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Relação de Passeriformes recebidos no Centro de Reabilitação de animais silvestres da Univap

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Universidade do Vale do Paraíba 
 
Faculdade de Educação e Artes 
 
Curso de Ciências Biológicas 
 
 
 
 
 
JÔNATAS ALVES FERREIRA NETO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELAÇÃO DE PASSERIFORMES RECEBIDOS NO CENTRO DE 
REABILITAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES (CRAS) DA UNIVAP 
 
 
 
 
 
 
 
 
São José dos Campos, SP 
2018 
 
 
 
 
 
 
JÔNATAS ALVES FERREIRA NETO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RELAÇÃO DE PASSERIFORMES RECEBIDOS NO CENTRO DE 
REABILITAÇÃO DE ANIMAIS SILVESTRES (CRAS) DA UNIVAP 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São José dos Campos, SP 
2018 
 
Relatório Final apresentado como parte das 
exigências da disciplina Trabalho de Graduação 
à Banca Examinadora da Faculdade de 
Educação e Artes da Universidade do Vale do 
Paraíba. 
 
Orientadora: Prof.ª Dra. Nádia Maria Rodrigues 
de Campos Velho 
 
 
Orientadora: Prof.ª Dra. Nádia Maria Rodrigues 
de Campos Velho 
 
 
 
 
Universidade do Vale do Paraíba 
Faculdade de Educação e Artes 
 
 
Curso de Ciências Biológicas 
Da Faculdade de Educação e Artes 
 
 
 
TRABALHO DE GRADUAÇÃO 
 
 
Título: Relação de Passeriformes recebidos no Centro de Reabilitação de animais 
silvestres da Univap 
 
Aluno: Jônatas Alves Ferreira Neto 
 
Orientador: Prof.ª Dra. Nádia Maria Rodrigues Campos Velho 
 
 
 
Banca Examinadora: 
Prof.ª Dra. Karla Andressa Ruiz Lopes 
Bióloga Me. Edvana de Toledo Oliveira 
Suplente: Med. Vet. Hanna Sibuya Kokubun 
 
 
 
Nota do Trabalho:.................. 
 
 
 
 
 
 
São José dos Campos - SP 
2018 
 
 
 
Dedicatória 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho a toda minha família que 
me apoiou e me deu forças sempre que precisei 
para não desistir, mas principalmente a minha 
madrinha Adriana Elvira Ferreira Madeira, que 
foi minha mãe, madrinha e tia, além do meu 
maior exemplo, que depois de muita batalha 
hoje descansa em paz. 
 
 
 
Agradecimentos 
 
 Agradeço a toda minha família, em especial minha avó Maria Doroteia e meu 
avô Jônatas por terem me criado e me educado, nunca deixando de me amparar e 
me dar forças quando precisei. 
 Um agradecimento muito especial a minha madrinha Adriana que sempre me 
inspirou e me motivou a seguir meus sonhos acima de qualquer coisa, me 
transmitindo sempre os conhecimentos que ela tinha além de esperança e alegria. 
 Agradeço a minha mãe Cristiane que além de mãe é minha amiga estando 
sempre ao meu lado para me ouvir, junto com meu padrasto Denis. E meu pai 
Jefferson que é meu pai e também amigo, companheiro das mais diversas loucuras 
e momentos da minha vida. 
 Agradeço ao meu tio Jônatas, minha tia Sandra, meu tio Wladimir e meu 
padrinho Antônio Sergio pois todos sempre estiveram ao meu lado, nunca deixando 
de me amparar e me consolar. 
 Agradeço a todos os professores do curso de ciências biológicas, em especial 
a algumas professoras, como a professora Walderez que durante o curso foi como 
uma mãe para mim, a professora Flavia que me ajudou muito nesse período de 
conclusão do meu curso, assim como a professora Karla tirando dúvidas e me 
auxiliando. 
 Agradeço a minha professora e orientadora Nádia que graças a sua 
orientação e auxilio tenho a oportunidade de estar concluindo mais uma fase da 
minha vida e concluindo uma parte do meu sonho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Resumo 
 
O Brasil tem uma biodiversidade muito rica, sendo tanto florística quanto faunística, 
onde se tem aproximadamente 1982 espécies de aves. Dentro da classe das aves 
se tem a ordem dos Passeriformes, que são as aves mais diversas, sendo animais 
em sua maioria de porte pequeno, com belas plumagens e cantos agradáveis. 
Devido a estes fatores os Passeriformes e os psitacídeos são as aves que mais 
sofrem com tráfico de animais silvestres em todo o mundo. O tráfico de animais 
silvestres é o terceiro maior trafico, perdendo apenas para o de armas e drogas. 
Para diminuição do impacto causado pela retirada destes animais de seu habitat, 
foram criados empreendimentos que busquem a conservação dessa fauna, onde os 
animais apreendidos por órgãos públicos como Policia Militar Ambiental e IBAMA 
são encaminhados. O presente estudo tem por objetivo realizar o levantamento das 
famílias/espécies de Passeriformes recepcionados no Centro de Reabilitação de 
Animais Silvestres (CRAS) da Universidade do Vale do Paraíba, mostrando também 
a destinação destes animais e a importância deste empreendimento para 
conservação da fauna silvestre. A pesquisa foi realizada a partir da análise das 
planilhas de registro de entrada e a respectiva destinação de animais silvestres com 
ênfase em Passeriformes no CRAS da Universidade do Vale do Paraíba, 
apresentando 4393 espécimes recebidos sendo que a Família Thraupidae 
apresentou a maior taxa de recebimento, abrangendo 73,73% de todos os 
Passeriformes recebidos. Com isso conclui-se que os Passeriformes sofrem muito 
com o tráfico, onde tem sua destinação para o comércio ilegal. 
 
 
Palavras-chaves: Aves, empreendimento de conservação de fauna ex situ, tráfico 
de animais silvestres. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 Introdução .............................................................................................................. 10 
2 Revisão de literatura .............................................................................................. 11 
2.1 Biodiversidade do Brasil .................................................................................. 11 
2.2 Ordem Passeriforme ....................................................................................... 11 
2.2.1 Saltator similis ............................................................................................... 13 
2.2.2 Sporophila caerulescens ............................................................................... 14 
2.2.3 Sicalis flaveola .............................................................................................. 16 
2.3 Tráfico e apreensão de animais silvestres ....................................................... 18 
2.4 Empreendimento de fauna ............................................................................... 19 
2.4.1 Mantenedor de Fauna ................................................................................... 19 
2.4.2 Centro de Reabilitação de animais silvestres ............................................... 20 
3. Objetivos ............................................................................................................... 21 
3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 21 
3.2 Objetivos específicos ....................................................................................... 21 
4. Material e Métodos ............................................................................................... 22 
4.1. Área de estudo ............................................................................................... 22 
4.1.1. O Mantenedor e Centro de Reabilitação de Animais Silvestres .................. 22 
4.2. Método de estudo ........................................................................................... 23 
4.2.1. Análise estatística ........................................................................................ 23 
5. Resultados ............................................................................................................ 24 
6. Discussão .............................................................................................................. 41 
7. Conclusão ............................................................................................................. 43 
8. Referências bibliográficas ..................................................................................... 44 
9. Anexo ....................................................................................................................50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELA 
Tabela 1. Relação das espécies de Passeriformes com famílias, espécie, nome 
popular, número de indivíduos recebidos pelo Mantenedor da Univap no ano de 
2010 e situação na lista de ameaçados de extinção. ................................................ 25 
Tabela 2. Relação de Passeriformes com nome das famílias, espécie, nome 
popular, número de indivíduos recebidos pelo Mantenedor no ano de 2011 e estado 
de conservação na lista de espécies ameaçadas de extinção. ................................. 25 
Tabela 3. Relação das espécies de Passeriformes com famílias, espécie, nome 
popular e número de indivíduos recebidos pelo Mantenedor da Univap no ano de 
2012 e situação na lista de ameaçados de extinção. ................................................ 26 
Tabela 4. Relação das espécies de Passeriformes com famílias, espécie, nome 
popular, número de indivíduos recebidos pelo Mantenedor da Univap no ano de 
2013 e situação na lista de ameaçados de extinção. ................................................ 28 
Tabela 5. Relação das espécies de Passeriformes com famílias, espécie, nome 
popular, número de indivíduos recebidos pelo Mantenedor da Univap no ano de 
2014 e situação na lista de ameaçados de extinção. ................................................ 29 
Tabela 6. Relação das espécies de Passeriformes com famílias, espécie, nome 
popular, número de indivíduos recebidos pelo Mantenedor da Univap no ano de 
2015 e estado de conservação na lista de ameaçados de extinção. ........................ 30 
Tabela 7. Relação das espécies de Passeriformes com nome popular, famílias, 
gênero e espécie, com número de indivíduos recebidos pelo Mantenedor da Univap 
no ano de 2016 com seu estado de conservação na lista de ameaçados de extinção.
 .................................................................................................................................. 32 
Tabela 8. Relação das espécies de Passeriformes com nome popular, famílias, 
gênero e espécie, com número de indivíduos recebidos pelo Mantenedor/CRAS da 
Univap no ano de 2017 com seu estado de conservação na lista de ameaçados de 
extinção. .................................................................................................................... 34 
Tabela 9. Relação do número de espécimes recebidos no CRAS da Univap no 
período de 2010 a 2017. ........................................................................................... 35 
Tabela 10. Relação do número recebimento de Passeriformes relacionado a 
organização de entrega do ano de 2010 a 2017. ...................................................... 37 
Tabela 11. Tabela representativa da destinação dos Passeriformes recebido do ano 
de 2010 a 2017. ........................................................................................................ 39 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
Figura 1. Exemplar da espécie Saltator similis. ........................................................ 14 
Figura 2. Exemplar de um macho da espécie Sporophila caerulescens. ................. 15 
Figura 3. Exemplar de uma fêmea da espécie Sporophila caerulescens. ................ 15 
Figura 4. Exemplar de um macho de Sicalis flaveola. .............................................. 17 
Figura 5. Mapa de distribuição da espécie Sicalis flaveola. ..................................... 17 
Figura 6. Vista aérea do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres da UNIVAP.
 .................................................................................................................................. 23 
Figura 7. Exemplares das espécies que apresentam status vulnerável pra IUCN. .. 25 
Figura 8. Gráfico representativo mostrando a porcentagem de famílias de 
Passeriformes recebidos no CRAS do ano de 2010 a 2017. .................................... 36 
Figura 9. Gráfico representativo com as fontes de entrega dos Passeriformes no 
período de 2010 a 2017. ........................................................................................... 37 
Figura 10. Gráfico com a porcentagem representativa das fontes de entrega de 
Passeriformes do ano de 2010 a 2017. ..................................................................... 38 
Figura 11. Gráfico representativo da destinação dos Passeriformes recebidos no 
CRAS do ano de 2010 a 2017. .................................................................................. 39 
Figura 12. Gráfico representativo com a porcentagem da destinação dos 
Passeriformes recebidos no CRAS do ano de 2010 a 2017. .................................... 40 
Figura 13. Banner apresentado no 16º Qualivitae, congresso de saúde e qualidade 
de vida do cone leste paulista, no ano de 2018. ....................................................... 50 
 
