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Taissa Mayer - 11337697729 Prof. José Maria Aulas 06 e 07 1 de 19| www.direcaoconcursos.com.br Língua Portuguesa para MP/RJ Teste a sua Direção Olá, tudo bem? Preparei uma pequena bateria para que você possa avaliar se compreendeu bem os temas abordados nas duas últimas aulas. O objetivo deste teste é permitir um excelente diagnóstico da sua preparação até aqui. Só assim você saberá se está realmente evoluindo, ou seja, se está caminhando na Direção correta. É provável que, ao resolver as questões, você perceba “lacunas de conhecimento”, aspectos que precisa reforçar, assuntos que precisa reler etc. Não hesite em voltar às aulas anteriores e relembrar tudo aquilo que julgar necessário. Mais importante do que terminar logo o curso é avançar de maneira sólida, consistente. Se ainda assim alguma dúvida permanecer, lembre que você pode me procurar por meio do nosso fórum, ok? Faça um excelente Teste de Direção! Taissa Mayer - 11337697729 Prof. José Maria Aulas 06 e 07 2 de 19| www.direcaoconcursos.com.br Língua Portuguesa para MP/RJ Exercícios para revisão Dizem que Karl Marx descobriu o inconsciente três décadas antes de Freud. Se a afirmação não é rigorosamente exata, não deixa de fazer sentido, uma vez que Marx, em O Capital, no capítulo sobre o fetiche da mercadoria, estabelece dois parâmetros conceituais imprescindíveis para explicar a transformação que o capitalismo produziu na subjetividade. São eles os conceitos de fetichismo e de alienação, ambos tributários da descoberta da mais- valia − ou do inconsciente, como queiram. A rigor, não há grande diferença entre o emprego dessas duas palavras na psicanálise e no materialismo histórico. Em Freud, o fetiche organiza a gestão perversa do desejo sexual e, de forma menos evidente, de todo desejo humano; já a alienação não passa de efeito da divisão do sujeito, ou seja, da existência do inconsciente. Em Marx, o fetiche da mercadoria, fruto da expropriação alienada do trabalho, tem um papel decisivo na produção "inconsciente" da mais-valia. O sujeito das duas teorias é um só: aquele que sofre e se indaga sobre a origem inconsciente de seus sintomas é o mesmo que desconhece, por efeito dessa mesma inconsciência, que o poder encantatório das mercadorias é condição não de sua riqueza, mas de sua miséria material e espiritual. Se a sociedade em que vivemos se diz "de mercado", é porque a mercadoria é o grande organizador do laço social. Com correção gramatical, o período "A rigor (...) histórico" poderia, sem se contrariar a ideia original do texto, ser assim reescrito: Caso se proceda com rigor, a análise desses conceitos, verifica-se que não existe diferenças entre eles. ( ) Verdadeiro ( ) Falso Ao apresentar a perspectiva local como inferior à perspectiva global, como incapaz de entender, de explicar e, em última análise, de tirar proveito da complexidade do mundo contemporâneo, a concepção global atualmente dominante tem como objetivo fortalecer a instauração de um único código unificador de comportamento humano, e abre o caminho para a realização do sonho definitivo de economias globais de escala. Como resultado deste processo, o "modelo econômico" alcança sua perfeição, que não é somente descrever o mundo, mas efetivamente governá-lo. E esta é a essência mesma do paradigma moderno de desenvolvimento e de progresso, cujo estágio supremo de perfeição a globalização representa. Fica claro que a escala não poderia ser melhor ou maior do que sendo global e é somente neste nível que a sua primazia e universalidade são finalmente afirmadas, junto com a certeza de que jamais poderia surgir alguma alternativa viável ao sistema ideologicamente dominante fundado no livre mercado, dada a ausência de qualquer cultura ou sistema de pensamento alternativo. Se virmos o fenômeno da globalização sob esta luz, creio que não poderemos escapar da conclusão de que o processo é totalmente coerente com as premissas da ideologia econômica que têm se afirmado como a forma dominante de representação do mundo ao longo dos últimos 100 anos, aproximadamente. A globalização não é, portanto, um acontecimento acidental ou um excesso extravagante, mas uma extensão simples e lógica de um "argumento". Parece realmente muito difícil conceber um resultado final que fizesse mais sentido e fosse mais coerente com as bases ideológicas sobre as quais está fundado. Em suma, a globalização representa a realização acabada e a perfeição do projeto de modernidade e de seu paradigma de progresso. Taissa Mayer - 11337697729 Prof. José Maria Aulas 06 e 07 3 de 19| www.direcaoconcursos.com.br Língua Portuguesa para MP/RJ A forma verbal "têm" em "têm se afirmado" estabelece relação de concordância com o termo antecedente "ideologia". ( ) Verdadeiro ( ) Falso A experiência cultural das sociedades, em nossa época, é cada vez mais moldada e "globalizada" pela transmissão e difusão das formas significativas, visuais e discursivas, via meios de comunicação de massa. Conquanto o desenvolvimento dos meios de comunicação tenha tornado absolutamente frágeis os limites que separavam o público do privado, assiste-se hoje a uma nova tendência de politização e visibilidade do privado, com a estruturação de novas relações familiares, bem como à privatização do público. Faz-se necessário frisar que o imaginário social acompanha lentamente essa evolução, nem sempre aceitando o rompimento dos costumes fortemente arraigados. Na linha 5, a flexão de masculino em "necessário" estabelece concordância desse termo com "imaginário social"; no desenvolvimento da argumentação, essa relação sintática enfatiza "imaginário social" como o primeiro termo na comparação com "evolução". ( ) Verdadeiro ( ) Falso Nas sociedades modernas, somos diariamente confrontados com uma grande massa de informações. As novas questões e os eventos que surgem no horizonte social frequentemente exigem, por nos afetarem de alguma maneira, que busquemos compreendê-los, aproximando-os daquilo que já conhecemos. Estas interações sociais vão criando "universos consensuais" no âmbito dos quais as novas representações vão sendo produzidas e comunicadas, passando a fazer parte desse