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“É provável que em qualquer lugar, a qualquer hora algo de improvável aconteça. ” DEFINICÃO PRIMEIROS SOCORROS: são todos os procedimentos aplicado de imediato ao acidentado ou ao portador de mal súbito, antes da chegada do socorro especializado. Se devidamente aplicados, os procedimentos de primeiros socorros podem aumentar em 80% a chance de sobrevida da vítima. OBJETIVO: manter as funções vitais e evitar o agravamento, até que ela receba assistência definitiva CONCEITO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA EMERGÊNCIA: são situações em a vítima corre risco iminente de morte. Necessita de socorro imediato. Ex. infarto, ferimentos com arma de fogo (FAF, ferimentos com arma branca (FAB), fraturas, queimaduras, etc... URGÊNCIA: São situações em que a vítima não corre risco iminente de morte, pode aguardar o socorro por mais algum tempo. Ex. Cefaleia, hipertensão crônica, diarreia, etc... PLANO DE AÇÃO Uma das chaves de sucesso no socorro, é ter certeza que sua "ajuda" não irá piorar o problema! CARACTERÍSTICAS DE UM SOCORRISTA: • ter espírito de liderança • ter bom senso, compreensão, tolerância e paciência • saber planejar e executar suas ações; • ter criatividade, improvisar com segurança; • ter iniciativas e atitudes firmes • ter, acima de tudo, espírito de solidariedade humana, o “amor ao próximo”. Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti Se a vítima estiver acordada, pergunte a ele seu nome, sua idade, onde está, que dia é hoje e outras perguntas circunstanciais para avaliar seu grau de lucidez. Observe se não há nenhum comprometimento físico que a impeça de falar. Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio 1 • reconhecer suas limitações OS 10 MANDAMENTOS DO SOCORRISTA / ATENDENTE DE EMERGÊNCIA 1. Mantenha a calma. 2. Tenha em mente a seguinte ordem de segurança: · PRIMEIRO EU (o socorrista) · DEPOIS MINHA EQUIPE (Incluindo os transeuntes) · E POR ÚLTIMO A VÍTIMA Isto parece ser contraditório, mas tem o intuito básico de não gerar novas vítimas. 3. Ao prestar socorro, é fundamental ligar ao atendimento pré-hospitalar de imediato ao chegar no local do acidente. 4. Sempre verifique se há riscos no local, para você e sua equipe, antes de agir no acidente. 5. Mantenha sempre o bom senso. 6. Mantenha o espírito de liderança, pedindo ajuda e afastando os curiosos. 7. Distribua tarefas, assim os transeuntes que poderiam atrapalhar lhe ajudarão e se sentirão mais úteis. 8. Evite manobras intempestivas (realizadas de forma imprudente, com pressa) 9. Em caso de múltiplas vítimas dê preferência àquelas que correm maior risco de vida como, por exemplo, vítimas em parada cardiorrespiratória ou que estejam sangrando muito. 10. Seja socorrista e não herói (lembre-se do 2o mandamento) Ao informar sobre o acidente, faça-o de maneira clara e objetiva: • Onde? Dê os detalhes exatos sobre o local da emergência • O que? Dê uma breve descrição sobre o que aconteceu. • Quantas pessoas estão feridas? Se possível, dê detalhes dos ferimentos que • • • representam riscos de morte, se as vítimas estão presas no veículo ou se está incendiando. Responda a todas as informações solicitadas pelo atendente do serviço especializado. Determine as prioridades de atendimento. Aspectos legais do socorro ASPECTOS LEGAIS DO SOCORRO OMISSÃO DE SOCORRO Art. 135 do Código Penal – Deixa de prestar socorros significa não dar nenhuma assistência à vítima. Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública. Pena: detenção de um a seis meses e multa. Parágrafo único: a pena é aumentada de metade, se da omissão resulta lesão corporal de natureza grave e triplicada, se resulta em morte. 2 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti Obs: Chamar o socorro especializado, nos casos e, que a pessoa não possui um treinamento específico ou não se sente confiante para atuar, já descaracteriza a ocorrência de omissão de socorro. BOMBEIRO X SAMU O BOMBEIRO faz o resgate ou seja os primeiros socorros e o SAMU faz o atendimento médico especializado. MORTE DEFINIÇÃO: “ a parada total e irreversível das funções encefálicas equivale à morte, conforme critérios estabelecidos pela comunidade científica mundial” TIPOS DE MORTE: • MORTE CLÍNICA: Equivale a parada cardiorrespiratória • MORTE BIOLÓGICA: Equivale à morte encefálica Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti Quando devo chamar o SAMU – 192 - Dor de aparecimento súbito - Intoxica - Queimaduras graves - Trabalho de parto com risco de morte para mãe ou para o feto - Queda acidental - Crise convulsiva - Acidente de trânsito com atropelamento - Traumas (tórax, abdômen, crânio e fraturas) - Perda de consciência (desmaios) - Sangramentos Quando devo chamar os BOMBEIROS - 193 - Incêndio e explosões - Vazamento de gás - Resgates em alturas - Vazamentos de produtos químicos ou tóxicos - Pessoas perdidas em mata, mar ou montanhas - Desabamento ou deslizamento de terra - Acidente de trânsito com pessoas presas em ferragens - Salvamento em meio líquido (mar, rios ou piscinas) 3 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio • MORTE ÓBVIA: Diversos estados que indiretamente definem uma situação de morte encefálica: 1. Evidente estado de decomposição 2. Decapitada ou segmentada no tronco 3. Esmagada 4. Carbonizada 5. Esmagamento do crânio com perda de massa encefálica e ausência de sinais vitais 6. Rigor Mortis (rigidez do corpo que ocorre cerca de sete horas após a morte, devido ao endurecimento muscular e que desaparece no período de um a seis dias, quando tem início a decomposição do corpo; rigidez cadavérica) 7. Livor Mortis (Manchas arroxeadas que surgem 20 a 45min após a morte. Em 10 a 12h os livores já ocupam todo o plano inferior. Os livores ocorrem porque depois da morte o sangue fica sujeito apenas à gravidade, acumulando-se nas zonas mais baixas do corpo (variando consoante a posição do cadáver). ETAPAS DO PICO DE MORTE 1o) Primeiro pico de morte: Ocorre segundos e até minutos após o acidente. São mortes causadas por lacerações em tronco cerebral, medulas espinhal altas, lesões de aorta e ou grandes vasos com sangramento profuso. 