 
10 
 
1 Introdução 
 
O Brasil abriga uma das maiores biodiversidades do mundo, com cerca de 
120 mil espécies de invertebrados e aproximadamente 8930 espécies de 
vertebrados, sendo 734 mamíferos, 1982 aves, 732 répteis, 973 anfíbios, 3150 
peixes continentais e 1358 peixes marinhos, sendo 1.173 espécies listadas como 
ameaçadas de extinção (ICMBio, 2017). 
 A ordem Passeriforme é muito numerosa assim como diversificada, 
tendo cerca de 5739 espécies distribuídas pelo mundo, sendo 59,1% do total de 
aves, com uma grande diversidade entre os vertebrados (RIBEIRO; SILVA, 2007), 
onde o Brasil apresenta uma fauna de aves das mais ricas do mundo, tendo maior 
concentração dessa diversidade nos biomas Amazônia e Mata Atlântica, seguido do 
Cerrado, Caatinga e Campos da região sul do país (MARINI; GARCIA, 2005). 
 No Brasil o tráfico de animais silvestres é destinado a colecionadores 
particulares e zoológicos, para fins científicos onde a conhecida biopirataria e 
substâncias químicas produzidas pelos animais tem fins para pesquisa e produção 
de medicamentos, e também, para abastecer pet shops, que é a atividade que mais 
incentiva o tráfico (RENCTAS, 2001). 
No Brasil os animais silvestres são comercializados de várias formas, sendo 
encontrados em feiras livres, pet shops e até mesmo pela internet, e estima-se que 
cerca de 90% dos animais traficados morram antes mesmo de chegar ao seu 
destino final, por estar em condições inadequadas, desde sua captura até o 
momento de transporte, associado ao estresse que propicia doenças nestes animais 
(SOSFAUNA, 2017). 
Os Passeriformes são as aves mais comuns de serem encontradas e criadas 
em gaiolas, tendo pelo menos dois milhões, destas comercializadas anualmente 
pelo mundo. Sendo a maioria originária de países africanos. O tráfico de 
Passeriformes de espécies brasileiras, em sua maioria ocorre em mercado interno 
(RENCTAS, 2001). 
O presente estudo objetiva realizar o levantamento das famílias/espécies de 
Passeriformes com entrada no CRAS da UNIVAP no período de 2010 a 2017. 
 
 
 
 
11 
 
2 Revisão de literatura 
 
 2.1 Biodiversidade do Brasil 
 A biodiversidade tem um papel essencial para sobrevivência da humanidade 
na Terra. A perda da biodiversidade tem sido uma das piores crises mundiais, tendo 
a diminuição de espécies assim como de seus habitats, uma taxa alarmante, na 
Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção de 2008 (VIÉ; HILTON-
TAYLOR; STUART, 2009) e no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de 
Extinção de 2016 (MACHADO et. al., 2016). 
O Brasil apresenta uma das maiores riquezas e variedade de espécies do 
mundo. Devido a sua grande extensão continental propicia diversos habitat desde 
terrestres a aquáticos, tendo seis importantes biomas em seu território (Amazônia, 
Caatinga, Cerrado, Mata Atlântica, Pampa e Pantanal), assim como o maior sistema 
fluvial do mundo e uma longa faixa costeira, com uma biodiversidade estimada em 
mais de 42.000 espécies de plantas e 148.000 espécies de animais, com quase 
9.000 vertebrados e com estimativa de no mínimo 129.840 invertebrados,com 
descobertas frequentes de novas espécies (FONTANA et al., 2013). 
 Com esses números pode-se definir a biodiversidade brasileira como um 
patrimônio natural imensurável e o Estado Brasileiro reconhece a importância e o 
valor deste patrimônio. É estabelecido pela Constituição Federal a obrigatoriedade 
de conservação das espécies e suas funções ecológicas quando incumbe o poder 
público de “proteger a fauna e a flora, vedadas... as práticas que coloquem em risco 
sua função ecológica, e provoquem a extinção de espécies...”. Esse princípio 
constitucional tem sido regulamentado por diversas normas legais, mas em especial 
pela Lei de Crimes Ambientais (COSTA et al., 2017). 
 
 2.2 Ordem Passeriforme 
 
A classe das Aves é um grupo monofilético composto por vários clados de 
idade e origem distintas (SIBLEY; MONROE, 1990). O Brasil apresenta uma das 
mais diversificadas ornitofauna do mundo, tendo maior concentração dessa 
diversidade nos biomas Amazônia e Mata Atlântica, seguido do Cerrado, Caatinga e 
Campos da região sul do país (MARINI; GARCIA, 2005). A maior diversidade dentre 
 
 
12 
 
as aves é dada pelos Passeriformes, tendo grande variação estrutural, 
comportamental e ecológica, abrangendo uma maior quantidade de nichos 
ecológicos (RAIKOW; BLEDSOE, 2000). 
 Os Passeriformes têm sua origem no hemisfério meridional, na Godwana, o 
grande continente meridional, onde mais tarde a metade ocidental deu origem a 
América do Sul, e a metade oriental a África. Vários indícios levam a crer que os 
Passeriformes eram terrícolas (SICK, 1997). 
A ordem Passeriformes é muito numerosa, tendo cerca de 5739 espécies 
distribuídas pelo mundo, sendo 59,1% do total de aves, com uma grande 
diversidade entre os vertebrados do planeta (RIBEIRO; SILVA, 2007). Segundo Sick 
(1997), no Brasil temos cerca de 940 espécies (16,4% do total de Passeriformes do 
mundo). Com uma distribuição cosmopolita, habitando diversos ambientes 
terrestres, com exceção apenas da Antártica (RAIKOW; BLEDSOE, 2000) e algumas 
ilhas oceânicas muito remotas (RIDGLEY; TUDOR, 1994). 
 Passerídeos, ou também conhecidos como pássaros ou passarinhos, 
pertencem a ordem Passeriformes. A denominação pássaros deriva de Passer 
domesticus, que é o nome cientifico da espécie-tipo pardal. Essa ordem é dividida 
em duas subordens, Suboscines e Oscines, sendo diferenciadas principalmente por 
características morfológicas como a estrutura da siringe, órgão responsável pela 
vocalização das aves. De modo geral é um grupo que tem dimensões pequenas, 
alimentação baseada principalmente em sementes, frutos e pequenos invertebrados 
(GUIMARÃES, 2007). 
 Os Suboscines são também conhecidos como Tyranni ou Clamatores, sendo 
considerados filogeneticamente como os Passeriformes mais primitivos, tendo uma 
siringe mais simples (RIDGELY; TUDOR, 1994), com músculos siringeais presentes 
em número de apenas dois a quatro pares (SICK, 1997). Devido a isso, estas aves 
não produzem vocalizações complexas e variadas, porém frequentemente, os dois 
sexos cantam. A maioria das espécies de Suboscines é silvícola e arborícola, com 
um hábito alimentar variado, podendo ser insetívoro, frugívoro ou onívoro (SICK, 
1997). Os Suboscines têm uma ampla distribuição na América do Sul, sendo em sua 
maioria neotropicais, compreendendo dez famílias (RIDGELY; TUDOR, 1994), 
ocorrendo 609 no Brasil, o que corresponde aproximadamente 65% dos 
Passeriformes existentes no país, sendo 102 espécies endêmicas (SICK, 1997). 
 
 
13 
 
 Os Oscines, também chamados de Passeri, apresentam uma siringe bastante 
complexa, com vários pares de músculos siringeais (de 6 a 9). Apesar da estrutura 
da siringe ser igual para ambos o sexo, a vocalização é feita normalmente apenas 
pelos machos (SICK, 1997). Mesmo com uma morfologia da siringe menos variada 
se comparada com as dos Suboscines, ela apresenta vocalizações mais complexas 
(RAIKOW; BLEDSOE, 2000). 
 Cerca de 50% das aves do mundo são da subordem Oscines, com 4500 
espécies descritas, distribuídas em 22 famílias, tendo ocorrência de 329 espécies no 
Brasil, destas 29 são endêmicas, isso corresponde a 35% dos Passeriformes (SICK, 
1997). 
 
