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TEORIA GERAL DO ESTADO Sobre a época de surgimento do Estado, tem inúmeras teorias mas podem ser reduzidas a 3 posições: a. O Estado sempre existiu Pois desde que o homem vive sobre a terra é integrado numa organização social, dotada de poder e com autoridade Princ. Autores: Edvard Meyer e Wilhelm Koppers a. O Estado foi construído p/ atender necessidades A sociedade humana existiu sem o Estado durante um certo período depois p/ motivos diversos houve sua criação a. Certos autores só admitem como Estado a sociedade política dotada de certas características bem definidas Karl Schmidt diz: o conceito de Estado não é válido p/ todos os tempos > é um conceito histórico que surge quando nasce a ideia de soberania Balladore Pallieri indica, precisamente, o ano de nascimento do Estado > mundo ocidental se organiza em Estados > 1648 - Assinada a paz de Westfália Antiguidade greco-romana: Preocupação com a res pública > filósofos em vigilância permanente sobre a eficácia e a ética dos governantes para com a sociedade; Grécia: Atenas e Esparta > diferenças profundas Roma: Experimentou várias formas de governo apesar disso, Roma sempre manteve as características básicas de cidade-estado. Povo participava da política > Noção de povo era restrita Preocupação com a melhoria da qualidade de vida da população Gregos: cidade-estado / Romanos: civitas Obras de Platão, Aristóteles e Cícero: traduzem essa preocupação Ainda não se chamava ciência política ou TGE Idade Média Cristianismo Feudalismo Invasões Bárbaras Ordem precária São Tomás de Aquino: Preocupação com a política, com uma carga teológica Marsílio de Pádua: obra > Defensor Pacis (1324) > propõe pela primeira vez, uma separação entre os negócios de estado e a igreja, com independência para ambos. Nicolau Maquiavel: Livro revolucionária > O príncipe (1513) > Manutenção do poder Modernidade Tratado de Paz da Westfália - 1648 - Fim da guerra dos 30 anos 2 teorias que procuram explicar a formação originária do Estado: 1) Formação Natural/espontânea e 2) Formação contratualista Contratualistas: Postulam um estado de relações humanas livre de qualquer ordem social estruturada, chamada de “estado de natureza”, anterior ao surgimento da sociedade civil. No estado de natureza (Jus naturalismo) não havia leis ou normas sociais, governos ou obrigações políticas entre governantes e governados. Em um determinado momento os homens sentem a necessidade de criar um acordo, um pacto social (contrato social), através do qual reconhecem uma autoridade (governante) um conjunto de regras e um regime político dando origem assim, a sociedade. > Transformação da estrutura anterior > no estado de natureza não havia leis ou normas sociais, governos ou obrigações políticas entre governantes e governados. Há uma divergência de ideias entre os contratualistas, mas o ponto em comum deles é a negação do impulso associativo natural com a afirmação de que só a vontade humana justifica a existência da sociedade Thomas Hobbes > primeiro sistematizador do contratualismo "O leviatã" > Contratualismo aparece claramente exposto; para ele, o homem no "estado de natureza" é uma ameaça e pra prevenir o perigo, o homem cria o contrato social. >O contrato depende de 1 poder visível - p/ estabelecer limites >Visão empirista > afirmar a experiência como única fonte verdadeira de que o homem era mau >P/ ele um mau governo é melhor que nenhum Jean Jacques Rousseau > influenciou diretamente a revolução francesa > livro: "O contrato social" (1762) - Afirma que a ordem social é um direito sagrado que serve de base a todos os outros e que esse direito não vem da natureza - posição semelhante a Montesquieu >Pai do nacionalismo moderno >contrato social é uma defesa clássica da forma democrática de governo >confiava na "vontade geral" de um povo - povo como soberano >afirmava que o homem no seu estado primitivo, era bondoso, e a sociedade surge pela sua vontade de viver harmoniosamente. >a filosofia de Rousseau é diametralmente oposta à de Hobbes e Spinoza. (P/ eles o estado natural primitivo era de guerra mútua. Para Rousseau o estado de natureza era de felicidade perfeita >defendia que a passagem do Estado Natural para o Estado Social é a garantia do exercício da liberdade de todos. O contrato social seria a garantia que as liberdades individuais não entrassem em choque entre si. > John Locke > Precursor do iluminismo >Participa da Revolução Inglesa em 1688 >Individualismo liberal >Ensaio sobre o governo civil >julgava que o homem, antes do estabelecimento do governo, vivia num estado natural, sem lutas e anarquias. >considerava fundamental a ideia da lei natural, uma norma objetiva, emanada de Deus, que a razão humana adaptava. >O Estado não cria a propriedade, mas reconhece - a e protege-a. > Montesquieu > acreditava que as leis naturais levavam o homem