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CEF - ETICA - 2012

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ÉTICA (TÉC. BANCÁRIO) 15-2-2012 
 
 
 
 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Ética A Opção Certa Para a Sua Realização 1 
 
 
 
 
 
 
1. CONCEITO DE ÉTICA 
O Conceito de Ética 
O que ética? O que é moral? O que ela estuda? Estas são perguntas 
rotineiras, feita por muitos, e de suma importância para as relações huma-
nas. Todo dia ouvimos falar de ética e falta de ética, mas o que isso 
significa afinal? 
A ética faz parte de uma das três grandes áreas da filosofia, mais es-
pecificamente , é o estudo da ação – práxis. Ao lado do estudo sobre o 
“conhecimento” – como a ciência, ou a lógica – e do estudo sobre o “valor” 
– seja ele artístico, moral, ou científico – o estudo sobre a ação engloba a 
totalidade do saber e da cultura humana. Está presente no nosso cotidia-
no o tempo todo, seja nas decisões familiares, políticas, ou no trabalho por 
exemplo. 
A palavra ética tem origem no termo grego ethos, que significava 
“bom costume”, “costume superior”, ou “portador de caráter”. Impulsionado 
pelo crescimento da filosofia fora da antiga Grécia o conceito de ethos se 
proliferou pelas diversas civilizações que mantiveram contato com sua 
cultura. A contribuição mais relevante se deu com os filósofos latinos. Em 
Roma o termo grego foi traduzido como “mor-morus” que também signifi-
cava “costume mor” ou “costume superior”. É dessa tradução latina que 
surge a palavra “moral” em português. 
No decorrer da história do pensamento a ética se tornou cada vez 
mais um assunto rico, complexo e abrangente. Com a expansão da filoso-
fia, e em especial o pensamento sobre a ação, foi preciso distinguir os 
termos ética e moral. No século XX o filósofo espanhol Adolfo Sánches 
Vásquez cria uma famosa diferenciação entre os dois conceitos. Para ele 
o termo moral se refere a uma reflexão que a pessoa faz de sua própria 
ação. Já o termo ética abrange o estudo dos discursos morais, bem como 
os critérios de escolha para valorar e padronizar as condutas numa famí-
lia, empresa ou sociedade. 
Definir o que é um agir ético, moral, correto ou virtuoso é se inscrever 
numa disputa social pela definição legítima da boa conduta. Da conduta 
verdadeira e necessária. Avaliar a melhor maneira de agir pode ser visto 
de pontos de vista totalmente diversos. Marxistas, liberais, mulçumanos, 
psicanalistas, jornalistas e políticos agem e valoram as ações de maneira 
diferente. Porém todos eles lutam pela definição mais legitima de uma 
“boa ação” ou da “ação correta”. 
Sem pretensões de impor uma definição legítima sobre a conduta mo-
ral, nós, do Espaço Ética, deixaremos os filósofos falarem por eles mes-
mos. Elencamos o que cada um dos principais pensadores têm a dizer 
sobre o assunto. 
Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.) “Ética a Nicomacos” 
A excelência moral se relaciona com as emoções e ações, e somente 
as emoções e ações voluntárias são louvadas e censuradas, enquanto as 
involuntárias são perdoadas, e às vezes inspiram piedade; logo, a distin-
ção entre o voluntário e o involuntário parece necessária aos estudiosos 
da natureza da excelência moral, e será útil também aos legisladores com 
vistas à atribuição de honrarias e à aplicação de punições. (…) 
Mas há algumas dúvidas quanto ás ações praticadas em conseqüên-
cia do medo de males maiores com vistas a algum objetivo eleva-
do[1097b] (por exemplo, um tirano que tendo em seu poder os pais e 
filhos de uma pessoa, desse uma ordem ignóbil a esta, tendo em vista que 
o não cumprimento acarretasse na morte dos reféns); é discutível se tais 
ações são involuntárias ou voluntárias. (…) Tais ações, então, são mistas 
mas se assemelham mais as voluntárias, pois são objeto de escolha no 
momento de serem praticadas, e a finalidade de uma ação varia de acor-
do com a oportunidade, de tal forma que as palavras “voluntário” e “invo-
luntário” devem ser usadas com referência ao momento da ação; com 
efeito, nos atos em questão as pessoas agem voluntariamente, portanto 
são voluntárias, embora talvez sejam involuntárias de maneira geral, pois 
ninguém escolheria qualquer destes atos por si mesmos. 
Immanuel Kant (1724-1804) “Fundamentação da Metafísica dos 
Costumes” 
Neste mundo, e se houver um fora dele, nada é possível pensar eu 
que possa ser considerado como bom sem limitação, a não ser uma só 
coisa: uma boa vontade. Discernimento, argúcia de espírito, capacidade 
de julgar, e como quer que possam chamar-se os demais talentos do 
espírito, ou ainda coragem, decisão constância de propósito, como quali-
dades do temperamento, são sem dúvida, a muitos respeitos, coisas boas 
e desejáveis; mas também podem tornar-se extremamente más e prejudi-
ciais se a vontade, que haja de fazer uso destes dons naturais, constituin-
tes do caráter, não for boa. 
(…) 
Na constituição natural de um ser organizado para a vida, admitimos, 
por princípio, que nele não haja nenhum órgão destinado à realização de 
um fim que não seja o mais adequado e adaptado a este fim. Ora, se num 
ser dotado de razão e de vontade a natureza tivesse por finalidade última 
sua conservação, seu bem-estar ou, em uma palavra, sua felicidade, ela 
teria se equivocado ao escolher a razão para alcançá-la. Isto porque, 
todas as ações que este ser deverá realizar nesse sentido, bem como a 
regra completa de sua conduta, ser-lhe-iam indicadas com muito maior 
precisão pelo instinto. 
(…) 
Uma vez que despojei a vontade de todos os estímulos que lhe pode-
riam advir da obediência a qualquer lei, nada mais resta do que a confor-
midade a uma lei universal das ações em geral que possam servir de 
único princípio à vontade, isto é: devo proceder sempre da mesma manei-
ra que eu possa querer também que a minha máxima se torne uma lei 
universal. Aqui é pois a simples conformidade a lei em geral, o que serve 
de princípio à vontade, o também o que tem de lhe servir de princípio, 
para que o dever não seja por toda parte uma vã ilusão e um conceito 
quimérico.; e com isto está perfeitamente de acordo com a comum ação 
humana nos seus juízos práticos e também sempre diante dos olhos este 
princípio. 
Jeremy Bentham (1748 – 1832) “Uma Introdução aos Princípios 
da Moral” 
Pode-se dizer que uma pessoa é partidária de uma ética utilitarista 
quando afirma que a aprovação ou desaprovação de alguma conduta foi 
determinada pela tendência de tal conduta a aumentar ou diminuir a 
felicidade da comunidade e a sua própria. 
Augusto Comte (1798-1875) “Catecismo Positivista” 
Sacerdote: – É verdade que o positivismo não reconhece a ninguém 
outro direito senão o de sempre cumprir seu dever. Em termos mais 
corretos, nossa religião (positivista) impõe a todos a obrigação de ajudar 
cada um a preencher sua própria função. A noção de direito deve desapa-
recer do campo político, como a noção de causa do campo filosófico. 
Porque ambas se reportam a vontades indiscutíveis. Assim, quaisquer 
direitos supõem necessariamente uma fonte sobrenatural, única que pode 
subtraí-los á discussão humana. (…)

O positivismo não admite nunca 
senão deveres de todos em relação a todos. Porque seu ponto de vista 
sempre social não pode comportar nenhuma noção de direito, constante-
mente fundada na individualidade. Em que fundamento humano deveria, 
pois, se assentar a idéia de direito, que suporia racionalmente uma eficá-
cia prévia? Quaisquer que sejam nossos esforços, a mais longa vida bem 
empregada não nos permitirá nunca devolver senão uma porção imper-
ceptível do que recebemos. Não seria senão, contudo, só depois de uma 
restituição completa que estaríamos dignamente autorizados a reclamar a 
reciprocidade de novos serviços. Todo direito humano é, pois, tão absurdo 
quanto imoral. Posto que não há mais direitos divinos,esta noção deve se 
apagar completamente, como puramente relativa ao regime preliminar, e 
diretamente incompatível com o estado final, que só admite deveres 
segundo as funções. 
Simone de Beauvoir (1909 – 1986) “Moral da Ambigüidade” 
ÉTICA (TÉC. BANCÁRIO) 15-2-2012 
 
 
 
