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CLOSTRIDIOSES BRUNA CUSTÓDIO FERREIRA BRUNA.CFERREIRA30@GMAIL.COM Faculdade Presidente Antônio Carlos de Uberlândia Curso de medicina veterinária Disciplina de doenças bacterianas dos animais domésticos INTRODUÇÃO • Infecções e intoxicações causadas por bactérias do gênero Clostridium. • Infecções - São causadas pela entrada de microrganismos patogênicos, denominados invasivos, com capacidade de penetrar e invadir tecidos. • Intoxicações - São provocadas pela entrada de toxinas formadas em decorrência da intensa proliferação do microrganismo patogênico. • Espécies patogênicas e não patogênicas • Prejuízos econômicos • Esporádica ou endêmica GRUPOS DE ESPÉCIES DE CLOSTRIDIUM CLASSIFICAÇÃO DAS INFECÇÕES E INTOXICAÇÕES: Doenças Neurotrópicas Toxinas do C. botulinum Toxinas do C. tetani Mionecroses C. chauvoei; C. septicum C. novyi; C. perfringens tipo A Enterotoxemias C. perfringens tipo B,C e D Hepatite necrótica C. novyi tipo B Hemoglobinúria C. haemolyticum BOTULISMO BRUNA CUSTÓDIO FERREIRA BRUNA.CFERREIRA30@GMAIL.COM Faculdade Presidente Antônio Carlos de Uberlândia Curso de medicina veterinária Disciplina de doenças bacterianas dos animais domésticos INTRODUÇÃO • Doença não contagiosa, resultante da ação de uma neurotoxina. • Primeiramente descrito na Alemanha, no século XVIII • Surto associado a ingestão de salsicha de produção doméstica. • Botulus – Salsicha • Ocorrência súbita com manifestações neurológicas de evolução dramática e de elevada letalidade INTRODUÇÃO • Conceito: Enfermidade causada pela ingestão de neurotoxinas produzidas pelo Clostridium botulinum caracterizada principalmente pela paralisia da musculatura esquelética • Doença de grande importância econômica e sanitária • Principais causas de mortalidade em animais adultos no Brasil - letalidade em geral chega a 100% bovinos ETIOLOGIA • Clostridium botulinum • Bacilo Gram positivo, anaeróbio, esporulado. • São conhecidos oito tipos de toxinas botulínicas: A, B, C1, C2, D, E, F e G. • Forma vegetativa - produtora de toxina: • Anaerobiose • pH alcalino ou próximo do neutro (4,8 a 8,5) • Temperatura ótima de 37ºC. • Altas quantidades de material orgânico ETIOLOGIA • Toxina Botulínica • Exotoxina potente, neurotrópica, letal por ingestão; • Sem cor, sem odor, estável em condições ambientais; • 30 ng podem ser suficientes para matar um indivíduo • Tipos: • A, B, E, F - Humanos • G - Casos de morte súbita • C e D - Animais • D - Herbívoros • C - Aves e carnívoros SENSIBILIDADE • Esporos • Óxido de etileno ou de propileno • Formaldeído • Aquecimento → 80 a 121°C, por 15 minutos • Irradiação Demandam tempo! RESISTÊNCIA • Esporos: São as formas mais resistentes dentre os agentes bacterianos • Sobrevivência por mais de 30 anos em meio líquido • Tempo maior ainda em estado seco • Tolerância a temperaturas de 100ºC por horas • A resistência dos esporos ao calor varia entre as linhagens RESISTÊNCIA • Persistência da toxina em carcaças por até um ano • Raios ultravioletas • Álcool • Componentes fenólicos • Compostos de amônia quaternária EPIDEMIOLOGIA • Bactéria não invasora – depende das toxinas. • Amplamente distribuída na natureza, no solo e em sedimentos de lagos e mares. • Desenvolvimento em substrato vegetal em decomposição • Presença em lodo de águas paradas EPIDEMIOLOGIA • Integrante da microbiota normal de vários mamíferos e aves • Ocorrência nas fezes FATORES DE RISCO • Carcaças de animais mortos • Esporos impregnam ossos porosos, tendões e ligamentos • Meses quentes do verão • Favorecem o microrganismo • Deficiência de fósforo • Introdução de forrageiras com baixa demanda de fósforo • Inadequada suplementação mineral • Osteofagia • Alimentos ou água contaminados • Armazenamento ou produção inadequados TRANSMISSÃO Osteofagia Alimento ou água contaminados Carcaças contaminadas INGESTÃO PATOGENIA Ingestão de alimentos contaminados Intestino delgado Corrente linfática e sanguínea Junção neuromuscular Inibe a liberação de acetilcolina Paralisia flácida ascendente progressiva da musculatura Morte por parada respiratória Ligação ao terminal neuronal pré-sináptico Internalização Ação intraneuronal ACHADOS DE NECROPSIA • Não são observadas lesões específicas • Macroscópicas e histológicas • Porções ósseas encontradas no rúmen • Sugerem osteofagia • Alterações inespecíficas • Necrose de massas musculares devido ao decúbito • Acúmulo de líquido no saco pericárdico • Degeneração gordurosa no fígado • Casos mais longos SINAIS CLÍNICOS • Relacionado com a quantidade de toxinas circulantes e também se relaciona ao período de incubação: quanto mais curto, maior o risco de morte. • Disfunção generalizada do neurônio motor inferior, levando à fraqueza e paralisia flácida parcial ou completa dos músculos da locomoção, mastigação e deglutição. • A paresia, que progride à paralisia, normalmente começa nos membros posteriores, evoluindo progressivamente, afetando os membros anteriores, o pescoço e a cabeça. • A percepção sensorial e os