universo não mais como simples opiniões, mas como verdadeiras "teorias" do senso comum, construções esquemáticas que visam dar conta da complexidade do objeto, facilitar a comunicação e orientar condutas. Essas teorias ajudam a forjar a identidade grupal e o sentimento de pertencimento do indivíduo ao grupo. Essa análise permite, ainda, abordar um outro ponto: a caracterização dos grupos em função de sua representação social. Isto quer dizer que é possível definir os contornos de um grupo, ou, ainda, distinguir um grupo de outro pelo estudo das representações partilhadas por seus membros sobre um dado objeto social. Graças a essa reciprocidade entre uma coletividade e sua teoria, esta é um atributo fundamental na definição de um grupo. Alda Judith Alves-Mazzotti. Representações sociais: aspectos teóricos e aplicações à educação. In: Revista Múltiplas Leituras, v. 1, n.o 1, 2008, p. 18-43. Internet: <www.metodista.br> (com adaptações). O uso da flexão de terceira pessoa do plural em "afetarem" estabelece a relação desse verbo com "novas questões e os eventos". Taissa Mayer - 11337697729 Prof. José Maria Aulas 06 e 07 4 de 19| www.direcaoconcursos.com.br Língua Portuguesa para MP/RJ ( ) Verdadeiro ( ) Falso Os anos noventa presenciaram uma radical transformação do pensamento diplomático brasileiro aplicado às relações econômicas internacionais do Brasil. Essa mudança não produziu, todavia, um consenso linear ao longo da década. Alguns traços caracterizam o novo período em seu conjunto, mas aevolução não se fez sem repercussões sobre a sociedade e sem que suas forças acabassem por reagir. Três tempos curtos marcam o período. Durante o governo de Fernando Collor de Mello, entre 1990 e 1992, procedeu-se à demolição instantânea dos conceitos que haviam alimentado durante décadas os impulsos da diplomacia: o nacional- desenvolvimentismo e sua carga política e ideológica cederam à vontade de abrir a economia e o mercado, de forma irracional e reativa, à onda de globalização e de neoliberalismo que penetrava o país vinda de fora. Ao substituí-lo na presidência, Itamar Franco recuou momentaneamente aos parâmetros anteriores do Estado desenvolvimentista, sem, contudo, bloquear a consciência da necessidade de se prosseguir com as adaptações aos novos tempos. A ascensão à Presidência da República de Fernando Henrique Cardoso, em 1995, levou à reposição das disposições ideológicas e políticas do governo de Fernando Collor, vale dizer, ao desprezo pelo projeto nacional de desenvolvimento e à resignação diante da nova divisão do trabalho inerente à forma globalizante do capitalismo, mas seu estilo de diplomacia democrática deu alento a pressões que vinham de segmentos sociais e que acabaram por condicionar o pensamento e o processo decisório. Amado Luiz Cervo. Internet: <www.martin-keil.net> (com adaptações). Com referência às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item seguinte. Na linha 6, “penetrava” está no singular e “vinda” está no feminino e no singular porque concordam com "onda", mas o emprego das formas “penetravam” e “vindos” estaria gramaticalmente correto, já que pode ocorrer a concordância com "de globalização e de neoliberalismo". ( ) Verdadeiro ( ) Falso Diante das notícias atuais, pode até parecer natural que cada um de nós vista algum tipo de couraça para se proteger de tudo isso. E, assim, encouraçados e amedrontados, vamos nos escondendo, nos encolhendo, antes mesmo de enxergar as possibilidades de fazer o que temos de fazer em conjunto, em comunidade, em companhia. A desconfiança é um tipo de desnutrição mental. Falo da atitude, crescente no cotidiano, que faz da desconfiança a própria ambiência nas relações. Pode parecer natural, mas não é aceitável. E, no fim, não serve de nada. O medo não elimina perigo algum. Se o mundo é arriscado, esse fato não será mudado por nosso medo ou desconfiança. E, muito importante, não faria sentido vivermos, estudarmos e trabalharmos em conjunto se não pudéssemos estabelecer alguma − ou muita − confiança nas pessoas que estão conosco nessa jornada. A forma verbal "faz" está flexionada no singular porque o pronome "que" retoma, por coesão textual, o termo "cotidiano". ( ) Verdadeiro ( ) Falso Taissa Mayer - 11337697729 Prof. José Maria Aulas 06 e 07 5 de 19| www.direcaoconcursos.com.br Língua Portuguesa para MP/RJ Um cenário polêmico é embasado no desencadeamento de um estrondoso processo de exclusão, diretamente proporcional ao avanço tecnológico, cuja projeção futura indica que a automação do trabalho exigirá cada vez menos trabalhadores implicados tanto na produção propriamente dita quanto no controle da produção. Baseando-se unicamente nessa perspectiva, pode-se supor que a sociedade tecnológica seria caracterizada por um contexto no qual o trabalho passaria a ser uma necessidade exclusiva da classe trabalhadora. O capital, podendo optar por um investimento de porte em automação, em informática e em tecnologia de ponta, cada vez mais barata e acessível, não mais teria seu funcionamento embasado exclusivamente na exploração dos trabalhadores, cada vez mais exigentes quanto ao valor de sua força de trabalho. Embora não se possa falar de supressão do trabalho assalariado, a verdade é que a posição do trabalhador se enfraquece, tendo em vista que o trabalho humano tende a tornar-se cada vez menos necessário para o funcionamento do sistema produtivo. No texto, o aposto "cada vez mais barata e acessível" qualifica apenas "automação". ( ) Verdadeiro ( ) Falso O homem como ser humano não exclusivamente natural, para legitimar-se no interior da própria história, expressa-se em uma forma de organização social criada pelo moderno sistema econômico de propriedade privada, em que há uma nova confirmação dos poderes humanos e um novo tipo de enriquecimento. O sentido e o significado históricos nesse sistema são contrários, portanto, à importância de se atribuir as riquezas e os objetos da produção às necessidades vitais humanas, ou seja, sob a égide da propriedade privada não se transformam as necessidades em verdadeiras necessidades humanas, em que o idealismo é a ilusão, e o capricho transforma-se em extravagância. As verdadeiras necessidades se transformam na necessidade do dinheiro e nas necessidades quantitativas e subjetivas que ele mesmo produz. Valdir Alvim. Dinheiro: instituição social relevante na sociedade moderna. In: EmTese, v. 1, n.