Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
FACULDADES JOÃO PAULO II CURSO DE DIREITO ALEXANDRA FATIMA GOMES DE FREITAS DIREITOS SUCESSÓRIOS E MORTE ENCEFÁLICA PASSO FUNDO/RS, 2018 ALEXANDRA FREITAS DIREITOS SUCESSÓRIOS E MORTE ENCEFÁLICA Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Direito pelas Faculdades João Paulo II – Passo Fundo, sob orientação da professora Me. Daniela Lippstein. PASSO FUNDO / RS 2018 SUMÁRIO 1 IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO ............................................................................. 3 2 TEMA ....................................................................................................................... 3 2.1 Delimitação do tema .......................................................................................... 3 3 PROBLEMA ............................................................................................................. 4 4 HIPÓTESE(S) .......................................................................................................... 4 5 OBJETIVOS ............................................................................................................. 4 5.1 Objetivo geral ..................................................................................................... 4 5.2 Objetivos específicos ......................................................................................... 4 6 JUSTIFICATIVA ....................................................................................................... 4 7 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................................... 5 8 METODOLOGIA .................................................................................................... 13 8.1 Método de abordagem ..................................................................................... 13 8.2 Método de procedimento ................................................................................. 13 8.3 Técnicas de pesquisa ...................................................................................... 13 9 ESTRUTURA PROVISÓRIA .................................................................................. 13 10 CRONOGRAMA .................................................................................................. 14 11 REFERÊNCIAS .................................................................................................... 15 11.1 Referências citadas ........................................................................................ 15 11.2 Referências a consultar ................................................................................. 15 3 1 IDENTIFICAÇÃO DO PROJETO ACADÊMICO Nome: Alexandra Fátima Gomes de Freitas Endereço: Rua Joana Marques,96, São José – Passo Fundo / RS Registro Acadêmico: 43042 Telefone: (54)98424-4678 E-mail: ale.morates@gmail.com ORIENTADOR Nome: Daniela Lippstein Titulação: Mestre em Direito E-mail: dlippstein@gmail.com ÁREA DE CONCENTRAÇÃO Direitos Humanos e Ética LINHA DE PESQUISA Constitucionalismo e garantias 2 TEMA Direitos Sucessórios e morte encefálica 2.1 Delimitação do tema Ressignificação do conceito civil da morte, a partir da perspectiva dos direitos sucessórios, considerando o conceito medicinal de morte a partir da morte encefálica. 4 3 PROBLEMA A abertura da sucessão pode ser considerada a partir da morte encefálica? 4 HIPÓTESE(S) 1. A abertura da sucessão se dá com a morte civil do de cujus, a qual se dá com a interrupção da respiração e não com a morte encefálica. 2. A abertura da sucessão pode ser considerada a partir da morte encefálica considerando o conceito medicinal de morte. 