 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Ética A Opção Certa Para a Sua Realização 2 
Existir é fazer-se carência de ser, é lançar-se no mundo: pode-se 
considerar como sub-humano os que se ocupam em paralisar esse movi-
mento original; eles têm olhos e ouvidos, mas fazem-se desde a infância 
cegos e surdos, sem desejo. Essa apatia demonstra um medo fundamen-
tal diante da existência, diante dos riscos e da tensão que ela implica; o 
sub-homem recusa essa paixão que é a sua condição de homem, o 
dilaceramento e o fracasso deste impulso em direção do ser que nunca 
alcança seu fim; mas com isso, é a existência mesma que ele recusa.
(…) 
A má-fé do homem sério provém de que ele é obrigado, sem cessar, a 
renovar a renegação dessa liberdade. Ele escolhe viver num mundo 
infantil, mas à criança, os valores são realmente dados. O homem sério 
deve mascarar esse movimento através do qual se dá os valores, tal como 
a mitômana, que lendo uma carta de amor, finge esquecer que essa lhe 
foi enviada por si mesma. http://www.meucci.com.br/?page_id=98 
ÉTICA 
A finalidade dos códigos morais é reger a conduta dos membros de 
uma comunidade, de acordo com princípios de conveniência geral, para 
garantir a integridade do grupo e o bem-estar dos indivíduos que o consti-
tuem. Assim, o conceito de pessoa moral se aplica apenas ao sujeito 
enquanto parte de uma coletividade. 
Ética é a disciplina crítico-normativa que estuda as normas do com-
portamento humano, mediante as quais o homem tende a realizar na 
prática atos identificados com o bem. 
Interiorização do dever. A observação da conduta moral da humani-
dade ao longo do tempo revela um processo de progressiva interiorização: 
existe uma clara evolução, que vai da aprovação ou reprovação de ações 
externas e suas consequências à aprovação ou reprovação das intenções 
que servem de base para essas ações. O que Hans Reiner designou 
como "ética da intenção" já se encontra em alguns preceitos do antigo 
Egito (cerca de três mil anos antes da era cristã), como, por exemplo, na 
máxima "não zombarás dos cegos nem dos anões", e do Antigo Testa-
mento, em que dois dos dez mandamentos proíbem que se deseje a 
propriedade ou a mulher do próximo. 
Todas as culturas elaboraram mitos para justificar as condutas mo-
rais. Na cultura do Ocidente, são familiares a figura de Moisés ao receber, 
no monte Sinai, a tábua dos dez mandamentos divinos e o mito narrado 
por Platão no diálogo Protágoras, segundo o qual Zeus, para compensar 
as deficiências biológicas dos humanos, conferiu-lhes senso ético e capa-
cidade de compreender e aplicar o direito e a justiça. O sacerdote, ao 
atribuir à moral origem divina, torna-se seu intérprete e guardião. O víncu-
lo entre moralidade e religião consolidou-se de tal forma que muitos 
acreditam que não pode haver moral sem religião. Segundo esse ponto de 
vista, a ética se confunde com a teologia moral. 
História. Coube a um sofista da antiguidade grega, Protágoras, rom-
per o vínculo entre moralidade e religião. A ele se atribui a frase "O ho-
mem é a medida de todas as coisas, das reais enquanto são e das não 
reais enquanto não são." Para Protágoras, os fundamentos de um sistema 
ético dispensam os deuses e qualquer força metafísica, estranha ao 
mundo percebido pelos sentidos. Teria sido outro sofista, Trasímaco de 
Calcedônia, o primeiro a entender o egoísmo como base do comporta-
mento ético. 
Sócrates, que alguns consideram fundador da ética, defendeu uma 
moralidade autônoma, independente da religião e exclusivamente fundada 
na razão, ou no logos. Atribuiu ao estado um papel fundamental na manu-
tenção dos valores morais, a ponto de subordinar a ele até mesmo a 
autoridade do pai e da mãe. Platão, apoiado na teoria das ideias trans-
cendentes e imutáveis, deu continuidade à ética socrática: a verdadeira 
virtude provém do verdadeiro saber, mas o verdadeiro saber é só o saber 
das ideias. Para Aristóteles, a causa final de todas as ações era a felicida-
de (eudaimonía). Em sua ética, os fundamentos da moralidade não se 
deduzem de um princípio metafísico, mas daquilo que é mais peculiar ao 
homem: razão (logos) e atuação (enérgeia), os dois pontos de apoio da 
ética aristotélica. Portanto, só será feliz o homem cujas ações sejam 
sempre pautadas pela virtude, que pode ser adquirida pela educação. 
A diversidade dos sistemas éticos propostos ao longo dos séculos se 
compara à diversidade dos ideais. Assim, a ética de Epicuro inaugurou o 
hedonismo, pelo qual a felicidade encontra-se no prazer moderado, no 
equilíbrio racional entre as paixões e sua satisfação. A ética dos estóicos 
viu na virtude o único bem da vida e pregou a necessidade de viver de 
acordo com ela, o que significa viver conforme a natureza, que se identifi-
ca com razão. As éticas cristãs situam os bens e os fins em Deus e identi-
ficam moral com religião. Jeremy Bentham, seguido por John Stuart Mill, 
pregou o princípio do eudemonismo clássico para a coletividade inteira. 
Nietzsche criou uma ética dos valores que inverteu o pensamento ético 
tradicional e Bergson estabeleceu a distinção entre moral fechada e moral 
aberta: a primeira conservadora, baseada no hábito e na repetição, en-
quanto que a outra se funda na emoção, no instinto e no entusiasmo 
próprios dos profetas, santos e inovadores. 
Até o século XVIII, com Kant, todos os filósofos, salvo, até certo pon-
to, Platão, aceitavam que o objetivo da ética era ditar leis de conduta. Kant 
viu o problema sob novo ângulo e afirmou que a realidade do conhecimen-
to prático (comportamento moral) está na ideia, na regra para a experiên-
cia, no "dever ser". A vontade moral é vontade de fins enquanto fins, fins 
absolutos. O ideal ético é um imperativo categórico, ou seja, ordenação 
para um fim absoluto sem condição alguma. A moralidade reside na 
máxima da ação e seu fundamento é a autonomia da vontade. Hegel 
distinguiu moralidade subjetiva de moralidade objetiva ou eticidade. A 
primeira, como consciência do dever, se revela no plano da intenção. A 
segunda aparece nas normas, leis e costumes da sociedade e culmina no 
estado. 
Objeto e ramos da ética. Três questões sempre reaparecem nos di-
versos momentos da evolução da ética ocidental: (1) os juízos éticos 
seriam verdades ou apenas traduziriam os desejos de quem os formula; 
(2) praticar a virtude implica benefício pessoal para o virtuoso ou, pelo 
menos, tem um sentido racional; e (3) qual é a natureza da virtude, do 
bem e do mal. Diversas correntes do pensamento contemporâneo (intuici-
onismo, positivismo lógico, existencialismo, teorias psicológicas sobre a 
ligação entre moralidade e interesse pessoal, realismo moral e outras) 
detiveram-se nessas questões. Como resultado disso, delimitaram-se os 
dois ramos principais da ética: a teoria ética normativa e a ética crítica ou 
metaética. 
A ética normativa pode ser concebida como pesquisa destinada a es-
tabelecer e defender como válido ou verdadeiro um conjunto completo e 
simplificado de princípios éticos gerais e também outros princípios menos 
gerais, importantes para conferir uma base ética às instituições humanas 
mais relevantes. 
A metaética trata dos tipos de raciocínio ou de provas que servem de 
justificação válida dos princípios éticos e também de outra questão inti-
mamente relacionada com as anteriores: a do "significado" dos termos, 
predicados e enunciados éticos. Pode-se dizer, portanto, que a metaéticaestá para a ética normativa como a filosofia da ciência está para a ciência. 
Quanto ao método, a teoria metaética se encontra bem próxima das 
ciências empíricas. Tal não se dá, porém, com a ética normativa. 
Desde a época em que Galileu afirmou que a Terra não é o centro do 
universo, desafiando os postulados ético-religiosos da cristandade medie-
val, são comuns os conflitos éticos gerados pelo progresso da ciência, 
especialmente nas sociedades industrializadas do século XX. A sociolo-
gia, a medicina, a engenharia genética e outras ciências se deparam a 
cada passo com problemas éticos. Em outro campo da atividade humana, 
a prática política antiética tem sido responsável por comoções e crises 
sem precedentes em países de todas as latitudes. ©Encyclopaedia Bri-
tannica do Brasil Publicações Ltda. 
MORAL 
Conjunto de regras e prescrições a respeito do comportamento, esta-
belecidas e aceitas por determinada comunidade humana durante deter-
minado período de tempo. 
ÉTICA E MORAL 
Uma distinção indistinta 
Desidério Murcho 
A pretensa distinção entre a ética e a moral é intrinsecamente confusa 
e não tem qualquer utilidade. A pretensa distinção seria a seguinte: a ética 
seria uma reflexão filosófica sobre a moral. A moral seria os costumes, os 
hábitos, os comportamentos dos seres humanos, as regras de comporta-
ÉTICA (TÉC. BANCÁRIO) 15-2-2012 
 
 
 