º 1 (1), p. 11 (com adaptações). Com relação ao texto acima, julgue o item que se segue. Em “à importância”, por ser facultativo o sinal indicativo de crase, sua retirada preservaria a coerência do texto e o respeito às normas gramaticais. ( ) Verdadeiro ( ) Falso Os homens, para sobreviver, devem produzir seus meios de vida, com o que produzem indiretamente sua própria vida material. Os homens são aquilo que produzem e como o produzem. Isto porque a satisfação das primeiras necessidades, a própria ação de satisfazê-las e a conquista dos instrumentos necessários para tanto conduzem a novas necessidades, cuja satisfação eles terão de buscar. A todo modo de produção corresponde um modo de cooperação. Segundo Marx, a soma das forças produtivas disponíveis ao homem condiciona o estado social; por isso, a história da humanidade deve ser sempre estudada a partir da conexão entre a história da produção e do intercâmbio. Os homens, ao produzirem seus meios de vida, produzem a si mesmos, em um infinito processo de autoconstrução. Taissa Mayer - 11337697729 Prof. José Maria Aulas 06 e 07 6 de 19| www.direcaoconcursos.com.br Língua Portuguesa para MP/RJ Vânia Noeli F. de Assunção. Karl Marx: teoria e práxis de um gênio das ciências sociais. Internet: <filosofiacienciaevida.uol.com.br>. Com referência ao texto acima, julgue o seguinte item. Preservam-se a correção gramatical do texto e as relações entre os argumentos ao se inserir o sinal indicativo de crase em “a novas”, escrevendo-se à novas. ( ) Verdadeiro ( ) Falso Todos os indivíduos têm o dever de participar da vida social, procurando exercer influência sobre as decisões de interesse comum. Esse dever tem, sobretudo, dois fundamentos: em primeiro lugar, a vida social, necessidade básica dos seres humanos, é uma constante troca de bens e de serviços, não havendo uma só pessoa que não receba alguma coisa de outras; em segundo lugar, se muitos ficarem em atitude passiva, deixando as decisões para outros, um pequeno grupo, mais atuante ou mais audacioso, acabará dominando, sem resistência e limitações. O direito e o dever da participação política são duas faces da mesma realidade: a natureza associativa do ser humano. Tendo necessidade de viver com os semelhantes, cada indivíduo deve ter assegurado o seu direito de influir no estabelecimento das regras de convivência. Dalmo de Abreu Dallari. O que é participação política, p. 33-8 (com adaptações). Com base na organização do texto acima, julgue o item subsequente. Preservam-se a correção gramatical e a coerência do texto ao se usar direito à influir em lugar de “direito de influir”. ( ) Verdadeiro ( ) Falso A instrumentalização da cidadania e da soberania popular, em uma democracia contemporânea, faz-se pelo instituto da representação política. E a transformação da soberania popular em representação se dá, em grandeparte, por meio da eleição. O povo a que remete a ideia de soberania popular constitui uma unidade, e não, a soma de indivíduos. Jurídica e constitucionalmente, a representação "representa" o povo (e não, todos os indivíduos). Além disso, não há propriamente mandato, pois a função do representante se dá nos limites constitucionais e não se determina por instruções ou cláusulas estabelecidas entre ele (ou o conjunto de representantes) e o eleitorado. As condições para o exercício do mandato e, no limite, seu conteúdo estão predeterminados na Constituição e apenas nela. Estritamente, nem sequer é possível falar em representação, pois não há uma vontade pré-formada. Há a construção de uma vontade, limitada apenas aos contornos constitucionais. Eneida Desiree Salgado. Princípios constitucionais estruturantes do direito eleitoral. Tese de doutoramento. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2010. Internet: <http://dspace.c3sl.ufpr.br> (com adaptações). Julgue o próximo item, referente à estrutura e à tipologia do texto em apreço. Taissa Mayer - 11337697729 Prof. José Maria Aulas 06 e 07 7 de 19| www.direcaoconcursos.com.br Língua Portuguesa para MP/RJ A correção gramatical do texto seria mantida caso a expressão "aos contornos constitucionais" fosse substituída por à legislação constitucional. ( ) Verdadeiro ( ) Falso Se a economia comportamental introduziu o estudo mais detalhado das emoções na análise financeira, era apenas natural que alguns pesquisadores dessem o passo seguinte para investigar muito literalmente como funciona a cabeça do investidor. A neuroeconomia combina as mais recentes descobertas da neurociência — em particular, técnicas de mapeamento cerebral como a ressonância magnética funcional aperfeiçoada nos anos 90 — com os conceitos da psicologia financeira e da economia. É um campo de estudos ainda recente — conta cerca de uma década, mas já acena com o entendimento fascinante da biologia do investidor. Embora os experimentos mostrem a importância do pensamento racional, será um equívoco concluir que a mente do investidor é pura objetividade. O mais curioso é que a atividade do núcleo cerebral ligado aos sentimentos é mais intensa antes da confirmação de um ganho financeiro no jogo. Esse é um dado importante da psicologia do investidor: a expectativa por um bom resultado acaba se revelando mais excitante que o resultado em si. O nascimento da neuroeconomia. In: Veja, 14/1/2009, p. 69 (com adaptações). Julgue o seguinte item, a respeito do texto acima. A preposição “com” é exigida pela forma verbal “combina”; por isso, sua retirada do texto provocaria erro gramatical e incoerência textual. ( ) Verdadeiro ( ) Falso Considerando que o fragmento a seguir é parte de um texto adaptado de Pedro da Motta Veiga e Roberto Magno Iglesias (<www.bndes.gov.br>), julgue-o quanto à correção gramatical. Portanto, ao se iniciar a nova década, o ambiente que se formula e gerencia a política de comércio exterior brasileira é radicalmente diverso daquele que vigiu à época em que a CACEX atuava como superagência nessa área. A institucionalidade da política