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RESUMO - ADMINISTRATIVO - AULA 01 - Prof Geovan Omena

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 INSPETOR DA POLICIA CIVIL - RJ 
 
 Disciplina: Administrativo 
 Aula: 01 
 Ementa: Estado, Adm. Publica Direta, Adm. Publica Indireta, Princípios 
Constitucionais e Princípios Adotados e Aplicados ao Direito 
Administrativo. 
 
• ESTADO 
 
Quem exerce a Administração Pública é o Estado. 
ESTADO É um ente personalizado, ou seja, tem personalidade jurídica, (obs.: 
diferentemente dos órgãos públicos que não possuem personalidade jurídica, 
não pode ser autor ou réu em processos) apresentando-se exteriormente nas 
relações internacionais e internamente como pessoa jurídica de direito público, 
capaz de adquirir direitos e contrair obrigações na ordem jurídica. 
De acordo com o Novo Código Civil o Estado internamente faz-se representar 
pelos entes federativos, quais são, União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios. 
 
Obs.: Não se esquecer do DF que adquire as competências dos Estados e dos 
Municípios. 
 
• PODERES DO ESTADO 
 
• A Constituição Federal determina no artigo 2º: “São Poderes da União, 
independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o Judiciário”. 
 
PODER EXECUTIVO 
 
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 Detém a função precípua, principal de ADMINISTRAR, embora desempenhe 
algumas funções atípicas como legislar, quando edita Medida Provisória ou 
envia ao Legislativo Projeto de Lei de sua iniciativa. 
 
Ex.: O Presidente da República no âmbito do executivo federal pode editar 
medida provisória com força de lei, está legislando, e legislar é competência 
precípua do poder legislativo. 
 
 Da mesma forma os outros Poderes também executam funções atípicas de 
administrar, quando, por exemplo, o Judiciário e o Legislativo adquirem bens 
ou contratam serviços para atender suas necessidades. 
 
 
• ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA 
É pacífico entre os autores que a expressão “Administração Pública” pode ser 
observada e analisada sob vários aspectos diante das inúmeras tarefas e 
atividades por ela desempenhadas 
 
• ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – SENTIDO OBJETIVO 
Qual a diferença entre Administração (Maiúscula) e administração (minúscula)? 
 
Consiste na própria atividade administrativa exercida pelo Estado por seus 
órgãos e agentes, caracterizando, portanto, a função administrativa e que deve 
ser escrita com letra MINÚSCULA – “administração pública” 
 
• ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA – SENTIDO SUBJETIVO 
 
No sentido SUBJETIVO, trata-se da vontade, da manifestação exprimida por 
um sujeito, dessa forma, como todo nome próprio, deve ser escrito em letra 
maiúscula. 
 
Considera-se aqui o SUJEITO (elemento subjetivo) da função administrativa na 
execução das atividades administrativas através do conjunto de seus agentes, 
 
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órgãos e pessoas jurídicas que tenham a incumbência de executar as inúmeras 
atividades administrativas e neste caso, deverá ser escrito com letra 
MAIÚSCULA – “Administração Pública” • MACETE: o nome do SUJEITO se 
escreve com letra MAIÚSCULA. 
 
• ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO AMPLO 
 
Em sentido amplo representa a vontade do chefe do executivo eleito. 
 
 Abrange o exercício da FUNÇÃO POLÍTICA e da FUNÇÃO 
ADMINISTRATIVA, estando ambas as atividades subordinadas à lei, 
abrangendo os órgãos de governo que exercem função política e também os 
órgãos e pessoas jurídicas que exercem função meramente administrativa. 
 
• ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM SENTIDO ESTRITO 
 
Em sentido estrito representa a atividade em si, o exercício da administração 
pública, atividade fim. 
 
Só inclui os ÓRGÃOS e PESSOAS JURÍDICAS que exercem função 
meramente administrativa, de execução dos programas de governo. (Vicente 
Paulo/Marcelo Alexandrino). 
 
