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F10-Enfrentamento-a-violencia-contra-crianca

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enfrentamento à
violência sexual contra
crianças e adolescentes
NOSSA VOZ. NOSSA FORTALEZA.
10Proteção:
 papel de todos
Daniel Victor A. B. Rodrigues
SUMÁRIO
1. Políticas públicas de efetivação dos direitos
fundamentais de crianças e adolescentes ............................................. 147
2. Responsabilidade Tripartite ................................................................... 148
3. Poder familiar e Responsabilização parental ........................................ 156
4. Poder familiar e Responsabilização parental ........................................ 157
5. Direito à convivência familiar e comunitária ........................................ 157
6. Direito à convivência familiar e comunitária ......................................... 158
Referências .................................................................................................. 159
Perfis do autor e do ilustrador .................................................................. 160
enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 147enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 147
É dever de todos prevenir a ocorrência 
de ameaça ou violação dos direitos da 
criança e do adolescente. (Art. 70, ECA)
 
Políticas públicas 
de efetivação 
DOS DIREITOS 
FUNDAMENTAIS 
DE CRIANÇAS E 
ADOLESCENTES
O Estatuto da Criança e do Adolescente 
prevê a criação de diversas políticas pú-
blicas para a promoção, defesa e garantia 
dos direitos das nossas crianças e adoles-
centes. Elas são fundamentais para opor-
tunizar os caminhos para uma vida sau-
dável e protegida de perigos. As políticas 
dos direitos fundamentais podem ser per-
cebidas no nosso dia a dia, até mesmo nas 
mais simples coisas como ir à escola, por 
exemplo. Neste fascículo, vamos conhecer 
as principais políticas públicas para efeti-
vação desses direitos. Vamos lá?
A atenção dada pelo poder público 
é fundamental para que os direitos das 
crianças e dos adolescentes sejam respei-
tados. O Estatuto da Criança e do Adoles-
cente (Lei nº 8069/90) afi rma que todas as 
crianças e adolescentes têm direito ao 
desenvolvimento saudável, à vida, ao 
esporte, à profissionalização, à digni-
dade e à convivência familiar e comuni-
tária. Parece simples, mas a efetivação de 
tais direitos exige uma complexa articula-
ção de diferentes grupos governamentais 
e setores da sociedade civil organizada. O 
que isso quer dizer? 
Que os direitos só saem do papel quan-
do o poder público investe em políticas 
que proporcionem uma vida digna e ple-
na para as nossas crianças e adolescentes. 
Os investimentos na saúde, em hospi-
tais e unidades básicas de saúde, podem, 
por exemplo, promover ações e campa-
nhas de pré-natal, de aleitamento mater-
no e de vacinação na comunidade que for-
talecem a saúde de todos. Mas só isso não 
é sufi ciente, concorda? 
É dever de todos prevenir a ocorrência 
de ameaça ou violação dos direitos da 
criança e do adolescente. (Art. 70, ECA)
Políticas públicas 
Estatuto da Criança e do Adolescente
prevê a criação de diversas políticas pú-
blicas para a promoção, defesa e garantia 
dos direitos das nossas crianças e adoles-
centes. Elas são fundamentais para opor-
tunizar os caminhos para uma vida sau-
dável e protegida de perigos. As políticas 
dos direitos fundamentais podem ser per-
148 Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste
TÁ NA LEI
TÁ NA LEI
É preciso também que as escolas 
estejam em boas condições para cumprir a 
sua função social, que vai “além dos muros 
da escola”, que não é somente a prepara-
ção para o mercado de trabalho (profi ssio-
nalização), mas também ser um espaço de 
formação social e de exercício da cidadania.
A cidadania, por sua vez, precisa ser 
exercida no espaço público. E como fazer 
isso sem liberdade? Ora, é impossível, pois 
não há cidadania sem liberdade. E sem 
liberdade não há convivência familiar e 
comunitária. Por isso que todos os direitos 
fundamentais estão fortemente interliga-
dos, um depende do outro para existir. E 
nada disso é possível sem a articulação 
das políticas públicas, tema que tratare-
mos no tópico seguinte.
De acordo com a Portaria nº 
1968/2001, o Sus é uma das políticas 
de públicas que prevê a notificação 
compulsória (obrigatória) 
de suspeita e/ou confi rmação 
de casos de maus-tratos contra 
crianças e adolescentes. 
 
Responsabilidade 
Tripartite
De quem é a responsabilidade da plena 
efetivação dos direitos? O que diz a legis-
lação sobre o assunto? Bom, de manei-
ra geral, a responsabilidade é primária e 
solidária do poder público, ou seja, são 
divididas entre as três esferas de governo 
(União, estados e municípios) e com a pos-
sibilidade de execução de programas por 
entidades da sociedade civil. Signifi ca di-
zer que o poder público tem a obrigação 
de promover os direitos, mas que a socie-
dade organizada possui o papel essencial 
de realizar o controle social por meio dos 
Conselhos de Direitos.