5 OBJETIVOS 5.1 Objetivo geral 1) Demonstrar a necessidade de ressignificação da morte civil a partir da morte encefálica para efeitos sucessórios; 5.2 Objetivos específicos 1) Analisar o princípio da droit de saisne 2) Estudar o conceito civil e medicinal da morte; 3) Demonstrar a importância de aplicação o princípio da saisine nos casos de morte cerebral; 6 JUSTIFICATIVA A personalidade da pessoa natural termina com a morte, está estabelecido no Artigo 6º do Código Civil. Seus impactos surgem com a extinção da personalidade e começa com a abertura da sucessão. O droit de saisine define que no momento certo da morte, a herança, a posse e a propriedade de seu patrimônio seja transmitido aos seus herdeiros. A medicina moderna, hoje estabelece um novo 5 conceito de morte, o da morte encefálica. Isso acontece quando ocorre a ausência da atividade cerebral e tronco cerebral. O Direito se suprimiu a respeito da possibilidade de saisine provocar um efeito a partir da morte encefálica, contudo, estabeleceu como morto o individuo que teve morte encefálica constatada, a partir da comprovação da parada da atividade cerebral. Conforme dispõe a Lei de Transplantes 9.434/97, a remoção de órgãos, tecidos e partes do corpo humano para fins de transplantes e tratamento e dá outras providencias, determina um fundamento legal para a tipificação da morte para seus efeitos sucessórios, a parada cárdio - respiratória, resulta com que a morte cerebral possa também conceder a abertura da sucessão de seus bens. 7 REFERENCIAL TEÓRICO Direitos Sucessórios e Morte Encefálica Para compreendermos melhor os direitos sucessórios e morte encefálica, primeiramente vamos nos aprofundar e conhecer melhor o direito das sucessões, conforme esta previsto nos arts.1.784 à 2.027. (BRASIL. Código Civil. Lei 10406/02). Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários, dispõe o art art.1.784 do Código Civil. ( BRASIL. Código Civil. Lei 10406/02). A existência jurídica da pessoa natural termina com a morte, conforme a primeira parte do art 6º, do CC. Em consequência, a pessoa falecida deixa de ser destinatário de normas jurídicas, não podendo mais ser considerado sujeito de direitos e obrigações. Art. 6º . A existência da pessoa natural termina com a morte, presume-se esta, quando aos ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura da sucessão.(BRASIL. Código Civil. Lei 10406/02). Algumas situações jurídicas são extintas com o falecimento do titular, como ocorre com o poder familiar conforme disposto no art. 1.634, I do CC. Já outras situações jurídicas não são extintas com a morte do titular, caracterizadas pela sua 6 patrimonialidade, essas sobrevivem ao falecimento do titular, impondo-se o destino de seus direitos e obrigações. Art. 1.634, I. Compete a ambos os pais, qualquer que seja a sua situação cponjugal, o pleno exercício do poder familiar, que consiste em, quanto aos filhos (Alterado pela Lei nº 13.058/2014). (BRASIL. Código Civil. Lei 10406/02). Na Constituição Federal, é assegura o direito de herança, previsto no Artigo 5º, XXX. Art 5º, CF – Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes; XXX – É assegurado o direito de herança. (BRASIL, Constituição da República Federativa do Brasil de 1988). Seu fundamento é do direito sucessório e a propriedade, conjugada ou não com o direito de família. Na sucessão, a morte, as relações, jurídicas não se extinguem, pois são salvo as personalíssimas, substituindo apenaso de cujus, pelos seus sucessores, mantendo todos os demais. Importante ressaltar que o direito e a transferência do direito da propriedade, vai sempre produzir com a morte de alguém; O ato jurídico da morte faz transferir a propriedade para alguém. Com o direito sucessório é possível estudar a transferência do bem que ocorre após a morte, também de reconhecer uma paternidade quando for preciso. Cabe a sucessão, após a morte transferir os bens aos seus respectivos herdeiros. “Suceder é substituir, tomar o lugar de outrem no campo dos fenômenos jurídicos”( VENOSA, 2013,p.17). Em sentido amplo, podemos afirmar que a sucessão transpassa a transparência dos direitos e obrigações de uma pessoa para a outra. Essa transferência pode ser realizada pelo titular em vida, ( transmissão inter vivos) assim como em virtude do fato da morte, ( transmissão mortis causa),sendo que a transmissão mortis causa, em sentido estrito, é utilizada em termo sucessão para 7 poder designar melhor a transparência dos direitos e obrigações de quem falece para a outra pessoa que esta viva. Quanto à sua origem, a sucessão pode ser classificada como legítima ou testamentária “ A sucessão dá-se por lei ou por disposição de última vontade, art. 1.786. ( BRASIL. Código Civil. Lei 