reflexos pupilares são mantidos durante um tempo considerável após o início da paralisia, e, geralmente, os animais permanecem mentalmente alerta. SINAIS CLÍNICOS • Dificuldade respiratória apresentada pelos animais, que é observada nos flancos, principalmente quando os animais se encontram em decúbito lateral SINAIS CLÍNICOS • Super aguda - evolução rápida, com a morte ocorrendo até 24 horas após o início dos sinais clínicos. • Aguda - a evolução clínica ocorre no período de 24 a 48 horas. • Subaguda - evolução de três a sete dias. • Crônica - evolução clínica e eventualmente a morte ocorrem acima de sete dias. DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Doenças com sinais neurológicos • Doenças com sinais musculares • Raiva, intoxicação por chumbo, doença de Aujeszky, abscessos cerebelares e listeriose • Ruminantes • Polioencefalomalácia, hipocalcemia, hipomagnesemia, miopatias nutricional ou induzida por intoxicação por plantas. Ingestão da toxina produzida pelo fungo Aspergillus, intoxicação por organofosforado e babesiose cerebral, visto essas doenças possuírem alguns sinais clínicos semelhantes ao botulismo . DIAGNÓSTICO • Prova biológica em camundongos • Inocular 0,5 ml do soro sanguíneo do animal com suspeita clínica na cavidade peritoneal de camundongos. • Manter grupo controle de camundongos que não recebem inoculação. • Os animais são observados em intervalos de 3 a 4 horas, por até 72 horas, para verificar possíveis alterações no comportamento e estado físico. • Após a inoculação, caso os camundongos apresentem pelos eriçados, dispneia, relaxamento muscular característico na região abdominal denominado de “cintura de vespa”, dificuldade de locomoção e morte - sugere-se presença de toxina ativa na amostra. • Os animais controles não devem apresentar sinal da doença e nem evoluir para óbito DIAGNÓSTICO • Radioimunoensaio (RIA) • Hemaglutinação reversa passiva (RPHA) • Látex aglutinação reversa passiva (RPLA) • ELISA • Fixação de complemento • PCR (Polymerase Chain Reaction) TRATAMENTO • Normalmente não são eficientes . • Soro hiperimune – tem eficiência limitada • Letalidade 100% PREVENÇÃO • Correção da deficiência de fósforo • Suplementação adequada do rebanho • Remoção das fontes da intoxicação • Carcaças possivelmente contaminadas • Destino adequado • Água contaminada • Manejo adequado • Alimentos contaminados • Inativação por aquecimento PREVENÇÃO • As silagens devem ser produzidas em condições de pH ácido • Fenos devem ser desidratados como indicado e armazenados de forma adequada. • Vacinação deve ser empregada onde se utilizam suplementos alimentares com risco de conterem a toxina botulínica. SUGESTÃO DE PROTOCOLOVACINAL “O diretor-presidente da Iagro comenta que as suspeitas de que os animais tenham se intoxicado em razão da ingestão de silagem úmida embolorada porque esse produto é o que oferecia as condições mais propícias a proliferação da bactéria que causa o botulismo. “Outro tipo de silagem, a seca também de milho, foi oferecida além do gado a outros animais que não apresentaram sintomas da intoxicação. Além disso, logo que foi suspensa a alimentação dos animais com a ração úmida, as mortes terminaram, mas seguimos monitorando”, explicou”. USOS DA TOXINA BOTULÍNICA Aplicações Médicas • Estrabismo • Sequelas de lesões do SNC que provocam descontrole do tônus muscular tendendo à rigidez e à dificuldade de movimentos • Finalidades estéticas DÚVIDAS? GANGRENA GASOSA BRUNA CUSTÓDIO FERREIRA BRUNA.CFERREIRA30@GMAIL.COM Faculdade Presidente Antônio Carlos de Uberlândia Curso de medicina veterinária Disciplina de doenças bacterianas dos animais domésticos INTRODUÇÃO • Edema Maligno • Mio necrose por Clostrídios • Gangrena gasosa clostridiana ETIOLOGIA • Bastonete anaeróbio • Gram positivo, formador de esporo • Cresce rápido em temperatura de 37-45 Cº • Potente produtor de gás • Clostridium septicum ; Clostridium chauvoei; Clostridium novyi tipo A e Clostridium perfringens tipo A. EPIDEMIOLOGIA • Ampla distribuição mundial • Encontrados no solo • Habitam o trato digestivo dos animais • São susceptíveis equinos, ovinos, bovinos , suínos e muitas outras espécies, inclusive humanos. TRANSMISSÃO Parto Vacinação Cordão umbilical LESÃO PATOGENIA Ferida exposta Proliferação do Clostridium Redução do oxigênio molecular Germinação de esporos Fermentação dos carboidratos nos tecidos Crepitação Toxinas Necrose CO2 ACHADOS DE NECROPSIA • Edema crepitante nos músculos e tecidos subcutâneos • Inicialmente: Quente e dolorido • Evolução: torna frio e indolor • Hemorragia • Necrose • Celulite • Miosite. • Intestino delgado congesto com conteúdo hemorrágico • Fígado com alteração de cor e consistência exibindo produção de bolhas gasosas na superfície de corte. ACHADOS DE NECROPSIA • Os achados histológicos revelam a presença de infiltrado inflamatório composto de células mononucleares entre as fibras musculares. • No exame microscópico, através de esfregaços corados pelo método de Gram, pode – se observar algumas vezes a presença