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Responsabilidade Socioambiental Corporativa e Sustentabilidade Fundamentos Éticos e Morais do Comportamento Humano A palavra ética é oriunda do grego, ethos, e pode ser definida como o estudo das ações e dos costumes. A ética é um conceito filosófico que estuda o comportamento humano (VALLS, 2008). Uma das características principais da ética é a procura de justificativas para as regras oferecidas pela moral e pelo Direito. Diferente de ambos, a ética não estabelece regras, e sim visa ao estudo do agir humano. Aristóteles estabelece que o ser humano possua um comportamento consciente, mantendo a conduta livre e não influenciada por fato- res externos, agindo em conformidade com os valores morais. Segundo ele, o homem não deve ser visto apenas como um ser individual, mas como uma peça formadora da sociedade. Marilena Chauí, por sua vez, esclarece que, para que exista conduta ética, faz-se necessário que haja o agente consciente, ou seja, o ser deve conhecer a diferen- ça entre certo e errado, o que é permito e o que é proibido, virtude ou vício. A moral pode ser conceituada como um conjunto de regras que determinam a conduta do ser. Essas regras são assumidas pelas pessoas, como um modo de delinear a sua boa vivência. É interessante destacar que a moral não depende das fronteiras geográ- ficas, ao contrário da ética, a moral é temporal e cultural. O Direito, por sua vez, visa instituir o regramento de uma sociedade delimitada pelas fronteiras do Estado, ou seja, as leis baseiam-se em territórios e são válidas apenas em determinada área geográfica onde uma população vive. Ética e sua função, moral e a sociedade O ideal ético para os gregos está alinhado em dois aspetos: o Bem e a Felicidade, ou seja, na vivência do bem, incluindo as realidades mundanas ou na felicidade compre- endida como uma vida virtuosa. (VALLS, 2008). Portanto, a ética é a maneira que o ser humano deve se comportar na sociedade, ou seja, é a parte da filosofia que estuda os padrões de julgamentos morais do que é bom ou mau. A ética nos leva à ideia do que é correto e universalmente moral demonstrada por meio de princípios. Tendo em vista esse fatores e definições, pode-se identificar que a ética tem como função determinar os níveis toleráveis de comportamento que asseveram a convivência de maneira pacífi- ca entre os seres na sociedade. O termo moral é oriundo do latim moris, cujo significado é comportamento e costume. A moral sempre existiu e tem sua origem vinculada à conduta ideal e eficiente para o bem da sociedade. As regras morais de uma sociedade vão variar de acordo com a con- dição geográfica, a cultura, a religião, os avanços tecnológicos etc. A moral leva o ser a distinguir o bem do mal no contexto de sua sociedade e tem como objetivo regular as relações sociais entre os homens. É interessante destacar que a moral estabelece a ordem e a integridade social, harmonizando os interesses coletivos e individuais. Panorama das relações humanas na sociedade O ser humano tem sua vida constituída de valores. Esses valores determinam as ações a serem tomadas e as suas escolhas. Os valores podem ser definidos como um con- junto de princípios que solidificam um ideal de moral e perfeição. Esses valores podem ser de vários tipos, tais como: religiosos, estéticos, morais, econômicos e afetivos. Os valores são construídos com o tempo e são utilizados como base e sustentação para o comportamento adotado pelo ser ao longo de sua existência. Todos esses valores são importantes e fazem parte de um mesmo contexto, entretanto os valores morais têm a sua existência vinculada aos atos e produtos humanos no que tange ao comportamento e as decisões a serem tomadas pelo ser humano e sua interação com a sociedade. Em linhas gerais, pode-se definir que o ser humano é responsável pelas suas ações e tem a capacidade de prever as consequências de seus atos. Portanto, o indivíduo é conscien- te e responsável pelas suas ações e de que forma elas refletirão na sociedade. Sendo assim, seu dever é não ignorá-las e responder pelos seus atos. Ética como prescrição de condutas e ética na profissão A escolha por determinada profissão é optativa, porém feita a escolha por determinada profissão, os deveres profissionais são de caráter obrigatório. Um profissional em seu ambiente de trabalho se destaca e diferencia-se dos demais pelo seu talento e sua mo- ral, pois a construção de um profissional está baseada nos pilares éticos e morais. Se tratando da ética destaca-se que os valores e os juízos de valores que a compreendem são de suma importância para a prática de qualquer atividade profissional. No que diz respeito à conduta profissional, a ética se baseia no agir e no fazer, em que ambos es- tão interligados. O fazer está relacionado à competência do profissional exercer a sua profissão. O agir, por sua vez, diz respeito à conduta do profissional e suas atitudes no cumprimento da sua profissão. A formação de um profissional baseia-se no aprendizado das competências e nas habili- dades que serão necessárias para o exercício da futura área de atuação. Nesse contexto estão incluídas reflexões por parte desse futuro profissional antes mesmo do início dos estágios, no que diz respeito a sua responsabilidade e os riscos de seus atos no exer- cício da profissão. Ao completar o ciclo de formação, o profissional faz um juramento se comprometendo com a sua categoria profissional, ingressando assim formalmente na sua profissão. Esse comprometimento assumido caracteriza o profissionalismo ético, em que o profissional adere às regras para exercer a sua profissão. É interessante des- tacar que algumas atitudes profissionais não estão escritas nos códigos de ética, mas são fundamentais para as relações profissionais. Entre elas podemos destacar a coope- ração, no qual o profissional colabora com demais membros da equipe, a proatividade, em que o funcionário não se limita apenas às tarefas exigidas e à generosidade que associadas a outros fatores profissionais trazem um ótimo desempenho a uma equipe profissional e um bom entrosamento entre os funcionários. Ética nos Negócios Atualmente, o quadro de sobrevivência das grandes empresas está associado a al- gumas questões, tais como: lucratividade, produtividade, novos desafios e responsa- bilidade social. A aplicação da ética nos negócios é de suma importância para que a empresa progrida de forma eficiente e satisfatória, pois o mercado está cada vez mais competitivo. O objetivo em uma atividade empresarial é a satisfação dos seus clientes e negócios bem–sucedidos. Nesse caso, para que o empresário atinja esse objetivo, deverá