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1 INSPETOR DA POLICIA CIVIL - RJ Disciplina: Administrativo Aula: 01 Ementa: Estado, Adm. Publica Direta, Adm. Publica Indireta, Princípios Constitucionais e Princípios Adotados e Aplicados ao Direito Administrativo. • ESTADO Quem exerce a Administração Pública é o Estado. ESTADO É um ente personalizado, ou seja, tem personalidade jurídica, (obs.: diferentemente dos órgãos públicos que não possuem personalidade jurídica, não pode ser autor ou réu em processos) apresentando-se exteriormente nas relações internacionais e internamente como pessoa jurídica de direito público, capaz de adquirir direitos e contrair obrigações na ordem jurídica. De acordo com o Novo Código Civil o Estado internamente faz-se representar pelos entes federativos, quais são, União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Obs.: Não se esquecer do DF que adquire as competências dos Estados e dos Municípios. • PODERES DO ESTADO • A Constituição Federal determina no artigo 2º: “São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. PODER EXECUTIVO 2 Detém a função precípua, principal de ADMINISTRAR, embora desempenhe algumas funções atípicas como legislar, quando edita Medida Provisória ou envia ao Legislativo Projeto de Lei de sua iniciativa. Ex.: O Presidente da República no âmbito do executivo federal pode editar medida provisória com força de lei, está legislando, e legislar é competência precípua do poder legislativo. Da mesma forma os outros Poderes também executam funções atípicas de administrar, quando, por exemplo, o Judiciário e o Legislativo adquirem bens ou contratam serviços para atender suas necessidades. • ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA É pacífico entre os autores que a expressão “Administração Pública” pode ser observada e analisada sob vários aspectos diante das inúmeras tarefas e atividades por ela desempenhadas • ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – SENTIDO OBJETIVO Qual a diferença entre Administração (Maiúscula) e administração (minúscula)? Consiste na própria atividade administrativa exercida pelo Estado por seus órgãos e agentes, caracterizando, portanto, a função administrativa e que deve ser escrita com letra MINÚSCULA – “administração pública” • ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – SENTIDO SUBJETIVO No sentido SUBJETIVO, trata-se da vontade, da manifestação exprimida por um sujeito, dessa forma, como todo nome próprio, deve ser escrito em letra maiúscula. Considera-se aqui o SUJEITO (elemento subjetivo) da função administrativa na execução das atividades administrativas através do conjunto de seus agentes, 3 órgãos e pessoas jurídicas que tenham a incumbência de executar as inúmeras atividades administrativas e neste caso, deverá ser escrito com letra MAIÚSCULA – “Administração Pública” • MACETE: o nome do SUJEITO se escreve com letra MAIÚSCULA. • ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO AMPLO Em sentido amplo representa a vontade do chefe do executivo eleito. Abrange o exercício da FUNÇÃO POLÍTICA e da FUNÇÃO ADMINISTRATIVA, estando ambas as atividades subordinadas à lei, abrangendo os órgãos de governo que exercem função política e também os órgãos e pessoas jurídicas que exercem função meramente administrativa. • ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO ESTRITO Em sentido estrito representa a atividade em si, o exercício da administração pública, atividade fim. Só inclui os ÓRGÃOS e PESSOAS JURÍDICAS que exercem função meramente administrativa, de execução dos programas de governo. (Vicente Paulo/Marcelo Alexandrino). DIREITO ADMINISTRATIVO - CONCEITO: Muitos são os conceitos encontrados nos autores modernos de Direito Administrativo, vejamos alguns deles: 01- “É o conjunto de normas jurídicas de DIREITO PÚBLICO que disciplinam as atividades administrativas sob o REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO necessárias à realização dos direitos fundamentais e a organização e o funcionamento das estruturas estatais e não estatais encarregadas de seu desempenho”. Prof. Marçal Justen Filho 4 Obs.: Regras de direito privado não tratam de direito administrativo. Obs.: Regime jurídico administrativo é uma regra de direito público. 