distanciou-se do modelo CACEX, mas é pouco nítido o modelo desejável e adequado aos novos condicionantes e objetivos. ( ) Verdadeiro ( ) Falso Taissa Mayer - 11337697729 Prof. José Maria Aulas 06 e 07 8 de 19| www.direcaoconcursos.com.br Língua Portuguesa para MP/RJ O texto abaixo foi modificado intencionalmente, mediante a retirada de vírgulas e a introdução de erros de grafia, de regência e de concordância. As notas frias de Caxias Uma pratica tão ilegal quanto comum nas prefeituras do interior do pais chamou à atenção da Polícia Federal no Maranhão. No municipio de Caxias a 350 quilometros de São Luís o que poderia ser um crime administrativo banal vem ganhando indissios de uma verdadeira farra orçamentaria. O atual prefeito da cidade Hélio Queiroz (PSDB) recolheu centenas de notas fiscais que garante serem frias e que teriam permitido a seu antessessor Paulo Marinho (PFL) desviar mais de R$ 1 milhão do caixa municipal. Boa parte desses documentos foram emitidos pela Sercil Engenharia uma pequena firma de propriedade do engenheiro José Ribamar Costa Serra que admitiu o crime. O esquema que serviria para enriquecer-lhe só comprometeu ainda mas suas finanças. Paulo Marinho hoje deputado federal defende-se das acusações. O inquérito da Polícia Federal vai dizer quem está falando a verdade. Julgue o item a seguir com relação ao texto. No quinto período, há um erro de regência verbal e um de grafia, respectivamente em "enriquecer-lhe" e em "mas". ( ) Verdadeiro ( ) Falso Gabarito 01 – F 08 - F 02 – F 09 – F 03 – F 10 – F 04 – V 11 – V 05 – V 12 – V 06 – F 13 - F 07 – F 14 –V Taissa Mayer - 11337697729 Prof. José Maria Aulas 06 e 07 9 de 19| www.direcaoconcursos.com.br Língua Portuguesa para MP/RJ Resolução dos exercícios 1. Dizem que Karl Marx descobriu o inconsciente três décadas antes de Freud. Se a afirmação não é rigorosamente exata, não deixa de fazer sentido, uma vez que Marx, em O Capital, no capítulo sobre o fetiche da mercadoria, estabelece dois parâmetros conceituais imprescindíveis para explicar a transformação que o capitalismo produziu na subjetividade. São eles os conceitos de fetichismo e de alienação, ambos tributários da descoberta da mais- valia − ou do inconsciente, como queiram. A rigor, não há grande diferença entre o emprego dessas duas palavras na psicanálise e no materialismo histórico. Em Freud, o fetiche organiza a gestão perversa do desejo sexual e, de forma menos evidente, de todo desejo humano; já a alienação não passa de efeito da divisão do sujeito, ou seja, da existência do inconsciente. Em Marx, o fetiche da mercadoria, fruto da expropriação alienada do trabalho, tem um papel decisivo na produção "inconsciente" da mais-valia. O sujeito das duas teorias é um só: aquele que sofre e se indaga sobre a origem inconsciente de seus sintomas é o mesmo que desconhece, por efeito dessa mesma inconsciência, que o poder encantatório das mercadorias é condição não de sua riqueza, mas de sua miséria material e espiritual. Se a sociedade em que vivemos se diz "de mercado", é porque a mercadoria é o grande organizador do laço social. Com correção gramatical, o período "A rigor (...) histórico" poderia, sem se contrariar a ideia original do texto, ser assim reescrito: Caso se proceda com rigor, a análise desses conceitos, verifica-se que não existe diferenças entre eles. ( ) Verdadeiro (X) Falso COMENTÁRIOS: O item está FALSO Notam-se dois equívocos: primeiro, relativo à pontuação, visto que a vírgula depois de "rigor" está equivocada, devendo estar presente apenas a vírgula depois de "conceitos", responsável por isolar a oração adverbial condicional "Caso se proceda ... desses conceitos". Além disso, do jeito que foi reescrito, o trecho contraria a ideia original ao afirmar que não existem diferenças, pois dá-se a entender pelo trecho original a existência delas - é dito originalmente que "não há grande diferença", o que pressupõe a existência de diferenças não tão grandes assim. 2. Ao apresentar a perspectiva local como inferior à perspectiva global, como incapaz de entender, de explicar e, em última análise, de tirar proveito da complexidade do mundo contemporâneo, a concepção global atualmente dominante tem como objetivo fortalecer a instauração de um único código unificador de comportamento humano, e abre o caminho para a realização do sonho definitivo de economias globais de escala. Como resultado deste processo, o "modelo econômico" alcança sua perfeição, que não é somente descrever o mundo, mas efetivamente governá-lo. E esta é a essência mesma do paradigma modernode desenvolvimento e de progresso, cujo estágio supremo de perfeição a globalização representa. Fica claro que a escala não poderia ser melhor ou maior do que sendo global e é somente neste nível que a sua primazia e universalidade são finalmente afirmadas, junto com a certeza de que jamais poderia surgir alguma alternativa viável ao sistema ideologicamente dominante fundado no livre mercado, dada a ausência de qualquer cultura ou sistema de pensamento alternativo. Taissa Mayer - 11337697729 Prof. José Maria Aulas 06 e 07 10 de 19| www.direcaoconcursos.com.br Língua Portuguesa para MP/RJ Se virmos o fenômeno da globalização sob esta luz, creio que não poderemos escapar da conclusão de que o processo é totalmente coerente com as premissas da ideologia econômica que têm se afirmado como a forma dominante de representação do mundo ao longo dos últimos 100 anos, aproximadamente. A globalização não é, portanto, um acontecimento acidental ou um excesso extravagante, mas uma extensão simples e lógica de um "argumento". Parece realmente muito difícil conceber um resultado final que fizesse mais sentido e fosse mais coerente com as bases ideológicas sobre as quais está fundado. Em suma, a globalização representa a realização acabada e a perfeição do projeto de modernidade e de seu paradigma de progresso. A forma verbal "têm" em "têm se afirmado" estabelece relação de concordância com o termo antecedente "ideologia". ( ) Verdadeiro (X) Falso COMENTÁRIOS: O item está FALSO Importante! >> Os verbos ter e vir levam acento circunflexo na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo: ele tem/eles têm ele