais litologias foram documentadas no âmbito da área quatro. Assim, foram analisados um muscovita a b a b 4. Petrografia 70 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) quartzito do Serrote Aroeira e um hematita quartzito da região de Canto Salgado. As características microscópicas de tais litotipos são apresentadas a seguir. 4.2.1. Muscovita quartzito (Unidade São Joaquim – NPmsj) Tal litologia é consituída essencialmente por quartzo (~94%) e secundariamente ocorrem muscovita (~5%) e opacos (~1%). Exibe uma textura granoblástica equigranular marcada por grãos de quartzo estirados definindo a foliação metamórfica observada (Fotomicrografia 4.21a). As lamelas de muscovita ocorrem tanto paralelos quanto oblíquos a foliação com forma sub-idioblástica. Minerais opacos ocorrem como grãos sub-idioblásticos entre os de quartzo. Fotomicrografia 4.21 – (a) Muscovita quartzito do Serrote Aroeira exibindo textura granolepidoblástica com grãos de quartzo (Qtz) e lamelas muscovita (Ms) mostrando a foliação da rocha (setas amarelas) à luz natural (amostra GR-2010.2-18, Coord. UTM-24S: 0302556 E / 9658154 N). (b) Hematita quartzito da região de Canto Salgado exibindo textura granoblástica com grãos de hematita (Hem) estirados mostrando a orientação preferencial da rocha (setas amarelas) à luz natural (amostra GR-2010.2-33a, Coord. UTM-24S: 0300930 E / 9660840 N). 4.2.2. Hematita quartzito (Unidade São Joaquim – NPmsj) Constituído essencialmente por quartzo (~75%) e minerais opacos (~25%). Apresenta textura granoblástica predominante equigranular e foliação metamórfica determinada pelos grãos de quartzo e opacos estirados (Fotomicrografia 4.21b). A expressiva proporção de opacos observada sugere que estes estão relacionados a níveis hematíticos identificados em escala de afloramento. a b 5. Estrutural 71 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 5. ESTRUTURAL Neste capítulo foi dada ênfase a análise das estruturas planares de caráter dúctil e lineações associadas, uma vez que estas podem informar o comportamento tectônico das áreas pesquisadas. De forma secundária, foram coletadas atitudes de estruturas rúpteis. Durante as fases de campo foi feito uma análise descritiva dos elementos estruturais das áreas em estudo e foram reconhecidas e descritas em campo (medidas de atitudes, estruturas macroscópicas e fotos ilustrativas). Para as medidas de atitudes foi utilizada uma bússola Brunton, com leituras padronizadas para o sistema de leitura clar (sentido do mergulho em azimute / intensidade do mergulho). Para a modelagem dessas medidas foi utilizado o software StereoNet versão 3.03. O processamento e interpretações de imagens de satélites (Landsat 5, CBERS 2B e Google Earth), do modelo digital do terreno (Shutle Radar Topography Mision – SRTM) e produtos aerogeofísicos auxiliaram na extração das grandes estruturas regionais na fase inicial da etapa de campo e melhoria da confecção dos mapas geológicos (Figura 5.1). Feições do tipo planar dúctil (foliações, dobras) e rúptil (fraturas), e feições lineares (lineações de estiramento mineral) foram identificadas, as quais caracterizam três eventos deformacionais(D1 e D2) que atuaram sobre as rochas das áreas pesquisadas de maneiras distintas. Foram considerados como Sn as superfícies planares mais penetrativas (bandamento gnáissico) e como lineação principal Ln, estruturas lineares, que representam estiramento mineral contidos nos planos de foliação Sn. 5.1. Estruturas Dúcteis 5.1.1. Estruturas Planares - Foliações (Sn) As estruturas planares de caráter dúctil foram geradas em condições crustais profundas, e estão registradas pelas foliações Sn, Sn+1 em decorrência dos eventos deformacionais D1 e D2, respectivamente. O evento D1 está presente no Complexo Granja e Unidade São Joaquim caracterizado principalmente pela foliação Sn reconhecida, sobretudo nos gnaisses migmatíticos e granulíticos do embassamento paleoproterozóico, sob a forma de um " " " " " " " "$ $ $ $ $ $ $ " " " " " " " "$ $ $ $ $ $ $ $" " " " " " " "$ $ $ $ $ $ $ $" " " " " " " "$ $ $ $ $ $ $ $ " " " " " " " "$ $ $ $ $ $ $ $ ! ! ! ! ! ! ! Granja 296000 296000 300000 30000096 48 00 0 96 48 00 0 96 52 00 0 96 52 00 0 96 56 00 0 96 56 00 0 96 60 00 0 96 60 00 0 96 64 00 0 96 64 00 0 96 68 00 0 96 68 00 0 Km2 0 2 41 ¯ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 5. Estrutural 72 " " " " " " " "$ $ $ $ $ $ $ " " " " " " " "$ $ $ $ $ $ $ $" " " " " " " "$ $ $ $ $ $ $ $" " " " " " " "$ $ $ $ $ $ $ $ " " " " " " " "$ $ $ $ $ $ $ $ ! ! ! ! ! ! ! Granja 296000 296000 300000 30000096 48 00 0 96 48 00 0 96 52 00 0 96 52 00 0 96 56 00 0 96 56 00 0 96 60 00 0 96 60 00 0 96 64 00 0 96 64 00 0 96 68 00 0 96 68 00 0 Km2 0 2 41 " " " " " " " "$ $ $ $ $ $ $ " " " " " " " "$ $ $ $ $ $ $ $" " " " " " " "$ $ $ $ $ $ $ $" " " " " " " "$ $ $ $ $ $ $ $ " " " " " " " "$ $ $ $ $ $ $ $ ! ! ! ! ! ! ! Granja 296000 296000 300000 30000096 48 00 0 96 48 00 0 96 52 00 0 96 52 00 0 96 56 00 0 96 56 00 0 96 60 00 0 96 60 00 0 96 64 00 0 96 64 00 0 96 68 00 0 96 68 00 0 Km2 0 2 41 ¯ ¯ Utilização das imagens aerogeofísicas (magnetometria), do modelo digital do terreno (SRTM) e fusão das bandas 7,4 e 2 do LANDSAT5 - TM_218_06 (região de Granja/CE, obtido no dia 12 de Setembro de 2008) como ferramentas que auxiliaram na extração das grandes estruturas regionais na fase inicial da etapa de campo. Área Vermelha - Morro Vermelho; Área Azul - Dr.Privat; Área Verde - Canto Salgado 5. Estrutural 73 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) bandamento composicional (Fotografias 5.1), constituída pela alternância entre minerais máficos (biotitas e anfibólios) e félsicos (quartzo, plagioclásio e feldspato potássico) de espessuras variáveis (milimétricas a centimétricas). A foliação Sn apresenta-se com mergulho de médio a baixo ângulo para SE. Essa foliação (Sn) presente nos anfibolitos da Unidade Gnáissica-Migmatítica também é materializada por meio de um bandamento composicional similar a dos gnaisses. Na Unidade São Joaquim a foliação Sn é marcada nos quartzitos pela organização paralela e preferencial de minerais planares de muscovita, no caso do quartzito de Canto Salgado por hematita e nos filitos pelos planos de xistosidade, sendo determinado pela disposição de muscovita e clorita principalmente (Fotografias 5.2). Fotografias 5.1 – Bandamento composicional típico representado pela superfície Sn nos gnaisses da Unidade Gnáissica-Migmatítica (a) (Ponto GR-2010.2-06, Coord. UTM-24S: 0300306 E / 9660690 N) e Unidade Granulítica (b) (Ponto GR-2011.1-54, Coord. UTM-24S: 0296334 E / 9663254 N). Fotografias 5.2 – (a) Plano de foliação Sn do hematita quartizito (Ponto GR-2010.2-33, Coord. UTM-24S: 0299566 E / 9659206 N). (b) Planos de xistosidade caracterizados por Sn (Ponto GR-2010.2-14, Coord. UTM- 24S: 0303337 E / 9659254 N). Devido ao grau elevado de deformação nas rochas paraderivadas da Unidade Granulítica e Unidade São Joaquim, não foi possível identificar estruturas correspondentes a um acamamento inicial S0. b a a b 5. Estrutural 74 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Foram confeccionados estereogramas e diagramas que ilustram bem o comportamento das foliações do Complexo Granja e Unidade São Joaquim. Conforme exibido nos estereogramas, a superfície Sn apresenta planos que estão dispostos em uma direção preferencial NE-SW com intensidade de mergulho variando de 20º a 90º para SE e 68º para NW (Figura 5.2), caracterizando a atuação de esforços deformacionais e a forte verticalização dada pelas zonas de cisalhamento. Figura 5.2 – Digrama de roseta dos planos de foliação Sn (esquerda) e estereograma de contorno (direita) referente aos mergulhos do Complexo Granja e Unidade São Joaquim. Observa-se que as direções principais para planos de foliação são NE-SW concordando com o trend regional. 