2.2.1 Saltator similis 
 
O trinca-ferro-verdadeira (Saltator similis, Lafresnaye e D’Orbigny, 1837), 
Passeriforme da família Thraupidae, tendo como outros nomes populares picharro 
ou tico-tico-mato-virgem (Figura 1). É uma ave que tem dieta frugívora e insetívora, 
vive em capoeiras, à beira das matas e clareiras, geralmente em formações 
secundarias (SICK, 1997; LOUSADA et al., 2007), tendo sua distribuição no Brasil a 
este-meridional e central, ocorrendo da Bahia ao Rio Grande do Sul, sendo 
encontrado também na Bolívia, Paraguai, Argentina e Uruguai (SICK, 1997). 
Devido principalmente ao seu canto o trinca-ferro-verdadeiro é uma ave muito 
visada para criação em cativeiro tanto dentro do país como fora, sendo uma das 
espécies mais apreendias pelos órgãos ambientais (ALVARENGA, 2014). Tornou-se 
substituto de espécies antes visadas para criação em cativeiro, mas que tiveram 
suas populações reduzidas na natureza devido a captura excessiva, como Azulão 
(Cyanoloxia brissonii) e o Curió (Sporophila angolensis) (SICK, 1997). Apesar se ter 
seu estado de conservação como pouco preocupante pela Lista Vermelha da União 
Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, 2017), 
já se tem relatos de extinções locais nos últimos anos, mostrando o impacto do seu 
tráfico, como a necessidade de programas futuros de conservação (VILARTA, 2017). 
O gênero e o seu canto são as características principais que valorizam a 
espécie, onde os machos são mais visados assim como mais caros no mercado do 
que as fêmeas, devido ao canto (NARDY, 2006; RAMIRO, 2008). A espécie tem 
 
 
14 
 
variação de canto (MARQUES, 2009), tendo um canto forte e melodioso, além de 
comportamento agressivo e territorial (SICK, 1997). 
 
Figura 1. Exemplar da espécie Saltator similis. 
 
Fonte: SANCHES, 2008. 
 
 
2.2.2 Sporophila caerulescens 
 
Coleirinho (Sporophila caerulescens, Vieillot, 1823) como é popularmente 
conhecido, ou então como coleira, coleiro-do-brejo tem uma ampla distribuição, 
sendo presente na região sul e meridional do Brasil, assim como todo sudeste da 
Bolívia, no Paraguai, Uruguai e toda Argentina (SOUZA, 2004). Tem maior 
abundância em áreas de pastagem com arbustos abertos, zonas de crescimento 
secundários, campos cultivados e margens de canais, também adentra floresta 
(SICK, 1997). 
A espécie tem tamanho aproximado de 12 cm, o bico tem coloração amarelo-
esverdeado em sua maioria, com dorso cinza as vezes esverdeada, o macho 
apresenta colar branco e negro (Figura 2). A fêmea é toda parda, com uma 
 
 
15 
 
coloração mais escura no dorso (Figura 3), os juvenis dos machos tem uma 
plumagem semelhante à das fêmeas (SICK, 1997). 
É uma das aves mais populares como pet no Brasil, dado ao fato de se ter um 
canto variado e agradável, com assobios agudos e cantos rápidos (GWYNNE, 
2010). 
Figura 2. Exemplar de um macho da espécie Sporophila caerulescens. 
 
Fonte: SANCHES, 2008. 
Figura 3. Exemplar de uma fêmea da espécie Sporophila caerulescens. 
 
Fonte: SANCHES, 2013. 
 
 
16 
 
2.2.3 Sicalis flaveola 
 
Os canários-da-terra (Sicalis flaveola (Linnaeus, 1766)) tem sua distribuição 
por quase toda a América do Sul, no Brasil são encontrados nas regiões sul, centro-
oeste e nordeste, também no norte da Colômbia, Venezuela e Guianas, centro-norte 
da Bolívia, em todo Paraguaí, centro leste da Argentina, Uruguai e em partes do 
litoral do Peru e Equador (INFONATURA, 2007; RIDGELY ; TUDOR 2009) (Figura 
5). A espécie tem porte pequeno com tamanho de 11 a 14 cm, com preferência para 
áreas semi-abertas (RIDGELY ; TUDOR, 1989; SICK, 1997; SIGRIST, 2006). 
Os machos adultos apresentam o ventre amarelo e a cauda, asa e dorso 
amareloesverdeado, já as fêmeas adultas o dorso é mais escuro e estriado. As aves 
imaturas apresentam plumagem semelhante à das fêmeas adultas, ocorrendo 
alteração para a plumagem típica, após a muda (DEL HOYO et al., 2014). 
Estes pássaros canoros são um dos mais comumente encontrado e utilizados 
para criação em cativeiro pela população brasileira (SILVEIRA & MÉNDEZ, 1999). 
Devido a isso centenas de milhares de canários são apreendidos pelos órgãos 
ambientais no Brasil todos os anos. E a criação dos canários-da-terra é feita para 
realização de rinhas, pois, os machos exibem comportamento territorial agressivo 
durante o período reprodutivo (SICK, 1997) e apresenta belas plumagens, assim 
como um canto muito valorizado (ROCHA et al., 2006). 
Apesar do intenso tráfico, seu estado de conservação é pouco preocupante 
pela Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza e dos 
Recursos Naturais (IUCN, 2017), porém a retirada ilegal destas aves contribui para o 
declínio das populações naturais, assim como ocasiona um segundo problema que é 
a soltura indiscriminada na natureza (REZENDE, 2015). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
Figura 4. Exemplar de um macho de Sicalis flaveola. 
 
Fonte: SANCHES ,2012. 
 
 
 
Figura 5. Mapa de distribuição da espécie Sicalis flaveola. 
 
 
Fonte: DEL HOYO et al., 2014. 
 
 
 
 
18 
 
 2.3 Tráfico e apreensão de animais silvestres 
 
 A preocupação a respeito da conservação da biodiversidade, ou mais 
especificamente, a proteção da fauna silvestre foi explicitada pela primeira vez na 
Lei de Proteção a Fauna (Lei nº 5197, de 03 de janeiro de 1967), que em seu artigo 
1º dispõe que “os animais de quaisquer espécies, em qualquer fase de seu 
desenvolvimento e que vivem naturalmente fora do cativeiro, constituindo a fauna 
silvestre, bem como seus ninhos, abrigos e criadouros naturais, são propriedades do 
Estado, sendo proibida a sua utilização, perseguição, caça ou apanha.” Foi então 
que se teve atenção a respeito dos riscos associados à extinção de uma espécie, 
assim como a perda de funções ecológicas e equilíbrio do ecossistema (MACHADO 
et al., 2016). 
 O tráfico de animais silvestres é dado como a terceira maior atividade ilícita, 
somente atrás do tráfico de armas e de drogas. O crescimento desta atividade no 
Brasil e no mundo, ocorre pelo fato do tráfico de drogas ter se tornado cada vez 
mais difícil devido aos recursos empregados para combatê-los, enquanto o tráfico de 
animais tem menor risco e com lucro semelhante ao obtido com as drogas 
(RENCTAS, 2002). 
 O processo de retirada dos animais até sua comercialização, pode ser 
definida em três principais estágios, sendo o primeiro a extração, com a retirada do 
recurso diretamente da natureza; o segundo é o beneficiamento dos recursos, 
resultando em produtos utilizáveis; e terceiro a utilização desses produtos (COSTA 
et al., 2017). No Brasil o tráfico de animais silvestres tem três finalidades: para fins 
científicos (biopirataria), onde substâncias químicas produzidas pelos animais são 
utilizadas como base em pesquisas e produção de medicamentos; para 
colecionadores particulares e zoológicos; e como a atividade que mais incentiva o 
tráfico, para utilização de animais domésticos e abastecimento de pet shops 
(RENCTAS, 2001). 
 Nos mais diversos levantamentos, as aves têm números muito 
representativos nas apreensões, sendo de 80 a 90% das espécies, tendo como 
destaque pássaros canoros e psitacídeos, em todas as partes do mundo, não 
somente no Brasil (COSTA et al., 2017), e com isso entre as aves os Passeriformes 
são as mais comumente encontradas sendo criadas em gaiolas, onde pelo menos 
 
 
19 
 
dois milhões são comercializadas anualmente no mercado mundial (RENCTAS, 
2001). Costa et al. (2017), mostra um volume financeiro de U$ 630.000,00 por ano 
de aves que são comercializadas, isso apenas na cidade de Recife – PE. 
 No Brasil os animais silvestres são comercializados de várias formas, sendo 
encontrados em feiras livres, pet shops e até mesmo pela internet, e estima-se que 
cerca de 90% dos animais traficados morrem antes mesmo de chegar ao seu 
destino final, por estar em condições inadequadas, desde sua captura até o 
momento de transporte, associado ao estresse que propicia doenças nestes animais 
(SOSFAUNA, 2017). Acredita-se que haja mais de 295 espécies alvo de estimação, 
onde se inclui espécies ameaçadas ou quase ameaçadas (COSTA et al., 2017). 
 
2.4 Empreendimento de fauna 
 
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis 
(IBAMA), através da Instrução Normativa nº 169/2008, tem como determinação nove 
categorias de uso e manejo de fauna em cativeiro, sendo: centros de triagem 
(CETAS); centros de reabilitação (CRAS); mantenedor de fauna; criadouro comercial 
de fauna silvestre; criadouro científico de fauna silvestre para fins de pesquisa; 
criadouro científico da fauna silvestre para fins de conservação; estabelecimento 
comercial de fauna silvestre e abatedouro de fauna silvestre. Tendo cada categoria 
suas condições específicas de funcionamento, baseando-se nas espécies a serem 
mentidas, criadas e/ou abatidas, além de exigências administrativas e de 
infraestrutura (CRMV, 2014). 
 