10406/02). Há duas formas de reconhecer o Direito Sucessório. Pela lei que transmite o direito, que acontece quando se prevalece a vontade da pessoa e pela pessoa que faleceu. Sendo que esta teve antes do fato, a vontade de criar o seu direito. Para cada tipo existem algumas regras de execução em particular. Diante disso, há também duas formas de nascer o direito, duas espécies de sucessões, sendo a legítima e a testamentária. A Sucessão Legítima acontece como ultima vontade por sucessão testamentária. Nela, são chamados os autores da herança, prevalecendo a ordem de vocação. Os descendentes, ascendentes, Cônjuge sobrevivente e os colaterais. Lembrando que os descendentes e ascendentes concorrem sempre com o cônjuge. Sucessão testamentária, é do direito romano, que desconhecia a possibilidade de morrer sem deixar a sua vontade. A vontade para os romanos era imprescritível para criar o direito sucessório. No Direito Romano não existia a sucessão legítima e permitia fazer testamento à partir dos 12 anos. Em Roma, a filha não herdava se casada fosse. Morrendo a pessoa sem testamento, transmite-se a herança aos herdeiros legítimos; o mesmo ocorrerá quando os bens que não forem compreendidos no testamento; e subsiste a sucessão legítima se o testamento caducar, ou for julgado nulo art. 1.788 ( BRASIL. Código Civil. Lei 10406/02). A sucessão acontece com a transmissão hereditária, onde é realizada para que prevaleça a ultima vontade da pessoa que a esta fazendo. Com ela existe uma solenidade requerida por lei, onde a mesma tem que ser seguida. Esse ato é personalíssimo, unilateral, gratuito revogável e solene. Para o direito material e também para o direito processual são diferentes. A sucessão legítima é originária do direito germânico, onde somente a Lei tem o poder de criar os sucessores e regular as regras. No direito Romano, a sucessão testamentária era a regra, já naquela época já havia uma importância de haver um testamento. Isso era uma necessidade para o romano, pois após sua morte, tinha 8 que haver alguém que pudesse dar continuidade com seu culto familiar. Essa regra também servia para a adoção, onde a propriedade e o culto familiar estavam sempre juntos. Mesmo com a morte, a propriedade ainda continuava em razão da continuidade do culto. A palavra sucessão, significa o ato pelo qual uma pessoa assume o lugar de outra, substituindo-a na titularidade de determinados bens. No direito das sucessões, o vocábulo é empregado em sentido estrito para designar decorrente da morte de alguém, sucessão causa mortis. Essa expressão latina é a abreviatura da frase de cujus sucessione (ou herreditatis) agitur, que significa “ aquele de cuja sucessão (ou herança) se trata. (GONÇALVES, 2011, p.13). Disposto no artigo 6º do Código Civil de 2002, a existência da pessoa natural termina com a morte real. Como não se concede direito subjetivo sem titular, ao mesmo instante em que aquela acontece abre-se a sucessão, transmitindo-se automaticamente a herança aos herdeiros e testamentários do de cujus. A sucessão Testamentária é o ato jurídico solene unilateral, no qual o testador determina a distribuição de seus bens após sua morte, bem como apresenta suas declarações de vontade. Suas características podem ser: personalíssimo; unilateral; gratuito; solene; revogável e de última vontade. A ineficácia e invalidade do testamento devem ser observados os requisitos de validade do negócio jurídico nele permite a revogação, portanto fica vedada a cláusula derrogatória – cláusula pela qual se renuncia ao direito de revogar o ato. Existem quatro hipóteses que impedem ao testamento gera seus efeitos jurídicos: Revogação; Rompimento; Caducidade; Invalidade-Nulidade e Anulabilidade. Conforme disposto no Artigo 2.311 Código Civil, O testador não pode renunciar à faculdade de revogar, no todo ou em parte, o seu testamento. ( BRASIL. Código Civil. Lei 10406/02). É a manifestação de vontade do testador, de tornar sem efeito um testamento anteriormente feito. Essa manifestação pode ser expressa ou tácita, onde precisa ser revogado por outro testamento. Não precisa ser o mesmo tipo de testamento e essa revogação pode ser total ou parcial. A revogação expressa está disposta