5.1.2. Estruturas Planares - Zonas de Cisalhamento (Sn+1) O evento D2 é caracterizado por uma marcante foliação milonítica subvertical Sn+1, com direção NE-SW, somente observado na área quatro (Fotografias 5.3). Esta foliação quando presente caracteriza o desenvolvimento de grandes zonas de cisalhamento durante o evento D2, cujos indicadores cinemáticos como feldspatos assimétricos e micro a mesodobras indicam um movimento dextral. O maior lineamento estrutural nas áreas de estudo corresponde à zona de cisalhamento transcorrente dextral de Granja, de médio ângulo com mergulho para SE e direção NE-SW, porem, ocorrem outras zonas de cisalhamento de menor expressão, tais como a zona de cisalhamento da Pedraria. 5. Estrutural 75 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 5.1.3. Estruturas Planares - Dobras As dobras observadas em campo ocorrem em escalas que variam de centimétricas a decamétricas (Fotografias 5.4). No evento D1 existem eixos de dobras com orientação 192°Az e um caimento de 42° resultantes de uma compressão para noroeste e intensas deformação dentro do Complexo Granja (Fotografia 5.4a). As dobras observadas nas áreas de estudo são do tipo intrafoliais, verticais simétricas e assimétricas, com eixo inclinado, fechadas e normais (Fotografia 5.4d). Também são identificadas na Unidade Gnáissica-Migmatítica dobras parasíticas do tipo “S”, “Z” e “M”. As dobras intrafoliais geralmente são submetidas a efeito de transposição, onde o seu plano axial é paralelo à foliação Sn (Fotografias 5.4e). Em regiões com um intenso metamorfismo dinâmico os dobramentos praticamente inexistem ou não apresentam dimensões expressivas. Fotografias 5.3 – (a) Foliação Sn+1 paralela a Sn mostrando um bandamento gnáissico fino e com alguns porfiros de quartzo rotacionadosmostrando um sentido de cisalhamento dextral. (Ponto CPRM-2010.1-151, Coord. UTM-24S: 0295417 E / 9657162 N). (b) Afloramento apresentando uma rotação da foliação Sn durante o cisalhamento da rocha onde se caracteriza um movimento dextral dessa zona de cisalhamento. (Ponto GR-2010.2-26, Coord. UTM-24S: 0301038 E / 9658952 N). Sn Sn+1 Sn+1 a b 5. Estrutural 76 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 5.1.4. Elementos Lineares – Lineações (Ln / Ln+1) O evento D1 é caracterizado por uma lineação de estiramento mineral Ln marcada por silimanita, cianita, biotita e quartzo com baixo caimento para NE ou SW (Fotografias 5.5). Essas feições ocorrem no Complexo Granja e Unidade São Joaquim e estão dispostas sobre seu plano de foliação Sn. São geradas por processos deformacionais de estiramento em caráter dúctil, onde estes minerais por efeito da plasticidade cristalina adquirem uma forma alongada. Fotografias 5.4 – (a) Dobramento no biotita- hornblenda gnaisse migmatítico onde se observa ao lado (Ponto GR-2010.2-05, Coord. UTM-24S: 0300460 E / 9660908 N). (b) Bloco diagrama esquemático com o sentido e caimento do eixo da dobra (192°Az/42°) da figura “a”. (c) Dobra decamétrica nas proximidades do contato das Unidades Gnáissica-Migmatítica e Granulítica (Ponto GR- 2010.2-38, Coord. UTM-24S: 0302468 E / 9661466 N). (d) Plano axial de uma dobra simétrica mostrando a foliação Sn da rocha (Ponto GR-2010.2-08, Coord. UTM: 0299734 E/9659832N. (e) Dobras transpostas dentro da Unidade Gnáissica-Migmatítica com seus planos axiais paralelo à foliação Sn (Ponto GR-2010.2- 38, Coord. UTM-24S: 0302468 E / 9661466 N). a b c d e 5. Estrutural 77 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Fotografias 5.5 – (a) e (b) Planos de foliação Sn onde se observa a lineação Ln com certa intensidade de mergulho e carater penetrativo. Ponto GR-2011.1-50, figura (a), Coord. UTM-24S: 0295603 E / 9666562 N e ponto GR-2011.1-90, figura (b), Coord. UTM: 0295197 E / 9666662 N). Conforme o estereograma (Figura 5.3) as concentrações das lineações de estiramento mineral encontram-se com caimento médio em torno de nove graus para sudeste e oito graus para sudoeste. Durante o evento D2 ocorre uma lineação de estiramento mineral Ln+1 definida por quartzo, anfibólio e biotita com direção 66°Az e caimento de 12°. Provavelmente, no decorrer de D2 grande parte da lineação mineral de estiramento Ln tenha sido reorientada ou apagada pelos movimentos tectônicos transcorrentes dextrais de direção NE-SW. Figura 5.3 – Estereograma com medidas de lineação sempre apresentando baixo ângulo e mergulhando ora para NE ora para SW. a b 5. Estrutural 78 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Fotografia 5.6 – Fraturamento cortando perpendicular a foliação Sn na Unidade Granulítica (Ponto GR-2011.1- 94, Coord. UTM-24S: 0296415 E / 9662158 N). Todas as rochas analisadas do Complexo Granja foram intensamente afetadas por deformação policíclica e polifásica, associada ao ciclo Brasiliano, tornando-se, por isso, extremamente difícil identificar as estruturas geradas nos eventos tectônicos mais antigos (ciclo Riaciano). Os Eventos D1 e D2 são os principais encontrados nas áreas de estudo e sugerem uma história evolutiva para as áreas de um regime tectônico transpressivo NE-SW (Figura 5.4). Regime esse que teria apagado quase na totalidade os registros de eventos anteriores, neste sentido, Nogueira Neto (2000), se reporta a algumas poucas lineações de estiramento com baixo ângulo de caimento para SE (down dip), presentes nos silimanita-granada-biotita gnaisses, as quais poderiam representar relíquias desta fase deformacional pretérita. 5.2. Estruturas Rúpteis 5.2.1. Estruturas Planares - Fraturas As fraturas refletem uma tectônica de cunho rúptil em condições crustais superficiais posteriores aos eventos deformacionais dúcteis que ocorreram na região (Fotografia 5.6). Estas estruturas estão presentes nos gnaisses do Complexo Granja, por meio de juntas e veios preenchidos por epidoto ou material quartzo-feldspático. Estas estruturas apresentam espessuras e dimensões variáveis (milimétricas a decimétrica). O fraturamento do Complexo Granja e Unidade São Joaquim exibe direções preferenciais N45,5°E com mergulhos verticais a subverticais e em menor quantidade direções N45,5°W com mergulhos verticais (Fotografias 5.7 e Figura 5.5). Este par de fraturas denota um esforço compressional (1) com direção N-S. Figuras 5.4 - (a) (b)Bloco geológico esquemático (seção NW-SE) mostrando a estruturação da estratigrafia das áreas de pesquisa. Estereogramas com isofrequência de contagem do mergulho das foliações Sn do Complexo Granja (Unidade Gnáissica-Migmatítica e Unidade Granulítica) e Unidade São Joaquim. ZCG 0 3 Km6 Lower hemisphere - Unidade Gnáissico Migmatítico N=36 K=100.00 Sigma=1.000 Peak=10.79 2.8 % 5.6 % 8.3 % 11.1 % 13.9 % 16.7 % 19.4 % 22.2 % 25.0 % 27.8 % 30.6 % Lower hemisphere - Unidade Granulítica N=50 K=100.00 Sigma=1.000 Peak=12.74 4.0 % 8.0 % 12.0 % 16.0 % 20.0 % 24.0 % Lower hemisphere - Unidade São Joaquim N=6 K=100.00 Sigma=1.000 Peak=1.75 16.7 % 33.3 % + V VV + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + + Aroeira Ca nt o Sa lg ad o + Sa lga do d a P ed ra M or ro V er m elh o Ln + 1 Ln + 1 Ln + 1 Ln + 1 N 50° E S 230° W N PPgg PPg + + v v Unidade Gnáissica-Migmatítica Unidade Granulítica Subunidade Gnáissica Enderbitica e Máfica Unidade São Joaquim Localidade LEGENDA ESTEREOGRAMAS DE CONTORNO REFERENTE AOS MERGULHOS DO COMPLEXO GRANJA E UNIDADE SÃO JOAQUIM Unidade São JoaquimUnidade Granulítica Unidade Gnáissica-Migmatítica b) a) BLOCO GEOLÓGICO ESQUEMÁTICO - NW - SE P raxedes, I. F . (2011) - M onografia de G raduação (D E G E O /U F C ) a . 