“Mas como isso se concretiza na mi-
nha vida?”, você pode se perguntar! De 
muitas maneiras. Por exemplo: Quando 
você busca atendimento com um conse-
lheiro tutelar, você acessa uma política 
pública municipalizada, mas que é fis-
calizada pelo Ministério Público Estadu-
al. Ou seja, as políticas devem ser feitas 
para funcionarem em diferentes instân-
cias governamentais.
ECA
Art. 100 [...]
Parágrafo único. São também 
princípios que regem a aplicação 
das medidas: [...]
III - responsabilidade primária 
e solidária do poder público: 
a plena efetivação dos direitos 
assegurados a crianças e a 
adolescentes por esta Lei e 
pela Constituição Federal, 
salvo nos casos por esta 
expressamente ressalvados, é 
de responsabilidade primária 
e solidária das 3 (três) esferas 
de governo, sem prejuízo da 
municipalização do atendimento 
e da possibilidade da execução 
de programas por entidades 
não governamentais;
enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 149
É o que diz o ECA, quando fala sobre a 
organização da política de atendimento – 
que ela deve ser compartilhada. Por isso 
que dizemos que a proteção é um dever de 
todos. E não apenas o governo deve fazer a 
sua parte, mas toda a sociedade é chamada 
para proteger as crianças e adolescentes de 
situações de abuso e de exploração. 
Isso pode ser feito de diferentes ma-
neiras, de forma preventiva e protetiva. 
Quando há ações articuladas como cam-
panhas para combater os castigos físicos, 
temos como resultado a prevenção. E, em 
casos em que não foi possível prevenir, 
existem políticas para reparar os danos 
sofridos ou minimizar as consequências. 
As políticas públicas de assistência so-
cial estão divididas da mesma forma, pre-
venção e proteção, vejamos: 
TÁ NA LEI
ECA
Art. 86. A política de atendimento 
dos direitos da criança e do 
adolescente far-se-á através 
de um conjunto articulado de 
ações governamentais e não 
governamentais, da União, dos 
estados, do Distrito Federal 
e dos municípios. 
enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 149
cial estão divididas da mesma forma, pre-
venção e proteção, vejamos: 
• Dentro da Proteção Social Básica 
há o Centro de Referência da As-
sistência Social (Cras) por meio do 
Serviço de Proteção e Atendimento 
Integral à Indivíduos e Família (Paif) 
atuando para prevenção às situa-
ções de vulnerabilidade social das 
famílias, assegurando acesso aos 
direitos sociais, articulação setorial 
no território, campanhas, projetos, 
grupos de convivências;
• Na Proteção Social Especial, temos 
a média complexidade, onde há 
atendimentos por meio do Serviço 
de Proteção e Atendimento Espe-
cializado a Famílias e Indivíduos 
(Paief) no Centro de Referência Es-
pecializado da Assistência Social 
(Creas), atuando no enfrentamento 
enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 149
150 Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordesteção Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste
ao contextode vulnerabilidade, nas 
situações que envolvem o trabalho 
infantil, à exploração, aos maus tra-
tos, ao cumprimento de medidas 
socioeducativas em meio aberto, à 
exploração e abuso sexual de crian-
ças e adolescentes, proporcionado 
o acompanhamento das famílias 
em situação de risco social para a 
superação das situações;
• E na alta complexidade: medidas 
socioeducativas em meio fechado, 
acolhimento institucional (mulhe-
res, crianças, famílias, idosos), fa-
mília acolhedora, casa lar e repúbli-
cas para jovens de 18 a 21 anos.
TÁ NA LEI
A Saúde, por meio do Sistema Úni-
co de Saúde, nos Hospitais, nas Uni-
dades Básicas de Saúde (UBS), nas 
Unidade de Pronto Atendimento 
(Upa), executa ações diretamen-
te relacionadas à proteção e ao 
cuidado com crianças e ado-
lescentes vítimas de abuso/ex-
ploração sexual: 1) campanhas 
de promoção da saúde sexual 
e reprodutiva; 2) atendimento 
direto às vítimas e familiares, 
ministrando medicamentos de 
profi laxia às Infecções Sexual-
mente Transmissíveis (em casos 
específi cos); 3) orientação fa-
miliar e aplicação de protocolos 
clínicos para evitar gravidez in-
desejada fruto de abuso sexual; 
4) notifi cação compulsória nos 
casos de suspeita e/ou confi rma-
ção de violência sexual; 5) exame 
de corpo de delito nas vítimas e 
suspeitos realizados por Institu-
to Médico Legal (IML).
Na segurança pública exis-
tem ações que buscam garantir 
os direitos violados, reparação 
de danos e responsabilização 
dos acusados através de inves-
tigação criminal para apuração 
de fatos por meio da instaura-
ção de um inquérito conduzido 
por autoridade policial que bus-
cará os indícios (provas) de crimes 
cometidos, que podem ser testemu-
nhais (relatos) e/ou materiais coletados 
em exame de corpo de delito. Nos casos de 
violência sexual e/ou abuso, o depoimento 
das vítimas, quando necessário, deve ser 
feito com profi ssionais qualifi cados e evi-
tando repetições desnecessárias.
