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SMARTPOL | Carreiras Policiais SMARTPOL | Um método inteligente de ensino 1 Mó duló I Biólógia Citologia Célula é a unidade microscópica estrutural e funcional dos seres vivos, constituída fundamentalmente de material genético, citoplasma e membrana plasmática. A microscopia eletrônica demonstrou que existem fundamentalmente duas classes de células: as procariontes, cujo DNA não é separado do citoplasma por uma membrana, e as eucariontes, com um núcleo bem individualizado e delimitado pelo envoltório nuclear. Como o edital de Papiloscopista da PF de 2018 foi específico para células eucariontes, o foco do estudo será nesse tipo celular. Células Eucariontes As células eucariontes apresentam duas regiões bem delimitadas: o citoplasma e o núcleo. Entre esses locais existe um trânsito de substâncias, nos dois sentidos, de forma que há interação entre o núcleo e o citoplasma. O citoplasma é envolvido pela membrana plasmática, e o núcleo, pelo envoltório nuclear chamado carioteca. Comparada à célula procariótica, as células eucariontes são maiores e mais complexas. Os eucariontes possuem proteínas aderidas ao material genético (histonas), além de diversas organelas que não constituem as células procariontes, com exceção dos ribossomos. MEMBRANA PLASMÁTICA A membrana plasmática é a estrutura responsável por isolar o meio extracelular do meio intracelular, e está presente em todas as células. Estudos bioquímicos demonstraram que os componentes mais abundantes nas membranas são os fosfolipídeos, especificamente ligados a glicerol ou esfingosina (glicerofosfolipídios e esfingolipídios). A membrana plasmática encontrada em células animais e vegetais também diferem uma da outra, mas de modo geral ambas obedecem ao modelo do MOSAICO FLUIDO (Singer & Nicholson). Esse modelo descreve a membrana plasmática com fosfolipídios, proteínas integrais e periféricas, além de glicocálice. A presença de colesterol em células animais difere da membrana das células procarióticas, enquanto fungos apresentam o ergosterol e plantas, fitosterol. Basicamente a presença de colesterol nas células animais tem como função o suporte relacionado à fluidez de membrana. O raciocínio é simples: quando há uma molécula de colesterol entre os fosfolipídios, isso dificulta a sedimentação e solidificação da membrana, tornando-a mais fluida. FLUIDO E TRANSPORTE CELULAR Cerca de 60% do corpo humano é fluido. Desses 60%, cerca de um terço se encontra fora das células e circula por todo o corpo, o qual carrega vários íons e substâncias que banham os tecidos. Por esse motivo, muitas vezes o fluido extracelular presente internamente ao organismo humano é chamado de meio interno. SMARTPOL | Carreiras Policiais SMARTPOL | Um método inteligente de ensino 2 A capacidade de uma membrana ser atravessada por algumas substâncias e não por outras define sua permeabilidade. Em uma solução, encontram-se o solvente (meio líquido dispersante) e o soluto (partícula dissolvida). A passagem aleatória de partículas sempre ocorre de um local de maior concentração para outro de concentração menor (a favor do gradiente de concentração). Isso se dá até que a distribuição das partículas seja uniforme. A partir do momento em que o equi líbrio for atingido, as trocas de substâncias entre dois meios tornam-se proporcionais. A passagem de substâncias através das membranas celulares envolve vários mecanismos, entre os quais é possível citar: A DIFUSÃO SIMPLES é meio de transporte mais simples da célula, em que moléculas pequenas, não-polares e lipossolúveis se difundem livremente através da bicamada lipídica constituinte da membrana plasmática. Essas moléculas podem ser o O2, CO2, NO, esteróides, glicerol, ácidos graxos, entre outras moléculas enquadradas nesse sistema. As moléculas grandes, não lipossolúveis ou com presença de cargas elétricas, não conseguem se difundir através dessa membrana plasmática. É o caso de glicose, aminoácidos, íons, nucleotídeos, entre outros. ATENÇÃO! A Difusão Simples é um meio de transporte coordenado pelo gradiente de concentração, no qual o SOLUTO vai do meio MAIS concentrado para o meio MENOS concentrado. A DIFUSÃO FACILITADA se assemelha ao padrão de funcionamento da difusão simples, isto é, ocorre em virtude do gradiente de concentração, do mais concentrado para o menos concentrado. Entretanto, a diferença é que a difusão facilitada utiliza proteínas carreadoras, que dependendo do meio pode se apresentar fechadas ou abertas. As proteínas carreadoras são aquelas inseridas na bicamada lipídica (proteínas integrais) que fornecem um caminho passivo, isto é, sem custo energético, para que as moléculas se movimentem através da membrana. Esse tipo de transporte ocorre com solutos de alto peso molecular, com carga elétrica e não lipossolúveis, como é o caso da glicose, íons, água, entre outros. A principal função da difusão facilitada é controlar o potencial elétrico das membranas, uma vez que a passagem de moléculas se dá de maneira rápida o suficiente