5 .E stru tu ral 7 9 5. Estrutural 80 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Fotografias 5.7 – (a) Unidade Granulítica alterada principalmente na zona de fraturamento (duas direções preferenciais) (Ponto GR-2011.1-79, Coord. UTM-24S: 0295105 E / 9666886 N). (b) Afloramento de um filito de coloração cinza do Grupo Martinópole bastante fraturado com dimensões e espessuras variadas. Apresentam três direções preferenciais sendo as mais importantes: “1” (305°Az/72°) e a “2” (50°Az /25°) (Ponto GR-2010.2 -14, Coord. UTM-24S: 0303337 E / 9659254 N). Figura 5.5 – Estereograma mostrando o comportamento do fraturamento das rochas pré-cambreanas. Os planos azuis e pretos são os representativos do fraturamento vertical e os planos vermelhos são os que apresentam um mergulho moderado. b a 6. Metamorfismo 81 ___________________________________________________________________________Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 6. METAMORFISMO A caracterização petrográfica das associações minerais e respectivas relações texturais, mais as observações feitas em campo, permitiram estimar as condições de metamorfismo a que foram submetidos os litotipos analisados e os seus possíveis protólitos. As associações minerais encontradas nos diversos litotipos evidenciam metamorfismo regional variando desde o fácies xisto-verde ao fácies granulito com presença de retrometamorfismo conforme mencionado no capítulo anterior (Capítulo 4). As unidades submetidas aos processos metamórficos reconhecidas nas áreas de estudo correspondem a: Complexo Granja (Embasamento Paleoproterozóico) e a Sequência Supracrustal Martinópole (Unidade São Joaquim). 6.1. Complexo Granja O Complexo Granja será dividido em relação de condições metamórficas pelos seguintes litotipos: Unidade Gnáissica-Migmatítica (hornblenda-biotita gnaisse, gnaisse milonítico e anfibolito), Unidade Granulítica (silimanita-cianita-granada-biotita gnaisse com rutilo, silimanita-granada-biotita gnaisse, granada-biotita gnaisse, gnaisse enderbítico e granulito máfico). 6.1.1. Unidade Gnáissica-Migmatítica O metamorfismo presente nesta unidade esta representado no hornblenda-biotita gnaisse, gnaisse milonítico e anfibolito. A associação mineral presente no hornblenda-biotita gnaisse correspondem a: Quartzo (Qtz) + Plagioclásio (Pl) + Biotita (Bt) + Hornblenda (Hbl) ± Feldspato Potássico (Kf) ± Granada (Grt) ± Apatita (Apt) ± Muscovita (Ms) Através desta associação mineral, é sugerido um grau médio a alto para essas rochas, pois apresentam-se migmatizadas, e conforme Winkler (1977) os migmatitos são rochas que ocorrem em ambientes de elevadas temperaturas e são bons indicadores de metamorfismo de grau médio a alto. 6. Metamorfismo 82 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Assim, a associação mineral presente sugere que o metamorfismo atingiu uma zona Hbl + Pl (An). Segundo Nogueira Neto (2000), durante o metamorfismo progressivo, as principais reações de aparecimento do par Hbl + Pl (fácies anfibolito), podem ser expressas por: Clorita + Zoisita + Quartzo = Hornblenda + Anortita + H2O [1] Clorita + Tremolita + Zoisita + Quartzo = Hornblenda [2] Albita + Tremolita = Hornblenda + Quartzo [3] Como essas rochas estão migmatizadas, é possível indicar condições do fácies anfibolito médio a alto, que com o aumento da temperatura iniciou um processo de anatexia. A associação mineral presente nos anfibolitos correspondem a: Hornblenda (Hbl) + Plagioclásio (Pl) + Quartzo (Qtz) Correlacionando o metamorfismo dos anfibolitos com um metamorfismo barroviano, estes se encontrariam na zona da silimanita, caracterizados por rochas dominadas por hornblenda verde a verde-amarronzada, plagioclásio intermediário e o desaparecimento do epidoto. Yardley (2004) já propõe uma reação de surgimento do par Hbl + Pl expressa por: Quartzo + Biotita + Muscovita → Plagioclásio + Feldspato Potássico + Hornblenda [4] Portanto a presença de Hbl + Pl nas reações acima, indicam estabilidades destas fases minerais em condições metamórficas no fácies anfibolito médio. Ainda segundo Yardley (2004), essas associações estariam inserida em condições metamórfica de médio grau, com temperaturas entre 520° a 680°C e pressão variando de 3 a 7 kbar, em fácies anfibolito. Análises petrográficas dos ortognaisses miloníticos, evidenciou uma provável existência de um processo retrógado pela seguinte observaçãos: quartzo recristalizado em subgrãos. A associação mineral encontrada nesses gnaisses miloníticos é constituída por: Quartzo (Qtz) + Plagioclásio (Pl) + Hornblenda (Hbl) ± Titanita (Ti) ± Epidoto (Ep) 6. Metamorfismo 83 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Esse evento metamórfico está correlacionado com o evento transcorrente D3, que é o evento mais importante na região segundo alguns autores, sugerindo que tais milonitos foram formados a partir da atuação de um metamorfismo predominantemente dinâmico sobre os gnaisses-migmatíticos do Complexo Granja. Assim, a associação mineral presente sugere mesmas condições metamórficas que os hornblenda-biotita gnaisses, apresentando somente uma textura diferenciada (milonítica), efeito da recristalização dinâmica provocada pelo metamorfismo dínamo-termal junto às zonas de cisalhamento. Dados termométricos nos gnaisses e anfibolitos da Unidade Gnáissica- Migmatítica obtidos por Nogueira Neto (2000) mostram valores superiores a que sugere Yardley (2004) para este tipo de associações minerais, posicionando esta unidade acima das condições metamórficas de médio grau (temperaturas entre 628° a 730°C). Levando em consideração a composição mineralógica e o ambiente tectônico ao qual tal unidade está associada conclui-se que a Unidade Gnáissica-Migmatítica foi formada a partir de um metamorfismo que atingiu o fácies anfibolito médio a alto em rochas graníticas paleoprotezóicas de composição TTG em ambiente de arco de ilha (hornblenda-biotita gnaisses) e rochas ígneas básicas, como o basalto (anfibolito). 6.1.2. Unidade Granulítica O metamorfismo presente nesta unidade esta representado no silimanita-cianita- granada-biotita gnaisse com rutilo, silimanita-granada-biotita gnaisse, granada-biotita gnaisse, gnaisse enderbítico e granulito máfico. A associação mineral presente no silimanita-cianita-granada-biotita gnaisse correspondem a: Quartzo (Qtz) + Biotita (Bt) + Granada (Grt) + Cianita (Ky) + Silimanita (Sil) + Plagioclásio (Pl) ± Rutilo (Rtl) ± Apatita (Apt) A associação mineral presente no silimanita-granada-biotita gnaisse correspondem a: Quartzo (Qtz) + Biotita (Bt) + Granada (Grt) + Silimanita (Sil) + Plagioclásio (Pl) ± Apatita (Apt) 6. Metamorfismo 84 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) A associação mineral presente no granada-biotita gnaisse correspondem a: Quartzo (Qtz) + Plagioclásio (Pl) + Biotita (Bt) + Granada (Grt) ± Muscovita (Ms) A análise do metamorfismo destas associações minerais sugere condições de pressão e temperatura em zonas da cianita, silimanita e granada, respectivamente, caracterizando um zoneamento metamórfico. O metamorfismo desse contexto paraderivado é granulitico, apesar de uma associação mineral não