de bastonetes Gram – positivos → PCR identifica o tipo de Clostridium SINAIS CLÍNICOS • Febre alta, depressão, apatia, perda do apetite, taquicardia, manqueiras, tremores musculares, rigidez ou claudicação • Quadro toxêmico que evolui para a morte do animal • Intervalo de poucas horas ou dias, normalmente entre 24- 48 horas após o aparecimento dos primeiros sinais • Pela produção destas toxinas que a musculatura esquelética e o tecido subcutâneo apresentam – se com edema crepitante, hemorragia e necrose. SINAIS CLÍNICOS • Tipo I - mio necrose clostridiana difusa extensa ou (gangrena gasosa verdadeira): período de incubação é curto, a pele desenvolve uma descoloração e o tecido muscular subjacente sofre necrose, o paciente apresenta grave toxemia e a produção de gás é tardia, e em baixa quantidade. • Tipo II – mio necrose clostridiana localizada: paciente não tem sinais de toxicidade sistêmica, mas o tecido muscular possui necrose. SINAIS CLÍNICOS • Tipo III - celulite clostridiana com toxicidade: pode vir acompanhada de toxemia difusa. Todo o tecido subcutâneo sofre necrose, já o tecido muscular subjacente permanece viável. A formação de gás é considerável no estágio inicial da infecção. • Tipo IV – celulite clostridiana sem toxicidade, os sintomas e achados são similares aos da celulite tóxica, mas neste tipo não há toxicidade e o processo é bem localizado DIAGNÓSTICO • Imunofluorescência direta (IFD) • Imuno-histoquímica (IHQ) • Reação em cadeia da polimerase (PCR) • Destas, a prova de IFD é mais frequentemente empregada para diagnóstico do edema maligno. O material utilizado consiste em impressões de tecidos lesados. TRATAMENTO • Doença de curso superagudo ou agudo. • Debridamento do tecido necrótico + altas doses de penicilina ou antibióticos de amplo espectro. • Antibióticos → pouca eficiência PROFILAXIA • Vacinação sistemática do rebanho com bacterinas e toxóides específicos • Separar os animais mais jovens por idade • Evitar traumas e nas práticas de castração, vacinação e cirurgias fazer assepsia da pele e, utilizar materiais estéreis e agulhas limpas e desinfetadas. • Os cadáveres dos animais devem ser enterrados e incinerados. PROFILAXIA Imunização ativa de bovinos, ovinos, caprinos e coelhos frente a toxinas produzidas por bactérias do gênero Clostridium DÚVIDAS? ENTERITE NECRÓTICA BRUNA CUSTÓDIO FERREIRA BRUNA.CFERREIRA30@GMAIL.COM Faculdade Presidente Antônio Carlos de Uberlândia Curso de medicina veterinária Disciplina de doenças bacterianas dos animais domésticos INTRODUÇÃO / ETIOLOGIA • Enterotoxemia • Infecção intestinal aguda, geralmente fatal, que culmina com toxemia sistêmica • Clostridium perfringens tipo C EPIDEMIOLOGIA • Ovinos, caprinos, bovinos • Pode acometer animais adultos que ingerem alimentos inibidores da tripsina • Maior frequência nos animais que estão mamando • Recém-nascidos • Baixa de imunidade passiva, recebida via colostro contra esses agentes • Colonização bacteriana do trato intestinal • Baixa produção de tripsina endógena por estes animais. PATOGENIA Esporos em fezes contaminadas Ingestão Colonização do ID Produção de toxina Beta SINAIS CLÍNICOS • Curso superagudo, agudo ou crônico • Diarreia sanguinolenta aguda • Desidratação • Anorexia • Dor abdominal intensa • Apatia • Morte antes de 24 horas após o início dos sinais clínicos. ACHADOS DE NECROPSIA • Alterações no intestino delgado, ceco e cólon • Dilatação de alças intestinais • Presença de conteúdo intestinal fluido e de coloração avermelhada • Congestão e hemorragia de mucosas e necrose do intestino ACHADOS DE NECROPSIA • Linfonodos mesentéricos avermelhados • Fluido hemorrágico peritoneal • Presença de estrias de fibrina na serosa intestinal • Aderência de alças intestinais. DIAGNÓSTICO / PROFILAXIA • Coloração de Gram • Inoculação em camundongos • Vacinação do rebanho ATIVIDADE EM SALA 2 DOENÇA DO RIM POLPOSO BRUNA CUSTÓDIO FERREIRA BRUNA.CFERREIRA30@GMAIL.COM Faculdade Presidente Antônio Carlos de Uberlândia Curso de medicina veterinária Disciplina de doenças bacterianas dos animais domésticos INTRODUÇÃO / ETIOLOGIA • Enfermidade de distribuição mundial, que afeta primariamente ovinos • Bovinos • Caprinos Clostridium perfringens tipo D FATORES DE RISCO • Clostridium perfringens tipo D – Habitante natural do TGI • Toxinas são produzidas e eliminadas normalmente pelos movimentos intestinais normais • Mudanças bruscas na alimentação • Substituição de dietas pobres por outras mais ricas em carboidratos e proteínas • Excesso de ração e/ou concentrado • Coccidiose e doenças debilitantes • Dietas altamente nutritivas – ricas em energia – e em condições corporais excelentes PATOGENIA Alterações alimentação Proliferação do agente e da toxina épsilon*** Aumento da permeabilidade vascular Circulação Disseminação p/ órgãos Degeneração das células (Receptor de células endoteliais) Lesão SINAIS CLÍNICOS • Dispneia, letargia, redução da motilidade rumenal, perda de consciência, convulsões, opistótono, cegueira, perda de reflexo pupilar, estrabismo, bruxismo, tônus