para gerar um potencial de membrana que produzirá efeitos fisiológicos importantes, como o impulso elétrico. Cada proteína carreadora possui uma estrutura química e conformacional diferente, isto agrega seletividade ao canal transportador. O TRANSPORTE ATIVO é o transporte de substâncias contra seu gradiente de concentração. Esse fato requer o gasto de energia, ATP, e proteínas integrais especiais, conhecidas como bombas. Há duas formas de transporte ativo: transporte ativo primário e transporte ativo secundário. O transporte ativo primário exige o uso direto de ATP para acionar a bomba. Um dos exemplos mais importantes de transporte ativo primário é a bomba Na+/K+, que concentra Na+ no fluido extracelular e K+ no fluido intracelular. O transporte ativo secundário é orientado por um gradiente de concentração iônica estabelecido por um sistema de transporte ativo primário. ATENÇÃO! A distribuição de Cl– pela membrana é orientada passivamente pelo potencial de membrana estabelecido, de forma que o Cl– esteja concentrado no meio EXTRACELULAR! Diferenças entre o Fluido Intracelular e Extracelular FLUIDO EXTRACELULAR Íons sódio, cloreto, bicarbonato e nutrientes (ácidos graxos, aminoácidos etc) FLUIDO INTRACELULAR Íons potássio, magnésio e fosfato, além de peptídeos, proteínas e enzimas citoplasmáticas TRANSPORTE Ativo Bombas Passivo - Difusão Simples -Difusão Facilitada -Osmose SMARTPOL | Carreiras Policiais SMARTPOL | Um método inteligente de ensino 3 A fisiologia apresenta uma segunda classificação quanto à direção e quantidade de solutos transportados por transporte ativo ou passivo, sendo eles: UNIPORTADORES (óu transpórtadóres unipórte): transpórtam um u nicó tipó de substrató, seguindó ó gradiente de cóncentraça ó. Um exempló dissó e a próteí na de transpórte para a glicóse (carreadór GLUT); ANTIPORTADORES (óu transpórtadóres antipórtes): fazem a translócaça ó de dóis tipós de substratós diferentes em direça ó ópóstas, usandó ó gradiente de cóncentraça ó de um deles para impulsiónar ó óutró cóntra ó gradiente de cóncentraça ó. Um exempló dissó e ó trócadór Na+/Ca2+, ó qual ó só dió entra na ce lula (a favór dó gradiente quí micó) e ó ca lció sai da ce lula (cóntra ó gradiente quí micó); SIMPORTADORES (óu transpórtadóres simpórte): fazem a translócaça ó de dóis substratós diferentes na mesma direça ó, usandó ó gradiente de cóncentraça ó de um deles para impulsiónar ó óutró cóntra ó seu gradiente quí micó. Um exempló dissó e ó carreadór Na+/Glicóse nó intestinó (carreadór SGLT1) ó qual deixa entrar só dió em funça ó dó gradiente quí micó, e impulsióna a entrada tambe m de glicóse (cóntra ó gradiente quí micó). Demonstração dos processos de difusão facilitada A água se movimenta livremente através da membrana, sempre do local de menor concentração de soluto para o de maior concentração. A pressão com a qual a água é forçadaa atravessar a membrana é conhecida por PRESSÃO OSMÓTICA. A OSMOSE NÃO é influenciada pela natureza do soluto, mas pelo número de partículas. Quando duas soluções contêm a mesma quantidade de partículas por unidade de volume, mesmo que não sejam do mesmo tipo, exercem a mesma pressão osmótica e são ISOTÔNICAS. Caso sejam separadas por uma membrana, haverá fluxo de água nos dois sentidos de modo proporcional. Quando se comparam soluções de concentrações diferentes, a que possui mais soluto e, portanto, maior pressão osmótica é chamada HIPERTÔNICA, e a de menor concentração de soluto e menor pressão osmótica é HIPOTÔNICA. Separadas por uma membrana, há maior fluxo de água da solução hipotônica para a hipertônica, até que as duas soluções se tornem isotônicas. A osmose pode provocar alterações de volume celular. Uma hemácia humana é isotônica em relação a uma solução de cloreto de sódio a 0,9% (solução fisiológica). Caso seja colocada em um meio com maior concentração, perde água e murcha. Se estiver em um meio mais diluído (crenação), absorve água por osmose e aumenta de volume, podendo romper (hemólise). SMARTPOL | Carreiras Policiais SMARTPOL | Um método inteligente de ensino 4 ENDOCITOSE E EXOCITOSE O processo compreendido por endocitose consiste na absorção de material (tais como: moléculas, pedaços de detritos e até outras células), tudo isso pela membrana celular, ou seja, é o transporte de substâncias do meio extracelular para o intracelular – de fora para dentro. Apesar de parecer ser um processo simples, a endocitose pode ocorrer de três formas: FAGOCITOSE e ó tipó de endócitóse em que ócórre quandó a ce lula absórve material na ó diluí dó, as partí culas maióres óu só lidas. Os gló bulós brancós, pór exempló, envólvem materiais estranhós e ó degradam ate que seja cónsideradó inófensivó. PINOCITOSE e ó nóme que se da aó prócessó que e bem parecidó cóm a fagócitóse. Nele existe uma diferença principal em relaça ó a fagócitóse: as partí culas a serem absórvidas sa ó menóres óu sa ó fluí dós, ja que ó meió de transpórte sa ó pequenas vesí culas na membrana. Pór ser um prócessó que gasta muita energia (e difí cil absórver substa