muito característica. Como características desse metamorfismo granulitico nestas rochas pode-se citar: Silimanita prismática bem desenvolvida que é em geral restrita ao fácies granulito (ver Fotomicrografia 4.12); Natureza da fase de óxido de titanio presente (ver Fotomicrografia 4.9), funcionando como um indicador adicional de pressão para metassedimentos dessa composição na zona da cianita. A curva de equilíbrio para Almandina + Rutilio = Ilmenita + Cianita + Quartzo [5] situa-se no interior do campo de estabilidade da cianita (BOHLEN et. al., 1983a); Encontram-se intercaladas num contexto de rochas básicas metamorfizadas no fácies granulítico (ver itens 6.1.2.1 e 6.1.2.2). Para a formação das assembléias minerais observadas no silimanita-cianita- granada-biotita gnaisse com rutilo,silimanita-granada-biotita gnaisse, granada-biotita gnaisse, sugere as seguintes observações: 1. Uma quebra respectiva da muscovita e biotita, originando fusões com fase vapor ausentes (LE BRETON & THOMPSON, 1988) através da reação: Biotita + Silimanita + Plagioclásio + Quartzo = Granada + Feldspato Potássico + Fusão [6] 6. Metamorfismo 85 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 2. Reações de transferência em rede (BOHLEN et al., 1983b; ANOVITZ & ESSENE, 1987; McKENNA & HODGES, 1988) Granada + Rutilo = Ilmenita + Silimanita + Quartzo [7] Granada + Rutilo = Plagioclásio + Ilmenita + Quartzo [8] Anortita = Granada + Silimanita + Quartzo [9] Levando em consideração a composição mineralógica e o ambiente tectônico ao qual tal unidade está associada conclui-se que a Unidade Granulítica foi formada a partir de um metamorfismo que atingiu o fácies granulito em sedimentos ricos em fração argila, mas com contribuição de fração arcosiana ou grauvaquiana derivada de fonte ígnea rica em plagioclásio. 6.1.2.1. Gnaisse Enderbítico As análises petrográficas do Complexo Granja evidenciaram uma provável existência de um processo retrógado pela seguinte observação: aparecimento de gnaisse enderbítico, que provavelmente é de origem retrogressiva, em consequência do posterior retrabalhamento e infiltração de fluídos. A associação mineral encontrada nestes enderbitos é constituída por: Quartzo (Qtz) + Plagioclásio (Pl) + Hornblenda (Hbl) + Granada (Grt) + Hiperstênio (Opx) + Diopsídio (Cpx) ± Biotita (Bt) As reações que provavelmente contribuíram na formação da assembléia mineral acima estão expressas a seguir: Granada (Grt) + Quartzo (Qtz) = Hiperstênio (Opx) + Plagioclásio (Pl) [10] Granada (Grt) + Diopsídio (Cpx) + Quartzo (Qtz) = Hiperstênio (Opx) + Plagioclásio (Pl)[11] Segundo Nogueira Neto (2000), as reações [10] e [11] propiciam o surgimento de texturas reacionais envolvendo Opx - Cpx e Grt. 6. Metamorfismo 86 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Ainda segundo Nogueira Neto (2000), a presença de biotita e hornblenda, por sua vez, representam uma fase hidratada subordinada, indicando em grande parte condições retromórficas, cujo aparecimento se deve a reações como: Hiperstênio (Opx) + Plagioclásio (Pl) + Feldspato Potássico (Kf) + H2O = Hornblenda (Hbl) + Biotita (Bt) + Quartzo (Qtz) [12] Granada (Grt) + Hiperstênio (Opx) + Diopsídio (Cpx) + Plagioclásio (Pl) + H2O = Hornblenda (Hbl) + Quartzo (Qtz) [13] 6.1.2.2. Granulito Máfico O granulitos máfico apresenta a seguinte associação mineral: Hiperstênio (Opx) + Diopsídio (Cpx) + Plagioclásio (Pl) ± Hornblenda (Hbl) ± Granada (Grt) ± Biotita (Bt) ± Quartzo (Qtz) Esta associação é muito similar ao dos gnaisses enderbíticos e ambas são típicas do fácies granulito. Estas rochas metabásicas de alto grau metamórfico exibem contexto intrusivo no silimanita-granada-biotita gnaisse, inferindo assim condições metamórficas similares para toda a Unidade Granulítica. Segundo Yardley (2004) o clinopiroxênio (diopsídio augita) e ortopiroxênio (tipicamente um hiperstênio pleocróico) podem se desenvolver-se em temperaturas muito altas e são característicos do fácies granulito. O fácies granulito abrange um amplo intervalo de pressões do metamorfismo de alta temperatura. Com base em assembléias de metabasitos, Green e Ringwood (1967) propuseram uma divisão tríplice do fácies granulito. Analisando esta divisão caracterizou-se o granulíto máfico da Unidade Granulítica como um granulito de pressão média, dada pela associação granada + clinopiroxênio + ortopiroxênio + plagioclásio, usualmente, a hornblenda também está presente. O quartzo é um acessório possível, mas normalmente não coexiste com granada e clinopiroxênio. 6. Metamorfismo 87 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Segundo Yardley (2004) associações de granulitos de pressão média podem ser relacionadas por equações como as seguintes: 4MFSiO3 + CaAl2Si2O8 = MF3AI2Si3O12 + CaMFSi2O6 + SiO2 [18] Ortopiroxênio Plagioclásio Granada Clinopiroxênio Quartzo 2MFSiO3 + CaAl2Si2O8 = CaMF2Al2Si3O12 + SiO2 [19] Ortopiroxênio Plagioclásio Granada Quartzo Em ambos os casos, “MF” representa Mg 2+ + Fe 2+ . Outro fator importante é que a granada é indicativa de pressão média a alta e está ausente dos metabasitos metamorfisados sob condições de pressão baixa. Não pode haver dúvida de que os granulitos básicos são formados nos graus mais elevados de metamorfismo, em que as temperaturas excedem as das zonas barroviana, caracterizando uma desidratação de anfibólio para piroxênio e, concomitantemente, os metassedimentos usualmente sofrem fusão parcial (YARDLEY, 2004). Segundo Yardley (2004), a maioria das estimativas a respeito das condições em que se formam os granulitos é baseada na extensão das soluções solidas e na troca catiônica entre as granadas, ortopiroxênios e clinopiroxênios coexistentes, utilizando os mesmos geotermômetros e geobarômetros aplicados aos ortopiroxênio em eclogitos. Uma vez que as calibrações desses geotermômetros e geobarômetros variaram ao longo dos anos, de novos estudos experimentais ou de novos cálculos termodinâmicos, assim sendo necessário um cuidado considerável na comparação de resultados obtidos em diferentes épocas ou em diferentes laboratórios (YARDLEY, 2004). Apesar dessa incerteza, parece claro que os granulitos básicos são formados em um intervalo de temperatura pelo menos entre 700°C e 850 °C e de pressões entre 7 e 10 kbar. Levando em consideração a composição mineralógica e o ambiente tectônico observa-se que os gnaisses enderbíticos foram formados a partir de um metamorfismo que atingiu o fácies granulito (pressão média) em rochas ígneas intermediárias a ácidas (dacitos) e os granulitos máficos foram formados a partir do mesmo evento metamórfico, mesmas condições de P e T, em rochas ígneas básicas (basaltos), diferenciando assim dos anfibolitos da Unidade Gnáissica-Migmatítica apenas pelas condições de P e T sofridas durante metamorfismo. 