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Aquicultura: Sistemas e Construção de Tanques

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Aquicultura 1º bimestre
· Aula prática piscicultura
Existem os sistemas extensivo, semi-intensivo, intensivo e super-intensivo. No semi-intensivo (como o da faculdade) possuem tanques escavados. Na produção de tilápia usa-se a carne, couro e produtos farmacêuticos (para tratamento de queimaduras). 
Nos tanques tem-se um local de entrada (abastecimento) e saída de água, mediado por canos. São construídos de lados opostos para que haja renovação de água (pois, a água limpa é menos densa que a suja).
· Monge: é responsável por controlar o nível de água dentro do tanque. É formado por vários canos que controlam a quantidade de água. A vantagem desse sistema com vários canos é controlar o nível de água. Em sistemas com um único cano é mais difícil esse controle, porém, mais barato. 
Quando ocorre baixa parcial da água, é possível realizar despesca. É necessário secar o tanque para fazer o fechamento (colocar alevinos pequenos) e o tratamento.
· Tratamento: utilizar cal virgem para esterilizar o tanque, evitando predadores (ex: larva de libélula é predador dos filhotes de peixe), e calcário para controlar o pH da água (é um dos fatores que mais causa mortalidade).
· Areadores: é utilizado quando há necessidade de aumentar a quantidade de oxigênio na água. Ligado as 22h até as 5h, pois, é o horário mais crítico na baixa de O2. 
No sistema extensivo não precisa de areadores pois, a quantidade de animais no tanque é menor e o ambiente consegue controlar. 
O cano de entrada de água é mais alto que o nível da água, simulando uma cascata, que auxilia na oxigenação. No mesmo nível da água renova, porém, tem menos oxigenação. 
· Represa matriz: recolhe a água, manda para outra represa que abastece todos os tanques. Problema sanitário maior, pois, se sugar algum parasita no momento do bombeamento, contamina todo o sistema. O ideal é que cada represa tenha um sistema de entrada individualizado, se apresentar algum problema é possível fechá-lo e evitar a contaminação do tanque. 
· O controle visual dos peixes é difícil, assim, a qualidade da água é um dos fatores mais importantes para manter a saúde. A qualidade da água é melhor na entrada do que na saída. 
· Quando os peixes vão para o abate são colocados em um tanque de depuração, ficando 24 horas em jejum para realizar o esvaziamento do trato digestório. Após esse período, passa para a área suja onde é realizado a sangria (retirar todo o sangue para não ficar com gosto de barro). Nesse tanque é possível controlar se o lote está sadio ou não, pois, em 24 horas se tiver doente morre. 
· Construção de viveiros
Quanto maior o declínio mais difícil de implantar, maior o custo e manejo. É importante ter um certo declínio para reabastecimento e escoamento de água (caída de 3%). Solo argiloso/areno-argiloso, importante ter disponibilidade de água. 
· Tanque para reprodutores: 1,5m (metro quadrado).
· Tanque para alevinagem: 300m (metro quadrado) 
· Tanque para engorda: 4-6 peixes por m (metro quadrado). São tanques grandes, > 300metros quadrados. 
· Tanques totalmente escavados são mais adequados, menos custo e mais seguro.
· Tanques elevados: são menos seguros, pode romper. Só é ideal se o nível do solo for do nível do riacho que abastece. 
· Profundidade: em média 1,5m. facilita o manejo, renovação e oxigenação de água (quanto mais profundo menos O2, mais difícil o manejo e controle sanitário). O tanque inicia-se mais raso e fica mais profundo (1,30m-1,5m/1,8m) para facilitar o escoamento da água. 
· Tanques retangulares para facilitar o manejo, no memento da despesca (passa a rede da parte mais profunda para a mais rasa).
· Talude: área de proteção. Com declínio (45º parede para facilitar a saída das pessoas). Proporção 3:1 – a cada 1m de parede, 3m de talude, em tanques escavados. 2:1 em tanque elevado. Para evitar risco de rompimento do tanque. 
· Duração: 20 anos sem manutenção se for construído corretamente. É importante ser protegido por vegetação para evitar o atrito com água e levar a erosão.
· Sistema de abastecimento: entrada de água do lado mais raso, em forma de cascata. A entrada mais nivelada que o nível de água para ter renovação. Se o tanque for muito profundo não consegue renovar por densidade, piorando a qualidade da água e O2.
· Drenagem: cachimbo (cano no fundo do tanque, quando quer secar tira o cano, mas não consegue realizar a baixa parcial, não tem controle do nível de água); monge (consegue controlar o nível e realizar a baixa parcial). 
· Água: é importante ter qualidade e quantidade suficiente. Os peixes apresentam tolerância térmica, varia de acordo com cada região que está acostumado. É importante ter água disponível. 
· Solo: neutro. Pode utilizar calcário para manter o pH neutro. Plasticidade (quantidade adequada de argila para moldar o solo, pegar uma porção e fazer ‘’U’’, se não romper o solo é ideal).
· Calagem: fazer com que o pH do solo fique mais neutro (6 -6,5). O calcário é utilizado para controle do pH, a cal virgem para esterilizar o tanque. 
· Adubação: com o tanque vazio. É importante para produção do fitoplancton, para oxigenação e diminuir a incidência de luz, fica mais confortável para os peixes, menos estresse. Pode usar esterco bovino (2000kg), suíno e aves (1500kg) com cuidado pois pode causar doença se não estiver curado corretamente. Encher de água para alagar o esterco depois completa o tanque. Quando a água fica muito clara realizar a adubação de manutenção, por meio do disco de secchi consegue observar a profundidade e saber se precisa da adubação. Se não for possível visualizar o disco é porque está muito adubada sendo necessário realizar a renovação. A adubação de manutenção é realizada com 150kg-ha de superfosfato triplo ou 50kg de fosfato + 150kg de ureia. 
