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1- TOXICOLOGIA NA HISTÓRIA

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TOXICOLOGIA
CONCEITO
É a ciência que estuda os efeitos nocivos decorrentes das interações de substâncias químicas com o organismo
Vem do grego: Toxikon = venenos das flechas
Elementos Básicos:
Agente Químico (AQ) Sistema Biológico (SB) Efeito (E)
TOXICOLOGIA NA HISTÓRIA
Há milênios o homem reconhece consequências danosas ou benéficas no uso de determinadas substâncias. Ao manipular ou ingerir substâncias de origem animal, vegetal ou mineral o ser humano foi aprendendo, às custas de muito sofrimento e mortes, que algumas delas eram úteis como, medicamentos ou alimentos ou, ao contrário, produziam doenças ou causavam a morte, dependendo das quantidades e forma de uso.
IDADE ANTIGA
Egito: ideia divina do veneno
Ebers papyrus (1500 a. C.): Informações sobre receitas de morte a base de ópio, Pb, Cu, venenos de animais... (Metais e venenos)
Grécia: ideia médica legal
Sócrates (470 - 399 a. C.): condenado a morte com cicuta;
Hipócrates (460 - 364 a. C.): Relação venenos x Toxicologia clínica;
Teophrastus (370 - 287 a. C.): Livro “Plantarum” (referência à plantas tóxicas);
Nicandro (204 - 135 a. C.): Poemas sobre venenos e antídotos: Theric e Alexiph
Dioscorides (40 - 90 a. C.): Classificação de venenos (desenhos e descrições) e uso de eméticos em intoxicações.
Mitridates (120 - 63 a. C.): experimentos de intoxicação aguda (escravos);Antídoto = Mithridaticum (gordura de víbora + enxofre) (teste de antídotos)
IDADE ANTIGA
Roma: ideia criminal, política
Sulla (82 a. C.): Lex Cornelia, para punir envenenadores;
Nero (37- 68 d. C.): usou veneno para matar Britanicus (seu meio-irmão).
Egito Antigo:
Cleópatra (30 a. C.):
Envenenamento de escravos
Suicídio coquetel: papoulas, cicuta e acônito
IDADE MÉDIA (FASE CRIMINAL)
Envenenamentos profissionais
Itália: Toffana: cosméticos a base de As, Pb e beladona.
França: - Marquesa de Brinvilliers: testava suas misturas venenosas principalmente em crianças. Envenenou pai e irmãos. Testes em pacientes em leitos de hospitais.
Catherine Deshayes: envenenadora profissional na corte de Luís XIV (morte de mais de 2000 crianças).
Instalação da comissão judicial denominada Chambre Ardente para punir envenenadores → Luís XIV.
RENASCENÇA
Paracelso (1493 - 1541): ideia médica e científica
Experimentação para o conhecimento dos AT ( Agente tóxicos).
Diferenças entre propriedades terapêuticas e tóxicas às vezes distinguíveis apenas pela dose;
Avaliação das propriedades terapêuticas x ação tóxica.
Paracelso, brilhante médico e químico renascentista, disse, há cerca de 400 anos:
 "Todas as substâncias são tóxicas. Não há uma que não seja veneno. A dose correta é que diferencia um veneno de um remédio". Levando-se em conta este enunciado, podemos dizer que todas as substâncias podem produzir algum tipo de efeito adverso, quando em interação com o organismo humano.
Há registros das observações de Lucrécio (100 a.c.) sobre morte precoce dos mineiros, expostos a poeiras minerais.
Plínio, no início da era cristã, após visitar galerias de minas descreveu suas impressões sobre os trabalhadores expostos ao chumbo, ao mercúrio e a poeiras de toda espécie. Os trabalhadores procuravam minimizar a inalação de poeiras com o uso de bexigas naturais de carneiro no rosto, como se fossem máscaras contra poeiras.
Em 1567...
Paracelso associou certas doenças com determinadas atividades em que havia exposição a determinadas substâncias, como o chumbo, por exemplo.
Em 1700
o médico Bernardino Ramazzini, em seu clássico livro As doenças dos Trabalhadores fez descrições de doenças associadas a 54 atividades de trabalho diferentes. Um pequeno parágrafo:
Capítulo II – Doenças dos Douradores:
... Ninguém desconhece o lamentável dano que o mercúrio causa aos ourives, ocupados, geralmente, em dourar objetos de prata ou de bronze. É preciso amalgamar e depois volatilizar o mercúrio no fogo, não podendo os operários virar o rosto para evitarem a absorção dos vapores venenosos e, assim, rapidamente, sofrem vertigens, tornam-se asmáticos, ficam paralíticos e tomam um aspecto cadavérico. Poucos envelhecem nesse ofício, e, os que não sucumbem em pouco tempo, caem num estado tão calamitoso que é preferível desejar-lhes a morte. Tremem o pescoço e as mãos, perdem a dentadura, bambeiam suas pernas...
IDADE MODERNA/COMTEPORÂNEA
Revolução industrial (1775): doenças profissionais.
Orfila (1787 - 1853) - Pai da Toxicologia: Escreve “Traité de Toxicologie”.
 -Toxicologia passa a ser considerada ciência separada da farmacologia.
 -Toxicologia forense-autopsia e exames químicos de amostras biológicas.
Análise toxicológica: Marsh (1836), Reinsh (1841), Frezenius e Babo (1846).
Estudos de mecanismos de ação: estricnina, Cobalto (CO) etc.
Bernard (1813-1878) :Toxicidade de substâncias e órgãos alvo
Ehrlich (1854 - 1915): Estudo da toxicodinâmica e farmacodinâmica .Teoria dos receptores.
IDADE MODERNA/COMTEPORÂNEA
1ª guerra mundial. Gás mostarda
2ª guerra mundial. Auschwitz → Zyklon-B (HCN, N e Cl)
APÓS 2° GUERRA MUNDIAL
Grande desenvolvimento da toxicologia:
Mecanismos de ação,
Novos antídotos,
Toxicologia preventiva e preditiva,
Toxicologia comportamental,
Imunotoxicologia,
Ecotoxicologia,
Padrões de segurança
ATUALMENTE
Sec.XX : Estudo da Sulfanilamida e talidomida.
Atualmente: Controle de substâncias e teste de toxicidade.

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