2.4.1 Mantenedor de Fauna 
 
Os Mantenedores de Fauna são locais mantidos por pessoas físicas ou 
jurídicas, podendo receber apenas animais destinados pelo órgão competente, sem 
que haja a possibilidade de recebimento por entrega espontânea. Podendo receber 
visitação pública através de programa de visitas monitoradas com caráter técnico, 
didático ou para atender programas de educação ambiental da rede pública ou 
privada de ensino, de acordo com a Portaria IBAMA nº 138, de 14 de novembro de 
1997 (CRMV, 2014). 
 
 
20 
 
2.4.2 Centro de Reabilitação de animais silvestres 
 
Os Centros de Reabilitação de animais silvestres são locais destinados a 
receber, triar, identificas, avaliar, marcar, recuperar, e reabilitar a fauna silvestre 
proveniente de ações de fiscalização, resgate ou entrega voluntária de particulares. 
São locais com atuação em programas de reintrodução dos animais em ambiente 
natural, após período de reabilitação ou quarentena, de acordo com a espécie, 
assim como característica e distribuição original (CRMV, 2014). 
Em 2008, foi publicada a Instrução Normativa IBAMA nº 179 definindo 
diretrizes e procedimentos para destinação de animais da fauna silvestre nativa e 
exótica apreendidos, resgatados ou entregues espontaneamente às autoridades 
competentes. Tornando mais criteriosa a destinação da fauna, requerendo 
aprovação prévia de projetos de soltura e reintrodução. Somado, ainda, a publicação 
da Resolução CONAMA nº 457/2013, que trata sobre o depósito e a guarda 
provisória de animais silvestres apreendidos ou resgatados pelos órgãos ambientais 
integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente, como também de entregas 
espontâneas, quando se é justificada impossibilidade das destinações previstas no 
§1o do art. 25, da Lei nº 9.605, de 12 de fevereiro de 1998 (CRMV, 2014). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
3. Objetivos 
 
 3.1 Objetivo Geral 
 
 O presente trabalho objetiva realizar o levantamento de dados referentes a 
entrada de Passeriformes do Mantenedor de Fauna e do Centro de Reabilitação de 
Animais Silvestres da UNIVAP do período de janeiro 2010 a dezembro 2017. 
 
3.2 Objetivos específicos 
 
• Quantificar o número de espécimes recebidos no Mantenedor e no CRAS; 
• Identificar e agrupar os Passeriformes por família, gênero e espécie; 
• Agrupar as espécies de acordo com o Livro Vermelho da Fauna Brasileira 
Ameaçada de Extinção (MACHADO et al., 2016) e pela Lista Vermelha da 
União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais 
(IUCN, 2017); 
• Listar o tipo de recebimento e destinação das aves com entrada no 
Mantenedore no CRAS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
4. Material e Métodos 
 
 4.1. Área de estudo 
 
A pesquisa foi realizada a partir da análise partir da análise das planilhas de 
registro de entrada e a respectiva destinação de animais silvestres com ênfase em 
Passeriformes no Mantenedor de Fauna no período de janeiro de 2010 a julho de 
2017 e no CRAS da Universidade do Vale do Paraíba, em São José dos Campos, 
SP, no período agosto de 2017 a dezembro de 2017. 
 
4.1.1. O Mantenedor e Centro de Reabilitação de Animais Silvestres 
 
O Criadouro Conservacionista da Univap está registrado no IBAMA, na 
Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, onde foi inaugurado em 1999 
na categoria de Mantenedor de Fauna, podendo receber apenas animais destinados 
pelo órgão competente, sem que haja a possibilidade de recebimento por entrega 
espontânea. Podendo receber visitação pública através de programa de visitas 
monitoradas com caráter técnico, didático ou para atender programas de educação 
ambiental da rede pública ou privada de ensino, de acordo com a Portaria IBAMA nº 
138, de 14 de novembro de 1997. Encerrando suas atividades em julho de 2017. E 
em agosto de 2017 foi elevado a categoria de Centro de Reabilitação de Animais 
Silvestres (CRAS), com os objetivos de realizar o receber, triar, identificas, avaliar, 
marcar, recuperar, e reabilitar a fauna silvestre proveniente de ações de fiscalização, 
resgate ou entrega voluntária de particulares. Esta situado dentro dos limites da 
Universidade do Vale do Paraíba (UNIVAP), localizada na planície aluvial do rio 
Paraíba do Sul do município de São José dos Campos, coordenadas 23º12’37.4”S e 
45º57’52.8”W com altitude de 560 metros em relação ao nível do mar (Figura 6). O 
CRAS é um departamento do Centro de Estudos da Natureza (CEN) pertencente ao 
curso de Ciências Biológicas da Faculdade de Educação e Artes (FEA). 
 
 
 
 
 
23 
 
Figura 6. Vista aérea do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres da 
UNIVAP. 
 
 
Fonte: Google Earth, 2018. 
4.2. Método de estudo 
 
Os espécimes de Passeriformes foram identificados de acordo com o Comitê 
Brasileiro de Registros Ornitológicos (CBRO, 2015), onde as espécies ameaçadas 
foram catalogadas com base no Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada de 
Extinção (MACHADO et al., 2016) e pela Lista Vermelha da União Internacional para 
Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, 2017). 
 
4.2.1. Análise estatística 
 
Os dados foram organizados para análise estatística descritiva. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
24 
 
5. Resultados 
 O Mantenedor de Fauna, recebeu no ano de 2010 apenas dois Passeriformes 
(Tabela 1), sendo ambos da Família Emberizidae da espécie Sporophila lineola, 
popularmente conhecida como Bigodinho. No ano de 2011 recebeu 221 espécimes 
(Tabela 2), em 2012 o recebimento de 561 espécimes (Tabela 3), já para o ano de 
2013 um total de 851 indivíduos (Tabela 4), no ano de 2014 teve um pequeno 
decréscimo no número, sendo recebido 521 espécimes de Passeriformes (Tabela 5), 
no ano de 2015 teve o maior número de recebimento de espécimes de 
Passeriformes com total de 1171 (Tabela 6), em 2016 foram recebidos 734 
espécimes de Passeriformes (Tabela 7), no ano de 2017 o Mantenedor de 
Fauna/Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (CRAS) teve o recebimento de 
306 espécimes (Tabela 8), totalizando 4367 espécimes recebidos (Tabela 9). Do ano 
de 2011 a 2017 a Família Thraupidae apresentou a maior taxa de recebimento, 
abrangendo 74,18% (Figura 8) de todos os Passeriformes recebidos. 
Dos animais recebidos pelo CRAS foi visto uma grande incidência das 
espécies Saltator similis, popularmente conhecido como Trinca-ferro-verdadeiro com 
total de 959, Sporophila caerulescens, popularmente conhecido como Coleirinho, 
sendo recebido 917 e Sicalis flaveola, conhecido como Canário-da-terra, com total 
de 845 espécimes. 
Das espécies recebidas, cinco apresentam status vulnerável (VU) pela Lista 
Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza e dos Recursos 
Naturais (IUCN, 2017) sendo três da família Thraupidae, Sporophila frontalis, 
popularmente conhecido como Pixoxó, Sporophila maximiliani, conhecido como 
Bicudo e Sporophila falcirostris cujo nome popular é Cigarrinha, uma espécie da 
família Fringillidae, Spinus yarrellii conhecido como Pintassilgo-do-norte e uma 
espécie da Família Cotingidae, Procnias nudicollis popularmente conhecido como 
Araponga (Figura 7). O recebimento da espécie hibrida de Pintassilgo (Carduelis 
sp.) com canário belga (Serinus canaria), conhecida como Pintagol e duas espécies 
exóticas, uma da Família Fringillidae, Serinus canaria, Canária-belga e uma da 
Família Sturnidae, Acridotheres cristatellus, Mainá-de-crista. As mesmas espécies 
aparecem com status vulnerável (VU) pelo Livro Vermelho da Fauna Brasileira 
Ameaçada de Extinção (MACHADO et al., 2016), com exceção da espécie 
Sporophila maximiliani que apresenta status criticamente em perigo (CR). 
 
 
25 
 
Figura 7. Exemplares das espécies que apresentam status vulnerável pra IUCN. 
 
 
1: Sporophila frontalis; 2: Sporophila maximiliani; 3: Sporophila falcirostris; 4: Spinus yarrellii; 
5: Procnias nudicollis. (Fonte: 1: CERENGUIN, 2014; 2: AOPE, 2018, 3: MANFREDINI, 2012; 4: 
SANCHES, 2008; 5: FRIEDEL, 2011). 
 
 
 
Tabela 1. Relação das espécies de Passeriformes com famílias, espécie, nome 
popular, número de indivíduos recebidos pelo Mantenedor da Univap no ano de 
2010 e situação na lista de ameaçados de extinção. 
 
Família/Espécie Nome popular N Situação populacional 
Emberizidae 
Sporophila lineola Bigodinho 2 Pouco preocupante (LC) 
Total 2 
N: Número de indivíduos; 
Situação populacional: Situação da espécie segundo Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada 
de Extinção (MACHADO et al., 2016) e pela Lista Vermelha da União Internacional para Conservação 
da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, 2017). 
 
 
Tabela 2. Relação de Passeriformes com nome das famílias, espécie, nome 
popular, número de indivíduos recebidos pelo Mantenedor no ano de 2011 e estado 
de conservação na lista de espécies ameaçadas de extinção. 
 