no artigo 2.312 do Código Civil, onde nela fica declarada que a sua revogação só poderá fazer-se declarando o testador 9 em outro testamento ou em escritura pública, que revoga todo ou parcialmente o testamento anterior. Já a revogação tácita, está prevista no artigo 2.313 do Código Civil, onde expressa que o testamento anterior não revogue expressamente o anterior e sim revogá-lo-á apenas na parte em que for com ele incompatível. Conforme Artigo 1.975 Código Civil, somente irá gerar o rompimento se constatar que adentrou na parte legitima ou teria sido outra a forma de dispor dos bens. denominado de ruptura, consiste na ineficácia do testamento por motivos alheios a vontade do testador e que por determinação legal gera a ineficácia. ( BRASIL. Código Civil. Lei 10406/02). Disposto no Artigo. 1939, a caducidade do testamento acontece quando fica ineficácia do testamento em razão de fato que ocorre, independente da vontade do testador. Se depois do testamento, o testador modificar a coisa legada, ao ponto de já não ter a forma nem lhe caber a denominação que possuía. Pode acontecer quando o decurso do prazo no caso de testamento especial sem ocorrer a morte do testador. ( BRASIL. Código Civil. Lei 10406/02). Se o testador, por qualquer título, alienar no todo ou em parte a coisa legada, sendo assim, caducará até onde ela deixou de pertencer ao testador. A exclusão do herdeiro ou legatário, em qualquer desses casos de indignidade, será declarada por sentença art.1815 CC. ( BRASIL. Código Civil. Lei 10406/02). . A nulidade está prevista no art. 166 do CC, e por envolver um interesse público, pode ser decretada por oficio pelo Juíz. Sua sentença é ex tun, sendo que retroage desde que o ato foi realizado. ( BRASIL. Código Civil. Lei 10406/02). A anulabilidade seu efeito é o ex nunc, isto significa que o negócio jurídico produz sim seus efeitos. Nesses casos de anulabilidade, ocorrem a prescrição. Há julgados que relatam que ato nulo não prescreve em caso de atingir algum interesse público, podendo ser arguido a qualquer tempo. O Brasil adota a liberdade limitada para testar. Princípio esse previsto no Artigo 1.789 do Código Civil, havendo herdeiros, o testador só poderá dispor da metade da herança. Temos assim, a liberdade para criar os herdeiros, mas de formalimitada. Ele existe para proteger os herdeiros necessários a para não privar da sucessão de alguém. Cada pessoa que tem herdeiro necessário, metade do patrimônio fica para esses herdeiros necessários. ( BRASIL. Código Civil. Lei 10406/02). 10 Com previsão no Artigo 1.850 do Código Civil, para excluir da sucessão os herdeiros colaterais, basta que os testadores disponha de seu patrimônio sem os contemplar. Portanto, não havendo herdeiros necessários neste princípio, pode o testador dispor de forma plana da totalidade de seu patrimônio, tendo em vista que não existe sucessor a ser protegido. ( BRASIL. Código Civil. Lei 10406/02). Da-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse. O direito de representação é, em regra geral, bem utilizado entre os descendentes. Havendo um filho pré – morto, seus sucessores receberão aquilo que o seu falecido pai teria direito, se vivo fosse. Art. 1815 CC. ( BRASIL. Código Civil. Lei 10406/02). Em concordância com Roberto Senise Lisboa, entende-se: O inventário é o procedimento por meio do qual são oficialmente relacionados os bens encontrados em nome do de cujus. A realização do inventário é obrigatória, para que os sucessores do de cujus possam obter a atribuição legal dos bens que lhes são cabíveis. O inventário comporta as seguintes etapas: a abertura do inventário, a nomeação do inventariante, o oferecimento das primeiras declarações, a citação dos interessados, a avaliação dos bens, o cálculo e o pagamento dos impostos, as últimas declarações, a partilha e sua homologação ( LISBOA, 2007,p.35). O Droit de Saisine está previsto no Artigo 1.784 do Código Civil que consiste em uma ficção jurídica que proporciona aos herdeiros a posse dos bens deixados por causa mortis do falecido. Como não se concede direito subjetivo sem titular, no mesmo instante em que aquela acontece abre-se a sucessão, transmitindo-se automaticamente a herança aos herdeiros legítimos e testamentários do de cujus Art. 1.784 CC. ( BRASIL. Código Civil. Lei 10406/02). Com isto, está presente o princípio de Saisine, segundo o próprio defunto transmite seus bens aos seus sucessores e a posse de suas herança. ( le mort saisit le vif). Combinado com o (CC, art.1.206), o sucessor universal continua com seu direito a posse do seu antecessor. ( BRASIL. Código Civil. Lei 10406/02). 