2o) Segundo pico de morte: Variam de minutos a algumas horas após o acidente. Estas mortes são causadas principalmente por: hemopneumotórax, lesões de fígado, de baço e fraturas pélvicas com sangramento intenso. Estes são chamados pacientes potencialmente salváveis, isto é, seriam salvos se beneficiados por um sistema de atendimento pré-hospitalar adequadamente planejado e regionalizado. No segundo pico de morte é chamado ‘’HORA DE OURO’’( GOLDEN HOUR) do traumatizado. 3o) Terceiro pico de morte: Neste período é considerado dias ou semanas após o trauma. São decorrentes de infecções ou falências orgânicas. Esta fase está comprometida pela qualidade do atendimento inicial prestado Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti 4 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio AVALIAÇÃO PRIMÁRIA A análise primária é uma avaliação realizada sempre que a vítima está inconsciente e é necessária para se detectar a condição que colocam em risco iminente a vida do paciente. Ela se desenvolve obedecendo às seguintes etapas: • Determinar inconsciência • Abrir vias aéreas • Checar respiração • Checar circulação • Checar grandes hemorragias ➢ Determinar inconsciência: uma vítima consciente significa que a respiração e a circulação estão presentes e, neste caso, pode-se passar direto para a análise secundária. Para se constatar a consciência deve-se sacudir gentilmente a vítima pelo ombro e perguntar: “ei, você está bem?, ei, você está me ouvindo?, ei, fala comigo?) ” ➢ Abrir vias aéreas: se o paciente não responde a estímulos, realizar a abertura das vias aéreaspara que o ar possa ter livre passagem aos pulmões. A manobra de abrir as vias aéreas pode ser realizada de dois modos: • Elevação do queixo e rotação da cabeça – para vítimas que tem afastado a possibilidade de lesão de coluna cervical. • Triplice manobra – para vítimas com suspeita de lesão na coluna cervical, o método anterior é contraindicado. Para esses casos, utiliza-se o método tríplice manobra, onde o socorrista se ajoelha atrás da cabeça da vítima, coloca os polegares nas bochechas da vítima, os indicadores na mandíbula e os demais dedos na nuca da vítima e exerce tração em sua direção. Enquanto traciona, os indicadores, posicionados nos ângulos da mandíbula, empurram-na para cima. ➢ Checar a respiração: Após a abertura das vias aéreas, deve-se verificar se o paciente está respirando espontaneamente. Para realizar essa avaliação, o socorrista deve colocar o seu ouvido bem próximo da boca do nariz e da boca da vítima e olhar, ouvir e sentir a respiração. • Olhar os movimentos torácicos • Ouvir os ruídos característicos • Sentir a exalação do ar através das vias aéreas do paciente. ➢ Checar a circulação • Determinar o pulso na artéria carótida ➢ Checar a existência de grandes hemorragias • Após constatar a presença de pulso, deve-se procurar por grandes hemorragias e estanca- Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti las, usando um dos métodos de hemostasia. 5 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio A análise primária não deve dispender mais do que 30 segundos AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA A avaliação secundária visa fornecer os elementos necessários para que o socorrista possa tomar a decisão correta com relação aos cuidados necessários e merecidos pela vítima. Podemos defini-la como um processo ordenado para descobrir lesões ou problemas médicos que, se não tratados, poderão ameaçar a vida. A avaliação secundária é dividida em: • Entrevista com a vítima ou testemunhas; • Exame da cabeça aos pés. ➢Entrevista: etapadaavaliaçãoondeosocorristaconversacomavítimabuscandoobterinformações dela própria, de familiares ou de testemunhas, sobre o tipo de lesão ou enfermidade existente e outros dados relevantes. ➢ Exame da cabeça aos pés: palpação e inspeção visual realizada pelo socorrista, de forma ordenada e sistemática, buscando identificar na vítima, indicações de lesões ou problemas médicos. Na avaliação secundária, o socorrista deverá estabelecer um contato com a vítima consciente, identificando-se e posteriormente obtendo e usando o nome do paciente para explicar movimentos pretendidos, de forma a transmitir segurança e tranquilidade à vítima. • pergunte o nome e idade (se é menor, contatar com seus pais ou um adulto conhecido). • o que aconteceu, isso já ocorreu antes? Está em tratamento médico? • é alérgico a algum medicamento ou alimento? Ingeriu algum tipo de droga, ou alimento? • Inspecione e apalpe a cabeça da vítima. Apalpe todo o crânio, procure por deformidades, ferimentos, edemas, equimoses. Para identificar possíveis lesões na cabeça. • Inspecione os olhos da vítima. Observe ambas as pupilas, procure por edemas, equimoses, lesões nas pálpebras. Para indicar possíveis lesões na cabeça, no próprio olho, uso de drogas,etc. *Midríase (pupila dilatada) – morte cerebral *Miose ( pupila