muscular diminuído, hipersalivação, decúbito, pedalagem, edema pulmonar, hidro pericárdio, hidro tórax, hidro peritônio, hemorragia de mucosas, conteúdo aquoso no intestino delgado. • Morte súbita de ovinos sem causa aparente parece ser sugestiva • 6 a 18h → Comum • 36 a48h → Encefalomalacia focal simétrica ACHADOS DE NECROPSIA • Lesões entéricas • Hidrotórax • Hidropericárdio as vezes com presença de filamentos de fibrina • Hidroperitôneo, hemorragias da serosa do cólon • Edema dos linfonodos mesentéricos • Edema pulmonar com acúmulo de líquido e espuma na traqueia e brônquios • Degeneração do tecido cerebral • Alteração autolítica do córtex renal. DIAGNOSTICO • Histórico clínico • Achados de necropsia • Busca por toxinas • Laboratoriais • Cultivo • PCR • ELISA PROFILAXIA • Vacinação sistemática do rebanho • 4 – 6 semanas • Reforço anual • Transição gradual de dietas pobres para dietas ricas • Adaptação de microbiota rumenal DÚVIDAS? HEMOGLOBINÚRIA BACILAR BRUNA CUSTÓDIO FERREIRA BRUNA.CFERREIRA30@GMAIL.COM Faculdade Presidente Antônio Carlos de Uberlândia Curso de medicina veterinária Disciplina de doenças bacterianas dos animais domésticos INTRODUÇÃO / ETIOLOGIA • Produção de toxina alfa – hemólise maciça • Associada a áreas úmidas • Associada a injúria prévia • Bovinos e ovinos • Clostridium haemolyticum PATOGENIA Ingestão Intestino Fígado Condições para germinação Produção de toxina Hemólise Associada a Fascíola hepática SINAIS CLÍNICOS • Diarreia sanguinolenta • Hemoglobinúria • Hemólise intravascular com anemia • Arqueados com contração da musculatura abdominal • Respira com dificuldade • As fezes mostram-se biliosas ou sanguinolentas. • Morte em um a três dias após o início dos sintomas ACHADOS DE NECROPSIA • Focos de necrose, geralmente múltiplos no parênquima hepático • Rins de coloração vermelho- amarronzada, por serem manchados pela hemoglobina. • Os vasos peritoneais apresentam- se injetados, e em alguns casos observa-se uma severa peritonite fibrino-hemorrágica DIAGNÓSTICO • Coloração de gram – tecido hepático • Imunoflorescência • Inoculação em camundongos TRATAMENTO • Doença caracterizada por morte súbita e dificilmente tratada com antimicrobianos • C. perfringens é sensível à: • Penicilina • Tetraciclinas • Cloranfenicol • Furazolidona • Bacitracina • Eritromicina CONTROLE E PROFILAXIA • Medidas adequadas de manejo • Vacinações sistemáticas de todo o rebanho • Preventivo para Fascíola hepática DÚVIDAS? CARBÚNCULO SINTOMÁTICO BRUNA CUSTÓDIO FERREIRA BRUNA.CFERREIRA30@GMAIL.COM Faculdade Presidente Antônio Carlos de Uberlândia Curso de medicina veterinária Disciplina de doenças bacterianas dos animais domésticos INTRODUÇÃO • Conhecido como Manqueira ou “Mal do ano” • Endêmica no Brasil • Enfermidade aguda • Não contagiosa • Distribuição mundial ETIOLOGIA • Clostridium chauvoei • Bacilo gram positivo • Anaeróbico • 3-8µm de comprimento e 0,5-1µm de largura • Sobrevivência na matéria orgânica e umidade EPIDEMIOLOGIA • Ocorre em todo o mundo • Animais jovens (idade inferior a três anos) e com bom estado nutricional são preferencialmente acometidos • Pode acometer os bovinos, ovinos e outras espécies de animais domésticos e silvestres PATOGENIA Ingestão de esporos Latência na musculatura esquelética Trauma Bacteremia e toxemia Morte Pós erupção dos dentes Translocação do TGI SINAIS CLÍNICOS • Hipertermia • Anorexia • Depressão • Claudicação com lesões crepitantes e morte súbita • Lesões comuns: • Quartos traseiros, pescoço e região escapular. • Com menor frequência: base da língua, região inter mandibular e diafragma. • Crepitantes • Áreas centrais das lesões → secas e enfisematosas • Áreas periféricas → edematosas, hemorrágicas e necróticas ACHADOS DE NECROPSIA • Hemorragias no pulmão • Ligeira congestão hepática • Cavidades pleural e peritoneal com fluido sanguinolento • Tecido muscular esponjoso • Coloração vermelho-enegrecido • Odor rançoso DIAGNÓSTICO / TRATAMENTO • Histórico clínico • Achados de necropsia • Laboratoriais • Isolamento • Imunoflorescência direta • Imunoistoquímica • PCR • Tentativa de tratamento • Prognóstico de reservado a ruim. PREVENÇÃO E PROFILAXIA • Vacinação sistemática do rebanho • 3 meses de idade → repetida 30 dias após a primeira vacinação • Os demais → revacinação anual • Vazio sanitário dos pastos onde os animais foram encontrados mortos. • Necropsia de um animal com suspeita → local apropriado ATIVIDADE EM SALA DE AULA! DÚVIDAS? DOENÇAS BACTERIANAS DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS Bruna Custódio Ferreira bruna.cferreira30@gmail.com Faculdade Presidente Antônio Carlos de Uberlândia Curso de medicina veterinária Disciplina de doenças bacterianas dos animais domésticos Doenças bacterianas dos animais domésticos ■ CARGA HORÁRIA: 80 ■ EMENTA: Conceito de epidemiologia, imunologia, microbiologia. Conceito de doença. Definição das bacterioses e riquetsioses que acometem os animais domésticos. Distinção dos agentes etiológicos e caracterização dos mesmos. Epidemiologia das doenças bacterianas. Definição das principais lesões, patogenia, diagnóstico clínico e laboratorial, profilaxia de cada doença bacteriana. Microbiologia Histologia Imunologia Fisiologia Epidemiologia Patologia Laboratório Clínico Clínica médica Doenças bacterianas Responsabilidades! Avaliações ■ A2 - 20 pontos – Questões modelo ENADE – abertas, fechadas e V ou F – 03.10.18 ■ A3 - 40 pontos – Conteúdo acumulativo – 28.11.18 ■ Trabalho em sala - 10 pontos – Exercícios de fixação em aula ■ Trabalho extra classe – 10 pontos – Portal Blackboard Bibliografia ■ BEER, J. Doenças infecciosas em animais domésticos. São Paulo: Roca, 1999. 