 DIREITO ADMINISTRATIVO - CONCEITO: 
Muitos são os conceitos encontrados nos autores modernos de Direito 
Administrativo, vejamos alguns deles: 
 
 01- “É o conjunto de normas jurídicas de DIREITO PÚBLICO que disciplinam 
as atividades administrativas sob o REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO 
necessárias à realização dos direitos fundamentais e a organização e o 
funcionamento das estruturas estatais e não estatais encarregadas de seu 
desempenho”. Prof. Marçal Justen Filho 
 
 
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Obs.: Regras de direito privado não tratam de direito administrativo. 
Obs.: Regime jurídico administrativo é uma regra de direito público. 
 
 02- “É o conjunto de normas e princípios de DIREITO PÚBLICO que, visando 
sempre o interesse público, sob o REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO, 
regem as relações jurídicas entre as pessoas e órgãos do Estado e entre este 
(Estado) e as coletividades a que devem servir”. Prof. José dos Santos 
Carvalho Filho – “Carvalhinho”. 
 
Quem são os administrados? 
São a eles que os atos administrativos são direcionados. São todos aqueles 
que estão em uma relação jurídica com a administração pública. 
Ex.: Condutor que estaciona em local proibido, a administração pública por 
meio de seu agente impõe uma multa, aqui o condutor é o administrado. 
 
 03- “É o conjunto de princípios e normas que, sob a Constituição, têm por 
objeto a organização e o exercício de atividades do Estado destinadas à 
satisfação concreta e imediata dos interesses públicos, mediante atos jurídicos 
tipificados pela auto executoriedade, de caráter provisório, posto que sujeitos 
ao controle jurisdicional (judicial) de legalidade”. Prof. Fernando Andrade de 
Oliveira. 
 
 04- “É o ramo do DIREITO PÚBLICO que disciplina a função administrativa, 
bem como pessoas e órgãos que a exercem”. Prof. Celso Antônio Bandeira de 
Mello. 
 
 05- “E o conjunto harmônico de princípios jurídicos que regem os órgãos, os 
agentes e as atividades públicas tendentes a realizar concreta, direta e 
imediatamente os fins desejados pelo Estado”. Prof. Hely Lopes Meirelles. 
 
 ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA DA UNIÃO: 
A organização administrativa da União pode ser: 
 
 
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 ADMINISTRAÇÃO DIRETA: 
 
 Conceito: É o conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas, aos 
quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma CENTRALIZADA, 
das atividades administrativas do Estado. 
 
Resumindo: A Administração Pública é ao mesmo tempo a titular e a executora 
do serviço público, a própria administração tem o direito e exerce a atividade 
pública. 
 
 ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: 
 
Conceito: É o conjunto de pessoas administrativas que, VINCULADAS À 
ADMINISTRAÇÃO DIRETA tem o objetivo de desempenhar as atividades 
administrativas de forma DESCENTRALIZADA. 
 
Obs.: Não é subordinada a administração direta, e não há hierarquia. 
 
• DESCENTRALIZAÇÃO 
A União ou ente político desempenha alguma de suas funções por meio de 
outra pessoa jurídica, ou seja, são duas pessoas jurídicas distintas que 
possuem PERSONALIDADE JURÍDICA. 
Ocorrerá por: 
 
• OUTORGA = transfere-se a TITULARIDADE e a EXECUÇÃO pela LEI, 
normalmente por PRAZO INDETERMINADO (ex.: Administração Indireta) 
 
• DELEGAÇÃO = transfere-se mediante CONTRATO ou ATO UNILATERAL 
somente a EXECUÇÃO, por PRAZO DETERMINADO (ex.: contrato com uma 
concessionária). 
 
 
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Obs.: Na DESCENTRALIZAÇÃO não há HIERARQUIA entre o Ente 
Centralizado (Poder Executivo) e o Descentralizado, há apenas VINCULAÇÃO 
entre eles. 
 
• DESCONCENTRAÇÃO 
 
Ato interno da administração direta. 
 
a) Reorganização interna, dentro da mesma pessoa jurídica (redistribuição 
interna de competências) criando-se ÓRGÃOS (que não possuem 
PERSONALIDADE JURÍDICA) para a execução daquela atividade 
administrativa. Ex.: Ministérios 
 
A criação de um ministério está inserida no que a doutrina chama de 
Desconcentração Materialou Temática: é a distribuição de competências 
mediante especialização de cada órgão em determinado assunto. 
 