ncias desse módó), cóstuma ser bem seletivó quantó a s substa ncias ingeridas. ENDOCITOSE MEDIADA POR RECEPTOR ócórre da fórma cómó ó seu pró prió nóme ja diz: cóm um mediadór, para auxiliar na absórça ó de substa ncias. O mediadór, nó casó, e um cónstituinte especí ficó da membrana, que acaba ligandó-se a substa ncia que sera ingerida. Este tipó de endócitóse e frequentemente utilizadó pelós ví rus, cómó ó perigósó HIV. A exócitóse é exatamente ó cóntrárió da endócitóse, já que é caracterizada pela “expulsãó” dessas substâncias absorvidas por meio da endocitose, depois que as mesmas sofreram alterações, para o meio extracelular. Quando um organismo é expulso por meio da exocitose, diz-se que ele fói “exócitadó”. Pór meió das vesículas, a exócitóse realiza a excreção e secreção das substâncias em três fases: migração, fusão e lançamento. 1. A migraça ó e a primeira fase da exócitóse, e nela que as substa ncias sa ó módificadas nó citóplasma, cómó primeiró passó para ser “expulsa” da ce lula. 2. A fusa ó e a segunda fase, quandó as tais substa ncias – agóra ja alteradas – va ó se misturandó cóm a membrana plasma tica, as vesí culas tambe m se fundem a membrana, facilitandó a passagem das substa ncias a serem excretadas. 3. Nó fim, tem-se ó lançamentó, a u ltima fase da exócitóse. Nesta, as substa ncias finalmente sa ó liberadas nó meió extracelular, tudó pór meió da vesí cula, que as libera para fóra da ce lula. A endocitose e a exocitose podem ser inversos, mas ambas são extremamente importantes para a defesa do nosso organismo, por exemplo, já que muitas substâncias estranhas são detectadas e logo eliminadas do nosso corpo por meio desses processos. Além de todo o aparato para a endocitose e exocitose, várias células do nosso corpo ainda tem capacidade de se locomover de um modo que facilite todos esses processos. É o caso do movimento ameboide dos macrófagos. O movimento ameboide ocorre em células de protozoários, como as amebas, e em células animais, como os macrófagos e leucócitos. Esse movimento consiste na formação de um pseudópode e estar intimamente relacionado com a fagocitose. Esse movimento, também importante para a locomoção celular, consiste na despolimerização dos microfilamentos do citoesqueleto, o que promove a alternância do plasma-gel (ectoplasma) em plasmassol (endoplasma), fenômeno conhecido como TIXOTROPISMO, formando um pseudópode. SMARTPOL | Carreiras Policiais SMARTPOL | Um método inteligente de ensino 5 Além das amebas, alguns leucócitos, células que fazem parte do sistema de defesa dos animais, também apresentam a capacidade de formar pseudópodes, o que auxilia na locomoção e na fagocitose de micro-organismos invasores. Para isso, essas células atravessam a parede dos vasos sanguíneos, com o auxílio dos pseudópodes, e alcançam o tecido infectado. A passagem dos leucócitos pela parede dos vasos sanguíneos recebe o nome especial de DIAPEDESE. Núcleo O envelope nuclear envolve o DNA e o isola dos outros meios. Esse envelope consiste em duas membranas concêntricas, penetradas por complexos de poro nuclear. Embora as membranas interna e externa sejam contínuas, elas mantêm composições proteicas distintas. A membrana interna contém proteínas internas de ancoragem da cromatina e para a lâmina nuclear, uma malha proteica que dá suporte estrutural a essa membrana. A membrana interna é circundada pela membrana externa, uma continuidade na membrana do Retículo Endoplasmático, a qual contém ribossomos aderidos. Esquema de um núcleo e seus componentes Como se deve imaginar, há um intenso tráfego de substâncias entre o núcleo e o citoplasma. Os complexos de poro nuclear (NPC) são os responsáveis por esse processo, constituídos de cerca de 30 nucleoporinas. Pequenas moléculas (5kD ou menos) difundem-se rapidamente entre os dois setores. Por outro lado, moléculas maiores que 5kD precisam ser transportadas. A maioria dos sinais de localização devem ser reconhecidos por receptores de importação nuclear, codificados por uma família de genes relacionados. Esses receptores de importação (importinas) são proteínas citosólicas solúveis que se ligam às fibrilas do NPC (ricas em fenilalanina e glicina), as quais auxiliam na entrada de substâncias no núcleo. A exportação acontece de modo semelhante, e utiliza sinais de exportação nuclear (exportinas). A importação de proteínas através do NPC concentra proteínas específicas no núcleo, aumentando, por consequência, a ordem na célula. Assim como as GTPases, a Ran é um mediador do transporte de substâncias entre o citosol e o núcleo que pode existir em dois estados conformacionais, dependendo se o GDP ou GTP está ligado. Esse gradiente das duas formas conformacionais de Ran dirige o transporte nuclear na direção apropriada. Enquanto o Ran-GDP se concentra no citosol, o Ran-GTP está mais localizado no núcleo. SMARTPOL | Carreiras Policiais SMARTPOL | Um método inteligente de ensino 6 Citoesqueleto O citoesqueleto constitui um conjunto de proteínas que, associadas a um grande número de proteínas colaboradoras, polimerizam