380 p. ■ ETTINGER, J.S Tratado de medicina veterinária interna. Guanabara Koogan Ed 5. ■ RADOSTITS, O. M. G; CLIVE, C. B, Clinica Veterinária – Um tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suínos, caprinos. 9 ed. Rio de Janeiro; Guanabara Koogan Ed 5. Dúvidas? CONCEITOS EM EPIDEMIOLOGIA APLICADOS AS DOENÇAS BACTERIANAS Bruna Custódio Ferreira bruna.cferreira30@gmail.com Faculdade Presidente Antônio Carlos de Uberlândia Curso de medicina veterinária Disciplina de doenças bacterianas dos animais domésticos Saúde ■ OMS → “Estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença”. ■ Estado de relativo equilíbrio da forma e da função do organismo, resultante de seu sucesso em ajustar-se às forças que tendem a perturbá-lo. Doença ■ Desajuste ou falha nos mecanismos de adaptação do organismo ■ Perturbação da estrutura ou da função de um órgão, de um sistema ou de todo o organismo, interferindo em suas funções vitais. ■ Conjunto combinado de sintomas, manifestação associada à determinada desordem estrutural e/ou funcional. Tríade Epidemiológica Ambiente Agente etiológico Hospedeiro Ambiente - Conjunto das condições biológicas, físicas e químicas nas quais os seres vivos se desenvolvem Agente - Elementos, cujo contato com um hospedeiro suscetível pode constituir estímulo para iniciar o processo de doença Hospedeiro - Ser vivo que oferece em condições naturais, subsistência ou alojamento a um agente infeccioso Ambiente - Conjunto das condições biológicas, físicas e químicas nas quais os seres vivos se desenvolvem Densidade Clima Topografia Ventos Hidrografia Componentes sociais e econômicos Cultura, hábitos periódicos Ambiente - Conjunto das condições biológicas, físicas e químicas nas quais os seres vivos se desenvolvem Agente - Elementos, cujo contato com um hospedeiro suscetível pode constituir estímulo para iniciar o processo de doença Hospedeiro - Ser vivo que oferece em condições naturais, subsistência ou alojamento a um agente infeccioso Ambiente - Conjunto das condições biológicas, físicas e químicas nas quais os seres vivos se desenvolvem Agente - Elementos, cujo contato com um hospedeiro suscetível pode constituir estímulo para iniciar o processo de doença Hospedeiro - Ser vivo que oferece em condiçõesnaturais, subsistência ou alojamento a um agente infeccioso Agente - Elementos, cujo contato com um hospedeiro suscetível pode constituir estímulo para iniciar o processo de doença ▪ Químico ▪ Biológico ▪ Físico Agente biológico ■ Patogenicidade ■ Virulência ■ Fenótipo ■ Genótipo ■ Imunogenicidade ■ Viabilidade ■ Variabilidade Ambiente - Conjunto das condições biológicas, físicas e químicas nas quais os seres vivos se desenvolvem Agente - Elementos, cujo contato com um hospedeiro suscetível pode constituir estímulo para iniciar o processo de doença Hospedeiro - Ser vivo que oferece em condições naturais, subsistência ou alojamento a um agente infeccioso Ambiente - Conjunto das condições biológicas, físicas e químicas nas quais os seres vivos se desenvolvem Agente - Elementos, cujo contato com um hospedeiro suscetível pode constituir estímulo para iniciar o processo de doença Hospedeiro - Ser vivo que oferece em condições naturais, subsistência ou alojamento a um agente infeccioso Hospedeiro - Ser vivo que oferece em condições naturais, subsistência ou alojamento a um agente infeccioso Suscetível Falta de defesas do hospedeiro, podendo este desenvolver a doença quando em contato com agente Resistente O hospedeiro é dotado de um conjunto de defesas contra a ação agressiva do agente Hospedeiro ■ Sexo ■ Idade ■ Genética ■ Estado fisiológico ■ Espécie ■ Raça ■ Susceptibilidade individual Ambiente Agente etiológico Hospedeiro DOENÇA Caracterização da doença Caracterização da doença – FONTE DE INFECÇÃO: Animal ou objeto de onde o hospedeiro adquire a doença – VIA DE ELIMINAÇÃO: Meio ou veiculo através do qual o agente abandona o hospedeiro. – VIA DE TRANSMISSÃO: Meio de transferência do agente etiológico – PORTA DE ENTRADA: O ponto de entrada no hospedeiro varia de acordo com o agente Reservatório ■ Animal capaz de manter um agente por um período prolongado em uma determinada área ■ É não susceptível a enfermidade, mas o agente pode multiplicar e ser transmitido a qualquer hospedeiro susceptível Taaaantos conceitos antigos.... MEDIDAS GERAIS DE PROFILAXIA Bruna Custódio Ferreira bruna.cferreira30@gmail.com