02- “É o conjunto de normas e princípios de DIREITO PÚBLICO que, visando sempre o interesse público, sob o REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO, regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre este (Estado) e as coletividades a que devem servir”. Prof. José dos Santos Carvalho Filho – “Carvalhinho”. Quem são os administrados? São a eles que os atos administrativos são direcionados. São todos aqueles que estão em uma relação jurídica com a administração pública. Ex.: Condutor que estaciona em local proibido, a administração pública por meio de seu agente impõe uma multa, aqui o condutor é o administrado. 03- “É o conjunto de princípios e normas que, sob a Constituição, têm por objeto a organização e o exercício de atividades do Estado destinadas à satisfação concreta e imediata dos interesses públicos, mediante atos jurídicos tipificados pela auto executoriedade, de caráter provisório, posto que sujeitos ao controle jurisdicional (judicial) de legalidade”. Prof. Fernando Andrade de Oliveira. 04- “É o ramo do DIREITO PÚBLICO que disciplina a função administrativa, bem como pessoas e órgãos que a exercem”. Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello. 05- “E o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e imediatamente os fins desejados pelo Estado”. Prof. Hely Lopes Meirelles. ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO: A organização administrativa da União pode ser: 5 ADMINISTRAÇÃO DIRETA: Conceito: É o conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas, aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma CENTRALIZADA, das atividades administrativas do Estado. Resumindo: A Administração Pública é ao mesmo tempo a titular e a executora do serviço público, a própria administração tem o direito e exerce a atividade pública. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: Conceito: É o conjunto de pessoas administrativas que, VINCULADAS À ADMINISTRAÇÃO DIRETA tem o objetivo de desempenhar as atividades administrativas de forma DESCENTRALIZADA. Obs.: Não é subordinada a administração direta, e não há hierarquia. • DESCENTRALIZAÇÃO A União ou ente político desempenha alguma de suas funções por meio de outra pessoa jurídica, ou seja, são duas pessoas jurídicas distintas que possuem PERSONALIDADE JURÍDICA. Ocorrerá por: • OUTORGA = transfere-se a TITULARIDADE e a EXECUÇÃO pela LEI, normalmente por PRAZO INDETERMINADO (ex.: Administração Indireta) • DELEGAÇÃO = transfere-se mediante CONTRATO ou ATO UNILATERAL somente a EXECUÇÃO, por PRAZO DETERMINADO (ex.: contrato com uma concessionária). 6 Obs.: Na DESCENTRALIZAÇÃO não há HIERARQUIA entre o Ente Centralizado (Poder Executivo) e o Descentralizado, há apenas VINCULAÇÃO entre eles. • DESCONCENTRAÇÃO Ato interno da administração direta. a) Reorganização interna, dentro da mesma pessoa jurídica (redistribuição interna de competências) criando-se ÓRGÃOS (que não possuem PERSONALIDADE JURÍDICA) para a execução daquela atividade administrativa. Ex.: Ministérios A criação de um ministério está inserida no que a doutrina chama de Desconcentração Materialou Temática: é a distribuição de competências mediante especialização de cada órgão em determinado assunto. Questão: Pode se afirmar que a desconcentração tem como finalidade atender o principio constitucional da eficiência? R.: Sim. Finalidade de melhora na prestação do serviço. Obs.: Na DESCONCENTRAÇÃO os ÓRGÃOS que desempenham as atividades estão subordinados à HIERARQUIA. Ex.: Chefe do executivo cria Ministério, esse Ministério é subordinado ao Presidente. ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: Constituição Federal – Art. 37, XIX: • “Somente por lei específica poderá ser criada AUTARQUIA e autorizada a instituição (criação) de EMPRESA PÚBLICA, de SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA e de FUNDAÇÃO, cabendo à lei complementar, neste último caso (no caso das FUNDAÇÕES), definir as áreas de sua atuação”. 