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Aula 11 - Prescrição

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PRESCRIÇÃO 
 
 É a perda do direito de punir, decorrente do decurso do tempo sem que o 
processo punitivo – declaração da condenação através de sentença transitada em 
julgado e execução da pena. 
 Divide-se em duas espécies: 
- prescrição da pretensão punitiva – quando não se inicia ou não se finaliza a ação 
penal dentro do prazo 
- da pretensão executória – quando, embora condenado o réu, o Estado não 
consegue executar a pena dentro do prazo. 
 
 NATUREZA JURÍDICA 
 
 Instituto de direito material – consequentemente aplicam-se as regras do CP 
e não as do CPP. 
 Assim, não retroagem as regras sobre prescrição a não ser para beneficiar o 
réu. 
 Outrossim, a contagem do prazo se dá incluindo-se o dia do início, e não se 
prorroga até o dia útil subsequente, caso termine em domingo, feriado ou dia sem 
expediente forense ou de expediente reduzido. 
 
 FUNDAMENTOS 
 
 O caráter educativo da pena perde-se caso muito tempo decorra entre a 
prática do fato e a aplicação da sanção. 
 Não pode o autor do delito ficar eternamente esperando ser punido por um 
fato que cometeu, tendo o Estado o dever de ser eficiente, garantindo a razoável 
duração do processo. 
 
 IMPRESCRITIBILIDADE 
 
 A Constituição Federal prevê a imprescritibilidade de apenas dois tipos de 
crime: 
 
 a) racismo 
 b) crimes decorrentes de ações de grupos armados, civis ou militares, contra 
a ordem constitucional e o Estado Democrático de Direito. 
 
 TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL 
 
 O Brasil aderiu ao Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, com 
competência para julgar: crimes de genocídio; crimes contra a humanidade; crimes 
de guerra; e crime de agressão, sendo eles imprescritíveis. 
 
 Em regra, a prescrição ocorre independente de quem deu causa à demora, 
mas o art. 366 do CPP dispõe que 
 
 Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir 
advogado, ficarão suspensos o processo e o curso do prazo prescricional, 
podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas consideradas 
urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no 
art. 312. (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) (Vide Lei nº 11.719, de 
2008) 
 
 SÚMULA N. 415 STJ O período de suspensão do prazo prescricional é 
regulado pelo máximo da pena cominada. 
 
 O STF, entretanto, entende que a suspensão é por tempo indeterminado, 
não consistindo tal indeterminação em nova modalidade de imprescritibilidade, pois 
a prescrição irá sim ocorrer, se, voltando a contar o prazo, após cessar a causa de 
suspensão, esvair-se o prazo sem a punição / execução. 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9271.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1
 PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA 
 
 É a perda do direito de punir, impedindo a condenação. 
 Subdivide-se em: 
 a) prescrição pela pena em abstrato – ocorre antes de iniciada a ação ou 
durante seu curso; 
 Pode ocorrer: antes do ajuizamento da ação; antes da sentença; após a 
sentença, quando haja recurso da acusação pendente (se o recurso for da defesa, 
o prazo considera a pena em concreto. 
 Como ainda não haverá pena aplicada ao caso concreto, é a pena máxima 
prevista para o delito que deve ser considerada. Os prazos estão previstos no art. 
109 do Código Penal, que aponta, para cada intervalo de pena, em quanto tempo 
prescreve. 
 A prescrição da pretensão punitiva atinge todos os efeitos, penais e 
extrapenais, vez que impede a própria condenação, ainda que esta tenha ocorrido 
em primeiro grau, mas a prescrição tenha se operado durante a pendência de 
recurso. 
 