desen- volver as capacidades dos seus colaboradores, pois são estes que tornam a empresa dinâmica e ágil. De forma que toda empresa é responsável pelas suas decisões. Para alcançar qualquer objetivo em uma organização, se faz necessário que alguns valores sejam praticados. Nesse âmbito, podemos citar o respeito nas relações internas e externas, a solidariedade, a cooperação e o respeito entre os membros da empresa, qualidade no serviço, cumprimento de prazos com clientes, criatividade e qualidade do seu produto. É interessante destacar que alguns negócios possuem suas próprias regras e, portanto, possuem sua própria ética. Para a gestão de uma empresa, a ética está no cumpri- mento da legalidade e no seguimento das leis, sendo assim, ser ético é ser legalmente correto. Para muitas organizações, a ética traz credibilidade nas relações com clientes e parceiros, sendo em muitos casos um destaque no mercado competitivo. Concluindo, uma conduta e postura ética dentro de uma empresa só são possíveis se cada um dos funcionários da organização atuar de forma a não colocar os seus interesses pessoais à frente dos interesses da organização e da sociedade, ou seja, é colocar a conduta moral e legal à frente da rentabilidade e dos ganhos financeiros. Responsabilidade Social “O homem atualmente altera a natureza deforma devastadora e de acordo com as suas necessidades. Isso é progresso? As indústrias são responsáveis pela alta poluição e pelo desmatamento. Seria o desenvolvimento econômico responsável pelo impacto ambiental? É possível crescer economicamente e tecnologicamente sem impactar o meio ambiente?” Perguntas como essas nos fazem analisar até o quanto podemos evoluir e até que ponto se pode sobreviver sem os recursos naturais e qual o papel das empresas neste cenário. Essas questões nos remetem a um conceito que reúne três importantes aspec- tos: econômico, social e ambiental ao qual denominamos responsabilidade social. Histórico da Responsabilidade Social O conceito de responsabilidade é muito antigo, mas se intensificou com Bowen na dé- cada 1950 com a perspectiva de que as empresas e seus negócios são centros vitais de poder e decisão e que suas decisões e ações podem atingir a sociedade e sua vivência em vários segmentos. Portanto, qual o papel e a responsabilidade das empresas pe- rante a sociedade? As empresas devem entender melhor suas responsabilidades e seus impactos decorrentes de suas ações, ou seja, incorporar a responsabilidade social à sua gestão de negócios. Nesse segmento em 1960 e 1970, esse conceito de empresa social, ou seja, uma empresa que não visa apenas o lucro, é endossado por meio das novas visões em que a responsabilidade das organizações vai além da responsabilidade da lucratividade. Incorpora-se a partir desse momento a necessidade de uma postura pública mediante a utilização dos recursos econômicos e humanos pertencentes à sociedade, objetivando que esses recursos sejam utilizados para fins sociais. A influência de várias correntes de pensamentos e alternativas propostas pela competitividade capitalista fizeram com que as organizações visualizassem o seu papel na sociedade. Guerreiro Ramos foi um importante sociólogo que propôs a teoria substantiva da vida humana associada como alternativa à teoria organizacional vigente. Ramos associa o mercado com a confor- midade do comportamento dos indivíduos a esse mercado, destacando as relações sociais, otimizando as demandas sociais e comunitárias. Pode-se destacar a partir de 1970, a incorporação do conceito de responsabilidade social associado a algumas ques- tões públicas, econômicas e sociais, como a poluição causada por empresas e indús- trias, o desemprego, o crescimento econômico e a distribuição de renda. Em 1979, Carrol surge com um forte conceito de responsabilidade social, associando a responsabilidade da empresa junto à sociedade. O modelo proposto por esse autor abrange quatro expectativas da visão de responsabilidade social, são elas: econômica, legal, ética e discricionária. De acordo com Carrol, a responsabilidade econômica de uma empresa está na produção de bens e serviços que a sociedade almeja e os comer- cializa obtendo lucros. A responsabilidade legal está no quesito das empresas realiza- rem suas metas econômicas dentro da legalidade obedecendo à lei em suas negocia- ções. A responsabilidade ética está na transparência das empresas de realizarem seus negócios seguindo os conceitos éticos e morais e não apenas visando seus interesses pessoais. A responsabilidade discricionária está relacionada ao papel voluntariado que as organizações assumem orientadas pelo desejo das empresas de se engajarem em papéis sociais, os quais não são obrigatórios perante a lei. No Brasil, o conceito a respeito da responsabilidade social iniciou-se no início dos anos 1990. O impulso a esse conceito surgiu um pouco da crise social do Estado. Nesse ce- nário, as empresas foram convocadas para assumir suas responsabilidades mediante a sociedade e ao meio ambiente. Outros impulsos foram o grande avanço da democracia, a cobrança da sociedade, o aumento de empresas nacionais e a abertura da economia para o mercado internacional. O Conceito de Responsabilidade Social Atualmente o tema mais debatido na sociedade é o desenvolvimento sustentável. Mas o que é o desenvolvimento sustentável e a sua relação com a responsabilidade social? O desenvolvimento sustentável é uma forma de desenvolvimento em que as necessi- dades da geração atual são supridas, porém sem comprometer as necessidades das fu- turas gerações. O conceito de responsabilidade se une ao desenvolvimento sustentável pelo fato de que para se ter desenvolvimento sustentável, todos devem ser envolvidos em processos decisórios e informados sobre os possíveis impactos das escolhas de suas ações. Nesse conceito, temos as indústrias e empresas, a sociedade e o governo. Hoje as organizações de modo geral visam à lucratividade, porém dentro do novo cenário competitivo do século XXI, a política institucional de uma empresa deve levar em con- sideração a sua responsabilidade perante aqueles que serão impactados com as suas ações. A responsabilidade social pode ser conceituada como um conjunto de ações individuais ou empresarias objetivando o desenvolvimento sustentável do planeta, ou seja, ações econômicas unidas à proteção do meio ambiente garantindo as necessidades das gera- ções futuras. De forma resumida, podemos descrever que a responsabilidade social é uma das formas das empresas garantirem a sustentabilidade. A Ética da Responsabilidade Social A ética é um conjunto de valores, ou seja, são níveis de preferências, conhecimentos, comportamentos