 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Ética A Opção Certa Para a Sua Realização 3 
mento adaptadas pelas comunidades. Antes de vermos por que razão 
esta distinção resulta de confusão, perguntemo-nos: que ganhamos com 
ela? 
Em primeiro lugar, não ganhamos uma compreensão clara das três 
áreas da ética: a ética aplicada, a ética normativa e a metaética. A ética 
aplicada trata de problemas práticos da ética, como o aborto ou a eutaná-
sia, os direitos dos animais, ou a igualdade. A ética normativa trata de 
estabelecer, com fundamentação filosófica, regras ou códigos de compor-
tamento ético, isto é, teorias éticas de primeira ordem. A metaética é uma 
reflexão sobre a natureza da própria ética: Será a ética objetiva, ou subje-
tiva? Será relativa à cultura ou à história, ou não? 
Em segundo lugar, não ganhamos qualquer compreensão da nature-
za da reflexão filosófica sobre a ética. Não ficamos a saber que tipo de 
problemas constitui o objeto de estudo da ética. Nem ficamos a saber 
muito bem o que é a moral. 
Em conclusão, nada ganhamos com esta pretensa distinção. 
Mas, pior, trata-se de uma distinção indistinta, algo que é indefensável 
e que resulta de uma confusão. O comportamento dos seres humanos é 
multifacetado; nós fazemos várias coisas e temos vários costumes e nem 
todas as coisas que fazemos pertencem ao domínio da ética, porque nem 
todas têm significado ético. É por isso que é impossível determinar à 
partida que comportamentos seriam os comportamentos morais, dos quais 
se ocuparia a reflexão ética, e que comportamentos não constituem tal 
coisa. Fazer a distinção entre ética e moral supõe que podemos determi-
nar, sem qualquer reflexão ou conceitos éticos prévios, quais dos nossos 
comportamentos pertencem ao domínio da moral e quais terão de ficar de 
fora. Mas isso é impossível de fazer, pelo que a distinção é confusa e na 
prática indistinta. 
Vejamos um caso concreto: observamos uma comunidade que tem 
como regra de comportamento descalçar os sapatos quando vai para o 
jardim. Isso é um comportamento moral sobre o qual valha a pena refletir 
eticamente? Como podemos saber? Não podemos. Só podemos determi-
nar se esse comportamento é moral ou não quando já estamos a pensar 
em termos morais. A ideia de que primeiro há comportamentos morais e 
que depois vem o filósofo armado de uma palavra mágica, a "ética", é 
uma fantasia. As pessoas agem e refletem sobre os seus comportamentos 
e consideram que determinados comportamentos são amorais, isto é, 
estão fora do domínio ético, como pregar pregos, e que outros comporta-
mentos são morais, isto é, são comportamentos com relevância moral, 
como fazer abortos. E essas práticas e reflexões não estão magicamente 
separadas da reflexão filosófica. A reflexão filosófica é a continuação 
dessas reflexões. 
Evidentemente, tanto podemos usar as palavras "ética" e "moral" co-
mo sinônimas, como podemos usá-las como não sinônimas . É irrelevan-
te. O importante é saber do que estamos a falar se as usarmos como 
sinônimas e do que estamos a falar quando não as usamos como sinôni-
mas . O problema didático, que provoca dificuldades a muitos estudantes, 
é que geralmente os autores que fazem a distinção entre moral e ética 
não conseguem, estranhamente, explicar bem qual é a diferença — além 
de dizer coisas vagas como "a ética é mais filosófica". 
Se quisermos usar as palavras "moral" e "ética" como não sinônimas , 
estaremos a usar o termo "moral" unicamente para falar dos costumes e 
códigos de conduta culturais, religiosos, etc., que as pessoas têm. Assim, 
para um católico é imoral tomar a pílula ou fazer um aborto, tal como para 
um muçulmano é imoral uma mulher mostrar a cara em público, para não 
falar nas pernas. Deste ponto de vista, a "moral" não tem qualquer conte-
údo filosófico; é apenas o que as pessoas efetivamente fazem e pensam. 
A ética, pelo contrário, deste ponto de vista, é a disciplina que analisa 
esses comportamentos e crenças, para determinar se eles são ou não 
aceitáveis filosoficamente. Assim, pode dar-se o caso que mostrar a cara 
em público seja imoral, apesar de não ser contrário à ética; pode até dar-
se o caso de ser anti-ético defender que é imoral mostrar a cara em 
público e proibir as mulheres de o fazer. 
O problema desta terminologia é que quem quer que tenha a experi-
ência de escrever sobre assuntos éticos, percebe que ficamos rapidamen-
te sem vocabulário. Como se viu acima, tive de escrever "anti-ético", 
porque não podia dizer "imoral". O nosso discurso fica assim mais contor-
cido e menos direto e claro. Quando se considera que "ética" e "moral" 
são termos sinônimos (e etimologicamente são sinônimos, porque são a 
tradução latina e grega uma da outra), resolve-se as coisas de maneira 
muito mais simples. Continuamos a fazer a distinção entre os comporta-
mentos das pessoas e as suas crenças morais, mas não temos de intro-
duzir o artificialismo de dizer que essas crenças morais, enquanto crenças 
morais, estão corretas, mas enquanto preferências éticas podem estar 
erradas. Isto só confunde as coisas. É muito mais fácil dizer que quem 
pensa que mostrar a cara é imoral está pura e simplesmente enganado, e 
está a confundir o que é um costume religioso ou cultural com o que é 
defensável. Peter Singer, James Rachels, Thomas Nagel, e tantos outros 
filósofos centrais, usam os termos "ética" e "moral" como sinônimos. Para 
falar dos costumes e códigos religiosos, temos precisamente estas ex-
pressões muito mais esclarecedoras: "costumes" e "códigos religiosos". 
Ética no Serviço Público 
Jorge Teixeira da Silva; Letícia Clara Ribeiro; Antonio Carlos Mene-
gon; Joyce de Castro Nunes; Vanderlei Dandrea; Ana Paula Rodrigues; 
Francisca Dantas; Polliane Tenório Neto; Márcia de Jesus silva; Rogério 
Chagas Pozo. Alunos do Curso de Direito da UMESP. 
Este artigo, fruto de uma intensa atividade de reflexão escrita de to-
dos nós, alunos do Curso de Direito da UMESP, surgiu da discussão que 
esteve presente no decorrer do semestre na disciplina: Cidadania, ética 
pública e ação cultural. Resolvemos escrever sobre os Serviços prestados 
ao público, devido aos abusos relatados pelos meios de comunicação 
presentes em nosso cotidiano pelo que Milton Santos chama de funcioná-
rios sem mandato, é sabido que muitas pessoas que confiaramno traba-
lho se decepcionaram. O presente texto pretende trabalhar estas ideias, 
de modo que possamos olhar através da perspectiva do direito, o desres-
peito que vem ocorrendo as regra de conduta e da ética que requer o 
trabalho que os serviços públicos visam prestar. 
O Direito que os cidadãos vêm adquirindo aos poucos, e que levou 
muito tempo para ser construído e respeitado vem, como sabemos, so-
frendo com a grande dificuldade que a população enfrenta no dia a dia 
para fazer valer seus direitos que às vezes desaparecem porque não são 
postos em prática. A princípio, achamos que isto ocorra por falta de cons-
ciência dos próprios cidadãos seja por normas e desculpas de resolução 
posta por nossos governantes trazendo um efeito de omissão do papel de 
um cidadão e seus direitos. Estes efeitos citados são objetivados pelos 
governantes que enriquecem justamente através da ignorância em relação 
aos direitos conquistados pela população o que gera um grande desres-
peito para com os cidadãos e uma cultura que se perpetua. 
Milton Santos, em seu trabalho: O espaço do cidadão mostra-nos que 
estes atos de desrespeito aos direitos e à representação que alguns dos 
funcionários públicos em relação à população, viola a moral, os direitos e 
principalmente, ataca a cultura dos cidadãos, dando a impressão de que 
os serviços públicos podem ser algo negociável, quando o mesmo é 
inalienável. 
Para que possamos esclarecer melhor nossas ideias, chegamos à 
questão da ética no serviço público. Mas, o que é "ética"? 
Contemporaneamente e de forma bastante usual, a palavra ética é 
mais compreendida como disciplina da área de filosofia e que tem por 
objetivo a moral ou moralidade, os bons costumes, o bom comportamento 
e a boa fé, inclusive. Por sua vez, a moral deveria estar intrinsecamente 
ligada ao comportamento humano, na mesma medida, em que está o seu 
caráter, personalidade, etc; presumindo portanto, que também a ética 
pode ser avaliada de maneira boa ou ruim, justa ou injusta, correta ou 
incorreta. 
Num sentido menos filosófico e mais prático podemos entender esse 
conceito analisando certos comportamentos do nosso dia a dia, quando 
nos referimos por exemplo, ao comportamento de determinados profissio-
nais podendo ser desde um médico, jornalista, advogado, administrador, 
um político e até mesmo um professor; expressões como: ética médica, 
ética jornalística, ética administrativa e ética pública, são muito comuns. 
Podemos verificar que a ética está diretamente relacionada ao padrão 
de comportamento do indivíduo, dos profissionais e também do político, 
como falamos anteriormente. O ser humano elaborou as leis para orientar 
seu comportamento frente as nossas necessidades (direitos e obrigações) 
e em relação ao meio social, entretanto, não é possível para a lei ditar 
ÉTICA (TÉC. BANCÁRIO) 15-2-2012 
 
 
 