11 “Na herança, o sistema da saisine é o direito que tem os herdeiros de entrar na posse dos bens que constituem a herança. A palavra deriva do saisir ( agarrar, prender, apoderar-se)” ( VENOSA, 2013,p.14). Saisine vem de origem medieval, nascida no ano de 1.259, vinda do Direito Parisiense, com a finalidade à defesa do direito de herança, da propriedade dos bens que a compõe em favor dos herdeiros do de cujus. Nasceu no século XIII, onde o senhor feudal instituiu a praxe de cobrar pagamento dos herdeiros de seu servo morto, para que fossem autorizados a se emitir na posse dos bens deixados pela sucessão. Criou-se então, no direito parisiense, a fórmula Le serf mort saisit le vit, son hoir de plus proche, com a finalidade de defender o servo desta imposição senhoril. Essa doutrina francesa, representa a necessária e instantânea para a transmissão dos bens do de cujus aos herdeiros. Essa transferência acontece com a morte do antigo titular dos bens, onde o morto é substituído pelo vivo. “O Sistema Saisine chega até nós, de sua origem germânica, pelo Direito pelo francês, que adota o princípio no art. 724 do Código Napoleão.”( VENOSA, 2013.p.15) Droit de saisine, originou-se a partir da relação jurídica estipulada entre a pessoa que veio a falecer e a pessoa que herdará os bens que era da posse e patrimônio do defunto. Essa associação, ocorre a norma jurídica, promove o entendimento da coisa em faculdade da transmissão do objeto. Uma vez aceitada a herança, torna-se definitiva, como regra geral: Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários. (CC, Art. 1.784). Aceita a herança, torna-se definitiva a sua transmissão ao herdeiro, desde a abertura da sucessão.(CC, art.1.804). Parágrafo único: A transmissão tem-se por não verificada quando herdeiro renuncia à herança. A sucessão considera-se aberta no momento exato da morte de alguém, nascendo o direito hereditário e usando a substituição do falecido por seus sucessores a qualificação universal nas relações jurídicas em que aquele representava. A morte é um fato preliminar lógico, sua passagem é uma consequência. ( BRASIL. Código Civil. Lei 10406/02). 12 A expressão de cujus está consagrada para referir-se ao morto, de quem se trata da sucessão( retirada da frase latina de cujus sucessione agitur). Já nos referimos ao termo espólio como o conjunto de direitos e deveres pertencentes à pessoa falecida, ao de cujus, ao tratarmos dos grupos com personificação anônima (VENOSA, 2012,p.13). Saisine é de uma ficção jurídica que autoriza um entendimento possessório de bens do falecido pelo herdeiro destinado, testamentário ou legítimo. Seja qual for o ato, esse incorporará na posse dos bens onde existe a herança do falecido imediatamente. É de extrema obrigação que no momento da transmissão da posse e da propriedade, o herdeiro recebe o patrimônio como se encontrava com o de cujus. Assim, acontece também todas as dívidas do falecido, ações e pretensões contra ele existentes. Ao falar em Saisine, vale lembrar que o legislador não deixou nenhuma incereteza e pretendeu em todas as demais momentos garantir o Direito Real de habitação ao cônjuge sobrevivente, tendo a ação plena e imediata, sendo indispensável o reconhecimento judiciário para seu acontecimento. O herdeiro pode antes da partilha transferir sua parte na herança. Qualquer herdeiro tem legitimidade para proteger suas posses hereditárias. Aberta a sucessão, falecendo o beneficiário, manifestam-se seus herdeiros. A transferência da herança ocorre no último domicílio do falecido, ainda que o óbito tenha ocorrido em outro local, ou que os bens estejam em lugar diverso do domicílio. Art. 1785, CC. ( BRASIL. Código Civil. Lei 10406/02). Para isso, basta acontecer o falecimento de um dos conviventes para que a transferência desse