Faculdade Presidente Antônio Carlos de Uberlândia Curso de medicina veterinária Disciplina de doenças bacterianas dos animais domésticos Introdução ■ Procedimentos utilizados com a finalidade de impedir ou diminuir o risco de transmissão de uma doença. ■ Conjunto de procedimentos visando a prevenção da doença em nível populacional. Objetivos ■ Evitar a introdução de doenças; ■ Controlar e/ou evitar o aparecimento de novos casos de doença; ■ Diminuir os efeitos da doença; ■ Controlar os níveis satisfatórios para que não interfira na produção animal Etapas da profilaxia ■ Prevenção ■ Controle ■ Erradicação Quarentena Imunização de massa Higiene ambiental Diagnóstico precoce Educação sanitária Vigilância sanitária Quarentena ▪ Barato e eficiente; ▪ Mantêm isolados e em observação, animais aparentemente sadios, potencialmente portadores; ▪ Depende do período de incubação da doença suspeita; Quarentena ▪ Pode ser realizada no local de origem ou destino; ▪ Quarentenário – Local oficial de segurança máxima ▪ Animais que serão introduzidos no rebanho - 30 a 60 dias de observação. Imunização de massa – Resistência do hospedeiro – Dependendo da vacina ■ 100% de proteção – Algumas doenças ■ Revacinação obrigatória – Resposta imune ■ Dependerá do estado fisiológico do hospedeiro Limitações da imunização em massa – Estresse – Choque anafilático ou alergias – Lesões Higiene ambiental – Baixo custo, eficiente ■ Água; ■ Dejeto dos animais; ■ Alimentos; ■ Lixo; ■ Controle de vetores; ■ Instalações adequadas; Diagnóstico precoce ■ Importante no controle de doenças crônicas e agudas ■ Doenças de caráter agudo: controle rápido do processo de disseminação da doença; ■ Doenças subagudas ou crônicas: conhecer a prevalência do rebanho; Indicadores de saúde ■ Prevalência ■ Incidência ■ Mortalidade ■ Letalidade Fiscalização ■ Autoridades sanitárias: – Fronteiras, feiras e exposições agropecuárias; ■ Atestado de sanidade ou de vacinação para determinadas doenças específicas, de acordo com a espécie animal; ■ GTA = Guia de Trânsito Animal (atestado de saúde) Etapas da profilaxia ■ Prevenção ■ Controle ■ Erradicação Desinfecção Interdição Quimioprofilaxia Vacinação estratégica Diagnóstico e sacrifício Controle de vetores Controle de reservatórios Desinfecção – Destruição do agente casual - agentes físicos e químicos. – Ação nas vias de transmissão ■ Fômites ■ Instalações – Verificar ■ Custo ■ Ação sobre o agente Interdição – Proibição da saída de animais e produtos da área infectada – Incluir propriedades que tenham recebido animais dentro do provável período de incubação – Pode cobrir grandes áreas ■ Afeta o consumo da região e a saúde dos animais Quimioprofilaxia ■ Uso de qualquer produto químico Vacinação estratégica ■ Toda área de influência do foco ■ Tipos de vacinação: – Focal: no rebanho afetado – Peri focal: ao redor do rebanho afetado – Seletiva: somente uma espécie – Regional: vacina-se toda uma região de acordo com a expectativa de difusão da doença ■ Risco: – Movimentação de animais em momento de alto risco – Bom senso (período de incubação, estado imunitário do rebanho, etc...) Métodos de controle ■ Diagnóstico e sacrifício – Eliminar portadores – Utiliza-se diagnóstico de massa – Abatem-se os positivos ■ Controle de vetores – Eficiente método de erradicação – Eliminam-se vetores em potencial Controle de reservatórios – Controle de animais silvestres potencialmente transmissores de agentes infecciosos – Pode ser essencial para erradicar um agente ■ Limitações – Conhecer espécies que podem servir como reservatório – Desequilíbrio ecológico *Notificação* ■ Notificação de doenças aos órgãos oficiais (municipal, estadual ou federal); ■ Notificação compulsória: – Instrução Normativa n°50 de 24 de setembro de 2013. Lista De Doenças De Notificação Obrigatória Ao Serviço Veterinário Oficial. Etapas da profilaxia ■ Prevenção ■ Controle ■ Erradicação Diagnóstico e sacrifício Eliminação de vetores Eliminação de reservatórios Medidas de erradicação ■ Drásticas em ações mais globais, que possibilitam a eliminação total do agente etiológico; ■ Áreas extensas; ■ Necessita estudo e planejamento; Medidas de erradicação ■ Aspectos sanitários, ecológicos, repercussões econômicas e limites geográficos naturais; ■ Excluir definitivamente o agente do ecossistema ■ Desde pequenas áreas até a nível mundial Diagnóstico e sacrifício – Elimina a possibilidade de difusão do agente e hospedeiro – Enfermidades agudas – necessário sistema de informação – Necessário diagnóstico precoce – Sacrifício de todos os enfermos e contatos – Requer baixa incidência da enfermidade para seu uso Eliminação de vetores – Eliminação completa de vetores em vastas áreas – Problemas ecológicos – Inseticidas são tóxicos para homens, plantas e animais – Resistência Eliminação de reservatórios – Necessária quando um agente infeccioso possui um “nicho natural” em espécies silvestres – Reservatório silvestre difundido – Difícil controle – Eliminação total - Problemas ecológicos – Eliminação