 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Ética A Opção Certa Para a Sua Realização 4 
nosso padrão de comportamento e é aí que entra outro ponto importante 
que é a cultura, ficando claro que não a cultura no sentido de quantidade 
de conhecimento adquirido, mas sim a qualidade na medida em que esta 
pode ser usada em prol da função social, do bem estar e tudo mais que 
diz respeito ao bem maior do ser humano, este sim é o ponto fundamen-
tal, a essência, o ponto mais controverso quando tratamos da questão 
ética na vida pública, á qual iremos nos aprofundar um pouco mais, por se 
tratar do tema central dessa pesquisa. 
A questão da ética no serviço Público. 
Quando falamos sobre ética pública, logo pensamos em corrupção, 
extorsão, ineficiência, etc, mas na realidade o que devemos ter como 
ponto de referência em relação ao serviço público, ou na vida pública em 
geral, é que seja fixado um padrão a partir do qual possamos, em seguida 
julgar a atuação dos servidores públicos ou daqueles que estiverem 
envolvidos na vida pública, entretanto não basta que haja padrão, tão 
somente, é necessário que esse padrão seja ético, acima de tudo . 
O fundamento que precisa ser compreendido é que os padrões éticos 
dos servidores públicos advêm de sua própria natureza, ou seja, de cará-
ter público, e sua relação com o público. A questão da ética pública está 
diretamente relacionada aos princípios fundamentais, sendo estes compa-
rados ao que chamamos no Direito, de "Norma Fundamental", uma norma 
hipotética com premissas ideológicas e que deve reger tudo mais o que 
estiver relacionado ao comportamento do ser humano em seu meio social, 
aliás, podemos invocar a Constituição Federal. Esta ampara os valores 
morais da boa conduta, a boa fé acima de tudo, como princípios básicos e 
essenciais a uma vida equilibrada do cidadão na sociedade, lembrando 
inclusive o tão citado, pelos gregos antigos, "bem viver". 
Outro ponto bastante controverso é a questão da impessoalidade. Ao 
contrário do que muitos pensam, o funcionalismo público e seus servido-
res devem primar pela questão da "impessoalidade", deixando claro que o 
termo é sinônimo de "igualdade", esta sim é a questão chave e que eleva 
o serviço público a níveis tão ineficazes, não se preza pela igualdade. No 
ordenamento jurídico está claro e expresso, "todos são iguais perante a 
lei". 
E também a ideia de impessoalidade, supõe uma distinção entre aqui-
lo que é público e aquilo que é privada (no sentido do interesse pessoal), 
que gera portanto o grande conflito entre os interesses privados acima dos 
interesses públicos. Podemos verificar abertamente nos meios de comuni-
cação, seja pelo rádio, televisão, jornais e revistas, que este é um dos 
principais problemas que cercam o setor público, afetando assim, a ética 
que deveria estar acima de seus interesses. 
Não podemos falar de ética, impessoalidade (sinônimo de igualdade), 
sem falar de moralidade. Esta também é um dos principais valores que 
define a conduta ética, não só dos servidores públicos, mas de qualquer 
indivíduo. Invocando novamente o ordenamento jurídico podemos identifi-
car que a falta de respeito ao padrão moral, implica portanto, numa viola-
ção dos direitos do cidadão, comprometendo inclusive, a existência dos 
valores dos bons costumes em uma sociedade. 
A falta de ética na Administração Publica encontra terreno fértil para 
se reproduzir , pois o comportamento de autoridades públicas estão longe 
de se basearem em princípios éticos e isto ocorre devido a falta de prepa-
ro dos funcionários, cultura equivocada e especialmente, por falta de 
mecanismos de controle e responsabilização adequada dos atos anti-
éticos. 
A sociedade por sua vez, tem sua parcela de responsabilidade nesta 
situação, pois não se mobilizam para exercer os seus direitos e impedir 
estes casos vergonhosos de abuso de poder por parte do Pode Público. 
Um dos motivos para esta falta de mobilização social se dá, devido á falta 
de uma cultura cidadã, ou seja, a sociedade não exerce sua cidadania. A 
cidadania Segundo Milton Santos " é como uma lei", isto é, ela existe mas 
precisa ser descoberta , aprendida, utilizada e reclamada e só evolui 
através de processos de luta. Essa evolução surge quando o cidadão 
adquire esse status, ou seja, quando passa a ter direitos sociais. A luta 
por esses direitos garante um padrão de vida mais decente. O Estado, por 
sua vez, tenta refrear os impulsos sociais e desrespeitar os indivíduos, 
nessas situações a cidadania deve se valer contra ele, e imperar através 
de cada pessoa. Porém Milton Santos questiona, se "há cidadão neste 
pais"? Pois para ele desde o nascimento as pessoas herdam de seus pais 
e ao longa da vida e também da sociedade, conceitos morais que vão 
sendo contestados posteriormente com a formação de ideias de cada um, 
porém a maioriadas pessoas não sabem se são ou não cidadãos. 
A educação seria o mais forte instrumento na formação de cidadão 
consciente para a construção de um futuro melhor. 
No âmbito Administrativo, funcionários mal capacitados e sem princí-
pios éticos que convivem todos os dias com mandos e desmandos, atos 
desonestos, corrupção e falta de ética tendem a assimilar por este rol 
"cultural" de aproveitamento em beneficio próprio. 
Se o Estado, que a principio deve impor a ordem e o respeito como 
regra de conduta para uma sociedade civilizada, é o primeiro a evidenciar 
o ato imoral, vêem esta realidade como uma razão, desculpa ou oportuni-
dade para salvar-se, e , assim sendo, através dos usos de sua atribuição 
publica. 
A consciência ética, como a educação e a cultura são aprendidas pelo 
ser humano, assim, a ética na administração publica, pode e deve ser 
desenvolvida junto aos agentes públicos ocasionando assim, uma mudan-
ça na administração publica que deve ser sentida pelo contribuinte que 
dela se utiliza diariamente, seja por meio da simplificação de procedimen-
tos, isto é, a rapidez de respostas e qualidade dos serviços prestados, 
seja pela forma de agir e de contato entre o cidadão e os funcionários 
públicos. 
A mudança que se deseja na Administração pública implica numa 
gradativa, mas necessária "transformação cultura" dentro da estrutura 
organizacional da Administração Pública, isto é, uma reavaliação e valori-
zação das tradições, valores, hábitos, normas, etc, que nascem e se 
forma ao longo do tempo e que criam um determinado estilo de atuação 
no seio da organização. 
Conclui-se, assim, que a improbidade e a falta de ética que nascem 
nas máquinas administrativas devido ao terreno fértil encontrado devido à 
existência de governos autoritários, governos regidos por políticos sem 
ética, sem critérios de justiça social e que, mesmo após o advento de 
regimes democrático, continuam contaminados pelo "vírus" dos interesses 
escusos geralmente oriundos de sociedades dominadas por situações de 
pobreza e injustiça social, abala a confiança das instituições, prejudica a 
eficácia das organizações, aumenta os custos, compromete o bom uso 
dos recursos públicos e os resultados dos contratos firmados pela Admi-
nistração Pública e ainda castiga cada vez mais a sociedade que sofre 
com a pobreza, com a miséria, a falta de sistema de saúde, de esgoto, 
habitação, ocasionados pela falta de investimentos financeiros do Gover-
no, porque os funcionários públicos priorizam seus interesses pessoais 
em detrimento dos interesses sociais. 
Essa situação vergonhosa só terá um fim no dia em que a sociedade 
resolver lutar para exercer os seus direitos respondendo positivamente o 
questionamento feito por Milton Santos "HÁ CIDADÃOS NESTE PAÍS?" e 
poderemos responder em alto e bom som que " SIM. Há cidadão neste 
pais. E somos todos brasileiros.". 
Finalizando, gostaríamos de destacar alguns pontos básicos, que ba-
seado neste estudo, julgamos essenciais para a boa conduta, um padrão 
ético, impessoal e moralístico: 
1 - Podemos conceituar ética, também como sendo um padrão de 
comportamento orientado pelos valores e princípio morais e da dignidade 
humana. 
2 - O ser humano possui diferentes valores e princípios e a "quantida-
de" de valores e princípios atribuídos, determinam a "qualidade" de um 
padrão de comportamento ético: 
Maior valor atribuído (bem), maior ética. 
Menor valor atribuído (bem), menor ética. 
3 - A cultura e a ética estão intrinsecamente ligadas. Não nos referi-
mos a palavra cultura como sendo a quantidade de conhecimento adquiri-
do, mas sim a qualidade na medida em que esta pode ser usada em prol 
da função social, do bem estar e tudo mais que diz respeito ao bem maior 
do ser humano 
4 - A falta de ética induz ao descumprimento das leis do ordenamento 
jurídico. 
5 - Em princípio as leis se baseiam nos princípios da dignidade hu-
mana, dos bons costumes e da boa fé. 
ÉTICA (TÉC. BANCÁRIO) 15-2-2012 
 
 
 