vem/eles vêm Cuidado, pessoal! Cuidado para não dobrar o “e” nessas formas verbais. Escrever teem nem pensar, pelo amor de Deus! Professor, mas quem dobra o “e”, você pode dizer? Lógico que eu posso. Tome nota aí > crer e derivados >> eles creem, descreem > ver e derivados >> eles veem, reveem > ler e derivados >> eles leem, releem > dar >> eles deem >> Os verbos derivados de ter e vir levam acento agudo na 3ª pessoa do singular e acento circunflexo na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo: ele retém/eles retêm ele intervém/eles intervêm. Voltemos à questão: A forma verbal "têm", com acento circunflexo diferencial, é de 3ª pessoa do plural. Sua concordância deve se dar no texto, portanto, com um termo anterior que esteja necessariamente no plural. Analisando o trecho "... as premissas da ideologia econômica que têm se afirmado como a forma dominante de representação ...", é possível afirmar que a concordância se dá com a palavra "premissas" (são as premissas que têm se afirmado como a forma dominante de representação), e não como "ideologia", como afirma o item. Taissa Mayer - 11337697729 Prof. José Maria Aulas 06 e 07 11 de 19| www.direcaoconcursos.com.br Língua Portuguesa para MP/RJ 3. A experiência cultural das sociedades, em nossa época, é cada vez mais moldada e "globalizada" pela transmissão e difusão das formas significativas, visuais e discursivas, via meios de comunicação de massa. Conquanto o desenvolvimento dos meios de comunicação tenha tornado absolutamente frágeis os limites que separavam o público do privado, assiste-se hoje a uma nova tendência de politização e visibilidade do privado, com a estruturação de novas relações familiares, bem como à privatização do público. Faz-se necessário frisar que o imaginário social acompanha lentamente essa evolução, nem sempre aceitando o rompimento dos costumes fortemente arraigados. Na linha 5, a flexão de masculino em "necessário" estabelece concordância desse termo com "imaginário social"; no desenvolvimento da argumentação, essa relação sintática enfatiza "imaginário social" como o primeiro termo na comparação com "evolução". ( ) Verdadeiro (X) Falso COMENTÁRIOS: O item está FALSO. A flexão de masculino singular em "necessário" se dá para se fazer a concordância com o sujeito oracional "frisar que o imaginário social acompanha lentamente essa evolução". Além disso, de acordo com a argumentação, dá-se a entender que, numa ordem cronológica, o "imaginário social" vem depois da "evolução" descrita no texto ("o imaginário social acompanha lentamente essa evolução"). 4. Nas sociedades modernas, somos diariamente confrontados com uma grande massa de informações. As novas questões e os eventos que surgem no horizonte social frequentemente exigem, por nos afetarem de alguma maneira, que busquemos compreendê-los, aproximando-os daquilo que já conhecemos. Estas interações sociais vão criando "universos consensuais" no âmbito dos quais as novas representações vão sendo produzidas e comunicadas, passando a fazer parte desse universo não mais como simples opiniões, mas como verdadeiras "teorias" do senso comum, construções esquemáticas que visam dar conta da complexidade do objeto, facilitar a comunicação e orientar condutas. Essas teorias ajudam a forjar a identidade grupal e o sentimento de pertencimento do indivíduo ao grupo. Essa análise permite, ainda, abordar um outro ponto: a caracterização dos grupos em função de sua representação social. Isto quer dizer que é possível definir os contornos de um grupo, ou, ainda, distinguir um grupo de outro pelo estudo das representações partilhadas por seus membros sobre um dado objeto social. Graças a essa reciprocidade entre uma coletividade e sua teoria, esta é um atributo fundamental na definição de um grupo. Alda Judith Alves-Mazzotti. Representações sociais: aspectos teóricos e aplicações à educação. In: Revista Múltiplas Leituras, v. 1, n.o 1, 2008, p. 18-43. Internet: <www.metodista.br> (com adaptações). O uso da flexão de terceira pessoa do plural em "afetarem" estabelece a relação desse verbo com "novas questões e os eventos". (X) Verdadeiro ( ) Falso Taissa Mayer - 11337697729 Prof. José Maria Aulas 06 e 07 12 de 19| www.direcaoconcursos.com.br Língua Portuguesa para MP/RJ COMENTÁRIOS: O item está VERDADEIRO. Emprega-se o infinitivo flexionado quando o sujeito da oração estiver claramente expresso ou for identificável pelo contexto. Na oração "... por nos afetarem de alguma maneira", temos como sujeito "As novas questões e os eventos" (são as novas questões e os eventos que nos afetam). O pronome "nos" funciona sintaticamente como objeto direto, não influenciando a flexão do verbo "afetar". Devemos atentar para o fato de que a flexão de número e pessoa do verbo é influenciada pelo sujeito. É isso que define o conceito de concordância verbal. Atenção: Nos comentários, questionou-se a redação da assertiva que relacionava "afetarem" a "novas questões e os eventos". Afirmou-se que a assertiva, para ser correta, deveria afirmar que 'O uso da flexão de terceira pessoa do plural em "afetarem" estabelece a relação desse verbo com "as novas questões e os eventos".' Entendo que não ocorra prejuízo à correção da assertiva a ausência do artigo "as", mas concordo que seria mais apropriado explicitá-lo. 5. Os anos noventa presenciaram uma radical transformação do pensamento diplomático brasileiro aplicado às relações econômicas internacionais do Brasil. Essa mudança não produziu, todavia, um consenso linear ao longo da década. Alguns traços caracterizam o novo período em seu conjunto, mas a evolução não se fez sem repercussões sobre a sociedade e sem que suas forças acabassem por reagir. Três tempos curtos marcam o período. Durante o governo de Fernando Collor de Mello, entre 1990 e 1992, procedeu-se à demolição instantânea dos conceitos que haviam alimentado durante décadas os impulsos da diplomacia: o nacional- desenvolvimentismo e sua carga política e ideológica cederam à vontade de abrir a economia e o mercado, de forma irracional e reativa, à onda de globalização e de neoliberalismo que penetravao país vinda de fora. Ao substituí-lo na presidência, Itamar Franco recuou