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IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 04/10/2017http://e.pub/o0j3b3djco0glxmkno0a.vbk/OEBPS/Text/01_cover-print-1507143030.xhtml 8.1 8.1.1 8 REMUNERAÇÃO DO TRABALHO PERICIAL A remuneração do trabalho pericial contábil pode ser abordada sob duas dimensões. A primeira, relativa ao perito, quando na função judicial; a segunda, quando em função extrajudicial, incluindo-se nesta a arbitral. QUANDO EM FUNÇÃO JUDICIAL Como visto em momento anterior, o perito, no âmbito judicial, pode assumir o encargo de perito judicial nomeado pelo magistrado ou de assistente técnico indicado pelas partes, o que provoca forma diferenciada de fixação da remuneração do trabalho pericial. Honorários de perito judicial Sendo o perito nomeado pelo magistrado, portanto, na função judicial, compete àquele fixar sua remuneração. Esse ato processual praticado pelo magistrado é conhecido por arbitramento. Por força do disposto no § 1o, art. 95,1 CPC, o magistrado pode determinar que o perito nomeado ofereça orçamento ou estimativa de sua remuneração, a ser fixada antes do início do trabalho pericial. Tal dispositivo, introduzido pela Lei no 8.952, de 13-12-1994, foi plenamente recepcionado pelo Novo Código de Processo Civil, o que muito vem contribuindo para a garantia da remuneração e independência do perito nomeado pelo magistrado. Para tanto, o perito subsidia essa decisão, apresentando, por meio de petição, sua proposta de honorários, nos termos do § 2o, art. 465, CPC,2 contendo o escopo operacional, o tempo estimado de realização da perícia e o respectivo custo do trabalho pericial, levando em consideração as recomendações aprovadas ou homologadas pelos Conselhos Regionais de Contabilidade. Na petição de requerimento do arbitramento de seus honorários, o perito fará uma exposição resumida dos principais eventos de seu trabalho, inclusive a quantidade de quesitos formulados pelo magistrado e partes, a título de justificativa e embasamento para o valor requerido. Referida petição recebe despacho do magistrado, que, na maioria das vezes, determina que as partes falem sobre a proposta do perito, exarando despacho na própria petição, que pode ser do seguinte teor: “J. digam sobre a estimativa”; ou, simplesmente, “J. digam”. Há magistrados que, à vista dessa petição, já fixam prontamente a remuneração do perito sem ouvir as partes, mesmo porque não há determinação processual para tanto. IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 03/04/2018http://e.pub/w2ukrftqeskhex3536li.vbk/OEBPS/Text/23_chapter08-print-1522811340... Na verdade, a oitiva das partes sobre a pretensão da remuneração do perito é medida de prudência do magistrado, na tentativa de evitar eventuais impugnações. De qualquer maneira, tanto num caso como no outro, esses despachos são publicados no Diário Oficial do Estado para ciência das partes interessadas, mas de qualquer modo, sendo o processo digital, a comunicação é célere. É o que consta do § 3o, art. 465, verbis: “§ 3o As partes serão intimadas da proposta de honorários para, querendo, manifestar-se no prazo comum de 5 (cinco) dias, após o que juiz arbitrará o valor, intimando-se as partes para os fins do art. 95.”3 Os interessados, ou seja, a parte ou as partes, têm prazo para falar sobre os despachos do magistrado. IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 03/04/2018http://e.pub/w2ukrftqeskhex3536li.vbk/OEBPS/Text/23_chapter08-print-1522811340... No caso do primeiro tipo de despacho, as partes poderão, por meio de petição, dizer que concordam com a proposta de honorários apresentada pelo perito; poderão reagir, dizendo que o pleito é exagerado; poderão passar silentes sobre a questão; e, ainda, poderão dizer que deixam ao inteiro critério do magistrado a fixação dos honorários periciais. Após o pronunciamento das partes sobre o pedido de arbitramento, ou em seu silêncio, os autos do processo são conclusos ao magistrado para fixação da remuneração pericial. A fixação da remuneração pericial é um ato arbitral do magistrado, que, normalmente, ao decidir, leva em consideração a relevância e a qualidade do trabalho pericial, a complexidade técnica da prova, o orçamento apresentado pelo perito, as possibilidades econômico-financeiras das partes, bem como as eventuais reações das partes. Se as partes reagiram concordando com o pedido, é usual o magistrado fixar a remuneração na quantia requerida pelo perito. Se houve impugnações ao pleito, o magistrado poderá entendê-las injustificadas e fixar no valor requerido. Poderá, todavia, entendê-las pertinentes