 FATORES QUE INFLUENCIAM NO PRAZO PRESCRICIONAL 
 
1) Idade do réu 
Art. 115 - São reduzidos de metade os prazos de prescrição quando o criminoso 
era, ao tempo do crime, menor de 21 (vinte e um) anos, ou, na data da sentença, 
maior de 70 (setenta) anos.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 Discutiu-se muito se a mudança do Código Civil, em 2002, que reduziu a 
maioridade no âmbito cível para 18 anos teria revogado parcialmente, tacitamente 
o presente artigo. 
 Entretanto, como a maioridade penal já era 18 anos, o que se extrai do 
sentido da lei é que, atingida a maioridade, durante certo tempo o agente, devido 
ao seu grau de maturidade, tem direito à redução da prescrição, nada tendo a ver 
com a maioridade civil o limite de idade estabelecido pelo Código Penal. 
Quando da aprovação do Estatuto do Idoso, por sua vez, iniciou-se a discussão 
sobre a alteração tácita do art. 115, para passar a ser aplicável a maiores de 60 e 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art115
não de 70 anos, entretanto o STF já se posicionou sobre o tema, aduzindo que “a 
idade de 60 (sessenta) anos, prevista no art. 1º do Estatuto do Idoso, somente 
serve de parâmetro para os direitos e obrigações estabelecidos pela Lei nº 
10.741/2003. Não há que se falar em revogação tácita do art. 115 do Código Penal, 
que estabelece a redução dos prazos de prescrição quando o criminoso possui 
mais de 70 anos de idade na data da sentença condenatória(...)” (HC 86.320 SP) 
 
2) Causas de aumento e diminuição de pena 
 
 A prescrição da pretensão punitiva deve levar em conta a pena máxima 
cominada em abstrato. 
 Quando presentes causas de aumento e ou diminuição, os patamares 
mínimo e máximo previstos para o tipo podem ser superados, de modo que, para a 
análise do prazo prescricional, a incidência das referidas causas deve ser levada 
em conta. 
 Considerando-se que a pena máxima é que deve ser levada em conta para a 
análise da prescrição da pretensão punitiva, deve-se, portanto, considerar a fração 
máxima de aumento e a mínima de diminuição. 
 Se houver concurso de causa de aumento e diminuição as regras aplicáveis 
à referida modalidade de concurso devem ser levadas em conta. 
 
3) Reincidência 
 
 Súmula 220 do STJ - “a reincidência não interfere no prazo da prescrição da 
pretensão punitiva” 
 
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória 
regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os 
quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente.(Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 
 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art110
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art110
 CONTAGEM DO PRAZO PRESCRICIONAL 
 
 Para a contagem do prazo prescricional, além de saber que, em relação à 
pretensão punitiva, deve-se levar em conta a pena máxima, é necessário identificar 
seu termo inicial, bem como a eventual existência de causa suspensiva ou 
interruptiva da prescrição. 
 Não se pode esquecer, ainda, que sendo prazo de natureza penal, inclui-se 
o dia do início e exclui-se o último, o que significa dizer que se o prazo é de um 
ano e se inicia no dia 07/08/2014, no dia 06/08/2015 não mais será possível dar 
início ou continuidade à ação penal, operando-se no referido dia a prescrição. 
 Ademais, caso acabe em dia não útil, ou sem expediente forense, o prazo 
não é prorrogado até o dia útil ou com expediente subsequente. 
 
 
 
 
 
 
 TERMO INICIAL DO PRAZO DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA 
 
 Art. 111 - A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, 
começa a correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
I - do dia em que o crime se consumou; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
Esta é a regra geral – que a prescrição comece a correr no dia em que o crime 
foi consumado, sendo as demais hipóteses – listadas abaixo – excepcionais. 
Caso a conduta seja praticada em um dado momento, mas a consumação do 
delito – com a ocorrência do resultado – venha se dar apenas dias depois, é a data 
da consumaçãoque deve ser levada em conta. 
Ex.: Homicídio. Autor dispara contra a vítima, que é socorrida e levada ao 
hospital, no dia 01/01/2015, apenas no dia 05/05/2015 a vítima vem a óbito, em 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art111
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art111
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art111
razão dos ferimentos provocados pelos disparos do autor. O prazo da prescrição 
da pretensão punitiva inicia no dia 05/05/2015. 
Caso não seja possível determinar precisamente a data da consumação do 
crime, em sendo possível precisar a data da conduta, esta deve ser levada em 
consideração, por ser a mais benéfica ao acusado. 
Em caso de concurso de crimes, o termo inicial de cada um deve ser o da 
respectiva consumação, vez que o art. 119 assim dispõe: 
 
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá 
sobre a pena de cada um, isoladamente 
 
 
II - no caso de tentativa, do dia em que cessou a atividade 
criminosa; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
No caso de tentativa, o termo inicial é o dia em que se praticou o último ato 
executório. 
 
