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A combustão é a forma mais empregada na indústria para produção de calor, vapor e energia, através da queima de combustíveis fósseis ou renováveis em fornos, caldeiras ou aquecedores. Desta forma, grande parte dos custos de uma indústria está relacionada com a aquisição de combustível, geração de calor, operação e manutenção de todo o sistema. Por isso, a eficiência energética destes equipamentos é importante, porque além do impacto econômico há também o ambiental. A necessidade de processos de combustão afinados e eficientes são importantes para manutenção de maiores rendimentos térmicos dos equipamentos. A combustão eficiente compreende o melhor aproveitamento da energia contida no combustível, onde a queima possa ser mais econômica e com baixas emissões de poluentes para a atmosfera. Combustíveis mais utilizados na indústria: Bagaço de cana (50% umidade) - 1.695 kcal/kg Lenha (eucalipto 40% umidade) - 2.600 kcal/kg Serragem (20% umidade) - 3.500 kcal/kg Óleos pesados (BPF) - 9.400 a 9.650 kcal/kg Óleo de xisto - 9.700 kcal/kg Gás natural (Gasbol) - 8.650 kcal/m³ GLP (médio) - 11.025 kcal/kg Fatores que afetam a eficiência A eficiência da combustão está diretamente relacionada a diversos fatores, mas certamente as perdas de energia ocorridas durante todo o processo representam os elementos mais importantes. A relação da eficiência com as perdas costuma envolver uma enorme dinâmica de parâmetros, que devem ser avaliados detalhadamente. Entre as perdas mais comuns que afetam a eficiência da combustão podemos citar: . Perdas de calor pela chaminé, associadas à queima incompleta do combustível, ao desajuste da relação ar/combustível, a falta ou excesso de ar na combustão ou altas temperaturas; . Perdas devido à qualidade do combustível; . Entradas de ar falso por portas e frestas; . Deficiência do aparelho de combustão; A eficiência energética térmica do equipamento está relacionada com o aproveitamento da energia liberada da combustão e pode estar limitada à: . Perdas por radiação e convecção pelas paredes ou mobília do forno; . Perdas por descargas de fundo em caldeiras; . Perdas por baixa troca de calor devido à superfícies sujas, incrustadas; . Perdas devido à deficiências no equipamento de queima relacionadas ao dimensionamento e projeto; Como aumentar a eficiência da combustão? A eficiência da combustão depende de fatores relacionados tanto a natureza do combustível utilizado, quanto das condições operacionais. Aumentar a eficiência de combustão , passará necessariamente pela otimização de todos os fatores já relatados e o conhecimento das variáveis do processo. A eficiência energética leva em consideração apenas duas variáveis: o quanto entra de combustível e o quanto sai de energia pela chaminé. O entendimento acerca dessas variáveis é de fundamental importância para obter-se o máximo de benefícios que esta técnica pode proporcionar. A simples observação da chama ou da fumaça no topo da chaminé, não revela o que se perde de combustível. Assim a eficiência, em qualquer área necessita obrigatoriamente de dois itens: equipamentos adequados e pessoal qualificado. 1 Informativo Técnico Infotec nº 026 Por que a eficiência energética em processos de combustão é tão importante? 026 Como se processa a combustão? Reações de combustão são reações químicas que envolvem a oxidação completa de um combustível. Combustível + comburente (ar) calor gases de combustão Os principais elementos químicos que constituem um combustível são o carbono, hidrogênio e alguns casos o enxofre. Estes elementos reagem com oxigênio, e na sua forma pura apresentam a seguinte liberação de calor, segundo as reações: C + O2 CO2 + calor de reação H2 + ½ O2 H2O + calor de reação S + O2 SO2 + calor de reação O conhecimento das necessidades de ar para combustão, bem como da composição e volume dos produtos de combustão é fundamental para o projeto e controle de equipamentos de combustão. A estequiometria química nos fornece os principais dados necessários aos cálculos de combustão: Elemento Peso Atômico Carbono 12 Hidrogênio 1 Oxigênio 16 Nitrogênio 14 Enxofre 32 Composição do ar atmosférico Elemento Em massa Em volume Oxigênio 23,2% 21% Nitrogênio 76,8% 79% Relação molar O2/N2 3,76 Ar : ponto chave para melhorar o consumo Qualquer combustível convencional requer, de acordo com sua composição, uma quantidade específica e calculável de oxigênio (e portanto, de ar, uma vez que este é o agente comum de fornecimento) para atingir teoricamente uma reação completa. Menos do que essa quantidade, gera perdas excessivas de calor através do gás de combustão. Na prática, a fim de se garantir combustão completa, é utilizado um pouco mais do que a quantidade teórica necessária, o que chamamos de excesso de ar. Por exemplo, se um combustível for queimado com 20% de excesso de ar, então a proporção de trabalho de ar/combustível é 1,20 vezes a proporção estequiométrica. O ar em excesso, então, não participa diretamente da combustão, e sai do processo junto com os produtos da combustão. Os teores de CO2 e O2 são as medidas mais usadas para determinação do excesso de ar através da análise dos gases de combustão. Desde que a composição elementar da maioria dos combustíveis industriais não varie consideravelmente, é possível construir um gráfico que relaciona o excesso de ar com o teor de CO2 ou O2 nos produtos de combustão. A queima de um combustível utilizando-se somente a quantidade necessária de ar, teoricamente não deve gerar CO nem liberar O2 nos produtos da combustão, pois todo o carbono passou para CO2. Diz-se então que o CO2 é o estequiométrico quando o excesso de ar for igual a zero (λ = 1). A medida que