e, assim, justificar eventual redução no valor requerido, fixando os honorários em menor quantia do que aquela demonstrada e requerida. Fixados os honorários, de plano ou após terem sido ouvidas as partes, poderão acontecer alguns eventos, que passamos a abordar. A parte insatisfeita com o valor arbitrado poderá requerer ao magistrado que reconsidere sua decisão e, no insucesso do pleito, agravar da decisão para o Tribunal, formando-se, assim, um processo denominado Agravo de Instrumento, a ser enfrentado pela segunda instância. O perito, embora não seja parte no processo, pode e deve requerer reconsideração, se a remuneração fixada representar, em seu entender, aviltamento de seu trabalho. Pode, ainda, não obtendo sucesso na reconsideração, por meio de advogado, recorrer também à segunda instância, agravando a decisão do magistrado. Independentemente de concordância, de impugnação ou de agravo, a quantia fixada deve ser depositada à ordem do magistrado em instituição bancária autorizada a receber depósitos judiciais no prazo por ele determinado. Em hipótese alguma, o perito, na função judicial, pode ser pago diretamente pela parte responsável pela remuneração pericial. Esse é um ato financeiro que precisa ser e estar comprovado nos autos do processo. A parte responsável pelo pagamento precisa provar que cumpriu a determinação do magistrado, sob pena de desobediência ou de extinção do processo. Além desse aspecto relevante, é fundamental também, como prova nos autos, no eventual ressarcimento dessa despesa processual. A regra básica quanto à responsabilidade financeira pelos honorários periciais está posta no CPC.4 Honra o pagamento dos serviços periciais realizados pelo perito a parte que requereu a prova pericial. Havendo requerimento de ambas as partes ou se o magistrado determinar de ofício a realização de perícia contábil, os honorários, como visto na parte final do art. 95, serão rateados entre as partes litigantes. Cabe, por outro lado, notar que o pagamento da remuneração do perito nada mais é do que um adiantamento de uma das despesas processuais realizado nas condições supramencionadas. Trata-se de um desembolso provisório, mesmo porque, se a parte que antecipou mencionada despesa for a vencedora, será, por ocasião da liquidação de sentença, ressarcida pela parte perdedora. IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 03/04/2018http://e.pub/w2ukrftqeskhex3536li.vbk/OEBPS/Text/23_chapter08-print-1522811378... Poderá o magistrado autorizar o levantamento antecipado de até metade dos honorários periciais por ele fixados. É o que consta do § 4o, art. 465.5 Essa possibilidadepode ajudar na composição e constância de equipe de colaboradores, mas o profissional perito deve ter muito cuidado e ser parcimonioso no uso desse adiantamento da verba honorária, pois poderá se deparar com alguns percalços, como, por exemplo, a redução de seus honorários causada por trabalho pericial inconclusivo ou incompleto, como está fixado no § 5o, art. 465.6 E não é só. Mais grave é o disposto nos § 2o e § 3o, art. 468, que determinam a devolução dos honorários do perito substituído, sob pena de ficar impedido de funcionar como perito por 5 (cinco) anos,7 que sem motivo legítimo deixar de cumprir o encargo no prazo que lhe foi assinado (inciso II, art. 468). Recomenda-se que, ao assumir o encargo de realizar a perícia para a qual foi nomeado, o perito considere que efetivamente terá agenda disponível para cumprir o prazo assinado. É claro que pode pedir prazo, mas apenas uma vez, o qual será concedido desde que justificado pela metade do prazo fixado anteriormente (art. 476, CPC). IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 03/04/2018http://e.pub/w2ukrftqeskhex3536li.vbk/OEBPS/Text/23_chapter08-print-1522811378... 8.1.1.1 Além da regra básica apontada, há outras regras processuais no que se refere ao ressarcimento de despesas do processo, que, todavia, não se relacionam com a remuneração do trabalho pericial contábil, mas com a execução de sentença e com a desistência ou acordo entre as partes. Para tanto, os interessados poderão socorrer-se do contido nos arts. 82 e seguintes do CPC vigente. Pode suceder que o magistrado, ao nomear o perito, não determine a apresentação do orçamento prévio, já que não está obrigado a fazê-lo. Como visto, o § 1o, art. 95, CPC tratou a questão da fixação prévia como possibilidade, não como obrigação. Vale dizer, então, que o magistrado, em vez de determinar ao perito que ofereça o orçamento, poderá fixar determinada verba provisória em favor do perito nomeado. Nesse caso, todos os procedimentos