Família/Espécie Nome popular N Estado de Conservação 
Cardinalidae 
Cyanoloxia brissonii Azulão 6 Pouco preocupante (LC) 
 
 
26 
 
Emberizidae 
Sporophila lineola Bigodinho 9 Pouco preocupante (LC) 
Fringilidae 
Spinus magellanicus Pintassilgo 10 Pouco preocupante (LC) 
Icteridae 
Gnorimopsar chopi Pássaro-preto 6 Pouco preocupante (LC) 
Icterus jamacaii Corrupião 1 Pouco preocupante (LC) 
Molothrus bonariensis Chupim 3 Pouco preocupante (LC) 
Passerellidae 
Zonotrichia capensis Tico-tico 2 Pouco preocupante (LC) 
Thraupidae 
Coryphospingus pileatus Tico-tico-rei-cinza 1 Pouco preocupante (LC) 
Paroaria dominicana Galo-da-campina 4 Pouco preocupante (LC) 
Ramphocelus bresilius Tiê-sangue 2 Pouco preocupante (LC) 
Saltator similis Trinca-ferro-verdadeiro 69 Pouco preocupante (LC) 
Sicalis flaveola Canário-da-terra 23 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila caerulescens Coleirinho 53 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila frontalis Pixoxó 2 Vulnerável (VU) 
Sporophila leucoptera Patativa-chorona 6 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila maximiliani Bicudo 1 Criticamen em perigo (CR) 
Sporophila nigricollis Coleirinho-baiano 2 Pouco preocupante (LC) 
Volatinia jacarina Tiziu 3 Pouco preocupante (LC) 
Turdidae 
Turdus albicollis Sabiá-coleira 2 Pouco preocupante (LC) 
Turdus leucomelas Sabiá-barranco 2 Pouco preocupante (LC) 
Turdus rufiventris Sabiá-laranjeira 10 Pouco preocupante (LC) 
Tyrannidae 
Pitangus sulphuratus Bem-te-vi 4 Pouco preocupante (LC) 
Total 221 
N: Número de indivíduos; 
Estado de conservação: Situação da espécie segundo Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada 
de Extinção (MACHADO et al., 2016) e pela Lista Vermelha da UniãoInternacional para Conservação 
da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, 2017); 
Criticamen em perigo (CR): Criticamente em perigo. 
 
 
 
Tabela 3. Relação das espécies de Passeriformes com famílias, espécie, nome 
popular e número de indivíduos recebidos pelo Mantenedor da Univap no ano de 
2012 e situação na lista de ameaçados de extinção. 
 
Família/Espécie Nome popular N Estado de Conservação 
Cardinalidae 
Cyanoloxia brissonii Azulão 26 Pouco preocupante (LC) 
 
 
27 
 
Emberizidae 
Sporophila lineola Bigodinho 21 Pouco preocupante (LC) 
Estrildidae 
Estrilda astrild Bico-de-lacre 1 Pouco preocupante (LC) 
Fringillidae 
Carduelis spp/Hibrido* Pintagol 5 - 
Serinus canaria** Canária-belga 7 Pouco preocupante (LC) 
Spinus magellanica Pintassilgo 23 Pouco preocupante (LC) 
Spinus yarrellii Pintassilgo-do-norte 1 Vulnerável (VU) 
Hirundinidae 
Pygochelidon cyanoleuca Andorinha-peq-de-casa 3 Pouco preocupante (LC) 
Icteridae 
Chrysomus ruficapillus Garibaldi 1 Pouco preocupante (LC) 
Gnorimopsar chopi Pássaro-preto 13 Pouco preocupante (LC) 
Icterus jamacaii Corrupião 1 Pouco preocupante (LC) 
Passerellidae 
Zonotrichia capensis Tico-tico 15 Pouco preocupante (LC) 
Sturnidae 
Acridotheres cristatellus** Mainá-de-crista 1 Pouco preocupante (LC) 
Thraupidae 
Cypsnagra hirundinacea Bandoleta 1 Pouco preocupante (LC) 
Paroaria coronata Cardeal 10 Pouco preocupante (LC) 
Paroaria dominicana Galo-da-campina 5 Pouco preocupante (LC) 
Saltator similis Trinca-ferro-verdadeiro 129 Pouco preocupante (LC) 
Sicalis flaveola Canário-da-terra 121 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila angolensis Curió 21 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila caerulescens Coleirinho 88 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila falcirostris Cigarrinha 2 Vulnerável (VU) 
Sporophila frontalis Pixoxó 4 Vulnerável (VU) 
Sporophila leucoptera Patativa-chorona 2 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila maximiliani Bicudo 3 Criticamen em Perigo (CR) 
Sporophila nigricollis Coleirinho-baiano 4 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila plumbea Patativa-verdadeira 9 Pouco preocupante (LC) 
Tangara sayaca Sanhaço-cinzento 3 Pouco preocupante (LC) 
Volatinia jacarina Tiziu 1 Pouco preocupante (LC) 
Troglodytidae 
Troglodytes musculus Corruira 1 Pouco preocupante (LC) 
Turdidae 
Turdus albicollis Sabiá-coleira 3 Pouco preocupante (LC) 
Turdus amaurochalinus Sabiá-poca 1 Pouco preocupante (LC) 
Turdus leucomelas Sabiá-barranco 14 Pouco preocupante (LC) 
Turdus rufiventris Sabiá-laranjeira 11 Pouco preocupante (LC) 
Tyrannidae 
 
 
28 
 
Pitangus sulphuratus Bem-te-vi 10 Pouco preocupante (LC) 
Total 561 
N: Número de indivíduos; 
Estado de conservação: Situação da espécie segundo Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada 
de Extinção (MACHADO et al., 2016) e pela Lista Vermelha da União Internacional para Conservação 
da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, 2017); 
Andorinha-peq-de-casa: Andorinha-pequena-de-casa; 
Criticamen em perigo (CR): Criticamente em perigo; 
*: Espécie hibrida de macho de Spinus magellanica ou Spinus yarrellii com fêmea de Serinus canaria; 
**: Espécies exóticas. 
 
 
Tabela 4. Relação das espécies de Passeriformes com famílias, espécie, nome 
popular, número de indivíduos recebidos pelo Mantenedor da Univap no ano de 
2013 e situação na lista de ameaçados de extinção. 
 
Família/Espécie Nome popular N Estado de Conservação 
Cardinalidae 
Cyanoloxia brissonii Azulão 37 Pouco preocupante (LC) 
Cotingidae 
Procnias nudicollis Araponga 1 Vulnerável (VU) 
Emberizidae 
Sporophila lineola Bigodinho 38 Pouco preocupante (LC) 
Estrildidae 
Estrilda astrild Bico-de-lacre 6 Pouco preocupante (LC) 
Fringilidae 
Spinus magellanica Pintassilgo 21 Pouco preocupante (LC) 
Hirundinidae 
Pygochelidon cyanoleuca Andorinha-peq-de-casa 5 Pouco preocupante (LC) 
Icteridae 
Gnorimopsar chopi Pássaro-preto 14 Pouco preocupante (LC) 
Icterus jamacaii Corrupião 2 Pouco preocupante (LC) 
Passerellidae 
Zonotrichia capensis Tico-tico 19 Pouco preocupante (LC) 
Thraupidae 
Coryphospingus pileatus Tico-tico-rei-cinza 4 Pouco preocupante (LC) 
Paroaria coronata Cardeal 1 Pouco preocupante (LC) 
Paroaria dominicana Galo-da-campina 10 Pouco preocupante (LC) 
Ramphocelus bresilius Tiê-sangue 3 Pouco preocupante (LC) 
Saltator similis Trinca-ferro-verdadeiro 229 Pouco preocupante (LC) 
Sicalis flaveola Canário-da-terra 184 Pouco preocupante (LC) 
Sicalis luteola Tipio 1 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila angolensis Curió 29 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila bouvreuil Caboclinho 2 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila caerulescens Coleirinho 146 Pouco preocupante (LC) 
 
 
29 
 
Sporophila frontalis Pixoxó 11 Vulnerável (VU) 
Sporophila leucoptera Patativa-chorona 14 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila maximiliani Bicudo 2 Criticamen em Perigo (CR) 
Sporophila nigricollis Coleirinho-baiano 9 Pouco preocupante (LC) 
Tachyphonus coronatus Tiê-preto 1 Pouco preocupante (LC) 
Tangara cayana Saíra-amarela 1 Pouco preocupante (LC) 
Tangara desmaresti Saíra-lagarta 1 Pouco preocupante (LC) 
Tangara sayaca Sanhaço-cinzento 10 Pouco preocupante (LC) 
Tangara seledon Saíra-sete-cores 1 Pouco preocupante (LC) 
Turdidae 
Turdus albicollis Sabiá-coleira 6 Pouco preocupante (LC) 
Turdus amaurochalinus Sabiá-poca 2 Pouco preocupante (LC) 
Turdus fumigatus Sabiá-da-mata 1 Pouco preocupante (LC) 
Turdus leucomelas Sabiá-barranco 14 Pouco preocupante (LC) 
Turdus rufiventris Sabiá-laranjeira 18 Pouco preocupante (LC) 
Tyrannidae 
Pitangus sulphuratus Bem-te-vi 7 Pouco preocupante (LC) 
Tyrannus melancholicus Suiriri 1 Pouco preocupante (LC) 
Total 851 
N: Número de indivíduos; 
Estado de conservação: Situação da espécie segundo Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada 
de Extinção (MACHADO et al., 2016) e pela Lista Vermelha da União Internacional para Conservação 
da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, 2017); 
Andorinha-peq-de-casa: Andorinha-pequena-de-casa; 
Criticamen em perigo (CR): Criticamente em perigo. 
 
 
Tabela 5. Relação das espécies de Passeriformes com famílias, espécie, nome 
popular, número de indivíduos recebidos pelo Mantenedor da Univap no ano de 
2014 e situação na lista de ameaçados de extinção. 
 