contraída) – pode indicar o uso de alguns tipos de drogas *Anisocoria: condição caracterizada pelo tamanho (diâmetro) desigual das pupilas. (lesão cerebral localizada devido a TCE, AVC) • Inspecione e apalpe a face, nariz, boca e mandíbula da vítima. Apalpe os ossos da face, o nariz e a mandíbula da vítima. Procure hemorragias, deformidades, ferimentos ou equimoses. Verifique na boca possíveis lesões na língua, perda de dentes ou prótese, pesquise o hálito. Para indicar possíveis lesões na cabeça, fraturas de ossos faciais, fraturas no crânio, lesões na boca e mandíbula, ingestão de álcool, etc. • Inspecione ambas as orelhas da vítima (sem movimentar a cabeça). Pesquise a saída de sangue ou liquor pelos ouvidos. Certifique-se de que a vítima pode ouvir. Pesquise edemas ou equimoses atrás das orelhas. Procure por possíveis perdas da audição, traumatismo crânio- encefálico ou ferimentos na cabeça. • Inspecione e apalpe o pescoço da vítima. Pesquise ferimentos, deformidades ou desvios da traqueia. Verifique a coluna cervical, pesquisando por edemas ou deformidades. Aplique o colar cervical apropriado se for trauma • Inspecione e apalpe os ombros da vítima (bilateralmente). Apalpe a clavícula e a escápula da vítima bilateralmente, procure por deformidades, ferimentos, hemorragias ou edemas. • Inspecione e apalpe o tórax da vítima (bilateralmente). Pesquise movimentos respiratórios anormais, deformidades, fraturas, áreas de contusão ou edemas. • Inspecione e apalpe o abdome da vítima. Apalpe e pesquise contusões, ferimentos, hemorragias, eviscerações. • Inspecione e apalpe a região pélvica da vítima. Apalpe as regiões da bacia. Pesquise, dor, ferimentos ou hemorragias. Procure identificar lesões na região genital. 6 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti • Inspecione e apalpe as extremidades da vítima. Apalpe os membros inferiores e membros superiores. Pesquise por ferimentos, hemorragias, deformidades ou edemas. Cheque a capacidade de movimentação, a sensibilidade e perfusão sanguínea. SINAIS VITAIS Os sinais vitais são medidas de várias estatísticas fisiológicas utilizadas na área da saúde para avaliar as funções corporais básicas e diz respeito a: 1 - pulso 2 - respiração 3 - pressão arterial 4 - temperatura corporal Outros sinais que poderão ser verificados: 5 - nível de consciência 6 - dilatação das pupilas 7 - cor da pele. CONDIÇÕES QUE ALTERAM SINAIS VITAIS GERANDO FALSA INTERPRETAÇÃO: 1. Pessoais: exercício, tensão, alimentação 2. Ambientais: temperatura e umidade 3. Equipamentos: inapropriado e/ou mal calibrados 1) PULSO: O pulso e a respiração devem ser verificados no mesmo procedimento, pois o paciente pode interferir, parando ou alterando o ritmo respiratório. O pulso na artéria radial é habitualmente o mais verificado. Para medir o pulso: * Coloque seus dedos indicador e médio sobre a parte inferior do punho, abaixo da base do polegar. * Pressione firmemente os dedos planos até sentir o pulso (não use seu polegar para medir o pulso). * Com um relógio, conte os batimentos cardíacos por 1 minuto, ou por 30 segundos multiplicando por Em média consideramos adulto - 60 a 100 bpm crianças - 80 a 120 bpm bebês - 100 a 160bpm O ritmo das batidas de um coração normal descansado é em média 60 a 100 por minuto. Os átrios (as duas câmaras menores do coração) contraem-se simultaneamente e o mesmo acontece, logo em 7 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti seguida, com os ventrículos (as duas câmaras maiores). Esse mecanismo ocasiona a “batida dupla” característica do coração: tum-tá, tum-tá... Exercícios ou estresse emocional podem aumentar o ritmo cardíaco para até 200 ou mais pulsações. Em pessoas com coração sadio, quando a demanda de esforço volta ao normal, o ritmo cardíaco também se restabelece rapidamente. Taquicardia / bradicardia 2) RESPIRAÇÃO: É o processo de inspirar e expirar ar para dentro dos pulmões. A respiração pode ser aferida observando o movimento do peito do indivíduo ou sentindo a entrada e saída de ar pelo nariz. Uma respiração é contada apenas após expirar o ar inspirado. Para medir a respiração (frequência respiratória): * Coloque a pessoa deitada. * Conte quantas vezes o peito sobe por 1 minuto. Valores normais: Homem: - 16 a 18 mpm (movimentos por minuto) Mulher: - 18 a 20 mpm Criança: - 20 a 25 mpm Lactentes: - 30 a 40 mpm 3) PRESSÃO ARTERIAL: É a medida da força do sangue contra as paredes das artérias. A medida da pressão arterial compreende a verificação da pressão máxima chamada sistólica e pressão mínima diastólica. EscolaTécnica De Saúde Pública Professor Makiguti Eupnéia:, Taquipnéia ou Polipnéia ; Bradipnéia; Apnéia: Dispnéia. A principal função da respiração é suprir as células do organismo de oxigênio e retirar o excesso de dióxido de carbono. Inspiração+ expiração = respiração Caso a respiração esteja abaixo de 10 ou acima de 28 procure ajuda pois algo de errado está acontecendo. - Valores normais para um adulto: Pressão sistólica: 140x90mmHg Pressão diastólica: 90x60mmHg Pressão média: 120x 80 mmHg 4) TEMPERATURA: Para medir a temperatura corporal: * Pode ser medida em diferentes partes do corpo: boca, reto, orelha ou axila. * Siga as instruções do termômetro. * Limpe o termômetro após cada uso. * Use termômetros diferentes para cada pessoa, se possível. A temperatura é um resultado da produção e perda de calor do corpo. O valor normal da temperatura é de 36oC a 37oC. Acima disso a pessoa está entrando em um quadro de hipertermia (febre). Por outro lado, se a