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Informativo Técnico Infotec 018 Problemas comuns em caldeiras de queima a lenha e cavaco Caldeiras industriais geram grande custo operacional, impactando na fabricação dos produtos nas unidades fabris. Com isso, é de suma importância manter alto rendimento da caldeira e operá-la dentro dos melhores requisitos, treinar pessoal e monitorar periodicamente a queima, a qualidade da água e a sua segurança. A operação de uma caldeira a biomassa é mais complexa devido a maior dependência de fatores quando comparada com uma caldeira a óleo ou gás. . Teor de Umidade . Qualidade do combustível . Dimensões . Impurezas São fatores que influenciam no rendimento e na boa operação da caldeira. Os problemas operacionais variam de processo para processo, os mais comuns são: . A energia contida por volume de combustível pode variar de maneira significativa (kcal/kg), esta variação é devida à umidade; . As emissões da caldeira acabam limitando a sua operação, quanto aos níveis de CO e de material particulado; . As cargas de vapor para o processo normalmente flutuam e, às vezes, sobem repentinamente; . A operação das malhas de controle em automático nem sempre está implementada ou podem estar mal ajustadas; . Não há um controle de excesso de ar; . Variações bruscas de umidade e impurezas minerais no combustível afetam a performance de queima. Fora estes problemas que podem ocorrer , podemos nos deparar com erros no projeto da caldeira ou do sistema de tiragem/exaustão que é muito comum. Objetivos de Performance Para caldeiras de biomassa, o ideal é operar com os seguintes parâmetros: . Reduzir a umidade do combustível para níveis mais controláveis , tipo não ultrapassar a 35% de umidade; . Manter o excesso de ar sob controle a níveis não superiores a 70% ou até menos, desde que o teor de inqueimados sejam desprezíveis; . Ajustar periodicamente as pressões de ar primário, secundário e a exaustão, para a manutenção dos níveis desejados de excesso de ar; . Controlar as demandas de vapor (se possível) no processo; . Manter superfícies de troca limpas, para melhor transferência térmica; . Em caldeiras que utilizam alimentação manual de lenha, abrir a porta o suficiente somente para um rápido carregamento; . Vedar possíveis entradas de ar falso para a fornalha, este ar acaba resfriando a fornalha e impede melhor controle da temperatura interna; . Evitar fumaça densa na chaminé que é sinal de baixa eficiência; . Chama escura dentro da fornalha pode ser deficiência de oxigênio na mistura, mantenha as grelhas limpas e entradas de ar desobstruídas. 1 Obtendo melhor rendimento em caldeiras a biomassa 1 018 Regulagem da pressão de fornalha A pressão negativa interna da fornalha é fundamental ao bom funcionamento e rendimento do equipamento. Havendo pressão positiva na fornalha que é caracterizada pelo excesso de ar nos ventiladores, apresentará sérios problemas ao equipamento, tais como: . Perda no rendimento . Retrocesso de gases e fogo através das portas . Retrocesso de cinzas para a caixa de ar . Superaquecimento das grelhas Temperatura dos Gases O aparecimento de temperaturas altas na saída dos gases de combustão pode ser sintoma de alguma anormalidade operacional, dentre as quais: . Caldeira esta suja, com deficiência de troca térmica; . Ocorrência de queda de material refratário, mudando caminho preferencial dos gases; . Juntas de amianto não dão perfeita vedação; . Tamanho de chama maior que o aceitável; . Excesso de ar na fornalha, causando aumento de velocidade dos gases. A temperatura dos gases é um indicativo da forma pela qual a transferência de calor se processa no interior da caldeira. Para obter-se um controle mais rigoroso de temperatura o termômetro deverá ser fixado através de um orifício, rosqueado na chaminé, ou antes do pré-ar. Tiragem Tiragem é o processo pelo qual se garante a admissão de ar na fornalha e a circulação dos gases de combustão através de toda a caldeira, até a sua saída para a atmosfera. A tiragem deve vencer a perda de carga do sistema e o