 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Ética A Opção Certa Para a Sua Realização 5 
6 - Maior impessoalidade (igualdade), maior moralidade = melhor pa-
drão de ética. 
O conceito de valor tem sido investigado e conceituado em diferentes 
áreas do conhecimento. A abordagem filosófica descreve-o como nem 
totalmente subjetivo, nem totalmente objetivo, mas como algo determina-
do pela interação entre o sujeito e o objeto. 
Nas ciências econômicas, a noção de valor tem uma interpretação 
predominantemente material. Smith propõe a analise de valor como a 
habilidade intrínseca de um produto oferecer alguma utilidade funcional. 
Já no conceito moderno, dado pelo marketing, isto é uma função dos 
atributos dados ao produto ou ao conjunto formado por ele e que o envol-
ve, quando necessitamos obter-lo. 
Na visão da sociologia, embora a sociologia não seja uma ciência va-
lorativa,ela reconhece os valores como fatos sociais. No campo de análi-
se, os valores podem surgir como um estatuto fundamental na explicação 
da estabilidade e coerência das sociedades ou das mudanças sociais ( 
Max Weber, T. Parsons ) ou podem surgir como “fenômenos reflexos” das 
infra-estruturas da sociedade. O valor exprime uma relação entre as 
necessidades do indivíduo (respirar, comer, viver, posse, reproduzir, 
prazer, domínio, relacionar, comparar) e a capacidade das coisas e de 
seus derivados, objetos ou serviços, em as satisfazer. É na apreciação 
desta relação que se explica a existência de uma hierarquia de valores, 
segundo a urgência/prioridade das necessidades e a capacidade dos 
mesmos objetos para as satisfazerem, diferenciadas no espaço e no 
tempo. 
Reconhecer um certo aspecto das coisas como um valor, consiste em 
hierarquiza-los para tê-los em conta na tomada de decisões, ou, por 
outras palavras, em estar inclinado a usá-los como um dos elementos a 
ter em consideração na escolha e na orientação que damos às decisões 
sobre nós próprios e aos outros. Há os que vêem os valores como subjeti-
vos e consideram esta situação em termos de uma posição pessoal, 
adotada como uma espécie de escolha (desejo) e imune ao argumento 
racional. 
Os que concebem os valores como algo objetivo supõem que, por al-
guma razão – exigências da racionalidade, da natureza humana, de Deus, 
de outra autoridade ou necessidade - a escolha possa ser orientada e 
corrigida a partir de um ponto de vista independente. Os valores fornecem 
o alicerce oculto dos conhecimentos e das práticas que constantemente 
construímos nas nossas vidas. Os valores humanos são os fundamentos 
éticos e espirituais que constituem a consciência humana. São os valores 
que tornam a vida algo digno de ser vivido, definem princípios e propósitos 
valiosos e objetiva fins grandiosos. 
Valor é um conceito que faz parte do estudo da Filosofia, Sociologia, 
Economia, Psicologia, Antropologia e Política. 
O valor cultural, por sua vez, é objeto de estudo da filosofia, da psi-
cologia e da sociologia. Do ponto de vista filosófico, sociológico e psicoló-
gico, o valor cultural recebeu as mais variadas definições e promoveu 
inúmeras discussões paralelas (tal como a da neutralidade dos valores na 
pesquisa científica, a relação valores e gosto, etc.). Na filosofia, os filóso-
fos que se dedicam ao estudo da ética ou da axiologia vão ser aqueles 
que irão contribuir mais intensamente com a discussão sobre o conceito e 
características dos valores, produzindo várias concepções, algumas 
chamadas subjetivistas e outras objetivistas. Na Psicologia, o estudo dos 
valores vai estar relacionado mais com a questão do comportamento e 
das atitudes dos indivíduos. Na sociologia, os valores vão ser abordados 
com produto das relaçõessociais e relacionados com "normas", "repre-
sentações", etc. 
Para o antropólogo Clide Kluckhon, valor é "uma concepção do dese-
jável explícita e implícita, característica de um indivíduo ou grupo, e que 
influencia a seleção dos modos, meios e fins da ação". 
Para a filósofa Agnes Heller, o valor é um "modo de preferência cons-
ciente". 
Para o psicólogo Alpport, "um valor é uma crença em que o homem 
se baseia para atuar por referência" (apud Viana, 2007). 
Para o sociólogo Nildo Viana, "o valor é algo significativo, importante, 
para um indivíduo ou grupo social". Este sociólogo distingue entre valores 
fundamentais (ligados a valoração primária) e valores derivados (valora-
ção derivada) e entre valores dominantes (axiologia) e valores autênticos 
(axionomia). 
Virtude (latim: virtus; em grego: ἀρετή) é uma qualidade moral parti-
cular. Virtude é uma disposição estável em ordem a praticar o bem; revela 
mais do que uma simples característica ou uma aptidão para uma deter-
minada ação boa: trata-se de uma verdadeira inclinação. 
Virtudes são todos os hábitos constantes que levam o homem para o 
bem, quer como indivíduo, quer como espécie, quer pessoalmente, quer 
coletivamente. 
A virtude, no mais alto grau, é o conjunto de todas as qualidades es-
senciais que constituem o homem de bem. Segundo Aristóteles, é uma 
disposição adquirida de fazer o bem,e elas se aperfeiçoam com o hábito. 
2. ÉTICA APLICADA: NOÇÕES DE ÉTICA EMPRESARI-
AL E PROFISSIONAL 
Ética empresarial 
 Uma empresa ou entidade tem que ser, obrigatoriamente, percebida 
com um elemento ativo do contexto social (cultural, político, econômico 
etc) e esse fato remete, obrigatoriamente, a compromissos e responsabi-
lidades que elas (empresa ou entidade) devam ter com a sociedade como 
um todo. 
 O conceito de ética empresarial ou organizacional (ou ainda de 
ética nos negócios) tem a ver com este processo de inserção. A empresa 
ou entidade devem estar presentes de forma transparente e buscando 
sempre contribuir para o desenvolvimento comunitário, praticando a 
cidadania e a responsabilidade social. Se atentam contra a cidadania, 
ferem a ética empresarial. 
 A ética social se pratica internamente, recrutando e formando 
profissionais e executivos que compartilham desta filosofia, privilegiando 
a diversidade e o pluralismo, relacionando-se de maneira democrática 
com os diversos públicos, adotando o consumo responsável, respeitando 
as diferenças, cultivando a liberdade de expressão e a lisura nas relações 
comerciais. 
 Ainda que se possa, filosofica, doutrinaria e ideologicamente, 
conceber conceitos distintos para a ética social, há algo que não se pode 
ser contrariado jamais: a ética social é um atributo indispensável para as 
organizações que querem manter-se vivas no mercado e a sociedade 
está cada vez mais alerta para os desvios de conduta das organizações. 
 Valer-se do abuso econômico, constranger adversários que exprimem 
idéias distintas, desrespeitar os funcionários, impondo-lhes condições 
adversas de trabalho, agredir o meio ambiente, não priorizar a qualidade 
na fabricação de produtos ou na prestação de serviços e usar procedi-
mentos escusos para obter vantagens a todo custo (corrupção, manipula-
ção de balanços, formação de cartéis etc) são alguns destes desvios que 
afastam a empresa de sua verdadeira função social. 
 A literatura nesta área, já importante em outros países, começa a 
ganhar vulto no Brasil, mas, de imediato, pode-se apontar 4 textos bási-
cos, editados recentemente: o livro Ética empresarial: responsabilidade 
global e gerenciamento moderno, de Klaus M. Leisinger e Karin Schmitt, 
Petrópolis, Vozes, 2.001, e o trabalho A ética nas organizações, da 
Coleção Reflexão, Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade 
Social, de março de 2.001; Ética nas empresas, de Laura Nash, São 
Paulo, Makron Books, 2.001 e A Ética Empresarial no Brasil, de Joaquim 
Manhães Moreira, São Paulo, Pioneira. Mas não deixe de ler também o 
trabalho exemplar de Russel Mokhiber, Crimes corporativos. O poder das 
grandes empresas e o abuso da confiança pública, Editora Página Aber-
ta, 1.995. Nele, a evidência da irresponsabilidade de algumas organiza-
ções que, desrespeitando o consumidor e privilegiando unicamente os 
seus lucros, provocaram prejuízos e mortes, violentando os princípios 
básicos da responsabilidade social e da cidadania. 
 Do trabalho do Instituto Ethos, anteriormente citado, retiramos o 
seguinte extrato, que acrescenta elementos importantes ao conceito de 
ética empresarial e o define precisamente: 
 " A ética não é um valor acrescentado, mas intrínseco da ativida-
de econômica e empresarial, pois esta atrai para si uma grande quantida-
ÉTICA (TÉC. BANCÁRIO) 15-2-2012 
 
 
 
 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Ética A Opção Certa Para a Sua Realização 6 
de de fatores humanos e os seres humanos conferem ao que realizam, 
inevitavelmente, uma dimensão ética. A empresa, enquanto instituição 
capaz de tomar decisões e como conjunto de relações humanas com 
uma finalidade determinada, já tem, desde seu início uma dimensão 
ética. 
 Uma ética empresarial não consiste somente no conhecimento da 
ética, mas na sua prática. E este praticar concretiza-se no campo comum 
da atuação diária e não apenas em ocasiões principais ou excepcionais 
geradoras de conflitos de consciência. Ser ético não significa conduzir-se 
eticamente quando for conveniente, mas o tempo todo". (p.12) 
http://www.comunicacaoempresarial.com.br/ 
A ÉTICA EMPRESARIAL COMO PILAR DA ECONOMIA 
GLOBALIZADA E OS ATOS INTERNACIONAIS SOBRE A MA-
TÉRIA. 
Joaquim Manhães Moreira 
SUMÁRIO :1. Ética empresarial. 1.1 Conceito e breve relato 
da evolução histórica. 1.2 Preceitos éticos aplicáveis às relações 
com clientes. 1.3 Preceitos éticos aplicáveis às relações com 
fornecedores. 1.4 Preceitos éticos aplicáveis às relações com 
concorrentes. 1.5 Preceitos éticos aplicáveis às relações com 
empregados. 1.6 Preceitos éticos aplicáveis às relações com 
governantes. 1.7 Preceitos éticos aplicáveis às relações com a 
sociedade em geral. 2. Imposições econômicas internacionais. 3. 
Imposições jurídicas internacionais. 3.1 A ética nas cláusulas de 
contratos internacionais privados. 3.2 A Lei norte-americana 
(FCPA). 3.3 A Convenção de Caracas de 29.3.96. 3.4 A Resolução 
da ONU de 28/1/97. 4. A Convenção da OECD em vigor desde 
15.02.1999. 4.1 Países signatários 4.2 Conceitos acordados. 5. 
Conclusões. 
1. Ética Empresarial 
1.1 Conceito e breve relato da evolução históri-
ca 
A expressão “ética empresarial” está sendo cada vez mais aceita e 
utilizada na acepção de conjunto de preceitos morais e de responsabilida-
de social a serem observados pelas organizações conhecidas como 
empresas. 
Em cada uma dessas organizações alguém (denominado empresário) 
reúne os três fatores técnicos da produção – a natureza, o capital e o 
trabalho – para produzir um bem ou um serviço. Esse bem ou serviço é 
oferecido pela organização ao mercado, que o adquire. A organização 
obtém, então, da diferença entre o preço de venda e o custo de produção, 
o proveito monetário denominado “lucro”. Portanto, o desenvolvimento de 
uma atividade visando o lucro integra o conceito de “empresa”. 
Essa característica de organização lucrativa, gerou sempre a descon-
fiança da eventual impossibilidade de se conciliar as suas práticas com os 
conceitos éticos. 
No século XVII Adam Smith conseguiu demonstrar na sua obra “A ri-
queza das nações” que o lucro poderia ser aceito como uma justa remu-
neração ao empreendedor e que essa parcela de valor acrescido acabava 
resultando em investimentosou consumo, os quais por sua vez eram 
responsáveis por mais empregos remunerados. O lucro acabava operan-
do, assim, uma função social de melhoria do bem-estar geral, através da 
geração de empregos e das correspondentes remunerações. Essa foi a 
primeira demonstração da possibilidade de conciliação entre o lucro e a 
ética e, portanto, também entre esta última e a empresa. 
Outros atos de grande repercussão foram ajudando a consolidar a 
noção de que o lucro poderia e deveria se submeter a princípios éticos. 
São exemplos: a encíclica “Rerum Novarum” do Papa Leão XIII; a lei 
norte-americana denominada “Sherman Act” de 1890; a lei norte-
americana denominada “Foreign Corrupt Practices Act (FCPA), de 1977, 
proibindo a corrupção de autoridades estrangeiras. 
Em todos os países do mundo tem sido crescente a pressão social no 
sentido de que as empresas adotem práticas éticas. 
No Brasil, embora a preocupação específica com o tema seja recente, 
muitos textos legais e regulamentares já foram promulgados, principal-
mente durante as últimas três décadas, visando conter práticas antiéticas 
em diversos aspectos dos relacionamentos das empresas. 
Os agentes que se relacionam internacionalmente têm sentido mais 
que os outros as imposições econômicas e jurídicas para que se compor-
tem de acordo com os preceitos éticos, sejam eles decorrentes da aplica-
ção dos princípios morais, sejam eles informados pelo ideal de justiça, ou 
sejam determinados pelos princípios legais. 
1.2 Preceitos éticos aplicáveis às relações com clientes. 
As relações com clientes iniciam-se com as atividades de formulação 
de um plano de marketing, e abrangem também a publicidade e propa-
ganda do produto ou serviço, a negociação e obtenção da vontade do 
cliente em adquirir esse produto ou serviço, a contratação, o cumprimento 
do contrato de venda (seja ele escrito ou verbal) e as chamadas relações 
pós-vendas. 
Durante todas essas fases deve a empresa empenhar-se em identifi-
car e praticar os princípios éticos aplicáveis. 
Para ser ética nas relações com clientes durante as fases de negoci-
ação e obtenção da sua decisão de comprar, a empresa deve fazer com 
que os seus prepostos utilizem apenas argumentos técnicos e verdadeiros 
a respeito do produto ou serviço oferecido e sobre as condições da venda. 
Portanto, será antiética a venda que for feita mediante o suborno de 
alguém com poder de influenciar a decisão de compra do adquirente. 
O suborno pode se materializar sob diversas formas. O mais comum 
é o suborno patrimonial direto, no qual a empresa vendedora faz um 
pagamento a uma pessoa da organização adquirente, para que esta 
influencie ou tome a decisão de comprar. A sofisticação da economia e a 
crescente pressão social, têm gerado outras formas de suborno. Em 
termos patrimoniais, além do suborno direto há o indireto, feito através de 
terceiros ou sob “títulos legitimadores” (serviços, prêmios, viagens, etc). 
Há, ainda o suborno extra patrimonial, que é uma vantagem imensurável, 
conferida a alguém. Pode ser uma vantagem social, acadêmica, política, 
sexual, ou qualquer outra. 
O mandamento fundamental da empresa ética é o de usar a verdade 
e não subornar para vender. 
 