a escolher a vida em sociedade John Locke e Thomas Hobbes influenciaram os Iluministas Jean-Jacques Rousseau e Charles Montesquieu pela ideia do Direito Natural X Diferenças X Hobbes Locke Rousseau Contrato social e Estado Crença na eficácia da Razão na possibilida de Contrato social da Necessida de de Proteger a O homem não é livre Porque obedece as leis, De instituir relações Racionais entre os Homens; Estado todo poderoso, Soberano; deve preservar a vida Proprieda de privada. Estado que age apenas p/ corrigir os inconve- Nientes do Estado de natureza Mas as leis postas por Outros que estão acima Dele. Estado deve preservar a Liberdade civil Base metodológi ca Absolutista Liberalista Democrat a Natureza do homem Homem é mau e egoísta É bom e só faz guerra p/defende r a proprieda de Homem é bom mas a Sociedade o corrompe Delegação do Poder Imposta Espontâne a Espontân ea Max Weber (1864 - 1920) > considerava que o estado moderno apresenta as seguintes características: a) possui uma ordem administrativa e jurídica; b) é dotado de um aparato administrativo disciplinado por legislação específica; c) detém autoridade legal sobre as pessoas existentes e sobre os atos praticados em seu território; d) tem legitimidade para o emprego da força. Weber indica 3 hipóteses de poder legítimo 1. Tradicional 2. Carismático 3. Racional Poder legítimo é o poder consentido > se não for consentido se torna autoritário Alemanha - século XIX Gerber > "Fundamentos de um Sistema de Direito Político Alemão” (1865) *Influênciou G. Jellinek > quem criou a TGE como uma disciplina autônoma, tendo por objeto o conhecimento do Estado Karl Marx e Engels > Obra "A origem da família, da propriedade privada e do Estado" > Instrumento da burguesia p/ explorar o proletário CONCEITO Estado: Ordem jurídica soberana que tem por fim o bem comum de um povo situado em determinado território. Duguit > Força material irresistível, limitada e regulada pelo direito Heller > Unidade de dominação independe no exterior e no interior, atua de modo contínuo Burdeau > Institucionalização do Poder Gurvitch > Monopólio do Poder Ranelletti > Povo fixado num território e organizado sob um podersupremo Del Vecchio > Unidade de um sistema jurídico que tem em si mesmo o próprio centro autônomo e possuidor do poder Gerber > Fixação de uma noção jurídica de Estado como pessoa jurídica Jellinek > Corporação territorial dotada de poder de mando originário Kelsen > Ordem coativa normativa de conduta humana Alexandre Groppali: A Teoria Geral do Estado é a ciência geral que, enquanto resume e integra, em uma síntese superior, os princípios fundamentais de várias ciências sociais, jurídicas e políticas, as quais têm por objeto o Estado. a Teoria Geral do Estado pode ser compreendida como uma Ciência que sistematiza os conhecimentos levando em consideração a inserção de outras áreas do conhecimento cientifico. Luís Pinto Ferreira: "A teoria geral do Estado é uma ciência positiva que se preocupa com o estudo do Estado em si (...) a fim de conseguir uma compreensão unificada do próprio Estado." Conclusão: a Teoria Geral do Estado atua como uma espécie de coordenadora de dados para um aprofundamento dos estudos científicos da Ciência Política. ETIMOLOGIA Theoria > latim > significa especulação filosófica Geral > grego > significa visão de um espetáculo Estado > vem de status do latim > significa fixo, determinado, regular P.s. stato aparece significando estado moderno somente no ano de 1513, em O Príncipe, do italiano Nicolau Maquiavel. DENOMINAÇÃO A disciplina TGE é bastante recente: Nasceu na escola alemã a expressão ALLGEMEINE STAATSLEHRE (Direito Público Geral) - Na obra de Schlozer em 1793 > Mais tarde surge a ezpressão Teoria Geral do Estado (princ. Defensor: Georg Jellinek > Lançou em 1900 a obra "TEORIA GERAL DO ESTADO" Já recebeu vários outros nomes... No Brasil > apenas em 1940 veio a separação do Direito constitucional e TGE (Com o Decreto-Lei no 2.639) OBJETO DE ESTUDO O Estado > Como forma de fenômeno social e histórico Dalmo de Abreu Dallari aponta três pontos importantes referenciados por Edgar Bodenheimer: a) É necessário o conhecimento das instituições b) é necessário saber de que forma e através de que métodos os problemas sociais deverão ser conhecidos e as soluções elaboradas c) esse estudo não se enquadra no âmbito das matérias estritamente jurídicas, pois trata de muitos aspectos que irão influir na própria elaboração do direito. FORMAÇÃO Elemento central: o Estado Em seus conteúdos apresenta os seguintes tópicos: a) Estado: origem, evolução histórica, finalidade, funções, elementos constitutivos, espécies, poderes públicos, soberania, relações com o direito, nascimento e extinção; b) sociedade; c) a teoria social do estado; d) a teoria jurídica do estado; e) teoria filosófica do estado; f) a teoria política do estado; g) formas de governo; h) formas