6. Metamorfismo 88 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 6.2. Unidade São Joaquim Nas amostras coletadas referente à Unidade São Joaquim, para as análises petrográficas, não foram encontrados minerais-índices de alto grau metamórfico como cianita, silimanita e estaurolita. As paragêneses encontradas para o quartzito são: Quartzo (Qtz) + Muscovita (Ms) no quartzito Aroeira Quartzo (Qtz) + Muscovita (Ms) + Hematita (Hem) no quartzito Canto Salgado Levando em consideração a sua composição mineralógica e o ambiente tectônico ao qual tal unidade está associada conclui-se que esta foi formada a partir de um metamorfismo queatingiu o fácies xisto-verde em rochas sedimentares areníticas quartzosos impuros (muscovita quartzito) e em camadas de arenitos ferríferos (red bed) formando os hematita quartzitos, até o fácies xisto-verde zona do anfibólio em rochas sedimentares carbonáticas impuras, gerando as calcissilicáticas na base da Unidade São Joaquim. Em consequência do conceito e uso do termo grau metamórfico, se dividiu a área de estudo em diferentes zonas, que se encontram delimitadas por isógradas. Esses limites separam rochas recristalizadas numa faixa de iguais condições de temperatura e pressão, com características mineralógicas comuns. Após implantação em mapa integrado, dos pontos de análises petrográficas evidenciando os minerais críticos de metamorfismo, foi possível dividir a área de estudo em 7 (sete) zonas caracterizadas por estarem dentro de uma faixa limitante de temperatura e pressão (Figura 6.1). Estas zonas caracterizam um zoneamento metamórfico que seguiu certa trajetória P-T (Figura 6.2 e 6.3) e mostram uma evolução de altas temperaturas (> 600°C) e pressões médias (entre 5kbar e 10kbar) para o Complexo Granja. 6. Metamorfismo 89 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) Figura 6.1 – Mapa de zoneamento metamórfico das rochas estudas nas áreas de pesquisa. 6. Metamorfismo 90 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 7. Evolução Geológica 91 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 7. EVOLUÇÃO GEOLÓGICA A evolução geológica Pré-Cambriana da área de estudo está diretamente relacionada à evolução policíclica do DMC. Os resultados obtidos a partir dos dados levantados em campo e em laboratório possibilitaram a associação das rochas estudas aos eventos ocorridos do início do Paleoproterozóico ao final do Neoproterozóico. Tal evolução pode ser sumarizada em cinco eventos principais, a saber: i. Vulcanismo básico (basaltos) com tendência toleítica, vulcanismo intermediário a ácido (dacitos) com afinidade cálcio-alcalina, intenso plutonismo gerando tonalitos, trondhjemitos e granodioritos (ambiente de arco de ilha) e sedimentação ricas em fração argila, com contribuição de fração arcoseana ou grauvaquiana. Dados Sm-Nd obtidos por Nogueira Neto et. al. (Inédito), mostram TDM entre 2520 e 2430 M.a. para o hornblenda-biotita gnaisse e gnaisse milonítico, e TDM entre 2470 e 2430 M.a. para o silimanita-granada-biotita gnaisse e granada-biotita gnaisse, sugerindo que este evento ocorreu no início do Paleoproterozóico; ii. Dados U-Pb e Pb-Pb obtidos por Fetter (1999) e Nogueira Neto (2000) mostram resultados entre 2287 ± 2 e 2032 ± 46 M.a. para o Complexo Granja, sugerindo que no âmbito do ciclo Riaciano (2,2 – 2,0 Ga) este pacote de rochas ígneas e sedimentos sofreram um forte evento tectôno-metamórfico gerando o Complexo Granja (ortognaisse cinza e anfibolito da Unidade Gnáissica-Migmatítica, e paragnaisses diatexiticos (kinzigitos), gnaisse enderbítico e granulito máfico da Unidade Granulítica,). Este evento atingiu condições metamórficas de alto grau (fácies anfibolito alto e granulito; iii. Durante o Toniano houve um período de extensão crustal onde ocorreu a deposição de sedimentos siliciclásticos (incluindo sedimentos ricos em ferro – red beds) e carbonáticos impuros em ambiente plataformal, correspondendo as margens passivas Tonianas (plataforma pré-brasiliana); iv. Um segundo evento tectôno-metamorfico de caráter colisional (orogênese) ocorreu durante o Neoproterozóico sendo reconhecido como Ciclo Brasiliano ou Pan-Africano/Brasiliano (650 – 570 M.a.). Este envolveu colagens continentais culminando com a aglutinação dos vários fragmentos do Rodínia e formação de Gondwana. Em virtude desta colisão oblíqua Brasiliana/Pan Africana, há a 7. Evolução Geológica 92 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) geração do evento D1, caracterizado por Sn, onde existiu um metamorfismo de médio a alto grau (fácies xisto-verde a granulito) que afetou as rochas do Complexo Granja e gerou o quartzito, filito e calciossilicática da Unidade São Joaquim, formando a disposição tectônica “atual” deste contexto nas áreas de estudo; v. Com a evolução desta orogênese brasiliana ocorreu o desenvolvimento do evento D2, caracterizado por Sn+1, que gerou um metamorfismo dinâmico atingindo o fácies anfibolito. A geração deste evento é observada em uma faixa milonítica composta por quatro zonas de cisalhamento transcorrentes dextrais na área quatro (gnaisse milonítico da Subunidade Milonítica do Complexo Granja). Partindo de todo o contexto analisado a figura 7.1 sintetiza toda a história evolutiva Pré-Cambriana sugerida para a área de estudo. A respeito da história evolutiva recente da área de estudo, vale ainda ressaltar: i. Vulcanismo ácido formando o riolito da Suíte Magmática Ceará-Mirim; ii. Uma sedimentação continental clástica com fragmentos detríticos de rochas e/ou minerais pré-existentes, provenientes do intemperismo e erosão de rochas pré- existentes; iii. Processos de diagênese e litificação destes sedimentos para a formação dos arenitos e conglomerados do Grupo Barreiras; iv. A atuação de processos de alteração superficial durante o Terciário, responsável pela formação das lateritas ferruginosas associadas aos conglomerados cimentados por óxido de ferro e quartzito ferrífero da Unidade São Joaquim; v. Deposição dos sedimentos colúvio-eluvionares e aluviais associados às principais drenagens que cruzam a área de estudo e ao Rio Coreaú. 7. Evolução Geológica 93 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 8. Considerações Finais 94 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 8. CONSIDERAÇÕES FINAIS Com a elaboração do presente texto, a partir dos trabalhos de pesquisa e de campo no município de Granja no Estado do Ceará, afirma-se que a integração entre os conhecimentos adquiridos de petrologia sedimentar, ígnea, metamórfica e estratigrafia foi uma importante consequência para a execução do presente relatório. As litologias observadas em campo são parte integrante do Complexo Granja (Unidade Gnáissica-Migmatítica, composta por hornblenda-biotita gnaisse migmatítico, anfibolito e milonito, e Unidade Granulítica, composta por silimanita-cianita-granada-biotita gnaisse, silimanita-granada-biotita gnaisse, granada-biotita gnaisse, gnaisse enderbítico e granulito máfico), Unidade São Joaquim (muscovita quartzito, hematita quartzito, calcissilicática e filito), Suíte Magmática Ceará-Mirim (Riolito), GrupoBarreiras (arenito, conglomerado e depósitos detrítico-lateríticos), Coberturas Colúvio-Eluvionares e Depósitos Aluviais. Todas as unidades Pré-Cambrianas apresentam um trend principal NE-SW com mergulhos moderados a altos para SE. Estas apresentam estruturas dúcteis, registrando foliações Sn e Sn+1 em decorrência dos eventos deformacionais D1 e D2, respectivamente, e rúpteis (fraturas). O Eveno D2 é responsável por uma marcante foliação milonítica subvertical, caracterizando o desenvolvimento de extensas zonas de cisalhamento (zona de cisalhamento transcorrente dextral de Granja e zona de cisalhamento transcorrente dextral da Pedraria). Levando em consideração as análises petrográficas e eventos metamórficos, observou-se que o Complexo Granja é formado a partir de um metamorfismo que atingiu o fácies anfibolito médio ao fácies granulito, em rochas graníticas, rochas ígneas básicas e ácidas, e sedimentos ricos em fração argila, com contribuição de fração arcoseana ou grauvaquiana. Todo esse metamorfismo está bem marcado no complexo e apresentando um zoneamento metamórfico de maiores pressões e temperaturas (setor NW) para menores pressões e temperaturas (setor SE). Finalizando, coloca-se a sugestão da expansão do trabalho para regiões a W e SW das áreas de pesquisa (localidades de Laranjeira, Mocozal e Jabiti), objetivando um melhor detalhamento e comprovação do zoneamento metamórfico observado no Complexo Granja e contato entre as Unidades Gnáissica-Migmatítica e Unidade Granulítica. Nas localidades de Aratanhim, Pitombeiras e Riacho Fundo (setor E das áreas de pesquisa) este complexo fica sob o Grupo Barreiras, impossibilitando esse estudo. 