1.3 Preceitos éticos aplicáveis às relações com fornecedores. 
 
A ética determina que a empresa seja justa com os seus fornecedo-
res. Para isso precisará fazer com que o fornecedor seja corretamente 
informado de todos os dados e fatos relevantes ao formular uma cotação. 
Assim sendo, não deve a empresa ética se utilizar da prática comum hoje 
em dia, de solicitar cotações para grandes quantidades e posteriormente 
confirmar a compra apenas de uma parte ínfima. 
O mais importante preceito ético aplicável ao relacionamento com os 
fornecedores é o de pagar o justo preço pelo produto ou serviço fornecido. 
O justo preço não é simplesmente aquele aceito pelo fornecedor. A ciên-
cia econômica poderá fornecer os dados para fixá-lo. O mais importante é 
que a empresa ética não imponha ao fornecedor, fazendo uso do seu 
poder econômico, um preço que ela própria (a compradora) não aceitaria 
caso estivesse fornecendo. 
A empresa ética deve tomar todas as cautelas para que a concorrên-
cia entre os seus fornecedores não seja fraudada por práticas antiéticas 
da parte de qualquer deles, principalmente através de suborno. 
 
1.4 Preceitos éticos aplicáveis às relações com concorrentes. 
 
ÉTICA (TÉC. BANCÁRIO) 15-2-2012 
 
 
 
 
APOSTILAS OPÇÃO A Sua Melhor Opção em Concursos Públicos 
Ética A Opção Certa Para a Sua Realização 7 
Esses preceitos éticos são os que se encontram mais amplamente 
regulamentados pela legislação brasileira. A Lei 8884/94 discrimina 
detalhadamente as condutas vedadas às empresas nos seus relaciona-
mentos com os concorrentes. A empresa ética tem o dever de defender o 
princípio da livre concorrência. Deve se abster, portanto, de entrar em 
qualquer tipo de acordo que possa reduzir ou eliminar a livre concorrência. 
Esse acordo pode se referir a preços, condições de venda, disponibilidade 
de mercadoria e sua oferta a determinado segmento de mercado, ou 
qualquer outro. 
 
1.5 Preceitos éticos aplicáveis às relações com empregados. 
 
A empresa ética deve se preocupar em oferecer ampla oportunidade 
de trabalho às pessoas de todas as camadas, origens e segmentos soci-
ais. Não poderá, portanto, permitir que preconceitos, sejam de raça, sexo, 
idade ou qualquer outro, possam influenciar as decisões de contratação, 
remuneração, promoção ou demissão dos empregados. 
 Constituem também deveres éticos da empresa: garantir o acesso 
ao empregado a todas as informações relativas a sua pessoa; assegurar 
que o ambiente de trabalho esteja livre de práticas deturpadoras, como a 
arrogância, o abuso de poder e o assédio sexual. 
 
1.6 Preceitos éticos aplicáveis às relações com governantes. 
 
Os preceitos da ética empresarial não permitem que a empresa no 
seu relacionamento com os Governantes pratique suborno, qualquer que 
seja a sua forma (vide item 1.3 deste artigo), a fim de obter uma decisão 
favorável aos pleitos que formular. Deve a empresa ética valer-se apenas 
de argumentos verdadeiros. As contribuições a campanhas políticas só 
devem ser feitas dentro dos limites e formas previstos na legislação eleito-
ral, e, mesmo assim, nunca visando a obtenção de uma decisão futura ou 
a premiação por uma decisão passada, a seu favor. 
Integra o rol de preceitos éticos aqui comentados o dever da empresa 
de se abster de utilizar informações privilegiadas, a que tenha acesso 
qualquer autoridade ou funcionário público. 
Constitui, ainda, um dever ético o de observar a “fila” do atendimento, 
nos processos e procedimentos administrativos e judiciais, de acordo com 
as preferências permitidas por leis e regulamentos. 
 
1.7 Preceitos éticos aplicáveis às relações com a sociedade 
em geral. 
 
 A empresa ética não interfere na autodeterminação dos povos. 
Não permite que seus registros, livros e documentos sejam usados pelo 
governo de um país para obter dados sobre outro governo. A ética empre-
sarial aplicável a esse assunto exige que a empresa se comporte com 
responsabilidade social em qualquer local em que atue e, que portanto: (a) 
observe as leis e os regulamentos relativos à proteção da saúde e segu-
rança das pessoas e à preservação do meio ambiente; (b) somente de-
senvolva atividades que envolvam perigo para a coletividade mediante 
controle dos riscos, nas circunstâncias em que essa coletividade aprovar a 
sua assunção, à vista das vantagens que obterá; (c) não participe de 
práticas ilícitas e colabore com as autoridades no combate a elas, como, 
por exemplo, na lutacontra a lavagem de dinheiro. 
2. Imposições econômicas internacionais. 
As primeiras imposições econômicas surgiram já há alguns anos, 
através dos requisitos dos organismos internacionais de crédito, como 
condições para a concessão de apoio financeiro a certos projetos. De 
início essas imposições ocorreram por vias indiretas. Pelo seu significado 
é importante lembrar as concorrências públicas para aquisição de bens ou 
serviços com fundos oriundos do Banco Mundial. Esse organismo, mesmo 
antes da Lei 8666/93, já exigia regras tão claras e julgamentos tão objeti-
vos nos certames licitatórios, que praticamente impedia a ocorrência de 
corrupção. 
O fenômeno da globalização da economia, por outro lado, gerou a 
necessidade para as empresas, de se relacionarem com parceiros estabe-
lecidos em outros países. Esses parceiros, ou por determinação legal do 
país que sobre ele tem jurisdição, ou por determinação própria, cada vez 
mais exigem o compromisso de comportamento ético. 
Há diversas causas para isso. A primeira delas é a convicção de que 
o envolvimento do seu nome em um escândalo relativo à corrupção, 
mesmo através do ato de um parceiro estabelecido em outro país, causa-
rá sério dano às imagens dos envolvidos, com repercussão e custo impre-
visíveis. A segunda é que os parceiros internacionais que não têm com-
promisso com a ética fatalmente estarão expostos a riscos, que os impedi-
rão de permanecer como agentes econômicos por muito tempo e, portan-
to, de garantir compromissos de longo prazo, que são as bases das 
novas parcerias. 
Rapidamente os detentores de tecnologia e de recursos financeiros 
para investir perceberam que de nada adiantaria poder oferecer a melhor 
técnica, o melhor serviço e o menor preço, se suas empresas concorres-
sem em mercados nos quais a corrupção pudesse a qualquer momento 
viciar a escolha do cliente e “quebrar as regras do jogo”. 
Assim sendo, depois das imposições dos organismos financeiros in-
ternacionais, as empresas estabelecidas no Brasil têm hoje, como motiva-
ção adicional para a observância do comportamento ético, as exigências 
dos seus investidores, clientes, fornecedores e demais parceiros de outros 
países. 
3. Imposições jurídicas internacionais. 
3.1 A ética nas cláusulas dos contratos internacionais priva-
dos. 
As primeiras imposições internacionais de ordem jurídica às empre-
sas estabelecidas no Brasil, relativamente à ética, surgiram nos contratos 
privados. 
As empresas norte-americanas foram as pioneiras a inserir cláusulas 
relativas ao comportamento ético nas suas contratações com parceiros 
comerciais estabelecidos no Brasil. 
Inicialmente essas cláusulas apareceram em contratos de represen-
tação comercial, ou de distribuição de mercadorias, nos quais a empresa 
representada encontrava-se sediada nos Estados Unidos. Nesses contra-
tos eram comuns cláusulas dispondo expressamente que o representante 
ou distribuidor concordava em cumprir as suas obrigações com total 
observância da Lei e dos princípios éticos aplicáveis. Algumas cláusulas 
eram mais específicas, e continham disposições no sentido de que o 
representante ou distribuidor não faria e nem ofereceria qualquer paga-
mento, contribuição ou outro item de valor, a qualquer pessoa ou organi-
zação, com o objetivo de obter uma decisão favorável, e que além disso, 
observaria rigidamente a legislação que reprime o abuso de poder eco-
nômico. 
A colocação do Brasil no mapa dos investidores internacionais, a par-
tir de 1994, gerou o período das associações ou “joint ventures” entre 
estrangeiros, detentores de tecnologia e capital, e empresas sediadas no 
Brasil, também possuidoras de tecnologia e conhecimento do mercado. 
Com as “joint ventures” as cláusulas contratuais sobre ética passaram 
a se refletir também nos acordos societários (acordos de acionistas, 
acordos de associação) e nos estatutos e contratos sociais das novas 
empresas. 
As empresas vinculadas às disposições contratuais aqui referidas já 
se achavam e se acham, portanto, sujeitas a disposições internacionais 
sobre a conduta ética. Estão conscientes de que a violação desses princí-
pios gerará também a configuração da inadimplência contratual, com 
sérias conseqüências comerciais que incluem ruptura de relacionamentos 
e pagamentos de multas. 
3.2 A Lei norte-americana FCPA 
O pioneirismo das empresas norte-americanas nessa matéria não foi 
fruto do acaso. Conforme já assinalado, desde 1977 encontram-se elas 
ÉTICA (TÉC. BANCÁRIO) 15-2-2012 
 