exaustor deverá ser dimensionado para tal. O controle de tiragem é feito através de registros (dampers) colocados nos dutos de circulação de gases de combustão, podendo ser automático, manual ou por inversores. A velocidade do ar no processo de combustão é um ponto que deve ser considerado. É possível obter uma combustão completa e perfeita e não se obter da mesma o melhor rendimento. Não se deve esquecer que o contato do calor com o material a ser aquecido deverá ter uma duração mínima para que esta transferência seja eficiente. A tiragem pode influenciar significativamente no processo de combustão. Quando excessivamente alta ocasiona o aumento da velocidade de saída dos gases de combustão, portanto, diminui o tempo de troca térmica, fazendo com que a temperatura dos gases na chaminé seja elevada, outra consequência que podemos ter é o arraste das partículas do combustível , antes que as mesmas sofram combustão completa. Quando for baixa pode provocar o abafamento da fornalha prejudicando sensivelmente a combustão. Formação de cinzas Em uma queima completa a formação de cinzas é mínima e quase a totalidade de cinzas que se formará será succionada pelo exaustor indo se depositar no lavador de gases ou em um multiciclone. Uma pequena parte irá se depositar atrás da última camada da grelha. Esta cinza deverá ser retirada através das portas para esta finalidade. Dependendo da umidade do combustível esta limpeza deverá ser mais freqüente. É recomendável fazer esta retirada para evitar que se formem escórias (cinza fundida) que aos poucos fecharão as grelhas, não permitindo a entrada de ar. Causas prováveis de formação de escória: . Excesso de combustível . Insuficiência de ar primário . Combustíveis úmidos e com excesso de serragem ou resíduos Algumas espécies de madeiras possuem em suas cinzas substâncias que podem se fundir a temperaturas mais baixas, causando incrustações do lado do gás, formando depósitos sobre as áreas de troca ou sobre os refratários. 2 2 Controle da temperatura de fornalha Biomassas mais secas ou densificadas como briquetes ou pellets, requerem melhor controle da temperatura de fornalha, uma vez que produzem maior temperatura de chama, podendo danificar grelhas e partes refratárias. Combustíveis mais úmidos normalmente produzem chamas mais longas e mais fuliginosas. A indicação correta da temperatura de fornalha pode ser medida por termopares e a sua correta instalação, tipo e precisão requerida é muito importante. Manter superfícies de troca térmica limpas Com o decorrer da operação, a fuligem e cinzas vão sendo arrastadas e depositadas isolando as superfícies de troca de calor. Acúmulo de fuligem nos tubos causam perdas de calor e de rendimento da caldeira. A frequência de limpeza dos tubos é um fator determinante para a manutenção de bons rendimentos. A espessura de 5 mm de fuligem sobre o tubo representa uma perda de quase 2% de calor. Análise dos gases da combustão A observação da chama, da fornalha e da chaminé é muito importante para que o operador possa ter o sentido do melhor ajuste visual, no entanto, para determinar o excesso de ar aplicado, verificar se a proporçãodo ar/combustível está correta ou se há formação de combustível não queimado, se faz necessário a análise do CO2, O2 e CO. Valores satisfatórios para queima de lenha/cavaco * % CO2 %O2 CO ppm % Exc ar 11,5 a 14 6,5 a 9 < 500 40 a 70 *Valores podem variar Potência térmica nominal (MW) CO (mg/Nm³) Até 0,05 6.500 Entre >0,05 e ≤0,15 3.250 Entre >0,15 e ≤1,0 1.700 Entre >1,0 e ≤10 1.300 Potência Térmica Nominal (MW) MP (mg/Nm³) NOx (mg/Nm³) Menor 10 730 N.A. Entre 10 e 30 520 650 Entre 30 e 70 260 650 Maior 70 130 650 Limpezas constantes das superfícies de troca garantem maiores rendimentos Mais informações, fale conosco: Zetec Tecnologia Ambiental Ltda www.zetecambiental.com.br tecnico@zetecambiental.com.br tel. (11) 3807-3858 Limites de Emissão para poluentes atmosféricos Madeira CONAMA Nº 382 Limites Máximo para Emissão de CO CONAMA Nº 382 3 http://www.zetecambiental.com.br/ mailto:tecnico@zetecambiental.com.br