9. Referências 95 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) 9. REFERÊNCIAS ALMEIDA, F. F. M.; HASUI, Y.; BRITO NEVES, B. B.; FUCK, R. A. Províncias Estruturais Brasileiras. In: 8° SIMP. GEOL. NORDESTE, Campina Grande. Atlas... Campina Grande, SBG, p. 363-391, 1977. ANOVITZ, I. M.; ESSENE, E. J. Compatibility of Geobarometers in the System CaO- FeO-Al2O3-SiO2-TiO2 (CFAST): Implications for Garnet Mixing Models. Journal of Geology, n. 95, p. 633-645, 1987. ARCHANJO, C. J.; LAUNEAU, P.; HOLLANDA, M. H. B. M.; MACEDO, J. W. P.; LIU, D. Scattering of magnetic fabrics in the Cambrian alkaline granite of Meruoca (Ceará state, northeastern Brazil). International Journal of Earth Sciences, v. 98, p. 1793-1807, 2009. BIZZI, L. A.; SCHOBBENHAUS, C.; VIDOTTI, R. M.; GONÇALVES, J.H. Geologia, Tectônica e Recursos minerais do Brasil: Texto, Mapas & SIG. Brasília: CPRM – Serviço Geológico do Brasil, 2003. 692 p. BOHLEN, S. R.; WALL, V. J.; BOETTCHER, A. L. Experimental Investigations and Geological Applications of Equilibria in the System FeO-TiO2-Al2O3-H2O. American Mineralogist, n. 68, p. 1049-1058, 1983a. ______; WALL, V. J.; BOETTCHER, A. L. Experimental Investigation and Application Garnet Granulite Equilibria. Contributions to Mineralogy and Petrology, n. 83, p. 52-61, 1983b. BRITO NEVES, B. B. Regionalização Geotectônica do Precambriano Nordestino. 1975. 198 f. Tese (Doutorado em Geotectônica) - Instituto de Geociências da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1975. ______; PASSARELLI, C. R.; BASEI, M. A. S.; SANTOS, E. J. Idades U-Pb em Zircão de Alguns Granitos Clássicos da Província Borborema. Revista do Instituto de Geociências – USP, São Paulo, v. 3, p. 25-38, 2003. ______; SANTOS, E. J.; SCHMUS, W. R. V. Tectonic History of the Borborema Province. In: CORDANI, U.; Milani, E. J.; Thomaz Filho, A.; Campos, D. A. (Org.). Tectonic Evolution of South America. Rio de Janeiro: 31 st International Geological Congress, 2000. p. 151-182. 9. Referências 96 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) ______; SCHMUS, W. R. V.; SANTOS, E. J.; CAMPOS NETO, M. C.; KOZUCH, M. O Evento Cariris Velhos na Província Borborema: Integração de Dados, Implicações e Perspectivas. Revista Brasileira de Geociências, n. 25, p. 279-296, 1995. CABY, R.; SIAL, A.; ARTHAUD, M. H.; VAUCHEZ, A. Crustal Evolution and Brasiliano Orogeny in Northeast Brazil. In: Dallmeyer, R. D. & Lecorchè, J. P. (ed.) The West African Orogens and Circum Atlantic Correlatives, Springer-Verlag, 1991. p. 373-397. CAVALCANTE, J. C.; FERREIRA, C. A.; ARMESTO, R. G. G.; MEDEIROS, M. F.; RAMALHO, R.; BRAUN, O. P. G.; BAPTISTA, M. B.; CUNHA, H. C. S.; DERZE, G. R. Mapa Geológico do Estado do Ceará – Escala 1:500.000. Fortaleza, Ministério das Minas e Energia/Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, 1983. ______; VASCONCELOS, A. M.; MEDEIROS, M. F.; PAIVA, I. P.; GOMES, F. E. M.; CAVALCANTE, S. N.; CAVALCANTE, J. E.; MELO, A. C. R.; DUARTE NETO, V. C.; BENEVIDES, H. C. Mapa Geológico do Estado do Ceará – Escala 1:500.000. Fortaleza, Ministério das Minas e Energia/Companhia de Pesquisa de Recursos Minerais, 2003. PETRI, S.; COIMBRA, A. M.; AMARAL, G.; PONÇANO, W. L. Código Brasileiro de Nomenclatura Estratigráfica. Revista Brasileira de Geociências, São Paulo, v. 16, n. 4, p. 372- 376, 1986. FERRY, J. M. Regional Metamorphism of the Vassalboro Formation, South-Central Maine. American Mineralogist, n. 68, p. 334-354, 1983 FETTER, A. H. U–Pb and Sm–Nd Geochronological Constraints on the Crustal Framework and Geological History of Ceará State, NW Borborema Province, NE Brazil: Implications for the Assembly of Gondwana. 1999. 164 f. Tese (Ph.D. em Geologia) – University of Kansas, 1999. ______; SANTOS, T. J. S.; SCHMUS, W. R. V.; HACKSPAKER, P. C.; BRITO NEVES, B. B.; ARTHAUD, M. H.; NOGUEIRA NETO, J. A.; WERNICK, E. Evidence for Neoproterozoic Continental Arc Magmatism in the Santa Quitéria Batholith of Ceará State, NW Borborema Province, NE Brazil: Implications for the Assembly of West Gondwana. Gondwana Research, v. 6, p. 265-273, 2003. ______; SCHMUS, W. R. V.; SANTOS, T. J. S.; ARTHAUD, M.; NOGUEIRA NETO, J. A. U-Pb and Sm-Nd Geochronological Constrains on the Crustal Evolution and Basement Architecture of Ceará State, NW Borborema Province, NE Brazil: Implications for the Existence of the Paleoproterozóico Supercontinent Atlantica. Revista Brasileira de Geociências, v. 30, p. 102-106, 2000. http://lattes.cnpq.br/1194621385265171 http://lattes.cnpq.br/0787449021452023 9. Referências 97 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) GREEN, D. H.; RINGWOOD, A. E. An Experimental Investigation of the Gabbro to Eclogite Transition and its Petrological Applications. Geochimica et Cosmochimica Acta, n. 31, p. 767-833, 1967. LE BRETON, N.; THOMPSOM, A. B. Fluid-Absent (dehydration) Melting of Biotite in Metapelites in the Early Stages of Crustal Anatexis. Contributions of Mineralogy and Petrology, n. 99: p. 226-237, 1988. McKENNA, L. W.; HODGES, K. V. Accuracy Versus Precision in Locating Reaction Boundaries: Implications for the Garnet-Plagioclase-Aluminium Silicate-Quartz geobarometer. American Mineralogist, v. 73, p. 1205-1208, 1988. MELO, A. C.; MOUR,A E.; ANSELMO, G.; MESQUITA, M.; AQUINO, M.; COSTA, R. Normas para Apresentação de Trabalhos Acadêmicos da UniversidadeFederal do Ceará. 2007. MONIÉ, P., CABY, R., ARTHAUD, M.H. The Neoproterozoic Brasiliano Orogeny in Northeast Brazil: 40Ar/39Ar and Petrostructural Data from Ceará. Precambrian Research v. 81, p. 241–264, 1997. NOGUEIRA NETO, J. A. Evolução Geodinâmica das Faixas Granulíticas de Granja e Cariré, Extremo Noroeste da Província Borborema. 2000. 171 f. Tese (Doutorado em Geologia Regional) - Curso de Pós-Graduação em Geociências, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, São Paulo, 2000. NOVAIS, F. R. G.; BRITO NEVES, B. B.; KAWASHITA, K. Reconhecimento Cronoestratigráfico da Região Nordeste do Estado do Ceará. 7º Simpósio de Geologia do Nordeste, Natal, Atlas, p. 93-110, 1979. POWELL, R. Fluids and Melting Under Upper Amphibolite Fácies Conditions. Journal of the Geological Society, Londres, n. 140, p. 629-633, 1983. ROUBALT, M. Détermination des Minéraux des Roches au Microscope Polarisant. Paris, Éditions Lamarre-Poinat, 1972. 315p. SANTOS, T. J. S. Aspectos geológicos de uma área a sudoeste de Granja. Região noroeste do Ceará. 1993. 159 f. Dissertação (Mestrado em Geologia) – Curso de Pós- Graduação em Geociências, Universidade Estadual Paulista, Rio Claro, 1993. 9. Referências 98 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) ______. Evolução Tectônica e Geocronológica do Extremo Noroeste da Província Borborema. 1999. 