 
 
 
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sujeitas a uma Lei específica denominada “Foreign Corrupt Practices Act” 
(“FCPA”). 
A FCPA surgiu como uma resposta da sociedade americana às prá-
ticas de empresas que se valiam de expedientes irregulares para obter 
negócios. Na exposição de motivos da FCPA consta a informação do 
Governo norte-americano de que mais de quatrocentas empresas confes-
saram haver feito pagamentos ilegais ou questionáveis, em um total de 
mais de US$ 300 (trezentos milhões de dólares). Esses pagamentos 
foram feitos a autoridades e governantes estrangeiros, durante os anos 
que antecederam a promulgação da FCPA, com o objetivo de obter ou 
reter negócios. 
A FCPA é uma lei penal. Ela define como crime a seguinte conduta: 
alguém (o agente) fazer ou comprometer-se a fazer um pagamento proibi-
do para qualquer autoridade ou funcionário público estrangeiro, com o 
objetivo de obter ou contratar um negócio. 
O agente pode ser qualquer pessoa que tenha cidadania norte-
americana, ou qualquer organização sujeita à jurisdição norte-americana. 
Essas pessoas ou organizações podem ser responsabilizadas tanto pelo 
seus atos diretamente cometidos, como por aqueles cometidos por tercei-
ros. O agente será responsável pelos atos de terceiros (exemplo: um 
representante comercial) quando tiver autorizado, expressa ou implicita-
mente; quando tiver participado da decisão; quando tiver sabido do ato e 
tiver se omitido em interrompê-lo ou impedi-lo; e até quando agir com 
omissão deliberada. 
O pagamento proibido abrange qualquer forma direta ou indireta: mo-
eda corrente, cheque, ordem de pagamento, transferências financeiras ou 
qualquer outra vantagem mensurável (despesas de viagens, por exem-
plo). 
O negócio obtido ou retido pode ser ou não com o Governo ao qual 
pertence a autoridade subornada. Para que haja crime basta que esteja 
presente, no caso, o efeito de obter ou reter qualquer negócio. 
Os infratores da FCPA recebem penas civis e criminais. As penalida-
des civis são multas de até US$ 250,000, que podem ser elevadas para 
até duas vezes o valor do ganho obtido pela organização infratora. 
As penalidades criminais podem ser impostas tanto às pessoas físi-
cas como às pessoas jurídicas. As penas para as pessoas físicas que 
tenham tido participação direta ou indireta no ato são multas de US$ 
10,000 a US$ 100,000 (que não podem ser pagas pelas empresas) e 
prisão de até cinco anos. As penalidades para as pessoas jurídicas são 
multas de US$ 1 milhão a US$ 2 milhões. 
Da maneira como se encontra redigida, a FCPA tem uma aplicação 
extraterritorial. Desse modo se um representante comercial de uma em-
presa norte-americana, atuando no Brasil, participar de um ato de corrup-
ção em território brasileiro, poderá gerar conseqüências civis e penais 
para a sua empresa representada nos Estados Unidos e para os seus 
dirigentes, observadas as regras expostas acima. 
Parece uma evolução natural dos acontecimentos o fato de que, ten-
do de conviver com uma legislação tão rígida nas suas atuações no 
mercado internacional, as empresas daquele país começassema pressi-
onar o seu governo, para que influenciasse os governos de outros países 
a adotarem igual padrão de procedimento. 
O Governo norte-americano revelou-se sensível a essas pressões, e 
tem buscado há muitos anos estabelecer tratados que coíbam a prática da 
corrupção no mundo dos negócios. 
 
3.3 A Convenção de Caracas de 29/3/96 
 
Essa Convenção é considerada o primeiro grande ato internacional 
destinado ao combate à corrupção no mundo dos negócios. Foi ela cele-
brada na cidade de Caracas, Venezuela, em 29/3/96, no âmbito da Orga-
nização dos Estados Americanos. Praticamente todos os países membros 
da OEA assinaram a Convenção (incluindo o Brasil, Argentina, Chile, 
Paraguai, Uruguai, México, e Estados Unidos). O Brasil ainda não proce-
deu à ratificação, que depende da aprovação do Congresso Nacional. Não 
obstante, o Brasil possui diversas leis que de forma direta ou indireta, 
atendem aos objetivos maiores do Tratado. 
 Os objetivos da Convenção são os de reforçar e desenvolver 
em cada país os mecanismos para prevenir, detectar, combater e erradi-
car a corrupção, e ainda, promover e facilitar a cooperação entre eles, 
para o alcance desses mesmos objetivos. 
Em essência as Partes Signatárias acordaram em adotar medidas 
preventivas, consistentes na promulgação de padrões de conduta por 
parte das autoridades públicas e proibição clara do conflito de interesses. 
Essas medidas devem ser complementadas por mecanismos efetivos de 
controle, que vão desde sistemas de registros dos patrimônios das autori-
dades antes e após o término da gestão, a elevação da figura do enrique-
cimento ilícito de autoridade à condição de crime, até a implantação de 
sistemas de proteção a pessoas que desejem apresentar denúncias de 
corrupção contra os homens públicos. 
As Partes Signatárias comprometeram-se também a formular novas 
leis ou a adequar a sua legislação para punir os atos de corrupção. Esses 
atos foram definidos como a solicitação ou aceitação de qualquer coisa 
de valor, por parte de uma autoridade, para praticar (ou ser compensada 
pela prática) de uma decisão ou omissão. 
Cada Parte comprometeu-se ainda a modificar sua legislação de 
forma a assegurar que será considerado crime o oferecimento de suborno 
por parte de um nacional sob sua jurisdição, para uma autoridade de outro 
país. 
 
3.4 A Resolução da ONU de 28/1/97. 
 
 Em 28 de janeiro de 1997 a Assembléia Geral das Nações Uni-
das aprovou uma Resolução, recomendando aos Estados Membros a 
adoção de providências no combate à corrupção. Essas providências 
sugeridas, em essência são as mesmas constantes da Convenção de 
Caracas. 
 
A Convenção da OECD em vigor desde 15.02.1999 
 
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico 
(“OECD”) é uma instituição internacional composta por 29 estados sobe-
ranos que desde a sua fundação tem devotado uma atenção especial ao 
combate à corrupção de autoridades públicas. Em 21 de novembro de 
1997 foi assinada no âmbito da OECD a Convenção sobre Combate ao 
Suborno de Autoridades Públicas nas Operações Comerciais Internacio-
nais (doravante “Convenção OECD”). A Convenção OECD encontra-se 
em vigor desde fevereiro de 1999. 
 
 Países signatários 
A Convenção foi assinada pelos 29 países membros e por cinco con-
vidados. Entre os seus membros estão, além de outros, Austrália, Bélgica, 
Canadá, Itália, Japão, Coréia, México, Holanda, Noruega, Portugal, Espa-
nha, Suíça, Turquia, Reino Unido e Estados Unidos. Os países convida-
dos que também assinaram a convenção são Argentina, Brasil, Bulgária, 
Chile e República da Eslovênia. 
 