Questão: Pode se afirmar que a desconcentração tem como finalidade atender 
o principio constitucional da eficiência? 
R.: Sim. Finalidade de melhora na prestação do serviço. 
 
Obs.: Na DESCONCENTRAÇÃO os ÓRGÃOS que desempenham as 
atividades estão subordinados à HIERARQUIA. 
 
Ex.: Chefe do executivo cria Ministério, esse Ministério é subordinado ao 
Presidente. 
 
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA: 
 Constituição Federal – Art. 37, XIX: • “Somente por lei específica poderá ser 
criada AUTARQUIA e autorizada a instituição (criação) de EMPRESA 
PÚBLICA, de SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA e de FUNDAÇÃO, cabendo 
à lei complementar, neste último caso (no caso das FUNDAÇÕES), definir as 
áreas de sua atuação”. 
 
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Obs.: Quem encaminha o projeto de lei para a criação é a Administração 
Direta, através do Chefe do Executivo. Só nasce se a adm. direta quiser. 
 
• É composta pelos seguintes entes: 
 
 01- AUTARQUIA: 
Exerce atividade típica de Estado. 
 
• Conceito: Pessoa jurídica de DIREITO PÚBLICO, integrante da Administração 
indireta e CRIADA POR LEI para exercer funções que não tenham caráter 
econômico e que sejam próprias e típicas do Estado. Ex: INSS, INCRA, 
BANCO CENTRAL, IBAMA, etc. 
 
• Características: 
 
a) Pessoa jurídica de DIREITO PÚBLICO; 
b) Criadas por Lei (é a Lei quem cria, nasce junto com a lei); 
c) Pertencem à Administração Indireta; 
d) Patrimônio e receita próprios; 
e) Sua manutenção econômica tem recursos oriundos do orçamento do 
ente federativo a que pertence (União, Estados, Distrito Federal e 
Municípios). 
f) Executam atividades típicas de Estado; 
g) Não tem caráter econômico. 
 
 
 01.1- AUTARQUIAS ESPECIAIS: 
• São as Agências Autárquicas REGULADORAS e EXECUTIVAS criadas a 
partir do processo de DESESTATIZAÇÃO (Estado se afasta das suas 
atividades pela descentralização). 
 
 
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• Conceito: A essas autarquias reguladoras foi atribuída a função principal de 
controlar a prestação de serviços públicos e o exercício de atividades 
econômicas em razão do processo de DESESTATIZAÇÃO (pode ocorrer pela 
privatização ou pela transferência apenas da atividade como ocorre com os 
contratos de concessão ou permissão de serviços públicos). 
Exemplos: ANATEL, ANEEL, ANVISA, ANP, etc. 
 
• Tem as seguintes prerrogativas: 
a) Poder TÉCNICO NORMATIVO; 
b) Aqui ocorre o que a doutrina tem chamado de DESLEGALIZAÇÃO ou 
DELIGIFICAÇÃO ou REGULAÇÃO. Esse tema gerou enorme discussão 
doutrinária, haja vista que o PODER REGULAMENTAR da Lei está 
previsto no Art. 84, IV da CF como sendo PRIVATIVO do Presidente da 
República através de DECRETO. Por isso a doutrina chama de Poder 
de REGULAÇÃO e não de REGULAMENTAÇÃO para não confundir um 
conceito com o outro. 
 
c) AUTONOMIA DECISÓRIA; Não é subordinado, possui autonomia de 
decisão. É cabível recurso hierárquico (dentro da agência). 
 
d) INDEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA; Autoadministração. 
 
e) AUTONOMIA ECONÔMICO-FINANCEIRA; 
f) O pessoal pode ser contratado como estatutário ou trabalhista (celetista 
ou empregado público). 
 
Obs.: Ingresso por concurso público tanto o contratado como estatutário quanto 
o trabalhista, esse último é chamado de empregado público fazendo analogia 
ao empregado da iniciativa privada. 
O celetista (empregado público) não tem estágio probatório, como é exigido no 
cargo efetivo. 
 