· Profundidade: 10 cm (saturada, com baixo teor de O2, muita matéria orgânica); 20 cm (apropriado para alimentação); 30 cm (falta de alimento). 
· Qualidade de Água
É o fator mais importante, deve ser avaliado:
· Quantidade de água: suficiente para os tanques, e reserva. 
· Qualidade da água. 
· Quantidade de oxigênio dissolvido: > 6ppm até saturação. Acima da saturação forma bolhas e causa traumas nos peixes. Abaixo de 6ppm diminui o desenvolvimento e desempenho dos animais. Quando falta O2 o peixe sobe a superfície e realiza boqueamento (abrir a boca) para conseguir mais O2. Alguns fazem protusão labial e aumentam a superfície de contato conseguindo mais oxigênio. Abaixo de 4ppm a maioria morre, a tilápia sobrevive até 1 ppm. 
Medidas: aumentar a vazão de água, pois, na nova água entra mais quantidade de O2 dissolvido ficando acima da linha da água (renovação). Ligar os aeradores, reduzir ou suspender por 1-2 dias a alimentação. Essa queda de O2 ocorre geralmente das 22-5h por isso é nesse horário que se liga o aerador. 
· Temperatura: ideal de 26-30ºC, em média 28C. Quando o animal sai dessa faixa começa a diminuir o desempenho (0,1 de variação o peixe sente, são muito sensíveis).
Animais pecilotérmicos (sangue frio, a temperatura corporal é igual à do ambiente). 
· pH: quando aumenta H diminui o pH, assim a água fica mais ácida. Os peixes toleram pH ácido até 4 e básico até 10. O ideal é de 6,5-7.0. Quando sai dessa faixa, começam a perder desempenho, aumenta o estresse ficando mais sensíveis a doenças podendo vir a óbito. 
· Compostos nitrogenados: amônia e nitrito são extremamente tóxicos, nitrato é tóxico, porém, não causa muito impacto. Toleram até 2ppm de amônia, nitrito tem que ser 0 e nitrato até 250 ppm. É importante evitar o acumulo de matéria orgânica e ter aeração (quantidade ideal de O2 para transformar amônia e nitrito em nitrato). Para diminuir os níveis deve-se aumentar a troca de água (renovação, aeradores), cessar a fertilização e o arraçoamento (ração). 
· Fósforo: causado pelo excesso de ração. Eutrofização da água. Fica muito verde devido a proliferação excessiva de algas, impedindo a incidência solar, com isso, as algas param de realizar fotossíntese e diminui O2, começam a usar o O2 da água, aumentando os compostos tóxicos e mortedos peixes.
· Transparência da água: usar o disco de secchi para avaliar. Ideal >1 para tanques rede; 0,3-0,7 para viveiros escavados. 
· Agentes químicos: para combater patógenos. Formol e hipoclorito de sódio são ilegais. O mais utilizado é o sal, melhora a qualidade da água. Cal virgem é utilizada quando o pH está acima de 10pp. 
· O que leva a diminuição de O2 dissolvido: respiração, efluentes decomposição e matéria orgânica. 
· Fisiologia dos peixes
· Exterorreceptores: localizado nas extremidades. Tato, paladar, audição, visão e olfato.
Os peixes possuem bexiga natatória, não possuem ouvido, os barbilhões são órgãos táteis, a visão é muito ruim e o paladar aguçado. 
· Propriorreceptores: localizados nos músculos, tendões, juntas e órgãos internos. Linha lateral (responsável para captação hidrodinâmica). 
· Interorreceptores: captam condições internas do corpo (ph, temperatura, pressão osmótica). 
· Quimiorreceptores: estímulos químicos (olfato e paladar – botão gustativo). 
· Termorreceptores: estímulos térmicos.
· Mecanorreceptores: estímulos mecânicos, como a audição. 
· Fotorreceptores: estímulos luminosos. 
· Ampola de lorenzini: são receptores elétricos. Presentes nos peixes cartilaginosos (tubarão, arraias e quimerias). Presente em toda a cabeça dos peixes. Quando tem algum predador sinaliza e consegue perceber. Capta temperaturas, partículas bioquímicas (sangue).
· Nos barbilhos possuem os botões gustativos, responsáveis pela percepção de partículas/alimentos dissolvidos na água.
· Cutâneo: terminações nervosas, conseguem perceber a vibração e qualquer mudança no ambiente. 
· Linha lateral: percorre toda a extensão do corpo. São várias aberturas nas escamas, permitindo a entrada de água e estimulam o conjunto de células (neuromastes). Dependendo da vibração consegue perceber proximidade, quando mais próximo mais perto, maior a vibração. 
· Visão: animais que vivem mais na superfície tem visão melhor. Alguns vivem na profundidade e não precisam da visão, desenvolvem outros sentidos.
· Peixes arqueiros: conseguem emitir um jato e derrubar insetos fora da água para se alimentar, precisam da visão. 
· Audição: bexiga natatória controla a flutuabilidade, permite perceber a vibração.
· Eles emitem sons para sinalizar perigo próximo, o contato da nadadeira com o corpo faz o barulho de guizo, e serve para chamar no momento da copula. 
· Olfato: percebe sinais químicos. Só sentem odores por meio das narinas. As brânquias é o órgão responsável para respiração.

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