momentaneamente aos parâmetros anteriores do Estado desenvolvimentista, sem, contudo, bloquear a consciência da necessidade de se prosseguir com as adaptações aos novos tempos. A ascensão à Presidência da República de Fernando Henrique Cardoso, em 1995, levou à reposição das disposições ideológicas e políticas do governo de Fernando Collor, vale dizer, ao desprezo pelo projeto nacional de desenvolvimento e à resignação diante da nova divisão do trabalho inerente à forma globalizante do capitalismo, mas seu estilo de diplomacia democrática deu alento a pressões que vinham de segmentos sociais e que acabaram por condicionar o pensamento e o processo decisório. Amado Luiz Cervo. Internet: <www.martin-keil.net> (com adaptações). Com referência às ideias e às estruturas linguísticas do texto acima, julgue o item seguinte. Na linha 6, “penetrava” está no singular e “vinda” está no feminino e no singular porque concordam com "onda", mas o emprego das formas “penetravam” e “vindos” estaria gramaticalmente correto, já que pode ocorrer a concordância com "de globalização e de neoliberalismo". (X) Verdadeiro ( ) Falso Taissa Mayer - 11337697729 Prof. José Maria Aulas 06 e 07 13 de 19| www.direcaoconcursos.com.br Língua Portuguesa para MP/RJ COMENTÁRIOS: O item está VERDADEIRO. Observemos o trecho: "... onda de globalização e de neoliberalismo que penetrava o país vinda de fora ... " Há de se observar o pronome relativo "que". Existem duas possibilidades para esse pronome substituir: uma é o termo "onda"; outra são os termos "globalização" e "neoliberalismo". Na redação original, percebe-se a primeira possibilidade, haja vista que o verbo "penetrava" concorda no singular com o antecedente "onda", o mesmo ocorrendo com o particípio de função adjetiva "vinda", flexionado no feminino singular. Observe: "... onda de globalização e de neoliberalismo que penetrava o país vinda de fora ... " Adotando a segunda possibilidade, o verbo flexionado no plural "penetravam" passa a concordar com os antecedentes "globalização" e "neoliberalismo", o mesmo ocorrendo com o adjetivo "vindos", que assume a forma masculina plural, devido aos substantivos serem de gêneros diferentes. Observe: "... onda de globalização e de neoliberalismo que penetravam o país vindos de fora ... " Dessa forma, o item está VERDADEIRA. ************************************************************************************** *********************************************************************** Observação: Muitos alunos questionaram o fato de não ser possível a segunda opção, pois "globalização" e "neoliberalismo" estão preposicionados, não podendo ser, assim, sujeito de "penetravam". Calma, calma, calma! O sujeito de "penetravam" é o pronome relativo "que". Este, por sua vez, substitui "globalização" e "neoliberalismo".Ok? Para que digamos qual é o sujeito de um verbo, precisamos analisar a oração em que ele se encontra. Dessa forma, o sujeito de "penetravam" deve ser buscado na oração "que penetravam o país vindos de fora". E nela, o "que" desempenha o papel de sujeito. Lembremo-nos que, diante do relativo "que", a concordância do verbo se dá com o seu antecedente. Sou eu que pago. És tu que pagas. É você que paga. Somos nós que pagamos. ... Taissa Mayer - 11337697729 Prof. José Maria Aulas 06 e 07 14 de 19| www.direcaoconcursos.com.br Língua Portuguesa para MP/RJ 6. Diante das notícias atuais, pode até parecer natural que cada um de nós vista algum tipo de couraça para se proteger de tudo isso. E, assim, encouraçados e amedrontados, vamos nos escondendo, nos encolhendo, antes mesmo de enxergar as possibilidades de fazer o que temos de fazer em conjunto, em comunidade, em companhia. A desconfiança é um tipo de desnutrição mental. Falo da atitude, crescente no cotidiano, que faz da desconfiança a própria ambiência nas relações. Pode parecer natural, mas não é aceitável. E, no fim, não serve de nada. O medo não elimina perigo algum. Se o mundo é arriscado, esse fato não será mudado por nosso medo ou desconfiança. E, muito importante, não faria sentido vivermos, estudarmos e trabalharmos em conjunto se não pudéssemos estabelecer alguma − ou muita − confiança nas pessoas que estão conosco nessa jornada. A forma verbal "faz" está flexionada no singular porque o pronome "que" retoma, por coesão textual, o termo "cotidiano". ( ) Verdadeiro (X) Falso COMENTÁRIOS: O item está FALSO. No trecho "Falo da atitude, crescente no cotidiano, que faz da desconfiança a própria ambiência...", o pronome relativo "que" retoma o substantivo "atitude", que funciona como sujeito da forma verbal "faz". O termo "crescente no cotidiano" desempenha função adjetiva, caracterizando "atitude". 7. Um cenário polêmico é embasado no desencadeamento de um estrondoso processo de exclusão, diretamente proporcional ao avanço tecnológico, cuja projeção futura indica que a automação do trabalho exigirá cada vez menos trabalhadores implicados tanto na produção propriamente dita quanto no controle da produção. Baseando-se unicamente nessa perspectiva, pode-se supor que a sociedade tecnológica seria caracterizada por um contexto no qual o trabalho passaria a ser uma necessidade exclusiva da classe trabalhadora. O capital, podendo optar por um investimento de porte em automação, em informática e em tecnologia de ponta, cada vez mais barata e acessível, não mais teria seu funcionamento embasado exclusivamente na exploração dos trabalhadores, cada vez mais exigentes quanto ao valor de sua força de trabalho. Embora não se possa falar de supressão do trabalho assalariado, a verdade é que a posição do trabalhador se enfraquece, tendo em vista que o trabalho humano tende a tornar-se cada vez menos necessário para o funcionamento do sistema produtivo. No texto, o aposto "cada vez mais barata e acessível" qualifica apenas "automação". ( ) Verdadeiro (X) Falso COMENTÁRIOS: O item está FALSO. Há duas possibilidades de referenciação: o adjetivo "barata" se refere unicamente ao termo "tecnologia de ponta" ou o mesmo adjetivo se refere aos três núcleos "automação", "informática" e "tecnologia". Neste último Taissa Mayer - 11337697729 Prof. José Maria Aulas 06 e 07 15 de 19| www.direcaoconcursos.com.br Língua Portuguesa para MP/RJ caso, fez-se a concordância com o substantivo mais próximo. No entanto, para que se distinguissem melhor as duas possibilidades de referenciação, seria conveniente, no segundo caso, empregar a construção "cada vez mais baratas e acessíveis". 