Você pode obter mais informações 
sobre as políticas da assistência 
social consultando a Tipifi cação 
de Nacional de Serviços 
Socioassistenciais, disponível 
em: htt ps://www.mds.gov.br/
webarquivos/publicacao/assistencia_
social/Normati vas/ti pifi cacao.pdf
A Saúde, por meio do Sistema Úni-
co de Saúde, nos Hospitais, nas Uni-
dades Básicas de Saúde (UBS), nas 
Unidade de Pronto Atendimento 
(Upa), executa ações diretamen-
mente Transmissíveis (em casos 
 orientação fa-
miliar e aplicação de protocolos 
clínicos para evitar gravidez in-
desejada fruto de abuso sexual; 
 notifi cação compulsória nos 
casos de suspeita e/ou confi rma-
ção de violência sexual; 5) exame 
de corpo de delito nas vítimas e 
ção de um inquérito conduzido 
por autoridade policial que bus-
cará os indícios (provas) de crimes 
cometidos, que podem ser testemu-
nhais (relatos) e/ou materiais coletados 
em exame de corpo de delito. Nos casos de 
violência sexual e/ou abuso, o depoimento 
das vítimas, quando necessário, deve ser 
feito com profi ssionais qualifi cados e evi-
tando repetições desnecessárias.
enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 151
PUXANDO Prosa
DIFERENÇAS ENTRE ESCUTA 
QUALIFICADA E DEPOIMENTO 
ESPECIAL
O Decreto nº 9.603/2018 que 
regulamenta a Lei nº. 13431/2017 
apresenta as diferenças entre as 
duas formas de abordagem das 
situações de violência sexual; uma 
delas é que a Escuta Especializada 
está voltada para o acolhimento 
da vítima e não colhe provas, 
diferente do Depoimento Especial 
que é destinado, dentre outras 
funções, na obtenção qualificada 
de informações da vítima. 
Art. 19: A Escuta Especializada 
é o procedimento realizado pelos 
órgãos da rede de proteção nos 
campos da educação, da saúde, 
da assistência social, da segurança 
pública e dos direitos humanos, 
com o objetivo de assegurar o 
acompanhamento da vítima ou 
da testemunha de violência, para 
a superação das consequências 
da violação sofrida, limitado ao 
estritamente necessário para o 
cumprimento da fi nalidade de 
proteção social e de provimento
de cuidados.
Art. 22. O Depoimento
Especial é o procedimento de 
oitiva de criança ou adolescente 
vítima ou testemunha de violência 
perante autoridade policial ou 
judiciária com a fi nalidade de 
produção de provas. 
152 Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste
• Art. 13. Parágrafo único: 
A União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios poderão 
promover, periodicamente, cam-
panhas de conscientização da 
sociedade, promovendo a identi-
ficação das violações de direitos 
e garantias de crianças e adoles-
centes e a divulgação dos serviços 
de proteção e dos fluxos de aten-
dimento, como forma de evitar a 
violência institucional.
• Art. 14. As políticas implementadas 
nos sistemas de justiça, segurança 
pública, assistência social, educação 
e saúde deverão adotar ações articu-
ladas, coordenadas e efetivas volta-
das ao acolhimento e ao atendimen-
to integral às vítimas de violência.
• Art. 15. A União, os Estados, o Dis-
trito Federal e os Municípios pode-
rão criar serviços de atendimen-
to, de ouvidoria ou de resposta, 
• Art. 13. Parágrafo único: 
A União, os Estados, o Distrito 
Federal e os Municípios poderão 
promover, periodicamente, cam-
panhas de conscientização da 
sociedade, promovendo a identi-
ficação das violações de direitos 
e garantias de crianças e adoles-
centes e a divulgação dos serviços 
de proteção e dos fluxos de aten-
dimento, como forma de evitar a 
Na justiça, após a instauração do in-
quérito, ocorre a denúncia do Ministério 
Público para iniciar a fase judicial do 
processo de responsabilização, em que 
haverá ao fi nal a decisão judicial sobre a 
absolvição ou a culpabilização dos sus-
peitos. Tais processos devem ocorrer em 
Varas Especializadas para este fi m. Em 
Fortaleza, tramitam na 12º Vara Criminal 
localizada no Fórum Clóvis Beviláqua.
Com tanta responsabilidade assim, 
houve a necessidade de criar formas de 
articular os papéis de cada instância, sa-
ber onde cada uma pode atuar e aquilo 
que é de dever de todos. Senão, vejamos 
as normatizações trazidas pela nova Lei 
nº 13.431/2017, quando diz: 
enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 153
pelos meios de comunicação dis-
poníveis, integrados às redes de 
proteção, para receber denúncias 
de violações de direitos de crian-
ças e adolescentes.