temperatura corporal estiver a baixo disso a pessoa está entrando em um quadro de hipotermia. Pela manhã a temperatura corporal é geralmente menor em relação ao restante do dia. 8 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti Técnica habitual de medição: Colocar o bulbo do termômetro no centro da axila por 3 a 10 minutos, leitura conforme escala. Temperatura corporal média de cada local do corpo: É considerado normal a temperatura corpórea - 36,7oC A 37,2oC . Obs.: VARIAÇÕES NORMAIS: 0,3 A 0,6o da média Temperatura axilar- 36oC a 36,8oC Temperatura inguinal- 36oC a 36,8oC Temperatura bucal- 36,2oC a 37oC Temperatura retal- 36,4oC a 37,2oC A febre normalmente é sinal de alguma inflamação, infecção ou outros males, devendo se buscar o problema que gerou a febre, pois esse se for eliminado também encerrará a febre. Mas se a temperatura chegar a 40oC é necessário que sejam tomados cuidados para aliviar a febre, pois ultrapassando essa margem pode haver danos neurológicos no indivíduo. Hipertermia – Febre Hipotermia Caso a temperatura do corpo caia abaixo de 35oC a pessoa está entrando em um caso de hipotermia. Normalmente, a hipotermia só acontece caso o indivíduo fique em um ambiente muito frio. Retire a pessoa do lugar frio em que estiver e a mantenha aquecida. Se a temperatura continuar caindo, até a ajuda médica chegar mantenha a pessoa deitada e aquecida, com roupas secas, mantas e compressas de água quente em suas axilas. Não levante a vítima, pois isso desviaria o sangue que no momento deve manter seus órgãos internos aquecidos. Se possível sirva uma bebida morna para a pessoa, mas cuidado para não estar muito quente e causar choque térmico. OUTROS SINAIS Fique de olho também em outros sinais suspeitos como pele pálida, hematomas, ferimentos, pupilas dilatadas, excesso ou falta de suor, pelos eriçados e etc. Resultado da aferição Por fim, tendo aferido os sinais vitais, você poderá informar os dados obtidos no chamado do socorro. Caso a ajuda médica não seja possível, avalie se é necessário tomar algum cuidado baseado nos sinais vitais e se necessário proceda com o socorro da vítima. 9 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio CONCEITO SUPORTE BÁSICO DE VIDA O Suporte Básico de Vida compreende o atendimento prestado a uma vítima de mal súbito ou trauma, visando a manutenção dos sinais vitais e a preservação da vida, até que uma equipe especializada possa transportá-la ao hospital e oferecer um tratamento definitivo. São inúmeras as situações de urgências e emergências que necessitam do atendimento de socorrista especializado: traumatismos; queimaduras; doenças cardiovasculares; parada cardiorrespiratória; crise convulsiva; afogamento; intoxicações etc. O atendimento rápido e eficiente, as vítimas em situação de risco, é fundamental. O momento entre a situação de emergência e a chegada do socorro especializado é crucial para aumentar a chance de sobrevivência das vítimas. Motivos para aprender e praticar Suporte Básico de Vida: -Quase 80% dos casos de parada cardíaca acontecem em casa e são presenciados por um membro da família; -Menos de 10% sobrevivem. Isso por que a maioria das testemunhas não sabem fazer a reanimação básica; -A reanimação feita por quem presencia a parada cardíaca pode “dobrar” a chance de sobrevivência; -Cada minuto após a parada cardíaca diminui as chances de sobrevivência em 10%; CORRENTE DE SOBREVIVÊNCIA O primeiro ELO da cadeia de sobrevivência é CHAMAR AJUDA, gritar para alguém ou telefonar para o serviço de Urgência: Três ações principais: 1a ação: Reconhecer rapidamente a parada cardíaca (perda da consciência, não mexer e não respira ou respira com dificuldade); 2a ação: Acionamento rápido do serviço de Emergência (SAMU 192 e Resgate 193); 3a ação: Posicionamento correto da vitima. 10 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti O atendimento deve ser capaz de avaliar e garantir por meio de medidas simples, não invasivas e eficazes de atendimento as funções vitais do paciente e evitar o agravamento de suas condições. O segundo elo segue a seguinte sequência para padronizar o atendimento: C: Circulação A: Vias aéreas B: Respiração C: CIRCULAÇÃO O pulso está presente? Não se deve demorar mais do que 10 segundos para identificar o pulso. Existe alguma hemorragia grave? Na ausência de pulso iniciar de imediato com 30 compressões torácicas, em uma frequência de no mínimo 100 vezes por minutos, com a profundidade de 5 cm. Traçar uma linha entre os dois mamilos (meio do peito); apoiar firmemente a região hipotenar da mão; com uma mão sobre a outra mão; Relação 30 compressões / 2 ventilações; COMPRIMA rápido, 100 / minuto; COMPRIMA forte, 5 cm; Erros comuns na execução das compressões: - não aplicar a pressão adequada ou posicionar incorretamente as mãos durante a compressão torácica, acarretando fraturas de costelas, lesões em órgãos torácicos e traumatismos abdominais. A: VIAS AÉREAS E ESTABILIZAÇÃO DA COLUNA CERVICAL Ver, Ouvir e Sentir não se usa mais. Verificar se as vias aéreas estão pérvias ou se existem sinais de obstrução. A boca deve ser aberta e a via aérea superior inspecionada para verificar e retirar objetos estranhos, vômito ou sangue. Apoiar a cabeça da vítima para evitar movimentações. B: RESPIRAÇÃO O paciente respira? Na ausência da respiração realizar 2 ventilações. Essa respiração está sendo eficaz? Boca a boca; Máscara facial de bolso O terceiro ELO da cadeia de sobrevivência: Desfibrilação Rápida. A Lei Municipal no 12736/2007 obriga as instituições com