imóvel ocorra de forma automática, onde o cônjuge tem toda a liberdade de proteger a posse. O posicionamento de transferência é conhecido também como devolução da herança e é passada para os herdeiros e legatários e na falta destes a herança ficará vaga, sem dono ela será transferida para o Município e deverá ser aplicada na educação pública. Traduz-se à luz a regra prevista no Código Civil: Art. 1.831 . Ao cônjuge sobrevivente, qualquer que seja o regime de bens, será assegurado, sem prejuízo da participação que lhe caiba na herança, o direito real de habitação relativamente ao imóvel destinado à residência da 13 família, desde que seja o único daquela natureza a inventariar. ( BRASIL. Código Civil. Lei 10406/02). 8 METODOLOGIA 8.1 Método de abordagem Para o melhor desenvolvimento e apresentação deste trabalho, o método de abordagem será o indutivo, pois parte de experiências de casos particulares para as conclusões mais completa do que as ideias iniciais e obter uma melhor extensão do conhecimento. 8.2 Método de procedimento Já os métodos de procedimento a serem utilizados serão o monográfico, onde o estudo consiste em observar determinadas condições e abranger atividades que consiste em analisar um grupo social particular. Já o estruturalista, fundamenta-se na utilização das probabilidades, as quais podem serem apresentadas como verdadeiras, embora possa admitir certas margens de erros. 8.3 Técnicas de pesquisa O método de pesquisa, será o bibliográfico, jurisprudencial,sendo utilizado algumas doutrinas e artigos científicos. 9 ESTRUTURA PROVISÓRIA INTRODUÇÃO 1 DIREITOS SUCESSÓRIOS: princípios e marco legal 1.1 Princípios do Direito das Sucessões 1.2 Droit de Saisine e a abertura da sucessão 1.3 Ordenamento civil sucessório 2 O CONCEITO JURÍDICO DE MORTE 14 2.1 A vida e a morte no Código Civil Brasileiro e o princípio da dignidade humana 2.2 Morte encefálica e eutanásia: considerações do Conselho Federal de Medicina 2.3 Breves apontamentos sobre a eutanásia 3 INTERSECÇÕES ENTRE O DIREITO SUCESSÓRIO E O BIODIREITO 3.1 Bioética e o direito de morrer dignamente 3.2 As implicações sucessórias da manutenção de vida do paciente com morte encefálica 3.3 Ressignificação do conceito de morte e marco temporal para abertura da sucessão 4 CONCLUSÃO REFERÊNCIAS ANEXOS 10 CRONOGRAMA Atividades 2018 Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Escolha do assunto X Revisão bibliográfica X X Elaboração do TCC X X X Entrega TCC para primeira avaliação X Avaliação e aceitação TCC X X Revisão e ajustes TCC X X Revisão bibliográfica complementar X X Entrega TCC para banca examinadora X Apresentação do TCC X Ajustes finais pós banca X X 15 11 REFERÊNCIAS 11.1 Referências citadas BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Disponível em : < www.planalto.gov.br>. Acesso em: 04 maio 2018. BRASIL. Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002. Código Civil. Diário Oficial da União, Rio de Janeiro, 11 de janeiro de 2002. Disponível em; < www.planalto.com.br>. Acesso em 04 de maio de 2018. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito das Sucessões. 14ª Edição.2012 LEITE, Eduardo de Oliveira. Grandes temas da atualidade: bioética e biodireito. Rio de Janeiro: Forense, 2004. RIZZARDO, Arnaldo. Direito das Sucessões. Rio de Janeiro; Aide, 1996 . VENOSA, Silvio de Salvo. Direito civil. São Paulo: Saraiva, 2003.v.21. VENOSA, Silvio de Salvo. Direito civil. Parte geral.12ª . ed. São Paulo: Atlas, 2012. VENOSA, Silvio de Salvo. Direito Das Sucessões. 13ª ed. São Paulo: Atlas S.A, 2013. 11.2 Referências a consultar ANGRA, Walber de Moura. Curso de direito constitucional. 7. ed. Rio De Janeiro: Forense, 2012. ALEXY, Robert. Teoria dos direitos fundamentais. Tradução Vergílio Afonso da Silva. 