estruturas fibrilares óu tubulares presentes nó citóplasma e nó interiór dó núcleó. Estas estruturas cómpõem ó “esqueletó” ce lular, cuja função, em parte, pode ser comparada às estruturas de ferro que sustentam os edifícios. O citoesqueleto contribui na organização do espaço interior da célula. Atua em praticamente todos os eventos intracelulares, como o deslocamento de vesículas e organelas, na manutenção da morfologia (forma) da célula e a alteração da mesma, participa dos eventos na divisão citoplasmática e nuclear, e naqueles nos quais a célula interage com o meio extracelular, como a endo e exocitose, e no deslocamento celular sobre osubstrato. Os três principais representantes do citoesqueleto são: os Microfilamentos, polimerizados pela proteína actina, os Microtúbulos, polimerizados por tubulina, e os Filamentos Intermediários, polimerizados por uma família de várias proteínas com ocorrência específica em cada tipo celular. Os FILAMENTOS DE ACTINA também são conhecidos por microfilamentos devido ao menor diâmetro (entre 6 e 8 nm) entre os componentes do citoesqueleto. Os microfilamentos são formados pela polimerização da proteína globular actina G. A associação dos monômeros de actina G formam dois protofilamentos polarizados dispostos de maneira paralela em uma dupla hélice e unidos por interações laterais não-covalentes. O filamento formado pela união de dois protofilamentos também é conhecido como actina F. A adição das subunidades monoméricas de actina G ocorre na extremidade mais (+), e a despolimerização, na extremidade menos (-). A polimerização da actina G nos filamentos depende de sua ligação com a molécula de ATP, ao passo que o desligamento das subunidades de actina G depende da hidrólise do ATP, formando ADP e fosfato inorgânico. Os filamentos de actina são responsáveis pela formação de projeções da membrana plasmática em processos de migração celular e fagocitose, além da estruturação das microvilosidades presentes em células epiteliais. A actina F também importante na determinação do formato celular e no processo de clivagem celular que ocorre durante a citocinese. O MICROTÚBULO é fórmadó pela pólimerizaçãó de próteínas glóbulares. Estas próteínas, denóminadas tubulinas α e β, fórmam ós heterodímero responsáveis pelo elongamento do filamento. Os microtúbulos, da mesma forma que a actina F, também apresentam uma estrutura polarizada, onde a adição das subunidades de tubulina ocorre na extremidade mais (+), e a dissociação destas subunidades, na extremidade menos (-). A adição do heterotrímero ao polímero é mediada pela ligação das subunidades de tubulina com o trifosfato de guanosina (GTP). Após a incorporação do heterotrímero no filamento, o GTP é hidrolisado em difosfato de guanosina (GDP), o que afeta a estabilidade do heterodímero no filamento e permite uma eventual separação do mesmo. Este processo é conhecido como instabilidade dinâmica, e é fundamental para todos os processos biológicos regulados pelos microtúbulos. Actina G e Actina F Polimerização e Despolimerização com envolvimento de ATP Estrutura projeção de membrana e microvilosidades SMARTPOL | Carreiras Policiais SMARTPOL | Um método inteligente de ensino 7 A nucleação e organização dos microtúbulos ocorrem em regiões especializadas no citoplasma, denominadas centros organizadores dos microtúbulos, e inclui os centrossomos, estrutura supramolecular composta por um par de centríolos e os corpúsculos basais. A próteína respónsável pela nucleaçãó dós micrótúbulós, nós centróssómós, é a tubulina γ. Sabe-se hoje que os microtúbulos estão envolvidos na formação do fuso mitótico, o qual pode ser inibido pela COLCHICINA. Os FILAMENTOS INTERMEDIÁRIOS possuem um diâmetro de cerca de 8 a 10 nm, situando-se entre os filamentos de actina e os microtúbulos. Os filamentos intermediários são formados por uma grande e diversa família de proteínas fibrosas, que são classificadas em 6 tipos diferentes de acordo com as homologias das sequências de DNA e resíduos de aminoácidos. Existem pelo menos 65 genes codificantes para proteínas que constituem os filamentos intermediários em humanos. As proteínas que formam os filamentos intermediários não apresentam sítios de ligação a nucleotídeos, como as proteínas relacionadas aos microfilamentos ou aos microtúbulos. São constituídos por diversas proteínas, entre elas a vimentina, laminina, desmina, queratina etc. Estes filamentos são importantes na sustentação e estruturação do envelope nuclear, na coesão entre células epiteliais (junções célula- célula) e na resistência mecânica contra estresses físicos. Tubulina α e β Polimerização e Despolimerização com envolvimento de GTP Estrutura centrossomos e FUso mitótico SMARTPOL | Carreiras Policiais SMARTPOL | Um método inteligente de ensino 8 Outro componente do citoesqueleto é o centríolo, formado por 9 trincas de microtúbulos e cuja função nas diferentes células vem sendo estudada e questionada, pois não estão presentes nas células dos vegetais superiores. Sabe-se que hoje que ele está