186 f. Tese (Doutorado em Geologia Regional) – Instituto de Geociências e Ciências Exatas IGCE/UNESP-Rio Claro, São Paulo, 1999. ______; FETTER, A. H.; HACKSPACHER, P. C.; SCHMUS, W. R. V.; NOGUEIRA NETO, J. A. Neoproterozoic Tectonic and Magmatic Episodes in the NW Sector of the Borborema Province, NE Brazil, During Assembly of Western Gondwana. Journal of South American Earth Sciences, v. 25, p. 271-284, 2008b. ______; FETTER, A. H.; HACKSPACHER, P. C.; SCHMUS, W. R. V.; NOGUEIRA NETO, J. A. Neoproterozoic Tectonic and Magmatic Episodes in the NW Segment of the Borborema Province, NE Brazil, During the Assembly of the Western Gondwana. Journal of South American Earth Science, doi: 10.1016/j.jsames.2007.05.006. 2007 ______; FETTER, A. H.; HACKSPACHER, P. C.; SCHMUS, W. R. V.; NOGUEIRA NETO, J. A. Structural and Geochronological Studies of the Médio Coreaú Domain, NE Brazil: Constraints on Brasiliano/Pan-African Tectonic Evolution in the NW part of the Borborema Province - CE. Journal of Virtual Explorer, v. 17, paper 7, 2004. ______; FETTER, A. H.; NOGUEIRA NETO, J. A. Comparisons Between the Northwestern Borborema Province, NE Brazil, and the Southwestern Pharusian Dahomey Belt, SW Central Africa. Geological Society Special Publication, v. 294, p. 101- 119, 2008a. ______; SOUZA, G. M.; QUEIROZ, H. B.; NOGUEIRA NETO, J. A.; PARENTE, C. V. Tafrogênese Estateriana no Embasamento Paleoproterozóico do NW da Província Borborema: Uma Abordagem Petrográfica, Geoquímica e Geocronológica. 42° Congresso Brasileiro de Geologia, João Pessoa, p. 337–337, 2002. SCHMUS, W. R. V.; BRITO NEVES, B. B.; HACKSPACHER, P.; FETTER, A. H.; KOSUCH, M.; DANTAS, E. L; BABINSKI, M., 1998. The Borborema Province: a collage of polycyclic domains in northeast Brazil. International Conference on Precambrian Craton Tectonics, Ouro Preto, Brazil, Abstracts, 80-83. SIAL A. N. & LONG L. E. Rb-Sr and oxygen isotope study of the Meruoca and Mucambo Granites, Northeastern Brazil. In: 4st Conf. Geochronology, Cosmochemical and Isotope Geology, p. 398-400, 1987. SOARES, J. W. Mapeamento Geológico da Região de Ibaúna - Frecheirinha - CE. 1986. 232 f. Monografia (Graduação em Geologia) – Departamento de Geologia, Centro de Ciências Exatas da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 1986. 9. Referências 99 ___________________________________________________________________________ Praxedes, I. F. (2011) - Monografia de Graduação (DEGEO/UFC) STRECKEISEN, A. L. Classification and nomenclature of igneous rocks. Final report of an inquiry. Neues Jahrbuch fur Mineralogie, Abhandlungen, n. 107, p. 144-240, 1967. TAVARES, S. S. Jr.; GORAYEB, P. S. S.; LAFON, J. M. 1990. Petrografia e Geocronologia Rb/Sr do Feixe de Diques da Borda Oeste do Granito Meruoca (CE). In: 36° Congr. Bras. Geol. Anais ..., Natal, p. 337-338, 1990. TEIXEIRA, A. L.; GAUCHER, C.; PAIM, P. S. G.; FONSECA, M. M.; PARENTE, C. V.; SILVA FILHO, W. F.; ALMEIDA, A. R.. Bacias do Estágio da Transição da Plataforma Sul- Americana. In: Geologia do Continente Sul-Americano: Evolução da Obra de Fernando Flávio Marques de Almeida / Virgínio Mantesso-Neto; Andrea Bartorelli; Celso Dal Ré Carneiro; Benjamin Bley de Brito-Neves. (Org.). 1ª ed. São Paulo: Beca Produções Culturais Ltda., v. único, p. 487-536, 2004. TOURET, J. Le Fácies Granulite en Norvège Méridionale I: Les Associations Mineralogiques. Lithos, n. 4, p. 239-249, 1971a. ______. Le Fácies Granulite en Norvège Méridionale II: Les Associations Mineralogiques. Lithos, n. 4, p. 423-436, 1971b. TROMPETTE, R. Geology of western Gondwana, Pan-Afrian/Brasiliano Aggregation of South America and Africa. A. A. Balkema, Rotterdam, Brookfild, 1994. 350p. WINKLER, H. G. F. Petrogenesis de Rocas Metamórficas. Ed. Espanhola, Tradução Cesar Casquet & Mercedes Peinado. H. Blume Ediciones, Madrid, 1977. 346p. YARDLEY, B. W. D. Introdução à Petrologia Metamórfica. Tradução Reinhardt Adolfo Fuck, 2ª ed. revista – Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2004. 432p. APÊNDICES MAPA DE PONTOS DAS LOCALIDADES DE MORRO VERMELHO, DR. PRIVAT E CANTO SALGADO A NNE DO MUNICÍPIO DE GRANJA/CE - FOLHA GRANJA, escala 1:50.000; MAPA GEOLÓGICO DAS LOCALIDADES DE MORRO VERMELHO, Dr. PRIVAT E CANTO SALGADO A NNE DO MUNICÍPIO DE GRANJA/CE - FOLHA GRANJA, escala 1:50.000; MAPA GEOLÓGICO DAS LOCALIDADES DE MORRO VERMELHO E SEISCENTOS, A N DO MUNICÍPIO DE GRANJA/CE - FOLHA GRANJA, escala 1:10.000; MAPA GEOLÓGICO DAS LOCALIDADES DE Dr. PRIVAT E SALGADO DA PEDRA A N DO MUNICÍPIO DE GRANJA/CE - FOLHA GRANJA, escala 1:10.000; MAPA GEOLÓGICO DAS LOCALIDADES DE CANTO SALGADO, PEDRA PRETA E AROEIRA A NE DO MUNICÍPIO DE GRANJA/CE - FOLHA GRANJA, escala 1:25.000; TABELA DE COORDENADAS DOS AFLORAMENTOS ESTUDADOS. [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ # " " " " " + ® " " " " " " " " " + ® "" " " " " " " n ÐÏ!! " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " + ® " " " " " " " " " "" " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " 60 120 60 60 60 60 60 60 60 120 TORRÃO Futuro Mororó AROEIRA Quatorze Oiticica ARATANHIM CACHOEIRA PAU BRANCO Carrapicho Dr. Privat PEDRA PRETA CÂNDIDO SILVA Faz. São José CANTO SAlGADO MORRO VERMELHO Faz. São Geraldo SALGADO DAS PEDRAS 294000 294000 296000 296000 298000 298000 300000 300000 302000 3020009 65 80 00 96 58 00 0 96 60 00 0 96 60 00 0 96 62 00 0 96 62 00 0 96 64 00 0 96 64 00 0 96 66 00 0 96 66 00 0 96 68 00 0 96 68 00 0 Orientador: Dr. José de Araújo Nogueira Neto Co-orientador: Dr. Christiano Magini Autor: Igor Fernandes Praxedes Disciplina: Relatório de Graduação (Monografia) - Julho de 2011 MAPA DE PONTOS DAS LOCALIDADES DE MORRO VERMELHO, Dr. PRIVAT E CANTO SALGADO A NORTE DO MUNICÍPIO DE GRANJA/CE - FOLHA U NIVERSIDADE F CEDERAL EARÁDO DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA0 2 4 61 Km ESCALA 1:50.000 µ PROJEÇÃO UNIVERSAL TRANSVERSA DE MERCATOR Origem da quilometragem UTM: equador e Meridiano Central 39° W Gr. acrescidas as constantes: 10.000Km e 500Km, respectivamente. Datum horizontal: WGS84 Declinação magnética do centro da folha 23° 59' W 2008 LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS DE PESQUISA NA FOLHA GRANJA Granja Martinópole Moraújo Parazinho Uruóca Salão Paula Pessoa Tabainha Campanario 40°30'W 40°30'W 41°W 40°40'W 40°40'W 40°50'W 40°50'W 3°S 3°1 0'S 3°1 0'S 3°2 0'S 3°2 0'S ARTICULAÇÃO DA FOLHA Granja SA.24-Y-C-III Bela Cruz SA.24-Y-D-I Chaval SA.24-Y-C-II Viçosa do Ceará SA.24-Y-C-V Frecheirinha SA.24-Y-C-VI Sobral SA.24-Y-D-IV Bitupitá SA.24-Y-A-V Camocim SA.24-Y-A-VI Acaraú SA.24-Y-B-IV 41°00' 40°30' 40°00'41°30' 41°00' 40°30' 40°00'41°30' 3°30' 4°00' 2°30' 3°00' 3°30' 4°00' 2°30' 3°00' LEGENDA Filito Granulíto Máfico Caminho [ [ Cerca Estrada pavimentada Estrada s/pavimentação Curso de água intermitente Curso de água perene Convenções Cartográficas Área sujeita a inundação Massa de água Piscina de carcinicultura Curva de nível Convenções Geológicas Anfibolito # Blocos de riolito em meio à sedimentos quaternários Calciossilicática Sedimento aluvionar Sedimento colúvio-elúviar Gnaisse enderbítico ÐÏ!! Casa de energia (COELCE) + ® Cemitério n Escola " Localidade " Propriedade rural Arenito Conglomerado Nódulos lateríticos Quartzito Gnaisse milonítico Hornblenda-biotita gnaisse com ou sem granada Silimanita-cianita-granada- biotitagnaisse com grafita Sllimanita-granada-biotita gnaisse Granada-biotita gnaisse Área Dr. Privat (Área três) Área Canto Salgado (Área quatro) Área Morro Vermelho (Área dois) Área "Geral" (Área um) CONTEXTO GEOLÓGICO E EVOLUÇÃO METAMÓRFICA DO COMPLEXO GRANJA (LOCALIDADES DE CANTO SALGADO, Dr. PRIVAT E MORRO VERMELHO) Granja Martinópole Moraújo Parazinho Uruóca Salão Paula Pessoa Tabainha Campanario Granja SA.24-Y-C-III 