• Art. 16. O poder público poderá criar 
programas, serviços ou equipamen-
tos que proporcionem atenção e 
atendimento integral e interinstitu-
cional às crianças e adolescentes ví-
timas ou testemunhas de violência, 
compostos por equipes multidisci-
plinares especializadas.
Cada instância tem o seu papel na pre-
venção e na proteção, mas há atribuições 
específi cas para estados e municípios. 
Os principais papéis da União são a 
coordenação e o monitoramento de po-
líticas, a criação de diretrizes a serem se-
guidas pelos estados e municípios para 
implementação de políticas, bem como 
o fi nanciamento das políticas que, quan-
do são executadas entre diferentes entes 
são consideradas políticas públicas inter-
setoriais. Para que essas ações ocorram, 
há uma série de critérios que devem ser 
seguidos para a adesão dos estados e 
municípios, o que inclui o cofi nancia-
mento para a execução de determinados 
projetos. Por exemplo, o Programa de 
Proteção a Crianças e Adolescentes Ame-
açados de Morte (PPCAAM) é um tipo de 
política intersetorial, que é executado em 
regime de coparticipação entre entes fe-
derados (União e estados).
No caso do Ceará, o estado oferta a 
política de educação, de saúde, justiça – 
através dos Núcleos de Atendimento à In-
fância e à Juventude (NADIJ) na Defensoria 
Pública do Ceará, do Ministério Público no 
Centro de Apoio Operacional da Infância, 
Juventude e Educação (CAOPIJ) e em varas 
especializadas, neste caso, a 12ª Vara da 
Infância e Juventude, especializada em cri-
mes sexuais contra crianças e adolescen-
tes, assistência social, e segurança públi-
ca , principalmentena Perícia Forense do 
Estado do Ceará, que realiza exames para 
a produção de provas para instruir proces-
sos criminais e na Delegacia de Combate 
à Exploração de Crianças e Adolescentes 
(Dececa), que atende todos os tipos de vio-
lação de direitos contra crianças e adoles-
cente (exploração/abuso sexual, violência 
física, maus-tratos). Em Fortaleza, a Dele-
gacia funciona no horário comercial, 8h às 
18h, com plantões na Delegacia da Mulher. 
Os municípios são considerados a 
“ponta” do serviço de atenção, ofertando 
saúde, educação, esporte, lazer, profi s-
sionalização, assistência social (básica e 
especial). Em Fortaleza, umas das políti-
cas municipais que merecem destaque no 
atendimento ao público com direitos vio-
lados é executado pela Fundação da Crian-
ça e da Família Cidadã (Funci) da Prefeitu-
ra Municipal de Fortaleza, quais sejam: 
• Ponte de Encontro: Ações de 
abordagem de rua realizado por 
educadores sociais para orientação 
e identifi cação de demandas de vio-
lação de direitos;
• Rede Aquarela: Atua diretamente 
no atendimento às vítimas de violên-
cia sexuais e na denúncia de casos, 
buscando articulação com as redes 
socioassistenciais por meio de qua-
tro eixos de atuação – Disseminação: 
promoção de palestras, fórúns de 
participação social, campanhas de 
prevenção, divulgação e articulação 
da rede de proteção social; 
• Atendimento Psicossocial: acom-
panhamento das vítimas e suas fa-
mílias através de atendimentos com 
profi ssionais da psicologia, serviço 
social e direito; Atendimento Dececa: 
equipe técnica plantonista no equi-
pamento de segurança pública visan-
do o primeiro acolhimento das de-
mandas; e Atendimento às famílias e 
vítimas na 12ª Vara Criminal.
Há ainda iniciativas do Sistema S, por 
meio de projetos, como Projeto Vira Vida, 
com foco em adolescentes entre 12 e 16 
anos que foram vítimas de violação de di-
reitos, ofertando educação e qualifi cação 
profi ssional tendo como objetivo o desen-
volvimento de habilidades e o encaminha-
mento para o mercado de trabalho. 
154 Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordestea | Universidade Aberta do Nordeste
É importante perceber que todas es-
sas políticas são extremamente úteis 
para a garantia dos direitos em todos os 
âmbitos, pois estão distribuídas em di-
versos locais da cidade e dos municípios 
dos interiores nos estados, e contam com 
a confi ança da comunidade para a iden-
tifi cação de demandas de violação de di-
reitos (espaços de revelação), portanto, 
capazes de oferecer uma escuta qualifi -
cada e encaminhar as situações para os 
órgãos competentes. 
É nesse momento que é possível “dar 
voz” aos historicamente invisibilizados, 
saber como os sujeitos vivenciam essa 
realidade. Tudo isso deve ser feito com 
sensibilidade, garantindo um espaço de 
acolhimento e segurança, e por outro 
lado, o poder público e a sociedade civil 
devem incentivar a participação em con-
ferências e espaços de discussão, sobre-
tudo aqueles que são diretamente atingi-
dos por tais situações. Esse é um grande 
desafi o para todos.