7 Obs.: Quem encaminha o projeto de lei para a criação é a Administração Direta, através do Chefe do Executivo. Só nasce se a adm. direta quiser. • É composta pelos seguintes entes: 01- AUTARQUIA: Exerce atividade típica de Estado. • Conceito: Pessoa jurídica de DIREITO PÚBLICO, integrante da Administração indireta e CRIADA POR LEI para exercer funções que não tenham caráter econômico e que sejam próprias e típicas do Estado. Ex: INSS, INCRA, BANCO CENTRAL, IBAMA, etc. • Características: a) Pessoa jurídica de DIREITO PÚBLICO; b) Criadas por Lei (é a Lei quem cria, nasce junto com a lei); c) Pertencem à Administração Indireta; d) Patrimônio e receita próprios; e) Sua manutenção econômica tem recursos oriundos do orçamento do ente federativo a que pertence (União, Estados, Distrito Federal e Municípios). f) Executam atividades típicas de Estado; g) Não tem caráter econômico. 01.1- AUTARQUIAS ESPECIAIS: • São as Agências Autárquicas REGULADORAS e EXECUTIVAS criadas a partir do processo de DESESTATIZAÇÃO (Estado se afasta das suas atividades pela descentralização). 8 • Conceito: A essas autarquias reguladoras foi atribuída a função principal de controlar a prestação de serviços públicos e o exercício de atividades econômicas em razão do processo de DESESTATIZAÇÃO (pode ocorrer pela privatização ou pela transferência apenas da atividade como ocorre com os contratos de concessão ou permissão de serviços públicos). Exemplos: ANATEL, ANEEL, ANVISA, ANP, etc. • Tem as seguintes prerrogativas: a) Poder TÉCNICO NORMATIVO; b) Aqui ocorre o que a doutrina tem chamado de DESLEGALIZAÇÃO ou DELIGIFICAÇÃO ou REGULAÇÃO. Esse tema gerou enorme discussão doutrinária, haja vista que o PODER REGULAMENTAR da Lei está previsto no Art. 84, IV da CF como sendo PRIVATIVO do Presidente da República através de DECRETO. Por isso a doutrina chama de Poder de REGULAÇÃO e não de REGULAMENTAÇÃO para não confundir um conceito com o outro. c) AUTONOMIA DECISÓRIA; Não é subordinado, possui autonomia de decisão. É cabível recurso hierárquico (dentro da agência). d) INDEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA; Autoadministração. e) AUTONOMIA ECONÔMICO-FINANCEIRA; f) O pessoal pode ser contratado como estatutário ou trabalhista (celetista ou empregado público). Obs.: Ingresso por concurso público tanto o contratado como estatutário quanto o trabalhista, esse último é chamado de empregado público fazendo analogia ao empregado da iniciativa privada. O celetista (empregado público) não tem estágio probatório, como é exigido no cargo efetivo. 02- EMPRESA PÚBLICA: 9 • Conceito: Pessoa jurídica de DIREITO PRIVADO, integrantes da Administração indireta, para o exercício de atividades gerais de caráter econômico. Ex.: EBCT, BNDES, CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, etc. Obs.: Por exercerem atividade de caráter econômico não podem ser de direito público, visto que se mostraria em concorrência desleal com as empresas privadas. • Características: a) Capital 100% público; b) Criada por autorização legal (CUIDADO – a Lei NÃO cria, ela autoriza a criação); c) Explora atividade econômica; d) Podem prestar serviços públicos; e) Servidores trabalhistas, celetistas ou empregados públicos. (Prestam concurso público). 03- SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA • Conceito: Pessoa jurídica de DIREITO PRIVADO, integrantes da Administração indireta, sob forma de sociedade anônima (S/A). Obs.: Na Empresa Pública o capital é 100% público, na Soc. de economia mista a maior parte do capital é pública, portanto, a outra parte qualquer pessoa pode comprar. Ex.: BANCO DO BRASIL S/A, PETROBRÁS S/A, etc. • Características: a) Criadas por autorização legal (CUIDADO – a Lei NÃO cria, ela autoriza a criação); b) Tem forma de Sociedade Anônima; c) O controle acionário pertence ao Poder Público; 10 d) Explora atividades econômicas; e) Podem prestar serviços públicos; f) Servidores trabalhistas, celetistas ou empregados públicos. 