 02- EMPRESA PÚBLICA: 
 
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• Conceito: Pessoa jurídica de DIREITO PRIVADO, integrantes da 
Administração indireta, para o exercício de atividades gerais de caráter 
econômico. 
Ex.: EBCT, BNDES, CAIXA ECONÔMICA FEDERAL, etc. 
 
Obs.: Por exercerem atividade de caráter econômico não podem ser de direito 
público, visto que se mostraria em concorrência desleal com as empresas 
privadas. 
 
• Características: 
 
a) Capital 100% público; 
b) Criada por autorização legal (CUIDADO – a Lei NÃO cria, ela autoriza a 
criação); 
c) Explora atividade econômica; 
d) Podem prestar serviços públicos; 
e) Servidores trabalhistas, celetistas ou empregados públicos. (Prestam 
concurso público). 
 
 03- SOCIEDADE DE ECONOMIA MISTA 
• Conceito: Pessoa jurídica de DIREITO PRIVADO, integrantes da 
Administração indireta, sob forma de sociedade anônima (S/A). 
 
Obs.: Na Empresa Pública o capital é 100% público, na Soc. de economia 
mista a maior parte do capital é pública, portanto, a outra parte qualquer 
pessoa pode comprar. 
Ex.: BANCO DO BRASIL S/A, PETROBRÁS S/A, etc. 
 
• Características: 
a) Criadas por autorização legal (CUIDADO – a Lei NÃO cria, ela autoriza a 
criação); 
b) Tem forma de Sociedade Anônima; 
c) O controle acionário pertence ao Poder Público; 
 
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d) Explora atividades econômicas; 
e) Podem prestar serviços públicos; 
f) Servidores trabalhistas, celetistas ou empregados públicos. 
 
 04- FUNDAÇÕES 
Existe uma discussão doutrinária acerca das Fundações: 
Majoritariamente existem 02 (duas) espécies de Fundações Públicas: 
 
• FUNDAÇÃO PÚBLICA de direito PÚBLICO; Quando exerce atividade típica 
de estado, age sobre regime jurídico administrativo 
• FUNDAÇÃO PÚBLICA de direito PRIVADO; 
 
De acordo com a jurisprudência do STF: “Nem toda Fundação instituída pelo 
Poder Público é Fundação de Direito Privado. As Fundações instituídas pelo 
Poder Público, que assumem a gestão de serviço estatal e se submetem a 
regime administrativo previsto, nos Estados-membros, por leis estaduais, são 
Fundações de direito Público, e, portanto, pessoas jurídicas de direito público. 
Tais fundações são espécies do gênero Autarquia, aplicando-se a elas a 
vedação a que alude a CF”. São as chamadas “FUNDAÇÕES AUTÁRQUICAS” 
ou “AUTARQUIAS FUNDACIONAIS”. 
 
 
DISTINÇÃO ENTRE FUNDAÇÃO DE DIREITO PÚBLICO E PRIVADO: 
 
• 01-Fundação Pública de Direito PÚBLICO: 
 São criadas por Lei, igual às Autarquias, por isso são chamadas de 
Fundações Autárquicas; é pessoa jurídica de direito público. 
 Seus recursos têm previsão no orçamento da pessoa federativa e por 
isso são mantidas por verba pública; 
 Não tem caráter econômico; 
 Exercem atividade típica e exclusiva de Estado. 
Ex.: Fundação Casa em São Paulo. 
 
 
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• 02-Fundação Pública de Direito PRIVADO: 
 São criadas por autorização da Lei (CUIDADO – a Lei NÃO cria, ela 
autoriza a criação); 
 São mantidas com as rendas dos serviços prestados e outras rendas, 
além das doações oriundas de terceiros, ou para alguns autores, 
poderão ser mantidas total ou parcialmente com recursos públicos (há 
discussão doutrinária); 
 Exercem atividades não exclusivas de Estado, tais como saúde, 
educação, pesquisa, assistência social, cultura, etc. 
 
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: (L.I.M. 
P.E) - ARTIGO 37 CAPUT - CF: 
 
 LEGALIDADE 
 Tem definição no artigo 5º, inciso II da CF: 
 “Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão 
em virtude de Lei”. 
 
• Conceito: O particular pode fazer tudo o que a Lei não proíbe, vigorando o 
princípio da autonomia da vontade, enquanto a Administração Pública somente 
pode fazer o que a Lei autoriza. 
 