que levam a algum tipo de conduta. Como a ética se relaciona com a responsabilidade social? A ética deve ser a base para a responsabilidade social por meio dos valores adotados pela empresa. Faz-se necessário que a empresa tenha uma boa conduta perante os seus funcionários e clientes para trilhar o caminho da responsabilidade social. Nesse sentido, a empresa socialmente responsável conduz seus negócios de maneira que a torna parceira do desenvolvimento social. Ou seja, é a empresa que visa não só os seus interesses próprios, mas os interesses dos seus funcionários, fornecedores, sociedade, governo e meio ambiente. A opinião dos consumidores e a imagem da empresa peran- te a comunidade fazem parte do seu planejamento. A ética nesse sentido relaciona-se ao bem-estar social. De acordo com a ABNT, a responsabilidade social empresarial é a “relação ética e transparente da organização com todas as suas partes interessadas, visando ao desenvolvimento sustentável” (ABNT, 2004, p. 3). A ética, nesse sentido, propõe a relação da empresa com todas as partes interessadas, ou seja, apresenta um diálogo transparente contribuindo para o desenvolvimento sustentável. O Conceito de Empresa Socialmente Responsável e Estratégias nos Negó- cios De que forma uma empresa se torna uma organização socialmente responsável? Ser responsável socialmente é uma estratégia nos negócios? De acordo com Charnov e Montana (1998) a responsabilidade social empresarial pode ser dividida em três aspectos. O primeiro aspecto diz respeito à obrigação social, nes- se contexto as questões sociais estão associadas à ideia da lucratividade, ou seja, “o social” está limitado ao pagamento de salários justos, obedecerem à legislação e à geração de empregos. O segundo está associado à responsabilidade ética. O terceiro aspecto diz respeito ao verdadeiro comprometimento com a sensibilidade e bem-estar social. Nesse caso, predomina a responsabilidade filantrópica. Em relação aos negócios, uma empresa responsável socialmente e que se preocupa com o meio ambiente é mais bem vista no mercado competitivo. Ser ambientalmente correto é lucrativo e rentável. Nos dias de hoje, os consumidores procuram por empre- sas eticamente sérias para comprar seus produtos, ou melhor, buscam por empresas que estejam preocupadas com a qualidade de vida da população. Algumas ações podem ser destacadas, tais como: programas de qualidade de vida para os seus funcionários, qualidade nos produtos, atendimento aos seus clientes, acessi- bilidade para deficientes, apoiar ações ambientais como reflorestamento e a educação ambiental.A responsabilidade social sob o ponto de vista empresarial é uma mudança de atuação interna para externa; sendo assim, a empresa não engloba apenas o seu funcionário como público-alvo, mas alcança outros públicos, ultrapassando o interesse econômico, visando à comunidade local e toda a sociedade de modo geral. Uma atuação empresa- rial orientada para a responsabilidade social abre canais de comunicação estabelecendo comprometimento em ações. Uma empresa que prima por esse objetivo deve levar em consideração uma conduta de valorização da sociedade e do meio ambiente demons- trando transparência em suas atitudes. Organizações éticas e responsáveis fortalecem sua posição no mercado competitivo e criam uma imagem positiva na sociedade de- monstrando confiança, cuidado e preocupação com o planeta. Qual a empresa que o consumidor confia? Os consumidores estão cada vez mais exigentes e a sua confiança se baseia nas pre- missas da quão correta uma empresa é. A credibilidade é a primeira observação a se fazer no momento de uma compra ou do fechamento de um negócio. Qual o grau de confiança nos é oferecido? A empresa investe no meio ambiente? Quais selos ela tem em sua embalagem? Ela é uma empresa verde? Essas e outras perguntas nos dão o respaldo necessário para dar credibilidade ou não de uma organização. Para que haja uma responsabilidade social atuante e contínua, a organização deve buscar sempre a melhoria contínua, de forma a exercer a cooperação, a ética focando na sustentabilidade. Toda empresa deve obter uma estratégia de relações com os seus stakeholders (público estratégico). Nesse contexto, duas ações devem ser pensadas: 1º Qual o tipo de responsabilidade social eu posso aplicar em minha empresa e qual as demandas da comunidade? 2º Quem são os meus stakeholders? De acordo com essas ações, a empresa pode desenvolver projetos voltados ao público- -alvo que deseja atingir, pois a responsabilidade empresarial está associada às respos- tas que uma organização relata à sociedade mediante as suas decisões. Os desafios da Responsabilidade Social e a Responsabilidade Social interna A atuação da responsabilidade social pode ser interna ou externa. Na atuação interna está relacionada à qualidade de vida no trabalho e dos recursos humanos da empresa. O que a empresa oferece ao seu funcionário? Alguns diferenciais oferecidos por empresas fazem a diferença na satisfação dos funcio- nários. Podem-se citar alguns programas como: • Ginástica laboral; • Plano de saúde; • Plano de saúde extensivo a dependentes; • Auxílio-creche; • Participação dos Lucros (PL); • Plano odontológico; • Ambiente de trabalho sadio; • Boas relações de trabalho • Acessibilidade; • Relações com o meio ambiente (apoio a economia de água, economia de ener- gia, coleta seletiva); • Valorização dos funcionários por meio de salários justos; • Plano de Carreira. Esses e alguns outros programas internos demonstram a reponsabilidade da empresa com o seu público imediato: seus funcionários. O grau de satisfação dos funcionários é o primeiro indicativo da responsabilidade social da empresa. Vamos analisar? Imagine você sendo funcionário de uma empresa a qual oferece um plano de carreira, plano de saúde extensivo aos seus dependentes e participação nos lucros. Você sairia dessa empresa para outra de mesmo salário, mas que não oferecesse esses benefícios? Provavelmente não, todo funcionário almeja por uma empresa que pense no seu bem- -estar físico e social. E qual o benefício de um funcionário satisfeito para a empresa? Um funcionário satisfeito é um funcionário que “veste a camisa da empresa”, que co- labora e que participa das ações. Resumindo é um funcionário que se orgulha de fazer parte da organização. Um dos grandes desafios para a empresa no que diz respeito à responsabilidade social é o passo da migração da responsabilidade social internalista para externalista, o que exige mudanças dentro da empresa, a começar por investimentos financeiros, ou seja, exige um planejamento estratégico iniciando por um diagnóstico da situação atual da empresa até a meta