parcial – Aumento da população LEPTOSPIROSE BRUNA CUSTÓDIO FERREIRA BRUNA.CFERREIRA30@GMAIL.COM Faculdade Presidente Antônio Carlos de Uberlândia Curso de medicina veterinária Disciplina de doenças bacterianas dos animais domésticos INTRODUÇÃO Zoonose importante! • Problema de saúde pública! • Doença de notificação obrigatória • Doença ocupacional Prejuízos na produção • Diversas as espéciesanimais envolvidas ETIOLOGIA Reino: Bactéria Filo: Spirochaetes Classe: Spirochaetes Ordem: Spirochaetales Família: Leptospiraceae Gênero: Leptospira Espécie: Leptospira spp ETIOLOGIA • Espécies: Leptospira spp • Patogênicas → Leptospira interrogans + 12 espécies patogências • Possuem mais de 260 sorovares • Saprófitas → L. biflexa, L. wolbachii e L. hollandia. • Possuem 38 sorovares agrupados em seis sorogrupos. ETIOLOGIA •Bactérias aeróbias obrigatórias, crescimento ótimo entre 28º C e 30º C, pH entre 6,7 e 7,4. •Espiroquetas que apresentam morfologia típica, com 6 a 20 μm de comprimento, diâmetro de 0,1 μm, espiras curtas e regulares e com as extremidades em forma de gancho. SENSIBILIDADE • Ácido clorídrico • Fenol • Formalina • Variações de Ph • Desinfetantes que desviam o pH < 6 e >11 • Suco gástrico • Dessecação • Calor →76 – 96ºC – morte imediata → 50º – 10 a 35 minutos RESISTÊNCIA • Sobrevivem bem em terrenos úmidos, pântanos, córregos, lagos e estábulos com excesso de detritos e umidade. • Frio • Água da chuva – até 18 dias EPIDEMIOLOGIA - DISTRIBUIÇÃO EPIDEMIOLOGIA - DISTRIBUIÇÃO • No Brasil, a doença apresenta-se de forma endêmica, sendo notificados cerca de 10.000 casos de leptospirose humana anualmente • Nos animais apresenta com soro prevalência nos rebanhos de 74% a 100% e em animais, de 45,5% a 62,3%. • É associada a taxas de 47% de infertilidade e 12 a 68,4% de abortamentos em rebanhos não vacinados. EPIDEMIOLOGIA - ESPÉCIES ACOMETIDAS RESERVATÓRIOS • Animais sinantrópicos → São aqueles que se adaptaram a viver junto ao homem, a despeito da vontade deste. • Rattus norvegicus FATORES DE RISCO • Densidade populacional do reservatório natural • Ecossistema onde vivem os animais • Sazonalidade • Uso do animal • Condições sanitárias do ambiente • Períodos de elevada precipitação • Inserção de animais novos no rebanho CICLO DA DOENÇA TRANSMISSÃO Animal infectado Urina Contaminada Cobertura Fetos abortados Corrimentos uterinos Pasto / Água / Alimento TRANSMISSÃO • Pele, mucosa oral e conjuntival com a urina e/ou órgãos de animais portadores. • Via venérea, transplacentária e mamária. • Hábito de limpeza da genitália entre os animais • Fômites são importantes! • Vias de eliminação: • Sêmen • Urina • Leite • Sangue • Secreções uterinas PATOGENIA Leptospiremia Proliferação das Leptos do fígado Presença de Leptospira nos rins Leptospiúria Produção de anticorpos Órgãos protegidos Corrente sanguínea Superação das barreiras de defesa Motilidade Leptospira penetra ativamente Pele íntegra ou mucosa Ligação c. epiteliais Hemorragias • PI: 5 – 20 dias • L. icterohaemorrhagiae • Icterícia e lesões hemorrágicas são comuns • Raramente aparecem em infecções causadas por outros sorovares • Grave comprometimento hepático e renal • Febre, mialgia, prostração, anúria, oligúria ou poliúria, indicando diferentes graus de comprometimento renal • Morte - insuficiência renal e uremia • Evolução aguda - principalmente nos cães mais jovens • Óbito em poucos dias. • L. canícola • Infecção - inaparente • Grave comprometimento renal • Sem comprometimento hepático • Evolução lenta sem icterícia • Perda de peso, poliúria, desidratação, emese, diarreia, ulcerações na cavidade oral • As leptospiras alcançam o interstício renal onde permanecem por longo tempo - nefrite intersticial crônica • Falência renal, meses ou anos mais tarde. • Assintomáticos • Febre, mastite, nefrite, repetições de cio, aborto, infertilidade, nascimento de bezerros fracos, redução na produção de leite e de carne. • Bezerros jovens podem desenvolver um quadro de anemia, febre, fraqueza, perda de apetite, prostração, urina com sangue, icterícia e morte. • Os fetos geralmente estão mortos há 24 horas ou mais antes de serem expulsos. • Bezerros mumificados, natimortos ou fracos ao nascer também são um indicativo da presença da doença. • PI:2 a 5 dias • Presente no PNSS - Certificação de granjas de reprodutores • Leptospirose suína aguda: prostração, anorexia e elevação da temperatura corporal. Pode ocorrer icterícia na infecção de leitões e alta taxa de mortalidade em leitões. • Leptospirose suína crônica: os transtornos reprodutivos ocorrem no terço final da gestação. Porcas infectadas podem abortar, ocorrer natimortos em excesso ou parição de leitões fracos, que morrem poucas horas após o nascimento. • Assintomática • Septicemia • Nefrite • Retorno ao cio • Encefalite • Abortos • Icterícia • Hemorragia • Urina sanguinolenta • PI: 4 a 10 dias • Pode ser inaparente / discreta • Abortos ocasionais • Forma aguda: súbita com febre, inapetência, queda no rendimento, mialgias, paralisia, icterícia, alterações