294000 294000 296000 296000 298000 298000 300000 300000 302000 30200096 58 00 0 96 58 00 0 96 60 00 0 96 60 00 0 96 62 00 0 96 62 00 0 96 64 00 0 96 64 00 0 96 66 00 0 96 66 00 0 96 68 00 0 96 68 00 0 IMAGEM DA AMPLITUDE DO SINAL ANALÍTICO (ASA). NOTAR A PRESENÇA MARCANTE DE ALTOS MAGNÉTICOS Estratigrafia Fe ro Perfil Mapa Depósitos Aluvias: Unidade São Joaquim: Unidade Granulítica: Unidade Gnáissica-Migmatítica: Subunidade Anfibolítica Subunidade Milonítica 96 58 00 0 96 58 00 0 96 60 00 0 96 60 00 0 96 62 00 0 96 62 00 0 96 64 00 0 96 64 00 0 96 66 00 0 96 66 00 0 96 68 00 0 96 68 00 0 FUSÃO MDT 30m X LITOLOGIA ESCALA 1:50.000µ Convenções Geológicas """"""""""" $$$$$$$$$$" " " " " " " " " """"""""$ $ $ $ $ $ $ $ $ $$$$$$$$ """""" $$$$$$ """"""""" """" $$$$$$$$$ $$$ " " " " " " " " " " $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ % %% % """"""""" " " " " $$$$$$$$ $ $ $ $ " "$ %% %%%%%%% %%%%%%% % % % % % % % % % % %% % % % % % % % % % %% % % % % % % % %% % % % % % % % %% % % % % % % % % %% % % % % % % % % % "$ " " " " "$ $ $ $ " "$ """$ $ "" "$$ $ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ " " " " " + ® " " " " " " " " " + ® "" " " " " " " n ÐÏ!! " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " + ® " " " " " " " " " "" " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " === == = == == = == = = === == = === == = = == == == = == === === == = = ==== !O !O !O !O 294000 294000 296000 296000 298000 298000 300000 300000 302000 302000 96 58 00 0 96 58 00 0 96 60 00 0 96 60 00 0 96 62 00 0 96 62 00 0 96 64 00 0 96 64 00 0 96 66 00 0 96 66 00 0 96 68 00 0 96 68 00 0 A A' Orientador: Co-orientador: Autor: Disciplina: MAPA GEOLÓGICO DAS LOCALIDADES DE MORRO VERMELHO, Dr. PRIVAT E CANTO SALGADO A NORTE DO MUNICÍPIO DE GRANJA/CE - FOLHA GRANJA. U NIVERSIDADE F CEDERAL EARÁDO DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA CONTEXTO GEOLÓGICO E EVOLUÇÃO METAMÓRFICA DO COMPLEXO GRANJA (LOCALIDADES DE CANTO SALGADO, Dr. PRIVAT E MORRO VERMELHO) !O =" " "$ $ $% % % %% % % % Grupo Barreiras: Subunidade Gnáissica Enderbitica e Máfica: LEGENDA ± ± Convenções Cartográficas ÐÏ!! +® n " " [ [ [ [ " " "$ $ $ Granja Martinópole Moraújo Parazinho Uruóca Salão Paula Pessoa Tabainha Campanario Granja SA.24-Y-C-III 295100 295100 295400 295400 295700 295700 296000 296000 296300 296300 296600 296600 296900 29690096 66 00 0 96 66 00 0 96 66 30 0 96 66 30 0 96 66 60 0 96 66 60 0 96 66 90 0 96 66 90 0 FUSÃO MDT 30m X LITOLOGIA ESCALA 1:10.000µ Estratigrafia ro Perfil Mapa Depósitos Aluvias: Unidade Granulítica (zona da sillimanita): Convenções Geológicas !O =" " "$ $% % % %% % % % Grupo Barreiras: LEGENDA Convenções Cartográficas " " ÄÃ Formação Camocim (Grupo Barreiras): Unidade Granulítica (zona da cianita): Cobertura Colúvio-Eluvionar: Orientador: Co-orientador: Autor: Disciplina: MAPA GEOLÓGICO DAS LOCALIDADES DE MORRO VERMELHO E SEISCENTOS, A NORTE DO MUNICÍPIO DE GRANJA/CE - FOLHA GRANJA. U NIVERSIDADE F CEDERAL EARÁDO DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA CONTEXTO GEOLÓGICO E EVOLUÇÃO METAMÓRFICA DO COMPLEXO GRANJA (LOCALIDADES DE CANTO SALGADO, Dr. PRIVAT E MORRO VERMELHO) 295000 295000 295500 295500 296000 296000 296500 296500 297000 297000 96 66 00 0 96 66 00 0 96 66 50 0 96 66 50 0 96 67 00 0 96 67 00 0 IMAGEM DO DIA 08/08/2008 DO SATÉLITE CBERS 2B, CÂMERA HRC, BANDA 1 ± ± "$ % % % % % %% % % % % % Ã Ã ÄÄ %% %% " " " " " " " == == = === !O2 2¥ 295200 295200 295600 295600 296000 296000 296400 296400 296800 296800 96 66 00 0 96 66 00 0 96 66 20 0 96 66 20 0 96 66 40 0 96 66 40 0 96 66 60 0 96 66 60 0 96 66 80 0 96 66 80 0 96 67 00 0 96 67 00 0 B B' 2¥ Granja Martinópole Moraújo Parazinho Uruóca Salão Paula Pessoa Tabainha Campanario Granja SA.24-Y-C-III ESCALA 1:10.000 µ 294500 294500 295000 295000 295500 295500 296000 296000 296500 296500 96 61 50 0 96 61 50 0 96 62 00 0 96 62 00 0 96 62 50 0 96 62 50 0 96 63 00 0 96 63 00 0 96 63 50 0 96 63 50 0 294800 294800 295200 295200 295600 295600 296000 296000 296400 296400 96 61 60 0 96 61 60 0 96 62 00 0 96 62 00 0 96 62 40 0 96 62 40 0 96 62 80 0 96 62 80 0 96 63 20 0 96 63 20 0 FUSÃO MDT 30m X LITOLOGIA Estratigrafia ro Perfil Mapa Unidade Granulítica: Convenções Geológicas !O = " " "$ $ Subunidade Gnáissica Enderbitica: LEGENDA Orientador: Co-orientador: Autor: Disciplina: MAPA GEOLÓGICO DAS LOCALIDADES DE Dr. PRIVAT E SALGADO DA PEDRA A NORTE DO MUNICÍPIO DE GRANJA/CE - FOLHA GRANJA. U NIVERSIDADE F CEDERAL EARÁDO DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA CONTEXTO GEOLÓGICO E EVOLUÇÃO METAMÓRFICA DO COMPLEXO GRANJA (LOCALIDADES DE CANTO SALGADO, Dr. PRIVAT E MORRO VERMELHO) Convenções Cartográficas " " Subunidade Máfica: IMAGEM DA AMPLITUDE DO SINAL ANALÍTICO (ASA). NOTAR A PRESENÇA MARCANTE DE ALTOS MAGNÉTICOS ± "" $$ """""""""""""""""""""""""" $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " " "" " " = == == == = == == == !O 2 2 22 2294800 294800 295200 295200 295600 295600 296000 296000 296400 296400 96 61 60 0 96 61 60 0 96 62 00 0 96 62 00 0 96 62 40 0 96 62 40 0 96 62 80 0 96 62 80 0 96 63 20 0 96 63 20 0 ± Depósitos Aluvias: 2 Granja Martinópole Moraújo Parazinho Uruóca Salão Paula Pessoa Tabainha Campanario Granja SA.24-Y-C-III """"""""""""""""""""" $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ " " " " " " " " " " " " " " " " " " """""""""""""""""$ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $ $$$$$$$$$$$$$$$$ """""""""""" $$$$$$$$$$$$ " " " " " "$ $ $ $ $ $ " " " " " "$ $ $ $ $ $ " "$ $" " "$ $ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ [ "" " " " "" " " " "" " " " " " "" " "" " + ® " " " " " " " " " " " " " " " " + ® " " " "" " " " " " "" " " " ÐÏ!! " " " "" " " " " " " " "" " "@ === == ==== == == == == === === === == == == === == = == == = = = = !O22 2 299000 299000 300000 300000 301000 301000 302000 302000 303000 303000 96 58 00 0 96 58 00 0 96 59 00 0 96 59 00 0 96 60 00 0 96 60 00 0 96 61 00 0 96 61 00 0 96 62 00 0 96 62 00 0 299000 299000 300000 300000 301000 301000 302000 302000 303000 303000 96 58 00 0 96 58 00 0 96 59 00 0 96 59 00 0 96 60 00 0 96 60 00 0 96 61 00 0 96 61 00 0 96 62 00 0 96 62 00 0 ESCALA 1:25.000 µ 299000 299000 300000 300000 301000 301000 302000 302000 303000 303000 96 59 00 0 96 59 00 0 96 60 00 0 96 60 00 0 96 61 00 0 96 61 00 0 FUSÃO MDT 30m X LITOLOGIA Orientador: Co-orientador: Autor: Disciplina: MAPA GEOLÓGICO DAS LOCALIDADES DE CANTO SALGADO, PEDRA PRETA E AROEIRA A NORDESTE DO MUNICÍPIO DE GRANJA/CE - FOLHA GRANJA U NIVERSIDADE F CEDERAL EARÁDO DEPARTAMENTO DE GEOLOGIA CONTEXTO GEOLÓGICO E EVOLUÇÃO METAMÓRFICA DO COMPLEXO GRANJA (LOCALIDADES DE CANTO SALGADO, Dr. PRIVAT E MORRO VERMELHO) Estratigrafia Fe@ Perfil Mapa Convenções Geológicas !O = " " "$ $ $ LEGENDA Convenções Cartográficas ÐÏ!!+® " " [ [ [ [ IMAGEM DA AMPLITUDE DO SINAL ANALÍTICO (ASA). NOTAR A PRESENÇA MARCANTE DE ALTOS MAGNÉTICOS ± ± Unidade Gnáissica-Migmatítica: (PPga - Subunidade Anfibolítica) (PPgm - Subunidade Milonítica) Depósitos Aluvias: Grupo Barreiras: Unidade São Joaquim: Unidade Granulítica: " " "$ $ 2¥ 0 - Capa 0 - Resumo, Listas e Sumário 1 - intro1 1 - intro2 1 - intro3 2 - reg 3 - Estratigrafia 4 - petro 5 - Estrutural1 5 - Estrutural2 5 - Estrutural3 5 - Estrutural4 5 - Estrutural5 6 - Metamorfismo 7 - Evolução Geológica 8 - Considerações Finais - espaçamento simples 9 - Referencias - espaçamento simples 10 Apendice PONTOS Apendice GEOLÓGICO 1 Apendice GEOLÓGICO 2 Apendice GEOLÓGICO 3 Apendice GEOLÓGICO 4