Família/Espécie Nome Popular N Estado de Conservação 
Cardinalidae 
Cyanoloxia brissonii Azulão 11 Pouco preocupante (LC) 
Emberizidae 
Sporophila lineola Bigodinho 15 Pouco preocupante (LC) 
Estrildidae 
Estrilda astrild Bico-de-lacre 2 Pouco preocupante (LC) 
Fringilidae 
Carduelis spp/Hibrido* Pintagol 2 - 
Serinus canaria** Canária-belga 2 Pouco preocupante (LC) 
Spinus magellanica Pintassilgo 19 Pouco preocupante (LC) 
Hirundinidae 
Pygochelidon cyanoleuca Andorinha-peq-de-casa 5 Pouco preocupante (LC) 
 
 
30 
 
Icteridae 
Gnorimopsar chopi Pássaro-preto 14 Pouco preocupante (LC) 
Icterus jamacaii Corrupião 1 Pouco preocupante (LC) 
Passerellidae 
Zonotrichia capensis Tico-tico 11 Pouco preocupante (LC) 
Thraupidae 
Coryphospingus pileatus Tico-tico-rei-cinza 4 Pouco preocupante (LC) 
Paroaria coronata Cardeal 1 Pouco preocupante (LC) 
Saltator similis Trinca-ferro-verdadeiro 91 Pouco preocupante (LC) 
Sicalis flaveola Canário-da-terra 110 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila angolensis Curió 15 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila bouvreuil Caboclinho 2 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila caerulescens Coleirinho 142 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila frontalis Pixoxó 2 Vulnerável (VU) 
Sporophila leucoptera Patativa-chorona 3 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila nigricollis Coleirinho-baiano 3 Pouco preocupante (LC) 
Tachyphonus coronatus Tiê-preto 2 Pouco preocupante (LC) 
Tangara cayana Saíra-amarela 1 Pouco preocupante (LC) 
Tangara sayaca Sanhaço-cinzento 5 Pouco preocupante (LC) 
Volatinia jacarina Tiziu 11 Pouco preocupante (LC) 
Turdidae 
Turdus albicollis Sabiá-coleira 1 Pouco preocupante(LC) 
Turdus amaurochalinus Sabiá-poca 4 Pouco preocupante (LC) 
Turdus leucomelas Sabiá-barranco 19 Pouco preocupante (LC) 
Turdus rufiventris Sabiá-laranjeira 11 Pouco preocupante (LC) 
Tyrannidae 
Pitangus sulphuratus Bem-te-vi 12 Pouco preocupante (LC) 
Total 521 
N: Número de indivíduos; 
Estado de conservação: Situação da espécie segundo Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada 
de Extinção (MACHADO et al., 2016) e pela Lista Vermelha da União Internacional para Conservação 
da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, 2017); 
Andorinha-peq-de-casa: Andorinha-pequena-de-casa; 
*: Espécie hibrida de macho de Spinus magellanica ou Spinus yarrellii com fêmea de Serinus canaria; 
**: Espécie exótica. 
 
 
 
Tabela 6. Relação das espécies de Passeriformes com famílias, espécie, nome 
popular, número de indivíduos recebidos pelo Mantenedor da Univap no ano de 
2015 e estado de conservação na lista de ameaçados de extinção. 
 
Família/Espécie Nome popular N Estado de Conservação 
Apodidae 
Chaetura meridionalis Andorinhão-do-temporal 1 Pouco preocupante (LC) 
 
 
31 
 
Cardinalidae 
Cyanoloxia brissonii Azulão 37 Pouco preocupante (LC) 
Cotingidae 
Pyroderus scutatus Pavó 4 Pouco preocupante (LC) 
Emberizidae 
Sporophila lineola Bigodinho 50 Pouco preocupante (LC) 
Estrildidae 
Estrilda astrild Bico-de-lacre 1 Pouco preocupante (LC) 
Furnariidae 
Asthenes moreirae Garrincha-chorona 1 Pouco preocupante (LC) 
Fringilidae 
Carduelis spp/Hibrido* Pintagol 3 - 
Euphonia violacea Gaturamo-verdadeiro 1 Pouco preocupante (LC) 
Spinus magellanica Pintassilgo 21 Pouco preocupante (LC) 
Spinus yarrellii Pintassilgo-do-norte 1 Vulnerável (VU) 
Hirundinidae 
Pygochelidon cyanoleuca Andorinha-peq-de-casa 19 Pouco preocupante (LC) 
Icteridae 
Chrysomus ruficapillus Garibaldi 1 Pouco preocupante (LC) 
Gnorimopsar chopi Pássaro-preto 40 Pouco preocupante (LC) 
Icterus jamacaii Corrupião 3 Pouco preocupante (LC) 
Molothrus bonariensis Chupim 2 Pouco preocupante (LC) 
Mimidae 
Mimus saturninus Sabiá-do-campo 4 Pouco preocupante (LC) 
Passerellidae 
Zonotrichia capensis Tico-tico 20 Pouco preocupante (LC) 
Thraupidae 
Coryphospingus cucullatus Tico-tico-rei 3 Pouco preocupante (LC) 
Paroaria coronata Cardeal 2 Pouco preocupante (LC) 
Paroaria dominicana Galo-da-campina 19 Pouco preocupante (LC) 
Saltator fuliginosus Bico-de-pimenta 1 Pouco preocupante (LC) 
Saltator similis Trinca-ferro-verdadeiro 259 Pouco preocupante (LC) 
Schistochlamys ruficapillus Bico-de-veludo 1 Pouco preocupante (LC) 
Sicalis flaveola Canário-da-terra 227 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila albogularis Brejal / Golinho 3 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila angolensis Curió 22 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila ardesiaca Papa-capim-costas-cinz 2 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila bouvreuil Caboclinho 3 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila caerulescens Coleirinho 254 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila collaris Coleira-do-brejo 2 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila frontalis Pixoxó 9 Vulnerável (VU) 
Sporophila leucoptera Patativa-chorona 4 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila maximiliani Bicudo 3 Criticame em Perigo (CR) 
 
 
32 
 
Sporophila nigricollis Coleirinho-baiano 18 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila plumbea Patativa-verdadeira 2 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila falcirostris Cigarrinha 4 Vulnerável (VU) 
Tachyphonus coronatus Tiê-preto 5 Pouco preocupante (LC) 
Tangara palmarum Sanhaço-do-coqueiro 3 Pouco preocupante (LC) 
Tangara sayaca Sanhaço-cinzento 14 Pouco preocupante (LC) 
Volatinia jacarina Tiziu 2 Pouco preocupante (LC) 
Turdidae 
Turdus albicollis Sabiá-coleira 7 Pouco preocupante (LC) 
Turdus amaurochalinus Sabiá-poca 1 Pouco preocupante (LC) 
Turdus leucomelas Sabiá-barranco 35 Pouco preocupante (LC) 
Turdus rufiventris Sabiá-laranjeira 39 Pouco preocupante (LC) 
Tyrannidae 
Machetornis rixosa Suiriri-cavaleiro 1 Pouco preocupante (LC) 
Myiodynastes maculatus Bem-te-vi-rajado 1 Pouco preocupante (LC) 
Pitangus sulphuratus Bem-te-vi 16 Pouco preocupante (LC) 
Total 1171 
N: Número de indivíduos; 
Estado de conservação: Situação da espécie segundo Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada 
de Extinção (MACHADO et al., 2016) e pela Lista Vermelha da União Internacional para Conservação 
da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, 2017); 
Andorinha-peq-de-casa: Andorinha-pequena-de-casa; 
Papa-capim-costas-cinz: Papa-capim-de-costas-cinzas; 
Beija-flor-de-bico-verme: Beija-flor-de-bico-vermelho; 
Criticame em perigo (CR): Criticamente em perigo; 
*: Espécie hibrida de macho de Spinus magellanica ou Spinus yarrellii com fêmea de Serinus canaria. 
 
 
 
Tabela 7. Relação das espécies de Passeriformes com nome popular, famílias, 
gênero e espécie, com número de indivíduos recebidos pelo Mantenedor da Univap 
no ano de 2016 com seu estado de conservação na lista de ameaçados de extinção. 
 
Família/Espécie Nome popular N Estado de Conservação 
Cardinalidae 
Cyanoloxia brissonii Azulão 16 Pouco preocupante (LC) 
Emberizidae 
Sporophila lineola Bigodinho 31 Pouco preocupante (LC) 
Fringilidae 
Carduelis spp/Hibrido* Pintagol 1 - 
Euphonia chlorotica Fim-fim 1 Pouco preocupante (LC) 
Serinus canaria** Canário-belga 1 Pouco preocupante (LC) 
Spinus magellanica Pintassilgo 15 Pouco preocupante (LC) 
Hirundinidae 
Progne chalybea Andorinha-domest-grande 8 Pouco preocupante (LC) 
 