 
 PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE 
 Tem definição no artigo 5º caput da CF: 
 “Todos são iguais perante a Lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e 
à propriedade, nos termos seguintes:” 
 
Obs.: Emborao texto preveja que apenas brasileiros e estrangeiros residentes 
do país, a interpretação deve ser extensiva a todos residentes ou não no país. 
 
 
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• Conceito: A Administração Pública deverá atuar com impessoalidade, ou seja, 
sem favorecimentos ou perseguição. 
Ex.: artigo 37, § 1º CF: “A publicidade dos atos, programas, obras, serviços e 
campanhas dos órgãos públicos deverá ter caráter educativo, informativo ou de 
orientação social, dela não podendo constar nomes, símbolos ou imagens que 
caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos”. 
 
Obs.: Nas obras públicas não podem vir com o nome do Prefeito, nem a 
propaganda pessoal, pois viola a impessoalidade. 
 
 PRINCÍPIO DA MORALIDADE 
• Conceito: O Administrador deve agir com boa-fé, sinceridade, probidade, 
lealdade e ética na Administração Pública. 
 Tem respaldo jurídico no artigo 5º, LXXIII CF (Ação Popular): é um 
remédio constitucional que qualquer cidadão pode utilizar para impugnar 
ato que viole a moralidade. 
 “Qualquer cidadão é parte legítima para propor Ação Popular que vise 
anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado 
participe, à moralidade administrativa ...”. 
 
 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE 
 
Direito de transparência. 
• Conceito: A Administração Pública num Estado Democrático de Direito deve 
tornar público seus atos, dando com isso transparência. 
Obs.: Essa transparência também é valida para a remuneração e subsídios dos 
Magistrados segundo o STF. 
 
Ex.: publicação no Diário Oficial; 
 Direito de Petição (art. 5º, XXXIV, “a” - CF); 
 
Obs.: Jornal “Hora do Brasil” informa noticias sobre o Congresso Nacional, ou 
seja, atos praticados pelo Poder Público. 
 
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Para o STF não é exercício do princípio da publicidade. 
 
 PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA 
• Conceito: Incluída pela EC 19/98, determina que a Administração Pública 
preste serviços públicos de qualidade; podemos dizer que é a “qualidade do 
serviço prestado”. 
Ex.: Artigo 5º, LXXVIII CF: “A todos no âmbito judicial e administrativo, são 
assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam a 
celeridade de sua tramitação”. 
 
OUTROS PRINCÍPIOS RECONHECIDOS E APLICADOS À 
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: 
 
Doutrina: Interpretação da Lei dada pelos doutrinadores. 
Jurisprudência: Interpretação da Lei dada pelos Tribunais Superiores. Na prova 
é essa que prevalece. 
 
 PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO 
• Conceito: É a prerrogativa que tem a Administração Pública de sobrepor o 
interesse público em detrimento do interesse particular. Ex.: desapropriação. 
 
Obs.: Se a desapropriação for por interesse público, necessidade pública ou 
interesse social, deve ter indenização justa, prévia e em dinheiro. 
 
 PRINCÍPIO DA INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO 
• Conceito: Os bens e interesses públicos pertencem à coletividade por isso 
devem ser geridos e conservados porque a coletividade é a verdadeira titular 
dos direitos e interesses públicos. 
• Os bens públicos, como regra, são inalienáveis, apenas podendo ser 
alienados na forma que a Lei estabelecer 
 
• IMPORTANTE: 
 
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• O regime jurídico-administrativo brasileiro está fundamentado em dois 
princípios dos quais todos os demais decorrem, a saber: 
• Princípio da Supremacia do Interesse Público Sobre o Privado 
• Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público. 
 
• De acordo com o Professor Celso Antônio Bandeira de Mello os PRINCÍPIOS 
MAGNOS (Indisponibilidade e Supremacia) da Administração Pública e cujos 
quais se derivam todos os demais princípios denominando-os de 
SUPERPRINCIPIOS ou SUPRAPRINCIPIOS são: 
 
a) Indisponibilidade do Interesse Público 
b) Supremacia do Interesse Público sobre o Privado. 
 