na urina, conjuntivite, • Forma crônica: Enfraquecimento, acessos de febre. • Associação direta com Uveíte recorrente equina (URE) DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Doenças causadoras de aborto • Brucelose • Campilobacteriose • Protozoários (Neospora, T. gondii) Doenças com presença de anemia hemolítica • Babesiose • Anaplasmose • Hemoglobinúria bacilar Doenças com presença de queda na produção de leite • Mudança de manejo • Doença Respiratória Bovina DIAGNÓSTICO Soro aglutinação microscópica (SAM) • Teste sorológico mais utilizado • Teste de referencia pela Organização Mundial de Saúde (OMS) • Reação de aglutinação entre os anticorpos presentes no soro dos pacientes e o antígeno de membrana da Leptospira spp. DIAGNÓSTICO ELISA-IgM • Sensível • Especifico • Rápido e com facilidade de execução • Utilizado para detectar anticorpos da classe IgM. • Oneroso Isolamento da bactéria • Possíveis contaminações por outros micro-organismos, inibindo assim o crescimento do antígeno alvo Reação em cadeia de polimerase (PCR) • Detecção e amplificação do DNA de Leptospira sp. de diversos tecidos • Limitação do diagnostico está na dificuldade em se identificar o sorovar infectante. • Oneroso TRATAMENTO • Hidratação e correção dos distúrbios hidroeletrolíticos • Diálise • Transfusão sanguínea • Antibioticoterapia - doxiciclina, penicilina, ampicilina, amoxicilina, estreptomicina. PREVENÇÃO • Imunoprofilaxia • Controle dos roedores • Quarentena • Limpeza do ambiente • Restrição de acesso ao ambiente externo (períodos de maior precipitação pluviométrica). • Lembrar que é uma zoonose! DÚVIDAS? TÉTANO BRUNA CUSTÓDIO FERREIRA BRUNA.CFERREIRA30@GMAIL.COM Faculdade Presidente Antônio Carlos de Uberlândia Curso de medicina veterinária Disciplina de doenças bacterianas dos animais domésticos INTRODUÇÃO Origem • Hipócrates (400 a.C.) • Manifestações clínicas • “O capitão de um grande navio esmagou o dedo indicador de sua mão direita com a âncora. Sete dias depois apareceu uma secreção fétida, depois problemas com a língua, queixava-se de que não podia falar adequadamente. Foi diagnosticado tétano. Suas mandíbulas ficaram presas, os dentes travados e depois os sintomas se estenderam para o pescoço. No terceiro dia apareceram opistótonos acompanhados de sudorese. Seis dias após o diagnóstico ele morreu”. Hipócrates (460-375 A.C.) INTRODUÇÃO Origem Carle e Rattone (1884) • Descreveu agente etiológico • Nicoleir (1885) • Identificou o bacilo na terra • Doença infecciosa não contagiosa • Curso agudo ETIOLOGIA • Bacilos Gram positivos • Esporulados • Produtores de toxinas • Anaeróbios estritos • Toxinas • Tetanospasmina • Tetanolisina EPIDEMIOLOGIA - DISTRIBUIÇÃO • Distribuição cosmopolita • Comumente encontrado em solos contaminados por fezes • Esporádica, mas surtos têm ocorrido EPIDEMIOLOGIA - DISTRIBUIÇÃO • Aplicação de produtos manuseados em currais • Uso de equipamentos não higienizados • Contaminação da pele por poeira ou lama durante práticas de vacinação EPIDEMIOLOGIA- ESPÉCIES ACOMETIDAS • Equinos → são mais sensíveis • Ovinos • Bovinos • Cães Ocasional • Gatos FATORES DE RISCO • Contaminação • Umbilical • Genitália • Placenta no período pós-parto • Cirurgias • Vacinações • Traumatismos TRANSMISSÃO Período de incubação 7 a 21 dias PATOGENIA Neurotransmissor Ácido gama- aminobutírico Ação em neurônios inibitórios Tetanolisina Necrose Tissular Proliferação C. tetani Tetanospasmina SNC Inibe GABA Tecido lesado Entrada de esporos Germinação ACHADOS DE NECROSPIA • A necropsia não revela lesões macroscópicas • Eventuais áreas de necrose no local onde o agente teve condições de multiplicar-se • Não existem lesões histológicas específicas da doença SINAIS CLÍNICOS • Trismo mandibular • Marcha trôpega • Prolapso de terceira pálpebra • Orelhas eretas • Timpanismo • Rigidez dos membros • Tremores • Sialorréia • Dilatação das narinas • Hiperestesia • Cauda em bandeira DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL • Distúrbios metabólicos • Hipocalcemia • Hipomagnesemia • Hipercalemia • Toxicoses • Estriquinina • Organoclorados • Laminite • Abscessos nos cascos • Tendinites • Bursites • Raiva DIAGNÓSTICO • Histórico clínico • Exames laboratoriais • Geralmente não são conclusivos na doença TRATAMENTO • Manter o animal em baia escura • Sem ruídos • Soro antitetânico • Penicilina • Cuidados com feridas • Terapia de suporte PREVENÇÃO • Manejo correto dos animais • Procedimentos invasivos realizados com higiene • Cuidado com feridas, áreas expostas do animal que possam ser contaminadas • Vacinação – Equinos normalmente é protocolo • Pós desmama em potros com reforço 30 d • Anual em adultos ATIVIDADE! 1 – Descreva detalhadamente a patogenia do tétano. 2 – Quais os principais sinais clínicos apresentados por animais com tétano? 3 – Quais os principais fatores de risco para o desenvolvimento de tétano em animais de produção? 4 – Quais as medidas de tratamento para animais com tétano? DÚVIDAS?
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