final do conjunto de ações que a empresa tem por objetivo im- plantar. Uma empresa planejar significa considerar antecipadamente suas decisões. Nesse sen- tido o planejamento avalia a situação de forma geral, verifica as dificuldades e se prepara para as possíveis dificuldades. Após essa análise, será possível que a empresa apresente estratégias corretivas para os possíveis imprevistos e trace metas que pos- sam se tornar realidade. O planejamento de uma empresa pode ser dividido em três tipos: o planejamento estratégico, que dá prioridade à definição da missão e o tipo de estratégia que será utilizada para que a empresa seja responsável socialmente; o planejamento gerencial, que visa os tipos e a viabilidade de recursos necessários para que a meta seja posta em prática; planejamento operacional, que tem objetivo garantir que as ações propostas sejam executadas. Dois grandes exemplos de estratégias de responsabilidade social são: ações sociais e ambientais. As ações sociais visam à preocupação com a sociedade de forma local, regional ou ge- ral. Um grande exemplo é a transparência das atitudes da empresa para a população, os investimentos que a mesma faz e de que forma ela contribui para o desenvolvimento da região. Em relação ao meio ambiente, a empresa deve incorporar conhecimentos e técnicas que sejam eticamente e economicamente desejáveis, mas que não intervenham na natureza, ou seja, a ação econômica não se desenvolve de forma promissora caso os recursos sejam comprometidos. Nessa linha de raciocínio, a economia não deve estar voltada apenas para lucratividade, mas também nas ações sustentáveis. Resumindo: as ações ambientais em uma empresa têm por objetivo demonstrar de que forma a empresa contribui para a sustentabilidade e quais os seus projetos referentes ao meio ambiente. Um exemplo seria a empresa que investe em reflorestamento, que pratica a logística reversa ou que apoia a reciclagem. Paradigmas de Gestão das Organizações e o Terceiro Setor Quem são os setores e quais as suas responsabilidades? O primeiro setor corresponde ao governo que tem como responsabilidade as questões sociais. O segundo setor trata-se do privado, que tem como responsabilidade as questões in- dividuais. O terceiro setor é caracterizado pelas ONGs e organizações sem fins lucrativos. Esse setor foi criado pela necessidade de ajuda ao Estado pelo setor privado em questões sociais. Quem são os personagens do terceiro setor? • Fundações; • Entidades beneficentes; • Fundos comunitários; • Entidades sem fins lucrativos; • Empresas com Responsabilidade Social; • Empresas doadoras; • Elite filantrópica; • Pessoas físicas; • Imprensa; • Empresas juniores sociais. Fundações: são instituições que fazem doações às instituições beneficentes. Entidades beneficentes: são as associações que fazem os trabalhos sociais auxilian- do idosos, crianças de rua, dependentes químicos, dão suporte a desabrigados, levam educação e projetos ambientais aos jovens, entre outros. Fundos comunitários: são fundos administrados por empresários, ou seja, em vez de cada empresa doar para uma entidade diferente, todas doam para um fundo, o fundo comunitário. Entidades sem fins lucrativos: são entidades sem geração de lucros. Empresa com Responsabilidade Social: são empresas que vão além do seu inte- resse pessoal promovendo uma produção com menos danos ao meio ambiente e cola- borando com a sociedade. Empresas doadoras: são empresas parceiras do terceiro setor. Elite filantrópica: são as empresas com maior índice de parceria com o terceiro setor. Pessoas físicas: são as pessoas que também participam desse processo e que não estão ligadas de forma direta a empresa. Imprensa: a imprensa tem o papel de divulgar as ações feitas pelo terceiro setor. Empresas juniores sociais: são empresas criadas por universitários com intuito so- cial.Nos dias atuais, a alta tecnologia e a quantidade de informações que crescem a todo o momento fazem com que as empresas busquem novos desafios, para tal é necessário arriscar e inovar. A necessidade de crescimento faz com que as empresas lutem pela sua sobrevivência neste mercado competitivo, e para que esse objetivo seja alcançado é preciso utilizar práticas que resultem em benefícios. Há quatro paradigmas de gestão que auxiliam as empresas quando utilizados a alcançar os seus objetivos e os resulta- dos esperados. Esses paradigmas são divididos em duas classes distintas: o paradigma de gestão e o paradigma de desempenho. O paradigma de gestão está embasado na compatibilidade e dinâmica dos valores enquanto o paradigma de desempenho está direcionado à capacidade de promover lucros e o crescimento de forma a manter a sua sustentabilidade. Paradigma do desempenho Nesse paradigma verifica-se a capacidade de a empresa gerar lucro, ou seja, o retorno deve ser maior que o capital investido. Quando uma empresa está na sua fase inicial de empreendimento, será feito um estu- do sobre o quão viável é esse empreendimento para que os investidores aportem seus recursos (capital de investimento). A esse recurso oriundo dos investidores nomeamos de custo do capital. Para que a empresa atinja o objetivo desse paradigma e que a em- presa gere lucro, se faz necessário que a taxa interna de retorno seja superior ao capital investido (custo de capital). Crescimento Sustentável Para atingir esse paradigma, a empresa deve exercitar a gestão empresarial, ou seja, reinvestir parte dos lucros em sua atividade própria, não retirando para satisfação dos investidores. A prática da retirada do lucro para satisfações pessoais pode levar à deses- tabilização financeira. Reinvestir lucros é investir em longo prazo e manter os negócios. Paradigmas de Gestão – Compatibilização Esse paradigma está voltado para o equilíbrio financeiro, ou seja, a empresa faz com que haja compatibilidade entre os prazos dos investimentos com os prazos dos recur- sos. Se tratando do terceiro setor neste paradigma ressalta-se que os recursos utiliza- dos para esse fim, em curto prazo devem priorizar estoques e vendas a prazo, finan- ciando os movimentos circulantes. No caso dos recursos em longo prazo do terceiro setor, prioriza-se a pesquisa, a tecnologia e o desenvolvimento. Dinâmica de Valores Circulantes Neste paradigma se faz necessário que quanto maior o giro dos valores circulantes, maior o retorno de recursos que foram investidos nele. Assim se estabelece vendas e lucros, ou seja, se as vendas crescem, aumenta o giro e consequentemente os lucros. ISO 26000 e a Responsabilidade Social A responsabilidade social faz com que a empresa tenha uma postura mais responsável demonstrando transparência em seus negócios. Nesse âmbito, a