mais de 1500 pessoas circulantes por dia a ter um DEA disponível para situações de emergência. É um aparelho automático, e pode ser utilizado por pessoas com o mínimo de conhecimento. Porém na maioria dos casos a rápida desfibrilação está relacionada a chegada do serviço especializado de emergência. (autora Profa Meirine Mendes) 11 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti Parada respiratória PARADA CARDIO-RESPIRATÓRIA (PCR) É a interrupção súbita dos movimentos respiratórios, podendo ser acompanhada ou não de parada cardíaca, diagnosticada por: ausência dos movimentos respiratórios, cianose e perda da consciência. Parada cardíaca É a interrupção súbita dos batimentos cardíacos ou ineficaz, fazendo com que o sangue oxigenado não seja o suficiente para suprir as necessidades metabólicas do organismo. O indivíduo em PCR apresenta dilatação pupilar após 45 segundos (hipóxia cerebral). *Lesão neurológica irreversível após 4 a 5 minutos de hipóxia Causas mais comuns da PCR -IAM -Arritmias cardíaca -Doenças coronarianas em geral -Engasgos -Pneumonias -Afogamentos -Broncoaspiração -Traumatismo Cranioencefálico (TCE) -Processos infecciosos -Desequilíbrio ácido-básico, potássio, cálcioe glicose NFARTO AGUDO DO MIOCÁRDIO (IAM) No IAM ocorre a necrose (morte) de uma parte do músculo cardíaco causada pela ausência da irrigação sanguínea que leva nutrientes e oxigênio ao coração. Pode levar à morte súbita, morte tardia ou insuficiência cardíaca com consequências desde severas limitações, ou até a completa recuperação. É o resultado de uma série complexa de eventos acumulados ao longo dos anos, mas pode ser caracterizado pela oclusão das artérias coronárias em razão da aderência de placas de colesterol em suas paredes. O desprendimento de um fragmento dessas placas ou a formação de um coágulo de sangue, um trombo, dentro das artérias acarretam o bloqueio do fluxo de sangue causando sérios e irreparáveis danos ao coração (necrose do músculo cardíaco). 12 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio Sintomas * Dor fixa no peito, que pode variar de fraca a muito forte, ou sensação de compressão no peito; * Ardor no peito, muitas vezes confundido com azia, que pode ocorrer associado ou não à ingestão de alimentos; * Dor no peito que se irradia pela mandíbula e/ou pelos ombros ou braços (mais frequentemente do lado esquerdo do corpo); * Ocorrência de sudorese, náuseas, vômito, tontura e desfalecimento; * Ansiedade, agitação e sensação de morte iminente. Conduta: Ao surgirem os primeiros sintomas, procurar socorro imediatamente. • Não dirigir • Manter a pessoa aquecida e calma. • Não dê coisa alguma para beber ou comer; • Se a pessoa consegue engolir sem dificuldade e não é alérgica ao medicamento, faça- a tomar dois comprimidos de aspirina (ácido acetilsalicílico) imediatamente; • Em caso de perda de consciência, inicie o suporte básico de vida. Não tente transportar a pessoa desfalecida, porque ela corre sério risco de morrer no caminho. Fatores de risco e prevenção * Não há dúvida de que a melhor maneira de evitar o infarto é reduzir a exposição aos fatores de risco: fumo, obesidade, diabetes, hipertensão, níveis altos de colesterol, estresse, vida sedentária e/ou histórico pessoal ou familiar de doenças cardíacas. * Assumir uma atitude mental confiante e positiva é um passo decisivo para a recuperação dos infartados. É importante deixar claro que pessoas que sobrevivem a um infarto e adotam estilos de vida saudável, em sua maioria, conseguem retornar à vida normal e reassumir suas atividades profissionais. 13 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti RCP QUANDO NÃO FAZER RCP Quando a presença de sinais de morte evidente: decapitação, esmagamento completo de cabeça ou tórax com PCR, carbonização, estado de putrefação ou decomposição, rigidez cadavérica (rigor mortis). RCP • Posicionar a vítima deitada de costas sobre superfície rígida; • Constatar a ausência de circulação • Posicionar corretamente as mãos para a compressão torácica e executá-las com a intensidade correta 5 cm de depressão no osso esterno Em crianças usar apenas uma das mãos . Em bebês usar dois dedos para a compressão. Utilizar a freqüência e o ritmo corretos . Iniciar imediatamente as compressões cardíacas Para realizar a compressão, colocar as mãos sobrepostas no centro do peito da vítima. Erros mais frequentes na execução da RCP • NÃO SOLICITAR SOCORRO ESPECIALIZADO IMEDIATAMENTE OU RETARDAR O TRANSPORTE; • NÃO APLICAR A PRESSÃO ADEQUADA 14 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti Reanimação cardiopulmonar POSICIONAR INCORRETAMENTE AS MÃOS, DURANTE A COMPRESSÃO TORÁCICA, ACARRETANDO FRATURAS DE COSTELAS, LESÕES EM ÓRGÃOS TORÁCICOS E TRAUMATISMOS ABDOMINAIS. As melhores chances de sobrevivência dependem da RCP. Em 4 Minutos: Inicia-se a lesão cerebral e em 10 Minutos a morte cerebral é estabelecida. Compressão cardíaca e ventilação 30 compressões cardíacas 2 Ventilações Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO (AVE) Uma das principais causas de morte no Mundo. Conhecido popularmente como derrame. É a necrose (morte) de uma parte do tecido encefálico, causada pela ausência da irrigação sanguínea ou extravasamento de sangue do vaso. Pode levar à morte súbita, causar sequelas desde leve comprometimento até severas limitações ou mesmo a completa recuperação. Sinais e sintomas: SEMPRE DE INÍCIO SÚBITO - Distúrbio motor, Distúrbio visual, Perda sensitiva, Alterações de fala, Desvio de rima, Ptose palpebral, Convulsões. Conduta: Ao surgirem os primeiros sintomas, procurar socorro imediatamente. Não dirigir. Manter a pessoa aquecida e calma. Não dê coisa alguma para beber ou comer; Não administrar aspirina (AAS)!! Transmita confiança ao indivíduo e evite entrar em pânico. Os primeiros socorros são fundamentais para salvar vidas. Em caso de perda de consciência, inicie o suporte básico de vida. Não tente transportar a pessoa desfalecida, porque ela corre sério risco de morrer no caminho. 