Cabe também citar a importância do 
controle social e da participação social 
para a plena efetivação do Sistema de Ga-
rantia de Direitos, que podem ser exerci-
das através dos Conselhos de Direitos, tais 
TÁ NA LEI
O ECA DEFINE AS ATRIBUIÇÕES 
DO CONSELHO TUTELAR
Art. 136. São atribuições do 
Conselho Tutelar:
I - atender as crianças e 
adolescentes nas hipóteses 
previstas nos arts. 98 e 105, 
aplicando as medidas previstas no 
art. 101, I a VII;
II - atender e aconselhar os pais ou 
responsável, aplicando as medidas 
previstas no art. 129, I a VII;
III - promover a execução de suas 
decisões, podendo para tanto:
a) requisitar serviços públicos
 nas áreas de saúde, educação, 
serviço social, previdência, 
trabalho e segurança;
b) representar junto à autoridade 
judiciária nos casos de 
descumprimento injustifi cado de 
suas deliberações.
IV - encaminhar ao Ministério 
Público notícia de fato que 
constitua infração administrativa 
ou penal contra os direitos da 
criança ou adolescente;
V - encaminhar à autoridade 
judiciária os casos de sua 
competência;
VI - providenciar a medida 
estabelecida pela autoridade 
judiciária, dentre as previstas 
no art. 101, de I a VI, para 
o adolescente autor de ato 
infracional;
VII - expedir notifi cações;
VIII - requisitar certidões de 
nascimento e de óbito de criança ou 
adolescente quando necessário;
IX - assessorar o Poder Executivo local 
na elaboração da proposta orçamentária 
para planos e programas de atendimento 
dos direitos da criança e do adolescente;
X - representar, em nome da pessoa e da 
família, contra a violação dos direitos 
previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da 
Constituição Federal;
XI - representar ao Ministério Público 
para efeito das ações de perda ou 
suspensão do poder familiar, após 
esgotadas as possibilidades de 
manutenção da criança ou do 
adolescente junto à família natural. 
XII - promover e incentivar, 
na comunidade e nos grupos 
profi ssionais, ações de 
divulgação e treinamento para 
o reconhecimento de sintomas 
de maus-tratos em crianças e 
adolescentes.
nascimento e de óbito de criança ou 
IX - assessorar o Poder Executivo local 
na elaboração da proposta orçamentária 
para planos e programas de atendimento 
dos direitos da criança e do adolescente;
X - representar, em nome da pessoa e da 
família, contra a violação dos direitos 
previstos no art. 220, § 3º, inciso II, da 
XI - representar ao Ministério Público 
enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 155
como o Comdica (em âmbito municipal) e 
o CEDCA (em âmbito estadual), dos Fó-
runs, das Conferências, dentre outros. 
O controle social é uma forma da so-
ciedade contribuir na formulação e 
aplicação dos gastos públicos e de 
fomento à participação. 
Os Conselhos Tutelares, entre 
outras atribuições, são responsáveis 
em encaminhar ao sistema de 
justiça os casos de violência sexual 
e de abuso de crianças e adolescen-
tes, bem como de requisitar serviços 
de atendimento e aplicar medidas 
protetivas cumprindo um relevante 
papel na construção de uma socie-
dade que protege a vida das nossas 
crianças e adolescentes:
Os Conselhos Tutelares devem 
promover a defesa intransigente dos 
direitos das crianças e dos adoles-
centes, por isso é tão importante que 
os conselheiros sejam pessoas que, 
de fato, estejam mobilizadas nesse 
sentido. É motivo de preocupação 
quando esses cargos são usados 
para fi ns partidários. Estejamos 
atentos. Busque informações so-
bre a atuação dos conselheiros 
da sua cidade. 
156 Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste
De acordo com o ECA, é dever de todos velar 
pela dignidade da criança e do adolescente.
Ter conhecimento sobre o dever de 
cuidado é o primeiro passo para a cons-
trução de um ambiente propício ao de-
senvolvimento saudável. Quando uma 
criança nasce, ela precisa de um lar que 
possa proporcionar suas primeiras vivên-
cias no mundo. Esse acolhimento deve ser 
feito; primeiramente pelos pais, por ou-
tros integrantes da família, por pessoas da 
comunidade. Mas tudo isso só é possível 
se a família for fortalecida por ações das 
diversas políticas sociais e se os vínculos 
de afeto são cultivados entre todos. 
Uma família fortalecida é mais ca-
paz de lidar com as situações de abuso 
e de exploração sexual de crianças e 
adolescentes. É dever do poder público 
providenciar os meios necessários para 
esse fortalecimento.
 A Política Nacional de Assistência So-
cial por meio do Sistema Único da Assis-
tência Social (Suas) adota o termo ma-
tricilidade familiar como um dos eixos 
estruturantes da política, ou seja, o foco 
da atuação da assistência social é prover 
as capacidades de reprodução da vida so-
cial nos mais diferentes arranjos de famí-
lia (monoparentais, reconstituídas, den-
tre outras) e de ciclos de vida (infância, 
adolescência, velhice). Para que, assim, a 
família fortalecida pelas políticas públicaspossa cumprir com sua função social, que 
é a capacidade de proteção de seus mem-
bros e promover o direito à convivência fa-
miliar e comunitária, dentre outros.