 Conceitos acordados 
 
O principal conceito acordado é o de que as Partes Signatárias toma-
rão as medidas necessárias para fazer com que sejam classificados como 
crimes e punidos como tal, os atos de quaisquer pessoas de dar, prome-
ter ou oferecer qualquer vantagem pecuniária indevida a uma autoridade 
pública de outro país, com o objetivo de obter um negócio pela ação ou 
omissão desse governante. Cada uma das Partes se comprometeu, 
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também, a punir as ações de cumplicidade, acobertamento, ajuda ou 
autorização na prática do ato ou omissão da autoridade. 
Os Estados membros da Convenção comprometeram-se a estabele-
cer igual responsabilidade criminal por parte das pessoas jurídicas, obser-
vados os princípios constantes de cada ordenamento jurídico. 
 As penas a serem adotadas como punições por esses atos deverão 
ser, no mínimo iguais àquelas com que cada país pune a corrupção 
interna dos seus governantes. 
As Partes adequarão as suas legislações para garantir que terão a ju-
risdição para processar os autores dos crimes cometidos dentro dos seus 
respectivos territórios e fora deles: (a) quando eles forem cometidos pelo 
menos parcialmente dentro deles; e, (b) quando retiverem a autoridade 
para processar e julgar seus nacionais (por tratados) que cometam esses 
crimes em outros países. No caso de mais de um Estado-membro da 
Convenção desejar processar e punir o mesmo criminoso, deverá consul-
tar-se com o outro Estado pretendente para, por mútuo acordo, determinar 
em qual jurisdição será mais apropriado fazê-lo, tendo em vista os princí-
pios e objetivos gerais do tratado. 
Os Estados-membros cooperarão entre si no combate à corrupção, 
principalmente através do fornecimento de informações, as quais, quando 
solicitadas pelo Governo de um País membro, não podem deixar de ser 
fornecidas pelo de outro, nem mesmo sob a alegação de sigilo bancário. 
As Partes comprometeram-se, também a extraditar os criminosos vio-
ladores dos princípios da Convenção. O dever de extradição assumido 
nos termos da Convenção OECD deve sobrepor-se ao dever constante de 
qualquer outra Convenção de extradição. 
 É importante notar que a OECD congrega países que são res-
ponsáveis por mais de 70% do comércio internacional. 
Conclusões 
O presente trabalho demonstra que a pressão internacional pela observância 
da ética no mundo dos negócios é crescente. No nível governamental essas 
pressões são representadas pelos Tratados e Convenções Internacionais, que se 
propagam a cada ano, quer no âmbito dos organismos regionais (como a OEA), 
quer setoriais (como a OECD), quer globais, como a Organização das Nações 
Unidas. 
Os Estados que interagem no âmbito do comércio internacional estão com-
prometidos a adotar leis rigorosas e claras punindo a corrupção e a fazer com que 
tais leis sejam cumpridas. 
Os agentes econômicos não têm mais escolha. A sobrevivência em uma eco-
nomia globalizada baseia-se, fundamentalmente, na possibilidade de cada empresa 
estabelecer alianças e parcerias duradouras com clientes, fornecedores, emprega-
dos e outros. Mas em uma sociedade globalizada, cada vez mais consciente dos 
seus direitos, só o respeito aos princípios éticos pode garantir a longevidade das 
organizações empresariais. 
Até bem pouco tempo muitos desses potenciais parceiros podiam ignorar par-
cialmente o anseio popular, porque os seus países de origem não estavam com-
prometidos com esses princípios. Depois da assinatura dos dois tratados aqui 
comentados e da prolatação da decisão da Assembléia Geral das Nações Unidas, 
ficou muito difícil, senão impossível, encontrar algum deles que ainda possa se 
declarar neutro quanto ao combate à corrupção. 
BIBLIOGRAFIA 
Antunes, José Pinto. A Produção Sob o Regime da Empresa, São Paulo, Bu-
chatsky, 1973. 
Cheeseman, Henry R. Contemporary Business Law, New Jersey, Estados 
Unidos da América, Prentice Hall,1997.“Department of Justice (USA)”. Site na Internet www.doj.gov. 
Moreira, Joaquim Manhães, A Ética Empresarial no Brasil, São Paulo, Pionei-
ra, 1999. 
Teixeira, Nelson Gomes. A Ética no Mundo da Empresa, São Paulo, Pionei-
ra,1998. 
Atos Internacionais: 
Deliberação da Assembléia Geral da Organização das Nações Unidas, de 
28/1/97 (www.um.org). 
Convenção Interamericana Contra a Corrupção, de 26/3/96, firmada no âmbito 
da OEA (www.oas.org). 
Convenção sobre o Conbate ao Suborno de Autoridades Estrangeiras nas 
Operações Comerciais Internacionais. (www.oecd.org). 
Sobre o Autor: 
Joaquim Manhães Moreira é advogado, graduado pela Faculdade de Direito da 
USP em 1976. Sócio de escritório de advocacia com atuação internacional. Há mais 
de vinte anos estuda e pesquisa a ética empresarial, e profere palestras sobre o 
assunto. Autor do livro “A Ética Empresarial no Brasil”, editado pela Pioneira em 
1999. 
Ética empresarial 
A ética empresarial pode ser entendida como um valor da organiza-
ção que assegura sua sobrevivência, sua reputação e, consequentemen-
te, seus bons resultados. Para Moreira, a ética empresarial é "o compor-
tamento da empresa - entidade lucrativa - quando ela age de conformida-
de com os princípios morais e as regras do bem proceder aceitas pela 
coletividade (regras éticas)." 
Importância 
A ética profissional e consequentemente das organizações é conside-
rada um fator importantíssimo para a sobrevivência delas,tanto das pe-
quenas quanto das grandes empresas. 
As organizações estão percebendo a necessidade de utilizar a ética, 
para que o "público" tenha uma melhor imagem do seu "slogan", que 
permitirá, ou não, um crescimento da relação entre funcionários e clientes. 
Desse modo, é relevante ter consciência de que toda a sociedade vai 
se beneficiar através da ética aplicada dentro da empresa, bem como os 
clientes, os fornecedores, os sócios, os funcionários, o governo… Se a 
empresa agir dentro dos padrões éticos, ela só tende a crescer, desde a 
sua estrutura em si, como aqueles que a compõem. 
Observações importantes 
 Quando a empresa tira vantagem de clientes, abusando do uso 
dos anúncios publicitários, por exemplo, de início ela pode ter um lucro em 
curto prazo, mas a confiança será perdida, forçando o cliente a consumir 
produtos da concorrência. Além disso, recuperar a imagem da empresa 
não vai ser fácil como da primeira vez; 
 A ética na empresa visa garantir que os funcionários saibam lidar 
com determinadas situações e que a convivência no ambiente de trabalho 
seja agradável. De forma ética. 
A ética do lucro 
O lucro é a parte sensível de uma organização, por isso exige cuidado 
no momento do planejamento para sua obtenção. Isto significa que ser 
antiético, enganando seus clientes, não é uma boa conduta para a empre-
sa que almeja se desenvolver e crescer perante à concorrência. 
Assim, pode-se deduzir que a obtenção do lucro é um dos fatores ad-
vindos as satisfação dos clientes, pois é objetivo do negócio, que a em-
presa desenvolve para cumprir suas metas, tendo como retorno o resulta-
do dos serviços prestados. 
Valores éticos 
São um conjunto de ações éticas que auxiliam gerentes e funcioná-
rios a tomar decisões de acordo com os princípios da organização. Quan-
do bem implementado, os valores éticos tendem a especificar a maneira 
como a empresa administrará os negócios e consolidar relações com 
fornecedores, clientes e outras pessoas envolvidas. 
Código de ética 
É um instrumento criado para orientar o desempenho de empresas 
em suas ações e na interação com seu diversificado público. Para a 
concretização deste relacionamento, é necessário que a empresa desen-
volva o conteúdo do seu código de ética com clareza e objetividade, 
facilitando a compreensão dos seus funcionários. 
Se cada empresa elaborasse seu próprio código, especificando sua 
estrutura organizacional, a atuação dos seus profissionais e colaboradores 
poderia orientar-se através do mesmo. O sucesso da empresa depende 
das pessoas que a compõe, pois são elas que transformam os objetivos, 
metas, projetos e até mesmo a ética em realidade. Por isso é importante o 
ÉTICA (TÉC. BANCÁRIO) 15-2-2012 
 
 
 
 
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Ética A Opção Certa Para a Sua Realização 10 
comprometimento do indivíduo com o código de ética. 
Ética profissional 
Muitos autores definem a ética profissional como sendo um conjunto 
de normas de conduta que deverão ser postas em prática no exercício de 
qualquer profissão. Seria a ação "reguladora" da ética agindo no desem-
penho das profissões, fazendo com que o profissional respeite seu seme-
lhante quando no exercício da sua profissão. 
A ética profissional estudaria e regularia o relacionamento do profissi-
onal com sua clientela, visando a dignidade humana e a construção do 
bem-estar no contexto sócio-cultural onde exerce sua profissão. 
Ela atinge todas as profissões e quando falamos de ética profissional 
estamos nos referindo ao caráter normativo e até jurídico que regulamenta 
determinada profissão a partir de estatutos e códigos específicos. 
Assim temos a ética médica, do advogado, do biólogo, etc. 
Acontece que, em geral, as profissões apresentam a ética firmada em 
questões muito relevantes que ultrapassam o campo profissional em si. 
Questões como o aborto, pena de morte, sequestros, eutanásia, AIDS, por 
exemplo, são questões morais que se apresentam como problemas éticos 
- porque pedem uma reflexão profunda - e, um profissional, ao se debru-
çar sobre elas, não o faz apenas como tal, mas como um pensador, um 
"filósofo da ciência", ou seja, da profissão que exerce. Desta forma, a 
reflexão ética entra na moralidade de qualquer atividade profissional 
humana. 
Sendo a ética inerente à vida humana, sua importância é bastante 
evidenciada na vida profissional, porque cada profissional tem responsabi-
lidades individuais e responsabilidades sociais, pois envolvem pessoas 
que dela se beneficiam. 
A ética é ainda indispensável ao profissional, porque na ação humana 
"o fazer" e "o agir" estão interligados. O fazer diz respeito à competência, 
à eficiência que todo profissional deve possuir para exercer bem a sua 
profissão. O agir se refere à conduta do profissional, ao conjunto de 
atitudes que deve assumir no desempenho de sua profissão. 
A Ética baseia-se em uma filosofia de valores compatíveis com a na-
tureza e o fim de todo ser humano, por isso, "o agir" da pessoa humana 
está condicionado a duas premissas consideradas básicas pela Ética: "o 
que é" o homem e "para que vive", logo toda capacitação científica ou 
técnica precisa estar em conexão com os princípios essenciais da Ética. 
(MOTTA, 1984, p. 69) 
Constata-se então o forte conteúdo ético presente no exercício profis-
sional e sua importância na formação de recursos humanos. 
 INDIVIDUALISMO E ÉTICA PROFISSIONAL 
Parece ser uma tendência do ser humano, como tem sido objeto de 
referências de muitos estudiosos, a de defender, em primeiro lugar, seus 
interesses próprios e, quando esses interesses são de natureza pouco 
recomendável, ocorrem seríssimos problemas. 
O valor ético do esforço humano é variável em função de seu alcance 
em face da comunidade. Se o trabalho executado é só para auferir renda, 
em geral, tem seu valor restrito. Por outro lado, nos serviços realizados 
com amor, visando ao benefício de terceiros, dentro de vasto raio de ação, 
com consciência do bem comum, passa a existir a expressão social do 
mesmo. 
Aquele que só se preocupa com os lucros, geralmente, tende a ter 
menor consciência de grupo. Fascinado pela preocupação monetária, a 
ele pouco importa o que

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