15 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio A chance de recuperação aumenta quanto mais rápido for o atendimento médico. A reabilitação ajuda o indivíduo a superar as dificuldades resultantes das sequelas OBSTRUÇÃO DE VIAS AÉREAS POR CORPO ESTRANHO (OVACE) Definição: Entende-se por obstrução de vias aéreas toda situação que impeça total ou parcialmente o trânsito do ar até os alvéolos pulmonares. A restauração e manutenção da permeabilidade das vias aéreas obstruídas são essenciais e devem ser feitas de maneira rápida e prioritária. Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti A asfixia é uma causa comum de morte após engasgo com alimentos ou por ingestão de corpos estranhos. É mais comum em crianças, mas pode acontecer também com os adultos. Pode levar à inconsciência em 2 minutos, lesões cerebrais, após 3 minutos e até à morte! Alimentos ou objetos podem ser responsáveis pela ASFIXIA. Isso acontece quando estes são engolidos e ao invés de irem para o esôfago (o caminho que o alimento faz), ficam presos antes deste ou pegam o caminho errado (traqueia), que leva o ar para os pulmões. Nestes dois casos o ar é impedido de passar, causando o SUFOCAMENTO ou ASFIXIA (tecnicamente falando "OVACE - Obstrução de Vias Aéreas por Corpo Estranho). A incidência de OVACE é muito menor em adultos, comparado às crianças. É fundamental entender que as manobras de desobstrução podem salvar a vida através de procedimentos elementares. Por exemplo, as manobras manuais de tração do queixo liberam as vias aéreas e a manobra de Heimlich. Porém em situações em que o engasgo total não pode ser resolvido, é altamente recomendável inicias a RCP. Principais causas de obstrução das vias aéreas superiores: • Obstrução causada pela língua • Obstrução causada por hemorragia: epistaxe, ferimentos em cavidade oral, traumas cervical e de face; • Obstrução causada por meio fluido: água, secreções, líquido de estase proveniente do estômago; • Obstrução por corpos estranhos : restos alimentares, corpos estranhos introduzidos pela boca e /ou nariz, próteses quebradas, etc.. Procedimentos: Observar se a vítima pode respirar, tossir, falar ou chorar; em caso positivo, orientar a continuar tossindo . Observar se o corpo estranho foi expelido e se a obstrução parcial persistir, administre ventilação mecânica e transporte a vítima ao hospital. Caso a vítima. não possa respirar, tossir, falar ou chorar, trata-se de uma obstrução total, neste caso , efetuar os seguintes procedimentos: 16 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti • Manobra de Heimlich ( para crianças com idade acima de 1 ano) 1. Posicionar-se atrás da vítima 2. Posicionar sua mão fechada com a face do polegar encostada na parede abdominal, entre o apêndice xifóide e a cicatriz umbilical; 3. Com a outra mão espalmada sobre a primeira, comprima o abdome num movimento rápido direcionado para trás e para cima. 4. Repetir a compressão até a desobstrução ouaté a vítima ficar inconsciente, quando então será executada a manobra correspondente. Em obesos e gestantes no último trimestre, a compressão deverá ser realizado no esterno, na mesma posição em que se realiza a compressão da rcp. • Manobra de compressão abdominal para desobstrução das vias aéreas superiores em vítimas inconscientes com idade superior a 01 ano 1. Posicionar a vítima em decúbido dorsal numa superfície rígida; 2. Posicionar-se de forma a apoiar os seus joelhos um de cada lado da vítima na altura de suas coxas 3. Colocar sua mão sobre o abdome da vítima de forma a apoiar a região tênar e hipotênar da mão entre o apêndice xifóide e a cicatriz umbilical; 4. Apoiar a outra mão sobre a primeira; 5. Comprimir o abdome num movimento rápido, direcionado para baixo e cranialmente. • Manobra em vítimas com idade abaixo de 01 ano 1. Abrir a boca e visualizar e tentar remover qualquer objeto estranho visível; 2. Checar a respiração e se ausente, efetuar duas ventilações 3. Posicionar a vítima de bruço em seu antebraço apoiado em sua coxa; a cabeça da vítima deverá estar em nível inferior ao próprio tórax, segurando firmemente a cabeça da vítima pela mandíbula, apoiando o lábio inferior com o dedo indicador para manter a boca aberta; 4. Efetuar cinco pancadas, coma regiao tênar e hipotênar da palma de sua mão, entre as escápulas da vítima; 5. Colocar o antebraço livre sobre as costas da vítima e virá-la para decúbido dorsal; 6. Manter a cabeça da víttima em nível inferior ao próprio tórax, apoiando o braço sobre a coxa. 7. Efetuar 5 ( cinco) compressões esternais Sinal universal do engasgo: Início súbito de grave dificuldade respiratória, na ausência de febre ou sintomas respiratórios, sugere OVACE. Classificação da obstrução • Leve: vítima ainda consegue tossir e emitir alguns sons. • Grave: vítima não consegue tossir ou emitir qualquer som. 17 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti CHOQUE ELÉTRICO A vítima pode apresentar paralisia e convulsões. O socorro deve ser imediato para evitar complicações. Na maioria dos casos de acidente por choque elétrico, a morte é apenas APARENTE, e cada minuto diminui a chance de sobrevida. Acione o serviço de Emergência Antes de tocar o corpo da vítima, procure livrá-la da corrente elétrica, com a máxima segurança possível e a máxima rapidez, nunca use as mãos ou qualquer objeto metálico ou molhado para interromper um circuito ou afastar um fio. O mais indicado é madeira SECA ou borracha Verificar sinais vitais, em caso negativo, inicie a RCP Agasalhe a vítima, a fim de aquecê-la. Lembre-se: Choque é uma emergência GRAVE e deve receber atendimento de URGÊNCIA. 