empresa não lida ape- nas com uma gestão interna que visa seus interesses pessoais, mas com uma gestão externa em que a empresa se envolve com projetos de ações sociais, culturais e am- bientais. Desse modo, a empresa constrói uma imagem de destaque tornando-se uma empresa diferenciada no mercado competitivo. Atualmente as empresas utilizam como base três indicadores da sustentabilidade corporativa, são eles: (DSJI) Don Jones Sus- tainability Index, Global Reporting Initiative (GRI), Iniciativa do Instituto Ethos. O DSJI está voltado para os acionistas questionando a metodologia dos indicadores propostos. O GRI, por sua vez, tem o foco nos stakeholders, e o indicador do Instituto Ethos tem como base o Balanço Social do Instituto Brasileiro de Análises Sociais e Econômicas possuindo foco abrangente na questão social. Uma empresa pode promover a diminuição da poluição dentro e fora dela com algumas ações simples, tais como: • Melhoria da organização; • Mudanças de procedimentos; • Substituição de materiais e insumos; • Programas educacionais. ISO 26000 A ISO 26000 foi elaborada por meio de um processo que envolveu especialistas do mundo todo, tais como: consumidores; governo; indústria; trabalhadores; ONGs, aca- demia entre outros com apoio de 40 organizações internacionais. Sua criação se deu pelo Working Group on Social Responsibility (ISO/TMB WG SR) com o objetivo de orientar a respeito da responsabilidade social, reconhecendo a responsabilidade social e o entrosamento das partes interessadas, os temas essenciais e as questões relacio- nadas à responsabilidade social. É interessante destacar que essa norma não oferece certificação, e sim diretrizes para aplicação da responsabilidade social maximizando sua atuação com o desenvolvimento sustentável. A fim de esclarecer alguns aspectos ambientais, essa norma conceitua alguns termos interessantes em se tratando de meio ambiente, empresa e normas. A seguir seguem alguns desses termos e suas respecti- vas definições. • Cadeia de suprimentos: é o nome dado à sequência de atividades que forne- cem produtos ou serviços para as organizações. • Organização: entidade e instalações com um conjunto de responsabilidades e relações que possuem objetivos identificáveis. • Grupo Vulnerável: é o grupo de indivíduos que compartilham uma ou várias características que são a base para discriminação ou circunstâncias adversas sociais, econômicas, culturais, políticas ou de saúde, e que os priva de meios para gozar seus direitos ou igualdade de oportunidades. De acordo com a norma a responsabilidade social, a era da globalização traz mobilidade e maior acesso, pois a quantidade de disponibilidade de meios de comunicação instan- tânea cresceu muito nas últimas décadas. Esse processo facilita a troca de informações beneficiando as empresas de forma a encontrar meios de solucionar seus problemas por meio da facilidade de disponibilidade de informações. Da mesma forma, essa faci- lidade de obtenção de informações torna as organizações mais suscetíveis a avaliações de vários grupos distintos sendo comparada de maneira rápida a outra organização. Existem duas práticas da responsabilidade social que são extremamente importantes. Essas práticas são o reconhecimento da empresa da sua responsabilidade social e o seu entrosamento com as suas partes de interesse. A primeira prática, relacionada ao reconhecimento está no fato de a organização identificar os impactos gerados por ela a cada decisão tomada, de que forma esses problemas são tratados e como a empresa contribui para o desenvolvimento sustentável. Destaca-se que as partes de interesse também devem reconhecer a responsabilidade social, ou seja, a organização deve se preocupar de que forma as suas decisões irão afetar as partes interessadas. As partes interessadas são aquelas que podem ser afetadas por quaisquer ações tomadas pela empresa. Nesse processo existem três relações principais: a relação da organização com a sociedade, a relação da organização com as partes interessadas e a relação das partes interessadas com a sociedade. Entre as partes interessadas e a sociedade, convém que a organização compreenda a relação entre os interesses das partes interessadas que são afetados pela organização por um lado, e as expectativas da sociedade por outro. Embora as partes interessadas sejam parte da sociedade, elas podem ter um interesse conflitante com as expectativas da sociedade. As partes interessadas têm interesses peculiares em relação à organi- zação, que podem ser distinguidos das expectativas da sociedade de comportamento socialmente responsável referente a uma determinada questão. Por exemplo, o inte- resse de um fornecedor em ser pago e o interesse da sociedade no cumprimento dos contratos podem ser perspectivas diferentes sobre uma mesma questão. A figura a seguir demonstra o processo entre as 3 relações. No que tange a primeira relação, sociedade e organização destacam-se a necessidade de a empresa reconhecer de que forma as suas decisões podem afetar a sociedade e o meio ambiente. A segunda relação, por sua vez, organização e partes interessadas,cabe à empresa destacar e reconhecer quem são as suas partes interessadas, e a ter- ceira relação, partes interessadas e sociedade, está embasada no reconhecimento dos interesses das partes interessadas que são, de alguma forma, afetadas ou influenciadas pela organização por um lado e pela sociedade por outro lado, pois nem sempre as partes interessadas e a sociedade terão interesses em comum. A responsabilidade social envolve vários fatores que beneficiam não só a empresa, mas também a população e as partes interessadas. Por exemplo, uma área que não apre- sente poluição é mais valorizada do que uma poluída, principalmente para compra e venda. A população também ganha quando a empresa disponibiliza projetos sociais na região, a população passa a usufruir de serviços de forma gratuita, alguns exemplos são cursos oferecidos à população e recuperação de áreas degradadas. A empresa, por sua vez, com a prática da responsabilidade social ganha credibilidade no mercado, ganha a simpatia da população e consequentemente consegue mais clientes e vende mais. Introdução ao Meio Ambiente e Ecologia Geral A Ecologia é a Ciência que estuda o relacionamento dos seres vivos com o meio am- biente. Pode-se definir como meio ambiente o ambiente que nos rodeia, ou seja, as condições químicas, físicas e biológicas. O meio ambiente tem total relação com o clima, as mudanças climáticas podem ser afetadas pela destruição ambiental, no que diz respeito à poluição atmosférica, desmatamentos que levam à perda de hábitat e poluição hídrica. O hábitat de