 
33 
 
Pygochelidon cyanoleuca Andorinha-peq-de-casa 48 Pouco preocupante (LC) 
Icteridae 
Chrysomus ruficapillus Garibaldi 1 Pouco preocupante (LC) 
Gnorimopsar chopi Pássaro-preto 19 Pouco preocupante (LC) 
Icterus jamacaii Corrupião 2 Pouco preocupante (LC) 
Molothrus bonariensis Chupim 3 Pouco preocupante (LC) 
Mimidae 
Mimus saturninus Sabiá-do-campo 2 Pouco preocupante (LC) 
Passerellidae 
Zonotrichia capensis Tico-tico 11 Pouco preocupante (LC) 
Pipridae 
Chiroxiphia caudata Tangara 1 Pouco preocupante (LC) 
Thraupidae 
Cissopis leveriana Tietinga 1 Pouco preocupante (LC) 
Coereba flaveola Cambacica 1 Pouco preocupante (LC) 
Coryphospingus cucullatus Tico-tico-rei 1 Pouco preocupante (LC) 
Paroaria coronata Cardeal 2 Pouco preocupante (LC) 
Paroaria dominicana Galo-da-campina 7 Pouco preocupante (LC) 
Saltator fuliginosus Bico-de-pimenta 1 Pouco preocupante (LC) 
Saltator similis Trinca-ferro-verdadeiro 132 Pouco preocupante (LC) 
Schistochlamys ruficapillus Bico-de-veludo 1 Pouco preocupante (LC) 
Sicalis flaveola Canário-da-terra 117 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila albogularis Brejal / Golinho 2 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila angolensis Curió 38 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila ardesiaca Papa-capim-costas-cinz 1 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila bouvreuil Caboclinho 1 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila caerulescens Coleirinho 168 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila frontalis Pixoxó 5 Vulnerável (VU) 
Sporophila leucoptera Patativa-chorona 9 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila maximiliani Bicudo 3 Criticame em Perigo (CR) 
Sporophila nigricollis Coleirinho-baiano 7 Pouco preocupante (LC) 
Tachyphonus coronatus Tiê-preto 4 Pouco preocupante (LC) 
Tangara cayana Saíra-amarela 1 Pouco preocupante (LC) 
Tangara desmaresti Saíra-lagarta 1 Pouco preocupante (LC) 
Tangara palmarum Sanhaço-do-coqueiro 3 Pouco preocupante (LC) 
Tangara sayaca Sanhaço-cinzento 17 Pouco preocupante (LC) 
Turdidae 
Turdus albicollis Sabiá-coleira 2 Pouco preocupante (LC) 
Turdus flavipes Sabia-una 2 Pouco preocupante (LC) 
Turdus leucomelas Sabiá-barranco 18 Pouco preocupante (LC) 
Turdus rufiventris Sabiá-laranjeira 11 Pouco preocupante (LC) 
Tyrannidae 
Pitangus sulphuratus Bem-te-vi 18 Pouco preocupante (LC) 
 
 
34 
 
Total 734 
N: Número de indivíduos; 
Estado de conservação: Situação da espécie segundo Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada 
de Extinção (MACHADO et al., 2016) e pela Lista Vermelha da UniãoInternacional para Conservação 
da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, 2017); 
Andorinha-peq-de-casa: Andorinha-pequena-de-casa; 
Andorinha-domest-grande: Andorinha-domestica-grande; 
Papa-capim-costas-cinz: Papa-capim-de-costas-cinzas; 
Criticame em perigo (CR): Criticamente em perigo; 
*: Espécie hibrida de macho de Spinus magellanica ou Spinus yarrellii com fêmea de Serinus canaria. 
**: Espécie exótica. 
 
 
Tabela 8. Relação das espécies de Passeriformes com nome popular, famílias, 
gênero e espécie, com número de indivíduos recebidos pelo Mantenedor/CRAS da 
Univap no ano de 2017 com seu estado de conservação na lista de ameaçados de 
extinção. 
 
Família/Espécie Nome popular N Estado de conservação 
Cardinalidae 
Cyanoloxia brissonii Azulão 2 Pouco preocupante (LC) 
Emberizidae 
Sporophila lineola Bigodinho 18 Pouco preocupante (LC) 
Fringilidae 
Serinus canaria** Canária-belga 2 Pouco preocupante (LC) 
Spinus magellanica Pintassilgo 6 Pouco preocupante (LC) 
Hirundinidae 
Progne chalybea Andorinha-domest-grande 1 Pouco preocupante (LC) 
Pygochelidon cyanoleuca Andorinha-peq-de-casa 10 Pouco preocupante (LC) 
Icteridae 
Gnorimopsar chopi Pássaro-preto 4 Pouco preocupante (LC) 
Icterus jamacaii Corrupião 3 Pouco preocupante (LC) 
Molothrus bonariensis Chupim 1 Pouco preocupante (LC) 
Mimidae 
Mimus saturninus Sabiá-do-campo 1 Pouco preocupante (LC) 
Passerellidae 
Zonotrichia capensis Tico-tico 8 Pouco preocupante (LC) 
Passer domesticus Pardal-doméstico 1 Pouco preocupante (LC) 
Thraupidae 
Cissopis leveriana Tietinga 1 Pouco preocupante (LC) 
Coryphospingus cucullatus Tico-tico-rei 1 Pouco preocupante (LC) 
Paroaria coronata Cardeal 2 Pouco preocupante (LC) 
Paroaria dominicana Galo-da-campina 8 Pouco preocupante (LC) 
Ramphocelus bresilius Tiê-sangue 1 Pouco preocupante (LC) 
Saltator fuliginosus Bico-de-pimenta 1 Pouco preocupante (LC) 
 
 
35 
 
Saltator similis Trinca-ferro-verdadeiro 50 Pouco preocupante (LC) 
Sicalis flaveola Canário-da-terra 63 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila albogularis Brejal / Golinho 1 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila angolensis Curió 22 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila caerulescens Coleirinho 66 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila collaris Coleira-do-brejo 1 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila frontalis Pixoxó 1 Vulnerável (VU) 
Sporophila leucoptera Patativa-chorona 4 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila maximiliani Bicudo 1 Criticame em Perigo (CR) 
Sporophila nigricollis Coleirinho-baiano 5 Pouco preocupante (LC) 
Sporophila plumbea Patativa-verdadeira 2 Pouco preocupante (LC) 
Tachyphonus coronatus Tiê-preto 1 Pouco preocupante (LC) 
Tangara sayaca Sanhaço-cinzento 3 Pouco preocupante (LC) 
Turdidae 
Turdus flavipes Sabiá-una 1 Pouco preocupante (LC) 
Turdus leucomelas Sabiá-barranco 5 Pouco preocupante (LC) 
Turdus rufiventris Sabiá-laranjeira 1 Pouco preocupante (LC) 
Tyrannidae 
Machetornis rixosa Suiriri-cavaleiro 3 Pouco preocupante (LC) 
Myiodynastes maculatus Bem-te-vi-rajado 1 Pouco preocupante (LC) 
Pitangus sulphuratus Bem-te-vi 4 Pouco preocupante (LC) 
Total 306 
N: Número de indivíduos; 
Estado de conservação: Situação da espécie segundo Livro Vermelho da Fauna Brasileira Ameaçada 
de Extinção (MACHADO et al., 2016) e pela Lista Vermelha da União Internacional para Conservação 
da Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, 2017). 
Andorinha-peq-de-casa: Andorinha-pequena-de-casa; 
Andorinha-domest-grande: Andorinha-domestica-grande; 
Criticame em perigo (CR): Criticamente em perigo; 
**: Espécie exótica. 
 
 
 
Tabela 9. Relação do número de espécimes recebidos no CRAS da Univap no 
período de 2010 a 2017. 
 
Ano Número de espécimes 
2010 2 
2011 221 
2012 561 
2013 851 
2014 521 
2015 1171 
2016 734 
2017 306 
Total 4367 
 
 
 
36 
 
Figura 8. Gráfico representativo mostrando a porcentagem de famílias de 
Passeriformes recebidos no CRAS do ano de 2010 a 2017. 
 
 
 
 
 
 
 
 Os Passeriformes foram recebidos por cinco fontes distintas, a saber: Polícia 
Militar Ambiental (Pamb), com o maior número de animais entregues, totalizando 
4048 (Tabela 10), abrangendo 92,70% (Figura 10) de todas as entregas de 
Passeriformes, seguido por Entrega voluntária (EV), 143 perfazendo 3,27% do total, 
Polícia Civil (PC), total de 141 entregas/3,23%, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente 
e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA), com 30 entregas sendo 0,69% do 
total e Polícia Federal (PF), somente nos anos de 2015 e 2016, totalizando 5 
entregas com porcentual de 0,11% do total de Passeriformes recebidos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
Tabela 10. Relação do número recebimento de Passeriformes relacionado a 
organização de entrega do ano de 2010 a 2017. 
 
 
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Total 
Pamb 2 191 470 812 501 1143 657 272 4048 
PC 0 29 82 14 9 3 3 1 141 
EV 0 1 0 19 7 22 72 22 143 
IBAMA 0 0 9 6 4 0 0 11 30 
PF 0 0 0 0 0 3 2 0 5 
Total 2 221 561 851 521 1171 734 306 4367 
Pamb: Polícia militar ambiental; 
PC: Polícia civil; 
EV: Entrega voluntária; 
IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis; 
PF: Polícia federal. 
 
 
 
 
Figura 9. Gráfico representativo com as fontes de entrega dos Passeriformes no 
período de 2010 a 2017. 
 
Pamb: Polícia militar ambiental; 
PC: Polícia civil; 
EV: Entrega voluntária; 
IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis; 
 
 
 
 
38 
 
Figura 10. Gráfico com a porcentagem representativa das fontes de entrega de 
Passeriformes do ano de 2010 a 2017. 
 
 
Pamb: Polícia militar ambiental; 
PC: Polícia civil; 
EV: Entrega voluntária; 
IBAMA: Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis; 
PF: Polícia federal. 
 
 
 
 A destinação dos Passeriformes recebidos no CRAS evidencia maior 
resultado por Transferência (TR) (Tabela 11) dos animais para outras instituições ou 
empreendimentos como o IBAMA ou CETAS, total de TR de 1900 Passeriformes 
abrangendo 43,51% (Figura 12), sendo o segundo maior número a Soltura (SL) com 
1246 e 28,53%, com Óbito (OB), terceiro maior com 605 e 13,85%, os animais que 
não puderam ser soltos ou transferidos permanecem mantidos no CRAS (MEC), 
sendo 589 espécimes e 13,49%, uma pequena quantidade destes animais fugiram 
(FG) 16, 0,37% ou foram Devolvidos (DV) 7, 0,16%. No ano de 2011 ocorreu o 
registro de 4 Furtos, sendo três Saltator similis, Trinca-ferro-verdadeiro e um 
Gnorimopsar chopi, Pássaro-preto, sendo um porcentual de 0,09%. 
 