156 Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste
 
Dever de Cuidado
156 Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordes
enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 157
 
Poder familiar 
E RESPONSABILIZAÇÃO 
PARENTAL
O ECA estabelece em seu artigo 22, que 
incumbe aos pais “o dever de sustento, 
guarda e educação dos fi lhos”.
Muitas famílias têm dúvidas sobre o que 
signifi ca poder familiar. Ele nada mais é 
do que a responsabilidade dos genitores, 
ou de quem venha a ter a guarda de crian-
ças e adolescentes para a efetivação dos di-
reitos fundamentais que estamos tratando. 
Em resumo, os pais e a comunidade 
devem oferecer o apoio necessário em 
todas as fases da vida, desde a infância 
até a maioridade. 
É um grande mito achar que a denúncia 
de uma situação de abuso sexual dentro da 
família resultará necessariamente em desti-
tuição do poder familiar. Pelo contrário, ao 
fazer uma denúncia, a família fortalece, tor-
na-se um lugar de apoio e de segurança para 
a vítima. O que poderá ocorrer, dependendo 
da situação, será o afastamento do autor da 
violência do local de moradia ou a proibição 
de aproximação da vítima, tudo isso para a 
proteção da vítima. Os casos de perda e sus-
pensão do poder familiar passam por uma 
criteriosa avaliação da justiça.
FICA A DICA
SE EU DENUNCIAR UMA 
SITUAÇÃO DE ABUSO SEXUAL 
INTRAFAMILIAR, EU VOU
PERDER A GUARDA? 
Verifi cada a hipótese de maus-
tratos, opressão ou abuso 
sexual impostos pelos pais 
ou responsável, a autoridade 
judiciária poderá determinar, como 
medida cautelar, o afastamento do 
agressor da moradia comum 
(art. 130, ECA).
EM QUE CASOS A FAMÍLIA PODE 
PERDER O PODER FAMILIAR?
A perda e a suspensão do 
poder familiar serão decretadas 
judicialmente, em procedimento 
contraditório, nos casos previstos 
na legislação civil, bem como na 
hipótese de descumprimento 
injustifi cado dos deveres e 
obrigações a que alude o art. 22 
(art. 24, ECA).
 
Direito à 
convivência
FAMILIAR E 
COMUNITÁRIA 
Muitos podem se perguntar: Afi nal, qual 
a relação entre a exploração/abuso se-
xual de crianças e adolescentes com o 
direito a convivência familiar e comuni-
tária? Vamos pensar juntos? 
Se uma criança tem ao seu redor uma 
rede de proteção: família, amigos, comu-
nidade, professores, líderes religiosos, 
quanto maiores forem esses vínculos, 
mais ela se sentirá protegida e confi ante 
para relatar uma situação de abuso sexu-
al. Ou seja, quando a criança se sente par-
te de uma comunidade, ela sente que não 
está sozinha, que pode contar com a ajuda 
de todos. Isso é muito importante. Muitas 
crianças permanecem no silêncio dos seus 
medos por não se sentirem num ambien-
te seguro para contar sobre as suas dores. 
Isso nos leva para o nosso próximo tópico.
enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 157
158 Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste
Sinais para 
que a família 
RECONHEÇA CASOS 
DE VIOLÊNCIA SEXUAL
Os adultos devem buscar conhecer o 
cotidiano da criança e do adolescen-
te, estar próximo, compreender suas 
diferentes fases da vida. Todavia é pre-
ciso ter cuidado ao se discutir sobre 
sinais indicativos de ocorrência da 
violência sexual, pois agir de forma 
precipitada pode trazer sérios danos 
às vítimas e acusados em casos de de-
núncias indevidas. 
Há alguns sinais de alerta que po-
dem ser úteis, mas que devem ser 
analisados dentro de um conjun-
to de fatores, até porque alguns 
comportamentos aqui descritos 
são próprios da adolescência. 
Caso haja suspeita de alguma 
situação de possível violência 
sexual, é preciso procurar um 
profi ssional capacitado para 
oferecer suporte, sobretudo a 
partir da porta de entrada prin-
cipal para tratar do tema, que é o 
Conselho Tutelar, capaz de realizar 
uma investigação social e adotar as 
providências cabíveis. 
PUXANDO PROSA
A noção de família ganha diferentes 
contornos conforme o momento 
histórico. Para se ter uma ideia, no 
Brasil, durante o início do século XIX, 
o Estado para atender os interesses 
liberais inicia uma verdadeira 
campanha de padronização da 
família por meio da higienização 
e da atuação médica fi lantrópica, 
através da imposição de uma moral 
física dos corpos, mantendo-se 
distante das doenças venéreas, do 
alcoolismo, da vagabundagem, dos 
vícios, dos prazeres carnais. 