envolvido na formação de flagelo e cílios. Apesar da grande importância atribuída aos elementos do citoesqueleto nas suas várias funções para as células eucarióticas, não é relacionada sua presença ou de similares no citoplasma dos procariontes, até o momento. Cílios e flagelos são estruturas filamentosas móveis, que se projetam para a superfície celular e se organizam de maneira peculiar em uma estrutura denominada axonema (constituído de dineínas). Os flagelos são geralmente longos e pouco numerosos, enquanto os cílios são curtos e ocorrem em grande número na célula. Organelas membranosas RETÍCULO ENDOPLASMÁTICO (RE) Todas as células eucariontes contém RE. Essa organela está organizada na forma de um labirinto que ocupa cerca de um terço do citoplasma celular. A porção interna separada do citoplasma é chamado de lúmen ou espaço cisternal. Essa organela tema a função de síntese de lipídeos e proteínas, servindo também como armazenamento de Ca2+. Para encontrar demandas funcionais diferentes, regiões diferentes de RE tornaram-se altamente especializados. É o caso do RE liso e rugoso. O RE liso tem especial função relacionada à biossíntese de lipídeos, principalmente em hepatócitos, na produção de lipoproteínas. Já o RE rugoso (assim chamado por possuir ribossomos aderidos à membrana) está intimamente relacionado à biossíntese de proteínas a partir de um RNAm trazido por transportadores citoplasmáticos. Conforme a proteína vai sendo formada no RE rugoso, ela vai se enovelando de acordo com a sequência de aminoácidos. As HSPs (hit shock protein) ou chaperonas estão diretamente relacionadas com esse processo e são encontradas tanto no RE rugoso quando no Complexo de Golgi. É muito comum serem produzidas proteínas glicosiladas, sendo que a porção de açúcar muitas vezes funciona como um sinalizador (oligossacarídeos). COMPLEXO DE GOLGI O aparelho de Golgi consiste em uma série de bolsas membranares acopladas chamadas cisternas. As proteínas recém-sintetizadas pelo RE rugoso são comumente enviadas ao aparato de Golgi para processamento, endereçamento e exocitose. A porção que recebe vesículas é chamada de CIS, enquanto a parte que envia as vesículas contendo substâncias químicas ou proteínas é a porção TRANS. O Complexo de Golgi está envolvido no processamento da proteína nativa do RE. Essa organela pode fosforilar proteínas, remover manose, adicionar galactose, sulfatar tirosinas, entre outras funções. Muito importante também é citar a função de montagem de macromoléculas, como proteoglicanas. ATENÇÃO! Essa organela é responsável pela formação de lisossomos, secreção da lamela média em plantas e formação do acrossoma no espermatozoide! LISOSSOMOS Os lisossomos são compartimentos vesiculares preenchidos de enzimas hidrolíticas que controlam a digestão intracelular. Todas as hidrolases ali contidas funcionam em pH ácido. Por isso em sua membrana é possível encontrar bombas de H+ (ATPases), as quais fornecem um pH entre 4,5 a 5,0. Os lisossomos estão diretamente envolvidos na destruição de micro-organismos ou moléculas orgânicas e inorgânicas. Sua porção interna rica em reativos de oxigênio e nitrogênio destroem grande parte das moléculas. Além disso, o fenômeno da autólise (destruição das células pelas próprias enzimas) e autofagia (digestão de organelas geralmente ociosas) tem envolvimento direto dessa organela. ATENÇÃO! Autólise e Apoptose são processos diferentes! Na autólise há envolvimento de dano celular enquanto na Apoptose, tudo é geneticamenteprogramado (envolvendo caspases e cálcio). Vimentina, Queratina, Laminina, Desmina... Polimerização e Despolimerização com envolvimento de GTP Junções, estruturação e organização celular SMARTPOL | Carreiras Policiais SMARTPOL | Um método inteligente de ensino 9 MITOCÔNDRIAS As mitocôndrias são as principais fontes de energia aeróbia da célula. Elas se apresentam como cilindros rígidos, com uma membrana externa e outra interna contendo invaginações. Além das duas membranas, as mitocôndrias possuem uma matriz contendo DNA e ribossomos, além de outras substâncias. Cerca de 1.000 proteínas são sintetizadas pelo núcleo celular e importadas pelas mitocôndrias por translocases de membrana interna (TIM) e externa (TOM). A membrana externa é rica em porinas que funcionam como filtros de moléculas de até 5kD, as quais entram no espaço intermembranas não adentrando completamente na matriz. Para isso é preciso ser selecionado por proteínas de difusão. A membrana interna também é rica em proteínas dos mais variados tipos, principalmente aquelas envolvidas na respiração celular. A presença de ATPases faz com que o pH encontrado no espaço intermembranas seja ácido por conta do bombeamento de prótons. HIPÓTESE ENDOSSIMBIÓTICA A evolução das células foi marcada por uma série de etapas ao longo da evolução. Primeiramente, surge os coacervados, que são grupamentos de moléculas surgidas a partir dos gases da atmosfera primitiva (gás carbônico, hidrogênio, amônia, metano e vapor de água). Sendo assim, os coacervados, em tese, se