III - nos crimes permanentes, do dia em que cessou a permanência; (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 
IV - nos de bigamia e nos de falsificação ou alteração de assentamento do 
registro civil, da data em que o fato se tornou conhecido. (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
Considerando-se que estes fatos são praticados de forma clandestina, sem 
que ninguém tome conhecimento de imediato, e que podem se passar vários anos 
até o descobrimento da prática, o legislador estabeleceu como termo inicial a data 
em que o fato tornou-se conhecido. 
Não se trata de situação que induz à imprescritibilidade, mas tão somente 
causa de retardamento do termo inicial da prescrição. 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art111
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art111
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art111
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art111
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art111
V - nos crimes contra a dignidade sexual de crianças e adolescentes, previstos 
neste Código ou em legislação especial, da data em que a vítima completar 18 
(dezoito) anos, salvo se a esse tempo já houver sido proposta a ação 
penal. (Redação dada pela Lei nº 12.650, de 2012) 
 
 Atualmente, quando a vítima de crime contra a dignidade sexual é menor de 
idade, a ação penal é pública incondicionada. 
 
 Art. 225. Nos crimes definidos nos Capítulos I e II deste Título, procede-se 
mediante ação penal pública condicionada à representação. (Redação dada 
pela Lei nº 12.015, de 2009) 
Parágrafo único. Procede-se, entretanto, mediante ação penal pública 
incondicionada se a vítima é menor de 18 (dezoito) anos ou pessoa 
vulnerável. (Incluído pela Lei nº 12.015, de 2009) 
 
 Como, entretanto, por vezes a criança ou adolescente, por medo ou 
vergonha, não comunica aos pais ou a qualquer pessoa a prática do crime, caso a 
presente regra não existisse, muitas vezes a prescrição ocorreria antes do fato vir 
à tona. 
 Caso a ação penal tenha sido instaurada, entretanto, o retardamento do 
termo inicial da prescrição não faz mais sentido, razão pela qual o legislador previu 
como exceção à regra. Neste caso, o termo inicial do prazo prescricional deve ser 
o da propositura da ação, vez que, até este, o prazo prescricional não estava 
sendo computado. 
 A presente regra pode ser aplicada a crimes contra a dignidade sexual que 
estejam previstos em legislação extravagante. 
 Ex.: Art. 240 [ECA] Produzir, reproduzir, dirigir, fotografar, filmar ou registrar, 
por qualquer meio, cena de sexo explícito ou pornográfica, envolvendo criança ou 
adolescente: (Redação dada pela Lei nº 11.829, de 2008) 
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos, e multa. (Redação dada pela Lei 
nº 11.829, de 2008) 
 
 
 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2012/Lei/L12650.htm
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/L12015.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11829.htm#art1
 CAUSAS INTERRUPTIVAS DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA 
 
 
 O Código Penal prevê algumas causas que interrompem a contagem do 
prazo prescricional, em seu art. 117. 
 Quando o prazo prescricional é interrompido, ele volta a contar do início a 
partir do dia da interrupção. 
 As causas interruptivas são taxativas, vez que prejudiciais ao réu. 
 
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
I - pelo recebimento da denúncia ou da queixa; (Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
 
Não basta ter sido oferecida a ação penal ou queixa, precisa ter sido recebida 
pelo Juiz. 
O recebimento de aditamento não interrompe a prescrição. 
Caso o juiz não receba a denúncia e tenha sido interposto recurso desta 
decisão, o acórdão que julgar procedente o recurso, possui efeito de decisão que 
recebe a denúncia, de modo que passa a ser a causa interruptiva, afinal trata-se, 
de fato, de recebimento da denúncia. 
Caso o acórdão apenas declare a nulidade da decisão e o juiz, ao decidir 
posteriormente, receber a denúncia, é esta decisão que conta como causa 
interruptiva. 
 