Saiba mais sobre o assunto em 
Ordem Médica e Norma Familiar de 
Jurandir Freire Costa e em polícia 
das famílias de Jacques Donzelot
PUXANDO PROSA
A família foi palco para a 
construção das diferenças entre 
os papéis dos homens e das 
mulheres e vem sofrendo diversas 
modifi cações, mas persiste o 
modelo patriarcal, de orientação 
sexista, machista e excludente. 
Qual o signifi cado disso na 
vida das nossas crianças e dos 
adolescentes?
Não se pode fechar os olhos para 
uma situação de violência. A simples 
suspeita deve ser investigada. Proteger 
é papel de todos.
Como dito, alguns fatores podem dar 
sinais ou indicarem uma possível situação 
de violência sexual e que, por isso mesmo, 
demandam um olhar e acompanhamento 
cuidadosos para melhor compreensão do 
contexto e eventual adoção de providên-
cias. Dentre estes, pode-se citar:
• isolamento repentino;
• mudança brusca de comportamento;
• evitar certas pessoas;
• medo de voltar para casa;
• mal desempenho em atividades 
que antes gostava;
• demonstração inadequada de 
comportamentos sexuais;
 Fundação Demócrito Rocha | Universidade Aberta do Nordeste
, pois agir de forma 
precipitada pode trazer sérios danos 
às vítimas e acusados em casos de de-
Há alguns sinais de alerta que po-
dem ser úteis, mas que devem ser 
analisados dentro de um conjun-
to de fatores, até porque alguns 
comportamentos aqui descritos 
são próprios da adolescência. 
Caso haja suspeita de alguma 
situação de possível violência 
sexual, é preciso procurar um 
profi ssional capacitado para 
oferecer suporte, sobretudo a 
partir da porta de entrada prin-
cipal para tratar do tema, que é o 
Conselho Tutelar, capaz de realizar 
uma investigação social e adotar as 
que antes gostava;
• demonstração inadequada de 
comportamentos sexuais;
enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes 159
Referências 
BRASIL. Estatuto da criança e do 
adolescente. Lei Federal 8.069 de 13 de 
Junho de 1990. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.
htm. Acesso em: 14 de outubro de 2010.
____. Portaria n. 1968 de 25 de outubro 
de 2001. Dispõe sobre a notifi cação, às 
autoridades-competentes, de casos de 
suspeita ou de confi rmação de-maus-
tratos contra-crianças e adolescentes 
atendidos nas entidades do Sistema 
Unido de Saúde. Disponível em:http://
bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/
gm/2001/prt1968_25_10_2001_rep.html. 
Acesso em: 14 de outubro de 2019.
____. Decreto 9603 de 10 de dezembro
 de 2018. Regulamenta a Lei nº 13.431, 
de 4 de abril de 2017, que estabelece 
o sistema de garantia de direitos da 
criança e do adolescente vítima ou 
testemunha de violência. Disponível em: 
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/
decret/2018/decreto-9603-10-dezembro-
2018-787431-norma-pe.html. Acesso em: 
14 de outubro de 2019.
____. Lei n. 13.431 de 4 de abril de 2017. 
Estabelece o sistema de garantia de 
direitos da criança e do adolescente vítima 
ou testemunha de violência e altera a Lei 
nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto 
da Criança e do Adolescente). Disponível 
em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13431.
htm. Acesso em: 14 de outubro de 2019.
COSTA, Jurandir Freire. Ordem médica 
e norma familiar. 3. ed. Rio de Janeiro: 
Graal, 1989. História da infância: políticas 
públicas crianças e adolescentes: 
CONSELHO NACIONAL DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO. Guia prático 
para implementação da política 
de atendimento de criançase 
adolescentes vítimas ou CONSELHO 
NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E 
DO ADOLESCENTE. Plano Nacional de 
Enfrentamento da Violência Sexual 
contra Crianças e Adolescentes, 2013.
DONZELOT, Jacques. A polícia das 
famílias. Rio de Janeiro: Graal, 1986.
FÓRUM PERMANENTE DE ORGANIZAÇÕES 
NÃOGOVERNAMENTAIS DE DEFESA DOS 
DIREITOS DE CRIANÇA E ADOLESCENTE 
DO CEARÁ – FÓRUM DCA;REDE 
EVANGÉLICA DE AÇÃO SOCIAL – RENAS. 
Violência Sexual: Monitoramento da 
Política de Atendimento à Criança e ao 
Adolescente na Cidade de Fortaleza. 
Fortaleza: s.e, 2017. 
MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO 
SOCIAL E COMBATE À FOME. Tipificação 
Nacional de Serviços Socioassistenciais. 
2013. Disponível em: https://www.
mds.gov.br/webarquivos/publicacao/
assistencia_social/Normativas/tipifi cacao.
pdf. Acesso em: 14 de outubro de 2019.
MINISTÉRIO DOS DIREITOS HUMANOS. 