8. O homem como ser humano não exclusivamente natural, para legitimar-se no interior da própria história, expressa-se em uma forma de organização social criada pelo moderno sistema econômico de propriedade privada, em que há uma nova confirmação dos poderes humanos e um novo tipo de enriquecimento. O sentido e o significado históricos nesse sistema são contrários, portanto, à importância de se atribuir as riquezas e os objetos da produção às necessidades vitais humanas, ou seja, sob a égide da propriedade privada não se transformam as necessidades em verdadeiras necessidades humanas, em que o idealismo é a ilusão, e o capricho transforma-se em extravagância. As verdadeiras necessidades se transformam na necessidade do dinheiro e nas necessidades quantitativas e subjetivas que ele mesmo produz. Valdir Alvim. Dinheiro: instituição social relevante na sociedade moderna. In: EmTese, v. 1, n.º 1 (1), p. 11 (com adaptações). Com relação ao texto acima, julgue o item que se segue. Em “à importância”, por ser facultativo o sinal indicativo de crase, sua retirada preservaria a coerência do texto e o respeito às normas gramaticais. ( ) Verdadeiro (X)Falso COMENTÁRIOS FALSO - O acento indicativo de crase não é facultativo em "O sentido e o significado históricos nesse sistema são contrários, portanto, à importância de se atribuir as riquezas ...". Há obrigatoriedade do emprego desse sinal, uma vez que ocorre a fusão da preposição "a" - exigida pela regência do nome "contrários" - com o artigo definido feminino "a" - solicitado pelo substantivo feminino "importância". 9. Os homens, para sobreviver, devem produzir seus meios de vida, com o que produzem indiretamente sua própria vida material. Os homens são aquilo que produzem e como o produzem. Isto porque a satisfação das primeiras necessidades, a própria ação de satisfazê-las e a conquista dos instrumentos necessários para tanto conduzem a novas necessidades, cuja satisfação eles terão de buscar. A todo modo de produção corresponde um modo de cooperação. Segundo Marx, a soma das forças produtivas disponíveis ao homem condiciona o estado social; por isso, a história da humanidade deve ser sempre estudada a partir da conexão entre a história da produção e do intercâmbio. Os homens, ao produzirem seus meios de vida, produzem a si mesmos, em um infinito processo de autoconstrução. Vânia Noeli F. de Assunção. Karl Marx: teoria e práxis de um gênio das ciências sociais. Internet: <filosofiacienciaevida.uol.com.br>. Com referência ao texto acima, julgue o seguinte item. Preservam-se a correção gramatical do texto e as relações entre os argumentos ao se inserir o sinal indicativo de crase em “a novas”, escrevendo-se à novas. Taissa Mayer - 11337697729 Prof. José Maria Aulas 06 e 07 16 de 19| www.direcaoconcursos.com.br Língua Portuguesa para MP/RJ ( ) Verdadeiro (X) Falso COMENTÁRIOS FALSO - Com a alteração proposta, temos a construção "conduzem à novas necessidades". Essa redação está incorreta, devido ao mau emprego do acento indicador de crase. Note que há a necessidade da preposição "a", solicitada pela regência do verbo "conduzir", mas não há a necessidade do artigo "a", visto que o substantivo "necessidades" está no plural. Duas são as possíveis construções: "conduzem a novas necessidades" ou "conduzem às novas necessidades". 10. Todos os indivíduos têm o dever de participar da vida social, procurando exercer influência sobre as decisões de interesse comum. Esse dever tem, sobretudo, dois fundamentos: em primeiro lugar, a vida social, necessidade básica dos seres humanos, é uma constante troca de bens e de serviços, não havendo uma só pessoa que não receba alguma coisa de outras; em segundo lugar, se muitos ficarem em atitude passiva, deixando as decisões para outros, um pequeno grupo, mais atuante ou mais audacioso, acabará dominando, sem resistência e limitações. O direito e o dever da participação política são duas faces da mesma realidade: a natureza associativa do ser humano. Tendo necessidade de viver com os semelhantes, cada indivíduo deve ter assegurado o seu direito de influir no estabelecimento das regras de convivência. Dalmo de Abreu Dallari. O que é participação política, p. 33-8 (com adaptações). Com base na organização do texto acima, julgue o item subsequente. Preservam-se a correção gramatical e a coerência do texto ao se usar direito à influir em lugar de “direito de influir”. ( ) Verdadeiro (X) Falso COMENTÁRIOS FALSO - Em "direito à influir", não faz sentido o emprego do sinal indicativo de crase, haja vista que verbo não solicita artigo definido "a". Dessa forma, pode-se empregar a construção "direito a influir" (sem crase), em que o "a" é apenas preposição. 11. A instrumentalização da cidadania e da soberania popular, em uma democracia contemporânea, faz-se pelo instituto da representação política. E a transformação da soberania popular em representação se dá, em grande parte, por meio da eleição. O povo a que remete a ideia de soberania popular constitui uma unidade, e não, a soma de indivíduos. Jurídica e constitucionalmente, a representação "representa" o povo (e não, todos os indivíduos). Além disso, não há propriamente mandato, pois a função do representante se dá nos limites constitucionais e não se determina por instruções ou cláusulas estabelecidas entre ele (ou o conjunto de representantes) e o eleitorado. As condições para Taissa Mayer - 11337697729 Prof. José Maria Aulas 06 e 07 17 de 19| www.direcaoconcursos.com.br Língua Portuguesa para MP/RJ o exercício do mandato e, no limite, seu conteúdo estão predeterminados na Constituição e apenas nela. Estritamente, nem sequer é possível falar em representação, pois não há uma vontade pré-formada. Há a construção de uma vontade, limitada apenas aos contornos constitucionais. Eneida Desiree Salgado. Princípios constitucionais estruturantes do direito eleitoral. Tese de doutoramento. Curitiba: Universidade Federal do Paraná, 2010. Internet: <http://dspace.c3sl.ufpr.br> (com adaptações). Julgue o próximo item, referente à estrutura e à tipologia do texto em apreço. A correção gramatical do texto seria mantida caso a expressão "aos contornos constitucionais" fosse substituída por à legislação constitucional. (X) Verdadeiro ( ) Falso COMENTÁRIOS VERDADEIRO - A correção gramatical é plenamente atendida com a alteração proposta. Vale ressaltar o emprego da crase: ela é justificada pela contração da preposição "a" - requerida pelo nome "limitada" (limitada a algo) - com o artigo definido "a" - solicitado pelo substantivo feminino "legislação". 