de estado; i) democracia; j) o homem e o estado; l) comunidade internacional. Quanto a sua natureza > qual dos ramos da ciência a TGE faz parte? Sociologia, Filosofia ou Direito? Segundo Ricardo R. Gama, registram-se três escolas neste sentido: a) Escola francesa: defendia a TGE como ramificação da Filosofia; b) Escola alemã: defendia a natureza sociológica para a TGE; c) Escola italiana: tomava a TGE como ramo do direto. RELAÇÃO COM OUTRAS CIÊNCIAS > Complementar A Ciência Jurídica > elabora o corpo de normas para a sociedade, mas para que isto aconteça, ela PRECISA dos conhecimentos da sociologia, da filosofia, da história, da economia entre outras. > a TEG faz uma espécie de coordenação de uma série de dados para atingir os seus fins. ESTADO E O DIREITO É possível vê-las como uma realidade única, ou como realidades distintas e independentes, ou ainda, realidades distintas, mas necessariamente interdependente. Teoria Monista (ou monística) / Estatismo Jurídico Princ. Teóricos: Hans Kelsen, Hegel, Hobbes, Jean Bodin, Jellinek. Para eles, o direito estatal é o único existente Considera o direito e o estado duas realidades sinônimas “São atos do Estado não apenas as ações humanas por meio das quais se executa a ordem jurídica, mas também as ações humanas por meio das quais se cria a ordem jurídica, não apenas os atos executivos, mas também os legislativos. (...) O Estado, como pessoa, nada mais é que a personificação dessa unidade. Um ‘órgão do Estado equivale a um “órgão do Direito.” (KELSEN) apresenta-se sob duas concepções: uma, que defende a primazia do Direito interno sobre o Direito Internacional, e outra, que considera a superioridade do Direito Internacional sobre o interno. Teoria Dualística (ou pluralista) / Dualista Princ. Teóricos: Léon Deguit, Otto Von Glerke, George Gurvitch Para os dualistas, o Estado não é único do direito. São duas realidades distintas e inconfundíveis O que provém do Estado é apenas uma categoria especial do direito: O direito positivo Essa teoria argumenta que: O direito é um fato social, não estatal; Sendo assim, o Direito está sempre em mudança e é influênciado por questões éticas, sociológicas, biológicas, etc. Críticas : 1. A corrente deveria, na realidade, denominar-se pluralista, já que são muitas as ordens jurídicas internas; 2. O homem é também sujeito de Direito Internacional, tendo direitos e obrigações diretamente outorgados pela ordem internacional; 3. O costume internacional (que é obrigatório) não se origina na vontade de um Estado nem de diversos Estados; 4. Coordenação é mera subordinação a uma terceira ordem; daí resulta que a diferença entre a ordem interna e a internacional é de estrutura, e não de natureza, ou seja, a diferença entre ambas é diferença de grau. Teoria da Gradação da Positividade Jurídica / ou Paralelismo Ponto de equilíbrio Parece melhor explicar as relações entre direito e Estado Dispõe que o Estado e o direito são realidades distintas mas que se interdependem Del Vecchio: Reconhece a existência de um direito não estatal, ou seja, existem outros centros de determinação jurídica que não o Estado. Embora o ESTADO SEJA O PRINCIPAL CENTRO DE IRRADIAÇÃO DO DIREITO POSITIVO Estado Minimalista/ Abstencionista > Intervém pouco no direito Estado Intervencionista > Interfere muito no direito Teorias ficcionistas aceitam o Estado como pessoa jurídica Gerber > Estado como organismo moral existente por si e não por simples criação conceitual Oposição: Realismo Jurídico > Max Seydel nega a personalidade jurídica do Estado, diz que este não é unidade, nem organismo, nem sujeito de direito. : Não existe vontade Estado mas vontade sobre o Estado, sendo este apenas objeto de direito daquela vontade superior. POSIÇÃO DA TEORIA GERAL DO ESTADO NA ÁRVORE DO DIREITO POSITIVO Teoria Geral do Estado está no Direito Público Interno, como uma verdadeira introdução ao Direito Constitucional, que se divide em duas partes, a geral e a especial. É possível ver a Teoria Geral do Estado como base do Direito Internacional, uma vez que conceitos importantes de nossa disciplina são utilizados por aquela. Ciência Política não é propriamente uma ciência jurídica, que em nossa árvore tenha uma posição específica, mas é uma ciência auxiliar muito importante na formação dos juristas, tal como a Sociologia, a Antropologia, a História, a Economia e a Filosofia. PODER Russel: “aptidão de obter a produção dos efeitos desejados.” Rousseau: “a força não se estabiliza somente com força.” Bobbio: “Imposição de uma vontade sobre outra” Poder do Estado > Essencial, Ordem, Coativo/Uso de coação Burdeau > Afirma que o Estado É O PODER; Estado é a institucionalização do poder Jellinek > Dominação; Duas espécies de poder> 1) dominante e 2) não dominante Dominação do estado: Todos os homens estão submetidos as normas
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