04- FUNDAÇÕES Existe uma discussão doutrinária acerca das Fundações: Majoritariamente existem 02 (duas) espécies de Fundações Públicas: • FUNDAÇÃO PÚBLICA de direito PÚBLICO; Quando exerce atividade típica de estado, age sobre regime jurídico administrativo • FUNDAÇÃO PÚBLICA de direito PRIVADO; De acordo com a jurisprudência do STF: “Nem toda Fundação instituída pelo Poder Público é Fundação de Direito Privado. As Fundações instituídas pelo Poder Público, que assumem a gestão de serviço estatal e se submetem a regime administrativo previsto, nos Estados-membros, por leis estaduais, são Fundações de direito Público, e, portanto, pessoas jurídicas de direito público. Tais fundações são espécies do gênero Autarquia, aplicando-se a elas a vedação a que alude a CF”. São as chamadas “FUNDAÇÕES AUTÁRQUICAS” ou “AUTARQUIAS FUNDACIONAIS”. DISTINÇÃO ENTRE FUNDAÇÃO DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO: • 01-Fundação Pública de Direito PÚBLICO: São criadas por Lei, igual às Autarquias, por isso são chamadas de Fundações Autárquicas; é pessoa jurídica de direito público. Seus recursos têm previsão no orçamento da pessoa federativa e por isso são mantidas por verba pública; Não tem caráter econômico; Exercem atividade típica e exclusiva de Estado. Ex.: Fundação Casa em São Paulo. 11 • 02-Fundação Pública de Direito PRIVADO: São criadas por autorização da Lei (CUIDADO – a Lei NÃO cria, ela autoriza a criação); São mantidas com as rendas dos serviços prestados e outras rendas, além das doações oriundas de terceiros, ou para alguns autores, poderão ser mantidas total ou parcialmente com recursos públicos (há discussão doutrinária); Exercem atividades não exclusivas de Estado, tais como saúde, educação, pesquisa, assistência social, cultura, etc. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: (L.I.M. P.E) - ARTIGO 37 CAPUT - CF: LEGALIDADE Tem definição no artigo 5º, inciso II da CF: “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de Lei”. • Conceito: O particular pode fazer tudo o que a Lei não proíbe, vigorando o princípio da autonomia da vontade, enquanto a Administração Pública somente pode fazer o que a Lei autoriza. PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE Tem definição no artigo 5º caput da CF: “Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:” Obs.: Emborao texto preveja que apenas brasileiros e estrangeiros residentes do país, a interpretação deve ser extensiva a todos residentes ou não no país. 12 • Conceito: A Administração Pública deverá atuar com impessoalidade, ou seja, sem favorecimentos ou perseguição. Ex.: artigo 37, § 1º CF: “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”. Obs.: Nas obras públicas não podem vir com o nome do Prefeito, nem a propaganda pessoal, pois viola a impessoalidade. PRINCÍPIO DA MORALIDADE • Conceito: O Administrador deve agir com boa-fé, sinceridade, probidade, lealdade e ética na Administração Pública. Tem respaldo jurídico no artigo 5º, LXXIII CF (Ação Popular): é um remédio constitucional que qualquer cidadão pode utilizar para impugnar ato que viole a moralidade. “Qualquer cidadão é parte legítima para propor Ação Popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa ...”. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE Direito de transparência. • Conceito: A Administração Pública num Estado Democrático de Direito deve tornar público seus atos, dando com isso transparência. Obs.: Essa transparência também é valida para a remuneração e subsídios dos Magistrados segundo o STF. Ex.: publicação no Diário Oficial; Direito de Petição (art. 5º, XXXIV, “a” - CF); Obs.: Jornal “Hora do Brasil” informa noticias sobre o Congresso Nacional, ou seja, atos praticados pelo Poder Público. 13 Para o STF não é exercício do princípio da publicidade. PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA • Conceito: Incluída pela EC 19/98, determina que a Administração Pública preste serviços públicos de qualidade; podemos dizer que é a “qualidade do serviço prestado”. Ex.: Artigo 5º, LXXVIII CF: “A todos no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação”. OUTROS PRINCÍPIOS RECONHECIDOS E APLICADOS À ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: Doutrina: Interpretação da Lei dada pelos doutrinadores. Jurisprudência: Interpretação da Lei dada pelos Tribunais Superiores. Na prova é essa que prevalece. PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO • Conceito: É a prerrogativa que tem a Administração Pública de sobrepor o interesse público em detrimento do interesse particular. Ex.: desapropriação. Obs.: Se a desapropriação for por interesse público, necessidade pública ou interesse social, deve ter indenização justa, prévia e em dinheiro. PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO • Conceito: Os