o excesso de ar vai aumentando, o CO2 é diluído na mistura e o O2 é crescente. O CO pode ser formado devido à insuficiência de ar para combustão completa. Na maioria de reações de combustão reais, sempre aparecem produtos de combustão completa e incompleta. O excesso de ar ideal vai depender do estado físico do combustível e da forma como que é misturado com o ar, na literatura encontramos: Combustível Excesso de ar Gases 10% Líquidos 20% Sólidos 50% ou mais 2 Como medimos as perdas na combustão? O principal objetivo da queima de um combustível é o aproveitamento de energia, geralmente feito com a geração de vapor de água ou o aquecimento de algum material ou produto. Seja qual for o processo, a energia introduzida ao sistema na forma do poder calorífico do combustível é transformado em calor útil e perdas de calor conforme a equação: Qu= E1 - perdas Onde : Qu: energia útil produzida E1: energia total que entra perdas: soma de todas as perdas de calor e energia na operação do sistema. Definindo o rendimento térmico de equipamentos como a relação entre a energia útil produzida e a energia consumida, temos que: η = E1 - perdas = 1 - perdas E1 E1 É óbvio que a diminuição das perdas aumenta o aproveitamento da energia do combustível. A principal perda de calor em equipamentos de combustão está contida no calor arrastado pelos produtos de combustão e dispersados na atmosfera. Devido ao fato que, na prática, a perda de calor por entalpia dos produtos de combustão é normalmente a mais preponderante, o controle desta perda mostra-se extremamente útil. Aplicando-se um balanço genérico de massa e energia num equipamento de combustão, a porcentagem de perda de calor pelos produtos de combustão pode ser calculada através da equação: P= [1+(A/C) esteq Cp (Tg –Tar) PC Onde: P = percentagem de perdasde calor pelos gases de combustão (A/C)esteq = relação Ar/Combustível estequiométrica do combustível = coeficiente de excesso de ar Cp = calor especifico médio dos gases de combustão (1050 J/kg ºC) Tg = temperatura de saída dos gases combustão Tar = temperatura do ar PC = poder calorífico do combustível Através do exame da equação, conclui-se que duas variáveis importantes tem influência na perda de calor pelos gases de combustão: A temperatura de saída dos gases O coeficiente de excesso de ar Para minimizar as perdas, a menor temperatura de saída é desejável, com o objetivo de melhor aproveitamento do calor sensível contido nos gases. A temperatura de saída nem sempre é possível de ser controlada, já que dependendo do aumento da troca de calor dos gases com o fluído de trabalho ou material a ser aquecido, implica normalmente em aumento da área de troca de calor, que é um parâmetro original do projeto e construção de equipamentos. O aumento da área de troca pode ser feito através da adição de recuperadores de calor, pré- aquecendo o ar de combustão ou a água de alimentação de caldeiras. A limitação na redução de temperatura de saída dos gases está na temperatura de processo, já que há sempre a necessidade de um diferencial de temperatura para haver transmissão de calor, e na temperatura de orvalho dos produtos de combustão quando se trata de combustíveis com enxofre. A outra variável é o excesso de ar, que deve ser mínimo até o limite onde possa ocorrer combustão incompleta. Isto normalmente pode ser obtido através da regulagem do queimador com o menor excesso de ar possível, identificando pela análise dos produtos de combustão, o teor de CO2 ou O2 para o controle de excesso de ar e CO ou HC totais para determinação de combustão completa. Na prática, o ajuste do excesso de ar pode gerar economias de 5 a 20 % de combustível. O controle da relação ar/combustível é essencial para uma combustão econômica. 3 Analisar os gases da combustão é fundamental para economizar A busca pela eficiência do consumo de combustível em caldeiras/fornos tem relação direta com a medição dos gases presentes na queima. Assim, é imprescindível que sejam feitas constantes medições dos teores dos gases durante o processo de combustão. Principais gases a serem medidos: . O2 (oxigênio) . CO2 (dióxido de carbono), . CO (monóxido de carbono) Vale lembrar que o monitoramento preciso da concentração de O2 e de CO na saída da chaminé é fator decisivo para o controle do excesso de ar durante o processo de combustão. A medição dos gases nos informa: . Se a queima está completa ou não; . Se o calor desprendido na fornalha está sendo bem aproveitado; . Se há altos níveis de poluição; . Se o volume de ar é ideal. Além da medição destes gases, o controle da fuligem, em queimadores a óleo, temperatura dos gases, pressão de fornalha e de tiragem, representam também importantes medidas a serem controladas. Conheça o rendimento de seus equipamentos e saiba quanto poderá economizar. FALE CONOSCO Infotec nº 026 Valores de referência para ajuste de sistemas de queima* Combustível %CO2 máx. CO ppm Índice de fuligem Excesso de ar Óleos pesados 15,8 < 50 3 15 a 35% Gás natural 12,0 < 30 0 10 a 30% GLP 13,8 < 30 0 15 a 35% Lenha (40% umid) 20,1 < 1.000 3 55 a 105% Cavaco (35% umid) 20,1 < 500 3 40 a 80% Bagaço de cana (50% umid) 19,8 < 500 3 25 a 40% Obs.: (*) Estes valores podem variar, conforme características do combustível , do processo, dos padrões ambientais exigidos entre outros fatores. Conheça nossos serviços e treinamentos em combustão industrial: www.zetecambiental.com.br Monitoramento da combustão com analisador portátil Zetec Tecnologia Ambiental Ltda tecnico@zetecambiental.com.br tel. (11) 3807-3858 - SP 4 Sonda de medição contínua de O2 Medidor de fuligem para queimadores a óleo. mailto:tecnico@zetecambiental.com.br
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