II - pela pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
A pronúncia é a decisão que encerra a primeira fase no procedimento do 
Tribunal do Júri. É uma decisão que reconhece a existência de indícios suficientes 
de autoria e prova de materialidade, o que justifica o caso seja levado a plenário 
para julgamento pelo Júri. 
Se o juiz desclassifica o crime, impronuncia ou declara a absolvição sumária 
não há que se falar em interrupção, pois não existiu pronúncia. Se das referidas 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art117
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art117
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art117
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art117
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art117
decisões for interposto recurso e, julgado procedente, o acórdão declarar 
pronunciado o réu, o acórdão será a causa interruptiva. 
Outro ponto importante é que a interrupção da prescrição independe da 
decisão do Júri, ou seja, se os jurados decidirem pela desclassificação do crime, a 
prescrição deste vai ser contada levando-se em consideração a interrupção da 
prescrição pela pronúncia. 
Se decretada nula a decisão que pronunciou o réu, a causa interruptiva é 
considerada inexistente. 
Caso exista uma nova decisão de pronúncia – quando, por exemplo, fato 
superveniente enseja o aditamento da denúncia, com a consequente necessidade 
de proferir nova pronúncia – apenas a última pode servir como causa interruptiva. 
Isso ocorre porque a primeira decisão vai ser considerada inexistente, já que o 
fato que será levado a plenário é o constante da última decisão de pronúncia. 
 
III - pela decisão confirmatória da pronúncia; (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
 
A decisão confirmatória tem lugar quando, da decisão de pronúncia é 
interposto recurso, vindo o acórdão a considerar desprovido o recurso, 
confirmando a pronúncia. 
 
IV - pela sentença condenatória recorrível; (Redação dada pela Lei nº 7.209, 
de 11.7.1984) 
IV - pela publicação da sentença ou acórdãocondenatórios 
recorríveis; (Redação dada pela Lei nº 11.596, de 2007). 
 
A sentença ou acórdão precisa ser condenatório, independente da condenação 
ocorrer nos termos da denúncia ou de modo diverso – com desclassificação para 
crime menos grave ou condenação por um único crime, quando a denúncia 
continha concurso. 
 
Decisão que concede perdão judicial não é condenatória (súmula do STJ), 
então, não interrompe a prescrição. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art117
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art117
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art117
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art117
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11596.htm#art2
Isto é importante, pois pode haver recurso contra a decisão concessiva de 
perdão e, reformada a sentença, faria diferença a interrupção do prazo, se ela 
existisse. 
A sentença que aplica medida de segurança é classificada como absolutória, 
nos termos do art. 386, VI do CPP, de modo que não interrompe o prazo 
prescricional. 
O acórdão que confirma sentença condenatória não é causa interruptiva, mas 
somente o “acórdão condenatório”, ou seja, quando uma decisão absolutória 
enseja o recurso e o acórdão reforma a decisão, condenando o réu. 
Questão polêmica é a de acórdãos que incrementa a condenação, sendo o 
posicionamento do STF de que se interrompe a prescrição, por consistir em nova 
condenação. 
 
 
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; (Redação dada pela 
Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
 VI - pela reincidência. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
VI - pela reincidência. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da 
prescrição produz efeitos relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes 
conexos, que sejam objeto do mesmo processo, estende-se aos demais a 
interrupção relativa a qualquer deles. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
O teor do presente parágrafo é importante nos casos em que o crime é 
cometido em concurso de agentes, mas apenas um ou alguns deles são 
conhecidos. 
Por força do presente dispositivo, a causa interruptiva atinge os demais 
autores. 
Também pode acontecer de apenas um dos autores ser condenado e os 
outros serem absolvidos. A interrupção da prescrição pela sentença condenatória 
alcança todos, assim, havendo recurso que enseje reforma para condenar o outro 
autor, a causa interruptiva deve ser considerada. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art117
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art117
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9268.htm#art1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9268.htm#art1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art117
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9268.htm#art1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art117
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art117
No caso de crimes conexos, também a causa interruptiva em relação a um 
atinge todos os demais. Ex.: homicídio em conexão com ocultação de cadáver, a 
decisão de pronúncia irá se referir ao crime contra a vida, mas se a ocultação 
estiver narrada na inicial acusatória, a causa interruptiva da decisão de pronúncia 
atinge o crime conexo. 
Se, entretanto, os crimes conexos forem apurados em processos distintos, a 
causa interruptiva de um não atinge o outro, por força da redação do dispositivo. 
 
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo 
o prazo começa a correr, novamente, do dia da interrupção. (Redação dada pela 
Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 
 CAUSAS SUSPENSIVAS DA PRESCRIÇÃO 
 
 Além das causas interruptivas de prescrição o CP, bem como a legislação 
extravagante, prevê causas suspensivas. 
 A suspensão da prescrição significa que a contagem do prazo prescricional 
fica parada (em suspenso), enquanto durar a causa suspensiva. Cessada a causa 
suspensiva, a prescrição volta a correr de onde tinha parado. 
 