agruparam e formaram uma membrana que dividia o meio interno e o meio externo. Posteriormente surge a células procariontes. Acredita-se que algumas células procariontes criaram tantas divisões em sua membrana que acabaram originando as células eucariontes. Essas células, ao fagocitarem procariontes, criaram uma relação harmônica sem destruição da bactéria, originando assim as mitocôndrias. Organelas não membranosas RIBOSSOMOS Uma célula pode conter milhões de ribossomos no citoplasma. Essa organela é sintetizada no nucléolo a partir de RNAr, o qual é direcionado ao citoplasma e complexado com proteínas. Os ribossomos bacterianos contêm um peso molecular de 70S, sendo que a subunidade maior possui 50S e a menor 30S, além de 55 proteínas associadas (34 na subunidade maior e 21 na menor). O ribossomo eucariótico é mais complexo que o procariótico, constituindo-se de um peso total de 80S, com 60S na subunidade maior e 40 na menor. Associa-se a 82 proteínas, sendo aproximadamente 49 na subunidade maior e 33 na menor. SMARTPOL | Carreiras Policiais SMARTPOL | Um método inteligente de ensino 10 Quando as duas subunidades se juntam, é possível detectar três sítios de ligação ao RNAm e transportador: E (end), P (peptidil) e A (aminoacil). A função desses sítios está relacionada à síntese de proteínas, sendo que a junção das subunidades se dá somente na presença de RNAm. Resumo das funções das organelas ORGANELA FUNÇÃO CONSTITUIÇÃO Retículo Endoplasmático Rugoso Síntese de Proteínas (apresenta ribossomos aderidos) Bolsa com dupla camada de fosfolipídios Retículo Endoplasmático Liso Síntese de ácidos graxos, fosfolipídios, colesterol, esteroides etc Bolsa com dupla camada de fosfolipídios Complexo de Golgi Secreção e endereçamento celular Bolsa com dupla camada de fosfolipídios Lisossomos Digestão intracelular Dupla membrana fosfolipídica em formato circular Peroxissomos Oxidação de partículas (Peróxido de Hidrogênio) Dupla membrana fosfolipídica em formato circular Mitocôndrias Respiração Celular Possui uma membrana externa e outra interna SMARTPOL | Carreiras Policiais SMARTPOL | Um método inteligente de ensino 11 Cloroplastos Fotossíntese (apenas em vegetais) Bolsa com dupla camada de fosfolipídios Vacúolo Controle osmótico (vegetais e protozoários) Bolsa com dupla camada de fosfolipídios com líquido dentro Célula Vegetal Vs Célula Animal As células dos vegetais superiores (plantas) são eucariontes e assemelham-se, em sua estrutura básica, às células animais. As principais diferenças serão citadas a seguir: Presença de paredes. Ale m da membrana plasma tica, as ce lulas das plantas cónte m uma óu mais paredes rí gidas que lhes cónferem fórma cónstante e prótegem ó citóplasma principalmente cóntra agressó es meca nicas e a aça ó de parasitas. Presença de plastídios. Uma das principais caracterí sticas das ce lulas das plantas e a presença dós plastí diós, tambe m chamadós plastós, que sa ó órganelas maióres dó que as mitócó ndrias e, cómó elas, delimitadas pór duas unidades de membrana. Os plastí diós que na ó cónte m pigmentós sa ó chamadós leucóplastós. Os que cónte m pigmentós sa ó ós crómóplastós, dós quais ós mais frequentes sa ó ós clóróplastós, ricós em clórófila, principal pigmentó fótóssinte ticó. Vacúolos citoplasmáticos. As ce lulas das plantas cónte m, cóm freque ncia, vacu ólós citóplasma ticós muitó maióres dó que ós que existem nó citóplasma das ce lulas animais. Os vacu ólós das ce lulas vegetais pódem ócupar a maiór parte dó vólume celular, reduzindó-se ó citóplasma funciónal a uma delgada faixa na periferia da ce lula. Presença de amido. Aó cóntra rió das ce lulas eucarióntes animais, que utilizam ó pólissacarí deó glicóge nió cómó reserva energe tica, nas ce lulas das plantas ó pólissacarí deó de reserva e ó amidó. Presença de plasmodesmos. As ce lulas vegetais te m tubós cóm 20 a 40 nm de dia metró ligandó ce lulas adjacentes. Essas cónexó es sa ó chamadas plasmódesmós e estabelecem canais para ó tra nsitó de móle culas. As ce lulas animais na ó apresentam plasmódesmós; póre m, muitas se cómunicam pór meió das junçó es cómunicantes (gap), que sa ó mórfólógicamente muitó diferentes, mas apresentam semelhanças funciónais cóm ós plasmódesmós. Presença de centríolos. Os vegetais superióres na ó apresentam essa órganela. Sendó assim, enquantó em ce lulas animais a divisa ó e centrí peta, nós vegetais a divisa ó e centrí fuga, vistó que se inicia a partir da parede. Esquema de uma célula eucarionte animal (Fonte: Enciclopédia Britânica) Esquema de uma célula eucarionte vegetal (Fonte: Enciclopédia Britânica) Ciclo Celular As células surgem de células preexistentes, por intermédio do processo de divisão celular. Portanto, este processo é de fundamental importância para os diversos organismos existentes, que dependem deste fenômeno para sobreviverem. Uma célula, durante o seu ciclo vital, passa por dois estágios: a interfase e o período de divisão. Geralmente, a célula passa a maior parte de seu tempo em interfase, durante a qual não sofre alterações