um animal é o lugar onde ele vive, onde existem condições favoráveis a sua sobrevivência, onde o animal tem condições de se nutrir, desenvolver e procriar. O nicho ecológico é como uma espécie satisfaz suas necessidades em uma comunidade. Dentro desse âmbito, temos algumas definições importantes: • A biosfera é a região do planeta onde vivem os seres vivos cuja vida é possível. • A litosfera é a camada sólida da Terra superficial formada pelos solos e rochas e localizada acima do nível das águas. • A hidrosfera é constituída pelo ambiente líquido, ou seja, rios, oceanos e lagos. • A atmosfera é a camada de ar que envolve a Terra. Os recursos naturais são de grande importância, pois por meio deles mantemos a vida no planeta. Entretanto esses recursos nem sempre são infinitos, e sua inexistência pode trazer prejuízos à sociedade. Os recursos naturais são divididos em recursos renováveis e recursos não renováveis. Os recursos renováveis são aqueles que pode regenerar na natureza. Os recursos não renováveis são aqueles que não podem ser recolocados na natureza. É interessante destacar que a natureza, para manter o seu equilíbrio, deve ter seus ci- clos biogeoquímicos em equilíbrio. Os ciclos biogeoquímicos representam o movimento de elementos químicos de maneira cíclica no meio ambiente. Existem vários ciclos, mas três ciclos em especial merecem destaques: ciclo do carbono, ciclo do nitrogênio e o ciclo da água. O ciclo do carbono merece destaque em virtude da sua relação com o quantitativo de dióxido. A matéria orgânica é constituída de carbono. No ar, o carbono está na forma de CO2. Nesse ciclo, o dióxido de carbono é fixado pelas plantas por meio da fotossíntese e transformado em oxigênio. Quando em contato com a água (umidade do ar) o dióxido de carbono forma ácido carbono. O ciclo do nitrogênio é essencial para o solo. No atmosférico, o nitrogênio é um gás em abundância e se encontra na forma de N2. A fixação ocorre quando o nitrogênio é transformado em nitrato ou ácido nítrico, este nitrogênio é transformado em proteínas e absorvido pelos vegetais. O ciclo da água é composto de algumas etapas principais. O ciclo se inicia com a eva- poração da água das camadas líquidas do solo superficiais por meio da radiação solar. Após essa etapa, ocorre a formação das nuvens, a condensação e posteriormente a precipitação ao qual chamamos de chuva. A água da chuva pode se infiltrar no solo ou escoar superficialmente até rios, lagos e oceanos. Uso Sustentável dos Recursos Naturais, Desenvolvimento e Aquecimento Global Em uma empresa, o objetivo ambientalmente responsável e a favor do desenvolvi- mento sustentável é garantir a preservação da biodiversidade e o uso sustentável dos recursos naturais. De que forma uma empresa pode fazer uso de recursos de maneira sustentável? O planejamento se inicia com a escolha da matéria-prima, de onde ela vem e quais os impactos para a sua geração. Posteriormente, a análise se volta para o processamento dessa matéria-prima e quais poluentes ela pode gerar neste processamento, como, por exemplo, se o processamento envolve queima, quais gases geram, ao final do processo temos resíduos? Outra forma de praticar o desenvolvimento sustentável na empresa é seguir algumas normas: Em primeiro lugar, a empresa deve pensar: podemos produzir sem gerar resí- duos? Caso isso não seja possível, podemos reduzir o quantitativo de resíduos gerados? Caso as duas opções anteriores não possam ser alcançadas, pode-se aplicar as opções de reuso e de reciclagem. O reuso é quando o material não sofre transformação e será utilizado na mesma finalidade. A reciclagem é quando o material é transformado e re- cebe uma nova funcionalidade. Outro fator muito importante é sobre o tratamento e a destinação do resíduo gerado na empresa. O tratamento de um resíduo é realizado de acordo com as suas características e deve ser disposto de forma correta. Aquecimento Global O aquecimento global é um fenômeno de aquecimento por meio de gases poluentes. A poluição atmosférica agrava alguns fenômenos naturais e implica em consequências sérias a humanidade trazendo total desequilíbrio ao ecossistema. Alguns dos fenômenos que poluem o meio ambiente causando o desequilíbrio no ecos- sistema são: o agravamento do efeito estufa, a chuva ácida, o buraco na camada de ozônio e o smog fotoquímico. O efeito estufa é um fenômeno natural responsável por manter e temperatura do pla- neta. O problema relacionado a esse fenômeno está no aumento da concentração de gases estufa como dióxido de carbono, oriundo da queima de combustíveis e do meta- no, oriundo do lixo e da agropecuária. Esses gases formam uma camada de bloqueio retendo o calor. A consequência principal desse aumento de temperatura é o derreti- mento das geleiras. Outro fenômeno relacionado à poluição é a chuva ácida formada pela umidade do ar com gases poluentes. Essa junção forma pequenas concentrações de ácidos que precipitam na forma de chuva. É interessante destacar que, quanto maior a concentração de poluentes, maior a acidez dessa chuva. Este índice de acidez é medi- do por uma escala de pH que varia de 0 a 14. Normalmente o pH da chuva ácida é em torno de 5,5, podendo chegar a 3,5 dependendo do grau de poluição. As consequências da chuva ácida são a queima da vegetação e a corrosão de estátuas. O smog fotoquímico é um fenômeno formado pela junção de três fatores: quantida- de suficiente de poluentes, altas temperaturas e luz solar. O smog é uma reação de hidrocarbonetos com gases como NO e NO2. O seu principal componente é o ozônio. O buraco na camada de ozônio ocorre pela destruição do ozônio por gases conheci- dos como CFCs (clorofluorcabono), que por meio de reações químicas, transformam o ozônio em gás oxigênio e óxido de cloro. A camada de ozônio é de suma importância para o meio ambiente, pois protege a Terra da incidência de raios ultravioletas, e sua destruição aumentaria o quantitativo de entrada dessa radiação no planeta tendo como consequência a incidência de doenças como câncer de pele. Como se pode perceber, a preservação do meio ambiente é essencial para o equilíbrio desses fenômenos e a manutenção dos recursos. Protocolo de Kyoto O protocolo foi um documento internacional com o objetivo de reduzir a emissão de ga- ses poluentes, o mesmo foi ratificado em 15 de março de 1998. O total é de 192 países participando desse acordoambiental, porém vale ressaltar que os Estados Unidos, país com maior índice de poluição, não participou do acordo alegando que a diminuição da poluição comprometeria o seu desenvolvimento econômico. O intuito do protocolo foi a redução de alguns gases que são emitidos principalmente por