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não 
corre:(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 I - enquanto não resolvida, em outro processo, questão de que dependa o 
reconhecimento da existência do crime; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 Suspende-se a prescrição enquanto é decidida questão prejudicial. 
 
 Art. 92. Se a decisão sobre a existência da infração depender da solução de controvérsia, que o juiz repute 
séria e fundada, sobre o estado civil das pessoas, o curso da ação penal ficará suspenso até que no juízo 
cível seja a controvérsia dirimida por sentença passada em julgado, sem prejuízo, entretanto, da inquirição 
das testemunhas e de outras provas de natureza urgente. 
 Parágrafo único. Se for o crime de ação pública, o Ministério Público, quando necessário, promoverá 
a ação civil ou prosseguirá na que tiver sido iniciada, com a citação dos interessados. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art117
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 Art. 93. Se o reconhecimento da existência da infração penal depender de decisão sobre questão 
diversa da prevista no artigo anterior, da competência do juízo cível, e se neste houver sido proposta ação 
para resolvê-la, o juiz criminal poderá, desde que essa questão seja de difícil solução e não verse sobre 
direito cuja prova a lei civil limite, suspender o curso do processo, após a inquirição das testemunhas e 
realização das outras provas de natureza urgente. 
 § 1o O juiz marcará o prazo da suspensão, que poderá ser razoavelmente prorrogado, se a demora 
não for imputável à parte. Expirado o prazo, sem que o juiz cível tenha proferido decisão, o juiz criminal fará 
prosseguir o processo, retomando sua competência para resolver, de fato e de direito, toda a matéria da 
acusação ou da defesa. 
 § 2o Do despacho que denegar a suspensão não caberá recurso. 
 § 3o Suspenso o processo, e tratando-se de crime de ação pública, incumbirá ao Ministério Público 
intervir imediatamente na causa cível, para o fim de promover-lhe o rápido andamento. 
 
 
 II - enquanto o agente cumpre pena no estrangeiro.(Redação dada pela Lei nº 
7.209, de 11.7.1984) 
 
 Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a 
prescrição não corre durante o tempo em que o condenado está preso por outro 
motivo.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 Além destas causas suspensivas previstas na parte geral do CP, tem-se, 
ainda, as seguintes, sem prejuízos de outras: 
 
a) durante o período de cumprimento da suspensão condicional do processo (art. 
89, parágrafo 6º, da Lei 9.099/95); 
 
 Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por 
esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a 
quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro 
crime, presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena (art. 77 do Código 
Penal). 
 § 1º Aceita a proposta pelo acusado e seu defensor, na presença do Juiz, este, recebendo a denúncia, 
poderá suspender o processo, submetendo o acusado a período de prova, sob as seguintes condições: 
(...) 
§ 6º Não correrá a prescriçãodurante o prazo de suspensão do processo. 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Decreto-Lei/Del2848.htm#art77
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b) enquanto o processo está suspenso em virtude da citação por edital do réu (art. 
366 do CPP); 
 
Art. 366. Se o acusado, citado por edital, não comparecer, nem constituir advogado, ficarão suspensos o 
processo e o curso do prazo prescricional, podendo o juiz determinar a produção antecipada das provas 
consideradas urgentes e, se for o caso, decretar prisão preventiva, nos termos do disposto no art. 312. 
 (Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) (Vide Lei nº 11.719, de 2008) 
 
c) enquanto se cumpre carta rogatória (art. 368 do CPP) 
 
Art. 368. Estando o acusado no estrangeiro, em lugar sabido, será citado mediante carta 
rogatória, suspendendo-se o curso do prazo de prescrição até o seu 
cumprimento.(Redação dada pela Lei nº 9.271, de 17.4.1996) 
 
d) se for suspenso processo contra parlamentar, atento à imunidade processual 
(art. 53, parágrafo 5º da CF). 
Art. 53. Os Deputados e Senadores são invioláveis, civil e penalmente, por quaisquer de 
suas opiniões, palavras e votos. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 
2001) 
(…) 
§ 3º Recebida a denúncia contra o Senador ou Deputado, por crime ocorrido após a 
diplomação, o Supremo Tribunal Federal dará ciência à Casa respectiva, que, por 
iniciativa de partido político nela representado e pelo voto da maioria de seus membros, 
poderá, até a decisão final, sustar o andamento da ação. (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 35, de 2001) 
(…) 
§ 5º A sustação do processo suspende a prescrição, enquanto durar o mandato.(Redação 
dada pela Emenda Constitucional nº 35, de 2001) 
 