18 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio QUEIMADURAS Lesões de pele provocadas pela temperatura (calor ou frio), mas também por contato com produtos químicos, radiação ou até mesmo por fricção. Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti As queimaduras podem ser classificadas quanto ao agente causador, a profundidade e ao grau de extensão O fogo é o principal agente das queimaduras, embora as produzidas pela eletricidade sejam, de todas, as mais mutilantes. Classificação: Quanto à profundidade: 1o grau: atinge somente a epiderme, causando vermelhidão local. 2o grau: Atinge a epiderme e alcança a derme, originando a formação de bolhas. É muito dolorosa porque há exposição de terminações nervosas 3o grau: atinge a epiderme, a derme e outros tecidos mais profundos, como os músculos, podendo chegar aos ossos. Devido a carbonização dos tecidos, surge a coloração preta (necrose). Não há dor porque as terminações nervosas também são queimadas. Quanto à extensão: Pequenos queimados: até 20% do corpo atingido por queimaduras Grande queimado: mais do que 20% da extensão corpórea atingida por queimadura. De acordo com a regra dos 9, de Wallace: Cabeça e pescoço: 9% Cada braço: 9% Tórax: 9% Abdome: 9% Dorso: 18% Coxas: 9% Pernas: 9% O restante 1% é destinado ao períneo Conduta - Retirar a vítima do contato com a causa da queimadura: - Apagar o fogo, se for o caso, com extintor (apropriado), abafando-o com um cobertor ou rolando o acidentado no chão; - Lavar a área queimada com bastante água em temperatura ambiente; - Não romper as bolhas e nem retirar as roupas queimadas que estiverem aderidas à pele. 19 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio - Não aplicar pomadas, líquidos, cremes e outras substâncias sobre a queimadura. - Não aplicar gelo sobre a lesão. - Não dar água a grandes queimados. Encaminhar imediatamente o grande queimado ao Hospital, para avaliação e tratamento. HEMORRAGIA Hemorragia é a saída de sangue dos vasos sanguíneos para o meio exterior, para o interstício ou para cavidades do organismo, proveniente da ruptura, dilaceramento ou corte de um vaso sanguíneo. São emergências que ameaçam a vida em um curto período de tempo, portanto devem ser tratadas com a máxima prioridade. O coração, os vasos sanguíneos e o sangue compõem um sistema fechado, imprescindível à vida. Uma grave alteração nesse sistema pode provocar a morte da vítima. De acordo com o livro Primeiros Socorros, Editora Atheneu, 1999, de Glória e Bizlac, a vítima de sangramento, a qual tenha peso igual a 70 (setenta) kg, estará fadada à morte se perder 2,1 litros de sangue num determinado evento. Classificação: Externas: a perda de sangue ocorre para o exterior do organismo. Internas: o sangue perdido extravasa para os tecidos ou cavidades. Hemorragia externa: Venosa: coloração vermelho escuro, menor intensidade, geralmente resolve-se com simples compressão Arterial: coloração vermelho vivo, em jatos de acordo com a frequência cardíaca. Conduta: • Acionar Serviço de Emergência • Calçar luvas • Deitar a vítima • Elevar local do ferimento, se possível • Aplicar pano limpo com pressão • Se o curativo molhar rapidamente, aplicar outro pano por cima, não retirar o primeiro curativo • Amarrar um pano por cima do curativo sem apertar excessivamente a ponto de prejudicar a circulação Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti • Se continuar o sangramento, comprima a artéria mais próxima; • Não retirar corpos estranhos 20 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio *O torniquete é um recurso extremo que somente deve ser utilizado nas situações em que for absolutamente impossível controlar o sangramento através das técnicas citadas. Anotar a hora em que foi aplicado, e informar à equipe do Serviço de Emergência Médica. Hemorragia Interna: mais grave pois é silenciosa. São aquelas que se manifestam desde simples hematomas até casos de grande perda de sangue, com acumulação em áreas internas do corpo, podendo causar estado de choque. A hemorragia interna, na maioria das vezes, será de difícil visualização, porém poderão ser observados os seguintes sinais indicadores de sua ocorrência: 1) Saída de sangue por orifícios naturais, como: ouvido, nariz e boca, ânus, vagina; 2) Presença de tosse e ou vômito com sangue; 3) Presença de manchas arroxeadas em cavidades; 4) Rigidez da parede abdominal; 5) Sinais e sintomas indicativos do estado de choque. 