SECRETARIA NACIONAL DE PROTEÇÃO 
DOS DIREITOS DA CRIANÇA E 
ADOLESCENTE. Violência contra Crianças 
e Adolescentes: Análise de Cenários e 
Propostas de Políticas Públicas. Brasília: 
Ministério dos Direitos Humanos, 2018. 
Disponível em: https://www.mdh.gov.
br/biblioteca/crianca-e-adolescente/
violencia-contra-criancas-e-adolescentes-
analise-de-cenarios-e-propostas-de-
politicas-publicas-2.pdf. Acesso em: 14 de 
outubro de 2019.
SANTOS, Benedito Rodrigues 
dos; GONÇALVES, Itamar Batista, 
VASCONCELOS, Gorete. (Orgs) BARBIERI, 
Paola, NASCIMENTO, Vanessa. (Coords). 
Escuta de crianças e adolescentes em 
situação de violência sexual: aspectos 
teóricos e metodológicos : guia para 
capacitação em depoimento especial 
de crianças e adolescentes. Brasília,DF : 
EdUCB, 2014. 
• desenhos sexualizados;
• brincadeiras eróticas;
• exposição de partes íntimas;
• difi culdades para dormir;
• tentativas de suicídio;
• sangramentos na área genital;
• doenças sexualmente 
transmissíveis etc.
Não custa reforçar: é preciso ter 
muito cuidado para se evitar o reforço de 
estigmas. É comum que alguns desses fa-
tores estejam relacionados ao próprio de-
senvolvimento sexual da criança ou ado-
lescente, ou mesmo a outras expressões 
de violência. O acompanhamento de tal 
contexto deve ser muito responsável.
enfrentamento à violência sexual contra enfrentamento à violência sexual contra 
criança e do adolescente vítima ou 
testemunha de violência. Disponível em: 
https://www2.camara.leg.br/legin/fed/
decret/2018/decreto-9603-10-dezembro-
2018-787431-norma-pe.html
14 de outubro de 2019.
____. Lei n. 13.431 de 4 de abril de 2017. 
Estabelece o sistema de garantia de 
direitos da criança e do adolescente vítima 
ou testemunha de violência e altera a Lei 
nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto 
da Criança e do Adolescente). Disponível 
em: 
ccivil_03/_Ato2015-2018/2017/Lei/L13431.
htm
COSTA, Jurandir Freire. 
e norma familiar
Graal, 1989. História da infância: políticas 
públicas crianças e adolescentes: 
CONSELHO NACIONAL DO 
MINISTÉRIO PÚBLICO. 
para implementação da política 
de atendimento de crianças e 
adolescentes vítimas
NACIONAL DOS DIREITOS DA CRIANÇA E 
Realização
NOSSA VOZ. NOSSA FORTALEZA.
Apoio
DANIEL VICTOR A. B. RODRIGUES (autor)
É bacharel e licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Ceará (UFC) e bacharel 
em Serviço Social pela Universidade Estadual do Ceará (Uece). É especialista em Mediação de 
Confl itos pela Unifor e mestre em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio Grande 
do Norte (UFRN). Foi tutor em cursos de especialização e de extensão em Pobreza, Desigualda-
de Social e Educação na UFC. Tem experiência no Sistem a Socioeducativo e em Programas de 
Mediação de Confl itos Comunitários e Escolares. Atualmente é assistente social na Prefeitura 
Municipal de Fortaleza, atuando na Alta Complexidade da Política de Assistência Social. 
RAFAEL LIMAVERDE (ilustrador)
É ilustrador, chargista e cartunista (premiado internacionalmente) e xilogravurista. Formado 
em Artes Visuais pelo Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Ceará (IFCE). 
Escreve e possui livros ilustrados nas principais editoras do Ceará e em editoras paulistas.
EXPEDIENTE: FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA João Dummar Neto Presidente André Avelino de Azevedo 
Diretor Administrativo-Financeiro Raymundo Netto Gerente Editorial e de Projetos Emanuela Fernandes e 
Aurelino Freitas Analistas de Projetos UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE Viviane Pereira Gerente 
Pedagógica Marisa Ferreira Coordenadora de Cursos Joel Bruno Designer Instrucional CURSO ENFRENTAMENTO 
À VIOLÊNCIA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES Valéria Xavier Concepção e Coordenadora Geral Leila Paiva 
Coordenadora de Conteúdo Amaurício Cortez Editor de Design e Projeto Gráfi co Miqueias Mesquita 
Designer/Diagramador Rafael Limaverde Ilustrador Mayara Magalhães Revisora Beth Lopes Produtora
ISBN: 978-85-7529-936-4 (Coleção) 
ISBN: 978-85-7529-946-3 (Fascículo 10)
Este fascículo é parte integrante do Programa de Combate à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes, em decorrência do Termo de Fomento celebrado entre a Fundação 
Demócrito Rocha e a Câmara Municipal de Fortaleza, sob o nº 001/2019.
Todos os direitos desta edição reservados à:
Fundação Demócrito Rocha
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Cep 60.055-402 - Fortaleza-Ceará 
Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax (85) 3255.6271
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