 
PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO PUNITIVA PELA PENA EM CONCRETO 
(RETROATIVA E INTERCORRENTE 
 
 Como visto, antes da sentença de primeiro grau, a prescrição é analisada a 
partir da pena máxima cominada em abstrato. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9271.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2008/Lei/L11719.htm#art1
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Emendas/Emc/emc35.htm#art1
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 Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória 
regula-se pela pena aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os 
quais se aumentam de um terço, se o condenado é reincidente. (Redação dada 
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 § 1o A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado 
para a acusação ou depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena 
aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por termo inicial data anterior à 
da denúncia ou queixa. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010). 
 
Art. 617. O tribunal, câmara ou turma atenderá nas suas decisões ao disposto nos 
arts. 383, 386 e 387, no que for aplicável, não podendo, porém, ser agravada a 
pena, quando somente o réu houver apelado da sentença. 
 
 A prescrição da pretensão punitiva pela pena em concreto pode ser 
intercorrente ou retroativa. 
 Diz-se intercorrente a prescrição quando, dada a sentença condenatória, 
com pendência de recurso da defesa (vez que quando pendente recurso da 
acusação a pena a ser considerada ainda é a em abstrato), inicia-se novamente a 
contagem do prazo prescricional (pois a sentença condenatória é causa 
interruptiva de prescrição), e este prazo se esgota antes do julgamento do recurso. 
Ex.: Sentença condenatória por crime de furto à pena de 1 ano. Não há recurso da 
acusação, de modo que a prescrição levará em conta a pena em concreto. O lapso 
prescricional, no caso, será de 4 anos. Se da data da sentença decorrem 4 anos e 
o recurso não é julgado, ocorrerá a prescrição intercorrente da pretensão punitiva. 
 
 Diz-se a prescrição retroativa quando, aplicada a pena em concreto e não 
pendente recurso da acusação, verifica-se que, entre a data do recebimento da 
denúncia (não havendo outra causa interruptiva) e a data da sentença 
condenatória não transitada em julgado, decorreu o todo o lapso prescricional. 
 Tomando o exemplo acima, seria o caso da denúncia ter sido recebida em 
2010 e a sentença condenatória publicada em 2015. Não havendo recurso da 
acusação, a pena em concreto é que deve ser observada, e, como o prazo 
prescricional se iniciaria em 2010, em 2014 completaria os 4 anos, de modo que a 
sentença em 2015 não poderá prosperar, em razão da prescrição. 
 Do mesmo modo, se entre a data do oferecimento (vez que o art. 110 veda 
a consideração de termo inicial anterior ao da denúncia, quando se fala de 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art110
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art110
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12234.htm#art2
prescrição por trânsito em julgado para a acusação) e do recebimento da denúncia, 
no caso do parágrafo anterior, não existindo nenhuma outra causa interruptiva, 
tiver decorrido o prazo de 4 anos, também terá lugar a prescrição retroativa da 
pretensão punitiva. 
 Registre-se que a redação anterior do art. 110 permitia a contagem da 
hipótese de prescrição em comento com termo inicial anterior ao do recebimento 
da denúncia. Em 06 de maio de 2010, com a Lei 12.234/2010 é que a redação foi 
alterada, não atingindo, entretanto os fatos passados, face à irretroatividade da lei 
penal em prejuízo do acusado. 
 
§ 1º - A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação, ou depois 
de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 2º - A prescrição, de que trata o parágrafo anterior, pode ter por termo inicial data anterior à do 
recebimento da denúncia ou da queixa. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
§ 1º A prescrição, depois da sentença condenatória com trânsito em julgado para a acusação ou 
depois de improvido seu recurso, regula-se pela pena aplicada, não podendo, em nenhuma hipótese, ter por 
termo inicial data anterior à da denúncia ou queixa. (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010). 
 
 PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA 
 
 Como já mencionado, uma vez prolatada a condenação, por sentença 
irrecorrível, surge para o Estado a pretensão de executar a pena imposta. Esta 
pretensão também precisa ser efetivada dentro de um prazo, sob pena da perda do 
direito de executar a pena pelo Estado. 
 Ao contrário do que ocorre com a prescrição da pretensão punitiva – que 
atinge todos os efeitos da condenação vez que impede a própria existência desta – 
a prescrição da pretensão executória atinge tão somente a pena principal, 
subsistindo seus efeitos secundários – penais e extrapenais. 
 A prescrição da pretensão executória é regida pela pena aplicada, levando-
se em conta os mesmos prazos do art. 109 do CP 
 
Art. 109. A prescrição, antes de transitar em julgado a sentença final, salvo o disposto no § 1o do art. 110 
deste Código, regula-se pelo máximo da pena privativa de liberdade cominada ao crime, verificando-
se: (Redação dada pela Lei nº 12.234, de 2010). 
I - em vinte anos, se o máximo da pena é superior a doze; 
II - em dezesseis anos, se o máximo da pena é superior a oito anos e não excedea doze; 
III - em doze anos, se o máximo da pena é superior a quatro anos e não excede a oito; 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art110
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art110
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12234.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12234.htm#art2
IV - em oito anos, se o máximo da pena é superior a dois anos e não excede a quatro; 
V - em quatro anos, se o máximo da pena é igual a um ano ou, sendo superior, não excede a dois; 
VI - em dois anos, se o máximo da pena é inferior a um ano. 
VI - em 3 (três) anos, se o máximo da pena é inferior a 1 (um) ano. (Redação dada pela Lei nº 12.234, 
de 2010). 
Prescrição das penas restritivas de direito 
Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos previstos para as 
privativas de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Prescrição depois de transitar em julgado sentença final condenatória 
Art. 110 - A prescrição depois de transitar em julgado a sentença condenatória regula-se pela pena 
aplicada e verifica-se nos prazos fixados no artigo anterior, os quais se aumentam de um terço, se o 
condenado é reincidente.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 REINCIDÊNCIA: 
 
 Quando se trata de prescrição executória, a reincidência tem o condão de 
fazer aumentar de 1/3 o prazo previsto no art. 109 e aplicável ao caso. 
 A regra do art. 115 do CP (prescrição reduzida para menores de 21 anos na 
data do fato ou maiores de 70 na data da sentença) também se aplica à prescrição 
executória. 
 
 TERMOS INICIAIS DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA 
 
Termo inicial da prescrição após a sentença condenatória irrecorrível 
Art. 112 - No caso do art. 110 deste Código, a prescrição começa a 
correr: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
I - do dia em que transita em julgado a sentença condenatória, para a 
acusação, ou a que revoga a suspensão condicional da pena ou o livramento 
condicional; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
II - do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da 
interrupção deva computar-se na pena.(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
 São três hipóteses de termo inicial. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12234.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12234.htm#art2
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art109
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art110
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art112
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a) trânsito em julgado a sentença condenatória, para a acusação 
 
No caso, o trânsito em julgado já deve ter ocorrido para ambas as partes, do 
contrário não há que se falar em prescrição executória, mas caso o trânsito em 
julgado se dê em momentos diferentes, é do momento que transita em julgado 
para a acusação que conta o prazo prescricional. 
 
b) revogação do livramento ou sursis 
Lembre-se que se concedido o livramento ou sursis o réu não é encontrado para 
dizer se concorda com as condições ou se discorda delas os benefícios são 
considerados como não concedidos, não sendo o caso de revogação. 
A revogação acontece quando aceito o benefício, e portanto efetivamente 
concedido, durante o período de prova acontece a sua revogação. 
Deve-se observar nestes casos, para cálculo da prescrição qual o restante da pena 
a ser cumprida, sendo diferentes as regras do sursis e do livramento. 
 
c) do dia em que se interrompe a execução, salvo quando o tempo da interrupção 
deva computar-se na pena. 
 Art. 113 - No caso de evadir-se o condenado ou de revogar-se o livramento 
condicional, a prescrição é regulada pelo tempo que resta da pena. (Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
Outras hipóteses de interrupção da execução são o descumprimento de pena 
restritiva de direito ou o abandono do regime aberto. 
 