anteriormente descritos acontecem a partir da entrega do laudo pericial contábil. Poderá suceder que o magistrado nada decida, seja quanto a honorários provisórios, seja quanto à determinação de oferta de estimativa. Nesse caso, deve o perito, com base no § 1o, art. 95, CPC, apresentar orçamento, como já comentado, requerendo sua fixação e depósito. Cabe observar procedimento às vezes não lembrado quando da sentença, qual seja o de que no reembolso das despesas se incluem a remuneração do assistente técnico da parte vencedora e a diária da testemunha.8 Depósito integral, prévio e complementar No despacho saneador, no qual deferiu a prova pericial, nomeando perito, uma das decisões a seguir abordadas pode ser tomada pelo magistrado. A primeira delas poderá ser a fixação de determinada quantia a título de honorários provisórios a favor do perito, ordenando o respectivo depósito judicial por quem o magistrado especificar. Outra decisão poderá ser determinar ao perito que ofereça sua proposta de honorários de realização da prova contábil deferida. Nesse caso, como já visto, o perito, após a oferta dos quesitos pelas partes, terá necessidade de examinar os autos, virtualmente, mediante senha, se procedimento digital, ou se em papel, retirar os autos do cartório para se inteirar do conteúdo deles, objetivando conhecer os fatos contábeis objeto da lide, para, assim, poder dimensionar, de forma estimada, as horas técnicas a serem aplicadas no desenvolvimento do trabalho pericial. Feito esse estudo preliminar, está o perito apto a oferecer petição contendo a proposta de honorários, descrevendo o escopo operacional, o tempo estimado e o respectivo custo. À vista dessa petição, o magistrado poderá decidir ouvir as partes sobre a estimativa oferecida, fixando-a em momento processual subsequente, na quantia requerida ou em outro valor a seu critério; ou então, de pronto, aceitar a quantia estimada e determinar seu depósito integral pela parte responsável. O depósito dos honorários provisórios, assim como o depósito dos honorários orçados, é denominado depósito prévio, já que efetuados, um ou outro, antes do início dos trabalhos periciais. Fixados os honorários definitivos após a entrega do laudo pericial contábil, o magistrado, havendo depósito prévio, determina que seja realizado depósito judicial complementar, que consiste na diferença entre os honorários fixados e os já depositados previamente. Essa diferença não é meramente nominal. Apura-se o valor complementar a ser depositado, confrontando-se os honorários definitivos com o valor do depósito prévio, este atualizado IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 03/04/2018http://e.pub/w2ukrftqeskhex3536li.vbk/OEBPS/Text/23_chapter08-print-1522811412... 8.1.1.2 monetariamente, desde a data daquele depósito até a data do cálculo. E, a partir da apuração dessa diferença, se não depositada no prazo determinado pelo magistrado, passa a fluir atualização monetária, desde que requerida pelo perito ou, de ofício, por determinação judicial. Na ausência de depósito prévio, os honorários definitivos são depositados à ordem do magistrado na totalidade fixada, no prazo por este determinado. Nessa circunstância, não há falar em depósito complementar, mas em depósito integral. Levantamento dos honorários Como visto, o depósito prévio e o complementar ou o depósito integral dos honorários periciais são sempre realizados, em estabelecimentos bancários autorizados, em conta judicial, à ordem do magistrado; consequentemente, só este pode autorizar sua movimentação. Referida movimentação é, em geral, provocada pelo perito. Vejamos. Entregue o laudo pericial contábil, o perito, nesse mesmo momento, oferece também petição requerendo o arbitramento definitivo de sua remuneração, se não fixada quando da oferta do orçamento. Havendo depósito prévio, o perito, nessa mesma petição, requer o levantamento daquela quantia provisória ou orçada. Não pode olvidar o perito, em seu pedido, que o levantamento seja autorizado com os acréscimos legais. O magistrado, diante do pedido formal de levantamento, autoriza essa movimentação financeira, geralmente, despachando assim: “J. defiro o levantamento requerido” ou “J. sim, se em termos”. IMPRESSO POR: Valdiva Souza <valdiva@terra.com.br>. A impressão é apenas para uso pessoal e privado. Nenhuma parte deste livro pode ser reproduzida ou transmitida sem prévia autorização do editor. Os violadores serão processados. 03/04/2018http://e.pub/w2ukrftqeskhex3536li.vbk/OEBPS/Text/23_chapter08-print-1522811412...
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