 
 
 
 
 
 
39 
 
Tabela 11. Tabela representativa da destinação dos Passeriformes recebido do ano 
de 2010 a 2017. 
 
 
2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017 Total 
TR 0 125 396 434 352 377 146 70 1900 
SL 2 47 105 336 87 410 182 77 1246 
OB 0 21 41 45 35 132 244 87 605 
FG 0 0 0 6 9 1 0 0 16 
DV 0 0 1 0 2 0 4 0 7 
MEC 0 24 18 30 36 251 158 72 589 
Furto 0 4 0 0 0 0 0 0 4 
Total 2 221 561 851 521 1171 734 306 4367 
TR: Transferência; 
SL: Soltura; 
OB: Óbito; 
FG: Fuga; 
DV: Devolução; 
MEC: Mantidos no CRAS. 
 
 
Figura 11. Gráfico representativo da destinação dos Passeriformes recebidos no 
CRAS do ano de 2010 a 2017. 
 
 
TR: Transferência; 
SL: Soltura; 
OB: Óbito; 
FG: Fuga; 
DV: Devolução; 
MEC: Mantidos no CRAS. 
 
 
40 
 
Figura 12. Gráfico representativo com a porcentagem da destinação dos 
Passeriformes recebidos no CRAS do ano de 2010 a 2017. 
 
TR: Transferência; 
SL: Soltura; 
OB: Óbito; 
FG: Fuga; 
DV: Devolução; 
MEC: Mantidos no CRAS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
 
6. Discussão 
Os Passeriformes que foram mais recebidos no período de 2010 a 2017 
foram da família Thraupidae com 3239 espécimes, o que abrange 73,73% de todos 
os animais recebidos. Os Passeriformes por serem aves com porte pequeno, com 
belas plumagens e belos cantos são aves muito traficadas,sendo o animal mais 
comumente encontrado sendo criado em gaiolas, como cita Renctas, 2001. 
Costa et al. (2017), cita que nos mais diversos levantamentos, as aves 
apresentam um número representativos nas apreensões, chegando a 90%, onde os 
pássaros canoros e psitacídeos têm destaque, o que é confirmado por vários 
trabalhos, tais como de Franco et al. (2012) que de todos os animais recebidos no 
Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS) do ano de 2002 a 2007 tem como 
seu maior porcentual as aves com 93% de todos os recebimentos. Um resultado 
semelhante é mostrado por Freitas et al. (2015), no CETAS de Belo Horizonte, que 
no ano de 2011 teve o recebimento de 7426 animais, sendo destes 91,5% 
representado pelas aves. E Moura et al. (2012) em seu trabalho tem o recebimento 
de 1609 animais pelo CETAS do IBAMA no Piaui no ano de 2011, onde novamente 
as aves tem a maior representatividade, tendo 83,40% de todos os animais 
recebidos. 
Santana e Jesus (2003), mostram em seu trabalho que os Saltator similis 
(Trinca-ferro-verdadeiro) tem destaque significativo em apreensões pelo fato de 
serem aves canoras, Nardy, (2006) e Ramiro, (2008) também afirmam isso, dizendo 
que os machos são mais visados e até mesmo mais caros que as fêmeas no 
comércio dessas aves, devido ao seu canto. Alvarenga, 2014 comenta que o trinca-
ferro-verdadeiro é uma ave muito visada para criação em cativeiro, sendo uma das 
espécies mais apreendida por órgãos ambientais. Já com a espécie Sporophila 
caerulescens (Coleirinho), Gwynne (2010) diz ser uma das aves mais populares 
como pet no Brasil, dado ao fato de se ter um canto variado e agradável, com 
assobios agudos e cantos rápidos. O Sicalis flaveola (Canário-da-terra) apresenta 
belas plumagens, assim como um canto muito valorizado, segundo Rocha et al. 
(2006), onde é descrito por del Hoyo et al, (2014), que a coloração dos machos 
adultos da espécie apresentam o ventre amarelo e a cauda, asa e dorso amarelo 
esverdeado, mostrando assim, a beleza dessa espécie. Porém esse não é o único 
motivo desses animais serem tão comercializados, o fato de serem animais 
 
 
42 
 
territorialistas e agressivos durante o período reprodutivo, faz com que sejam 
visados para realização de rinhas de aves, como mostrado por (SICK, 1997). 
Com esses estudos é possível entender o fato da família Thraupidae 
apresentar alta taxa de recebimento anual, o que é associado diretamente ao porte 
pequeno que facilita criação do mesmo em gaiolas e ainda pelas suas belas 
plumagens, além de belíssimos cantos, e devido ao seu porte sua retirada da 
natureza e seu comercio ilegal é facilitado. SOSFAUNA (2017) comenta que esses 
animais são comercializados de várias formas, desde feiras livres até mesmo em pet 
shops e internet, tendo como estimativa que 90% dos animais traficados morrem 
antes mesmo de chegar no seu destino final, devido a condições inadequadas, 
desde sua captura até o momento de transporte. 
Essa injuria que os animais sofrem explica o motivo de parte dos animais que 
foram recebidos no CRAS, mesmo após tratamento vem a óbito ou mesmo são 
mantidos no CRAS após quarentena e tratamento, onde 615 espécimes vieram a 
óbito e 594 permanecem no CRAS. 
Os resultados também representam a importância do Centro de Reabilitação 
de Animais Silvestres, onde 1257 Passeriformes foram reabilitados e reintroduzidos 
novamente em seu habitat. Principalmente com espécies que estão com status 
vulnerável (VU) pela Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da 
Natureza e dos Recursos Naturais (IUCN, 2017) e pelo Livro Vermelho da Fauna 
Brasileira Ameaçada de Extinção (MACHADO et al., 2016), como Sporophila 
frontalis (Pixoxó) que foram recebidos 33 espécimes, quatro espécimes Sporophila 
maximiliani (Bicudo), seis Sporophila falcirostris (Cigarrinha), dois Spinus yarrellii 
(Pintassilgo-do-norte) e um Procnias nudicollis (Araponga). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
7. Conclusão 
 Após a análise dos dados do recebimento de Passeriformes no CRAS, 
observou-se um grande recebimento de aves no período de 2010 a 2017, e: 
• Com um número expressivo totalizando 4393 espécimes; 
• Família Thraupidae com maior número de espécimes recebidos, com total de 
3239 espécimes, sendo 73,73% de todos os animais recebidos; 
• Grande incidência das espécies Saltator similis, com total de 959, Sporophila 
caerulescens, sendo recebido 917 e Sicalis flaveola, com total de 845 
espécime; 
• Que os Passeriformes sofrem muito com o tráfico, onde tem sua destinação 
para o comércio ilegal; 
• Com o auxilio do Secretaria do Meio Ambiente do estado de São Paulo e 
empreendimentos que visam resgatar animais vítimas do tráfico, assim como 
auxilio do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres, muitas dessas aves 
apreendidas conseguem ser reabilitadas e voltar a natureza; 
• Muitas permanecem cativo ou são transferidos para outros empreendimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
8. Referências bibliográficas 
 
• ALVARENGA, G. R. Ocorrência e aspectos da criação em cativeiro do 
trinca-ferro (Saltator similis, LAFRESNAYE E D’ORBIGNY, 1837) 
(PASSERIFORMES: THRAUPIDAE) na região de Viçosa – Minas Gerais. 
Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Viçosa. Viçosa – MG, 
2014. 
 
• Conselho Regional de Medicina Veterinária do RS. Guia Básico de 
Legislação sobre Criação, Comercialização e Manutenção de Animais 
Selvagens em Cativeiro. Disponível em: < 
http://www.crmvrs.gov.br/PDFs/Guia_Animais_Silvestres.pdf>. Acesso em: 26 
junho 2018. 
 
• COSTA, F. J. V.; et al. Ciência contra o Tráfico: Avanços no Combate ao 
Comércio Ilegal de Animais Silvestres. João Pessoa: IMPRELL, 2017. p. 250. 
 
• DEL HOYO, J., ELLIOTT, A.; CHRITIE, D. A. Handbook of the Birds of the 
World. Linx Edicions. V. 16. 2011. 
 
• FONTANA, C. S.; et al. Plano de Ação Nacional para a Conservação dos 
Passeriformes Ameaçados dos Campos Sulinos e Espinilho. Brasília: 
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, ICMBio. p. 212. 
2013. 
 
• FRANCO, M. R.; et al. Animais silvestres apreendidos no período de 2002 
a 2007 na macrorregião de Montes Claros, Minas Gerais. Enciclopédia 
Biosfera. Centro Científico Conhecer, Goiânia. v. 8, N. 14. p. 1007. 2012. 
 
 
 
45 
 
• FREITAS, A. C. P.; et al. Diagnóstico de animais ilegais recebidos no 
centro de triagem de animais silvestres de Belo Horizonte, Estado de 
Minas Gerais, no ano de 2011. Ciência Rural, Santa Maria. v.45, n.1. p.163-
170. 2015. 
• GUIMARÃES, M. B. Passeriformes. In: CUBAS, Z. S.; SILVA, J. C. R.; 
CARTÃO-DIAS, J. L. Tratado de animais selvagens: medicina veterinária. 
Roca, São Paulo, 2007. p. 324-337. 
 
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Horizonte, v. 1, 2010. p. 296. 
 
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50 
 
9. Anexo 
 
Figura 13. Banner apresentado no 16º Qualivitae, congresso de saúde e qualidade 
de vida do cone leste paulista, no ano de 2018.

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