2ª edição 4ª tiragem. São Paulo: Malheiros Editores, 2006. ______. Lei n. 6515, 26 de dezembro de 1977. Lei do divórcio e da Separação. Brasília, 26 de dezembro de 1977 ______. Provimento n.16.Conselho Nacional de Justiça. Brasília, 17 de fevereiro de 2012. ______. Enunciados das Jornadas de Direito Civil. Vade Mecum Academico de Direito Saraiva 2014 ______. Conselho Federal de Medicina. Resolução. ______. Convenção Sobre os Direitos da Criança. Decreto n.99710 de 21 de novembro de 1990. Brasília, 21 de novembro de 1990. http://www.planalto.gov.br/ http://www.planalto.com.br/ 16 ______. Decreto Lei n. 4.657, de 4 de setembro de 1942. Lei de introdução as normas do direito brasileiro. Ementa com redação determinada pela Lei 12.376 de 30 de dezembro de 2010. BARROSO, Luís Roberto. Curso de direito constitucional contemporâneo – Os conceitos fundamentais e a construção do novo modelo. 2º ed. Rio de Janeiro: Saraiva, 2010. BRAUNER, Maria Claudia Crespo. Direito de Família descobrindo novos caminhos. [S.l.:s.n], [2010?]. COELHO, Fabio Ulhoa. Curso de direito civil, família sucessões. 5º ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2012. DURAND, Guy. A bioética: natureza, princípios, objetivos. [tradução Porphírio Figueira de Aguiar Netto]. São Paulo: Paulus, 1995. DIAS, Maria Berenice. Manual de direito de família. 8. ed. rev. e atual. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2011. FILHO Guerra, SANTIAGO Willis. Teoria processual da constituição – 3. Ed. – São Paulo: RCS Editora, 2007. FREITAS, André Guilherme Tavares De. Tutela penal do direito à vida. Rio de Janeiro: Ed. Lumen Juris, 2009. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito Civil brasileiro, vol.6: Direito de família/ Carlos Roberto Gonçalves. 8 ed. rev. E atual. São Paulo: Saraiva, 2011. GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito das sucessões 14º ed. São Paulo: Saraiva, 2012. HIRONAKA, Giselda Maria Fernandes Novaes. As inovações biotecnológicas e o direito das sucessões 2006. Disponível em: <http:.//www.ibdfam.org.br/novosite/artigos/detalhe/290>Acesso em: 23 de setembro de 2016. KANT, EMMANUEL, Fundamentação da metafísica dos costumes, - Textos filosóficos. Tradução Paulo Quintela. Lisboa-Portugal: Edições 70 Ltda., 2007. KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. Tradução João Baptista Machado. São Paulo: Marins Fontes, 1999. LEITE, Eduardo de Oliveira. Direito civil aplicado. Vol. 6. 2º ed. São Paulo: Editora, Revista dos tribunais, 2012. 17 LEITE, Eduardo de Oliveira. Grandes temas da atualidade: bioética e biodireito. Rio de Janeiro: Forense, 2004. LOBO, Paulo. Direito Civil: família. 4. Ed. São Paulo: Saraiva. 2011. MADALENO, Rolf. Curso de direito de família. 6ª ed. atual. Rio de Janeiro: Forense, 2015. MORAES, Alexandre De. Direito constitucional. 25 ed. SÃO PAULO: Atlas, 2010. NOBREGA, Dario Alexandre Guimarães. Revista brasileira de direito das famílias e sucessões. Belo Horizonte: Ibdefam, 2007. NOVELINO, Marcelo. Direito constitucional. 5º ed. Rio de Janeiro: Forense, 2011. OLIVEIRA, Cheila Aparecida. Repercussões da bioética e do biodireito no direito de família e sucessório brasileiro: aspectos destacados no novo código civil In:BALBINOT, Rachelle A. A. (Org.). Estudo de direito Civil. Reflexões sobre 10.406/2002. Passo Fundo: IMED, 2006. PEREIRA, Caio Mario da Silva. Instituições de direito civil. Rio de Janeiro: Forense, 2007. RIZZARDO, Arnaldo. Direito das sucessões. 9ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2015. RIZZARDO, Arnaldo. Direito de família. 9ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2014. SÁ, Maria de Fátima Freire de. TEIXEIRA, Ana Carolina Brochado. Filiação e biotecnologia. Belo Horizonte: Mandamentos, 2005 SARLET, Ingo Wolfgang. Dignidade da pessoa humana e direito fundamental. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2004. SILVA, Eliane Cristina de. Temas polêmicos do direito de família. In: MELLO, Cleyson e Moraes (Org.); FRAGA, Thelma Araújo Esteves (Org.). Rio de Janeiro: Livraria Freitas Bastos, 2003. SILVA, José Afonso Da. Curso de direito constitucional, 37 ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2014. TAVARES, André Ramos. Curso de direito constitucional, 10 ed. rev. e atual. São Paulo: Saraiva, 2012. TEPEDINO, Gustavo. Problemas de direito civil-constitucional. Rio de Janeiro: Ed. Renovar, 2001. 18 TARTUCE, Flávio. Direito civil v.5: direito de família/Flávio Tartuce, José Fernando Simão. – 5.ed. – Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2010. VENOSA, Silvio de Salvo. Direito civil: Direito das sucessões. 9º ed. São Paulo: Atlas, 2009.
Compartilhar