indústrias. São eles: dióxido de carbono, gás metano, óxido nitroso, hidrocarbonetos fluorados, hidrocarbo- netos perfluorados e hexafluoreto de enxofre. No protocolo foram instituídas ações comuns que os países participantes devem seguir como proteger suas florestas e áreas verdes, racionar energia e manter seu uso cons- ciente e diminuir as emissões de metano oriundo em grande parte da decomposição da matéria orgânica. Gestão Ambiental nas Empresas, Estratégias e Instrumentos de Gestão Am- biental – ISO 14000 Com o intuito de minimizar custos, ter uma boa repercussão no mercado competitivo e lucratividade, as empresas adotam estratégias e instrumentos para uma melhor avalia- ção e manutenção dos seus resultados sociais, econômicos e culturais. Uma empresa que tem por objetivo praticar a gestão ambiental deve montar e implan- tar um sistema de gestão ambiental e uma política ambiental. A gestão ambiental tem como objetivo principal administrar suas atividades econômicas e sociais com o objetivo da utilização racional dos recursos naturais renováveis ou não renováveis. O enfoque da gestão ambiental está na preservação da biodiversidade, re- dução dos impactos ambientais negativos e a reciclagem. Para direcionar a montagem de sistema, as empresas utilizam as normas da série ISO 14000. As normas dessa série visam padronização as questões ambientais das organizações de qualquer tipo usando sistemas de monitoramento, avaliações, auditorias internas e externas e certificações com o objetivo de reduzir ou eliminar impactos ambientais. Destaca-se que dentro das normas da família ISO, a única que possibilita a obtenção de certificação é a ISO 14001, pois ela descreve os critérios de avaliação e verificação de um sistema de gestão am- biental (SGA). A certificação ISO 14001 é aplicável a qualquer organização e não está relacionada ao porte da empresa nem ao seu aspecto geográfico. Porém, para a busca dessa certifica- ção, a empresa e todos os seus funcionários, independentemente de níveis hierárqui- cos, devem estar comprometidos nessa missão. Quando minha empresa deve optar por um sistema de gestão ambiental? Existem alguns fatores importantes que devem ser considerados para indagar se a em- presa necessita ou não implantar um sistema de gestão ambiental. 1º A minha organização necessita atender alguma legislação ambiental? 2º A empresa precisa melhorar a sua visão e práticas ambientais? 3º Os profissionais da organização estão comprometendo seu tempo com as deman- das ambientais? 5º Os objetivos da empresa estão relacionados com objetivos ambientais? Por que optar por um SGA? Quais as vantagens para a organização? Em primeiro lugar, pode-se destacar o acesso a novos mercados e novos clientes, pois uma empresa que possui um sistema de gestão ambiental consistente e divulgado fortalece o nome da sua marca e dos seus produtos. Em segundo, pode-se citar a eliminação de riscos e acidentes ambientais. A partir do momento em que a empresa implanta um SGA, se torna mais fácil a identificação de problemas, ou seja, a empresa apresenta um processo mais controlado. Outro fator que contribui muito para a empre- sa é que por meio desse sistema a empresa evita o desperdício o que traz lucratividade a organização. A melhoria da imagem é outra questão benéfica, pois uma empresa com esse sistema torna seus funcionários mais seguros melhorando sua relação com sindicatos. Outro fator que merece destaque é que a partir da melhoria da imagem a organização tem facilidade para obtenção de crédito e seguros mais baratos. Existe algum preparativo para a implantação do SGA? Sim, antes da efetivação do sistema de gestão ambiental, a empresa deve contar com o comprometimento da alta direção, contratar ou indicar um gestor ambiental, verificar quais as necessidades humanas e financeiras, avaliar a sua situação atual por meio de auditorias e verificar quem serão os funcionários responsáveis. O planejamento de um SGA é essencial para assegurar a sua efetiva implantação. Neste planejamento a empresa deverá verificar se existe a necessidade de consultoria exter- na, definir os dias e periodicidade das reuniões com os funcionários envolvidos, quem será o órgão certificador, elaborar a política ambiental, verificar os princípios legais para a sua produção, definir suas metas ambientais, definir prioridades, treinamento dos funcionários, organização dos documentos, identificar e planejar ações emergenciais, monitorar suas ações e definir o sistema de gestão ambiental a ser implantado. As agências de certificação ambiental mais conhecidas no Brasil são: American Bureau of Shipping (ABQ – QE), Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), Bureau Ve- ritas Certification e Det Norske Veritas (DNV). A política ambiental de uma organização tem por objetivo estruturar ações e definir os objetivos e metas ambientais. A política ambiental de uma empresa deve ser apropriada a sua e aos possíveis impactos ambientais oriundos das suas atividades, da geração dos seus produtos e serviços, se comprometer com a melhoria contínua de seus processos, atender aos requisitos legais aplicáveis, ou seja, seguir a legislação pertinente, fornecer estrutura para que as metas possam ser alcançadas, ser documentada e estar dispo- nível para o público e para todos que trabalhem para a empresa, o que inclui firmas terceirizadas. Quais as características devem conter as metas e os objetivos que serão estipulados pela organização? • Devem ser documentados e divulgados. • Precisam ser mensuráveis, ou seja, de 0 a 100%. • Precisam estar de acordo com a Política Ambiental. • Estar de acordo com os requisitos prescritos pela organização. • Serem alcançáveis. • Devem ser revisados rotineiramente. Qual a sequência de trabalho? Nem sempre há garantia de a empresa atingir eficiência de 100%, e alguns resultados negativos podem ocorrer. Nesse caso, verificar o que determinou o resultado negativo e desenvolver ações preventivas e corretivas, reavaliar seus objetivos e metas, que muitas vezes não há condições de serem alcançáveis, e por último reavaliar sua política. As ações corretivas são identificadas por meio do processo de monitoramento da em- presa; esse monitoramento se faz importante para identificar as suas principais execu- ções que possam ter um impacto significativo e verificar as não conformidades. Como identificar as não conformidades? As não conformidades podem ser identificadas por meio de monitoramento ambiental, auditorias e sugestões de funcionários e reclamações de clientes. Em alguns casos, a ineficiência do processo está na não uniformidade das ações e dos funcionários. Um exemplo está na falta ou na baixa rotina de treinamento de funcioná- rios que podem ter como consequências acidentes de trabalho e acidentes ambientais. Quando a empresa deve oferecer treinamento aos seus funcionários? 