6) Alteração da frequência cardíaca 7) Pele fria e palidez cutaneomucosa 8) Cianose de extremidades 9) Diminuição do nível de consciência Acionar Serviço de Emergência Deitar a vítima com a cabeça mais baixa Observar padrão cardíaco e respiratório Manter a vitima aquecida ESTADO DE CHOQUE Vários fatores podem levar uma pessoa ao estado de choque: hemorragias, choque elétrico, queimaduras, envenenamentos, intoxicações, IAM, fraturas, ferimento graves, infecções, reações alérgicas. Cada uma destas causas gera um estado de choque diferente: CHOQUE NEUROGÊNICO: ocorre uma vasoplegia (paralisação) dos vasos sanguíneos. CHOQUE ANAFILÁTICO: reação a drogas, medicações, anestesias, etc. CHOQUE CARDIOGÊNICO: ocorre devido a uma falha na bomba cardíaca, é uma deficiênciano enchimento e esvaziamento das câmaras cardíacas. CHOQUE SÉPTICO: ocorre devido a uma infecção generalizada, acomete quase todos os órgãos internos. CHOQUE HIPOVOLÊMICO: é o mais comum de todos os tipos, ocorre devido a perda de líquidos do organismo (vômitos, diarréia, hemorragia) SINAIS E SINTOMAS: Palidez, pele úmida e fria – suor frio – pulso rápido e fraco – sensação de sede – extremidades arroxeadas (cianose) – sensação de frio com tremores – visão nublada e inconsciência. 21 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti CONVULSÕES Episódios de atividade motora, sensorial, e psíquica anormal decorrentes de uma descarga súbita e excessiva dos neurônios cerebrais Em geral são súbitas e transitórias Causas: Idiopáticas (desconhecida) Adquiridas: Febre (infância); Traumatismo craniano; Infecção do sistema nervoso central... Cuidados: Os indivíduos apresentam perda do equilíbrio, queda, inconsciência, contração muscular corporal, abundante salivação, vômito, liberação de esfíncter. Prevenir que o indivíduo sofra qualquer lesão Observar para prevenção de possíveis complicações, como por exemplo a bronco aspiração Acionar serviço de Urgência Afastar os objetos próximos para evitar lesões Não impeça os movimentos convulsivos, apenas posicione-se de joelhos atrás da cabeça da vítima e acomode-a a fim de evitar traumatismos Posicione a vítima lateralmente para que ela não bronco aspire vômitos e outras secreções Quando os espasmos desaparecerem, acomode a vítima confortavelmente e certifique-se de que ela está respirando Durante a crise, não use de força para conter a vítima, nem ponha nada em sua boca. DESMAIO É a perda momentânea e passageira dos sentidos, co interrupção das atividades normais do cérebro. Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti CAUSAS Excesso de esforço físico, cansaço, fome, contusão, medo, emoção forte, etc. O QUE FAZER 22 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio Deitar a vítima em local ventilado Afrouxar suas roupas e liberas as vias aéreas Levantar as pernas apoiando-as em algum objeto elevado. SE A VITIMA PERCEBER QUE VAI DESMAIAR Coloque-a sentada em uma cadeira, coma cabeça entre os joelhos e diga-lhe para forçar a cabeça para cima e ao mesmo tempo você deve forçar a cabeça da vítima para baixo. SINAIS E SINTOMAS Perda da consciência, podendo haver queda Relaxamento muscular. Pupilas dilatadas. Abolição dos reflexos palpebral. Palidez. ANAFILAXIA Sensibilização prévia > anticorpos 2a exposição > hipersensibilidade imediata Antígeno+anticorpos > liberação maciça de histamina • contração de musculatura lisa • aumento da permeabilidade vascular Os principais agentes causadores são: Produtos orgânicos: venenos de insetos, pólen, alimentos (ovos, frutos do mar, nozes, grãos, amendoim, algodão, chocolate), hormônios (insulina), etc. Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti Medicamentos: antibióticos, anestésicos locais, vitaminas e materiais de contraste radiológico. Manifestações Clínicas: Prurido e edema de pele e mucosas > Insuficiência respiratória Queda de PA > perda de consciência Arritmia Sintomas gastrointestinais Cuidados: 23 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio Acionar serviço de urgência Importante: muita rapidez e ações efetivas As vias aéreas devem ser mantidas abertas e a pessoa deve ser colocada de lado, para o caso de aparecerem vômitos que levem à sufocação. LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS EM EXTREMIDADES São lesões bastante comuns, decorrentes, em geral, de acidentes automobilísticos, quedas ou acidentes esportivos. Laceração de fibras musculares com dano à ligamento próximo e dor a movimentação; Distensão: Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti Lesão em que os ligamentos são estirados ou parcialmente lacerados com dor, edema e possível hematoma. Entorse: Desarticulação de um membro, ocasionando estiramento ou rompimento de músculos e tendões. Luxação: Fraturas: Completa: Incompleta: Rompimento do tecido ósseo. As fraturas podem ser classificadas em: quebra total da área transversal do osso. Interrupção incompleta da continuidade do osso. Fechada: Aberta / exposta não há comunicação entre osso e meio externo. : há comunicação entre o local da fratura e o meio externo. CONDUTA - O principal procedimento é a imobilização. Expor o local da lesão, cortando, removendo ou dobrando as vestes da vítima; No caso de fratura exposta, cobrir o ferimento com curativo para controlar a hemorragia, sem exercer pressão sobre o osso fraturado; Não tentar recolocar o osso exposto para dentro do ferimento; Não retirar fragmentos ósseos do local; 24 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio Antes de imobilizar, verificar se há circulação (perfusão e pulso distal) e sensibilidade nas extremidades Imobilizar na posição em que for encontrada Sempre que possível, imobilizar uma articulação acima e outra abaixo da lesão, ou um osso acima e outro abaixo, se a fratura for na articulação. Deve-se, com criatividade, utilizar objetos disponíveis no ambiente, como por exemplo papelão, jornal, madeira, toalhas, etc, Escola Técnica De Saúde Pública Professor Makiguti 25 Primeiros socorros Profa. Irani Epiphanio
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