• De acordo com a Professora Maria Sylvia Di Pietro os PRINCÍPIOS 
BASILARES são: 
 
a) Legalidade 
b) Supremacia do Interesse Público Sobre o Privado. 
 
• O regime jurídico administrativo é dotado de PRERROGATIVAS (direitos) e 
SUJEIÇÕES (deveres): 
 
• PRERROGATIVAS porque confere benefícios à atuação administrativa na 
busca da sua finalidade, qual seja, o bem comum; 
 
• SUJEIÇÕES porque a atuação administrativa deve observar os direitos 
fundamentais. Deve ser garantido a ampla defesa e contraditório, por ser direito 
constitucional. 
 
 PRINCÍPIO DA AUTOTUTELA 
 
Prerrogativa que a Administração tem em corrigir a ilegalidade daquilo que ela 
mesma errou. 
 
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Quando o ato é ilegal, será anulado; 
O ato legal, mas inconveniente, é revogado. 
 
• Conceito: É a prerrogativa que tem a Administração Pública de anular seus 
atos quando eivados de vício. A Administração tem o poder e o dever de anular 
os atos ilegais. 
 
• SÚMULA 346 STF: “A Administração pode declarar a nulidade dos seus 
próprios atos”. 
• SÚMULA 473 STF: “A Administração pode anular seus próprios atos quando 
eivados de vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; 
ou revogá-los, por motivo de conveniência e oportunidade, respeitados os 
direitos adquiridos e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial”; 
 
 PRINCÍPIO DA SEGURANÇA JURÍDICA 
• Conceito: As relações jurídicas não podem permanecer eternamente 
instáveis, por isso deverá haver um prazo para que se estabilizem as relações 
jurídicas. 
 
• Ex.: Lei 9784/99: “No processo Administrativo Federal, a Administração tem o 
direito de anular os atos administrativos que tenham irradiado efeitos favoráveis 
ao destinatário decaem em 05 (cinco) anos, salvo comprovada má-fé” 
 
• Art. 37º, § 5º CF: “A Lei estabelecerá os prazos de prescrição para ilícitos 
praticados por qualquer agente, servidor ou não, que causem prejuízo ao 
erário, ressalvadas as respectivas ações de ressarcimento”. 
 
 PRINCÍPIO DA CONTINUIDADE DOS SERVIÇOS PÚBLICOS 
• Conceito: Os serviços públicos buscam atender aos reclamos dos indivíduos 
em determinados setores sociais que correspondem muitas vezes 
necessidades inadiáveis, por esse motivo não podem ser interrompidos. 
• Ex.: art. 9º, § 1º, CF: “A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e 
disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade”. 
 
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 PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE OU PROPORCIONALIDADE 
• Conceito: Constituem instrumentos de controle dos atos estatais abusivos, 
seja qual for a natureza. Os atos produzidos pela Administração devem ser 
pautados por parâmetros razoáveis de modo a impor limitação à 
discricionariedade administrativa, pois uma decisão administrativa pode estar 
prevista em lei, porém não ser proporcional e nem razoável; 
 
Obs.: Aqui não se discute a legalidade do ato e sim a proporcionalidade e 
razoabilidade. 
 
 PRINCÍPIO DA UNIVERSALIDADE (GENERALIDADE) 
• Os serviços devem estar disponíveis a todos os indivíduos em determinados 
setores sociais que correspondem muitas vezes necessidades inadiáveis. 
 
 PRINCÍPIO DA MODICIDADE DAS TARIFAS 
 
Preço módico: Acessível a todos. 
 
• As tarifas devem ser cobradas em valores (módicos) que facilitem o acesso 
ao serviço posto à disposição do usuário. 
• Lei 8.987/94: “Art. 6º - Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação 
de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, conforme 
estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo contrato”; 
• “§1º - Serviço adequado é o que satisfaz as condições (dos PRINCÍPIOS) de 
REGULARIDADE, CONTINUIDADE, EFICIÊNCIA, SEGURANÇA, 
ATUALIDADE, GENERALIDADE, CORTESIA NA SUA PRESTAÇÃO E 
MODICIDADE DAS TARIFAS”.

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