Hipótese em que o tempo de interrupção deve ser computado na pena é a prevista 
no art. 41 do CP 
 
Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia e 
tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
Art. 42 - Computam-se, na pena privativa de liberdade e na medida de segurança, o tempo de prisão 
provisória, no Brasil ou no estrangeiro, o de prisão administrativa e o de internação em qualquer dos 
estabelecimentos referidos no artigo anterior. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art113
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art113
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art41
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art41
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 CAUSAS INTERRUPTIVAS DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO 
EXECUTÓRIA 
 
Causas interruptivas da prescrição 
Art. 117 - O curso da prescrição interrompe-se: 
V - pelo início ou continuação do cumprimento da pena; 
 
 O início do cumprimento da pena se dá com a prisão do réu após o trânsito 
em julgado da sentença condenatória, ou com a mera expedição de guia de 
recolhimento, quando o réu está preso provisoriamente e o trânsito em julgado 
converte a prisão em definitiva. 
 No caso de condenação a regime aberto ou de concessão do sursis 
considera-se iniciado o cumprimento no dia da audiência em que o réu é advertido 
das condições a que está sujeito. 
 No caso de PRD, o início do cumprimento se dá no primeiro dia em que o 
réu efetivamente cumpre a medida. 
 
 Considerando a regra do§ 2º do art. 117 do CP, o início do cumprimento da 
pena interrompe o prazo prescricional – fazendo-o voltar ao início, mas ele não 
começa a correr novamente de imediato, ficando suspenso durante o período de 
cumprimento. 
§ 2º - Interrompida a prescrição, salvo a hipótese do inciso V deste artigo, todo o prazo começa a correr, 
novamente, do dia da interrupção. 
 
VI - pela reincidência. 
 
Se durante o lapso da prescrição executória o réu comete novo crime (hábil a 
promover reincidência) o prazo prescricional é interrompido. A data da interrupção 
é a da prática do fato que gerou a reincidência e não da sentença condenatória. 
 
 As causas interruptivas da prescrição executória não se estendem aos demais 
autores. 
 
§ 1º - Excetuados os casos dos incisos V e VI deste artigo, a interrupção da prescrição produz efeitos 
relativamente a todos os autores do crime. Nos crimes conexos, que sejam objeto do mesmo processo, 
estende-se aos demais a interrupção relativa a qualquer deles 
 
 CONCURSO DE CRIMES 
 
Art. 119 - No caso de concurso de crimes, a extinção da punibilidade incidirá sobre a pena de cada um, 
isoladamente. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 
 CAUSA SUSPENSIVA DA PRESCRIÇÃO DA PRETENSÃO EXECUTÓRIA 
 
Causas impeditivas da prescrição 
Art. 116 - Antes de passar em julgado a sentença final, a prescrição não corre: (Redação dada pela Lei 
nº 7.209, de 11.7.1984) 
(...) 
Parágrafo único - Depois de passada em julgado a sentença condenatória, a prescrição não corre 
durante o tempo em que o condenado está preso por outro motivo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 
11.7.1984) 
 
Podem existir, e existem de fato, regras especiais relacionadas à prescrição, 
na legislação extravagante. 
Ex.: Uso de drogas – prescrição 2 anos. 
 
 PRESCRIÇÃO DA PENA DE MULTA 
 
Art. 114 - A prescrição da pena de multa ocorrerá: (Redação dada pela Lei nº 9.268, de 1º.4.1996) 
I - em 2 (dois)anos, quando a multa for a única cominada ou aplicada; (Incluído pela Lei nº 9.268, de 
1º.4.1996) 
II - no mesmo prazo estabelecido para prescrição da pena privativa de liberdade, quando a multa for 
alternativa ou cumulativamente cominada ou cumulativamente aplicada. (Incluído pela Lei nº 9.268, de 
1º.4.1996) 
 
 PRESCRIÇÃO DA PRD 
 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art119
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art116
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https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art116
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art116
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9268.htm#art1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9268.htm#art1
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9268.htm#art1
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 Art. 109 (…) Parágrafo único - Aplicam-se às penas restritivas de direito os mesmos prazos 
previstos para as privativas de liberdade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
 PRESCRIÇÃO DA MEDIDA DE SEGURANÇA 
 
 Considerando que a medida de segurança é por prazo indeterminado, o 
prazo prescricional deve levar em conta a pena máxima em abstrato. 
 No caso de semi-imputáveis, em que o juiz aplica a pena e depois substitui 
por medida de segurança, a prescrição leva em conta a pena em concreto. 
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art109

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