morfológicas, mas realiza a grande maioria das atividades biossintéticas e funcionais. No entanto, durante a divisão celular, ocorrem várias alterações morfológicas, envolvendo, principalmente, o núcleo e, consequentemente, os cromossomos. SMARTPOL | Carreiras Policiais SMARTPOL | Um método inteligente de ensino 12 Há dois tipos fundamentais de divisão celular: a mitose e a meiose. No processo de mitose, uma célula se divide, originando duas células- filhas exatamente iguais à célula inicial, quanto à qualidade e à quantidade de material genético existente. A mitose permite aos organismos pluricelulares crescerem por aumento do número de células e substituírem células mortas ou velhas. O processo de meiose se constitui em duas divisões, obtendo-se, como resultado final, quatro células que contêm exatamente a metade dos cromossomos existentes na célula-mãe. A meiose está sempre ligada à produção de células relacionadas à reprodução. É por meiose que, nos animais, se formam óvulos e espermatozoides. A meiose é ainda o processo responsável pela formação de esporos, estruturas reprodutoras de vegetais. INTERFASE Antes de estudar a divisão em si, é preciso caracterizar a interfase, período que representa, em média,mais de 90% do tempo do ciclo celular. Esse período antecede a divisão celular. A célula não está se dividindo, porém, não está em repouso. É um período de grande atividade metabólica no núcleo; é nessa fase que o DNA se duplica e que o RNA é sintetizado. A interfase divide-se em três períodos sucessivos: G1, S e G. Cada período se caracteriza por: INTERFASE G1 - Síntese de RNA e Proteínas S - Duplicação do DNA G2 - Síntese final de RNA e Proteínas Durante a interfase, o DNA que constitui o cromossomo se duplica. Cada "metade desse cromossomo duplo" chama-se cromátide. As cromátides estão presas uma à outra por uma região estreita, chamada centrômero, que terá uma função importante durante a divisão celular. As duas cromátides, sendo originadas por duplicação, podem ser chamadas de cromátides-irmãs e são idênticas nos seus detalhes. Cada uma dessas cromátides, no decorrer da divisão, vai se separar de sua irmã e irá para uma das células-filhas provenientes da divisão celular. Por convenção, uma vez separadas, as cromátides são chamadas cromossomos. MITOSE A mitose é o processo de divisão mais frequentemente encontrado nos organismos. Nos pluricelulares, o crescimento e a reparação dos tecidos ocorrem por meio de mitoses. Certas células altamente especializadas, como os neurônios (células nervosas), não sofrem mitoses. Por outro lado, certos tipos de células sofrem mitoses muito frequentes. É o caso das células da pele humana, das células das pontas de caules e raízes de vegetais e das células num embrião em desenvolvimento. Em organismos adultos, alguns tipos de células, em que a capacidade de divisão diminuiu, podem voltar a se dividir ativamente , caso estimuladas para isso; é, por exemplo, o caso das células ósseas, que, na ocorrência de fraturas, proliferam rapidamente. Comportamento do cromossomo no ciclo vital das células SMARTPOL | Carreiras Policiais SMARTPOL | Um método inteligente de ensino 13 Em um organismo animal, as células do corpo que não estejam ligadas à reprodução (células somáticas) somente se dividem, quando for o caso, por mitose. PRÓFASE Nesta etapa ocorrem os seguintes eventos: Os centrí ólós, que ja se haviam duplicadó, afastam-se, gradativamente, ate chegarem aós pólós da ce lula. Em tórnó deles aparecem fibras que cónstituem ó a ster. Entre ós centrí ólós que se afastam aparecem as fibras dó fusó mitó ticó. Tantó as fibras dó a ster cómó as dó fusó sa ó, na realidade, micrótu bulós dó citóesqueletó. Ocórrem dóis tipós de fibras: as fibras cóntí nuas, que va ó de centrí óló a centrí óló, e as fibras crómóssó micas, nas quais va ó se prender ós crómóssómós; O nucle óló fica cada vez menós visí vel e acaba pór desaparecer; sabemós que ele se desintegra, sendó seu material (RNA ribóssó micó – RNAr) distribuí dó pela ce lula, para fórmar nóvós ribóssómós; O nu cleó aumenta de vólume; pór fim, a membrana nuclear se rómpe; Durante tódós ós eventós, ós crómóssómós sófrem um prócessó de espiralizaça ó crescente; cada crómóssómó e cónstituí dó pór duas cróma tides, que se tórnam visí veis. Pór fim, ós crómóssómós se prendem a s fibras dó fusó pela regia ó de seu centró meró. METÁFASE Os cromossomos atingem seu grau máximo de condensação. Eles se colocam no plano equatorial da célula, formando a chamada placa equatorial. Essa é a melhor fase para o estudo dos cromossomos, pois eles encontram-se bem espiralizados, individualizados e situados no meio da célula. É nessa fase que se faz o cariótipo para estudos cromossômicos. ATENÇÃO! A colchicina é um inibidor da polimerização das fibras do fuso. ANÁFASE Devido ao encurtamento das fibras do fuso, as cromátides-irmãs migram cada uma em direção a uma extremidade, nos polos da célula, constituindo os cromossomos-filhos. SMARTPOL | Carreiras Policiais SMARTPOL | Um método inteligente de ensino 