bens e interesses públicos pertencem à coletividade por isso devem ser geridos e conservados porque a coletividade é a verdadeira titular dos direitos e interesses públicos. • Os bens públicos, como regra, são inalienáveis, apenas podendo ser alienados na forma que a Lei estabelecer • IMPORTANTE: 14 • O regime jurídico-administrativo brasileiro está fundamentado em dois princípios dos quais todos os demais decorrem, a saber: • Princípio da Supremacia do Interesse Público Sobre o Privado • Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público. • De acordo com o Professor Celso Antônio Bandeira de Mello os PRINCÍPIOS MAGNOS (Indisponibilidade e Supremacia) da Administração Pública e cujos quais se derivam todos os demais princípios denominando-os de SUPERPRINCIPIOS ou SUPRAPRINCIPIOS são: a) Indisponibilidade do Interesse Público b) Supremacia do Interesse Público sobre o Privado. • De acordo com a Professora Maria Sylvia Di Pietro os PRINCÍPIOS BASILARES são: a) Legalidade b) Supremacia do Interesse Público Sobre o Privado. • O regime jurídico administrativo é dotado de PRERROGATIVAS (direitos) e SUJEIÇÕES (deveres): • PRERROGATIVAS porque confere benefícios à atuação administrativa na busca da sua finalidade, qual seja, o bem comum; • SUJEIÇÕES porque a atuação administrativa deve observar os direitos fundamentais. Deve ser garantido a ampla defesa e contraditório, por ser direito constitucional. PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA Prerrogativa que a Administração tem em corrigir a ilegalidade daquilo que ela mesma errou. 15 Quando o ato é ilegal, será anulado; O ato legal, mas inconveniente, é revogado. • Conceito: É a prerrogativa que tem a Administração Pública de anular seus atos quando eivados de vício. A Administração tem o poder e o dever de anular os atos ilegais. • SÚMULA 346 STF: “A Administração pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”. • SÚMULA 473 STF: “A Administração pode anular seus próprios atos quando eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”; PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA • Conceito: As relações jurídicas não podem permanecer eternamente instáveis, por isso deverá haver um prazo para que se estabilizem as relações jurídicas. • Ex.: Lei 9784/99: “No processo Administrativo Federal, a Administração tem o direito de anular os atos administrativos que tenham irradiado efeitos favoráveis ao destinatário decaem em 05 (cinco) anos, salvo comprovada má-fé” • Art. 37º, § 5º CF: “A Lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízo ao erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento”. PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS • Conceito: Os serviços públicos buscam atender aos reclamos dos indivíduos em determinados setores sociais que correspondem muitas vezes necessidades inadiáveis, por esse motivo não podem ser interrompidos. • Ex.: art. 9º, § 1º, CF: “A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade”. 16 PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE OU PROPORCIONALIDADE • Conceito: Constituem instrumentos de controle dos atos estatais abusivos, seja qual for a natureza. Os atos produzidos pela Administração devem ser pautados por parâmetros razoáveis de modo a impor limitação à discricionariedade administrativa, pois uma decisão administrativa pode estar prevista em lei, porém não ser proporcional e nem razoável; Obs.: Aqui não se discute a legalidade do ato e sim a proporcionalidade e razoabilidade. PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE (GENERALIDADE) • Os serviços devem estar disponíveis a todos os indivíduos em determinados setores sociais que correspondem muitas vezes necessidades inadiáveis. PRINCÍPIO DA MODICIDADE DAS TARIFAS Preço módico: Acessível a todos. • As tarifas devem ser cobradas em valores (módicos) que facilitem o acesso ao serviço posto à disposição do usuário. • Lei 8.987/94: “Art. 6º - Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato”; • “§1º - Serviço adequado é o que satisfaz as condições (dos PRINCÍPIOS) de REGULARIDADE, CONTINUIDADE, EFICIÊNCIA, SEGURANÇA, ATUALIDADE, GENERALIDADE, CORTESIA NA SUA PRESTAÇÃO E MODICIDADE DAS TARIFAS”.
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