1. Quando houver admissão de funcionários; 2. Quando um funcionário assumir uma nova função ou for deslocado temporaria- mente para cobrir um funcionário em outro setor; 3. Quando for verificado algum tipo de erro na produção; 4. Quando os métodos utilizados forem modernizados; 5. Quando novos equipamentos forem comprados; 6. Quando os objetivos, metas ou a política for modificada; 7. Quando as legislações sofrerem atualização; 8. Quando as metas do SGA não forem atendidas. As auditorias em uma empresa podem ser internas e governamentais. As auditorias internas são aquelas realizadas pela própria empresa ou por consultorias externas. As auditorias internas têm por objetivo assegurar que o SGA está em conformidade com os requisitos da Norma ISO 14001. As auditorias governamentais ou externas são aquelasque visam uma certificação e só devem ser solicitadas quando o sistema de gestão ambiental estiver funcionando de forma adequada. Vale ressaltar que em uma audito- ria externa o auditor deverá ser ético, demonstrar cuidado profissional e abordagens baseadas sempre em evidências. Vantagens e desvantagens de uma auditoria: Vantagens: • Identificar e registrar o que está dentro das conformidades e das não conformi- dades com a legislação e com a política ambiental da empresa. • Melhoria da imagem da empresa junto à sociedade. • Promover a conscientização ambiental dos funcionários e daqueles que agem em nome da empresa. • Minimizar os resíduos gerados durante os processos. Desvantagens: • Necessidade de compra de recursos para implementar o sistema de auditoria ambiental. • Possibilidade de despesas inesperadas para a correção das não conformidades. • Contratação de consultorias externas. SGI – Sistema de Gestão Integrada O sistema de gestão integrada visa em uma empresa harmonizar os setores de quali- dade, meio ambiente, segurança e saúde. Quais as vantagens de um SGI? • A empresa consegue reduzir seus custos, pode alcançar a certificação; • Promover a conscientização e comprometimento dos seus funcionários e das firmas prestadoras de serviço; • Melhorar o desempenho da produção; • Estabelecer indicadores de desempenho; • Traz como benefício credibilidade à imagem da empresa. Qualidade A qualidade esta relacionada a um novo paradigma associado à rapidez da evolução tecnológica. A sociedade e o mercado internacional cada vez mais exigem dos produtos e principalmente das relações e diferenciais de cada empresa. Foi a partir da Segunda Guerra Mundial que a comunicação passou a ser intensificada levando notícias e acontecimentos a várias partes do mundo. O marco da comunicação ocorreu na década de 1970 pelo avanço tecnológico da época e pelas mudanças ocor- ridas no que tange os documentos de comunicação. A ISO 9000 – norma internacional referente à qualidade – foi aprovada no ano de 1980 e está baseada nas normas britânicas de qualidade. Essa norma abrange terminologias, conceitos para evolução da qualidade. Nos dias atuais, a qualidade empresarial indus- trial está compreendida no processo da melhoria contínua e nas atuais necessidades da população. Qualidade e o Impacto nas Organizações A qualidade em uma empresa é a busca permanente da excelência, mantendo a har- monia nos processos e aumentando continuamente sua produtividade. Para atingir tal meta, se faz necessário alguns processos: custo operacional, racionar recursos, estabi- lidade no padrão e flexibilidade nas alterações. Por quê? Quando se trata de operação, outra variável também está envolvida, “a segurança”, isso envolve custo, aumentar a demanda significa aumentar o número de maquinários e de funcionários e aumentar a quantidade de treinamentos, equipamentos de proteção e possivelmente gastos com acidentes de trabalho, se for o caso. Se tratando da estabi- lidade no padrão, faz-se referência à empresa manter sua credibilidade no produto e no processo juntamente com o aumento da produtividade, ou seja, produzir mais com a mesma qualidade ou melhor do que a de antes. No que tange a flexibilidade nas alterações, significa a empresa estar preparada para evoluir em seus produtos, man- tendo sempre a qualidade, ou seja, evoluir tecnologicamente sem perder o padrão de excelência. Gestão pela Qualidade e Certificação A partir de 1980, pela necessidade de melhorar a qualidade e aumentar a produtivida- de, surgiu a necessidade de se diferenciar no mercado. Qual a melhor forma de se ter um cliente satisfeito? Quando o produto vendido não apresenta problemas, ou seja, quando o produto é de qualidade. Quando a empresa consegue aumentar a sua produtividade mantendo a qualidade ela atinge um padrão de excelência nos seus processos. Quais padrões e fundamentos as empresas se baseiam para atingir essa excelência? Alguns fundamentos são essenciais para o atingimento da excelência no processo de qualidade são eles: • Agilidade • Inovação • Liderança • Foco no consumidor • Foco no mercado competitivo • Valorização de pessoas • Monitoramento dos processos • Transparência nos resultados Uma empresa que almeja o diferencial no mercado nacional e internacional torna-se fundamental almejar e obter a certificação de qualidade. As normas de qualidade foram criadas em 1987 e sofreram revisões em 1994 e 2000. As Normas de Qualidade são da família ISO 9000:2000. As normas dessa família podem auxiliar as empresas em vários aspectos referentes à qualidade, tais como: facilitar eventuais necessidades encontra- das pelas pequenas empresas que não possuem um setor de gestão de qualidade, ade- quar a qualidade a diversos tipos de setores, adequar os processos da empresa, direcio- nar os objetivos da empresa esclarecendo cada setor, orientar a organização mediante a certificação e possibilitar a empresa sob um possível sistema de gestão integrada. Existem três normas ISO específicas no que refere-se à gestão pela qualidade são elas: • NBR ISO 9000:2000 – que evidencia seus fundamentos e vocabulários. • NBR ISO 9001:2000 – que determina os requisitos para a obtenção da qualidade • NBR ISO 9004:2000 – que apresenta as diretrizes necessárias para que haja melhoria do desempenho da organização. A Certificação pode ser definida como o conjunto de atividades desenvolvidas por um órgão independente que tem como objetivo e meta atestar a conformidade nacional e internacional da empresa, do seu processo e do seu produto. Essa verificação é feita por meio de auditorias documentações, testes, inspeções etc.
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