14 TELÓFASE Agora, os dois conjuntos cromossômicos chegaram cada um a um dos polos. Os cromossomos desespiralizam-se gradativamente e reconstituem-se duas novas cariotecas. Novos nucléolos são produzidos por um cromossomo especial, chamado organizador do nucléolo (NOR). A membrana plasmática se invagina, formando um sulco. Terminou a cariocinese (divisão dos núcleos) e começa agora a citocinese (divisão do citoplasma), com a distribuição mais ou menos equitativa dos orgânulos entre as células-filhas. No fim da mitose, formam-se duas células-filhas. O núcleo de cada uma contém 2n cromossomos, que não são mais visíveis, já que as células voltaram ao estado de interfase. MEIOSE Em determinado momento do desenvolvimento do organismo pluricelular, um grupo de células diplóides se diferencia e dá origem a uma linhagem celular especial, denominada linhagem germinativa (do latim germen, semente, rudimento de um novo ser). As células germinativas realizam, ao final de seu desenvolvimento, meiose, um processo de divisão em que o número de cromossomos é reduzido à metade nas células-filhas. A meiose é, portanto, um processo reducional de divisão celular, e representa um mecanismo fundamental e indissociável do cic lo de reprodução sexuada, pois impede que o número de cromossomos dobre quando ocorre o encontro dos gametas na fecundação. Outro fenômeno importante que ocorre durante a meiose é a recombinação gênica, que possibilita o aumento da variabilidade das características hereditárias entre os indivíduos da mesma espécie. A meiose compreende duas divisões sucessivas: a primeira delas, uma divisão reducional, pela qual uma célula diplóide origina duas células haploides (com redução do número de cromossomos) e a outra, uma divisão equacional (semelhante à mitose), em que cada uma das células haploides resultantes da primeira divisão origina duas outras, porém, com o mesmo número de cromossomos. A meiose consta de duas divisões celulares (divisão I e II). Cada uma delas é subdividida nas mesmas fases da mitose, sendo que a prófase I difere da prófase da mitose e da prófase II da meiose por estar dividida em cinco subfases. PRÓFASE I Prófase I é a fase mais longa da meiose, sendo subdividida em cinco subfases. É nessa fase que ocorre um importante evento, denominado de crossing-over, fundamental mecanismo para determinar a variabilidade genética dos seres vivos. – Leptóteno: os cromossomos, devido à sua espiralização, ficam visíveis. Apesar de duplicados desde a interfase, aparecem ainda como filamentos simples, bem individualizados. SMARTPOL | Carreiras Policiais SMARTPOL | Um método inteligente de ensino 15 – Zigóteno: os cromossomos homólogos se atraem, emparelhando-se. Esse pareamento é conhecido como sinapse e ocorre ponto por ponto do cromossomo. O pareamento de cromossomos homólogos não ocorre na mitose. - Paquíteno: aqui, cada cromossomo aparece constituído por duas cromátides. Os dois homólogos pareados mostram, então, quatro filamentos, cujo conjunto chama-se tétrade ou bivalente. Nesta fase podem ocorrer quebras em regiões correspondentes das cromátides homólogas; em seguida, os pedaços quebrados soldam-se em posição trocada. Esse fenômeno é chamado crossing-over ou permuta. O crossing-over aumenta a variabilidade genética das células formadas. - Diplóteno: os homólogos se afastam, permanecendo em contato em alguns pontos chamados quiasmas. Os quiasmas representam as regiões em que houve a troca de pedaços. SMARTPOL | Carreiras Policiais SMARTPOL | Um método inteligente de ensino 16 - Diacinese: os pares de homólogos estão praticamente separados. Os quiasmas "deslizam" para as extremidades dos cromossomos. Aumenta ainda mais a espiralização dos cromossomos. METÁFASE I Na metáfase I, as fibras do fuso já estão formadas (desde a prófase I). Os pares de cromossomos homólogos se organizam no plano equatorial da célula. Os centrômeros dos cromossomos homólogos se ligam a fibras que emergem de centríolos opostos. Assim, cada componente do par serápuxado em direção oposta. ANÁFASE I Na anáfase I não ocorre divisão dos centrômeros; cada componente do par de homólogos migra em direção a um dos polos, por encurtamento das fibras do fuso. Ocorre, portanto, separação dos cromossomos homólogos. SMARTPOL | Carreiras Policiais SMARTPOL | Um método inteligente de ensino 17 TELÓFASE I Na telófase I a carioteca se reorganiza; os cromossomos se desespiralizam. Às vezes, no entanto, isso não ocorre e os cromossomos sofrem diretamente a segunda divisão meiótica. O citoplasma sofre divisão. MEIOSE II Na meiose II ocorrem os mesmos eventos pertencentes à mitose, a única diferença é que no final da divisão se formará uma estrutura denominada tétrade, as quais possuem apenas um haplótipo n. REFERÊNCIAS 1) Alberts et al. Biologia Molecular da Célula, ArtMed, 5ª Edição, 2010. 2) Junqueira & Carneiro. Biologia Celular e Molecular, Guanabara Koogan, 9ª Edição, 2012. 3) Amabis & Martho. Biologia das células, dos organismos e das populações, Moderna, 2ª Edição, Volumes 1, 2 e 3, 2009.