12. Se a economia comportamental introduziu o estudo mais detalhado das emoções na análise financeira, era apenas natural que alguns pesquisadores dessem o passo seguinte para investigar muito literalmente como funciona a cabeça do investidor. A neuroeconomia combina as mais recentes descobertas da neurociência — em particular, técnicas de mapeamento cerebral como a ressonância magnética funcional aperfeiçoada nos anos 90 — com os conceitos da psicologia financeira e da economia. É um campo de estudos ainda recente — conta cerca de uma década, mas já acena com o entendimento fascinante da biologia do investidor. Embora os experimentos mostrem a importância do pensamento racional, será um equívoco concluir que a mente do investidor é pura objetividade. O mais curioso é que a atividade do núcleo cerebral ligado aos sentimentos é mais intensa antes da confirmação de um ganho financeiro no jogo. Esse é um dado importante da psicologia do investidor: a expectativa por um bom resultado acaba se revelando mais excitante que o resultado em si. O nascimento da neuroeconomia. In: Veja, 14/1/2009, p. 69 (com adaptações). Julgue o seguinte item, a respeito do texto acima. A preposição “com” é exigida pela forma verbal “combina”; por isso, sua retirada do texto provocaria erro gramatical e incoerência textual. (X) Verdadeiro ( ) Falso Taissa Mayer - 11337697729 Prof. José Maria Aulas 06 e 07 18 de 19| www.direcaoconcursos.com.br Língua Portuguesa para MP/RJ COMENTÁRIOS VERDADEIRO - De fato, analisando as possíveis regências do verbo "combinar", uma delas é "quem combina, combina algo com algo". No caso, "a neurociência combina as mais recentes descobertas da neurociência ... com os conceitos da psicologia financeira e da economia." A preposição "com", dessa forma, é necessária para que se mantenha a correção gramatical. Sua ausência afeta a coesão (conexão entre os termos) e a coerência (sentido) textuais, pois ela é necessária na conexão entre o verbo "combina" com o objeto indireto "com os conceitos...". Uma dificuldade na visualização dessa coesão está na presença do segmento isolado entre travessões "- em particular, técnicas ... aperfeiçoada nos anos 90 -". Quando você se deparar com trechos isolados por travessões ou parênteses, faça a leitura sem eles, para queperceba as conexões entre os termos da frase entrecortada por esses sinais de pontuação. 13. Considerando que o fragmento a seguir é parte de um texto adaptado de Pedro da Motta Veiga e Roberto Magno Iglesias (<www.bndes.gov.br>), julgue-o quanto à correção gramatical. Portanto, ao se iniciar a nova década, o ambiente que se formula e gerencia a política de comércio exterior brasileira é radicalmente diverso daquele que vigiu à época em que a CACEX atuava como superagência nessa área. A institucionalidade da política distanciou-se do modelo CACEX, mas é pouco nítido o modelo desejável e adequado aos novos condicionantes e objetivos. ( ) Verdadeiro (X) Falso COMENTÁRIOS FALSO - O primeiro erro observado é de regência, uma vez que se omitiu a preposição "em" antes do pronome relativo "que", exigência das formas verbais "se formula" e "se gerencia". Outro erro observado é de ortografia, uma vez que a forma correta é "vigeu", e não "vigiu". Assim, o trecho corretamente reescrito seria: "Portanto, ao se iniciar a nova década, o ambiente em que (no qual) se formula e gerencia a política de comércio exterior brasileira é radicalmente diverso daquele que vigeu à época em que a CACEX atuava como superagência nessa área. A institucionalidade da política distanciou-se do modelo CACEX, mas é pouco nítido o modelo desejável e adequado aos novos condicionantes e objetivos.". 14. O texto abaixo foi modificado intencionalmente, mediante a retirada de vírgulas e a introdução de erros de grafia, de regência e de concordância. As notas frias de Caxias Uma pratica tão ilegal quanto comum nas prefeituras do interior do pais chamou à atenção da Polícia Federal no Maranhão. No municipio de Caxias a 350 quilometros de São Luís o que poderia ser um crime administrativo banal vem ganhando indissios de uma verdadeira farra orçamentaria. O atual prefeito da cidade Hélio Queiroz (PSDB) recolheu centenas de notas fiscais que garante serem frias e que teriam permitido a seu antessessor Paulo Marinho Taissa Mayer - 11337697729 Prof. José Maria Aulas 06 e 07 19 de 19| www.direcaoconcursos.com.br Língua Portuguesa para MP/RJ (PFL) desviar mais de R$ 1 milhão do caixa municipal. Boa parte desses documentos foram emitidos pela Sercil Engenharia uma pequena firma de propriedade do engenheiro José Ribamar Costa Serra que admitiu o crime. O esquema que serviria para enriquecer-lhe só comprometeu ainda mas suas finanças. Paulo Marinho hoje deputado federal defende-se das acusações. O inquérito da Polícia Federal vai dizer quem está falando a verdade. Julgue o item a seguir com relação ao texto. No quinto período, há um erro de regência verbal e um de grafia, respectivamente em "enriquecer-lhe" e em "mas". (X) Verdadeiro ( ) Falso COMENTÁRIOS VERDADEIRO - O verbo "enriquecer" solicita um objeto direto (quem enriquece, enriquece alguém). Portanto, devemos utilizar o pronome oblíquo "o" para substituir esse tipo de complemento verbal, resultando na forma "enriquecê-lo". Além disso, a forma "mas" está empregada de forma incorreta, pois, no trecho, não se trata da conjunção, e sim do adverbio "mais". Fim do teste. Até o próximo encontro! Saudações, Prof. José Maria
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